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EMPREENDEDORISMO E O ESTUDO DE CASO

O ensino de empreendedorismo tem se difundido de forma acelerada


nos últimos anos tanto no Brasil como no exterior. No caso brasileiro, observa-
se uma expansão rápida da criação de disciplinas em escolas das mais
variadas áreas do conhecimento, tais como administração de empresas,
engenharia, informática, entre outras. Na maioria dos casos, as disciplinas têm
focado o desenvolvimento de planos de negócios e também aspectos
comportamentais, analisando o perfil de empreendedores de sucesso. Em
alguns programas mais elaborados, utilizam-se jogos de empresa e dinâmicas
de grupo entre os participantes. Observa-se um grande interesse por parte dos
alunos em conhecer os conceitos que envolvem o empreendedorismo, para
que os apliquem em sua carreira profissional. Mas o interessante de se ensinar
empreendedorismo está na busca de novas oportunidades, na resolução de
problemas de forma criativa, inovadora e, quem sabe, na proposição de
soluções inéditas, talvez simples, para problemas aparentemente complexos.
O professor de empreendedorismo não consegue, individualmente, atingir
este objetivo continuamente. Há a necessidade de um maior envolvimento
dos alunos na discussão, na proposição de soluções, na tomada de decisão.

O método de ensino baseado no estudo de casos vem preencher esta


lacuna de forma efetiva. Não se trata de algo novo, pois já vem sendo utilizado
na academia há mais de um século. Sua concepção se deu na Universidade
de Harvard e passou a ser utilizada por escolas e universidades ao redor do
mundo. As escolas de negócios deram um enfoque particular ao método de
casos, aplicando-o ao contexto empresarial, procurando trazer para a sala de
aula os problemas e dilemas gerenciais enfrentados pelos administradores das
mais variadas organizações. As aulas tornaram-se mais práticas, mais realistas
e, por conseguinte, passaram a exigir uma visão mais holística dos
participantes que, para chegarem às suas conclusões, assumiam o papel do
protagonista do caso. O aluno passa a ser o centro das discussões e o
professor assume o papel de coordenador dos debates. O aprendizado se dá
de forma menos passiva e o conhecimento passa a ser assimilado através de
vivência de situações mais próximas da realidade.

Uma escola de negócios que soube, como poucas, posicionar o aluno


como o papel central de seus programas foi o Babson College, nos EUA.
Babson é reconhecida internacionalmente por sua excelência no ensino de
empreendedorismo. Vários fatores contribuíram para que a escola merecesse
tal distinção. Desde o primeiro dia do curso até a sua conclusão o aluno se
vê inserido no mundo dos negócios através de programas abrangentes e
também focados, que vão além da sala de aula. Porém, é na experiência
proporcionada na sala de aula que Babson se destaca. O uso de casos ocorre
em todas as disciplinas, em todas as aulas, em todos os cursos. Até aí não
haveria muita novidade, comparando-se com as demais escolas de negócios
de excelência. Babson vai além e integra várias disciplinas com casos distintos
e interligados, procurando mostrar ao aluno as várias perspectivas que podem
surgir das mais variadas discussões. O aluno percebe então que o
entendimento da organização e do ambiente onde está inserida são igualmente
importantes para a tomada de decisões gerenciais. O aprendizado se dá de
forma mais prática, sem perda de base conceitual e teórica. O aluno vivencia
efetivamente a experiência empreendedora e começa a entender os vários
aspectos que envolvem o processo empreendedor. O professor se realiza, pois
vê o progresso e o efetivo aprendizado de seus discípulos.

No Brasil, a iniciativa do Sebrae em promover a capacitação de seus


técnicos e também em disponibilizar, em forma de casos, as várias
experiências vivenciadas por comunidades de todo o país, deve ser apoiada.
Trata-se de um primeiro passo para a compilação de experiências bem-
sucedidas e posterior utilização destes exemplos em escolas do país. Vem
suprir uma lacuna ainda existente no Brasil que impede a consolidação do
ensino de empreendedorismo. Nossos professores precisam utilizar novas
técnicas e métodos de ensino em seus cursos das mais variadas áreas do
conhecimento. Nada mais adequado que começar pelo ensino de
empreendedorismo, que trata essencialmente de inovação e busca de
oportunidades. A utilização do método de caso poderá trazer novas
perspectivas de desenvolvimento aos professores, escritores de casos, e
principalmente aos alunos. O Sebrae está exercendo um papel importante
neste sentido, capacitando escritores de casos - figura praticamente inexistente
no país antes deste programa aqui apresentado. O desafio agora é a
capacitação dos professores no uso do método de caso em sala de aula.
Porém, nada melhor que desafios para estimular empreendedores. Que este
exemplo seja a semente para o início de uma segunda fase do ensino de
empreendedorismo no país, consolidando este movimento.

Artigo elaborado pelo Prof. Dr. José Dornelas, Especialista em empreendedorismo. Primeiro
professor brasileiro como Visiting Scholar no Babson College. Autor de vários livros, com
destaque para "Empreendedorismo, transformando idéias em negócios".

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