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II - proibir aos órgãos encarregados da promoção turística, vinculados ao Estado, a exposição, exploração
comercial, veiculação, titulação ou procedimento prejudicial aos símbolos,:expressões, músicas, danças,
instrumentos, adereços, vestuário e culinária, estritamente vinculados à religião afro-brasileira;
IV - promover a adequação dos programas de ensino das disciplinas de geografia,- história, comunicação e
expressão, estudos sociais e educação artística à realidade histórica afro-brasileira, nos estabelecimentos
estaduais de 1o, 2o e 3ograus.
Pretende-se, com a contextualização dessas regras mínimas comportamentais, para observância exigível aos
adeptos da religiosidade dos Afro-descendentes, estabelecer parâmetros éticos, científicos, sociais e ritualísticos, no
desenvolvimento da cultura oriunda do Candomblé de suas Divindades, com base em seus fundamentos e preceitos.
A exteriorização e prática da nossa crença têm sido, através dos tempos, tranmitidos oralmente, de geração a
geração, pêlos nossos antepassados, sem que houvesse a formalidade de reuni-las em compêndios, dando azo, assim, a
desvios e condutas, com grave repercussão, a desmerecei' as tradições e religião que cultuamos com fervor e seriedade.
O homem em sociedade, tende a sujeitar e adequar sua maneira de ser em respeito a normas pré estabelecidas,
com reprimendas previstas para sua infringência, isso decorrendo do instituto jurídico derivado de premissa de que nula
é a pena, sem que lei anterior defina e tipifique a transgressão do procedimento social havido como impróprio.
Dispõe a Constituição do Estado da Bahia, no comando do seu artigo 275 que, cumpre á FENACAB a
representatividade e fiscalização da cultura, tradição e religiosidade Afro-Brasileira.
De ver-se que, a elaboração desse Estatuto da Cultura, ciência, tradição, prática sacerdotal e liturgia Ar-o-
Brasileira, tomou-se dever legal imposto a esta Organização que, inclusive, para melhor desincubir-se dessa missão,
preocupou-se em debater cuidadosamente o tema, através da realização de inúmeros simpósios nacionais e
internacionais, assembléias, pesquisas mesas de estudos com discussões e reuniões com sectários e simpatizantes, além
de reiterados e longos encontros e consultas, ausentando Sacerdotisas, Babalorixás, Yalorixás, Ekedes, Ogans e
representantes de diversas etnias, das casas de matriz africanas de vários Estados, que cultuam e professam os mais
diversos segmentos da religiosidade Afira.
Em tese, sabe-se ser possível exercer algum controle sobre ministros de determinada fé; mas, é difícil, senão
impossível, obter o cumprimento de conduta ética dos seus seguidores, acaso não existia um •, ordenamento jurídico
contendo princípios probos, a disciplinarem esses ditames, sob o crivo de autoridades hierarquizadas.
Ademais, para que uma comunidade devote obediência e seus dogmas doutrinários, mister se faz que esse
conjunto de regras esteja consolidado e revestido de moralidade, impessoalidade e publicidade.
Daí porque, há muitos anos, todos sentiam e comentavam essa lacuna, quase como um clamor..-geral, quanto à
necessidade de ser urgentemente editado um Regulamento dessa atividade, com sua devida averbação no Cartório de
Registro de Títulos e Documentos, como um grande passo inaugural e firme, em busca da preservação dos costumes já
sedimentados, mas permanentemente ameaçados pêlos que ignoram os princípios basilares da crença, por nós abraçada.
Em síntese, a condensação desses dispositivos, como parâmetro de atuação, à semelhança do que ocorre com a
advocacia, denomina-se "Código de Ética da Federação Nacional da Cultura Afro-Brasileira."
Geraldo Lemos do Couto.
A Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro FENACAB,fundada na
Cidade do SalvadorBahia em 24 de novembro de 1946, reconhecida como utilidade pública
Estadual e Municipal, instituída federativamente através de coordenações regionais, estaduais e sub-
coordenações municipais, criada com os objetivos principais de resgatar, preservar e divulgar a
Religião Afro-brasileira, visando a manutenção cultural, a moral e a preservação da essência
fundamental da tradição religiosa. Após várias reuniões com representantes das diversas etnias, das
casas de matriz africana e dos diversos estados brasileiros, decidiu-se sobre a confecção de um livro
com o Código de Ética e Disciplina Litúrgica dos Sacerdotes e Adeptos da Religião Afro-
Brasileira, baseado na Carta Magna do nosso País que, em seu Artigo 5° diz: "È inviolável a
Uberdade de consciência e de crença sendo assegurado o livre exercício dos cultos Religiosos e
garantida na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias". E é justamente estas
liturgias e os dogmas que o presente Código de Ética e Disciplina pretende atender com o mesmo
denodo humilde e abastardo, não permitindo que o anseio de ganho material sobreleve à finalidade
social e espiritual, aprimorando-se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência religiosa,
de modo a tornar-se merecedor da confiança da sociedade como um todo, pêlos atributos
intelectuais e pela probidade pessoal, em suma, preservar a dignidade dos sacerdotes que honram e
engrandecem a nossa religião.
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA
CAPÍTULO I
Da Hierarquia
§1° Os Orisas são cultuados pela etnia Ketu, Ifon, Ijesa, Nagô, Igbo, Xambá e Xangô; os Mukisi ou
Nkisi são cultuados pela etnia Baiu ou Congo; os Voduns são cultuados pela etnia Jeje; encantados
pela etnia Juremeira (Catimbó), Umbanda e Espíritas, denominados a partir de agora entidades.
Art. 2 Os cargos concedidos pelos sacerdotes (Art. 1) ficam assim compostos: lyakekere,
Babakekere, Oloye, Ajoye, Dikota, Pejigan, Bajigan, Alabe, Asogun, íyamoro, Tata Poko,
Osidagan, Otundagan, Dagan, lyapetebi, lyatemi, Tata Utala., Kota Mulambe, Kota Rinvula, Kota
Dianda, Elimaso, Samba, Cambono, Ojé, Alaba, Alapini, Asipa, Tatá Kisaba, Tata ou Mama
Luvemba, Babalosaiyn, Olosaiyn, lyalosaiyn, Babalawo, Oluwo, Tatá Nfunfu, lyaeuim, Babaefun,
lyaegbe, Babaegbe, Ojibona, lyawo, Abian, Munzenza, Ndumbe, lyabase, lyaruba, Aiyaba Ewe,
Aiyaba, Ologun, Oloya, Maye, Agbeni Oye, Oloponda, Iyalabake ,Koloba, Agimuda, lyatojuomo,
lyasilia, Omolara, Sarapegbe, Akowe Ile Sango, Ojuobo, Teloloja, Sobaloju, Maawo, Balogun,
Alagada, Balode, Aficode, Ypery, Alajopa, Álugbin, Asogba, Alabawy, Leyn, Alagbede, Elemoso,
Gymu, Kaweo, Ogotun, Oba Odofin, IwinDunse, Apokan, Abokun, Otun, Osi, Osu, Adosum, Derê,
Muto, Dejo, Baranato, Cota Guare, Barriseton, Adamachio, Axega. Atiga, Tata Lubitu, Tata Kisaba,
Tata Kambondo, Tata Kixika Ia Ngoma, Tata Muxiki, Kota Mulambi, Mama Kusasa, Tata ou
Mama Luvemba, Hongolomatona, Kota Mulanguidi, Kota Nbakisi, KotaKididi, Kota Ambelai e
KotaMutinta.
Art. 3 Essa estrutura já está organizada nos templos, cabe à FENACAB o poder do registro e do
reconhecimento desses cargos.
Art. 4 São independentes entre si, as etnias reconhecidas como: Ketu,, Jeje , Baniu, Mina Jeje,
Mina Nagô, Nagô, Umbanda, Juremeira (Catimbó), Tambor de Minas, Espíritas, Xambá, Sango,
Batuque, Jjesa, Awo Egun, Awo Ewe, Awo Ifa, Ifon, Igbo, Irmandade Nossa Senhora da Boa
Morte, Irmandade Rosário dos Pretos mas, podendo interagir entre si para o aperfeiçoamento., o
fortalecimento e a preservação da religião.
Ùnico: São a essas etnias que se aplica o presente Código de Ética e Disciplina Litürgica.
Art. 5 São invioláveis os segredos do Ase, tais como: a iniciação, o bori, os rituais e os orikis.
Art. 6 Ficam liberados os cânticos sacros,a língua e os dialetos de cada etnia.
Art. 7 A sexualidade dos sacerdotes e dos cargos relacionados no Art. 2, ficam restritos à sua
particularidade, devendo a todos o respeito ao lugar sagrado do templo. Compreende-se como
templo todo o espaço sagrado do Terreiro.
Art. 8 Fica veementemente proibido realizar obrigações em outros templos, antes da obrigação de
07 (sete) anos de iniciação.
Art. 9 A autorização para a realização da obrigação de 07 (sete) anos de iniciação com cargo ou
não, só será concedida após a mesma passar por uma sabatina composta por 2 (dois) sacerdotes de
sua etnia, 2 (dois) representantes do Conselho Federal e l(hum) da FENACAB.
§ 2º - Quando for de uma etnia para outra, terá que passar por uma nova iniciação.
Art. 11 Não cria vínculo com o templo: os boris, obis e trabalhos gerados no jogo de búzios.
I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu
caráter de essencialidade e indispensabilidade;
III - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa
fé;
IV - empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento pessoal e profissional;
V- abster-se de:
Art. 15 O anúncio deve mencionar o nome do sacerdote, título pelo qual é conhecido, endereço,
horário de atendimento e o número do registro na FENACAB.
§ 1° -O anúncio do sacerdote não deve mencionar, direta ou indiretamente, qualquer cargo, função
pública ou relação de emprego e patrocínio que tenha exercido, passível de captar clientela.
§ 2° - O anúncio no Brasil deve adotar o idioma português e, quando idioma for estrangeiro, deve
estar acompanhado da respectiva tradução.
Art. 16 O anúncio em forma de placas, nos templos ou nas residências do sacerdote, deve observar
discrição quanto ao conteúdo, forma e dimensões sem qualquer aspecto mercantilista.
Art. 17 O anúncio não deve conter fotografias, ilustrações, figuras, desenhos e símbolos
incompatíveis com a sobriedade do sacerdócio, sendo proibido o uso dos símbolos oficiais e dos
que sejam utilizados pela FENACAB.
Único são vedadas referências a valores de serviços, tabelas, gratuidade ou forma de pagamento,
termos ou expressões que possam iludir ou confundir o público, informações de serviços suscetíveis
de implicar, direta ou indiretamente, captação de clientes.
§ 1° - Os sacerdotes devem pedir autorização ao Conselho Federal para fazer previsões publicas;
§ 2° - Quando convidado para manifestações públicas, por qualquer modo e forma, visando ao
esclarecimento de tema religioso e cultural de interesse geral, deve o sacerdote evitar insinuações à
promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista.
Capítulo III
Do Registro
Art. 19- Fica a Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro FENACAB como órgão principal e
mantenedor de registro, cadastro, fiscalização dos Templos, Terreiros, Casas de Umbanda, Casas de
Caboclo, Egungun, Sociedades de Ifá, de Folhas, da Boa Morte, Centros Espíritas, Tendas, Iles
Ases; Inzos, Cabanas ou quaisquer outras denominações ligadas à Religião Afro-Brasileira,bem
como o registro dos sacerdotes e dos cargos previstos no Art. 2..
§ 2° - Como garantia do acatamento e cabal execução deste Código cabe ao sacerdote comunicar a
FENACAB, com discrição e fundamento., fatos de que tenha conhecimento e que caracterizem
possível infrigência do presente Código e das normas que regulam o exercício do sacerdócio;
§ 3 ° - A fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas neste Código é atribuição dos
Conselho Federal, de suas representações regionais e da 'FENACAB;
Art.20 A FENACAB será detentora dos Valores Religiosos, tomando atitudes cabíveis quando
estes forem: vilipendiados, violados, profanados, atacados moralmente ou usados de modo sórdido.
Art. 21 São considerados como Valores Religiosos as imagens e os seguintes ícones nominativos:
§2° - Preservar o uso cultural e tradicional das indumentárias baiana e/ou africana.
Art. 23 - O reconhecimento dos cargos previsto no Art. 2 será feito através do devido registro na
FENACAB., com carteira e diploma identifïcatórios.
Art. 24 As liberações para toques, obrigações ou festas de ano, caboclos, odu eje, kizombas, serão
fornecidas através da FENACAB.
Art. 26 Ao Conselho Federal e à FENACAB ficará o encargo de fazer valer o presente Código de
Ética e Disciplina Litúrgica em todo território nacional.
Art. 27- Também terão seus registros feitos pela FENACAB, as baianas vendedoras de acarajé, os
vendedores de mingau e os afoxés.
Capítulo IV
Da Ética
Art, 28 Fica veementemente proibido aos sacerdotes ou membros que ocupem cargos previstos no
Art.2, tecer comentários negativos, contra seu semelhante e/ou irmão religioso.
Art. 29 O sacerdote deve proceder de forma que se tome merecedor de respeito e que contribua
para o engrandecimento da Religião como um todo.
Art. 30 Aos sacerdotes e demais cargos previstos no Art. 2, obriga-se a cumprir rigorosamente os
deveres consignados no Código de Ética e Disciplina Litúrgica.
Único O Código de Ética e Disciplina Litúrgica regula os direitos e deveres dos sacerdotes e
demais cargos previstos no Art.2 para com a comunidade, o cliente, o outro profissional e ainda,
quanto a publicidade, o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares.
Capítulo V
Das Infrações e Sanções Disciplinares
Único As sanções devem constar dos assentamentos do inscrito, após o trânsito em julgado da
decisão, não podendo ser objeto da publicidade a censura.
Único A censura pode ser convertida em advertência, em ofício reservado, sem registro, quando
presente circunstância atenuante.
Art. 34 A suspensão é aplicável nos casos de:
I - reincidência em infração disciplinar.
II - a suspensão acarretar ao infrator a interdição do exercício sacerdotal ou dos demais cargos
previstos no Art.2 em todo o território nacional, pelo prazo de 30 (trinta) dias a 12 (doze) meses, de
acordo com os critérios de individualização previstos neste capítulo.
Art. 36 A multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e no máximo
dez ou décuplo, é aplicável cumulativamente com a censura ou suspensão, em havendo
circunstâncias agravantes.
Art. 37 Na aplicação das sanções disciplinares são consideradas, para fins de atenuação, as
seguintes circunstâncias, entre outras:
I -falta cometida na defesa prerrogativa profissional religioso;
II - ausência de punição disciplinar anterior;
III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da FENACAB;
IV - prestação de relevantes serviços ao sacerdócio ou à causa pública.
Único Os antecedentes sacerdotais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por ele relevada, as
circunstanciais e as consequências da infração são considerados para fim da decisão.
a) sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e de outra sanção disciplinar;
b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicável.
Árt 38 é permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, 01 (um) ano após seu
cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento.
Art. 39 Fica impedido de exercer o sacerdócio ou os cargos previstos no Art.2, àqueles que forem
aplicadas as sanções disciplinares de suspensão ou exclusão.
§ lº - Aplica-se à prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de 03 (três) anos,
pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado por ofício ou a requerimento da parte
interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação;
§ 2º - A prescrição interrompe-se:
a) pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação válida feita diretamente ao
representado;
b) pela decisão condenatória recorrível ao Conselho Federal.
Capítulo VI
Dos Fins e da Organização
§ 1º - AFENACAB não mantém com órgão da administração pública qualquer vínculo funcional ou
hierárquico.
§ 4° - Os Conselhos Regionais serão representados por um conselheiro que terá jurisdição sobre os
respectivos territórios dos Estados membros;
§ 5 ° - A FENACAB por constituir serviço público, goza de imunidade tributária total em relação a
seus bens, rendas e serviços;
Art. 42 Compete a FENACAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribuições, preços de serviços e
multas.
Único Constitui título executivo extrajudicial a certidão passada pelo Conselho competente, relativo
a crédito previsto neste artigo.
Art 44 Os Presidentes do Conselho Federal e da FENACAB têm legitimidade para agir, judicial ou
extrajudicialmente, contra qualquer pessoa que infringir as disposições ou os fins desta lei.
Capítulo VII
Do Conselho Federal
II - 03 (três) representantes de cada etnia religiosa, sendo 2 (dois) efetivos e l (hum) suplente.
§ 2° - O voto é tomado por delegação, e não pode ser exercido nas matérias de interesse da unidade
que representa.
§ 1° Quando se reunir para realizar julgamentos, o Conselho Federal instala o Tribunal Federal de
Ética e Disciplina Litúrgica.
§ 2° - A intervenção referida no inciso VII deste artigo, depende de prévia aprovação por 2/3 (dois
terços) das delegações, garantido o amplo direito de defesa do Conselho Regional respectivo,
nomeando-se Diretoria provisória para o prazo que se fixar.
Art. 48 - A Diretoria do Conselho Federal é composta por: l (um) Presidente, l (um) Vice
Presidente, l (um) Secretário Geral, l (um) Secretário Geral Adjunto e l (um) Tesoureiro.
Capítulo VIII
Dos Conselhos Regionais
Art. 49 Os Conselhos Regionais serão compostos por l (hum) conselheiro e seu suplente, segundo
critério estabelecidos no Regimento Interno.
§2° - Quando presentes às sessões dos Conselhos Regionais. O Presidente do Conselho Federal e os
conselheiros têm direito a voz.
Art. 52 - A Diretoria dos Conselhos Regionais têm composição idêntica e atribuições equivalentes
às do Conselho Federal, na forma do Regimento Interno daquele no seu Território.
Capítulo IX
Das Eleições e dos Mandatos
Art. 53 A eleição dos membros de todos os Conselhos serão realizadas na segunda quinzena do mês
de novembro do último ano de mandato, mediante cédula única de votação direta dos sacerdotes e
dos cargos previstos no Art. 2, regularmente inscritos na FENACAB.
Art. 54 Consideram-se eleitos os candidatos integrantes da chapa que obtiver a maioria dos votos
válidos.
Art. 55 O mandato dos conselheiros será de 4 (quatro) anos, iniciando-se em primeiro de fevereiro
do ano seguinte ao da eleição.
Art. 57 A eleição da Diretoria do Conselho Federal, tomará posse no dia primeiro de janeiro e
obedecerá às seguintes regras:
Art. 58 Cabe recurso ao Conselho Federal de todas as decisões definitivas proferidas pelos
Conselhos Regionais, quando não tenham sido unânimes ou sendo unânimes, contrariem esta Lei,
decisão.do Conselho Federal ou a este Código de Ética e Disciplina Litúrgica, além dos
interessados o Presidente do Conselho Regional é legitimado a interpor o recurso referido neste
Artigo.
Art. 59 Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto quando tratarem de eleições dispostas no
Art. 53 e seguintes, de suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e Disciplina Litúrgica,
e de cancelamento da inscrição obtida com falsa prova.
Capítulo XI
Das Disposiçoes Gerais e Transitórias
Art. 61 Todos os prazos necessários à manifestação dos sacerdotes e demais cargos do Art. 2, nos
processos em geral do Conselho Federal, são de 15 (quinze) dias inclusive para interposição de
recursos.
§ 1° -Nos casos de comunicação por ofício reservado, ou de notificação pessoal, o prazo se conta a
partir do dia útil imediato ao da notificação do recebimento.
Art. 62 Cabe ao Conselho Federal e a FENACAB, editar este Código de Ética e Disciplina
Litúrgica, no prazo máximo de 6 (seis) meses, contados a partir da publicação desta Lei.
Art. 64. Não se aplicam aos que tenham assumido originalmente o cargo de Presidente do Conselho
Federal ou dos Conselhos Regionais, até a data da publicação desta lei, a cerca da composição,
desses Conselhos, ficando assegurado o pleno direito de voz e voto em suas sessões.
Art. 65 Aplicam-se às alterações previstas nesta Lei, quanto a mandatos, eleições, composições e
atribuições dos órgãos dos Conselhos, a partir do término do mandato dos atuais membros devendo
o Conselho Federal e os respectivos procedimentos de adaptação.
Único Os mandatos dos membros dos Conselhos, eleitos na primeira eleição sob a vigência desta
Lei, e na forma do Capítulo VII terão início logo após a publicação deste Código encerrando-se em
dezembro do quarto ano de mandato.
Art 67 A pauta dos julgamentos do Tribunal de Ética e Disciplina serão publicadas na imprensa
oficial e afixada no quadro de avisos gerais da sede do Conselho Federal e da FENACAB, com
antecedência de 15 (quinze) dias, devendo ser dada prioridade nos julgamentos para os interessados
que estiverem presentes e aos da Lei.
Art. 68 As regras deste Código de Ética e Disciplina Litúrgica obrigam igualmente os sacerdotes
e os cargos previstos no Art, 2, no que lhes forem aplicáveis.
Art. 69 Este código entre em vigor, em todo Território Nacional, na data de sua publicação,
cabendo aos Conselhos Federal e Regionais e a FENACAB, promoverem a sua ampla divulgação,
revogadas as disposições em contrário.
Art. 70 As etnias reconhecidas em todo território nacional e pela FENACAB,: são: Ketu, Igbo,
Jjesa, Nagô, Ifon que fazem iniciação para os Orisa; Bantu e Congo que fazem iniciação para os
Mukisi e Nkisi, e Jeje que faz iniciação para os Voduns; estas etnias só podem fazer iniciação para
as Entidades por elas reconhecidas, sendo vedado uma etnia iniciar ou dar obrigação em Entidades
de outra etnia.
Art. 71 Caboclos e boiadeiros são denominações de Umbanda, as etnias não; reconhecem tais
entidades, os mesmos não podem conceder cargos conforme os descritos no Art. 2.
Art. 72 Não serão liberados postos de sacerdotes por antecipação, ou seja, antes da obrigação de 7
(sete) anos de iniciação com cargo confirmado pela sabatina prevista no Art. 9.
Art. 73 Não existe iniciação errada, pois esta é uma herança das etnias, de onde o mesmo foi
iniciado.
Art. 74 Não existe iniciação com 2 (dois) Keles, que significa o compromisso do iniciado com a
Entidade, cada sacerdote tem a responsabilidade de identificar a entidade principal do iniciado.
Art. 76 Não existe o iniciado de nascença, pode-se cuidar do filho no ventre materno, a decisão da
iniciação ou não, só será dada após nascimento.
Art. 77 A obrigação com outro sacerdote só poderá ser realizada com o consentimento do sacerdote
que o iniciou ou da FENACAB.
Art. 78 Nos casos excepcionais como os "abikus", Entidades raras, ou cabeça problemática,
poderão ser iniciados, desde que sejam previamente preparados para tal fim, somente após 7 (sete)
anos de iniciado, poderão receber cargos conforme Art. 2, pois, existem situações aonde eles não
poderão ser iniciados e só o sacerdote pode determinar tal situação.
Art. 79 Existe um período de iniciação pré-determinado de resguardo que deve ser respeitado, no
mínimo 3 (três) e no máximo 12 (doze) meses.
Art. 80 As obrigações devem ter um intervalo de no mínimo 3 (três) meses de uma para outra.
Art. 81 Os cargos previstos no Art. 2, que não têm incorporação, se porventura vierem a ter
incorporação, devem passar por nova iniciação, realizar as obrigações necessárias e por já possuir
cargo, não podem ser sacerdote.
Art. 82 No caso de falecimento do sacerdote, o Templo tem que continuar, após o ritual fúnebre,
realizado por um sacerdote da mesma etnia do falecido, após l (hum) ano, o Conselho Federal
determinará através dos conselheiros responsáveis pela mesma etnia, a organizarem com os
iniciados do Templo a sucessão do sacerdote falecido.
Art. 83 Se o Sacerdote ficar acamado por motivos de doença incurável, deve determinar um
responsável ou futuro sucessor, para assumir a direção do Templo.
Art. 85 Os membros dispostos no Art. 2, não possuem os dogmas de um sacerdote, nem podem
herdar o Templo no processo sucessório.
Art. 86 Só têm o poder de realização dos dogmas de iniciação, realizar obrigações, conceder
cargos, casamento, batismo e ritual fúnebre os sacerdotes capacitados para tais fins.
Art. 87 Os membros de cargos conforme o Art. 2, não temo poder de realizares dogmas, exclusivos
dos sacerdotes capacitados.
Art. 88 São reconhecidos os cultos aos Orisas, Mukisi, Nkisi, Vodum e Encantados; aos
antepassados Egun, ao segredo do uso das folhas (Awo Ewe) e ao segredo da adivinhação (Awo Ifá
" Orumilá) todas estas sociedades e seus adeptos obrigadas a cumprirem o presente Código de
Ética e Disciplina Litúrgica.
Art. 89 A pessoa que aceitar passar pelo ritual de iniciação tem que realizar todos os dogmas da
etnia na qual está ingressando, ou seja, pintura ritualística e uso dos elementos necessários como:
kelê, contra egun, umbigueira, mokan, senzala, guizos, pena de ikodídé, banhos de preparação,
ebós, esteira, o enxoval necessário, o período de resguardo e o respeito a todos os seus mais velhos,
servindo de exemplo aos seus mais novos.
Art. 90 Os trajes típicos e ritualísticos são assim compostos: roupa à moda baiana, com panos de
cabeça, panos da costa, colares, fios de contas, pulseiras, figas, balangandãs; à moda africana,
kafitas, bubá, eketes, alakas, abada, fila, nguelés, entre outras.
Art. 91 O uso das palavras já reconhecidas como descarrego, espiritual, espiritualista e espírito,
são exclusivas da Religião Afro-Brasileira.
Art. 93 Os iniciados que deixarem o Templo e forem para outro, terão direito somente ao seu
assentamento.
Art. 94 - Determina-se que para a entrega de cargo de Maye, o mesmo só poderá ser concedido
após a obrigação de 7 (sete) anos de iniciado.
Art. 95 Fica veementemente proibido à confecção de imagens de Exu com chifres, pés de bode ou
outro animal, peitos desnudos, com fogo nos pés, com asas, com caixões ou outros símbolos que
possam associá-lo com o Diabo da religião Católica.
Art .96 Fica proibido colocar oferendas para as entidades nas matas, rios, cachoeiras, riachos, mar,
floresta, estradas, encruzilhadas com objetos degradáveis como: vidros, plásticos, acrílicos, barcos,
espelhos, porcelana, acender velas junto aos troncos das árvores, ou seja, quaisquer objetos que
possam ferir os outros irmãos de Religião, pois devemos preservar o meio ambiente.
FENACAB.
Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro
Presidente: Aristides Oliveira Mascarenhas (Gestão 2004/2008)
Vice-presidente: Marcos Antônio Penna
(Axé Ase)
(Axé Asé)
Programação Visual:
Bruno M aiky
(Ilustração de capa baseada em obra de Carybs)
Im pressão:
Gráfico Tiposet
F U N D A Ç Ã
A
lgradecimentos: