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Questão 1
Os princípios gerais são apenas, a meu ver, normas fundamentais ou generalíssimas do sistema,
as normas mais gerais. A palavra princípios leva a engano, tanto que é velha questão entre os
juristas se os princípios gerais são normas. Para mim, não há dúvida: os princípios gerais são
normas como todas as outras. E esta é também a tese sustentada por Crisafulli.
Norberto Bobbio. Teoria do ordenamento jurídico. Brasília: Ed. Polis/UnB, 1989, p. 158.
Tendo o texto acima como referência inicial, faça o que se pede a seguir.
1 À luz dos preceitos da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n.o
4.657/1942, com ementa dada pela Lei n.o 12.376/2010), explique a função desempenhada
pelos princípios gerais do direito no ordenamento jurídico. [valor: 5,00 pontos]
2 O caput do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, com redação dada pela Emenda
Constitucional n.o 19/1998, estabeleceu os princípios que regem a administração pública
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios. Identifique os referidos princípios e explique o conteúdo jurídico de cada um
deles. [valor: 15,00 pontos]
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com meios de solução das antinomias aparentes (critérios hierárquico, de especialização e
temporal) e meios de colmatação de lacunas.
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Por fim, o princípio da eficiência favorece o funcionamento mais eficiente
possível da administração pública. O patrimônio, assim como os serviços públicos, são bens
públicos e de usufruto coletivo. Cabe, assim, aos administradores da coisa pública zelar pela
gestão mais eficiente possível deles. A eficiência também tem sido favorecida
recentemente por novas normas relativas a contratação e manutenção de pessoal, e de
aquisição de bens e serviços privados.
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com interesses particulares. Com isso, busca-se evitar a privatização e o corrompimento
da esfera pública e garantir que esta se volte ao interesse de toda a coletividade.
Por sua vez, em sede positiva, resta claro que a Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro (Decreto-Lei nº4.657/1942) (“LINDB”), acolheu os postulados básicos de
ambos os acadêmicos mencionados. Isso torna-se evidente pois,no sistema jurídico
brasileiro, princípios gerais do direito possuem notória função de colmatação do
ordenamento pátrio. Conforme ensina Andre de Carvalho Ramos, preceitos normativos
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básicos e históricos, a exemplo do respeito à coisa julgada e a proibição de auferir vantagens
a partir da própria torpeza, não são capazes de criar novas normas gerais e abstratas, mas
orientam o julgador e o intérprete quanto à melhor solução ao caso concreto quando da
ausência de preceitos normativos que disciplinam a situação especificamente considerada.
Isso, segundo o mesmo acadêmico, contrapõe-se, a título de exemplificação, ao papel dos
princípios gerais de direito em âmbito internacional, já que, nesse âmbito, em oposição,
conforme o artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, princípios geraise
direito são fontes aptas a criar normas jurídicas.
Resta a breve menção de que, ao lado desses princípios explícitos, costuma elenvar
a doutrina administrativa outros princípios implícitos, como a “continuidade do serviço
público”, a “supremacia do interesse público”, a “essencialidade dos serviços públicos” e,
também, a “proporcionalidade” e a “razoabilidade da atuação administrativa.
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de maior abstração e generalidade, a aplicação de princípios exige do hermeneuta um
exercício de ponderação, quando diante de um caso concreto.
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Pior Resposta – 6/20
Os princípios gerais do direito visam colmatar eventuais lacunas do ordenamento
jurídico que poderiam prejudicar o julgamento de determinados casos, além de auxiliar o
processo jurídico (caso de princípios como in dubio pro reo e res julgata, que terminaram
por ser incorporados aos princípios gerais de Direito Internacional).
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