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CASTAS, ESTAMENTOS
E CLASSES SOCIAIS
Introdução ao pensamento
sociológico de Marx e Weber
3ª edição revista
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HitJnó'.Sedi.
H613c CJSIJS, eSlamCntOs e.t't~s'ses's'óCia'is-'::':' i'nlrõâ'ü'çio'"
ao pensamento sociológico dc Marx e Weber /
Hirano. Sedi. - 3~ cd. - CJmpinas, SP: Editora 'da
UNtC."". 2002. .
•.. ..1- _ Nenhuma parte desta publicação pode ser gravada, armazenada em
-"~Sistemae1etiónicõ,-fotoco~plãdã~
reproduzida por meios mecânico-;Õ;-
outros quaisquer sem autorização prévia do editor .
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CAPíTULO 3
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\""'LASSES SOCIAIS: DA MONARQUIA
, .
ABSOLUTA AO CAPITALISMO MODERNO
JOI
-J)
103
.,
104
se econômico claro" e, apenas, os elementos ligados à existên-
cia do mercado "criam" classe. As ações e relações sociais no
mercado de trabalho, no mercado de produtos ena empresa
capitalista determinam a situação de classe do trabalhador e
do empresário. Finalmente, deve--seacrescentar que Weber
distingue as três ordens: econômica, social e jurídica. Esta
última influencia diretamente a distribuiçao do poder, tanto
a que emanado poder econômico quanto a de qualquer
outro (poder esta mental ou, ainda, daquele poder que emer-
ge em conseqÍiência dos rituais religiosos próprios da forma-
ção soCial de~astas). Cbnseqüentemente, Weber define a or-
delD.soc/al, já vimos, como "a forma' em que se distribui a
'honra' social dentro de uma ,comunidade entre os grupos
típicos". Por outro lado, a ordem econômica é apenas "a
maneira pela qual os bens e serviços econômicos são distri-
buídos e utilizados". Obviamente, "a ordem jurídica é con-
dicionada em alto grau peia ordem econômica", repercu-
tindo por sua vez nesta última. Finalmente, â ordem jurídic1
é antes um f:,tor que "pode garantir tanto o poder como a
existência da honra", não sendo a causa primeira mas so-
mente um suplemento que aum~nta as p;'Jhabilidades de
sua posse, nem sempre assegurando-a (a pàsse do poder ou
as probabilidades de sua posse nas ordens econômicas e
social)? Estas distinções permitem afirmar "q.ue as 'dasse.~'
têm seu lugar genuíno (em termos de probabilidade) na
ordem econômic1 e os estamentos, na ordem social, ou seja,
na e~fera d~ repartição da honra; influindo sobre a ordem ,-
jurídica e sendo afetadas por elas; os 'partidos' se movem,
primariamente, dentro ela esfera do poder".8 Para os nossos
propósitos, basta enfatizar que a honra e a ordem social
tipificam, esquematicamente, os estamentos, os interesses
econômicos claramente ligados ao mercado; ou seja, a or-
105
dem ecofl(Jmica;.tipificam as classeS.Antes de finalizar, resta
. mencionar' quantas são as classes para Weber, e quais os cri- .
.tériosque diferenciam uma classe de outra, e ainda, no con-
junto, salientar aS classes médias.9.
Nos pressupostos que distinguem a classe, Weber
enumerou três caracteríSticas que já citamos: a) determina-
dos grupo,', de pessoas possuemein comum Um compo-
nentecausal específico em suas oportunidades de vida; b)
esse componente é representado exdusivamente pelos interes-
ses econômicos da posse de bens e oportunidades de rend,1;
c) é representado sob as condições dos mercados de pro-
dutos e de trabalbo. 'Nesta enumeração, o elemento que
insere grupos de pessOas numJ ou noutra classe são a poss~
de bens e opo~tunidades determinadas pelo mercado. Em
outras palavras, as distinções ou os 'limites' de uma classe
ocorrem no âmbito da distribuição, e as classes S30 três:
classe proprietária,. c:lasse'lucrativa e classe social. Na pri-
meirJ, a situação de classe é determinada pelas diferenças
na posse de pmpriedades; na segunda, ~ classe lucrativa, é
determinada pela probabilidade de valorização de. bens e
serviços 'no mercado; e,finalmente, ã I.-LiSSe soâJI, pela
"totalidade daquelas situações de classe entre as quais um
intercâmbio, a) pessoal b) na sucessão das gerações, é fácil
e pode ocorrer .de, umrpodo típico".1O Logo em seguida,
Weber afim~a: .. '. ' '. .' ' .
.' .
A pa~tir destas três categorias de classe po-
dem surgir processos de [...] (associação de
. classe). Porém, não é necessário que isto ocor-
ra; situações de classe e classe somente indi-
. cam, em si, o fato de situações típicas de in-
teresses Íguais (ou semelhantes), nos quais.
se encontra o indivíduo junto com os ou-
106.
. tros. o poder de disposição sobre as distin-
. tas espécies de bens deconsúmo. meios de
produção, .pàtrimônio, ineiàs lucrativos e
serviçoscôhstitui. em teoria, em cada caso,
. uma situação de classe particular; porém,
unicamente os carentes de propriedades e
.totalmente sem "qualificação", obrigados a
ganhar sua vida por seu trabalho em ocu-
pações inconstantes, formam uma classe
• ••••••••
homogênea.
• ••••••••••••••••• o ••••••••••••••••• ~ •••••••••••••••••••••
108
..
-, \-
109
,
.. ,
, os cmpresários."a) comefçi~D.te~,b)ªrmª:
dores, c) industriais, d) agrícolàs, e) bànqúei-
ros e financistas ~ e, em determina'das
circunstâQ<:~a.s,'f) "profissionais liberais"
com capacidades ou formação de valor prefe-
rencial (advogados, médicos, arti~~~s),g) os
trabalhadores com qualidades mono-
polísticas (próprias ou adquiridas).
110
..
112
'.
113
positivamente privilegi'ilda, temos os empresários (indus-
. triais, comerciais, financeiros, agrícolas etc.);b) na classe lu- .
crativa negativamente.privilegiada, encontramos trabaiha- .
dores de qualificação diversa; c) na classeproprietária posi- ..
tivarhente privilegiada entram os rentistas ou os proprie- .
. tátios (de servos, escravos, terras, minas, instalações de tra- .
\
balhoe instrumentos etc.); d) por fim, nas classes proprietá-
rias negativamente privilegiadas, encontramos os servos,
çf~çJ:!JJ.~$,_d~edorese pobres. Acrescente-se que estas últi-
mas se referem praticamente à fase do protocapitalismo, ou
seja, ao período cronológico precedente ao capitalismo mo- .
derno.22 E, mais ainda; há uma conexão, porém nãoneces-
sária; entre capitalismo comercial e classesproprietárias e a .
sociedadeeSlameDta/;-Eisa afirmação de Weber: "Os
. estamentos, devido ao seu centro de gravidade, se formam
freqüentemente por classes de propriedade". Concluímos
daí que a classe proprietária é ;:. que conserva em maior
grau as características da sociedade estamentaJ, tais como a
marca de convcllciànal, "ordenada pelas regras de estilo de
vida, elaboral1'do desse modo as Condições de consumo
economicam::nte irracionai:; e impedindo a constituiç3.o
do mercado livre pela apropriaç5.o monopolística e pela
eliminação da livre disposição sobre a 'própria capacidade
aquisitiva".23 Esta é; :em parte, uma das características do
capitalismo mercantilista ou monopolista (ver capítlllo lI,
parte referente. a Weber - 'onde discutimos estamen to e'
o~ganizâção econôrnica, patrimonialismo e a peculiaridade
geral de sua administração).
Esta reiteraçãótorn6u-se necessária para o esclare--
cimento do Conceito de 'classe ~ocial em Weber, na medida
em qüe, na definição, este autor ressalta três componentes
típicos: situação de classe - determinada pela situação no
114
..
' .. ..
115
..
116
..
l
i:
ção é cada vez mais restrita. O mais f~cil na .
série de gerações é a ascensão de a (prole-
...
tariado) como deb (pequ.ena hurguesia)à
classe social c (/ntelligentzia e esp~cialistas
profissionais). . .
117
l
, Na parte referente à análise dos estamentos, Weber
, realiza a seguintesíritese comparativa: "Uma ~odedadecha-
. ma-se estamental quando sua' articulação social se realiza
preferencialmente segundo estamentos, e c/assista quando
sua articulação se realiza preferencialmente segundo classes"
(até aqui, a colocação weberiália é indiscutível, simplesmen te
porque é tautológica). Porém; logo em, seguida; completa:
"A mais próxima ao 'estamento' entre as 'classes' é a 'so-
cial' e a mais' distante,a'lucrativa'.Osestamentos, devido
ao seu centro de gravidade, formam-se freqüentemente por
i
classes~e propriedade ':27 Em termos de ocorrência de even-
tos sociais,' a 'articulação probabilística por aproximação
entre os tipos ideais dasseproprietária c estamentose entre
séries ideais (no nível lógico-formal) e sérieiieaiS{ri6 riível
empírico ou da manifestação fenomênica) é logicamente
admissível e, por ,conseguinte, também é válida a relação
inversa,por distancÍ<!mento, entre classelucrativa e est<imento.
O que é qiscutivel é aidação de aproximação entre e.stamen-
to e classe social, pela falta de suporte teórico desta última,
Ou seja, isso equi~;~i~~admitir que o proletariado (uma'
Catego~iãda classe social, pois os operários têl1iqualificações
diver~as)em seu' cOl;tiunto,de uma forma ou de outra, recla-
me de modo ~fetivo "UIna consideração estamental exclu-
siva" de honra social ou "um monopólio exdusivo de cará-
ter estamentar'.28
.
Se issoocor~esseJ
....
ós conceitos
'.
de classe
sOCÍ'al, e ,estamento perderiam as suas características singu-
lares e'~eriamconceitos homólogos. b~tode outro modo, o
proletariado preténde, de forma típica e efetiva, uma consi-
deração de honra social, ou estima social, devido ao seu
modo de vida, advinda 'da educação formal ou de um tipo
de prestígio 'he;editário ou profissional, que o definiria den-
tro de uma situação estamentaJ típica.29 Em parte, esta apro-
118
rf
1
.~
ximação teria alguma probabilidade de se tomar efetiva se
retivéssemos algumas características do comportamento
pequena. burguesia proprietária, de artesãos. e de cbnlerci~n-
da
:.;
':. .
tes, daintelJigcntzia e da classe dos proprietários e dos privi-
. legiados pela educação. Eni suma, o que torna esta com-
preensão da realidade por aproximação dos tipos ideais reti-
.cente e discutível é a própria detinição de Weber de clas~e
social: determinada pela situação de classe (ou seja, situação
!1?1?~~~~~<:>~_~<:>9ual a relação social é abstrata, formal ese
re(l.liza pela compensação. de interesses objetivando. fins, :io
contrário da situação estamental que é concreta, informal e
tem por finalidade a apropriação de honra social e estima -
prestígio social). Se aquela aproximação - estamento e classe
social- é válida também oéada
, ••••••• _•••••••
classe lucrativa com o
_•••.•••• o.. •• •
estamento.
De acordo com Florestan Fernandes, concluindo, a
sociologia wcbcriana não oferece "condições de ajustamento
intelectual do sujeito investigador à análise de fenômenos
dinâmicos em que a unidade investigada seja um sistema
social determinado que se transforma como um todo".JO
Para \Yfcber, há uma relativa independência entre 3. ordem
social e a econômica e, ao mesmo tempo, em certas circuns-
tâncias, ambas podem ser complementadas pela ordem jurí-
dica, selO. que uma tenha precedência sobre as demais. As.
três ordens - econômica, social e jurídica - não estão neces-
sariamente articuladas como um todo. A geratriz da forma
social esta~ental é sempre, para Weber, a honra social, en-
quanto a forma social de classes tem por pressuposto básico
a ordem econômica.
Portanto, para cada forma social, temos um deter-
minante básico. Ademais, numa dada sociedade podem coe-
xistir tanto a forma dê castas, de estamentos, quanto a de
119
"
, ' .
classes; independentemente da ordem cronológica. Obser-
vc-se que a nãexontemporaneidade ocorre no nível dos
conceitos típiCo ideais; ao contrário das inst~ncias empífícas,
que são históricas por "natureza". Esta historicidade não, é
possível de ser captada a não ser ex post factuni, a partir
dos valores
. culturais
. -. e das tendências dominantes
.. . em uma
.
, 120
I'
ricas. Em primeiro lugar, não há em Marx um estudo siste-
mático, teoricamente desenvolvido, daquilo que se poderia
entender 'porclassessbdais.31 Em segundo lugar,. asrefe-
rências encontradas em suas obras são esparsas, muitas ve~
zes por demais genéricas, outras vezes altamente abstratas
e, às vezes, têm a marca de suas especificidades. históricas,
com significação restritae historicamente determinada por.
uma dada formação socia1.32 .. . ...
121
.'
122
."-
"
f
~
H
"
"
Estes passos de investigação científica, delimitados
por Marx, mereceram restrição de Adorno, que afirma: "Num
"
',i.
pensador dialbtico como Marx, senti~os o" eco da divisão
"em estática e dinâmica". Prossegue Adorno: "
5
trabalho livre é escravidão dosalário.J
123
,
124
..
Sintetizando, arremata:. .
................ -
Para
:.,( .- •....
-...
resumir:
.
todos os estádios da produção
..... tem caracteres comuns que o pensamento
fixa como determinações gerais, porém as
chamadas condições ge:-ais de toda pro-
dução nada mais são que êsses mementos
abstratos, que não permitem compreen-
der nenhum nível histórico concreto da
produção.J7
T"" '-," ••
estas proposlI;oes teoncas, essenCiaiS no peusamc:n-
to de Marx, evidenciam que sua metodologia não se resu-
me, em sua significação interna e contextual, numa sim-
ples divisão de caráter classificatório, em estática e dinâ-
mica, como AdS)fno parece sl~gerir.Parecem-nos,mais, "ecos
residuais" de uma linguagem em voga ao tempo em que
escrevia do que um referencial integrante de sua metodologia
e teoria do conhecimento. Pois que, como se evidenciou
nas diversas passagens citadas, tanto de estudos crÍtico-filo-
sóficos quanto de estudos crítico-políticos, bem como de
seus estudos crítico-econômicos, o referencial básico de Marx
é sempre a produção social de uma dada sociedade, histori-
125
camente determinada; e as categorias expliçativas são sem-
pre categorias históriças e transitórias, assim como o é uma
dada formação s.ocia!.Na "Introdução" d~obr~ Elementos
fundamentales para /,7 crítica de la economÍa política, Marx
faz restrições às formulações de Stuart MilI exatamente
pela sua aMistoricídade e imutabilidade,' o que, segundo
ele, justificaria neste autor a perenidade das "relaçõ~s bur-
guesas", que seriam regidas por "leis naturais e imutáveis
da sociedade em abstrato". Esta crítica não objetiva a incor-
poração posterior do que é criticado,integrando-o em sua
teoria ou metodologia. Ao contrário, a-crítica tem a finali-
daded.e.eSçOimar
.
nestas
.
e noutras formulações a mera abs-.
.tração, que paira apenas no nível da abstração, sem uma
adequada. confrontação com os Jatos ~traídos da realidade
social historicamen te referida.
A propósito, Marx considera "as chamadas condi~
ções geraÍç de: toda produção" apenas "esses momentos
abstratos que 11ão permitem compreender nenhum nível
histórico concreto da produção". Esta formulação dissipa
qualquer eto de divisão dicotômica da realidade ~m está~
tica e dinâmica, \lma vez que sendo "as condiçõe.~ gerais"
mera abstração ou momentos abstratos, estas.não são aspec-
tos da realidade em movimento, mas uma fase do projeto de
investigação,'uma formulação preliminar do investigador,
uma categoria-instrumento em que se ordenam prévia e siste-
• maticamente os compo~entes do modelp. teórico em seus
diversosJÍíveis de abstração. Ou seja; a produção social pres-
supõe uma organização social, uma determinada divisão do
trabalho, uma determinada relação social de produção e,
portanto, de cooperação, formas de propriedade e apropriação
do trabalho e' dos instrumentos de produção, uma deter-
minàda vinculação do. trabalhador à terra ou em relação à.
propriedade e aos instrumentos de produção etc. Estes e
126
. ~
!
I
outros elementos componentes são os referenciais do mode-
lo teórico denominado modo de produção e são as condi-
ções gerais da prodtiç~o s6cial, que Marx indic~ como as
determinações comuns perten~entes a todas as épocas. As
determinações comuns ou gerais são, portanto, os elementos
. que, pela abstração, .0. pensamento ordena e articula com o
.todo, c a chave c:;trutura! deste projeto abstrato de estudo é a
produção social em geral, como um momento de conhe-
cimento que se completa quando se articula com as deter-
minações
.'
espeCificas"deúmãdãdãformação social
.
histori-
camente determinada. E todas as formações sociais são histó-
f.Í<::a.s
e transitórias, o mesmo ocorrendo com as categorias
que as explicam, e estas não se ordenam em segmentos está-
ticos e dinâmicos.38 ......0
Prosseguindo a comparação:
129
' ..
130
..
131
"
133
c1~ss.e,não como classe, s~não como repre-
sentante de toda a sociedáde, como toda a
rriassa da s~ci~da:de,ant~ a única classe, a
classe dominante. E pode fazê-Ioporque, nos
primórdios, seu interesse. se harmoniza re-
. almente com b interesse comum. de todas
. as demais classes não dominantes que, sob
a opressão das relações existentes, não pode
se deseilVolver ainda como o interesse espe-
cífico deuma classe especial.42
134
numa guerra ininterru pta, ora aberta, ora
dissimulada; uma guerra que terminou, sem-_
j:>re, seja _po~ uma transformaçãorevolu~ -
éionária de toda sociedade, seja pela destrui-
ção das duas classes em luta.43
135
l
..,.
136
no prefácio redigido em 23 de junho de 1869,45 Marx.
alertava para os perigos da generalização e acrescentava:
~.' .'
140
nio do capital, que resulta no surgimento de uma condição
comum etc.49
. Nesta sUcessão das multiplas determinações que.
conduz, a partir do movimento do pensamento, à apreensão
das determinações específicas do objeto do conhecimentQ;
por via de detemúnações gerais, há um processo de conhe-
cimento que fixa tanto ;l unidade quanto a diversidade, na
forma de uma totalidade que sintetiza estas múltiplas de- ..
terminações. De determinação em determinação, o concre- ..
to~aparenteou'o'Teal-abstrató, vazio de determinações ..
espeCíficas, de. objeto do conhecÍmento se transforma em ...
conhecimento, o "real sintético". Em vista disso, caracterizar
as classes somente tendo por suposto as determiriaçôes c~
muns é ainda permanecer na abstração. Na citação que se
. x ..r............ . . I -
segue, 1Y1arxpercorremmsl:lm camm 10 para a apreensao.
é1dequada do objeto de conhecimento, ou seja, acrescentan-
do novas dimensões quanto à formação da burguesia:
14 1
Esta colocação de Marx, articulada a uma outra .
.. •..passagemquéjácitamos quando tratamos do estartlent~ .
.delimita mais ainda a sua concepção de que a classe é urna
. determinação de uma d~da formação social, num dado-
momento histórico e num dado tipo de produção social: :
143
nada mais que sua força de trabalho, e a classe capitalista,
'monopolizad6ia tanto dos meios dé prodUção como do
dinheiro". Nesta depuração~ o real é apropriado pelo pen-
samento escoimado de' todas as características' residuais, e
o "concreto-sintético" essencial do'modode produção capi-
talista, em termos de grupos básicos de oposição, são as
duas classes, ;) cbssc olJcrária e a classe capitalista. Sigamos
o seu raciocínio teórico:'
"
145
,"
';'j
,
\
146
grada.. ~cções, setores, pequena burguesia etc.54Além disso,
.. . as classes sociais são. focalizadas em suas' detetminações
. . . . .
específicas e particulares •.referidas às situações e condições
de umadeterminadà realidade histórica (conjuntural)~ Com-.
paremos a França e a Alemanha.
Segundo Raymond Aron.
147
. '.
. .
1A o
,
); ":oi':' •
150
tocracia fundiária, mobiliária e nobiliárquica, que não
produziam valores de troca (mercadorias), a grande bur-
guesia industrial e comercial, obviamente, e por fim o alto
clero. Em As lutas de classes na França esclarece-nos o
segUinte:
152
..'. ~
. .
tão, eles se constituem em classe. Estes atributos (não so-
.. mente da classe dos pequenos proprietários, mas da dasse .. :
153
. e) em separação determina a divisão em dois
.grupósSOCÍ2li fund.ani.entais: capitalistas (prop'rietáilos do
capital-<iinhe::::; e dos instrumentos de produção) e operá-
rios (propi-itti.rÍÜs 6 [orça de trabalho);
t)e-:-. ttTmos sintéticos é uma oposição entre o
salário e o CG~:t2I,mas esta oposição não é uma oposição
abmata; 30 '/,:urárj(), o salário é o preço que o capitalist~
paga pela par:t da força de trabalho adquirida no mercado,
cujo valor t t;;:-:,? determinação do movimento da reprodu-
ção social dt;:2 força de trabalho, ist~ é, "o valor dos arti-'
gos de pnmúra necessidade exigidos para produzir, dese.l~~
volver, malHe e perpetuar a força de trabalho";63
. g) nt~;e sentido é uma oposição entre o trabalho e
o capital, cujG.;condições objetivas são: pelo lado do capi-
tal, a lura pelG.perperuação deste sistema de trabalho assala- .
riado, e, pelo :b tralnlho, a luta pela sua abólição;64
.' h)éneSlt contexto que se coloca o problema da .
luta de dami C~lP.o uma iut~ política -- e a luta política
pressupõe a CGnsciéncia das condições objetivas da própria
classe, das Outras classes e da sociedade como uma totali-
dade a;ticulac3;
j) é uma deten11lnação da prátIca social histonca-
mente definida, oU seja, a consciência de classe é um pro-
duto prático-rcal determinado pela produção social;
j) a proc1uçã'o, por outro lado, é uma determit1a-
çao as re Iações homem-natureza
- d e homem-homem 65 em
suas múltiplas relações dialéticas de prodUção e reprodu~
ção social: estas definem os elementos constitutivos das
condições de vida, as condições comuns a. determinados
grupos sociais: "idênticas condições, idênticas antíteses e
idênticos interesses necessariamente" (determinam) idênti-
cos Costumes, cultura e modo de vida;
1';11
.'
15'5
to consciente. Esta consciência gregária ou
tribal se desenvolve ese refinà posterior" .
. mente, ao aumentar J produção, ao CreSCe"
rem as necessidades t ao se multiplicar a po-.
pulação, que é o fator sobre o qual se ba-
seiam asdúas anteriores (consciência natu-
ral- relação homem-natllfez:l - econs-
ciência social - relação homem-homem).
Qe.~te.mºQºsedçsenYolve a divisão do tra-
balho, que originariamente não passava da
divisão do trabalho no ato sexual e, mais
tarde, de uma divisão do trabalho intro-
duzida de um. modo "natural" em estrita
correspol1c1~9cia.com .()scJote.~Dsi<::()~(por
..exemplo, a força corpotal);asüecessidades,
as coincidências fortuitas elc. etc. A divisão
do tr:lbillho apenas se converte em verda-
deira divisão a partir do momento em que
se separa 6 trabalho fisico do in telectual.66
1~7
..
'''1
:~~!
.~"t
deve ser imediatamente vertido nos moldes
.jurídicos~Porque ao caráter mais frouxo da'
coação econômica na sociedade corresponde .
uma função - tanto objetiva comosubje-
tivamente diferençada da que lhe é dada no
capitalismo - das forinas jurídicas e estatais,
que constituem, aqui, as estratificações em
estamentos, em privilégios etc.70
gQ
,.
159
por constinlir-se, até então, de individualidades discretas e
dispersas;... .... . ....
. Em suma, o processo que implica conjuntamente
. desalienaçã~ do estado de natureza e alienação na socieda~
deéum processo histórico. Ou seja, os homens ao satisfa-
.zerem suas necessidades vitais, criam novas necessidades, e
estas são necessidades produZidas socialmente; Este pro..
cesso conduz do homem a!ienadono estado de natureza
ao homem alienado na produção social. O processo de
désalienação do estado de natureza conduz à alienação social-
mente produzida. Em outras palavras, o processo de alie-
.....nação-na
.
turaJ.desalienação-da-
.'
natureza-alienação-na-socie-
.' .
160
se defrontam diretamente, ligadas e transmitidas pelo
.passado".72.
Linhas atrás, citamos uma afirmação de Marx: "A
consciênciaê,em princípio, um produto social e seguirá
sendo enquanto existirem seres humanos", eê, sobretudo, a
"consciência do mundo imediato e sensível", que os rodeia,
como "nexos limitados com outras pessoas e coisas, fora do
indivíduo consciente de si próprio". Nesse sentido, os
estamentossãoreificações das relações sociais em relações
naturais: .são produtos da ideologia dominante. A divisão
dos homens em escalashierárquicas juridicamente limitadas
aparece para a consciência dos indivíduos como relações
"impostas pela natureza" e nãó como dispostas pelos lio-
mens,73 isto é,eomo produto.dasrelações sociais de pro-
dução de um determinado modo de produção. O resultado
da codificação da representação ideol6gica do grtlpo domi-
nante em forma jurídica privilegia,. dá primazia às regras
tlxas. como critério de todas as coisas e, também, obvia-
mente, dd posição e honra sociais. A essência da transfor-
mação social não é simples negação da superestrutura jurí-
dica, política e ideológica; a essência da revolução social é a
negação da produção social que a mantém, é a emergência àe
novas condições que vão dar origem a novas representações
de homens determinados. Estes aspectos foram yistos quando
da análise das castas e dos estamentos; Marx se referia ao
regime de .castas como "um tipo determinado de regime
. hiedrquico e [ajas privilégios'como "inconvenientes da
divisão do trabalho em geral, da divisão do trabalho como
categoria", e, posteriormente, afirmava que, sob "o regime
patriarcal, sob o regime de castas sob o regime feudai-
corporativo, existia divisão do trabalho na sociedade como
um todo, segundo regrasfixas'. Em seguida, indagava: "Estas
161
regras (leis) eram estabelecidas p()r um legislador? De fOI.'-
ma nenhuma. Elas nasciam, originariamente; das co'ndiç~
. da produção material, somente mais tarde se e~tabeleciam
como leis". Por [nu, concluíà:
1 (,1
<',.
E acrescenta:
163
dentre as quais há llma que domina sobre.
todas as demais.75
165
..
k" .....
, ~. .
•" ~i- .'
167
moralistas, religiosos" são os ideólogos.79 Daí a necessidade
de "uma ação política geral",s° que cóntésteas condições
objetivas de vida como detem1inação do modo de produção -
capitalista, e isto só será possível coma apropriação do po-
der político pelo proletariado, sendo aquele a arma de domi- -
nação deste que setransforma em instrumento de sua liberta- _
ção. É o que pressupõe Marx nesta frase: ''Toda luta de clas-
ses é uma luta política"Y Por outro lado, no campo da luta
econôn1ica "o capital é _a parte maÍsfOrÚ?':82--.
Os elementos básicos que Marx considera consti-
tutivos das c!assesSQcÍais, desenvolvidos em suas obras de
juventude - A ideologia alemã, Miséria da filosofia,
- --
incluindo também o M,wi/Csto comunista-são , reiterados
. . .. _,
nos estudos posteriores. NaCSÚica do programa de Goth~,
ressalta-se a olganização de classe: "Naturalmente, a classe
operária, para poder lutar, tem que se organizar como clas-
se em seu próprio país, já que este é () campo imediato de
suas lutas. Neste smtido, sua luta de classe é nacional, não
por seu conteúdo; mas por suaforma, como se afirmou no
Manifesto comunista".S3 Este ponto de vista também ficou
realçado na carta de lvfJ.rx ú L. Kug,elmann. escrita em outu-
bro de 1866. No Congré'sso de Genebra, diz Marx,
1Ml
de abril de 1871, está implícito que a luta da classe operária
contra a classe .capitalistaeigualmerite uma luta contra o
Estado; pois "este representa os interesses' da classe' domi-
nante. ca pi talista. 85.
Em continuação, citamos a carta de Marx a F.
Bolte, de novembro de. 1871, onde afirmava que
169
,.
170
De tadas as classes que haje se enfrentam cam
a burguesia, samente o.proletariado é uma
classe..verdadeiramente reval~cionáfja. As
demais vão. se degenerando. e desaparecem
com o desenvolvimento. da grande indústria;
.. o proletariado, por outro lado, éseu produto
. mais pecuiiar.
Prossegue M~rx:
171
tender aquelas referências. são mais consetltâneas em rel; ..
ção às "velhas. classe.s inéclias"; que Marx. enumerava:. ôs .
pequenos proprietários agrícolas, pequenos artesãos um.
nos e certas categorias de profissionais autônomos típicos.
em determinadas fases de desenvolvimento da sociedade
capitalista. As "novas classes médias" são produtos típiem
da grande indústria e, quanto a estas, Marx faz referências
explícitas em O capital, quando ar'falisa opapel<:l.q<l:<:l.~
90
nistrador, do gerente e do supervisor.
Qlanto à segunda observação, referente à atuaçâó
s
de membros destas camadas intermediárias como ideólogo
revolucionários, o que depreendemos de Marx é que aio
se trata destas como um todo, nuS deJr.ações das classes
médias: "Do mesmo modo que, outrora, uma parte da
nobreza se passou para a burguesia, em nosSOSdias uma
P:ll tP. da burguesia se P;lSSZ1 para o proletariado, especial-
mente a parte dos ideó\ogos pequellO-burgueses que cheg<i-
ram à compreensão teórica do movimento histórico em
seu conjunto".9i Esta interpretação se referêmais à peque-
na burguesia do que à grande burguesia, distinção esta que
M:l!"C': fo::aliza emEi{)~;:l de A ideologia alemã. Acrescente-
mO$ ainda que, quando da ascensão da burguesia ao poder,
esta fração de classe atuOU como ideóloga da classe domi-
nante, como já observava Marx: "no seio da classe dominan-
te", com "a divis~o do trabalho físico e intelectual", "uma
parte desta classe se revela como a que dá seus pensadores
(os ideólogos conceptivos ativos da citada classe que fazem
do criar a ilusão desta classe sobre si mesma seu meio de
vida fundamentalY'.92
Em suma, a consciência de classe é uma consciên-
cia histórica. A sua manifestação é um produto histórico-
social determinado, e os sujeitos que a manifestam são
. sujeitos concretos que cQnseguem apreender teqricélmente,.
como uma totalidade, O' movimento d(\sociedade,'<:om
, seus conflitos e tensões. Esta prppriedade de compreensão'
riãoé um inOribpólio exclusivo da classê proletária; po-
..dem-na adquirir tanto a burguesia quanto as camadas mé-
dias. Ein períodos históricos determinados, a proeminên-
cia destaconsciêncÍa constitutiva da visão e da compreen-
são históricQ-prospectivas ocorre de uma forma cabal com
a classe burguesa; pot'outrolado;-as'potencialidades revo-
lucionárias da classe proletária podem se efetivar em con-
junturas e circunstâncias historicamente dadas. Em outras
palav~~s,'a produção da consciência social ou de, classe é
produção social de consciêQçia.,J históri.çª~~tIªns.it.Qüa,
sendo a verdadeira consciênóa, ciência dal'iistória, e a falsa
consciência, ideologia.
.' .
173
'," ,,'
i
i
NOTAS
I
iI..
, .
8 Idem, op. cit., p. 693. Deve-se obserVar que no espanhol não fica .
claro:. 1) se a ordem econômica e a ordem social ~ que influem
sobre a ordem jurídic~, o~
se é apenas ~ repartiçãO da honra
. que a influencia; 2). se a ordem jurídica influencia a ordem
social ou a repartição da honra. Parece-nos queo mais certo é .
que as ordens social e econômica influern sobre a ordem jurídi-
ca.. Se assim for, a ordem jurídica, poi sua. vez, influencia a
orde~11 cwnâmica e so~iai, emb~ra, em
espanhol, ~steja no
singula~: "por el". Co~o "~rdem" e "hoiua" são masculino~ .
em espanhol, não se fica sabendo sobre o que reafmente influi
a ordem jurídica. Se sobre ambas as ordens, então seria afêtadas,
no plural, e não' no singular. Optamos pelo plural afetad,1S.
9 Segundo Julien Freund, as explicações que dizem respeito às
classes sociais são sumárias e inacabadas Oulien Freund, Soci-
%gia de Max \X0ber, 1970, p. 128).
10 Weber, EconomÍa y sociedad, vaI. I, p. 242 (grifos nossos). Na
obra de Julien Freund, a terminologia e a caracterização são
dúbias, se n20 vejamos: "Weber'distillguetrês.tipos de classe: a
ciflSSe possuÍdora, caracrerizada pela posse de um monop6lio;
<1 cJ:1SS~produtiva, cujo lugar comum é a vo'ntade de emp! een-
der nos diferentes setores do comércio,. da inJústriaou da
agricultura, e enfim, a classe social, cujo critério repousa mais
no lugar hierárquico ocupado no seio da sociedade (classe
uperá';', classes médi:l$ etc.)" Ouli~n Freund, op. cit., p. 128,
grifas nossos). Esta terminologia, com a exClusão da última,
não corresponde à de Weber e é, além do mais, coníusa não
somente quanto à escolha dos termos, mas também quanto ao .'
conteúd~ do conceito. .
11 Idem, op.cit., p.242.
.' .
12 Idem, op. cit., pp. 242-43.
I) Idem, op.cit., p. 243.
14 Ibidem.' Ressalte-se que a categoria déc1assés (proletariJ) é com-
posta por não-proprietários de terras, como fica delineado
logo adiante, quando Weber compara dicotomicamente "pro-
prietários de terras e déc1assés"~ ".
15
Ic1em, op. •. Clt., I oe. Clt.
.
17,
'"
171:.
tam pelas probabilidades do mercado. E a empresa (gerida por
"empresário), enquanto organização" econômica sensível àque- "
laspr~babilidades, promove sua "exploração: a) pela prefe-
rência"que concede ao cálculo de capital, possível unicamente
de um modo técnico-racional [...); b) pela preferência que ou-
torga às qualidades puramente comerciais das gerências sobre
"~~técnicJs e pela manutenção dós segredos comerciais e técnicos;
c) pela" preferência à" gerência especuladora que aquela :lpro-
priação supõe; d) pela superioridade adquirida: d.!) no merca-
u9.~)~~jr..a.~a.!~o [...), d-2) no mercado de bens, peta economia
lucrativa operando com dlculo de capital. bens de capital e
crédito lucrativo {...); e) a disciplina é ótima no caso de traba-
lho livre e apropriação plena dos meios de produção" (idem,
op. cit., pp. 109-10, parte referente a "Las categorías socioló-
gicas fundamentalesde "la vida económica")." Ver também:
Weber; HistóÚa~i;Olíómicageneral, 22 ed., 1956, capo IV: "EI
origen dei capitalismo moderno", pp. 236 e 238 ("Concepto
y premisas del capitalismo"). Por fim, consulte-se tam.bém:
Weber, La ética protestante y el espiritu deI capitalismo, 1955
(principálmente a "Introdução", pp. 1-17).
,
22 Cf. Historia ecollómicageneral. Na )Jágina 309, denomina o
período precedente ao século XIX de protocapitalista. No
que se refere à propriedade, Weber afilma: "A propriedade,
no sentido da ciência econômica, não se identifica com o
ccn~~:to jurídico. No :~pe~tc ec~~ô~:~o;t3~bém é pro-
priedade o caso, por exemplo, de uma clientela que é heredi-
tária, divisível, alienável; na realidade," é assim que a conside-
ra, por exemplo. o. direito indiano, como objeto de proprie-
dade. "Podem ser apropriados, ou seja, objeto do
ordenamento da propriedade: as oportunidades c/e trabalho,
isto é, os empr~gos e as probabilidades de obte~' ~ma renda
que a eles se ligam; os meios materiais de produção; os pos-
tos de direção, ou seja, os cargos de empresários" (p. 13, grifas
do autor).
23 Weber, Economia y sociedad, vaI. I, p. 246.
24 Idem, op. cit.,pp. 244 e 245. Observação: a pequena burgue-
sia ou os pequenô-burgueses são, para Weber: os artesãos da
177
cidade e o pequeno comerciante, que se comportam com
b;lseem ~'uma consideraç~o ética e racionalista-religiosa d~
vidaj~ (vide EcoilOmi~ Y sOCl;edad,'pp. 389 e 390).
25 Idem, op. CiL, p. 245.
26 Id' em,op. .
CIL,
I oe. Clt.
.
27 Idem, op. cit., p. 246,
2R Id em, op. (1. t., "oc.
I .
r.lt.
29 Ver Economía )' sociedJd, vol. I, 'p. 246, e \'01. lI, pp. 686-93.
30 Fernandes, Florestan, Fundamentos empíricos "da, explicação
,:"spciológicil, 1967, p. 98. "
~I Ressalte-se o fato de que o último capítulo d~ O capital, justa-
mente aquele em que discutiria o tema, ficou incompleto.
32 LukácS,.Histoire etcollsciellce de classe, 1960. Este autor é um
dos raros ç11SJÍstas marxistas que d"iscute o problema das classes
sociais pari passu com os escritos de Marx, encadeando nos
seus estudos estamelltosem relação às classessociais, monarquia
absoluta em relação ao Estado moderno(vide pp. 6TI07). H;'t
tradução brasileira de~ta parte em A. R. Benelli, et aI. (orgs.),
l:.struturade c1asséscestra/Íficapio soci.1/.Rio de Janeiro: Zahar,
1966. '
33 Marx', Elementos fundalllelltales para la crítica de'la economía"
politica, p. 3 ("Introdução").
j4 l.dem, (':-' cit., fi. 5. COIPpletando;J citação acim~: "[C::ertas) deter-
minações serão comUl!S à época mais 'moderna e à mais' amiga"."
Observação: há. tradução desta "Introoução" em português,
realizada por Florestan Fernandes, em Octavio Ianni (org.), A
ideologia alem.i, 1965, pp. 109-42, cujo título é "Introdução a
uma crítica da" economia política". Há também uma tradução
castelhana publicâda nos Cuademos de Pasado y'Presente,
Buenos Aires.
35 T. W. Adorno e M. Horkheimer, La sociedad: leccÍones de
sociología, 1969, p. 35. Ver também idem, M. Sociológica.
Madri: Taurus Ediciones, 1971, pp. 325-8.
36 Marx, Elementos fundamentales para la crítica de la economí8
política, p. 6.
37 Idem, op. ciL, pp. 7 e 8.
178
38 Os conceitos de estática e dinâmica são analisados por Adorno,
e a formulação básica deste autor é a seguinte: "Sem dúvida, a .
divisão entre invariantes e'transformaçot:s, entre soci~logiaés-
tática e dinâmica é; ~m termos rigorosos, insuste~tável. A dita.
divisão contrasta irremediavelmente com o próprio concei-
to de sociedade como unidade indissolúvel de. dois momen-
tos. As leis históricas de determinada fase. não são simples
modos de manifestação de leis m;:.is gerais, porém, aocontrá-
rio, todas as leis são instrumentos conceituais forjados na
tentativa de.dominar as tensões. sQciais em sUa raiz teórica.
Ao realizar tal empreendimento, a ciência se-move'emdiveF
sos planos de abstração, sem que com isto resulte válido r~-
presentar-se a própria realidade como uma montagem de di-
tos níveis" (T. W. Adorno eM. Horkheimer, La sociedad ...,
pp. 35-6). Esta observação de Adorno é a mesma- formula-
. da com outras palavras - de Marx, como procuramos duÇj9;J.f.
No "Postfacio ala segunda edición" de O 'capital, Marx trans-
creve os se~uintes trechos do wieslnik e'vropi (meos3geiro
europeu): "Marx nega, por exemplo, quea lei demogdfic:l
seja a mesma para todos os iugarcs e todos 05 tempos. Ao
contrário, afirma que toda ép'oca tem ma própria lei
demográfica ... Ao mudara dest:nvolvimento da capacidade
produtiva, transformam-se tambhn as relações sociais e as
leis que as regem. Ao traçar como meta a explicação e a in ves-
ti/{a••.;;ü da ordem ccóllôn.;ca cJp:t:.iista com este crité:io,
Marx se limitaa formular, com o máximo rigor científico, o
objetivo que toda investigação exata da vida econômica deve
se propor [...) O valor científico de táis investigações estriba
no esdarecimento das leis e.~peciais qut: presidem o nasci-
mento, a existência, o desenvolvimento e a morte de um
determinado organismo social (formação social) e sua subs-'
tituição por outro mai's' elevado (desenvolvido). Este é, in-
discutivelmente, o valor que se tem que reconhecer à obra de
Marx" ( £1 capital, vaI. I, p. xxiii, os acréscimos entre
parênteses são ~ossos).
39 Marx e Engels, La ideología a/emana, pp. 20a26.
4U Idem, Q.p. cit., pp. 89~90..
41 Idem, op. cit., pp. 60-1.
179
42 Idem, op. cit., pp. 52 e 53. A glosa marginal é a seguinte: "A
. generàlidade corresponde: 1) à classe contra <:> estamento; 2)
à concorrência, ao intercâmbio mundial. etc.; 3) ao grande
contingente da classe dominante; 4) à ilusão dos interesses
comuns (ilusão em princípio verdadeira); 5) à ilusão dos
ideólogos e à divisão do trabalho".
4~ Engels, lêni'l, Stálin e Maurice Thotez,. J\1arx..et marxisme:
choix de textes tondamentaux de Karl Ma/x. Paris: Ed.
Sociales, 1953, p. 14. Há tradução brasileira da Editorial Vi-
lóiÍj.
4~ A propósito destas .categorias - determinações comuns ou ge-
rais e determinações válidas apenas para uma determinada época
ou determinações específicas -, citaremosum.longo período
contido na .obra E1emelltos fundamen(ales pára la crítica de
la eC9!1D..ll1/:J.:polítiqpor ser esta reiteração teórica de funda-
mentaI importância para o problema em pauta: "Quando se
diz que o capital 'é trabalho acumulado (realizado)' -falando
com proprjed~de, trabalho objetivado - 'que serve de meio
~o novo trabalho (produção)', lev;;-sc em conta unicamente a
matéliJ do c'ipital e se prescinde da determinação form,d sem
a qual não é capital. Isso equivale a dizer que o C:lpital nada
mais é que instrumentoJe produção, pois, no sentido mais
amplo, antes que um objeto POSS;} servir de' instrumento, de
Ineio de produç50, é necessário apropri~r-se dele por uma
atividade qualquer, mesmo que seja um objeto integralmelHe
tornecido pela natureza, como as pedras, por exemplo. Sesundo
essa afirmação; ° capital teria existido em todas as forlllas da
sociedad~, o que é cabalmente anistó •.ico. De ~cordo com
esta tese •.cada membro do corpo seria capital, já que deve ser
. não somente desenvolvido, mas também .nutrido e.reprodu-
zido pela atividade, pelo trabalho, para poder ser eficaz como
órgão. O braço e~sobretudo, a mão seriam, pois, capital. Ca-
pital seria um novo nome para uma coisa tão velha quanto o
gênero humano, uma vez que todo tipo de trabalho, mesmo
o menos desenvolvido, a caça, a pesca etc. pressupõe que se
utilize o produto do trabalho precedente como meio para o
trabalho vivo e imediato. Outra determinação da definição
citada acima. é a de que se abstrai totalmente a substância
•
181
(estamento) tem uma denotação bem distante do conceito geral
de classe. '.'Já observamos - é Oss()wski quem afirma --:-que; .
depois daRevoluçã~ Frances~, o termo classe expulsou estado
(estamento), com referência ao conceito geral de grupOS há-
sicos numa estrutura social. Isso sucedeu numa era em que as
sociedades européias estavam mudaüdo seus sistemas sociais
e quando os antigos critérios que determinavam aS divisões.
sociais estavam teJendo lugar a outros noveis. Por isso, cada
qual desses termos, mesmo quando usado num sentido geral,
veio representar um período difere~te quedevia.s.~ras~()c.ia.~() __-
a um tipo diferente de estlUtura" (Ossowski, Stanislaw, Estru-
tura de classe na consciência social, 1964, pp. 14.5 e segs.).
Diríamos que não somente estãO associados a tipos diferentes
de estrutura social, mas diferc.ilciam uma estrutura da outra, um
modo de produção em relação a outro, Ul~l determinado. tipo
de divisão do trabalho, e assim por diante. Sobresoáedades
pré-capiúlistas e capitalistas, ver Lukács (Histoire et conscience
de classe, já citado), principalmente o item lI, do capítulo
intitulado "La consciwce de .dasse", onde este autor discute a
csuatiflc"ção da ~oci~dade em estamentos e, a partir da dis:;olução
destas relações sociais estamt:ntais, a emergência da estrutur:l
de classes (pp. 78-83). Raymond Aron (Llltas de classes, 1964,
pp. 36-54: "A concepção marxista das d~sses'Tressalta o con-
teúdo bísico do texto de Marx acima citado "Neste texto, a
palavra dasse.alJiica-se aos grupOS suciais de qualquer sucieudJe
hierarquicamer.te dispostos. A oposiç:io das dasses equivale 3pro-
ximadamente à existente entre opress.ores e oprimidos e o único
contt:údo que a noção apresenta aqui é o da hierarquia das classes
.e a opres;ão que uma delas exerce sobre a outra" (p. 38). Em
seguida, Aran. comenta que, "em larga medida, não se trata de
um fato mas sim de. uma definição arbitrária", realizada entre
alternativas possíveis. A arbitrariedade reside no fato de ser a
realidade indeterminada, e, em face dessa indeterminação da reali-
dade social, A!on conclui: "Como é inevitável, sempre que o
sociólogo tenta compreender a realidade, está condenado a
interpretá-Ia. Talvez seja bom que as coisas sejam assim: na medida
em que o sociólogo não se contenta apenas em observar a reali-
dade, modifica-a. Nunca se teria pensado acerca das classes sociais
182
como atualmente se Marx não o tivesse feito, talvez antes de
elas existirem como ele as concebeu" (p. 71). Eis aqui a posição
metodol6gica que torna irreconciliável a relação sujeito-objeto,
a não ser pela opção arbitrária do investigador que ordena uma
realidade infinita e caótica desyirtuando-a, para qu~ esta mesma
realidade seja compreensível. apenas pela interpr~tação racional
e intelectual. Em sumà: a realidade social torna-se ordenada
quando é desvirtuada pela ingerência da razão. (Nota: para Aron,
as classes sociais seriam um tipo ideal)
.47 Além dos autores citados na nota anterior, vide ainda os se-
guintes: a) H.Franki{SoC/êdadcapitalista y sociología mo-
derna, 1972 - especialmente o capo 5, item referente às clas-
ses sociais, pp. 176 e .segs. Este autor, apesar de se declarar
.ri1arxista (ver p. 20) e vislumbrar em O 18 Brumário a aplicação
prática do niétodo de interpretação marxista, ao selecionar
trechos da citada obra usa uma interoretaçãoclaramente
.. 1 •
in-
f1uenciada pela metodologia weberiana. Frankel. transforma
o que em Marx é metafórico em uma das características deste:
admite Sff da lavra de Marx a ~lnálise da sociedade francesa
como composta de castas de funcionários bonapartistas e de
estamentos (pp. 176 e 177). Segundú Frankel, é conveniente
assinalar. portanto, "as características peculiares dos grupos
dentro da grande divisão da sociedade de acordo com asdasses
marxianas. Algumas destas divisões de grupo ~e assemelham à
classe sociai (na maior parte J3S vezes, definida pela ocupação).
ao grupo socioeconômico (ocupação e renda), ao status" (Ieia.se
estamento, definido pelo autor como "o modo de vida").
Sem dúvida, continua, "quanto mais nos afastamos da carac-
terística definidorà fundamental, menos fundamental é o
modo de diferenciação, ainda que a definição particular possa
ser analiticalTlente útil e póliticamente importante" (p. 178) .•
b) Georges Gurvitch, EI concepto de c/asessociales, de Malx a
l1uestros días, 1960. O seu mérito consiste em diferenciar as
classes sociais das castas e dos estamentos e, ao mesmo tempo,
em ter estabelecido a conexão entre classes e revolução bur-
guesa moderna, determinada pelo c:;pitalismo moderno. Po-
rém, ao caracterizar as classes sociais a partir dos escritos de
Marx, seu viés formalista transforma a seleção de textos deste
183
.'
185 .
ceitos de capital, de trabalho assalariado, de mais-valia, cons-
tituem os Conceitos. de estruturas, de relações de produção" ...
Em s~guida, co~pleta: "MaiS exatamente, a classe so~ia1 é
um conceito que indica os efeitos do conjunto das estruturas,
da matriz de um modo de produção. ou de uma formação
. social sobre os agentes que constituem. seus apoios: esse con-
ceito indica, pois, os efeitos da estrutura global no domínio.
da~-relações snciais"~ Neste ~êI1tido, cúntinua Poulantzas, !'se
a classe é .um conceito, não designa uma realidade que possa
ser situada nas estruturas: designa o efeito deúm conjunto
de estruturas dadas, conjunto que determina as relações s(lciai.s ............m., ..
186
52 Idem,op. cit., vol. 111,p. 817.
53 Na UIntrodução" a Elementos fUlIdamentales para la crítica
de la economía política encontramos, na esquematização de
seus.estudos,a seguinte divisão de Marx: UI) As determÍnações
abstratas' gerais, que co"rresponderr., em maior ou menor
medida, a todas as formas de sociedade, porém no sentido
exposto anteriormente (ó sentido a que Marx se refere já foi'
utiiizado 110 presente estudo páginas atrás); 2) As categorias
que constituem a articulação interna da sociedade burguesa
e sobre as quais repousam as classes fundamentais. Capital,
trabalho assalariado, propriedade territorial. Suas relaçõcsrecí-
procàs. Cidade e campo. As três grandes classes sociàis" (p. 29).
54 Ver O 18 Brumário de Luís Bonaparte, s.d., pp. 43-76; As lutas
de dasses na França, 1956, pp. 31-54. Utilizamos a tradução
bras'ileira porque' entendemos que, a esta. altura, os problemas
semânticos e de.terminologia foram já suficientemente escla-
recidos.
55 Raymond Arcn, Lutas de classes. p. 41.
56 Marx, O 1R Brumário de Luís Bonaparte, p. 56 (p. 50. n:! edi-
ção em e.;panhol).
57 Manin Nicolaus, EI Marx desconocido: proletariado y clase
media e!l lviarx:coreografia hegeliana y la dialécticâ capitalista.
Barcelona: Cuardemos Anagrama, 1972. Denomina a udasse
média" de "c'ass'e nao-produtiva" ("das!: de trabjadon:s' !lU
pruduccivos, de trabajadores de servicio; o de sirvientes'}' Ain-
da, conforme M. Nicolaus, a predição das no~'asclassescol1stitui
um dos maiores achados científicos de Marx (cf. pp. 98 ~ 99).
5ij Marx, EI 18 Brumário de LiJís Bonaparte, pp. 55 e 56.
59 Marx, As lutas de classes na França, p. 32 (na edição espanhola
.:.-Marx, Las luchas de daks en França. Buenos Aires:
. Edito~'
--
, 187
.' ,~
, .""':~~'l
" ;~~
61 Marx, O 18Brumário de Luís Bonaparte,pp. 132 ,e 133. Na
'glosa marginal da página 65 de A ideologia alemã, aose referir
ao comércio e à manufatura como determinadores da gran"
de burguesia e aos grêmios como osdeterminadores da
pequena burguesia, esta como subordinada àquela, acrescen-
t,a: "Pequenos burgueses - classe média - grande burguesia".
Em A Revolução Espanhola, enumera as seguintes catego-
, rias ocup;!cio~ais C0l110 sendo ~/.1ssesmédias: "escritores, mé.
dicas, ad\'ogados e, também, c1érig()s", e acrescenta: "Exis-
tiam também [...] os jovens estudantes dascL1Ssesmédiasi,.
tais como os estudantes universitários" (p. 19). Há ainda re-
ferências às classes médias nas páginas 11, 17,35, 144; 145 e
146. Na página 144, Marx afir,!TI<I:"milícia liberal das classes
médias". Em A ideologia alemã, afirma: a divisão ,do traba-
lho somente se converte' em verdadeira divisão a partir, do
momento em que se separam o trabalhofisico olnteiec~
e
tual (e na observação a esta afirmação agrega: "A primeira
forma dos ideólogos, os sacerdotes, decai" -p. 32). Na pági-
ila 143, nota de rodapé do primeiro volume de O capital, au
se referir ao trabalho simples, Marx inclui as seguintes cate-
gorias ocupacionais como send!) de classe média: "Os peque-
• I. " )'
nos rentlstas, os empregaaos, ,escntores, artlSl,as,,,mestres etc. .
No terceiro volume de O capital, inicia a seguinte interpre-
tação incompleta: "Os fnédicos e os funcionários, por exem-
pb, form~ri3m duas classes, peis pertencem :1 dois grupos
sociais di5tintos, cujos component.es vivem de rendas proce-
dentes, em cada um deles, da mesma ,fonte. E o mesmo se
poderia dizer do infinito desdobramento de interc>sses e po-
, sições em que a divisão do trabalho social separa tanto aos
trabalhadores
~ como aos capitalistas e aos. . propri~tários de ter-
.
ras, e a estes últimos, por exemplo;' em proprietários de vinhe-
do, proprietários de terras de cultivo, proprietários de bos-
ques, proprietários de minas, de pesqueiros etc. (aqui o ma-
nuscrito se interre.mpe -, a citação foi retirada das páginas
817 e 818). A palavra "infinito", para Marx, "não tem sentido
a não ser que signifique a fàculdade do espírito de adicionar
sem fim", como afirma ele em A sagrada fjmília (este excerto
consta de Marx-Engels.Lewis. lntroducción a la filosofia y
materialismo dialéctico. México: Frente Cultural, s.d., p. 120).
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,
91 Marx e Engels, Manifesto comunista, p. 36. Anteriormente, Marx
esclareceu que, "nos períodos em ,que a luta de classes se apro-
xima da hora decisiva, o processo de dissolução da classe do-
. minante, de toda a velha sociedade, adquire umcarater tão
violento e agudo que uma pequena fração da classe dominante
se desliga desta, ligando-se à classe revoluci.:mária, à classe que
traz em si o futuro".
9l Marx e Engels, La ide%gía a/emana, pp. 51-3.
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CONCLUSÕES
. como
. tais, imutáveis. Poréin,
. . o ponto eentralde nossas
discussões foi o problema da persistência d()s~sta-
. mentos e da sua transformação em classes dentro dos
q~Iª-ºr()~
da traI1~~窺fe~ºali~mo-capitalism6, mediado
pela monarqüÍàábsõlüta. Em vista disso, a maioria.
dos fragmentos utilizados por nós versaram sobre este
tema: estamento-classe c feud:llismo-capitalismo, por
via da monarquia absoluta.
10. Acreditamos que o nosso intento roi suficiente para
demonstrar que a monarqui;)"em suas instituições
nuclp;ues, foi 11mEstado feudo-?bsolutista, e a socie-
dade,. marcadamente estamental. Ao
mesmo tempo,
porém, esse Estado dinástico possibilitou a consti-
tuição ~a burguesia como classe social. .' .
11. Em relação a Weber, mostramos que, em virtude de
sua concepção poli~his.tórica ou tràns-histórica,5'cbmo
pressuposição metodológica, o sentido ou a signifi-
cação histórica constitui uma atribuição do investi-
gador, a partir da seleção de aspectos que considere
relevantes - os quais são escolhidos, conseqüente-
mente, ~por imputação vaJo'rativa; enfim, a ordenação .
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NOTAS
BIBLIOGRAFIA
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Coletâneas
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