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O Processo Histórico do Financiamento da Educação Pública no Brasil

Emerson Marques Cotrim

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O estudo do financiamento da educação básica no Brasil e do tema


educação em geral, faz-se, quase sempre, dentro da ótica da escassez de
fontes frente à grande necessidade do alunado. Ou seja, em regra decide-se
apenas ressaltar as falhas dos governos momentâneos sem considerar o
conjunto de fatores que influenciam as decisões estatais. Como se as políticas
sócias surgissem no vazio por puro devaneio de uma mente brilhante e não
como produto de condições históricas específicas que respondem às
necessidades e interesses de grupos específicos detentores do poder. Por
esse motivo, não se pode deixar despercebido, quando se pretende analisar a
educação, assim como os temas afins, o pano de fundo que desenrola na
sociedade.

O Brasil, assim como boa parte do mundo ocidental, escolheu há


aproximadamente 300 anos o estilo capitalista de desenvolvimento social que
tem como característica principal o lucro. O que marca bem esse tipo de
sociedade é a divisão em classes sociais distintas e complementares: a
burguesia, detentora dos meios de produção, e a classe assalariada que
trocam a força de trabalho por salários. Nesse contexto, a educação como
parte da sociedade civil assume um papel importante no sentido de reproduzir,
conservar ou promover uma determinada base econômica, de acordo com os
interesse de classe social fundamental ( Portelli, 1977; Coutinho 2007).
Pensada assim, a educação tem servido às classes dominantes nos últimos
anos e manteve-se fiel ao propósito de oferecer conhecimentos e pessoal
necessário ao bom funcionamento da máquina produtiva e a expansão do
sistema capitalista, além, é claro, de disseminar os valores que legitimam esse
processo.

Para se contrapor a esse sistema, é possível também considerar a


existência de uma outra educação que, orientada ao desenvolvimento contínuo
de uma consciência social, gera uma classe revolucionária que luta contra o
modelo econômico e político hegemônico. Aqui, vale ressaltar o duplo papel
desempenhado pela educação em relação ao domínio do capital que, apesar
de não ser totalmente dependente da educação escolar formal é, por vezes,
reforçado e, por vezes, combatido pelo processo educacional.


       

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‰urante o Brasil colônia a educação ficou sob a responsabilidade dos


jesuítas que, no intuito de propagar a religião, também se colocavam a serviço
da política colonizadora portuguesa ao transformar indígenas convertidos em
mão de obra escrava. Neste período ³ não se podia falar em financiamento da
educação com uma gestão alienada, em que os atores eram degredados,
feitores, militares e missionários que ensinavam aos índios nativos e negros
dentro de um currículo de dominação cultural, onde os saberes eram
hierarquizados. Enquanto os espanhóis fundavam escolas, colégios e
universidades em suas colônias americanas do Caribe, do Atlântico e do
Pacífico, os reis portugueses decidiram fazer no Brasil uma educação sem
escola e sem despesas. ‰esse modo, a educação primária nunca foi
privilegiada no Brasil e desde a época dos educadores jesuítas, estes davam
ênfase ao ensino secundário embora tenham espalhado esc olas de primeiras
letras em regiões distantes´ ( Lúcia Czer, 2009).

È possível considerar um possível organizaç ão em torno de uma


estrutura educacional somente a partir de 1824 e a primeira constituição do
Brasil, outorgada por ‰. Pedro que

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Ou seja, o governo de ‰. Pedro não preveu de onde saíram os recursos que


impulsionariam e materiam as escolas gratuitas. A saída para o imperador veio
com edição do Ato Adicional de 1834 que descentralizou a educação e deu ³
às Assembléias provinciais a competência para promover e legislar sobre o
ensino público elementar. Assim, ³ a educação no período compreendido entre
1834 e 1891 caracteriza-se pelo aspecto da gratuidade e da universalização
nas escolas estatais e católicas, financiada pelos impostos de vendas e
consignações. Embora a maioria das escolas primárias fossem unidades
isoladas ou pequenos estabelecimentos de classes reunidas, sem um aparato
gerencial complexo, já se praticava uma administração burocrática, datando daí
a reprovação como forma de seleção. A descentralização dos serviços
públicos, em sociedades complexas, é uma tendência histórica saudável, já
que aproxima a clientela da autoridade responsável. O problema é que sem
recursos financeiros, humanos e materiais, as Províncias tinham sido gravadas
com um encargo a que não puderam responder na medida das necessida des,
resultando que cada Estado só conseguiu fundar e manter um colégio
secundário, durante o fim do Império até 1930´ ( Lúcia Czer, 2009).

A partir de 1930, há uma maior sistematização dos recursos voltados


para educação que vai resultar em grande oferta de escolas públicas estaduais
e municipais. Esse período é marcado pela criação do salário educação com
arrecadação obrigatória na folha de contribuição dos empregados. Por outro

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lado, boa parte dos recursos que iriam para escola pública básica foram
direcionados para o financiamento do ensino superior, por escolha do governo.
A costituição de 1934 garante educação obrigatória e gratuita e avança em
relação ao direcionamento de recursos por meio da vinculação de percentuais
da receita de impostos para a manutenção e desenvolvimento do ensino. .Por
esse ângulo, essa constituição é um marco pois ³procurou garantir a política
de vinculação de recursos de arrecadação de impostos com a educação e
também a elaboração de um Plano Nacional de Educação (PNE). Lembr a
Azanha (1998, p. 108) que a idéia de PNE foi acatada, implícita ou
explicitamente, em todas as constituições posteriores, à exceção da Carta de
1937, revelando-se, desse modo, fato vitorioso na formulação de uma política
educacional proposta pelos signatários do ³Manifesto´.como a costituiçao de
1937´ . Após a queda do Estado Novo a costituição de 1946 retoma a
orientação descentralizadora do ensino e do seu financiamento. Assim como
na de 1934, a carta de 1946 prevê a vinculação de perceptuais para a União,
estado e municípios em valores de 10% e 20% respectivamente.

‰urante o regime militar, o país é invadido por uma onda de


nacionalismo patrocinado pelos americanos. Assim como os demais setores, a
educação sofre com a ³evasão de cérebros´ para o exterior. Reduzem-se os
investimentos em educação e a responsabilidade do estado é diminuída. A
influência americana entra ³através dos acordos entre o Ministério da Educação
e Cultura-MEC e o United States Agency for International ‰evelopment -
USAI‰, para realizar a reforma que se assentou em três pilares: educação e
desenvolvimento, educação e segurança e educação e comunidade, (COSTA,
1999)´.Os anos oitenta, a chamada década perdida, completa o ciclo do regime
autoritário que já algum tempo sofria com as rece itas impostas do exterior.
Para a educação, apenas a emenda Calmom, de dezembro de 1983, servia de
alento ao restaurar a vinculação de impostos para a manutenção e
desenvolvimento do ensino.

O modelo atual de financiamento da educação foi então esboçado c om a


promulgação da Constituição da República de 1988. ‰entre os avanços da
nova Carta está a ampliação dos percentuais vinculados dos impostos de 13%
para 18% para a União, o que permitiu o aumentos nos gastos do governo que
assumiu um postura redistributiva de recurso educacionais de modo a permitir
o avanço em regiões menos privilegiadas do país. A implantação dessa política
obteve mais sucesso por meio da política dos fundos. Primeiro o FUN‰EF, por
meio da emenda constitucional 14 e depois o FU‰EB, por meio da emenda
constitucional 53. O grande objetivo da política dos Fundos, além de canalizar
mais recursos para a educação, é permitir que tais recursos sejam mais bem
distribuídos entre os estados e municípios da federação.

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>ue a população brasileira sempre longe dos seus momentos históricos,


isso é fato. O povo brasileiro não soube da independência do Brasil senão por
meio dos seus nobres e descobriu que escravos foram libertos por meio dos

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senhores de engenhos , ou seja, a participação popular não é o forte na cultura
brasileira. Portanto falar de financiamento da educação e participação popular
parece contraditório. ‰e fato, pouco ou quase nada houve de influência direta
do povo nos moldes de financiamento que está posto nos dias atuais. No
entanto, não se pode negar que, pelo menos durante as discussões nas
audiências que precederam a constituição de 1988, a sociedade civil
organizada, que por meio de associações ou sindicatos fez -se ouvir na
assembléia constituinte. Os grupos organizados conseguiram grandes
avanços, apesar de não terem alcançado todos os degraus alçados, e
marcaram pontos dos quais não devem permitir retrocessos.

Por outro lado, haja vista a complexidade do tema financiamento da


educação pública no Brasil, muito há que ser alcançado para que as definições
dos moldes da educação não fique apenas na responsabilidade de técnicos
mas alcance as mãos dos detentores do poder de decisão que é o povo
brasileiro.

   

‰iferentemente de outros países a educação brasileira não teve privilégios no


seu nascedouro, pelo contrário, percebe -se que a definição de recurso
aconteceu de forma lenta e gradual. Isso levou ao atraso do Brasil frente a
outros países nos deixou um legao de marginalização e ineficiência. Escrever
sobre financiamento da educação pública no Brasil é sonhar com incrementos
que possibilitem uma melhoria de fato da qualidade da educação no Brasil.
Conforme apresentado muito já se alcançou desde a criação das primeiras
escolas até os dias atuais. Por outro lado, o caminho do que ainda está por se
fazer parece ser bem mais longo do que aquilo que já se fez. Para melhorar a
educação é necessário também melhorar a qualidade de vida dos alunos que,
por sua vez, é alcançada por meio de uma melhor educação. ‰esse modo há
um círculo vicioso que não permite a caminhada desaguar no objetivo final. Por
isso educar, e garantir recursos para educação é tão importante. Se vivemos
hoje me uma sociedade ocidental capitalista , que privilegia a acumulação
infinita do capital, jamais podemos abrir mão de uma educação de qualidade,
pois a mesma educação que constrói esse modelo é a mesma que leva a
reflexão sobre a mudança necessária.

      

MONLEVA‰E, João.  Ê     : contos e descontos.


Ceilândia-‰F: IdéiaEditora, 2ª edição, 2001.

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Sumário

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Introdução...................................................................................1

O processo histórico do Financiamento .....................................2

Participação Popular....................................................................5

Conclusões...................................................................................6

Referências Bibliográficas............. ................................................6

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