A Importância da higiene bucal em Pacientes Internados em Unidade de Terapia

Intensiva.

Certo dia estava lendo sobre um artigo que saiu na revista brasileira terapia
intensiva,que tinha o seguinte título: “Análise de percepções e ações de cuidados bucais
realizados por equipes de enfermagem em unidades de tratamento intensivo”

A partir desse momento comecei a me interessar sobre o assunto e passei a

perceber que normalmente as equipes de enfermagem conhecem pouco sobre as
patologias bucais,desconhecem vários recursos de higiene bucal que poderiam ser
utilizados,sem conter que maioria dos serviços onde trabalhei normalmente se faz
higiene oral umas 3 vezes durante um turno de 24 horas.

Mais antes de falarmos sobre higiene oral dentro da terapia intensiva vamos
falar um pouco sobre microflora oral,pois boca é como outras áreas do corpo por
possuir uma microflora natural com uma composição característica,que na maior parte
do tempo vive em relação harmoniosa com o hospedeiro.Talvez com mais freqüência
que em outras partes do corpo,mais está relação pode se alterar e gerar uma doença na
boca.Em algum momento da vida pode haver um desequilíbrio na composição da
microflora oral com isso gerando doenças na boca.As manifestações clínicas mais
comuns de tais desequilíbrios incluem as cáries dentárias e as doenças periodontais

A cárie dentária é a dissolução do esmalte (DESMINERALIZAÇÃO).

Doenças Periodontais constituem um grupo de desordens na quais os tecidos de

suporte dos dentes são atacados;eventualmente pode levar perda do dente.

Lembrando que vários fatores afetam o crescimento de microorganismos na

cavidade oral,entre esses fatores podemos citar: Temperatura,pH,nutrientes,aderência e
aglutinação e não esquecendo que os nossos pacientes estão em estado grave e
normalmente esse equilíbrio não é encontrado na cavidade oral desses doentes
propiciando alterações da microflora oral. As unidades de terapia intensiva que têm a
finalidade de agrupar os pacientes com necessidade de cuidados freqüentes de suporte
de vida. Dentro desse contexto,a higiene bucal deficiente em pacientes internados em
UTI propicia a colonização do biofilme bucal (que nada mais é do que a denominação
mais moderna do que antes era a famosa placa bacteriana),especialmente por patógenos
respiratórios. O biofilme bucal em pacientes de UTI aumenta com o tempo de
internação, paralelamente também ocorre aumento de patógenos respiratórios que
colonizam o biofilme bucal, sendo esse um reservatório importante de patógenos. Se o
paciente entubado ou com doença crítica não receber higiene bucal eficaz, o tártaro com
bactérias se formará nos dentes dentro de 72 horas. Essa má higiene bucal
associado alteração da pressão intra-cuff do tubo endotraqueal propícia o
estabelecimento da pneumonia nosocomial decorrente da aspiração do conteúdo da
orofaringe.Por isso existe hoje uma enorme preocupação com cavidade bucal desses
pacientes.
 Pressões intra-cuff baixa propicia secreções da cavidade oral escorrer pelo tubo
e ir parar nas vias aéreas inferiores.

A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) é definida como aquela

que se desenvolve 48 h a partir do início da ventilação mecânica, sendo considerada até
48 h após a extubação. Vários aspectos comprometem a higienização da cavidade bucal
e favorecem ainda mais o crescimento microbiano, como a dificuldade e/ou
impossibilidade do auto-cuidado, a presença do tubo traqueal, que dificulta o acesso à
cavidade bucal, e a conseqüente formação de biofilme placa dentária.

A importância da higiene bucal para a prevenção de doenças sistêmicas e a

melhor recuperação do paciente internado na UTI não é algo bem difundido no
Brasil,estudos têm documentado que indivíduos hospitalizados tendem a apresentar
higiene bucal deficiente, essa ausência de atenção com a higiene bucal resulta no
aumento da quantidade e complexidade da placa dental. Foram realizados estudos que
avalia a prevalência de patógenos respiratórios colonizando a boca em um grupo de
pacientes internados em UTI, com uma atenção especial à placa dental e à mucosa. Os
autores observaram que 65% dos pacientes examinados, a placa e a mucosa bucal
apresentavam patógenos respiratórios, entre eles Staphylococcus aureus, Pseudomonas
aeruginosa e 10 gêneros de bacilos gram-negativos.
 A placa bacteriana,atualmente denominada como biofilme oral,foi definida
como conjunto de bactérias que se formam sobre os dentes e superfícies sólidas
presentes na cavidade oral,no Brasil, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e
Tisiologia (SBPT) recomenda a descontaminação da cavidade bucal com clorexidina,
ou clorexidina associada à colistina, na prevenção de PAVM, em pacientes sob
ventilação mecânica.O paciente deverá ter uma higiene bucal adequada mesmo na
ausência de dentes.

Bem,podemos perceber nesse prevê relato o quanto é importante se fazer uma

higiene oral correta,além do bem estar proporcionado ao doente,evitamos piorar sua
condição clínica.Termino o assunto aqui com uma frase que eu achei perfeita:

“Cuidados bucais são cuidados críticos

para todos os pacientes Unidade de Terapia Intensiva.”

ANTES DEPOIS

Na primeira foto podemos observar que não podemos ver nem tubo e nem sonda.

ANTES DEPOIS
ANTES DEPOIS