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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 1

ESTUDO - Prof.ª Berta

TEORIA GERAL DO PROCESO

AULA

Não como iniciar e se aprofundar em Direito Processual Civil sem relembrar


de Teoria Geral do Processo.

A Constituição Federal consagra os seguintes princípios:

 Princípio do juiz natural;


 Contraditório;
 Devido processo legal.

Nos termos do próprio artigo 5º, LII, LIV e LV da C.F.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

[...]

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade


competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido


processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em


geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes.

A todos no processo administrativo e judicial é devido à defesa e ampla


defesa.
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Ainda dentro do terno e nos estudos dos princípios, devemos considerar o


princípio da inércia da jurisdição e também o princípio de celeridade processual
trazido no artigo 5º, LXXVII da C.F.:

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a


razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.

Diante disto, podemos afirmar que a jurisdição é inerte, ou seja, depende de


provocação e o processo deverá atender uma duração razoável.

Nos termos do artigo 93, IX da C.F.:

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá


sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e


fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade
do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.

Ou seja, as decisões do Poder Judiciário serão públicas e fundamentadas,


ressalvando-se o segredo de justiça em razão do interesse de incapaz, investigação
criminal e as ações na área da família e ainda no processo civil o juiz é livre no seu
convencimento, devendo fundamentar a sua decisão. (princípio da persuasão).

Jurisdição é a função estatal realizada por quem tenha a competência


entenda-se o juiz. A jurisdição classifica-se em voluntaria ou contenciosa.

Jurisdição Voluntária não apresenta conflito de interesses, não havendo uma


coisa a ser julgada. Dessa forma, não existe uma sentença, mas sim um
procedimento, ao contrário da Jurisdição Contenciosa, onde o juiz age a partir de um

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conflito de interesses (lide), julgando um processo e determinando o que deve ser


feito por sentença.

Toda via temos então uma relação jurídica processual angular (autor e juiz) e
mediante a propositura da ação com o oferecimento da petição inicial (que deverá
atender todos os requisitos, chamado também de elementos da petição).

Portanto em ordem a petição inicial o magistrado determinará a citação do réu


para oferecer a contestação e ou defesa. No prazo da defesa poderá o réu
contestar, reconvir, impugnar o valor da causa e ainda oferecer exceção de
impedimento ou suspensão.

No processo civil respectivamente processo de conhecimento o mesmo


atenderá o seu procedimento, entenda-se, o conjunto de fases ordenadas e
procedimentares:

1. Petição inicial;
2. Defesa do réu;
3. Fase probatória;
4. Fase instrutória;
5. Sentença.

A sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, por isso o Código
de Processo Civil descreve a extinção do feito com e sem julgamento do mérito, que
segundo doutrina uma classificação:

1. Mandatória;
2. Condenatória;
3. Declaratória; etc.

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SAINDO DE TGP E INICIANDO FORMAÇAO DO PROCESSO

AULA

Nos termos do artigo 2º CPC

Art. 2 O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso


oficial, salvo as exceções previstas em lei.

Como mencionado o processo civil começa pela iniciativa da parte. Desta


forma como já estudado, tratando-se de litigio (conflito de interesses) nasce o
interesse da parte em provocar a jurisdição (inerte) expondo a sua pretensão.

Sendo assim, exercerá ela o direito de ação, direito este público subjetivo que
a parte tem de expor os fatos e fazer o pedido desejando o reconhecimento da sua
pretensão por sentença.

Deverá à parte ajuizar a ação oferecendo a petição inicial, razão pela qual o
conceito desta é: Ato pelo qual se exerce o direito de ação, dando inicio a atividade
jurisdicional é a peça processual que inaugura o processo estabelecendo a relação
jurídica processual entre ação, juiz e réu.

Relação jurídica triangular:

JUIZ

AUTOR RÉU
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Deverá a petição inicial apresentar todos os elementos chamados também de


requisitos. São efeitos do oferecimento da petição inicial: interrompe a prescrição e
torna prevento o juízo.

Obs.: Será competente o juiz que primeiro despachou, caso o autor tenha
oferecido a mesma ação perante mais de um juízo, entenda-se, nos endereços em
que poderia encontrar o réu.

Exemplo: O autor ajuizou ação indenizatória no FORO da Penha, Praia


Grande e Mogi das Cruzes, logo será ele o juízo prevento mesmo porque temos aí
litispendência, ações idênticas ajuizadas em vários FOROS e caberá ao advogado
no prazo da defesa arguir tal instituto informando quem primeiro despachou.

São elementos da petição inicial:

 O juízo a quem é dirigida, obedecendo-se as regras de competência


material e territorial;
 Nome e qualificação das partes.

Para individualizar os sujeitos do processo o que chamamos também de


legitimidade das partes, fatos e fundamentos jurídicos que na verdade consagra a
causa de pedir que classifica-se em próxima e remota, sendo que na primeira o
autor deduzirá seus feitos embasados no pedido condenatório, declaratório e
constitutivo e ainda para a causa de pedir remota chamada também de fática são os
fatos propriamente ditos.

Considerando-se a causa de pedir, ora em estudo, adota-se a teoria da


substanciação, ou seja, a parte deduzirá o fato mais o pedido devidamente
fundamentado e juiz no seu livre convencimento decidirá por sentença, pondo fim ao
litígio.

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Nos termos do CPC o pedido será certo e determinado, genérico,


cumulativos, alternativos e sucessivos, mas também podemos falar no pedido
mediato e imediato.

Toda ação terá o valor da causa que tem por efeitos: impor custas, fixar
competência e as verbas de sucumbência.

As provas também serão consideradas como requisitos, mesmo porque


compete ao autor especificar as provas com que pretende demonstrar a veracidade
dos fatos constitutivos do seu direito, ou seja, terá ele que alegar e provar sob pena
de litigância de má fé.

FORMAÇAO DO PROCESSO

Nada mais é que o autor provocar a jurisdição por meio de petição inicial.
Sendo assim, o processo é uma relação jurídica complexa e dinâmica, que nasce,
desenvolve e se extingue, normalmente quando atinge a sua meta, que é a
composição do litígio, encontrada na sentença de mérito (nas ações de cognição) ou
na satisfação do credor (na execução forçada).

A finalidade do processo é a composição do litígio a ser feita mediante definição e


aplicação da vontade concreta da lei pelo juiz.

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Análise do art. 312. CPC Considera-se proposta a ação quando a petição


inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os
efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado.

Este artigo não diz respeito ao início da “ação”. Ele se refere – e é neste
sentido que merece ser compreendido – ao processo. Ações não são passíveis de
serem “propostas”. Ela (no singular) só pode ser compreendida como um direito que,
como tal, pode ser exercido e o será mediante um primeiro e fundamental ato, o de
retirar o Estado-juiz de sua necessária inércia, imposta pelo “modelo constitucional”.
Este ato é a petição inicial.

Assim, é correto (e importante) entender, a despeito da letra do art. 312, que


o processo se inicia com o protocolo da petição inicial; porque é nela que o primeiro
estágio do direito de ação (o de romper a inércia da jurisdição) é exteriorizado. É o
instante em que a vontade do autor de postular em face do réu, pedindo tutela
jurisdicional (e agindo para obtê-la), faz-se relevante para o mundo do direito.

O que é novo (e adequado) no art. 312 é que o início do processo já não


guarda nenhuma relação com a necessária prévia distribuição da petição inicial onde
houver mais de um órgão jurisdicional igualmente competente (art. 284, 2ª parte),
diferentemente, pois, do que ocorria no CPC de 1973. Basta que a petição inicial
seja protocolada, isto é, que ela seja entregue ao servidor responsável pelo
recebimento de petições do fórum, isto é, do prédio onde funciona o aparato
jurisdicional. É o que a primeira parte do art. 284 chama de registro.

O início do processo concebido desta forma, contudo, nada diz sobre o réu.
Para ele, é o próprio art. 312 que o estabelece, os efeitos do art. 240 (litispendência,
tornar litigiosa a coisa e, se for o caso, constituir em mora o devedor) só serão
experimentados depois que o réu for validamente citado a insinuar, destarte, que a
citação é, a um só tempo, pressuposto de existência e de validade.

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SUJEITOS PROCESSUAIS

A relação processual é de direito público e se relaciona com o exercício da


função soberana do Estado, de poder solucionar os litígios e de assegurar o império
da ordem jurídica.

Nesta relação, o direito exercido é de ordem pública, que é o direito à tutela


jurisdicional do Estado na composição da lide, ou seja, a jurisdição.

O processo é a atividade de três pessoas:


a) Juiz.
b) Autor.
c) Réu.

Assim, a atividade das partes é relevante para o processo na medida em que


participa do desenvolvimento da atividade estatal, no andamento do processo rumo
à decisão da lide.

Nesta relação, o juiz está em plano diferente e superior ao das partes. Assim,
as partes provocam à tutela jurisdicional do Estado, e este tem o dever de prestá-la,
exercendo a função soberana de julgar.

Assim, força vinculatória da sentença, embora ligada ao processo, tem sua


razão de ser na autoridade do Estado e não simplesmente na atividade das partes.

Sobre a relação processual, três teorias procuraram estabelecer suas


características:

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a) A Teoria linear, de Kõhler, segundo a qual os direitos e deveres do


processo se estabeleceriam entre autor e réu, isto é, entre os sujeitos da lide, sendo
o juiz um estranho a ela. A relação processual seria a mesma relação de direito
material tornada litigiosa.

Diante do conceito moderno e publicístico do direito de ação, não mais se pode


admitir como correta essa teoria.

b) Teoria triangular, de Wach, sendo o processo uma relação jurídica de


direito público, Wach a definiu como uma relação triangular, contendo direitos e
deveres não só entre as partes, mas também entre estas e o juiz.

c) Teoria angular, de Hellwig, se é certo que o processo vincula três pessoas


autor, réu e juiz, não menos exato é que o órgão jurisdicional se coloca no plano
superior do Poder do Estado e as partes se submetem à sua soberania. A
autoridade do juiz é que compete exclusivamente a solução do litígio. Toda atividade
das partes é voltada para estimular o poder de decidir e alcançar a prestação
jurisdicional devida pelo Estado.

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O vínculo das partes, não é estabelecido entre si, mas entre elas e o juiz e se
relacionam, com o impulso do processo rumo à composição final do litígio.

Os direitos da parte se exercem, portanto, perante o juiz e nunca perante a


outra parte.

Daí a teoria de Hellwig, hoje a mais aceita pelos modernos processualistas,


segundo a qual a relação processual tem a forma angular, estando os direitos e
deveres processuais de cada parte voltados para o juiz. Os litigantes, dessa forma,
não atingem um ao outro diretamente, no processo, mas apenas através das
decisões do juiz.

PETIÇAO INICIAL

Petição inicial é o primeiro requerimento formulado pelo autor no qual


concretiza, exteriorizando-o, o exercício do seu direito de ação rompendo a inércia
da jurisdição e apresentando os contornos, subjetivos e objetivos, da tutela
jurisdicional por ele pretendida.

Sabe-se que a função de julgar é exclusiva do Estado, exercida por meio do


Poder Judiciário, que irá decidir os conflitos de interesses havidos entre as partes,
de acordo com as leis existentes, artigo 319 CPC que específica a Petição Inicial.

Entretanto, o Poder Judiciário não age mediante iniciativa própria; para ativar
o mecanismo judicial é necessário que o indivíduo manifeste seu interesse na
resolução de seu conflito, e após esse impulso, natural e necessário, é que a
atividade judicial inicia seus trabalhos, até à solução do caso concreto. É o chamado
princípio da inércia da jurisdição. Nesse sentido aponta o art. 2º do NCPC:

Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso


oficial, salvo as exceções previstas em lei.

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Dessa forma, um dos instrumentos processuais mais importantes é a petição


inicial.

Ou seja, a petição inicial é um mecanismo pelo qual a pessoa, denominada


autor, explica para o membro do Poder Judiciário a origem e as razões pelas quais
acredita ser titular de um determinado direito, pedindo para que suas alegações
sejam devidamente analisadas e que seja tomada alguma providência contra o réu,
causador da lesão ou ameaça ao direito do autor.

Neste instrumento, as alegações do autor deverão ser consistentes, de forma


a convencer o juiz de que os fundamentos jurídicos que dão sustentação ao seu
direito são perfeitamente plausíveis e aplicáveis àquela situação concreta.

Para facilitar a compreensão do membro do Poder Judiciário responsável por


aquela demanda, o autor deve elaborar uma síntese dos principais fatos concretos
ocorridos que fizeram surgir o direito, indicando as leis e demais dispositivos que se
ajustam ao caso, e por fim, pedir à providência que acredita ser necessária para
solucionar a demanda.

A petição inicial dentro do mundo jurídico pode ter várias denominações tais
como peça exordial, peça vestibular, peça de ingresso, peça preambular, dentre
outras, todas as expressões são sinônimas e surgiram através dos tempos no dia-a-
dia dos advogados. Vale lembrar que a petição inicial possui tamanha relevância,
pois além de servir como mecanismo ativador da máquina judiciária, irá determinar
os limites do julgamento. A sentença, ato que encerra o processo, terá seu conteúdo
estabelecido dentro dos limites existentes na peça inicial.

REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL

Por todas as razões que conferem à petição inicial essencial importância, a lei
determina que sejam observados alguns requisitos que visam fornecer uma
estrutura sólida e consistente.

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Dessa forma, no Código de Processo Civil Brasileiro existem inúmeras regras,


que devem ser, obrigatoriamente, observadas. Na própria lei são elencadas as
consequências que poderão ocorrer quando uma petição não possui algum dos
requisitos apontados.

Além disso, tanto nos Juizados Especiais quanto na Justiça do Trabalho, em


alguns casos, não necessita da assistência de advogado, podendo a parte, sozinha,
pleitear seus direitos.

Retornando aos requisitos exigidos para a petição inicial, recomenda-se a


leitura do art. 319 do Novo Código de Processo Civil (correlato no Código de 1973
artigo 282) Primeiramente deve-se dizer que toda petição inicial deverá ser,
necessariamente, escrita e assinada por advogado devidamente habilitado.

Art. 319. A petição inicial indicará:

I - o juízo a que é dirigida;

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a


profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu;

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

IV - o pedido com as suas especificações;

V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos


alegados;

VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou


de mediação.
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JUÍZO A QUE É DIRIGIDA (art. 319, I do NCPC).

Quando uma pessoa for pleitear judicialmente um direito é necessário que em


sua petição inicial conste para onde ela será dirigida. É o cabeçalho da petição.

É o endereçamento de qual o órgão é competente, o juízo destinatário da


demanda. Indicação da competência do tribunal a que foi dirigido.

QUALIFICAÇAO DAS PARTES (art. 319, II do NCPC).

Outro requisito indispensável à petição inicial seria a qualificação das partes,


de acordo com o inciso II do art. 319 do CPC.

Esse requisito é necessário para que as partes do processo sejam


perfeitamente identificadas, evitando confusões com homônimos e outros possíveis
equívocos quanto àqueles que estão envolvidos na relação jurídica. É uma forma de
individualizar as partes.

Essa identificação é feita da seguinte forma: os nomes, os prenomes, o


estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o
endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu.

Costuma-se acrescentar para o autor o número do registro geral (identidade)


e o número do CPF, pois, dessa forma, torna-se mais fácil uma individualização
totalmente precisa. Em se tratando de pessoa jurídica, há necessidade de se colocar
o CNPJ.

A novidade da legislação de 2015 em relação à legislação de 1973 é a


obrigação da parte falar sobre a existência de união estável.

Tal obrigação decorre da importância e consequências que a existência de


uma união estável pode trazer ao processo. Além disso, sabe-se ainda que a
existência de união estável não modifica o estado civil da parte, e assim, de acordo
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com uma conduta ética e com base nos princípios estruturais do processo, deve ser
informado tal fato na petição inicial.

Além do nome, prenome e estado civil e união estável, a legislação obriga as


partes a informarem o CPF (pessoa física) ou CNPJ (pessoa jurídica).

Embora alguns regimentos internos de tribunais já exigissem a indicação do


CPF e CNPJ para distribuição de petições iniciais, tal obrigação não era explícita na
legislação de 1973, sendo, portanto, uma novidade trazida pelo Código de Processo
Civil de 2015.

Outra novidade do Novo Código de Processo Civil é a indicação do endereço


eletrônico das partes. Ora, atualmente com o advento dos processos eletrônicos e a
facilidade trazida pelo uso da internet, a indicação deste dado da parte é de suma
importância para facilitar a comunicação dos atos processuais, sempre que possível.

Assim, tanto a citação do réu (ato pelo qual o réu toma conhecimento do
processo), bem como as intimações (comunicação do juiz com as partes sobre atos
processuais) pode ser facilitada.

Em relação à completa qualificação do réu há uma tolerância maior quando o


autor não indica todos os dados do réu, pois, no momento em que se ajuíza a ação
o autor pode não ter conhecimento de todos os dados exigidos. Outro aspecto que
faz com que seja importante a qualificação das partes é a definição da competência
em razão do domicílio das partes.

Cumpre destacar que caso o autor não disponha de todas as informações


relativas à qualificação das partes, poderá, na petição inicial, requerer ao juiz
diligências necessárias a sua obtenção. É o que diz o art. 319 do NCPC: Art. 319
(...).

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§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o


autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua
obtenção.

Embora a lei mencione a possibilidade de requerer judicialmente providências


para saber os dados do réu, na prática, é difícil de operacionalizar. Contudo, pode
ser requerida tal providência e será objeto de tutela jurisdicional.

Muitas vezes o cidadão não tem como diligenciar a busca de informações do


réu, tal como o endereço. E na legislação anterior, o magistrado não fazia nada a
respeito e simplesmente indeferia a petição inicial. Agora, o magistrado deve atuar
de forma ativa na busca destas informações, caso solicitado. As medidas podem ser
busca em base dados de órgãos públicos e demais diligências que não seriam
acessíveis ao cidadão.

Conforme determina o art. 319, § 2º do NCPC se, mesmo faltando


informações sobre a qualificação das partes, for possível a citação do réu, a petição
inicial não será indeferida: Art. 319 (...).

§ 2 º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de


informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.

No caso, por exemplo, do autor não saber o estado civil e e-mail do réu, mas
tiver o endereço, tal omissão não impede a citação, e assim a petição inicial não
será indeferida.

Além disso, se a obtenção destas informações relativas à qualificação das


partes (art. 319, II do NCPC) tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso
à justiça, a petição inicial não poderá ser indeferida. É o que diz o art. 319, § 3º do
NCPC: Art. 319 (...).

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§ 3 º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no


inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou
excessivamente oneroso o acesso à justiça.

Muitas vezes nem a falta do nome do réu pode impedir o acesso ao Poder
Judiciário. Se tiver o endereço onde encontrar o réu, mas não tiver o nome, CPF e
demais dados, isso não impede o acesso à Justiça.

FATO E OS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO

CAUSA DE PEDIR

Consiste em contar os fatos em ordem dos acontecimentos, a narrativa do


ponto de vista do autor, tudo que for relevante para influir no julgamento da causa,
em ordem cronológica os acontecimentos que produzem a pretensão. É necessário
de uma conclusão lógica para a reparação do dano na necessidade de intervenção
do poder judiciário. E deve construir os fundamentos jurídicos que é a causa de
pedir. É a tese jurídica do autor para o convencimento do seu direito.

A causa de pedir é constituída dos fatos que deram origem a lide, juntamente
com os fundamentos jurídicos que demostram a violação do direito, justificando a
pretensão do autor perante o juiz.

Nesse tema é aplicado a Teoria da Substanciação, que divide a causa de


pedir em duas, que são:

Causa de Pedir Remota ou Fática: Essa será a descrição do fato que deu
origem a lide.

Causa de Pedir Próxima ou Jurídica: É o próprio direito. Após a descrição


fática e feita aplicação do direito, a retirada da norma do abstrato para o concreto,
substanciando o pedido do autor.

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Nesse caso, teoricamente, é necessário somente a discrição das


consequências jurídicas que a causa de pedir remota provocou, não sendo
necessário os dispositivos legais que fundamentam o direito, tendo vista o princípio
do iura novit cúria (O Juiz conhece o direito).

A teoria da Substanciação da Causa de Pedir foi adotada pelo direito


processual brasileiro, ela exige que os fatos e os fundamentos jurídicos como
elementos da causa de pedir.

Essa teoria pressupõe que magistrado conhece o direito e o que é importante


é uma discrição fática correta, tendo em vista, que o juiz irá decidir sobre o direito
posto.

Assim sendo, a fundamentação legal apresentada pelo autor não vincula o


juiz, que poderá tomar a decisão através de sua livre convicção jurídica sobre o caso
apresentado pelo autor.

A Teoria da Substanciação é uma aplicação alternativa a Teoria da


Individuação. Nessa, não há o requisito da causa de pedir remota, ou seja, não
requer os fatos, só necessita da apresentação dos fundamentos jurídicos do pedido.
Essa doutrina não é aplicada no Brasil.

PEDIDO

O pedido é o objeto da ação, consiste na pretensão do autor, que é levada ao


Estado-Juiz e esse presta uma tutela jurisdicional sobre essa pretensão.

Doutrinariamente o pedido é divido em dois:

Pedido Imediato: É o desejo do autor de ter uma tutela jurisdicional.


Pretensão dirigida para o próprio Estado-Juiz, retirando-o da inércia e forçando uma
providência jurisdicional, ou seja, é o provimento jurídico desejado (ex: sentença
condenatória, sentença declaratória).

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Pedido Mediato: É o objeto da ação propriamente dito, o desejo do autor


contra o réu, o desejo de submissão do réu a pretensão jurídico levada ao judiciário,
ou seja, o desejo sobre o bem jurídico pretendido, ou seja, é o próprio direito
desejado (ex: o valor do crédito, a coisa etc.).

PEDIDO CERTO E DETERMINADO

O NCPC determina que no art. 322 que o pedido deve ser certo:

Art. 322. O pedido deve ser certo.

Entende-se por pedido certo aquele que é expresso, sendo identificado pelo
gênero. O pedido do autor não pode ser oculto, mas deve ser requerido
expressamente na peça, de forma clara e precisa. O autor deve dizer exatamente às
medidas que espera do Poder Judiciário em relação à sua demanda.

Conforme determinação do § 1º ainda do art. 322 do NCPC, compreende-se


no principal os juros legais, correção monetária e verbas de sucumbencial, inclusive
honorários advocatícios. Na legislação anterior (art. 293 do CPC de 1973) só
contemplava os juros legais como pedido indireto (ou pedido implícito). A
jurisprudência, a partir dos anos 80, também aceitava a incidência de correção
monetária como pedido indireto.

A redação do § 1º do artigo 322 fala também em verba sucumbencial,


inclusive honorários advocatícios. Tal especificação é necessária porque os
honorários são do advogado e se não houvesse requerimento e não fosse
especificado, a busca destes seria impossível.

Art. 322. (...)

§ 1 o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as


verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.

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Além disso, o § 2º do art. 322 do NCPC fala sobre a interpretação do pedido,


que deverá considerar o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé:

Art. 322 (...)

§ 2 o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e


observará o princípio da boa-fé.

Tal norma remete-se a um certo informalismo quando da interpretação do


pedido. E segundo o art. 324 do Novo Código de Processo Civil, o pedido deve ser
determinado: Art. 324. O pedido deve ser determinado.

Assim, podemos dizer que todo pedido deve ser determinado. Ou seja,
preciso quanto à quantidade.

Nos termos do art. 323 do NCPC, na ação que tiver por objeto cumprimento
de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no
pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e incluídas na
condenação, se não vejamos:

Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em


prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido,
independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na
condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo,
deixar de pagá-las ou de consigná-las. Nada mudou em relação à legislação de
1973 neste aspecto.

PEDIDO GENÉRICO

Todo pedido deve ser determinado, regra do caput do art. 324 do NCPC.
Contudo o parágrafo primeiro do art. 324 previu algumas hipóteses em que o pedido
pode ser genérico. Correlato no Código de 1973, art. 286.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 20
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Art. 324 (...)

§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:

I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens


demandados;

II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato


ou do fato;

III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender


de ato que deva ser praticado pelo réu.

Importante mencionar que o pedido imediato nunca poderá ser genérico,


devendo este ser sempre determinado, ou seja, deve ser requerida ao Judiciário
uma sentença que implique numa condenação, uma declaração, uma execução, etc.

Já o pedido mediato, aquele que se refere à conduta a ser tomada contra o


réu em virtude da lesão ou ameaça a direito do autor, pode ser genérico em algumas
hipóteses previstas.

O parágrafo primeiro do art. 324 do NCPC determina que é lícito fazer pedido
genérico (em que falta a definição da quantidade ou qualidade) e somente serão
permitidas em três hipóteses. Vamos entender cada uma delas:

I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens


demandados;

Entende-se por ações universais aquelas em que há uma impossibilidade de


determinar a quantidade a ser requerida; seriam ações que versem sobre uma
totalidade de bens. Essas ações se identificam com os casos de universalidade de
fato e universalidade de direito.

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Um exemplo de universalidade de fato seria uma biblioteca, e universalidade


de direito seria a herança. Em ambos os casos, não há como se definir a quantidade
exata de bens, e nesse caso é permitido que se faça um pedido genérico.

II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato


ou do fato;

No segundo caso não há como prever todas as consequências e prejuízos


causados ao autor em virtude do ato ilícito provocado pelo réu. Não há como apurar
a extensão do dano provocado.

Nessa hipótese, o autor também poderá fazer pedido genérico, pois é


impossível a este determinar o valor de algo que ainda não foi apurado.

Para exemplificar recorre-se ao caso de uma pessoa que sofreu lesões em


virtude de um atropelamento provocado pelo réu alcoolizado. Nesse caso, a pessoa
necessitará de tratamentos médicos e longo tempo fazendo fisioterapia.

Assim, no momento da propositura da ação de indenização contra o réu não


há como apurar todos os prejuízos causados, haja vista a necessidade de um
tratamento continuado no tempo. Dessa forma, o autor poderá fazer um pedido
genérico, que implicará em sentença condenatória, mediante pagamento em
dinheiro, mas sem valor determinado, pois ainda é impossível especificar o
montante.

Observação: nesse exemplo não se pode exigir da parte autora que aguarde
até que o tratamento se complete para somente depois ajuizar a ação. Essa
restrição é impossível, pois a Constituição da Republica Federativa do Brasil garante
a qualquer pessoa o direito de ação, incondicionado. Dessa forma, não há
possibilidade de criar restrições à parte para que ajuíze a ação somente ao tempo
que souber exatamente a extensão e o valor dos danos.

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III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender


de ato que deva ser praticado pelo réu.

O terceiro caso ocorre quando o autor não puder determinar o pedido por
estar pendente um comportamento a ser exercido pelo réu. Um exemplo seria a
obrigação de fazer. Tendo em vista o descumprimento pelo réu, surge a figura da
indenização. Nesse caso como quantificar, a princípio, o valor desta indenização?

Nos termos do art. 324, § 2º do NCPC, o disposto neste artigo aplica-se


também à reconvenção: Art. 324. (...)

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção.

O pedido assume, dentro do processo, grande importância, pois define os


limites da demanda, bem como da sentença, pois o juiz não poderá julgar além do
que está sendo pedido.

Sabe-se que o pedido é feito frente ao Estado, através do órgão do Poder


Judiciário competente para a ação. Contudo, o autor visa uma conduta que vai
refletir diretamente contra o réu, que foi responsável pela lesão ou ameaça a direito
do autor.

PEDIDO ALTERNATIVO

Em relação ao pedido, pode haver também pedidos alternativos, aqueles em


que o réu poderá cumprir por duas ou mais maneiras. É como se houvesse mais de
uma alternativa apara o réu cumprir a sua obrigação perante o autor.

Assim, deve-se lembrar de que o autor possui uma único direito perante o réu,
mas que pode ser restabelecido caso o réu atue de uma maneira ou outra prevista
no pedido, nos termos do art. 325 do NCPC:

Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o


devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo.
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Convém destacar, neste caso, que, quando pela lei ou contrato, a escolha
couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um
modo ou de outro, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo; é o que
diz o parágrafo único do art. 325 do NCPC:

Art. 325. (...)

Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao


devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de
outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.

PEDIDO SUBSIDÁRIO OU SUCESSIVO

O pedido do autor também poderá realizado em ordem subsidiária, no intuito


de que, se o juiz não acolher o anterior, possa acolher o posterior. É o que diz o art.
326 do NCPC:

Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de


que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior.

O Código de 1973 (art. 289) falava em pedido sucessivo. A nomenclatura não


é adequada, já que a palavra sucessivo traz a ideia de sendo acolhido um, após
deve ser acolhido o outro. Já a palavra subsidiário é mais adequada, pois se acolhe
o posterior se não acolher o anterior.

Nos termos do parágrafo único do art. 326 do NCPC, é lícito formular mais de
um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles: Art. 326. (...)

Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para


que o juiz acolha um deles.

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PEDIDO CUMULADO OU CUMALATIVO

Também há possibilidade do autor realizar pedido cumulado, nos termos do


art. 327 do NCPC. (Correlato no Código de 1973 o art. 292 do CPC):

Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de


vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.

Entende-se por cumulação de pedidos quando, num único processo o autor


pode requerer várias medidas ao órgão do Poder Judiciário competente para julgar
sua demanda. Mas para que isso seja possível é necessário que o réu seja parte
legítima para responder pelos pedidos cumulados.

Quando há, no mesmo processo, duas ou mais pessoas respondendo no pólo


passivo (litisconsórcio passivo), também é possível se fazer pedidos cumulados,
desde que todos os réus sejam partes legítimas para responder perante os pedidos.

Outro aspecto a se verificar quando se for fazer pedidos cumulados, é que


eles devem ser compatíveis, ou seja, um não pode excluir o outro. Além disso, o
juízo competente deve ser o mesmo, não podendo fazer pedidos cumulados, sendo
que cada um deve ser apurado em juízos diversos.

Importante mencionar que, embora o autor faça pedidos cumulados, mas que
deviam ser apurado em juízos diferentes, esse fato não vai fazer com a petição
inicial não seja analisada. A consequência será o membro do Poder Judiciário se
pronunciar somente pelo pedido em que ele é competente, se omitindo perante o
outro que não é de sua competência.

Nesse sentido aborda a súmula nº 170 do Superior Tribunal de Justiça:

STJ - SÚMULA Nº 170 - Compete ao juízo onde primeiro for intentada a


ação de acumulação de pedidos, trabalhista e estatutário, decidi-la nos

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limites da sua jurisdição, sem prejuízo do ajuizamento de nova causa,


com pedido remanescente, no juízo próprio.

Por fim, para haver a cumulação de pedidos, é necessário que entre eles haja
identidade de procedimentos, ou seja, que o procedimento indicado para apurar um
pedido seja o mesmo do outro pedido. Contudo, admite-se a cumulação, quando,
embora se tratem de procedimentos diferentes, possa os pedidos serem apurados
pelo procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais
diferenciadas previstas nos procedimentos especiais q que se sujeitam um ou mais
pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o
procedimento comum.

Assim, a cumulação só será possível se houver:

LEGITIMIDADE (entre os réus) + COMPATIBILIDADE (entre os pedidos) +


JUÍZO COMPETENTE (mesma competência para os pedidos) + ADEQUAÇÃO
(entre os procedimentos).

Nesse sentido dispõe o art. 327, § 1º ao 3º do NCPC:

Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de


vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.

§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:

I - os pedidos sejam compatíveis entre si;

II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;

III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.

§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento,


será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem
prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos
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procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados,


que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento
comum.

§ 3º O inciso I do § 1o não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o


art. 326.

Nos termos do art. 328 do NCPC em se tratando de obrigações indivisíveis,


com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo receberá sua
parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito. (Correlato: art. 291 do
CPC de 1973)

Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que


não participou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na
proporção de seu crédito.

Ainda sobre o pedido, o autor poderá até a citação alterar ou aditar o pedido
ou a causa de pedir sem consentimento do réu.

Até o saneamento do processo, também poderá fazê-lo, mediante o


consentimento do réu, no prazo mínimo de 15 dias (o juiz pode alargar esse prazo),
facultado o requerimento de prova complementar. E tal norma aplica-se também à
reconvenção. É o que diz o art. 329 do NCPC (Correlato no CPC de 1973 o art. 294)

Art. 329. O autor poderá:

I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir,


independentemente de consentimento do réu;

II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de


pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a
possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias,
facultado o requerimento de prova suplementar.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 27
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Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à


respectiva causa de pedir.

VALOR DA CAUSA (art. 319, V do NCPC).

Deve constar na petição inicial o valor da causa. A toda causa será atribuído
um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico aferível, nos termos do art.
291 do NCPC:

Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha
conteúdo econômico imediatamente aferível.

Dessa forma, é importante saber que o valor da causa normalmente será


correspondente ao valor da pretensão econômica que o autor terá em juízo.

Ainda que a ação não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível, é


necessário que seja estipulado um valor.

Há algumas facilidades em se ter o valor da causa determinado.

Um exemplo seria determinar a competência, como no caso das ações que


devem ser julgadas pelo Juizado Especial, nas causas até 40 salários mínimos.
Além disso, o valor da causa muitas vezes é utilizado para estipular o valor dos
honorários do advogado.

As regras sobre o valor da causa se encontram entre os arts. 291 a 293 do


NCPC:

Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e


será:

I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do


principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até
a data de propositura da ação;
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II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a


modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do
ato ou o de sua parte controvertida;

III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas


pelo autor;

IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de


avaliação da área ou do bem objeto do pedido;

V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor


pretendido;

VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à


soma dos valores de todos eles;

VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;

VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.

§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o


valor de umas e outras.

§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a


obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e,
se por tempo inferior, será igual à soma das prestações.

§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando


verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao
proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao
recolhimento das custas correspondentes.

No CPC de 1973 a impugnação ao valor da causa deveria ser impugnada no


prazo da contestação, mas deveria ser autuada em apenso, conforme estipulava o
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 29
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art. 261, do CPC de 1973. Mas na Legislação do NCPC, art. 293, tal matéria sobre
impugnação do valor da causa deve ser arguida em sede de preliminar de
contestação, nos termos do art. 293 do NCPC:

Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor


atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a
respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas.

AS PROVAS

As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos


alegados (art. 319, VI).

O autor deve indicar ao magistrado como provará os fatos por ele alegados e
que são responsáveis pelo surgimento do direito que está sendo requerido.

Esse requisito é muito importante, pois no momento em que é necessário


dizer como será produzida a prova pelo autor, dá oportunidade ao réu de se
defender do que está sendo colocado contra ele. Sendo assim, vigora o princípio do
contraditório, concedendo oportunidades iguais para que as partes se manifestem
dentro do processo.

Normalmente muitos advogados não especificam na inicial quais as provas


que pretendem produzir, e utilizam-se do jargão:

"Pretende-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos."

Mas esse é uma alternativa que peca pela falta de técnica, pois o que
determina o inciso do art. 319, VI, é justamente a indicação dos meios de prova a
serem utilizados.

Muito embora haja essa exigência legal, na prática não surte muitas
diferenças, isso porque há outros momentos processuais em que o juiz poderá
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 30
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requer essa providência da parte, e dessa forma, não haveria nenhum prejuízo ao
princípio do contraditório. Opção pelo autor pela realização ou não da audiência de
conciliação ou mediação (art. 319, VII do NCPC).

Novo requisito da petição inicial; o autor deve constar expressamente se


deseja ou não a tentativa de conciliação. Caso não conste expressamente este
requisito, o juiz determinará a emenda da inicial.

Contudo, é importante registrar que se o autor indicar que não quer fazer a
conciliação, mas o réu indicar que deseja tentativa de conciliação, a audiência será
realizada. E nesse caso, se o autor não comparecer ou não nomear alguém para
representá-lo, tal ausência na audiência será considerada um ato atentatório a
justiça podendo implicar em pagamento de multa, nos termos do art. 334, § 8º do
NCPC:

Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o


caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de
conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias,
devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.

§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de


conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será
sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica
pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.

Alguns doutrinadores entendem que pela dinâmica estrutural do Novo Código


de Processo Civil que privilegia a conciliação como melhor caminho para pacificação
dos conflitos, sendo omisso o autor neste tópico, a audiência de conciliação e
mediação ocorrerá de qualquer forma.

No Código de 1973 o último requisito da petição inicial era o requerimento de


citação do réu (art. 282, VII do CPC de 1973). Mas o NCPC não trouxe novamente
tal requisito.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 31
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É que a citação é consequência natural do processo, ou seja, é totalmente


dispensável. Ora, quando o autor ingressa com a demanda, sua intenção é
movimentar o Poder Judiciário para a apreciação de seu pedido, e a consequência
lógica disso é a citação do réu.

AULA

Ainda dentro do estudo da petição inicial devemos observar que preenchidos


todos os elementos e ou requisitos descritos no artigo 319 do CPC poderá o autor
manifestar-se sobre audiência de conciliação, razão pela qual ao realizar a citação
do réu o magistrado designará de plano a audiência de conciliação no prazo de 30
dias. Poderá também diante da complexidade.

Exemplo: quando envolver a realização de perícia judicial por erro médico.

Poderá também o autor manifestar o desinteresse pela conciliação. Desta


forma à luz no NCPC o legislador pátrio oportuniza ao jurisdicionado a possibilidade
de realização de uma conciliação, tendo em vista a jurisdicialização da questão e
frutífera a conciliação, temos de plano a homologação de sentença (paz social entre
as partes e extinção do feito).

Poderá o autor antes da citação do réu aditar o pedido e depois da citação


somente com o consentimento deste. Verificando o magistrado que a petição inicial
não está completa, não sendo caso de inépcia, determinará que o autor emende no
prazo de 15 dias, sob pena de extinção do feito.

São efeitos do ajuizamento da petição inicial: a perpetuação da jurisdição


mesmo porque caso o autor tenha apresentado a demanda nos endereços com a
certeza de localizar o réu, temos aí uma ou mais ações em um ou mais FOROS,
logo o juiz que primeiro despachou, torna-se provento e posteriormente quando o
réu citado nos outros endereços o advogado em contestação alegará litispendência,
interrompe a prescrição, constitui mora o devedor e faz litigiosa a coisa (bem
tutelado).
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 32
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ADITAR, MODIFICAR, EMENDAR, OU COMPLEMENTAR A PETIÇAO INICIAL.

No campo do Direito Processual Civil cada um dos vocábulos acima deve ser
utilizado em uma situação específica. Identificar tais situações é necessário não só
para as provas de concursos como para o exercício da atividade profissional. Vamos
fazer as distinções e, na sequência, dar alguns exemplos que, espero, sejam
esclarecedores.

Aditar - aditar, neste caso, significa adicionar. Aditar a petição inicial (ou
aditar o libelo, como preferem alguns) corresponde a acrescentar mais pedido e/ou
mais causa de pedir, mantendo-se incólumes o pedido e a causa de pedir
originariamente indicados. É a esta situação que o legislador alude no enunciado do
art. 294 do CPC.

Modificar - modificar, aqui, é mudar. Modificar a petição inicial (ou modificar o


libelo, como usam alguns autores) equivale a mudar o pedido e/ou a causa de pedir,
de uma maneira tal que o pedido e/ou a causa de pedir originários passam a ser
outros. É a este quadro que o legislador se refere no enunciado do art. 264 do CPC.

Emendar - no campo processual, quem emenda corrige, conserta. Por isto,


emenda-se a petição inicial para expungi-la de alguma incorreção. Como sabemos,
o sistema jurídico impõe ao autor que, ao propor uma demanda, atenda a certas
exigências formais. Se, ao tentar satisfazer alguma dessas exigências, o autor o
fizer de modo equivocado, a petição inicial deverá ser emendada. No enunciado do
art. 284 do CPC há referência à emenda da petição inicial.

Completar - completa-se o que não está inteiro. Assim, uma petição inicial
precisa ser completada se nela estiver faltando algo que deveria estar presente.
Completar, pois, é suprir uma falta, preencher uma lacuna da petição inicial. É
diferente de emendar, já que a emenda se faz necessária não para preencher uma
lacuna, mas para corrigir uma imperfeição cometida.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 33
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Explicação útil: libelo é a parte da petição inicial em que há as indicações da


causa de pedir e do pedido. Libelo, pois, é o conjunto formado pela causa de pedir e
pelo pedido. Corresponde à delimitação que o autor faz do mérito da causa. É
comum que o legislador utilize o vocábulo pedido no mesmo sentido de libelo, tal
como o faz nos arts. 294 e 458, I, do CPC.

Vamos, agora, aos exemplos.

Para facilitar, tomemos por base uma única situação: imagine uma petição
inicial em que o pedido é de extinção de um contrato em razão do descumprimento
da cláusula X.

Aditar - haverá aditamento se o autor, após a petição inicial, apresentar outra


peça, na qual defende a tese de que houve também violação da cláusula Y e que a
violação de qualquer das duas cláusulas (X e Y) é suficiente para gerar a extinção
do contrato. Num outro exemplo, também haverá aditamento se na outra peça
apresentada pelo autor depois da petição inicial contiver a alegação de que a
violação da cláusula X, além de gerar a extinção do contrato, também gera a
obrigação de pagar multa, em razão do que pede ele que, ao lado de ser extinto o
contrato, seja imposta ao réu a obrigação de pagar a multa. De acordo com o
enunciado do art. 294 do CPC, o aditamento somente é possível antes que a citação
ocorra. Essa limitação é objeto de críticas por doutrinadores que entendem que o
limite para aditar deveria ser o mesmo estabelecido para a modificação.

Modificar - haverá modificação se o autor, depois de apresentar a petição


inicial, protocolizar outra peça, por meio da qual pede que seja desconsiderada a
alegação de descumprimento da cláusula X, passando-se a levar em consideração
que a cláusula violada foi a Y e que o reconhecimento de tal violação é suficiente
para gerar a extinção do contrato. A modificação é livre até a citação. Depois da
citação, somente é possível se o réu com ela consentir. Ultrapassada a etapa do
saneamento do processo, já não será admissível a modificação, mesmo que o réu

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 34
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consinta (CPC, art. 264). Esses são os limites que uma parte da doutrina entende
que deveriam ser aplicados também para o aditamento.

Emendar - apesar de o contrato envolver interesses econômicos da ordem de


R$ 500.000,00, o autor, contrariando a norma contida no art. 259, V, do CPC,
atribuiu à causa o valor de R$ 1.000,00. A correção do defeito, pelo autor, deverá se
dar por meio de emenda da petição inicial (CPC, art. 284).

Completar - o autor não atribuiu valor à causa. Como a atribuição de valor à


causa é exigência posta pelo sistema jurídico (CPC, arts. 282, V, e 259), há
necessidade de que a petição inicial seja completada, mediante a apresentação de
outra peça, na qual o autor se adstringirá a se referir à peça originalmente
apresentada e a dizer que a está completando, mediante a indicação do valor da
causa (CPC, art. 284).

INDEFERIMENTO DA PETIÇAO INICIAL

É a rejeição da peça inicial. O juiz, indeferindo extinguirá o processo,


liminarmente, sem citar o réu, ausência do ato de comunicação processual ao réu
para dá ciência de uma demanda contra ele.

Gonçalves afirma (2016, p. 428) que a expressão "indeferimento de inicial"


deve ficar reservada à hipótese em que o juiz põe fim ao processo antes de
determinar que o réu seja citado, no momento em que faz os primeiros exames de
admissibilidade.

E elucida Theodoro Júnior (2015, p. 983) que,

“Do exame da inicial, ou do não cumprimento da diligência saneadora


de suas deficiências pelo autor, pode o juiz ser levado a proferir uma
decisão de caráter negativo, que é indeferimento da inicial. O
julgamento é de natureza apenas processual e impede a formação da
relação processual trilateral. A relação bilateral (autor/juiz), no
entanto, já existe, mesmo quando o despacho é de simples
indeferimento liminar da postulação, tanto que cabe recurso de
apelação perante o tribunal superior a que estiver subordinado o juiz.”

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AS CAUSAS DO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL

As hipóteses de indeferimento da inicial encontram-se arroladas no art. 330


do CPC.

Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:

I. for inepta;
II. a parte for manifestamente ilegítima;
III. o autor carecer de interesse processual;
IV. não atendidas às prescrições dos arts. 106 e 321.

§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:

I. lhe faltar pedido ou causa de pedir;


II. o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se
permite o pedido genérico;
III. da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV. contiver pedidos incompatíveis entre si.

§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de


empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de
inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que
pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.

§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no


tempo e modo contratados.

INEPTA

Inepta a produzir efeito jurídico por não preencher os requisitos legais, a


ausência de habilidade para produzir os resultados esperados pelo que considera o
que diz o art. 330 § 1º.

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ANHANGUERA.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 36
ESTUDO - Prof.ª Berta

PARTE ILEGÍTIMA

A parte refere se ao autor e réu. É pressupostos processuais, o juiz irá


verificar. No art. 338 dispõe em questão em que o réu alega ser parte ilegítima.
Existe a possibilidade de corrigir, mas quando é o autor provavelmente ocorre à
extinção do processo.

FALTA DE INTERESSE

O autor deve demonstrar o interesse pela intervenção estatal.

NÃO ATENDIDAS AS PRESCRIÇÕES DO ARTS. 106 E 321

O Art. 106 elucida as condições quando o advogado postula em causa


própria, e deve ser expressa na inicial, mencionando, fazendo referência que irá
postular em causa própria. E o art. 321 equivale quando não emendou a inicial no
prazo definido.

SENTENÇA

A rejeição da inicial será feita por sentença, mas não haverá julgamento do
mérito, o que incide que pode propor outra ação com a mesma causa de pedir e
pedido.

Essa Sentença extingue o processo, (Art. 485, CPC) e não caracteriza


litispendência ou coisa julgada.

Indeferindo a petição inicial, o autor apelando, cita o réu. E o autor não apelar,
configura na extinção sem mérito.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 37
ESTUDO - Prof.ª Berta

RECURSO

E o autor pode recorrer à decisão judicial caso a exordial seja indeferida, pode
interpor recurso de apelação (Art. 1009, CPC). De modo inverso, não interpondo o
recurso o processo irá transitar julgado.

EFEITOS DO AJUIZAMENTO DA PETIÇAO INICIAL

No art. 240 do CPC, a citação válida, ainda quando ordenada por juízo
incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o
devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 202 (Código Civil).”

Portanto, mesmo que distribuída a ação ao juiz incompetente, os efeitos


ditados pelo art. 240 do CPC ocorrem. As hipóteses ressalvadas são as que o
próprio inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, constitui, de pleno direito,
em mora o devedor (art. 397 do CC), o mesmo acontecendo com as obrigações
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 38
ESTUDO - Prof.ª Berta

provenientes de ato ilícito, em que a mora é a partir do momento em que praticado


(art. 398 CC).

Nota-se, pelo § 1º do art. 240 do CPC, que a interrupção da prescrição,


operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo
incompetente, retroagirá à data da propositura da ação, desde que o autor, no prazo
de 10 (dez) dias, teme as providências necessárias para viabilizar a citação (§ 2º do
art. 240).

O § 3º do art. 240 deixa expresso que a parte não será prejudicada pela
demora imputável exclusivamente aos serviços judiciários. Assim, se não é culpa da
parte autora, que indicou corretamente o endereço do réu, bem como recolheu as
custas, caso não esteja amparada pela assistência judiciária, a demora da citação
do réu não será de responsabilidade dela e os efeitos ditados pelo art. 240
persistem.

A petição inicial pode ser pensada a partir de quatro momentos:

1º Petição inicial elaborada e assinada.

2º Petição inicial protocolizada no fórum.

3º Petição inicial registrada ou distribuição do processo.

4º Petição inicial despachada, pela primeira vez, pelo juiz.

O primeiro momento não produz efeito jurídico comum. Contudo, a partir do


segundo momento, temos a produção de efeitos.

Com a protocolização da petição inicial temos a propositura da ação,


conforme explicita o art. 312, do NCPC. Assim, para o autor, com o protocolo passa
a existir a ação. A data do protocolo será relevante para fins de fixação de
interrupção da prescrição, conforme será analisado adiante.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 39
ESTUDO - Prof.ª Berta

Com o registro ou distribuição decorrem dois efeitos relevantes:

1º Efeito: perpetuatio jurisdicionis.

A perpetuação da jurisdição implica a impossibilidade de modificação do foro


da ação. Por exemplo, a mudança de domicílio das partes ou do estado de fato ou
de direito das coisas, não conduz à alteração do estado de fato ou de direito da
coisa. Além disso, a perpetuação da jurisdição não implica na modificação da
competência à luz do NCPC.

2º Efeito: Prevenção.

No CPC/73, havia o entendimento no sentido de que, com a determinação


para a citação, entre os juízes da mesma comarca, o magistrado estaria prevento
para as ações conexas e continentes. Agora, quando estivermos diante de uma
situação de comarcas ou seções judiciárias distintas, considera-se a prevenção com
o registro da ação.

Com o NCPC, a prevenção se dá com o registro ou a distribuição da ação. O


juiz para o qual foi distribuída a primeira ação estará prevento para as demais ações
conexas, continentes, ou derivadas.

Por fim, quando houver o despacho positivo da inicial ("cite-se"), há


interrupção precária da prescrição. Se a citação for efetivada, haverá a interrupção
da prescrição desde o momento em que o magistrado determinar a citação,
retroagindo à data da propositura, que ocorre com o protocolo da petição inicial.

AUDIENCIA DE MEDIAÇAO/CONCILIAÇAO PELO ART 5º, XXXV DA CF E ART


3º PARAGRAFO 3º DO CPC.

A conciliação e a mediação têm se caracterizado como métodos eficazes na


concretização da harmonia social por meio da solução pacífica das controvérsias,

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ANHANGUERA.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 40
ESTUDO - Prof.ª Berta

atendendo assim, aos valores que norteiam a Constituição da República Federativa


do Brasil de 1988.

O artigo 5°, inciso XXXV, da Constituição Federal, consagrando norma


idêntica constante nas anteriores Cartas políticas do Brasil, encerra o princípio da
reserva legal, também denominado da inafastabilidade da jurisdição, ao preceituar
que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça a
direito”. Observa-se que o caput do artigo 3° do novo Código de Processo Civil
reitera essa mesma regra, reservando ao Estado-juiz o monopólio da jurisdição.

Isso significa que a ninguém é dado renunciar à defesa de seus direitos diante
de uma potencial lesão futura! Daí, porque desponta nulo e ineficaz qualquer pactum
de non petendo, estipulado como cláusula de negócio jurídico, pelo qual os
contratantes se comprometem a não recorrer ao Poder Judiciário caso surja algum
litígio entre eles.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 41
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QUESTIONÁRIO

1) Quantos aos princípios e garantias constitucionais no processo civil. Comente


os seguintes princípios:

a. Devido processo legal art. 5º LIV C.F.

Este princípio garante que ninguém seja privado da liberdade ou de seus


bens sem o devido processo legal.

b. Principio do contraditório art. 5º LV C.F.

Pode ser dito que o princípio do contraditório é constituído por dois


elementos, a saber: informação e possibilidade de reação, ou seja, a parte contrária
também deve ser ouvida.

c. Principio da fundamentação art. 93 IX C.F.

Podemos concluir que este princípio não é apenas a sentença e o acórdão


que deverão ser fundamentados, mas sim todas as decisões proferidas pelos juízes.
Em outras palavras, permite, em termos práticos, que as partes identifiquem
precisamente os motivos que levaram o juiz a utilizar determinada forma de
julgamento.

d. Princípio da publicidade art. 5º LX C.F.

Princípio que determina que os atos judiciais devem ser públicos, afastando-
se, via de regra, o sigilo, que caracteriza os procedimentos inquisitivos. Tal princípio
é verdadeiro instrumento de controle social, pois, com a publicidade dos atos, a
sociedade se garante contra eventual arbítrio do julgador.

A regra é que a publicidade seja ampla, porém, ela comporta exceções. Ela
será restrita nos casos em que a defesa da intimidade e o interesse social exigirem.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 42
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Neste caso, a publicidade se dará somente em relação às partes e seus


procuradores ou somente em relação a estes.

e. Princípio da celeridade processual art. 5º LXXVIII C.F.

Esse princípio consiste no caminho que os processos devem seguir na justiça


e as maneiras que ajudam a evitar a solicitação de provas ou a prática de atos
desnecessários, que trazem mais morosidade ao trabalho. Desse modo, consegue-
se solucionar os litígios mais rapidamente, sendo assim, atendendo à expectativa
das partes num lapso temporal adequado e útil para elas.

2) No que consiste a jurisdição contenciosa e voluntária?

Jurisdição Voluntária não apresenta conflito de interesses, não havendo


uma coisa a ser julgada. Dessa forma, não existe uma sentença, mas sim um
procedimento, ao contrário da Jurisdição Contenciosa, onde o juiz age a partir de
um conflito de interesses, julgando um processo e determinando o que deve ser
feito.

3) Conceito de processo?

Processo é uma palavra relacionada com percurso, e significa "avançar"


ou "caminhar para a frente". No âmbito do direito, um processo pode ser uma
ação judicial, a sequência de atos predefinidos de acordo com a lei, com o
objetivo de alcançar um resultado com relevância jurídica.

4) Conceito de procedimento?

O procedimento é o modo pelo qual os atos processuais devem ser


cumpridos. Assim, ele está intimamente relacionado ao processo; a não observância
dos procedimentos pode até invalidar o processo. No entanto, eles não designam a
mesma coisa. Por outro lado, o procedimento pode ser entendido como sinônimo de
rito.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 43
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Um exemplo do que o procedimento faz é determinar o prazo para a


realização de um ato processual. Ou seja, um dos principais motivos para realizar
adequadamente o acompanhamento processual no seu escritório é para atender ao
que impõe o procedimento.

5) Defina direito de ação

O direito de Ação é o próprio direito de pedir a tutela jurisdicional, de solicitar


ao Estado-Juiz o exercício do poder jurisdicional.

Tendo em vista que o Estado é detentor do monopólio jurisdicional, nasce o


direito subjetivo das pessoas de acionarem o Poder Judiciário para resolver as lides.

6) No que consiste o processo de conhecimento?

O processo de conhecimento é a fase em que ocorre toda a produção de


provas, a oitiva das partes e testemunhas, dando conhecimento dos fatos ao juiz
responsável, a fim de que este possa aplicar corretamente o direito ao caso
concreto, com o proferimento da sentença.

7) Quais são as condições da ação? Explique.

Para se atingir uma sentença de mérito (que verse sobre o objeto da


discussão em juízo) deve-se verificar a presença de certas exigências chamadas de
“condições da ação”, cuja ausência de qualquer um deles gera a CARÊNCIA DE
AÇÃO, que provoca a extinção do processo, sem julgamento de mérito.

A exigência da observância das condições da ação deve-se ao princípio da


economia processual.

As CONDIÇÕES DE EXISTÊNCIA DA AÇÃO no NCPC são: interesse de


agir e legitimidade.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 44
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Dispõe o Art. 17. Do NCPC. Para postular em juízo é necessário ter interesse
e legitimidade.

INTERESSE DE AGIR: Está relacionado com a necessidade da demanda e o


meio adequado de exercê-la.

O interesse processual, a um só tempo, haverá de traduzir-se numa relação


de necessidade e também numa relação de adequação do provimento postulado.

Exemplo:

1. Mandado de segurança por parte de quem não disponha da prova


documental indispensável.

2. Credor propor ação de execução se o título que dispõe não é um título


executivo (inadequação do remédio processual eleito pela parte).

LEGITIMIDADE: para que determinada ação possa prosperar é indispensável


que seja proposta pelo titular do direito material contra aquele que é o suposto
devedor da prestação desse direito material.

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo
quando autorizado pelo ordenamento jurídico. (NCPC)

“Estará legitimado o autor quando for o possível titular do direito pretendido,


ao passo que a legitimidade do réu decorre do fato de ser ele a pessoa indicada, em
sendo procedente a ação, a suportar os efeitos oriundos da sentença”.

OBSERVAÇÃO:

No antigo CPC havia mais uma condição da ação POSSIBILIDADE


JURÍDICA DO PEDIDO, mas esta foi abolida pelo NCPC.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 45
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Exigia-se a demonstração de que não havia vedação ao pedido no


ordenamento jurídico Exemplo: a cobrança de dívida de jogo de azar (art.814 CC).

Foi extinta porque ou se confunde com análise do mérito ou se subsume no


interesse.

8) Quais são os elementos da ação? Explique.

A ação tem elementos que a identificam, são eles: as partes, o pedido e a


causa de pedir.

Partes são as pessoas que participam da ação, ou seja, autor e réu. É quem
pede e contra quem se pede o provimento jurisdicional.

A causa de pedir é o fato do qual surge o direito que o autor pretende fazer
valer. Vindo a juízo, o autor narra os fatos que constituem aquele direito material que
está sendo invocado, fatos que deverão estar ligados com a causa de pedir. Ou
seja, são os motivos que motivaram as partes a provocarem o Estado na defesa de
suas respectivas pretensões.

O pedido é a matéria sobre a qual incidirá a atuação do Estado. O pedido


deve ser formulado claramente desde logo, na petição inicial, ou seja, é a solução
jurisdicional que as partes exigem do Estado-Juiz.

9) Objetivamente descreva sobre a formação, suspensão e extinção do


processo.

O processo se forma com a propositura da ação, ou seja, com a distribuição


da ação no que tange ao autor. A propositura da ação vincula apenas o autor e o
juiz, pois somente com a citação é que o réu passa a integrar a relação jurídica
processual.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 46
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Suspensão e extinção do processo relacionam-se, ambas, com os efeitos


processuais. No entanto, diferem-se quanto à provisoriedade da cessão do
prosseguimento do processo.

Enquanto a extinção do processo é a etapa processual final (excetuadas as


hipóteses recursais), pois o processo não pode ser eterno, a suspensão do processo
é uma etapa provisória. A primeira encerra a lide. Já a segunda, interrompe e veta
os atos processuais por determinado prazo, todavia, é garantido ao juízo promover
atos urgentes, uma vez que haja risco de dano irreparável. E, ao final do período, o
processo retorna do ponto em que havia sido paralisado.

10) Quando se considera proposta a ação?

Conforme disposto no art. 312 considera-se proposta a ação quando a


petição inicial for protocolada.

11) Quando a propositura da ação produz efeitos ao réu?

A propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art.


240 depois que for validamente citado.

12) Quais os pressupostos processuais de existência e de validade do processo?

Os pressupostos de existência subdividem-se em subjetivos e em objetivos.


Os primeiros são compostos de: um órgão jurisdicional e da capacidade de ser parte
(aptidão de ser sujeito processual). O pressuposto processual de existência objetivo
é a própria demanda (ato que instaura um processo, ato de provocação).

Presentes os pressupostos processuais de existência, passa-se à análise dos


pressupostos processuais de validade, que também se subdividem em subjetivos e
objetivos.

Os pressupostos processuais de validade subjetivos dizem respeito ao juiz


(sua competência e imparcialidade) e às partes (que devem ter capacidade
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 47
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processual e capacidade postulatória). Já os pressupostos processuais de validade


objetivos podem ser intrínsecos ou extrínsecos. Os intrínsecos são os pressupostos
que devem ser vistos dentro do processo, como o adequado desenrolar dos atos
processuais. Os extrínsecos, também chamados de negativos, são pressupostos
que não devem estar presentes. Em outras palavras, para que o processo seja
válido, não podem ocorrer, como a coisa julgada, por exemplo.

Diante da superficial análise das condições da ação e dos pressupostos


processuais, nota-se que são todos requisitos de admissibilidade para o
conhecimento de um conflito perante o Poder Judiciário, através do qual será
possível que se forneça ou não aos litigantes o bem da vida que se busca. Código
de Processo Civil

Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:

IV - quando se verificar a ausência de pressupostos desconstituição e de


desenvolvimento válido e regular do processo;

Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a


possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual.

13) Conceito de petição inicial

A petição inicial é instrumento da demanda. Por intermédio da petição inicial


podemos formalizar uma demanda, ou seja, é a petição inicial que concretiza
documentalmente a demanda proposta.

14) Indique e explique os requisitos da petição inicial

Os requisitos da petição inicial são os seguintes (arts. 319, I a VII, e 320 do


CPC): (a) o juízo a que se destina; (b) a qualificação das partes; (c) a causa de
pedir, ou seja, os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido; (d) o pedido; (e) o
valor da causa; (f) as provas que pretende produzir; (g) a opção pela realização – ou

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 48
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não – da audiência de conciliação ou mediação; (h) e a apresentação dos


documentos indispensáveis à apresentação de seu pedido.

Existem sete requisitos formais internos (‘a’ a ‘g’), a ser observados na


elaboração da petição inicial, ou seja, devem constar desse documento, além de um
requisito formal externo (‘h’), consistente na apresentação dos documentos
indispensáveis ao exercício do direito de ação.

Na sequência, serão analisados todos os requisitos da petição inicial.

1. Juízo de Destino: O primeiro requisito, que deve ser inserido no cabeçalho


da petição inicial, é o juízo a que se destina. O CPC/2015 substitui as expressões
“juiz ou tribunal” (utilizadas no CPC/73) por juízo, para esclarecer que faz referência
geral e abstrata ao órgão judiciário para quem se destina a petição, definido a partir
das regras de competência e observado o princípio do juiz natural. Logo, a indicação
do juízo deve ser precedida da análise da competência para processar e julgar o
pedido inicial, seja na primeira instância, seja em processo de competência
originária de tribunal.

2. Qualificação das Partes: A qualificação das partes é imprescindível para


identificar quem ocupa os polos ativo e passivo do processo (elemento subjetivo da
demanda). Deve ser a mais completa possível e o art. 319, II, do CPC, exige como
qualificação mínima a ser informada na petição inicial: os nomes, os prenomes, o
estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ), o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu.

3. Causa de Pedir: A causa de pedir (causa petendi, em latim) compreende os


fatos e os fundamentos jurídicos do pedido, ou melhor, os fatos aos quais o autor
atribui efeitos jurídicos (elemento objetivo da demanda). Divide-se em remota (fatos)
e próxima (fundamentos jurídicos). Na causa de pedir remota (fundamentos de fato),
o autor narra os fatos que levaram à demanda, ou seja, a conduta (comissiva ou

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 49
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omissiva) do réu que gerou o conflito e o levou a buscar a tutela jurisdicional. É


neste ponto que a petição inicial deve transpor o mundo dos fatos para o processo,
descrevendo a situação conflituosa. A causa de pedir remota pode ser composta,
quando contiver mais de um fato que embase a pretensão da parte autora. Na causa
de pedir próxima (fundamentos de direito), o autor qualifica juridicamente os fatos,
ou seja, especifica quais são os efeitos jurídicos produzidos pela causa de pedir
remota.

4. Pedido: O pedido é o núcleo da petição inicial, contém a afirmação da


existência da pretensão do autor, o que delimita a atuação jurisdicional e o
contraditório, além de definir outras questões processuais, tais como a conexão,
continência, litispendência e coisa julgada. É a parte da petição inicial em que são
descritas as consequências jurídicas da causa de pedir. O pedido é um delimitador
da atividade jurisdicional, porque define qual é o objeto litigioso e,
consequentemente, qual será o mérito do processo. O pedido pode ser mediato
(ligado ao direito material postulado) e imediato (a tutela jurisdicional requerida).

5. Valor da Causa: O valor da causa consiste no conteúdo econômico da


controvérsia, que observa as regras dos arts. 291/293 do NCPC, que contêm os
critérios para a sua atribuição. O valor a ser apurado é aquele existente no momento
da propositura da petição inicial, não devendo ser alterado ainda que o conteúdo
econômico do processo seja modificado por fato superveniente. A fixação do valor
da causa tem diversas consequências processuais, como, por exemplo, a definição
da competência (arts. 44 e 63 do CPC ou, ainda, de acordo com as leis dos
Juizados Especiais – Leis nº 9.099/95, 10.259/2001 e 12.153/2009), o valor dos
honorários de sucumbência (art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC), o cabimento – ou não – da
remessa necessária (art. 496, § 3º, do CPC), o valor das custas processuais e do
preparo recursal (conforme as normas regimentais de cada Tribunal) e o valor de
multas (arts. 77, § 2º, 81, 334, § 8º, 702, §§ 10 e 11, e 1.026, §§ 2º e 3º, todos do
CPC).

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 50
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6. Produção de Provas: A exigência da indicação dos meios de prova na


petição inicial significa que a parte autora deve especificar as provas que a parte
autora pretende utilizar para demonstrar a veracidade dos fatos alegados. As provas
devem ser produzidas, em princípio, pela parte que tem o ônus de provar os fatos
alegados no processo. Em regra, adota-se a teoria estática do ônus da prova, razão
pela qual: (a) o autor tem o ônus de provar o fato constitutivo de seu direito; (b) e o
réu tem o ônus de provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito da parte autora (art. 373 do CPC). Assim, em regra, quem alega deve provar.
Como exceção à regra, pode ser utilizada, na decisão de saneamento do processo
(art. 357 do CPC), a teoria da distribuição dinâmica ou diversa do ônus da prova,
que permite às partes ou ao juiz a modificação da regra da teoria estática, atribuindo
o ônus para quem tiver maior facilidade na produção da prova, do próprio fato
alegado ou do fato contrário (art. 373, § 1º, do CPC).

7. Audiência de Conciliação ou Mediação: A parte autora deve declarar sua


opção pela realização – ou não – da audiência de conciliação ou mediação (art. 319,
VII, CPC). Este requisito decorre do princípio da promoção da autocomposição, que
abrange também os representantes das partes (art. 3º, § 3º, do CPC). Assim, o
momento adequado para a parte autora manifestar sua vontade sobre a realização
da audiência é a petição inicial. O uso da expressão “pela realização ou não” no
inciso VII do art. 319 gera polêmica: o autor deve se manifestar pela concordância,
sob pena de emenda (e eventual indeferimento), ou deve se manifestar apenas
quando quiser expressar a sua discordância? Em suma, se o autor descumprir o
requisito, existem duas soluções possíveis: (a) o juiz determina a emenda da petição
inicial, sob pena de indeferimento; (b) ou considera o silêncio do autor como
concordância com a realização da audiência. Na prática, prevalece a segunda
alternativa, com a aplicação da instrumentalidade das formas. Tendo em vista que
todos têm a obrigação de promover a autocomposição no processo, a omissão
sobre o eventual desinteresse na realização da audiência leva a uma presunção de
interesse. Assim, caso não se manifeste na petição inicial, reputa-se a concordância
tácita do autor com a realização da audiência (sem a necessidade de emenda da

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 51
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inicial). É uma opção de o autor afirmar que não tem interesse na audiência, logo,
não precisa se manifestar caso tenha interesse.

8. Documentos Indispensáveis: Trata-se da prova documental (ou, ainda, a


prova documentada) que deve ser apresentada com a petição inicial, sem a qual não
é possível o início do processo e o futuro julgamento de mérito. Portanto,
compreende documentos formalmente indispensáveis à apresentação da petição
inicial (tais como a procuração, o CPF ou CNPJ da parte autora, o seu comprovante
de domicílio, os atos constitutivos da pessoa jurídica autora etc.) e documentos
materialmente relevantes para a demonstração dos fundamentos de fato da causa
de pedir. Ainda, quando um ou alguns desses documentos indispensáveis ao
protocolo da petição inicial estiverem em poder do réu, a parte autora deve requerer
a determinação judicial para a sua apresentação.

15) O pedido atende uma classificação: certo, genérico, cumulativo, alternativo e


sucessivo. Conforme art. 322 do CPC. Explique-os.

Pedido Certo: É deixar expresso que estão compreendidos no pedido


principal os juros legais, a correção monetária, inclusive os honorários advocatícios.
Assim, tais verbas, mesmo que não postuladas na inicial, deverão ser consideradas,
de ofício, pelo juiz,

Pedido Genérico: Reafirma a necessidade de o pedido ser determinado,


porém, permite a formulação de pedido genérico nas ações universais ou se o autor
não puder indicar os bens demandados ou, ainda, quando não for possível
determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato ou quando a
determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu.

Pedido Cumulativo: No pedido cumulado compete ao autor comprovar


todos, para que não haja derrota parcial. Por exemplo, na ação de separação
judicial, se o autor fizer pedido cumulado, de dissolução do casamento por

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infidelidade, injúria, sevícia e abandono do lar, deverá comprovar todos, pena de


sucumbir-se, em parte. Porém, poderá fazer, se a prova não for robusta, pedido
subsidiário. Assim e se comprovada à infidelidade, os demais pedidos, antes
exemplificados, restarão prejudicados. Caso não comprovada a infidelidade, passa-
se à análise do outro pedido, ou seja, o de injúria, se comprovada à injúria, o pedido
será julgado procedente, caso não demonstrado este ilícito civil, passa-se à análise
do terceiro pedido, até esgotar todos, com várias oportunidades de vitória.

Pedido Alternativo: É direcionado às obrigações às quais compete ao


devedor cumpri-las de mais de um modo. Assim, necessariamente é alternativo o
pedido, eis que, na inicial, o autor pleiteará que o réu, por exemplo, entregue as 500
sacas de café ou o equivalente em dinheiro. Portanto, se a escolha compete ao réu,
necessariamente o autor, na inicial, terá que indicar quais são estas possibilidades
para que o réu, querendo, opte por uma delas.

Pedido Sucessivo ou Subsidiário: Já no pedido subsidiário o autor formula


vários pedidos, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o
anterior. Portanto, também é diferente, o pedido subsidiário, da cumulação de
pedido.

16) No que consiste a causa de pedir próximo e remota?

Causa de Pedir Remota ou Fática: Essa será a descrição do fato que deu origem a
lide.

Causa de Pedir Próxima ou Jurídica: É o próprio direito. Após a descrição fática e


feita aplicação do direito, a retirada da norma do abstrato para o concreto,
substanciando o pedido do autor.

17) Quando a petição inicial será indeferida?

As hipóteses de indeferimento da inicial encontram-se arroladas no art. 330


do CPC.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 53
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Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:

I - for inepta;

II - a parte for manifestamente ilegítima;

III - o autor carecer de interesse processual;

IV - não atendidas às prescrições dos arts. 106 e 321.

§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:

I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;

II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se


permite o pedido genérico;

III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente


de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob
pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais,
aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do
débito.

§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser


pago no tempo e modo contratados.

Inepta a produzir efeito jurídico por não preencher os requisitos legais, a


ausência de habilidade para produzir os resultados esperados pelo que
considera o que diz o art. 330 § 1º.

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18) É possível a emenda da petição inicial?

Sim, de acordo com art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não
preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o
autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com
precisão o que deve ser corrigido ou completado.

Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a


petição inicial.

19) Descreva sobre audiência de conciliação antes da defesa do réu?

Este tipo de audiência visa a estimular a autocomposição em fase processual


em que os ânimos ainda não estejam tão acirrados “porque ainda não apresentada à
contestação pelo réu”, que ocorre não perante o juiz, mas, sim, perante
conciliador/mediador, em ambiente menos formal e intimidador e mais propício ao
desarme de espíritos.

Cuida-se de inovação a favorecer o chamado sistema multiportas3, bem


presente a ideia de que, sendo várias as veredas possíveis rumo à solução do
conflito, deve o Judiciário, sim, ser o meio alternativo, subsidiário para dirimir
controvérsias.

20) É possível o autor manifestar o desinteresse da conciliação já na petição


inicial?

Sim, já na exordial, o autor Só precisa indicar seu desinteresse. Caso nada


diga, o juiz deve interpretar o silêncio como aquiescência à sua realização.

21) Explique a teoria da substanciação da causa de pedir?

A teoria da substanciação encontra-se prevista no nosso Código de Processo


Civil no art. 282, inciso III.
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No referido artigo o autor deve descrever, na inicial, os fatos e os fundamentos


jurídicos do pedido, ou seja, ao autor incumbe substanciar a causa de pedir com
todos os fatos importantes que deram origem ao seu pedido, ou seja, “não qualquer
episódio da vida, mas aqueles que se encaixam na norma gerando consequências
jurídicas”.

22) Sobre os efeitos do ajuizamento da petição inicial. Pergunta-se.

a) Quais os efeitos processuais? Explique.


 Torna prevento o juízo (Juízos com competências territoriais
diferentes – Comarcas diversas).
 Induz litispendência: Pendência da lide (acepção mais utilizada) e
Identidade entre as demandas.
 Faz litigiosa a coisa: Existe uma lide acerca da coisa ou relação
jurídica.

b) Quais os efeitos substanciais e ou materiais? Explique.


 Constitui em mora o devedor: (Obrigação líquida sem vencimento
certo – interpelação judicial).
 Interrompe a prescrição: (art. 202, I CC – interrupção da prescrição
ocorre pelo despacho do juiz).
 Obsta a decadência: Não interrompe a decadência, pois esta cuida de
direitos potestativos.

23) Dentre um dos elementos da petição inicial temos o valor da causa, sendo
que ele traz reflexos importantes. Explique.

O valor da causa continua sendo um requisito da petição inicial, devendo o


autor atribuir-lhe um valor certo, ainda que a causa não tenha conteúdo econômico
imediatamente aferível, como preconiza o disposto no art. 291 do CPC.

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Entretanto, pela quantidade de reflexos que ele pode produzir ao longo do


processo ou no seu encerramento.

Exemplos:

1. Neste sentido, o atual CPC dispõe em seu art. 319, inciso V, que “a petição
inicial indicará o valor da causa”, subentendendo-se que este é um requisito
indispensável da peça de ingresso na via jurisdicional.

A ausência dessa informação na peça vestibular não implica em seu


indeferimento de imediato, pois quando do seu despacho verificará o juiz
que ela não preenche os requisitos previstos na lei processual civil e
deverá, ato subsequente, determinar que o autor a emende ou a complete,
no prazo de 15 dias, “indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado” (art. 321).

2. Parâmetros para calculo do valor da causa, a quantificação do valor da


causa é, frequentemente, motivo e dúvidas por parte do signatário de uma
petição inicial de um processo civil, pois o disposto no título do CPC que
dela trata não esgota a infinidade de objetos de ações existentes no mundo
real.

Algumas hipóteses de quantificação estão previstas, entretanto, no art. 292


do CPC, o qual em sua essência é uma repetição do que estava previsto no
antigo CPC, com algumas modificações.

Pode-se afirmar que em linhas gerais o valor da causa é o potencial


proveito econômico que auferirá o jurisdicionado por meio da utilização do
serviço de prestação de tutela jurisdicional.

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3. Retificação do valor da causa, se o autor atribuir à causa um valor não


correspondente ao que está disposto no CPC poderá ele próprio tomar a
iniciativa de protocolizar petição retificando o valor da causa antes de a
petição inicial ser submetida ao seu despacho pelo juiz da causa, o que
contribuirá para agilizar o procedimento, pois se eliminará o tempo que
envolverá a conclusão do processo, o despacho para que o autor corrija o
valor atribuído erroneamente à causa e a publicação desta decisão.

Caso o processo seja encaminhado concluso para o juiz despachar a


petição inicial e conclua o magistrado que o valor da causa está incorreto,
deverá ele corrigir de ofício o valor, arbitrando-lhe a cifra que entender
correta.

24) Poderá o réu insurgir-se contra o valor da causa indicado na inicial?

O valor atribuído à causa pelo autor ficará sujeito em um primeiro momento


ao crivo do juiz e superado este, ao crivo do réu.

Assim, mesmo que o juiz tenha despachado a inicial mandando citar o réu,
não terá se petrificado o valor da causa lançado pelo autor na peça de ingresso na
via jurisdicional, pois o réu poderá impugnar este valor.

A impugnação ao valor atribuído à causa pelo autor passou a ser feita pelo
réu na própria peça de contestação, como preliminar de mérito, sob pena de
preclusão, devendo o juiz decidir a respeito e, se for o caso, mandar intimar o autor
para proceder ao recolhimento complementar das custas, como previsto no art. 293
do CPC.

25) Comente os artigos 5º, XXXV da CF e 3º, parágrafo 3º do CPC.

A conciliação e a mediação têm se caracterizado como métodos eficazes na


concretização da harmonia social por meio da solução pacífica das controvérsias,

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 58
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atendendo assim, aos valores que norteiam a Constituição da República Federativa


do Brasil de 1988.

O artigo 5°, inciso XXXV, da Constituição Federal, consagrando norma


idêntica constante nas anteriores Cartas políticas do Brasil, encerra o princípio da
reserva legal, também denominado da inafastabilidade da jurisdição, ao preceituar
que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça a
direito”. Observa-se que o caput do artigo 3° do novo Código de Processo Civil
reitera essa mesma regra, reservando ao Estado-juiz o monopólio da jurisdição.

Isso significa que a ninguém é dado renunciar à defesa de seus direitos diante
de uma potencial lesão futura! Daí, porque desponta nulo e ineficaz qualquer pactum
de non petendo, estipulado como cláusula de negócio jurídico, pelo qual os
contratantes se comprometem a não recorrer ao Poder Judiciário caso surja algum
litígio entre eles.

26) Conceitue prazo processual?

Prazo é o lapso de tempo em que o ato processual pode ser validamente


praticado. É delimitado por dois termos: termo inicial (dies a quo) e termo final (dies
ad quem).

27) Conceitue ato processual?

O ato processual corresponde àqueles atos jurídicos que são realizados durante o
decorrer do processo e que estão aptos a gerar efeitos a serem sentidos pelas
partes. Suas finalidades são a criação, alteração ou conservação de situação
jurídica, bem como podem visar à extinção do processo.

28) Diferencia defesa processual de defesa processual dilatória?

Dilatório: É o que, embora fixado na lei, admite ampliação pelo juiz ou que,
por convenção das partes, pode ser reduzido ou ampliado (art. 181 - CPC).

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Peremptório: É o que a convenção das partes e, ordinariamente, o próprio


juiz, não podem alterar (art. 182 - CPC).

(ato ou medida para retardar ou delongar o início de qualquer ação ou


pronunciamento de qualquer decisão*)

29) Qual a regra para contagem de um prazo processual?

O novo CPC dispõe que, além da contagem de prazos em dias úteis, os


prazos também ficam suspensos entre os dias 20 de dezembro e 20 de janeiro.
Além disso, segundo o artigo 224, os prazos serão contados excluindo o dia do
começo e incluindo o dia do vencimento, salvo disposição em contrário.

30) O que é preclusão?

É a perda do direito de manifestar-se no processo, isto é, a perda da


capacidade de praticar os atos processuais por não tê-los feito na oportunidade
devida ou na forma prevista. É a perda de uma faculdade processual, isto é, no
tocante à prática de determinado ato processual.

A preclusão refere-se também aos atos judiciais, e não só aos das partes.
Para as partes, a preclusão pode se dar quando o ato não for praticado dentro do
prazo estipulado (preclusão temporal); quando houver incompatibilidade com um ato
anteriormente praticado (preclusão lógica); ou quando o direito à prática daquele ato
já houver sido exercido anteriormente (preclusão consumativa).

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 60
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AULA

No direito de resposta em conformidade com o artigo 5º da C.F. é devido a


ampla defesa (defesa técnica por advogado constituído) mesmo porque como já
estudado a aparte no processo civil tem que ter a capacidade processual
(capacidade postulatória e também a capacidade de ser parte).

Podemos afirmar que uma vez citado lembrando que citação é o ato pelo qual
se chama ajuízo o réu ara manifestar-se no prazo previsto em lei (15 dias) sobre o
fato que lhe esta sendo impetrado. Desta forma, com a citação temos a relação
jurídica processual triangular (autor, juiz e réu), e ainda poderá o réu
tempestivamente oferecer contestação, exceção e reconvenção.

Podemos observar que este prazo de 15 dias é próprio (estipulado em lei),


legal (constituído), peremptório (cumprir) sob pena de preclusão. Trata-se de um
ônus processual ao réu, mesmo porque não esta ele obrigado a oferecer defesa,
considerando que o mesmo poderá concordar com o pedido do autor.

O JUIZ É LIVRE NO SEU


JUIZ CONVENCIMENTO,
PEDIDO = PRETENSAO DEVENDO FUNDAMENTAR
DO AUTOR SUA DECISAO

PRINCÍPIO PERSUASAO

SENTENÇA 3

AUTOR RÉU
JUIZ DEVE POSSUIR
PODERÁ O RÉU FAZER UM
2 PEDIDO CONTRAPONDO O
1. CAPACIDADE POSTULATÓRIA
AUTOR
2. IMPARCIALIDADE/EQUIDISTANTE
RECONVENÇAO
3. PERSUASAO RACIONAL

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 61
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Desta forma, contestação é o ato pelo qual o réu resiste em juízo à pretensão
do autor trazida na petição inicial.

Segundo CPC o réu oferecerá em contestação a defesa processual, chamada


também de preliminar e a defesa de mérito (impugnará cada fato trazido na inicial),
aliás, neste sentido segundo doutrina temos o princípio do ônus da impugnação
específica, entenda-se, deverá o réu impugnar cada fato trazido na petição inicial,
sob pena de serem considerados verdadeiros.

Em preliminar, deverá o réu alegar:

 Inexistência ou nulidade de citação;


 Incompetência absoluta ou relativa;
 Correção do valor da causa;
 Inépcia da inicial;
 Litispendência;
 Coisa julgada;
 Carência da ação;
 Incapacidade da parte;
 Convenção de arbitragem;
 Falta de caução;
 Concessão indevida da justiça gratuita.

Importa anotar que na defesa processual segundo doutrina temos a defesa


processual dilatória e peremptória razão pela qual na primeira muito embora o réu
tenha trazido um vício processual é possível a devida correção, tais como valor da
causa, legitimidade da parte. Por outro lado, falar na defesa processual peremptória
o réu argui litispendência, coisa julgada, justiça gratuita indevida, convenção de
arbitragem, sendo que, acolhido a preliminar pelo magistrado não há como
prosseguir com o processo, gerando sua extinção.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 62
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Ainda dentro da contestação temos a defesa de mérito que segundo o artigo


341 CPC se traduz na defesa direta e indireta. Na primeira impugnará cada fato
trazido na petição inicial, na segunda deduzirá algum fato impeditivo e extintivo do
direito do autor, por exemplo: o réu deduz que pagou o cobrado na inicial, fato este
extintivo ou ainda não entregou o serviço por descumprimento contratual do autor.

Poderá o réu oferecer exceção. É uma forma de defesa contra o órgão


jurisdicional, ao qual foi a causa distribuída em virtude da imparcialidade:
impedimento ou suspeição.

Como já estudado em Teoria Geral do Processo o juiz deverá atender alguns


princípios: imparcialidade, equidistante e persuasão racional, onde o juiz no
processo civil não deverá ficar adstrito ao depoimento da parte envolvendo-se
emocionalmente, mesmo porque, é ele o JUIZ/ESTADO com atribuição de colocar
fim ao litigio por sentença. Os atos do poder judiciário serão públicos e
fundamentadas suas decisões e em razão do principio da persuasão o juiz no
processo civil é livre no seu convencimento devendo fundamentar sua decisão.

Portanto, não poderá o magistrado ser amigo intimo ou inimigo da parte,


receber custas processuais, perceber honorários em razão ainda de ascendência,
descendência e cônjuge (razão de parentesco), que caracterizará impedimento ou
suspeição.

Poderá o réu excepcionar no prazo da defesa ou quando tiver conhecimento


do fato, entenda-se, a qualquer tempo.

Poderá o magistrado de ofício declarar-se suspeito ou impedido, remetendo


os autos a seu substituto legal. Caso não o faça mediante oferecimento da exceção
trazido pelo réu deverá manifestar-se concordando ou não com a exceção. Na
concordância remeterá os autos ao substituto legal, caso contrário o processo
seguirá para o tribunal que resolverá sobre a exceção e se procedente a nulidade
dos atos processuais.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 63
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DEFESA DE MÉRITO E DEFESA PROCESSUAL

A defesa é classificada pela doutrina em defesa de mérito e defesa


processual.

Defesa de mérito

É aquela em que o réu resiste à pretensão do autor, lutando pela


improcedência do pedido. Pode, por exemplo, negar os fatos afirmados pelo autor
ou demonstrar que a ordem jurídica não prevê as consequências por este
pleiteadas. Enfim, ataca o pedido do autor.

Conforme a atitude do réu, a defesa de mérito pode ser:

I - direta: se o réu negar a ocorrência dos fatos ou, confirmando os fatos,


negar as consequências jurídicas afirmadas pelo autor;

II - indireta: nesse caso o réu admite a veracidade dos fatos afirmados pelo
autor, mas alega fatos novos, impeditivos, extintivos ou modificativos do direito
deste.

A classificação não é apenas doutrinária, porque há reflexos processuais


importantes. Por exemplo, no caso da alegação de fatos novos, o autor deve ser
ouvido em réplica (art. 326 do CPC).

Outra influência importante ocorre na questão do ônus da prova, pois como


dispõe o art. 133 do CPC, cabe ao autor a prova do fato constitutivo do seu direito e
ao réu a prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.

Defesa processual

Na defesa processual o réu procura atacar a relação jurídica processual. Bem


sabe o advogado do réu que a extinção da relação processual impede seja proferida
decisão de mérito. Ou, então, que questões processuais podem retardar a prestação
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 64
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jurisdicional. Por exemplo, se for questionada a competência do juízo, essa questão


tem de ser dirimida antes. Também a defesa processual pode ser classificada em:

I - defesa processual própria (ou peremptória): é assim considerada a


defesa que pleiteia a extinção do processo sem resolução do mérito. Por exemplo, a
alegação de coisa julgada se acolhida produz essa consequência (CPC, art. 267, V);

II - defesa processual imprópria (ou dilatória): não tem o condão de


extinguir o processo, mas certamente prolonga a tramitação processual. Cite-se o
exemplo da arguição de incompetência do juízo.

A defesa, no procedimento ordinário, é apresentada por escrito, em petição


própria. No procedimento sumário pode ser oferecida ainda na primeira audiência,
na forma oral, nos termos do art. 278 do CPC, desde que não seja obtida a
conciliação. Nada impede, porém, seja apresentada por escrito.

CAPACIDADE POSTULATÓRIA

A capacidade postulatória é a capacidade (capacidade técnica-formal -


inscrição na OAB) conferida pela lei aos advogados para praticar atos processuais
em juízo, sob pena de nulidade do processo, de acordo com os artigos 1º e 3º da Lei
8.906/94. As pessoas não advogadas precisam, portanto, integrar a sua
incapacidade postulatória, nomeando um representante judicial: o advogado.

Nos termos do art. 133 da Constituição da República, o advogado é


indispensável à administração da justiça.

Assim, para postular em juízo é imprescindível que a parte tenha a habilitação


de advogado, ou seja, que ostente o título de bacharel em Direito e encontre-se
inscrito na OAB.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 65
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PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE E EQUIDISTANTE

A imparcialidade do juiz é pressuposto de validade do processo, devendo o


juiz colocar-se entre as partes e acima delas, sendo esta a primeira condição para
que possa o magistrado exercer sua função jurisdicional.

O juiz mantém-se equidistante dos interessados e sua atividade é


subordinada exclusivamente à lei, cujo império se submete como penhor de
imparcialidade na solução do conflito de interesses.

PRINCÍPIO DA PRESUASAO RACIONAL

O juiz é livre na formação de seu convencimento, na apreciação das provas e


argumentos apresentados pelas partes. Essa liberdade de convicção, no entanto, há
de ser exercida de forma motivada (princípio da motivação ou da fundamentação),
estando o juiz vinculado à prova e aos demais elementos existentes nos autos, bem
como às regras legais porventura existentes e às máximas de experiência.

DIFERENÇA ENTRE IMPEDIMENTO E SUSPEIÇAO

O Impedimento se fundamenta em elementos objetivos, prescinde da vontade


do agente estatal em consistir na alegação, implicando na proibição absoluto ao
exercício da jurisdição, cabendo ação rescisória da decisão proferida por juiz
impedido. Exemplo: quando for parte ele próprio.

Já a Suspeição, se fundamenta na dogmática subjetiva do agente, ou seja, ao


manter algum contato íntimo ou regular com determinada pessoa, que atua como
fundamental a grade do processo conecto a ele, podendo o juiz de ofício declare a
sua própria suspeição. A sentença proferida por juiz suspeito não é nula, e nem
rescindível. Exemplo: advogado, partes, testemunhas, etc.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 66
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REVELIA

Revelia é um termo jurídico que expressa o estado ou qualidade de revel, ou


seja, é alguém que não comparece em julgamento (ou comparece e não apresenta
defesa), após citação.

No âmbito de um processo civil, revelia é a inação do réu em face do pedido


do autor. Pode ser absoluta, se o réu não comparece em juízo, ou seja, se não
pratica qualquer ato no processo, ou relativa, se o réu não contesta mas comparece
em juízo de qualquer outro modo, designadamente nomeando um procurador. Um
revel pode em qualquer ocasião assumir e fazer parte do processo, mesmo que não
tenha apresentado defesa antecipadamente. No entanto, só poderá assumir o
processo no estado em que ele se encontra, podendo atuar a partir desse ponto.

ONUS PROCESSUAL

É o dever da parte que alega um fato, provar, razão da forma pela qual a
parte tenta reverter o que já se encontra em determinado processo.

Ônus é um encargo que recai sobre o interessado, cujo cumprimento lhe


acarreta as consequências benéficas de seu agir, expandindo as oportunidades
processuais; o ônus não cumprido pode fechar as portas para as oportunidades e
acarretar prejuízo pela inação do interessado. Difere do dever, porque ônus é um
encargo processual que se impõe em favor da parte, não existindo sanção a ser
aplicada. No dever processual, a relação se estabelece com o Estado, sendo
inerente a explícita sanção. Difere da obrigação, porque no ônus existe vinculação
de um interesse próprio a outro interesse próprio, enquanto a obrigação constitui
uma submissão de uma vontade própria pela vontade de outrem. Embora o ônus
processual envolva a relação jurídica entre partes, sua consequência maior ocorre
na esfera da conduta do seu detentor, que poderá sofrer um prejuízo pelo seu não
cumprimento, ou vir a ser beneficiado pela sua atitude. Constituem ônus contestar,
provar, recorrer etc. Não se defendendo, não provando ou não recorrendo o

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 67
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interesse perde oportunidade de ficar em melhor posição na relação processual.


Assim, se não se manifestar sobre um documento juntado pela outra parte perde o
momento de apresentar argumentos e questões que lhe possam beneficiar;
cumprindo-o, alargam suas chances de vitória na causa ou de reversão da situação
que lhe é contrária.

CPC: OS PRAZOS IMPORTANTES DE 05 DIAS, 10 DIAS E 15 DIAS.

PRAZOS DE 05 DIAS IMPORTANTES NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 101, § 2º

Prazo para recolhimento das custas processuais após a confirmação da


denegação ou revogação da gratuidade pelo tribunal.

Art. 107, inciso II

Prazo para o advogado, na qualidade de procurador, ter vista dos autos de


qualquer processo.

Art. 154, parágrafo único

Prazo para a parte contrária se manifestar sobre proposta de autocomposição


certificada nos autos por Oficial de Justiça.

Art. 218, § 3º

Prazo para a prática de ato processual a cargo da parte, se outro não houver
sido determinado por lei ou pelo juiz.

Art. 226, inciso I

Prazo para que o juiz profira despachos.

Art. 303, § 6º
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 68
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Prazo para emenda da petição inicial que requereu inicialmente apenas a


tutela provisória de urgência antecipada em caráter antecedente e o órgão
jurisdicional entendeu não haver elementos para concedê-la naquele momento
processual.

Art. 306

Prazo para o réu contestar o pedido formulado no âmbito do procedimento da


tutela provisória de urgência cautelar requerida em caráter antecedente.

Art. 331, caput

Prazo para a retratação do juiz no caso de recurso de apelação contra


decisão que indeferiu a petição inicial.

Art. 332, § 3º

Prazo para a retratação do juiz no caso de recurso de apelação contra


decisão que julgou liminarmente improcedente o pedido.

Art. 357, § 1º

Prazo para que as partes peçam esclarecimentos ou solicitem ajustes em


relação à decisão de saneamento do processo.

Art. 465, § 2º

Prazo para que o perito nomeado apresente proposta de honorários, currículo


com comprovação de especialização e contato profissional, em especial o eletrônico.

Art. 485, § 7º

Prazo para a retratação do juiz no caso de recurso de apelação contra


sentença terminativa (sem resolução de mérito).

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 69
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Art. 617, parágrafo único

Prazo para assinatura do termo de compromisso da inventariança.

Art. 675, caput

Prazo para oposição dos embargos de terceiro na fase executiva após a


adjudicação, alienação por iniciativa particular ou arrematação.

Art. 854, § 3º

Prazo para que o executado, no caso de penhora de dinheiro em depósito ou


aplicação financeira, comprove que as quantias tornadas indisponíveis são
impenhoráveis ou que há excesso de execução.

Art. 916, § 1º

Prazo para que o juiz decida acerca do requerimento de parcelamento do


débito exequendo, aplicável apenas à execução de título extrajudicial.

Art. 932, parágrafo único

Prazo para que o recorrente saneie o vício ou complemente a documentação


exigível antes da inadmissibilidade do recurso pelo relator.

Art. 1.007, § 2º

Prazo para que o recorrente supra a insuficiência no valor do preparo


(inclusive porte de remessa e retorno) a fim de evitar a deserção.

Art. 1.007, § 7º

Prazo para que o recorrente saneie eventual dúvida quanto ao recolhimento


do preparo ou equívoco em relação ao preenchimento da guia de custas.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 70
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Art. 1.019, inciso I

Prazo para que o relator, se o caso, atribua efeito suspensivo ao recurso ao


defira, total ou parcialmente, a tutela antecipada no âmbito recursal, comunicando ao
juiz a sua decisão.

Art. 1.023, caput e § 2º e 1.024

Prazo para oposição, resposta e julgamento dos embargos de declaração.

Art. 1.036, § 2º

Prazo para que o recorrente se manifeste sobre requerimento de interessado


no sentido de excluir da decisão de sobrestamento e inadmitir o recurso especial ou
extraordinário interposto de forma intempestiva no rito previsto para o julgamento
dos recursos extraordinários lato sensu repetitivos.

PRAZOS DE 10 DIAS IMPORTANTES NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 143, parágrafo único

Prazo para que o juiz aprecie o requerimento feito pela parte no sentido de
que houve, sem justo motivo, recusa, omissão ou retardamento de providência que
devia ser feita de ofício ou a requerimento, sob pena de responsabilização do
magistrado, civil e regressivamente, por perdas e danos.

Art. 226, II

Prazo para que o juiz profira decisões interlocutórias.

Art. 235, § 2º

Prazo para que o juiz ou o relator representado ao corregedor do tribunal ou


ao Conselho Nacional de Justiça pratique o ato requerido.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 71
ESTUDO - Prof.ª Berta

Art. 240, § 2º

Prazo para que o autor adote as providências necessárias para viabilizar a


citação, sob pena de a prescrição não ser interrompida nem retroagir à data da
propositura da demanda.

Art. 254

Prazo para que o escrivão ou o chefe de secretaria, após a efetivação da


citação por hora certa, envie ao réu, interessado ou executado, carta, telegrama ou
correspondência eletrônica para lhe dar ciência de tudo.

Art. 268

Prazo para devolução ao juízo de origem da carta precatória, carta de ordem


ou carta arbitral cumprida, pagas as custas pela parte.

Art. 334, § 5º

Prazo mínimo de antecedência em relação à audiência de conciliação/sessão


de mediação, para apresentação, pelo réu, de petição manifestando o seu
desinteresse na resolução consensual do conflito.

Art. 477, § 4º

Prazo mínimo de antecedência em relação à audiência para que o perito ou o


assistente técnico seja intimado por meio eletrônico.

Art. 539, § 1º

Prazo para manifestação de recusa pelo réu, cientificado por meio de carta
com aviso de recebimento, acerca da consignação em pagamento de obrigação em
dinheiro feita pelo autor em estabelecimento bancário.

Art. 545, caput


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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 72
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Prazo para que o autor da ação de consignação em pagamento complemente


o depósito inicialmente feito em razão da alegação de insuficiência por parte do réu.

Art. 723, caput

Prazo para que o juiz decida o pedido formulado no bojo de procedimento de


jurisdição voluntária.

Art. 828, § 1º

Prazo para que o exequente comunique ao juízo da execução as averbações


feitas a partir de certidão comprovando a admissão da demanda executiva.

Art. 828, § 2º

Prazo para que o exequente, após a penhora de bens suficientes para cobrir
o valor exequendo, providencie o cancelamento das averbações realizadas em
relação a outros bens não penhorados.

Art. 830, § 1º

Prazo para que o Oficial de Justiça, após ter arrestado os bens do executado
não encontrado, procure-o por duas vezes em dias distintos e, havendo suspeita de
ocultação, realize a citação por hora certa.

Art. 847, caput

Prazo para que o executado, uma vez intimado da penhora, requeira a


substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos onerosa e
não trará prejuízo ao exequente (necessário equilíbrio entre os princípios da menor
onerosidade dos meios executivos e da máxima efetividade da execução).

Art. 857, § 1º

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 73
ESTUDO - Prof.ª Berta

Prazo para que o exequente, após a penhora de direito do executado, declare


a sua preferência pela alienação judicial, em vez da opção pela sub-rogação.

Art. 862, caput

Prazo para que o administrador-depositário nomeado pelo juiz apresente


plano de administração quando a penhora recair em estabelecimento comercial,
industrial ou agrícola, bem como em semoventes, plantações ou edifícios em
construção.

Art. 870, parágrafo único

Prazo para que o avaliador entregue o laudo na execução.

Art. 903, § 2º

Prazo para que, após o aperfeiçoamento da arrematação, seja indicado


eventual vício para apreciação pelo juiz.

Art. 903, § 5º

Prazo para que o arrematante prove, após a arrematação, a existência de


ônus real ou gravame não mencionado no edital, podendo, nesse caso, desistir da
arrematação.

Art. 940, caput

Prazo para que o relator ou outro juiz que não se sinta habilitado a proferir
voto de imediato solicite vista dos autos do recurso interposto.

Art. 940, § 1º

Prazo máximo possível de prorrogação da vista dos autos do recurso


solicitada por relator ou juiz.

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Art. 943, § 2º

Prazo para que, lavrado o acórdão, a sua ementa seja publicada no órgão
oficial.

Art. 973, caput

Prazo para que, na ação rescisória, concluída a instrução, autor e réu


apresentem, sucessivamente, as suas razões finais.

Art. 989, § 1º

Prazo para que, no bojo dos autos da reclamação, a autoridade a quem for
imputada a prática do ato impugnado preste informações.

PRAZOS DE 15 DIAS IMPORTANTES NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 100

Prazo para que, deferido o pedido de gratuidade da justiça, a parte contrária


possa oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de
recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio
de petição simples.

Art. 104, § 1º

Prazo para que o advogado apresente procuração após a prática de ato


urgente ou realizado a fim de evitar preclusão, prescrição ou decadência.

Art. 120, caput

Prazo para impugnação do pedido de assistência.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 75
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Art. 135

Prazo para que, instaurado o incidente de desconsideração da personalidade


jurídica, o sócio citado (ou a pessoa jurídica citada, no caso de desconsideração
inversa) se manifeste e requeira a produção das provas cabíveis.

Art. 138, caput

Prazo para manifestação do amicus curiaeintimado de sua admissão na


demanda ou da decisão que solicitou, de ofício, a sua participação.

Art. 146, caput

Prazo para que a parte alegue impedimento ou suspeição do juiz, contado do


conhecimento do fato.

Art. 235, § 1º

Prazo para que o juiz ou relator representado junto ao tribunal ou ao Conselho


Nacional de Justiça apresente a sua justificativa.

Art. 290

Prazo para que a parte, intimada na pessoa de seu advogado, realize o


pagamento das custas iniciais, sob pena de cancelamento da distribuição da
demanda.

Art. 303, § 1º, I

Prazo para que o requerente, concedida a tutela provisória de urgência de


natureza antecipada requerida em caráter antecedente, adite a petição inicial.

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Art. 321, caput

Prazo para que o autor emende ou complete a inicial diante de decisão


judicial que deve especificar com precisão o que deve ser completado ou corrigido.

Art. 335, caput

Prazo para apresentação de contestação.

Arts. 338 e 339

Prazo para que o autor altere a petição inicial a fim de substituir o réu ou
incluir como litisconsorte o sujeito passivo indicado pelo réu como parte legítima
(técnica processual que veio para substituir a conhecida nomeação à autoria do
CPC/73).

Art. 343, § 1º

Prazo para apresentação de resposta à reconvenção apresentada pelo réu na


contestação.

Art. 350

Prazo para que o autor se manifeste sobre fato impeditivo, modificativo ou


extintivo de seu direito (réplica).

Art. 351

Prazo para que o autor se manifeste sobre as preliminares arguidas pelo réu
em contestação (réplica).

Art. 357, § 4º

Prazo para que as partes apresentem rol de testemunhas, contado da decisão


de saneamento e organização do processo.
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Art. 364, § 2º

Prazo sucessivo para apresentação de razões finais escritas (memoriais) pelo


autor, réu e Ministério Público, se o caso.

Art. 401

Prazo para que o terceiro responda à intimação judicial acerca de coisa ou


documento alegadamente em seu poder.

Art. 432, caput

Prazo para oitiva da parte contrária na arguição de falsidade.

Art. 437, § 1º

Prazo para que a outa parte se manifeste sobre documento novo juntado aos
autos.

Art. 465, § 1º

Prazo para que as partes aleguem impedimento ou suspeição do perito,


indiquem assistentes técnicos e apresentem quesitos, contado da intimação da
decisão que nomeou o expert.

Art. 477, § 1º

Prazo comum para que as partes se manifestem sobre o laudo pericial e


apresentem pareceres dos seus assistentes técnicos.

Art. 511

Prazo para que o requerido apresente a sua contestação na fase de


liquidação de sentença.

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Art. 523, caput

Prazo para pagamento voluntário da obrigação de pagar quantia certa na fase


de cumprimento definitivo da sentença.

Art. 525, caput

Prazo para apresentação de impugnação ao cumprimento de sentença.

Art. 550, caput

Prazo para apresentação de contestação na ação de exigir contas.

Art. 564, caput

Prazo para apresentação de contestação nas ações possessórias.

Art. 577

Prazo para apresentação de contestação na ação de demarcação.

Art. 601, caput

Prazo para apresentação de contestação na ação de dissolução parcial de


sociedade.

Art. 647, caput

Prazo comum para que as partes formulem pedido de quinhão antes da


partilha.

Art. 679

Prazo para apresentação de contestação em relação aos embargos de


terceiro.

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Art. 683, parágrafo único

Prazo para apresentação de contestação na oposição.

Art. 695, caput e § 2º

Prazo mínimo de antecedência em relação à audiência para que o réu seja


citado nas ações de família (processos contenciosos de divórcio, separação,
reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação).

Art. 721

Prazo comum para manifestação de todos os interessados nos procedimentos


de jurisdição voluntária.

Art. 801

Prazo para que o exequente corrija a petição inicial na execução fundada em


título executivo extrajudicial.

Art. 806, caput

Prazo para que o devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante


de título executivo extrajudicial, satisfaça a obrigação.

Art. 915, caput

Prazo para oferecimento de embargos à execução.

Art. 917, § 1º

Prazo para apresentação de impugnação em relação à incorreção da penhora


ou da avaliação, por simples petição, contado da ciência do ato.

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Art. 983, caput

Prazo para manifestação dos amici curiae no incidente de resolução de


demandas repetitivas (IRDR).

Art. 989, III

Prazo para apresentação de contestação pelo beneficiário da decisão objeto


de reclamação.

Art. 1.003, § 5º

Prazo para interposição e resposta nos recursos, à exceção dos embargos de


declaração.

Art. 1.032, caput

Prazo para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e


se manifeste sobre a questão constitucional, nos casos em que o STJ entender que
o recurso especial versa sobre questão constitucional.

CONTESTAÇAO

AULA

Contestação é o meio por excelência do exercício do direito de defesa.

Peça processual com defesas processuais, artigo 337 CPC.

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:

I - inexistência ou nulidade da citação;

II - incompetência absoluta e relativa;

III - incorreção do valor da causa;


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IV - inépcia da petição inicial;

V - perempção;

VI - litispendência;

VII - coisa julgada;

VIII - conexão;

IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;

X - convenção de arbitragem;

XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;

XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;

XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.

§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação


anteriormente ajuizada.

§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma


causa de pedir e o mesmo pedido.

§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso.

§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão
transitada em julgado.

§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz


conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.

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§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na


forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao
juízo arbitral.

PRINCIPIOS

Princípio da contestação: A contestação é o meio, por excelência, de


exercício do direito de defesa, pois esta peça processual veicula fundamentalmente
a impugnação de mérito, ou seja, ao pedido do autor, bem como algumas
modalidades de defesa processual. Representa, para o réu, aquilo que a petição
inicial representa para o autor, pois, na contestação, compete ao réu alegar ‘toda a
matéria de defesa’ (art. 300), no que diz respeito à defesa de mérito.

O autor Pedro Lenza, relata no livro de sua autoria a seguinte dissertativa:

“Se a todos é dado o direito de ajuizar a ação, é sempre assegurado


ao réu o direito de contrapor-se a ela, de defender-se, impugnando a
pretensão do autor, e apresentando os argumentos necessários para
o convencimento do juiz.”

Princípio da eventualidade: Esse princípio diz que as defesas devem ser


totalmente apresentadas de uma só vez, em caráter subsidiário, ou seja, uma vez
que não poderá posteriormente modificar a sua defesa. Vale salientar, que o réu
precisa se defender-se de todas as alegações sob pena de revelia.

FORMA DE CONTESTATAÇAO

 Escrita
 Juizado - Lei 9.099/95

Artigo 336 CPC

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Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa,


expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e
especificando as provas que pretende produzir.

Incube ao réu especificar as provas que pretende produzir, juntar documentos


necessários (art. 434 CPC) e preparação (art. 104 CPC).

Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os


documentos destinados a provar suas alegações.

Parágrafo único. Quando o documento consistir em reprodução


cinematográfica ou fonográfica, a parte deverá trazê-lo nos termos do caput, mas
sua exposição será realizada em audiência, intimando-se previamente as partes.

Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração,
salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato
considerado urgente.

§ 1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá,


independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias,
prorrogável por igual período por despacho do juiz.

§ 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em


cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e
danos.

PRINCÍPIO DO ONUS DA INPUGNAÇAO ESPECÍFICA

Segundo o princípio do ônus da impugnação especificada, é proibida a


contestação genérica, isto é, por negação geral, o que equivale à ausência de
defesa, sendo ônus processual do réu impugnar um a um os fatos articulados na
petição inicial, sob pena de serem reputados verdadeiros os fatos afirmados pelo
autor.

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Artigo 341 CPC

 Réu;
 Impugnação do fato;
 Cada fato trazido;
 Petição inicial, pois são admitidos como verdadeiros aqueles que não
impugnados.

Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as


alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não
impugnadas, salvo se:

I - não for admissível, a seu respeito, a confissão;

II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei


considerar da substância do ato;

III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.

Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica


ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.

Assim, não é admitido “NEGATIVA GERAL”.

Não impugnados os fatos na inicial, sobre eles não há necessidade de


produção de provas, por se tratarem incontroversos.

De acordo com o artigo 302 do CPC, não se admite a contestação pela


simples negativa geral. Entende-se que, uma contestação assim formulada
equivaleria a uma não contestação, ensejando a revelia e seus efeitos. O
ordenamento jurídico pátrio impõe ao réu o ônus de manifestar-se precisamente
sobre cada um dos fatos alegados, pois aqueles não refutados serão considerados
como verdadeiros, passando a ser fato incontroverso.

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Prazo contestação

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15


(quinze) dias, cujo termo inicial será a data:

I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de


conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver
autocomposição;

II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou


de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º,
inciso I;

III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos
demais casos.

§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º,


o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de
apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.

§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo


litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o
prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a
desistência.

Prazo em dobro (artigos 229; 180; 183 CPC).

O Código de Processo Civil de 2015, no art. 229, ratifica a possibilidade da


aplicação do prazo em dobro, no entanto faz algumas ressalvas para aplicação do
mesmo, in verbis:

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios


de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
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§ 1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus,


é oferecida defesa por apenas um deles.

§ 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.

Art. 180.

O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos,


que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.

§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o


oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo.

§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei


estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o Ministério Público.

Art. 183.

A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas


autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as
suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação
pessoal.

§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.

§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei


estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público.

RECONVENÇAO

Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar


pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu


advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
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§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o


exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à
reconvenção.

§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.

§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.

§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser


titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em
face do autor, também na qualidade de substituto processual.

§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer


contestação.

Toda vez que o autor ingressa com uma ação, tem ele o condão de pedir ao
magistrado um pronunciamento contra o réu. O réu, por sua vez, tem por objetivo, se
furtar da responsabilidade daqueles fatos, buscando a improcedência do pedido do
autor.

Ocorre que o réu pode se valer do mesmo processo para buscar não apenas
a improcedência do pedido do autor, mas objetivar um verdadeiro contra ataque ao
autor.

É a chamada reconvenção e pedido contraposto (rito sumário e sumaríssimo).

A reconvenção, então, é como se fosse uma nova ação, ajuizada pelo réu
contra o autor, no momento de responder os termos da petição inicial. Assim, trata-
se de um pedido do réu contra o autor, dentro do mesmo processo.

As partes numa reconvenção são denominadas: reconvinte (réu, que elabora


a reconvenção contra o autor) e reconvindo (autor, contra o qual a reconvenção se
dirige). Na verdade, ambas as partes serão, simultaneamente, autor e réu, se
verificar ora a ação, ora a reconvenção.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 88
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Em virtude do princípio da economia processual, a reconvenção existe para


se evitar o desperdício de tempo em se ajuizar um novo processo que pode ser
perfeitamente decidido junto ao que já se encontra em curso.

Importante ressaltar que a reconvenção é mera opção do réu e não uma


obrigação processual. Caso não tenha sido formulada no prazo previsto em lei, essa
omissão não irá prejudicar o réu, pois não impede que ele ajuíze um processo
independente contra o autor.

Conforme ditado em aula, ainda dentro do estudo da defesa do réu a que


observar a necessidade do oferecimento da contestação escrita, respeitando-se a
defesa processual (onde vai alegar eventual vício processual existente no processo
ensejando a devida correção ou extinção do feito).

Princípios que norteiam a defesa do réu:

1. Ônus da impugnação específica;


2. Concentração;
3. Eventualidade.

Segundo doutrina, considerando-se que jamais poderá o réu em sede de


contestação deduzir “negativa geral” e sim impugnar cada fato trazido na petição
inicial, sob pena de serem considerados verdadeiros.

Deverá também oferecer documentos embasando sua defesa respeitando-se


os princípios da concentração e finalmente principio da eventualidade, caso o juiz
não conheça de um pedido e supostamente apresentado o autor vários pedidos
(dentro da classificação dos pedidos já estudado) a que considerar este princípio
quando o réu na defesa indireta alega um fato constitutivo, motificativo ou extintivo
do direito do autor.

Exemplo: o autor em ação de cobrança requer 10.000 reais, o réu na defesa


alega ter pago 5.000 reais, mas novou a divida.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 89
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Poderá ainda o réu oferecer reconvenção. Um dos pressupostos da


reconvenção é a conexão com a ação principal.

JUIZ

REFAZER/CONTRAPOR
PEDIDO DO AUTOR

AUTOR RÉU

Na reconvenção poderá o réu da ação principal fazer um pedido ao juiz por


isso na reconvenção será ele autor reconvinte.

Observação: Trata-se de uma faculdade do réu e ainda oferecer reconvenção


não é o mesmo que contestação. Cuidado na reconvenção o réu dela se utiliza por
competência do mesmo juízo, economia processual, diante da conexão com a ação
principal.

Sendo assim, oferecido contestação e reconvenção seguirão


simultaneamente, mesmo que extinta a ação principal.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 90
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QUESTIONÁRIO

1) Conceitue contestação?

A contestação é o instrumento processual utilizado pelo réu para opor-se,


formal ou materialmente, a pretensão deduzida em juízo pelo autor.

2) Está o réu obrigado a defender-se ou poderá reconhecer o pedido


formulado pelo autor?

O réu pode reconhecer a procedência do pedido formulado pelo autor (art.


387, III, a) ou rejeitá-lo impugnando de forma obrigatória o pedido do autor.

3) Ausência de contestação. Qual sua consequência?

Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-
se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.

4) Qual o prazo pra o réu oferecer contestação? Existe prazo em dobro?

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15


(quinze) dias.

O Código de Processo Civil de 2015, no art. 229, ratifica a possibilidade da


aplicação do prazo em dobro, no entanto faz algumas ressalvas para aplicação do
mesmo, in verbis:

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios


de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.

§ 1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus,


é oferecida defesa por apenas um deles.

§ 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.


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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 91
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Art. 180.

O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos,


que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.

§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o


oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo.

§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei


estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o Ministério Público.

Art. 183.

A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas


autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as
suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação
pessoal.

§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.

§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei


estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público.

5) Do que consiste a defesa processual?

Na defesa processual o réu procura atacar a relação jurídica processual. Bem


sabe o advogado do réu que a extinção da relação processual impede seja proferida
decisão de mérito. Ou, então, que questões processuais podem retardar a prestação
jurisdicional. Por exemplo, se for questionada a competência do juízo, essa questão
tem de ser dirimida antes. Também a defesa processual pode ser classificada em:

I - defesa processual própria (ou peremptória): é assim considerada a defesa


que pleitea a extinção do processo sem resolução do mérito. Por exemplo, a
alegação de coisa julgada se acolhida produz essa consequência (CPC, art. 267, V);
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II - defesa processual imprópria (ou dilatória): não tem o condão de extinguir o


processo, mas certamente prolonga a tramitação processual. Cite-se o exemplo da
arguição de incompetência do juízo.

A defesa, no procedimento ordinário, é apresentada por escrito, em petição


própria. No procedimento sumário pode ser oferecida ainda na primeira audiência,
na forma oral, nos termos do art. 278 do CPC, desde que não seja obtida a
conciliação. Nada impede, porém, seja apresentada por escrito.

6) Comente os artigos 335, 344 e 345 do CPC?

O artigo 335 do CPC dispõe o prazo de 15 dias para o réu oferecer


contestação, por petição.

O artigo 344 do CPC ressaltar que o réu não tem o dever de responder ao
processo, mas tem um ônus de fazê-lo, pois em caso de inexistência de resposta, o
mesmo será tratado como ausente no processo, tendo algumas consequências
jurídicas particularizadas para esta situação, como por exemplo: presumir-se-ão
verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.

O artigo 345 do CPC dispõe sobre as hipóteses em que não ocorre a revelia e
os seus efeitos.

7) No que consiste a defesa processual dilatória e peremptória?

Defesa processual imprópria (ou dilatória): não tem o condão de extinguir o


processo, mas certamente prolonga a tramitação processual. Cite-se o exemplo da
arguição de incompetência do juízo.

Defesa processual própria (ou peremptória): é assim considerada a defesa


que pleitea a extinção do processo sem resolução do mérito. Por exemplo, a
alegação de coisa julgada se acolhida produz essa consequência (CPC, art. 267, V).

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8) No que consiste a defesa de mérito oferecida pelo réu?

É aquela em que o réu resiste à pretensão do autor, lutando pela


improcedência do pedido. Pode, por exemplo, negar os fatos afirmados pelo autor
ou demonstrar que a ordem jurídica não prevê as consequências por este
pleiteadas. Enfim, ataca o pedido do autor.

Conforme a atitude do réu, a defesa de mérito pode ser:

I - direta: se o réu negar a ocorrência dos fatos ou, confirmando os fatos,


negar as consequências jurídicas afirmadas pelo autor;

II - indireta: nesse caso o réu admite a veracidade dos fatos afirmados pelo
autor, mas alega fatos novos, impeditivos, extintivos ou modificativos do direito
deste.

9) Explique o seguinte princípios: juiz natural, contraditório e devido processo


legal?

O princípio do juiz natural estabelece que deve haver regras objetivas de


competência jurisdicional, garantindo a independência e a imparcialidade do órgão
julgador.

O princípio do contraditório é a opinião contrária daquela manifestada pela


parte oposta da lide.

O princípio do devido processo legal garante a todos o direito a um processo


com todas as etapas previstas em lei, dotado de todas as garantias constitucionais.
Caso não haja respeito por esse princípio, o processo se torna nulo.

10) Conceitue exceção

Exceção é quando a defesa termina um processo, essa exceção ocorre


quando a ação jurídica demora para encerrar uma causa. É a defesa indireta
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(relativamente à contestação, que é direta), na qual o réu, sem negar o fato afirmado
pelo autor, alega direito seu com o objetivo de elidir ou paralizar a ação (suspeição,
incompetência, coisa julgada etc.).

11) Em qual prazo poderá o réu oferecer exceção?

Prazo de 15 dias, em geral (art. 335 c/c 231 e 214; em dobro, para litisconsortes com
diferentes procuradores, de diferentes escritórios, em processos físicos: art. 229; em dobro,
para a Fazenda Pública, o Ministério Público e a Defensoria Pública: art. 180, 183 e 186).

12) Poderá o magistrado conhecer de ofício o impedimento e suspeição?

O juiz poderá ser afastado da demanda de duas formas: espontaneamente


(de ofício) ou por requerimento das partes. A lei especifica os motivos que podem
afastar o juiz da demanda, que são chamadas de impedimento ou suspeição.

Em suma: as regras de impedimento e suspeição são importantes para o


dever de imparcialidade do juiz no processo. O juiz tem o dever de oferecer
garantias de imparcialidade aos litigantes. A lei especifica os motivos que podem
afastar o juiz da demanda, espontaneamente ou por ato das partes: impedimento e
suspeição.

13) Quais as hipóteses de impedimento e suspeição?

IMPEDIMENTO

As hipóteses de impedimento são de teor objetivo, ou seja, são mais fáceis de


serem percebidas e também mais graves. O impedimento pode ser reconhecido de
ofício pelo juiz ou por qualquer das partes no decorrer do processo até o trânsito em
julgado de sua sentença. Porém, se não for reconhecida até tal momento, cabe ação
rescisória pela parte que sentir-se lesada.

A importância de o juiz se declarar impedido é tanta, que a ausência de tal


fato pode gerar nulidade absoluta no processo.
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Hipóteses de Impedimento

Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso


ou voluntário:

I - de que for parte;

Ex: Quando o juiz é autor ou réu do mesmo processo.

II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou


como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha;

Ex: Há uma regra que proíbe o juiz de atuar nas ocasiões em que ele
interveio como mandatário da parte, ou oficiou como perito, ou funcionou como
órgão do Ministério Público, ou que prestou depoimento como testemunha em
determinado processo. O juiz-testemunha é aquele que assim como qualquer
pessoa pode presenciar, não fazendo parte do processo, acontecimentos que
podem ser importantes para a decisão da causa

III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido


sentença ou decisão;

Ex: Caso do juiz, por exemplo, deixou sua comarca de origem e passou a
atuar no segundo grau de jurisdição, ocorrendo a ele um processo, no grau de
recurso, o qual ele já havia proferido sentença.

IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge


ou qualquer parente seu consanguíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral
até o segundo grau;

Ex: O juiz só estará impedido nessa hipótese quando a participação do


advogado no processo é anterior a do juiz.

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V - quando cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das partes,


em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau;

Ex: Quando tiver de julgar seu cônjuge, algum parente em linha reta (pai,
mãe, filho, neto, bisneto, etc) ou na colateral até o terceiro grau (tio, tia, tio-avó, etc,
até o terceiro grau)

VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica,


parte na causa.

Ex: Quando o juíz participar de órgão de direção ou de administração de


pessoa jurídica que seja parte na causa.

Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o


advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao
advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz.

SUSPEIÇAO

As hipóteses de suspeição tem um teor mais subjetivo, menos explícito que


as do impedimento; sendo mais difíceis de perceber. Esta não gera nulidade
absoluta no processo. Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz ou pelas partes até
15 dias depois da ciência da hipótese de suspeição. Porém, se passado esse prazo
sem manifestação das partes, não cabe ação rescisória.

Hipóteses de Suspeição

Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando:

I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;

Ex: Quando o juiz for amigo pessoal ou inimigo declarado da alguma das
partes.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 97
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II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de


parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;

Ex: Quando o juiz, seu cônjuge ou algum parente em linha reta (pai, mãe,
filho, neto, bisneto, etc) ou na colateral até o terceiro grau (tio, tia, etc, até o terceiro
grau) tiver débitos ou créditos com uma das partes.

III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;

Ex: Herdeiro Presuntivo: é a pessoa provisoriamente tida como herdeira de


uma herança, mas que pode perder tal posição com o nascimento de um herdeiro
aparente ou de um novo herdeiro presuntivo com mais direito a esta.

IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar


alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender
às despesas do litígio;

Ex: Caso o juiz receba “algo” ou aconselhe a alguma das partes antes ou
depois de iniciado o processo ou subministre meios de atender as despesas do
litígio.

V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.

Ex: Caso em que o juiz terá proveito se uma das partes ganhar a ação.

Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo.

14) Arguida pela parte a suspeição e impedimento. Qual o procedimento e


providencias do juiz?

Conforme artigo 146 CPC No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do


conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição
específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa,

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podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de


testemunhas.

§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz


ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário,
determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias,
apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas,
se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.

§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo


que, se o incidente for recebido:

I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;

II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o


julgamento do incidente.

§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou


quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida
ao substituto legal.

§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é


improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.

§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta


suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu
substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.

§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento


a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.

§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já


presente o motivo de impedimento ou de suspeição.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 99
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15) Não concordando o magistrado com a exceção de impedimento e


suspeição. Qual procedimento será adotado?

O magistrado não concordando o processo seguirá para o tribunal que


resolverá sobre a exceção e se procedente a nulidade dos atos processuais.

16) Quais as providencias do relator no tribunal quando receber a exceção


com os esclarecimentos do juiz?

Conforme dispõe o artigo 146 do CPC em seus § 2º e § 3º.

§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo


que, se o incidente for recebido:

I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;

II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o


julgamento do incidente.

§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou


quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida
ao substituto legal.

17) Julgada procedente a exceção pelo tribunal. Quais consequências ao


magistrado?

Conforme dispõe o artigo 146 do CPC em seus § 5º, 6º e 7º.

§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta


suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu
substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.

§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento


a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 100
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§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já


presente o motivo de impedimento ou de suspeição.

18) Comente o artigo 343 do CPC

Tal artigo dispõe que reconvenção é um instituto do Direito Processual Civil


que prevê a possibilidade de o réu fazer pedidos, como o faria em uma ação de sua
autoria, na ação em que é demandado. E, assim, demandar a parte autora do lide
em que é réu ou terceiro.

19) A reconvenção será oferecida em qual prazo? É ela obrigatória?

O prazo para o réu apresentar a reconvenção é o mesmo da contestação, ou


seja, de 15 dias úteis (art. 335). Ressalta-se que a reconvenção não é de caráter
obrigatório, sendo possível o ajuizamento de outra ação posteriormente. A
reconvenção pode também ser requerida sem a presença da contestação. Preceitua
Theodoro Junior que “como a reconvenção não substitui a contestação, em tal
hipótese ocorrera revelia quanto à ação principal, o que não impede a apreciação do
pedido formulado na ação incidental”.

20) Qual o pressuposto para reconvenção?

I - Legitimidade de parte . Só o réu é legitimado ativo para ajuizar a


reconvenção; e apenas o autor pode ser reconvindo. Por outro lado, tanto na ação
como na reconvenção, as partes devem atuar na mesma qualidade jurídica, de sorte
que, se um age como substituto processual de terceiro, não poderá figurar em nome
próprio na lide reconvencional.

Em outras palavras, quem foi demandado em nome próprio não pode reconvir
como representante ou substituto de outrem e vice-versa. Pela natureza especial de
resposta do réu ao autor, não se pode admitir que o reconvinte constitua
litisconsórcio com terceiro para reconvir ao autor.

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II - Conexão . Só se admite a reconvenção, se houver conexão entre ela e a


ação principal ou entre ela e o fundamento da defesa (contestação) (art. 315, caput):

III - Competência. Por força do art. 109, o juiz da causa principal é também
competente para a reconvenção. Essa prorrogação, que decorre da conexão das
causas, não alcança as hipóteses de incompetência absoluta, mas apenas a
relativa, segundo dispõe o art. 102. Portanto, só pode haver reconvenção quando
não ocorrer a incompetência do juiz da causa principal para a ação reconvencional.

IV - Rito . O procedimento da ação principal deve ser o mesmo da ação


reconvencional. Embora não haja previsão expressa da compatibilidade de rito para
reconvenção, essa uniformidade é exigência lógica e que decorre analogicamente
do disposto no art. 292, § 1º, III, que regula o processo cumulativo em casos de
conexão de pedidos, gênero a que pertence a ação reconvencional.

21) Extinta a ação principal seguirá a reconvenção?

A lei determina que, se a ação original for extinta por algum motivo ou se o
autor desistir, nada impede que a reconvenção tenha seu prosseguimento normal.
Por isso, costuma-se dizer que a reconvenção funciona realmente como uma nova
ação, dentro do mesmo processo. Nesse sentido dispõe o art. 317 do CPC:

Art. 317. A desistência da ação, ou a existência de qualquer causa que a


extinga, não obsta ao prosseguimento da reconvenção.

AULA

Revelia - Ausência de defesa.

Noções;

Artigo 238 CPC: réu - citado - relação jurídica processual.

Réu: ônus - defesa.


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Réu: citado - advertido das consequências - comissão - contestação - artigo


250 II CPC.

Revelia: citado - não oferecer contestação.

Efeitos da revelia:

1. Presunção de veracidade;
2. Desnecessidade de intenção para os demais atos processuais.
3. Artigo 344 CPC.

Hipótese de relativa presunção - artigo 345 CPC.

1. Pluralismo do réu;
2. Ação: direitos indisponíveis (extrapatrimoniais/públicos);
3. Petição inicial desacompanhada de instrumento público que a lei
considere indisponível a prova do ato.

Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:

I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;

II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei


considere indispensável à prova do ato;

IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou


estiverem em contradição com prova constante dos autos.

Entes que não tem o ônus da impugnação específica - artigo 341 CPC.

1. Defensor público;
2. Advogado dativo;
3. Curador especial.
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Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as


alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não
impugnadas, salvo se:

I - não for admissível, a seu respeito, a confissão;

II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei


considerar da substância do ato;

III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.

Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica


ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.

Artigo 346 CPC - O revel poderá intervir no processo em qualquer fase,


recebendo-o no estudo em que se encontra.

Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da
data de publicação do ato decisório no órgão oficial.

Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase,


recebendo-o no estado em que se encontrar.

Réu > constitui advogado > não ofereceu defesa > revelia > continuará a receber
intimação por meu de seu patrono.

Revel > poderá intervir no processo > sem advogado > os prazos ocorrerão para ele
independentemente de intimação.

Encerra fase postulatória > juiz > artigo 347 CPC

Art. 347.

Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providências


preliminares constantes das seções deste Capítulo.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 104
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O conceito de revelia é a situação em que se coloca o réu que uma vez citado
não oferece contestação. Como já estudado na fase postulatória que compreende
petição inicial e defesa do réu tratando-se de garantia fundamental prevista no artigo
5º LX CF, entenda-se princípio do contraditório, chamado também de ampla defesa.

Desta forma considerando-se também o princípio do ônus da impugnação


específica, caberá ao réu impugnar cada fato trazido na inicial sob pena de serem
considerados verdadeiros, as demais será o réu advertido quando citado de que o
não oferecimento da contestação ensejará revelia com seus efeitos.

Importa anotar que a revelia é a ausência de contestação com e sem


advogado, entenda-se: o réu foi citado não constitui advogado e nem ofereceu
defesa, o réu foi citado, constituiu advogado e este ofereceu defesa intempestiva ou
ainda não ofereceu defesa.

São efeitos da revelia:

1. Presumirá verdadeiros os fatos trazidos na exordial;


2. Desnecessidade de intimação para os demais atos processuais.

CAIRÁ NA PROVA!

A REVELIA NÃO É ABSOLUTA, mesmo porque se existir pluralidade de


réus (litisconsórcio unitário artigo 116 CPC) e um deles oferecer defesa o processo
seguirá normalmente, nas ações de direito indisponíveis e ainda quando existir
instrumento público e a demanda estiver desacompanhada de tal documento por
exemplo: escritura pública.

O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, encontrando ou melhor


recebendo o processo no estado em que se encontrar,

Após a fase postulatória caberá o magistrado adotar uma das hipóteses


trazidas no artigo 347 do CPC.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DO CONHECIMENTO 105
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 Se o réu concordou com o pedido trazido na inicial caberá o


magistrado designar a audiência homologando por sentença e a
consequente extinção do feito.
 Se o réu em contestação oferecer preliminares (vício processual)
caberá ao juiz dar ciência a parte contraria para manifestação no prazo
de 15 dias, afim, de sanar tal defeito.

Quando o juiz no despacho determinar a manifestação da parte para sanar


os vícios trazidos na inicial denomina-se REPLICA.

Quando o réu na contestação alegar fato extintivo, modificativo ou constitutivo


do direito do autor, deverá também o magistrado determinar que o autor em replica
se manifeste no prazo de 15 dias sobre a defesa do réu.

E finalmente sob o efeito da revelia devemos considerar se a mesma ocorreu


sem advogado e se tratando de matéria de direito, poderá o magistrado julgar
antecipadamente o litígio, se a revelia foi relativa nas hipóteses do artigo 345 CPC o
processo seguirá normalmente se o réu dentro do principio do ônus da impugnação
ofereceu tão somente a defesa de mérito o juiz em despacho sanador determinará
as partes as provas que pretende produzir, sendo que após a realização destas,
designará o juiz a audiência de instrução.

Finalmente poderá o magistrado determinar outras provas além daquelas


produzidas pelas partes nos termos do artigo 370 CPC.

Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as


provas necessárias ao julgamento do mérito.

Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências


inúteis ou meramente protelatórias.

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