Вы находитесь на странице: 1из 12

ACTA MEDICA PORTUGUESA 1984; 5: 223-234 ARTIGO DE REVISAO

CARDIOMIOPATIA ALCOOLICA
MARCOS A. ROSSI, SERGIO ZUCOLOTO
Departamento de Patologia. Laboratôrio de Patologia Experimental. Faculdade de Medicina de RibeirAo Preto.
Universidade de São Paulo, Brasil

RESUMO
Embora a associacAo entre alcoolismo crónico e a doenca cardiaca tenha sido reconhecida ha longo
tempo, a natureza precisa dessa relaçao é ainda obscura. Ha opiniOes de que a deficiência nutricional que
acompanha a ingestao de bebidas alcoólicas é a principal causa das lesOes cardiacas e que o álcool per se é
directamente tôxico para o coracão. Ha também opiniOes que dAo particular irnportância aos efeitos de
outros elementos nas bebidas alcoôlicas. Neste trabalho os aspectos históricos, clinicos, patologicos e pato
genéticos da cardiomiopatia alcoôlica são revistos. Resultados experimentais do nosso laboratório são tam
bern apresentados; eles oferecern considerável apoio a hipótese que a associacão entre o consurno crónico
de bebidas alcoólicas e cardiomiopatia é o resultado de uma deficiëncia nutricional multifactorial primária
resultante da substituicAo de calorias provenientes de nutrientes por calorias vazias — desprovidas de
proteinas, vitaminas e sais minerais — do álcool, e/ou secundária, devido aos efeitos do álcool no figado,
pancreas e intestino. Além disso, é também sugerido que a exposicao continuada as altas concentracOes de
catecolamina tecidual, que estariam provavelmente directamente relacionadas a ma nutricAo, possa ter urn
papel no desenvolvimento das alteracOes morfologicas do miocãrdio.

SUMMARY
Alcoholic cardiomyopathy
Although the association between chronic alcoholism and heart disease has been recognized for a long
time, the precise nature of this relationship is still a clouded issue. There are opposing views that nutritional
deficiency accompanying drinking is the main cause of cardiac lesions and that alcohol by itself is
directly toxic to the heart. There are also oppinions which lay particular importance on the effect of other
elements in alcoholic beverages. In this paper the historical, clinical, pathological and pathogenetic aspects
of alcoholic cardiomypathy are reviewed. Experimental results from our laboratory are also presented;
they offer considerable support to the hypothesis that the association between the chronic consumption of
alcoholic beverages and cardiomyopathy is a result of a primary multifactorial nutritional deficiency result
ing from the displacement of nutrient-associated calories by the empty calories — devoid of protein,
vitamins and minerals — of alcohol, and/or secondary nutritional deficiency due to injurious effects of
alcohol on the liver, pancreas and intestine. It is also suggested that continued exposure to high levels of
catecholamines, directly related to malnutrition, may play a role in the development of myocardial pathology.

INTR0DuçA0 çOes e distürbios de ritrno, pressão arterial baixa, cardiorne


galia, ritrno de galope, insuficiência mitral funcional, ederna
0 estudo das cardiorniopatias tern despertado grande in dos mernbros inferiores e congestão hepática dolorosa. Nesse
teresse. Urn sine qua non na definicao desse grupo de dis periodo pouca atencão foi dada as deficiências nutricionais
türbios é que são primariarnente doencas do miocárdi& e comurnente associadas ao alcoolismo crônico como possi
não pertencem as categorias etiológicas comuns de doencas veis causas da doenca cardIaca; e os clinicos relacionararn
cardiacas, tais como farniliar ou congénita, arteriosclerótica, directamente a insuficiência cardiaca aos efeitos do álcool.
inflamatória, hipertensiva, luética ou reurnãtica. Estã im Todavia as observaçOes clinicas precedentes, e aquelas
plicito no termo cardiomiopatia a idéia que o rnüsculo car de outros investigadores, forarn grandemente obscurecidas
diaco é o local primário do processo de doenca e que 0 res pelos trabalhos de Wenckebach 12 e Keefer 13 que relataram
tante do sistema cardiovascular nAo está essencialmente en urn distürbio nutricional conhecido como cardiopatia ben
volvido.1 bérica, que ocornia em individuos malnutridos e que respon
A associacao entre consurno prolongado de bebidas al dia dramaticamente a terapia corn tiamina. Descreverarn em
coôlicas e doenca cardiaca foi reconhecida ha mais de cern detalhe as manifestacoes clinicas, enfatizando a natureza hi
anos. Entre os clinicos do século passado, Wood,2 Walshe,3 percinética do distürbio, corn circulacao rápida. As rnanifes
Bollinger,4 Strumpel,5 Steel,6 Aufrecht,7 Osler e Tresilian ~ taçOes de insuficiência cardlaca eram predominantemente
estavarn conscientes do álcool como factor causal da insufi aquelas de insuficiência cardiaca direita, corn edema, con
ciência cardiaca. 0 termo cardiopatia alcoólica foi pela gestao venosa, dilatacAo e hipertrofia ventricular direita.
primeira vez ernpregado em 1902 por Mackenzie em seu tra ObservacOes sernelhantes forarn feitas por Weiss &
balho The Study of the Pulse.1° Em 1921, Vaquez ~‘ deu Wilkins 14 e Benchirnol & Schlesinger.15 Essa sindrome, mi
-nos uma notável descricao dos aspectos clInicos da doenca, cialmente encontrada no Oriente, foi descrita nos Estados
notando o inicio gradual de urna insuficiência cardiaca hi Unidos e Europa corno beriberi ocidental. Ocorria primaria
pocinética, corn dispneia de esforco, taquicardia, palpita rnente em alcoólicos e foi atribuida a alta concentracao de

Recebido para publicacao: 30 de Outubro 1983 223


MARCOS A. ROSSI, SERGIO ZUCOLOTO

carbohidrato do álcool corn aurnento das necessidades de Diagnôstico diferencial. Ate muito recentemente a car
tiamina. 16, 17 diorniopatia alcoólica era puramente urn diagnóstico de ex
Corn base em tais relatos, os critérios para o diagnóstico clusão, sendo confundida corn praticarnente todos Os tipos,
clinico de cardiopatia por deficiência de tiamina forarn-se comuns e raros, de doenca cardiaca.
arnpliando gradualmente e, em 1946, Blakehorn et al.’7 con A ausência da clássica dor isquémica e de clãssicas alte
sideraram que a insuficiência cardiaca hipocinética verifica racOes eletrocardiográficas distingue usualrnente a cardio
da em alcoôlicos ocorria também como consequência de rniopatia alcoólica da cardiopatia arteriosclerôtica. Muito
deficiência de tiamina, ou seja, todas as manifestacOes car ocasionalmente miopatia isquémica difusa pode estar pre
diovasculares de alcoálicos crónicos eram incluidas sob a sente scm dor e corn alteracOes electrocardigráficas nao
categoria de cardiopatia beribérica. especIficas, requerendo arteriografia coronária para 0 diag
Mais recentemente, avancos no conhecimento das doen nóstico definitivo. Cardiopatia hipertensiva pode ser afasta
ças primãrias do rniocárdio tern contribuido para urna me da pela história negativa, auséncia de lesOes vasculares e
ihor compreensAo da cardiomiopatia alcoólica. Urn nürnero especialmente pelo râpido retorno da pressão sanguinea dias
cada vez major de estudos tern levado ao reconhecimento da tôlica ao normal após a compensacão. Além disso, o pa
ocorrência de cardjomiopatia em alcoólicos crónicos, nos ciente hipertenso corn descornpensacao cardiaca tern geral
quais neurite e pelagra estão ausentes e nos quais a terapia rnente mais de 50 anos de idade, enquanto a cardiorniopatia
com tiamina produz pequena ou nenhuma melhora. 18-29 Em alcoôlica incide frequenternente entre 35 e 50 anos de idade.
tais circunstâncias a doenca cardiaca não pode ser atribuida Cardiopatia reumâtica é sugerida principalmente pelos so-
a deficiência de tiarnina. Assim, o efeito tóxico directo do pros sistôljcos de insuficiência valvular atrioventricular, rnas
álcool sobre o miocárdio e/ou as defjciências nutricionais a cardiornegalia na cardiomiopatia alcoôlica é rnais generali
comurnente associadas ao alcoolismo crônico poderiarn es zada, não ha calcificacão valvar, e, especialrnente, os sopros
tar implicados na patogénese da cardiomiopatia alcoôlica. tendern a desaparecer, do que se tornarern mais audiveis,
corn o aumento da descornpensacão. Tireotoxicose pode ser
facilmente afastada por urn quadro clinico e laboratorial ge
ASPECTOS CLINICOS ralmente tipicos.
0 diagnOstico diferencial corn outras cardiomiopatias
Sinais precoces. Palpitacao é usualmente o primeiro sin não deve ser dificil. 0 tipo restritivo é raro, o rnais comurn
toma. Embora possa originar-se de batirnentos prematuros sendo a infiltracao amilôide. 0 quadro clinico assemelha-se
ou taquicardia, e comumente causado por fjbrilhacão atrial a pericardite constritiva devido a dificuldade de enchirnento
que na fase inicial pode ser paroxistica. Outros tipos de diastólico. A cardiomiopatia obliterativa é relativarnente
arritmia podem estar também presentes, como por exemplo incornurn, sendo caracterizada pela obliteracão das cavidades
bloqueio de ramo. ventriculares associada a regurgitacao valvar atrioventri
cular, corno na endorniocardiofibrose e na endocardite fibro
Sinais tardios. A cardiomiopatia alcoólica é mais facil plástica eosinofilica de LOffler. A cardiorniopatia hipertrôfica
mente reconhecida na fase tardia da doenca. As queixas do tem os sintomas de urna estenose aOrtica embora o pulso
minantes são palpitacOes, dispneia, ortopneia e taquicardia seja abrupto e o sopro sistólico tardio e rnãximo no ãpice
paroxistica. Ernbora a dor possa não estar presente, ela cos onde urn batimento duplo caracteristico é palpãvel. As car
tuma ser vaga ou nAo especifica ou do tipo pleuritico. Dor diomiopatias congestivas näo alcoólicas, incluindo Os tipos
torâcica do tipo anginoso não ocorre. No exame fisico a pós-parto, pós-viral e idiopâtico, podern ser diagnosticadas
pressão de pulso é baixa, enquanto o coracão se apresenta pelos seus respectivos sinais e sintornas clinicos.
difusamente aumentado de tamanho. Um sopro sistólico E irnportante em nosso rneio o diagnóstico diferencial
apical estâ frequentemente presente, consequente a uma dis com a cardiopatia chagãsica. 0 diagnóstico desta é baseado
funcao do müsculo papilar secundária a dilatacAo ventri nos antecedentes do paciente, tais corno exposicão a infec
cular ou a urn silêncio eléctrico e rnecânico devido a lesão cao pelo Trypanosoma cruzi, procedéncia de areas endémi
muscular local. Edema periférico está presente. Anasarca e cas, rnoradia em casas de pau-a-pique e, frequenternenete,
edema escrotal podem tambérn ser encontrados nos estãgios relato de picadas pelo insecto vetor, sorologia positiva
rnuito avancados da doenca. (reaccao de Guerreiro-Machado) e evidéncias de envolvi
A radiografia do tórax mostra aumento difuso do cora rnento do rniocardio.
cAo, dilatacao das veias pulmonares, vasos hilares proemi
nentes, e bloqueio de ambos os ârigulos costofrénicos devido
a urn acümulo de liquido pleural. 0 coracão é usualrnente ANATOMIA PATOLOGICA
de configuracao globular.
0 eletrocardiograma comumente dernonstra um aspecto A anatornia patolôgica da cardiomiopatia alcoólica tern
de baixa voltagem associado ou não a vários tipos de arrit sido descrita ern rnaterial hurnano e experirnental.305° 0
rnias. Achatamento ou inversão da onda T são tambérn alte exame macroscOpico rnostra principairnente dilatacao, corn
racOes cornurnente observadas. ligeira hipertrofia, de todas as cârnaras cardiacas, e parti
Embora hepatornegalia possa estar presente, evidência cularrnente do ventriculo esquerdo. 0 rniocárdio é p~lido e
clinica e laboratorial de insuficiëncia hepãtica nAo é comu flacido, com pequenos focos de fibrose. Lesöes endocârdi
rnente observada. Insuficiência hepãtica de grau rnoderado, cas podern estar presentes, consistindo de focos de espessa
que é algurnas vezes observada, é melhor explicada corn mento fibroelastico, usualrnente no septo ou parede livre do
base na insuficiência cardiaca congestiva, desde que estudos ventriculo esquerdo, associados ou não a trornbose mural.
da funcao hepática mostram uma rnelhora corn urna boa As válvulas cardiacas e os vasos coronarios são norrnais.
resposta ao tratamento da insuficjência cardiaca. Microscopicarnente as fibras musculares são na maioria
Além da insuficiência cardiaca congestiva crônica, taqui atróficas, exibindo varios graus de degeneracão, ao lado de
cardia ventricular, bloqueio de rarno completo e trornboem outras hipertróficas. As alteracOes degenerativas de fibras
bolisrno são muitas vezes complicacOes fatais da cardiomio musculares são caracterizadas pela perda de estriacao trans
patia alcoôlica. versal, e varios graus de hialinizacão, edema, degeneracão

224
CARDIOMIOPATIA ALCOOLJCA

vacuolar e infiltracão gordurosa. Acümulos focais de células enfatiza a importância dos estudos de virus em pacientes
inflamatárias podem estar presentes. Os achados são usual corn cardiomiopatia. Pearce6’ dernonstrou que a capacida
mente focais e fora de proporcão em relacão a gravidade de de varios tipos de virus de invadir o coracão é funcão di-
dos achados clinicos. Todavia, é preciso ser enfatizado que recta de anóxia miocardica. Foi dernonstrado que o ãlcool
esses dados anatomo-patologicos são inespecIficos, comuns per se pode iniciar urn estado de metabolismo anaerObio do
as outras cardiomiopatias, e portanto sem significado pa miocárdio,62 e, pelo menos teoricamente, o tecido muscular
tognomónicO. cardiaco de alcoólicos crônicos seria vulnerável a invasão
Estudos histoquimicos evidenciam grande quantidade de por virus, secundariamente a anóxia miocãrdica.63 Desse
lipidos no interior de fibras miocârdicas, sob a forma de modo pode-se supor que rnuitos pacientes com cardiomio
goticulas irregulares. A maioria do material lipidico consiste patia alcoólica possarn ter tido uma infeccão viral e essa
de trigliceridios. Além disso, os estudos das enzimas oxidati representa uma forma modificada de rniocardite a virus.63
vas do miocárdio mostram uma diminuicão na actividade Estudos de imunofluorescência por Sanders & Ritts M su
de citocromoxidase, desidrogenase succinica, desidrogenase gerirarn que fenömenos autoirnunes, provavelmente inicia
lactica, desidrogenase isocitrica, desidrogenase málica e dos por necrose do miocárdio, ocorrem em pacientes corn
DPN-diaforase. A investigacão ao nivel de microscopia ele diversas cardiomiopatias. Por outro lado, Fletcher &
trónica permitiu identificar acentuadas alteracOes mitocon Wenger65 não encontraram diferenca na frequência de au
driais, degeneracão dos elementos contrâteis, dilatacão cjstica to-anticorpos em pacientes corn cardiomiopatia prirnaria em
do reticulo sarcoplasmático e deiscência dos discos inter comparacão corn controles. Robison et al.66 estudaram pa
calares. Desse modo, estudos histoquimicos e ultraestrutu cientes corn cardiomiopatia primaria (a maioria dos quais
rais têm demonstrado extenso dano celular cardiaco, que eram alcoólicos) e verificararn uma incidência de anticorpos
não é em geral tao evidente ao nivel da microscopia óptica. anti-rniocardio de sàmente 11 %.
Estudos rnetabólicos e hernodinârnicos tém provido da
dos interessantes e significativos a respeito da cardiomiopa
PATOGENESE tia alcoOlica. Evidencia-se a partir desses estudos que os
efeitos bioquimicos do álcool podem ser rnediados através
A ocorrência de cardiomiopatia em alcoôlicos crônicos é de alteracão na relacão NAD/NADH intracelular. Na con
relativamente rara. Vários investigadores tern questionado o versão de álcool etilico em acetaldeido pela enzima álcool-de
significado etiologico do ãlcool no desenvolvimento da car sidrogenase, nicotinarnida-adenina-dinucleotideo (NAD) é
diomiopatia alcoólica. Discutem-se outros factores condi requerida como cofactor e é simultaneamente convertida na
cionantes, tais como uma predisposicão individual, deficiên sua forrna reduzida (NADH). A oxidacão de acetaldeido a
cias nutricionais, infeccoes virais, mecanismos autoimunes, acido acético também requer NAD corn posterior formacão
e stress fisico ou mental necessários para o seu desenvolvi de NADH. Não se sabe se o rniocardio pode directamente
mento. metabolizar alcool. Todavia, acümulo de NADH no figado
Por outro lado, informacoes cumulativas, particularmente e coracão após a administracão de álcool resultaria em urna
recolhidas de estudos em animais, tern demonstrado o papel deplecao da oxidacão de outros substratos, ácidos graxos
fisiopatológico do âlcool no coracao. em particular, e explicaria a sintese aumentada de trigliceri
O magnésio foi sugerido estar implicado na patogénese dos e o aurnento na producão de lactato e piruvato.67
da cardiomiopatia alcoôlica. Hipomagnesemia foi relatada Wendt et al.69 dernostraram a liberacão de desidrogenase
em alcoólicos crónicos ;51~53 paralelamente foi demonstrado isocitrica e rnalica do müsculo cardiaco de pacientes alcoOli
que o álcool aumenta selectivamente a excrecão urinãria de cos, corn e sern cardiorniopatia, por dosagem no sangue do
magnésio,52 Mitocondrias do müsculo cardiaco contêm seio coronario. Relacionaram esses achados as alteracOes na
grande quantidade de magnésio, e mitocondrias isoladas de perrneabilidade de mernbrana celular; postularam que as
coracOes de animais alimentados com dieta deficiente em enzimas intramitocondriais do miocãrdio podern ser afetadas
magnésio mostram dilatacão, desorganizacão e rotura de pelo ãlcool e que o consurno crônico pode produzir altera
cristas e distiirbios da fosforilacão oxidativa. Além disso, os cOes permanentes na perrneabilidade da mernbrana celular e
achados ultraestruturais de Hibbs ~‘ e Alexander33 são Se vias rnetabólicas do rniocardio. Gvozdjak et al.707’ confir
melhantes aos descritos por Mishra ~ nos coracOes de ratos mararn essas observaçOes ao verificarern que a adrninistra
deficientes em magnésio. Em ambos os casos h~ destruicão cão crOnica de alcool a ratos induz alteracão no ciclo glicoli
ou fragmentacão de fibras musculares, dilatacão mitocon tico do miocardio (actividade glicolitica diminuida) e na
drial e do reticulo sarcoplasmãtico. atividade funcional rnitocondrial (dirninuicão da respiracão
O cobalto foi também suspeitado, a partir de dados epi celular). Segel et .~ dernonstraram, concomitanternente corn
demiológicos, como factor na génese da cardiomiopatia dos anorrnalidades ultraestruturais, significante depressão da
bebedores de cerveja da cidade de Quebec, no Canada. Des actividade da ATPase miofibrilar e da funcão mitocondrial;
cobriu-se que os ünicos individuos afectados, nas popula além disso, verificararn alteracão da contraccão isométrica
çOes do Quebec (Canada) e de Omaha (Estados Unidos), do rnüsculo papilar ventricular isolado.
eram aqueles que bebiarn a mesma marca de cerveja, a qual Pachinger et al.72 estudararn os efeitos metabôlicos do
grande quantidade de cobalto tinha sido adicionada corno consumo prolongado de alcool no coracão de cäes, e verifi
agente espumante. Por isso, Morin & Daniel ~ e Sullivan e cararn diminuicao da actividade da desidrogenase isocitrica
al.56 concluiram que o cobalto era o factor essencial na pa intrarnitocondrial, declinio de adenosina-trifosfato (ATP)
togénese das epidemias do Quebec e Omaha. Dados de ou do rnüsculo cardiaco e dirninuicão do consumo de oxigénio
tros investigadores,576° mostrando que o cobalto inibiria o pelas mitocondrias. Sugerirarn que a lesão prirnária das alte
ciclo de Krebs e a respiracão aeróbia, coloca o cobalto pelo racOes cardiacas no alcoolisrno crónico seria urn distür
menos com urn papel adjuvante na forma aguda de cardio bio funcional rnitocondrial. Posteriorrnente, Bing et al.73
miopatia alcoólica. demonstraram que essa disfuncão rnitocondrial era acorn
O papel dos virus na patogénese da cardiomiopatia al panhada de alteracao no transporte de calcio na fibra mus
coólica é desconhecido. A deteccão de particulas virais no cular cardiaca, corn possiveis reflexos negativos na con
miocárdio de urn paciente corn cardiorniopatia alcoálica3 tractilidade da fibra rnuscular. Anteriorrnente, Maines &

225
MARCOS A. ROSSI, SERGJO ZUCOLOTO

Aldinger,74 apOs 4 meses de adrninistracao de álcool a 25 % crónico experimental.9’ 92 Todavia, esses estudos nAo permi
a ratos, observaram uma consistente diminuicAo na tensAo tirarn isolar o papel respectivo de deficiências nutricionais
sistólica isométrica, pressão arterial e batimentos cardiacos; e/ou toxicidade directa do álcooi na patogénese das altera
a adrninistracao de suplementos vitaminicos nAo preveniu 0 çOes bioquIrnicas e morfológicas do coracAo.
desenvolvirnento do distürbio funcional cardlaco. ConcluI Passarnos então a estudar o papel do álcool e da rná
ram que a tensão miocãrdica diminuida era consequente a nutricao na patogénese da cardiorniopatia aicoôlica experi
umefeito tóxico directo do àlcool. mental. ~
E conhecido que o álcool exerce profundas alteracOes no
perfil lipidico do müsculo cardIaco, do figado e do sangue.
o consumo crónico de álcool induz urn acentuado aurnento ALCOOL E MA NUTRIçAO NA PATOGENESE
de triglicerIdios e uma diminuicao no conteüdo de ãcidos DA CARDIOMIOPATIA ALCOOLICA EXPERIMENTAL
graxos livres no müsculo cardiaco de cães.7577 0 álcool tarn
bern aumenta ãcidos graxos livres, trigliceridios e colesterol Ratos albinos Wistar, pesando 50-52 gramas, forarn dis
no plasma. Mais recentemente Regan et al.78 descreverarn tribujdos em 2 experirnentos:
alteracOes hernodinâmicas, metabélicas e rnorfolOgicas em
coracOes de cAes alcoólicos crónicos. Diante da relativa Experimento I, com 2 grupos: grupo A (alcoôlico) — 15
proeminéncia de anormalidades de lipidios, sugeriram que ratos, que recebeu dicta sôlida serni-sintética fortificada e
Os efeitos crônicos do álcool na fibra muscular cardiaca áicool e grupo B (controle pareado) — 15 ratos, isocalôrico
estariam relacionados a essa alteracao metabólica. corn o grupo A, scm ãlcool;
AlteracOes no metabolismo de aminoácidos tern sido des Experimento II, corn 2 grupos: grupo C (alcoôlico) — 10
critas no alcoolismo.79 0 efeito deletério de deficiência pro ratos, que recebeu dicta sOlida comercial de laboratôrio e
teica na performance do sisterna cardiovascular foi descrito âlcool e grupo D (controle) — 10 ratos, que recebeu dicta
por Watkin et al.8° Esses achados sugeriram urna relacão de sólida cornercial de laboratôrio.
cardiomiopatia alcoólica corn a cardiomiopatia associada a
deficiência alirnentar de proteina.8182 Recentemente, Schrei Os animais do grupo A, C e D receberam aiimentacAo
ber et al.8384 dernonstraram que o álcool interfere corn a sólida e lIquida ad libitum. Os ratos forarn colocados indivi
sintese proteica no coracao, e sugeriram que essa alteracao dualmente em gaioias de ararne corn o fundo elevado e au
poderia ser urn factor importante na patogénese da cardio mentados corn dicta sOlida em cornedouros metalicos e corn
rniopatia alcoôlica. dicta liquida em tubos graduados de Richter. Os animais fo
Estudos de catecolaminas por Anton 85 revelaram um au ram pesados 3 vezes por semana. 0 consurno de dicta pelos
rnento significante na excrecAo urinária de noradrenalina grupos A e B foi anotado diariarnente e pelos grupos C e D
e dopamina após a ingestao de doses rnoderadas de álcool 3 vezes por semana. Os anirnais dos grupos A c B foram ali
por estudantes de medicina; concomitantemente houve uma rnentados corn dicta sôiida semi-sintética fortificada, cuja
diminuiçao na excrecão urinária de ácido-5-hidroxiindolacé- cornposicAo ern peso foi caseina 23 °/o, ólco de soja 15°/a,
tico. James & Bear 86 sugeriram que Os efeitos crónicos do dextrose 18 %, sacarose 240/a, agar 4%, mistura de vitami
álcool são mediados através de seu principal metabólito, nas (Vitamin Fortification Mixture, Nutritional Biocherni
acetaldeldo, e devido a deplecao crOnica das reservas de no cals Corporation, Cleveland, Ohio) 10%, mistura sauna
radrenalina; acetaldeido causa respostas inotrôpica e crono (Association of Official and Agricultural Chemists, Was
trópica positivas, que seriarn possivelmente mediadas atra hington, DC, 1965) 14%, colina 1,8% e cisteina 0,2%. Os
yes da liberacAo de noradrenalina. Por outro lado, animais dos grupos C e D foram alimentados corn dicta
Alexander87 sugeriu a hipôtese que o desenvolvimento da cornercial de laboratOrio (Anderson Clayton S.A., Indüstria
cardiomiopatia alcoôlica seria consequente a urn aumento e Cornércio, São Paulo), cuja cornposicão aproxirnada em
nos nIveis de catecolamina e de serotonina do rniocárdio. peso foi proteina bruta 21 °/o, gordura 3,5 °/o, carbohidrato
Pohorecky88 e Ahtee & Svartström-Fraser89 relatararn que 60°/o, fibras 5,5% c sais (principalmente de calcio) 10%.
a ingestao de álcool durante 10-14 dias nAo altera a concen Os animais do grupo A (alcoólico) receberam dicta sóli
tracão de noradrenalina do miocárdio de ratos. Ferreira et da serni-sintética e uma solucao de alcool a 32 °/o (v/v) e sa
al.9° demonstraram lesOes degenerativas dos plexos adrenér carose a 25 °/o (ply) em água.
gicos de válvulas atrioventriculares de ratos que ingeriram Os ratos do grupo B (controle pareado) forarn parcados
cronicamente aguardente de cana como ünica fonte de liqui com os do grupo A e receberam quantidades idênticas de
dos e dieta comercial de laboratôrio ad libitum; diante des dicta sôlida serni-sintética fortificada, a rnesma quantidade
ses achados sugeriram uma provável alteracao dos niveis de de dicta liquida (solucão aquosa de sacarose a 25°/a, p/y) e
catecolamina dos coracOes dos ratos experimentais. Poste sacarose adicionada a dicta sólida isocalárica com o alcool
riormente demonstramos que o consumo prolongado de consumido pelos ratos do grupo A.
ãlcool (12 a 24 semanas) induz alteracOes patolôgicas dos Os animais do grupo C (alcoólico) receberarn dicta sólida
coracOes de ratos alirnentados corn dicta cornercial de labora comercial de iaboratório e urna solucão de alcool a 32°/a
tôrio ad libitum. Além disso pudemos verificar um aumento (v/v) e sacarose a 25 Wa (ply) em agua.
significativo concornitante na concentracão de noradrenali Os ratos do grupo D (controle) foram alirnentados corn
na cardiaca e na relacão peso do coracAo I peso corporal. dicta sólida comercial de iaboratório c urna solucao aquosa
No entanto, não puderam ser constatadas alteracOes na es de sacarose a 25 Wo (ply).
trutura cardiaca ou nos nIveis de noradrenalina e na relacao Após 16 semanas de experimentacAo todos os anirnais
peso do coracao/peso corporal após 4 sernanas de expe foram sacrificados em anestesia superficial pelo éter por cx
rirnentacão, confirmando os resultados anteriores de sanguinacao pela seccao da aorta abdorninal. 0 tórax foi
Pohorecky88 e Ahtee & Svartström-Fraser.89 Baseados nessa aberto expondo o coracão ainda batendo. Para os estudos
dernonstracao, e considerando o sincronismo dos dados bio de microscopia electrônica os coracOes forarn rapidamente
quimicos e rnorfoiógicos, sugerimos que a continuada expo rernovidos e pequenos fragmentos de miocardio ventricular
sicao a altos niveis de catecolarninas desernpenharia urn pa- forarn processados. Para os estudos de concentracAo de
pci no desenvoivirnento da cardiorniopatia no aicoolismo catecolarnina cardiaca os coracoes forarn rapidamente

226
CARDIOMIOPATIA ALCOOLICA

removidos, secados corn papel de filtro, pesados e examina A major intensidade da esteatose hepática do grupo al
dos macroscopicarnente. A hipertrofia do coracao foi verifi coólico C em cornparacAo corn o grupo alcoólico A é prova
cada relacionando-se peso de coracão e peso corporal para velmente devida a interaccão de dois factores: hepatotoxici
ratos alcoálicos e controles. Fragmentos de rniocãrdio ven dade directa do ãlcool e deficiência nutricional rnultifacto
tricular e fIgado foram tarnbém processados para estudos ao rial dos ratos desse grupo experimental.
microscópio ôptico. Concluindo, os presentes resultados, tomados em con
Os resultados mostraram que: junto, fornecem evidências adicionais de que a associaçäo
entre consumo cránico de âlcool e lesão hepática é resultado
I. Os animais do grupo A (alcoólico) e os do grupo B de urna interaccAo entre toxicidade directa do álcool e rná
(controle pareado) consurniram quantidades adequa nutricao primária e/ou secundária.
das de calorias e nutrientes. Além disso o desenvolvi
mento desses animais, avaliado pelo ganho de peso N1VEIS DE NORADRENALINA E ALTERAcOES
corporal, foi semelhante em ambos os grupos e corn MORFOLOGICAS DO coRAcAo. Estudos clInicos,36 he
parável aos dados da literatura; rnodinârnicos,6269 histoquimicos 30 e ultraestruturais ~ 33-34
2. Os ratos do grupo D (controle) consumiram quantida de coracOes de pacientes corn o diagnéstico de cardiorniopa
des adequadas de calorias e nutrientes, corn urn de tia alcoôlica tern sido relatados. Além disso tinham urna his
senvolvimento ponderal semelhante ao dos animais tória nutricional usualmente rnuito variável, tendo sido sern
dos grupos A e B do Experimento I. Os animais do pre impossivel estabelecer se deficiências nutricionais vitarni
grupo C (alcoolico) consumirarn quantidades made nicas especificas ou ma nutricao existiarn ou não. Assirn, a
quadas e insuficientes de calorias e nutrientes (defi questão se o álcool tern efeito tóxico directo sobre o miocâr
ciência nutricional rnultifactorial). Alérn disso apre dio ou/e se factores nutricionais associados seriam respon
sentaram sinais de deficiências nutricionais e urn baixo sáveis pela patogénese da cardiomiopatia no alcoolismo cr6-
indice de crescirnento; nico permanecia sern resposta.
Dados experirnentais implicando o alcool como substân
3. Nos ratos alcoólicos do grupo A o consumo de álcool cia cardiotóxica ~ ou não cardiotéxica 102 tern sido obtidos
correspondeu a 35 % da ingestao calOrica total; de estudos em animais nos quais a presenca ou auséncia de
4. Nos ratos alcoôlicos do grupo C o consurno de álcool lesao miocãrdica foi verificada após a administracao de ál
correspondeu a 39% da ingestão calórica total. cool enquanto os factores nutricionais nao foram todavia
convenienternente controlados, criando desse rnodo a neces
ALTERAcOEs MORFOLOGICAS DO FiGADO u”. A sidade de estudo experimental rnelhor definido.
associacao entre consurno crónico de bebidas alcoôlicas e
doenca hepática é bern conhecida. Tradicionalmente os dis Exame macroscOpico
turbios afectando o figado tern sido atribuidos exclusiva Os coracoes de ratos alcoólicos do grupo A foram serne
rnente as deficiências nutricionais que comurnente acompa lhantes aqueles do grupo B (controle pareado). A relacAo
nharn o alcoolismo. Todavia, estudos recentes tern demons peso coracão/peso corporal dos anirnais do grupo A —
trado que, além das deficiências dietéticas, o álcool per se 2,84 ± 0,15 (media ± e.p.rn.) não foi significanternente di
pode ser incrirninado como factor etiológico directo na pa ferente da dos correspondentes controles pareados (grupo
togénese da hepatopatia alcoólica:95 a toxicidade directa do B) — 2,70 ± 0,09 (media ± e.p.rn.). Macroscopicamente
ãlcool interage corn a ma nutricão secundária devido aos os coracOes de ratos alcoôlicos (grupo C) rnostraram-se au
efeitos do álcool no intestino 96-99 e pancreas;’00’0’ ambos mentados de tamanho, de forma globular, corn dilatacAo
podem ser potenciados pela rná nutricao primária resultante das cavidades atriais e, principalrnente, ventriculares. A re
da substituicao de calorias provenientes de nutrientes por lacao peso coracao/peso corporal desse grupo de ratos —
calorias vazias — desprovidas de proteinas, vitaminas e sais 3,17 ± 0,1 (media ± e.p.rn.) foi significativamente major
minerais — do álcool. que a do correspondente grupo controle (D) — 2,55 ± 0,48
Os resultados do Experimento I mostram claramente que (media ± e.p.rn.) (Quadro 1).
ratos mantidos 16 semanas corn uma dieta sôlida serni-sinté
tica e ãlcool correspondendo a 35 % da ingestAo calôrica to Microscopia óptica
tal (grupo A) desenvolverarn uma esteatose hepática de mo
Seccoes do miocardio de ratos dos grupos A e B exami
derada a intensa (intensidade subjectiva de 2 a 3 cruzes) em nadas aos microscópio de luz pareceram idénticas, sem alte
comparacao corn urn leve acürnulo de gordura observado racOes patológicas, quando coradas corn hematoxilina-eosina,
em ratos controles pareados (grupo B) recebendo urn equi acido fosfotüngstico-hernatoxilina de Mallory ou cobra
valente isocalórico de sacarose ern substituicAo ao álcool çao de Shorr. Cortes histológicos do rniocardio de ratos do
(intensidade subjectiva de 0 a 1 cruz). grupo C examinados ao microscópio ãptico mostraram alte
Os resultados do Experimento II demonstrararn que ra racOes rnorfológicas focais e caracterizadas por vacuoliza
tos mantidos 16 semanas corn uma dieta comercial de labo çAo, hialinizacao, edema intersticial, focos de exsudacao ce
ratôrio e álcool compreendendo 39 % da ingestão calórica lular mononuclear e perda focal de estriacão transversal das
total (grupo C) desenvolverarn urna acentuada esteatose he miofibras. Essas alteracOes, presentes em todos os casos
pática (intensidade subjectiva de 3 a 4 cruzes) em compara examinados, mostraram todavia intensidade variavel de rato
cao corn alteracOes leves observadas em ratos controles para rato. Os ratos controles (grupo D) mostrararn estrutu
(grupo D) alimentados corn dieta comercial de laboratório ra miocardia conservada, sern alteracOes patológicas.
ad libitum (intensidade subjectiva de 0 a 1 ½ cruz).
Alérn disso corpüsculos hialinos intra-citoplasrnáticos Microscopia electrónica
puderarn ser abundantemente encontrados nos hepatOcitos O exarne ultraestrutural revelou que o miocardio dos ani
de ratos alcoólicos (grupo A e C), enquanto estruturas Se mais do grupo controle pareado era sernelhante aquele rela
rnelhantes nAo foram praticamente detectadas nos fIgados tado para o müsculo cardIaco dos marnIferos. 103-105 Bandas
de ratos controles (grupos B e D). de miofibrilas alternavarn-se corn fileiras de rnitocondrias.

227
MARCOS A. ROSSI, SERGIO ZUCOLOTO

Vesiculas do reticulo sarcoplasrnático, tübulos do sisterna T gramas/grarna e tecido hürnido (rnédia±e.p.rn.). Em ne


e grânulos de glicogênio estavam presentes no intersticio. A nhum dos grupos foi verificada uma quantidade significante
disposicAo das linhas Z era praticarnente linear e perpendi e dosâvel de adrenalina (Quadro 1).
cular aos miofilarnentos. Todavia certas areas do miocãrdio Nossos resultados experimentais mostram clararnente
desses animais pareceram ter discreta dilatacao de vesiculas que o consurno prolongado de ãlcool induz alteracoes pato
sarcoplasmaticas associadas ou não a leve edema intermiofi lôgicas nos coracOes de ratos alimentados corn dieta sôlida
brilar. Goticulas de lipidios forarn ocasionalmente detecta cornercial de laboratôrio (grupo C). Além disso, pode tam-
das e a amplitude da fascia adherens dos discos intercalares bern ser verificado urn aumento na concentracão de flora
estava dentro da faixa de normalidade (cerca de 250 A). drenalina cardiaca e na relacao peso de coracão/peso corpo
A ultraestrutura do rniocárdio de ratos alcoólicos (grupo ral. Todavia, ratos controles alimentados corn dieta corner
A) foi serneihante a de anirnais controles pareados. Areas cial de laboratório (grupo D), ratos alcoálicos alimentados
focais de edema intracelular e vesiculas sarcoplasmáticas di corn dieta sOlida semi-sintética fortificada (grupo A) e ratos
latadas puderarn também ser ocasionalmente observadas. 0 controles pareados alimentados corn dieta semi-sintética for
exame do rniocãrdio de animais do grupo controle (D) reve tificada (grupo B) nAo rnostrararn alteracOes na estrutura
lou estrutura sernelhante ao relatado para o rnüsculo cardia morfológica do rniocardio ou na concentracao de noradre
co de marniferos 103-105 e para o miocãrdio dos ratos dos nalina cardiaca e na relacao peso de coracAo/peso corporal.
grupos A e B do Experimento I. 0 miocárdio de ratos Em outras palavras, ratos alcoOlicos alimentados corn quan
alcoólicos do grupo C apresentou alteracOes ultraestrutu tidades inadequadas e insuficientes de calorias e nutrientes
rais focais consistindo de fragrnentacao e desorientacao de (deficiência nutricional multifactonial) apresentaram altera
rniofibrilas (perda de organizacao), edema intermiofibrilar, çOes morfolégicas e bioquimicas do coracão, enquanto ra
dilatacAo das vesIculas do reticulo sarcoplasmãtico e dos tos alcoólicos e controles alimentados corn quantidades ade
tübulos do sistema T, inturnescirnento mitocondrial corn Va quadas de calorias e nutrientes nAo apresentaram alteracOes
cuolizacao, aclaramento de rnatriz rnitocondrial e rotura de morfológicas e bioquimicas do coracão.
cristas mitocondriais, presenca de figuras mielinicas e deiscén Varios estudos clinicos 106 implicaram as catecolaminas
cia de discos intercalares. Além disso aurnento de actividade na producAo de doenca cardiaca. Pacientes que morriam
pinocitótica pode ser verificado nos capilares do miocãrdio. após tratamento corn noradrenalina e aqueles corn feocro
mocitoma apresentavam evidências morfológicas de cardio
miopatia semelhante àquelas produzidas pela adrninistracAo
QUADRO 1 Efeito do consumo crénico de ãlcool
na relaçâo peso coracão: peso corporal de noradrenalina e adrenalina ern anirnais de experimenta
e na concentracão de noradrenalina cardIaca cão. Essa cardiomiopatia rnanifesta-se por varias alteracoes
(expressa em microgramas/grama de tecido patolôgicas, incluindo hipertrofia, hialinizacão, vacuoliza
hñmido) de ratos dos grupos, A, B, C e D. cao, edema, degeneracao gordurosa, exsudacAo celular mo
nonuclear e fibrose cardiaca.
Grupos n
peso coracâo
x103
Noradrenalina Os mecanisrnos patogénicos dos efeitos cardiovasculares
peso corporal (~g/g) da noradrenalina e de outros agentes sirnpaticornirnéticos
tern sido objecto de muitas especulacão. A opiniao aparen
A 7 2,84±0,15 0,729±0,068 temente mais aceite actualmente é que as catecolarninas cau
B 7 2,70±0,09 0,738±0,069 sam insuficiência coronaria relativai°6’ 120123 As catecolarni
NS NS nas tern urn acentuado efeito estimulante sobre as fibras
C 6 3,17±0,01 0,888±0,05 musculares cardiacas devido aos seus efeitos inotrópico e
D 6 2,55±0,48 0,648±0,025 cronotrôpico positivos corn consequente dernanda de urna
p<0,01 p<0,01 maior oxigenacao do rniocardio. 0 desequilibrio entre a de
manda de oxigénio e o seu fornecimento seria a causa bãsica
Valores mêdios ± erro padr~o da media. das lesOes cardiacas.
n = n~imero de animais.
NS = n6o significativo. Evidências directas e indirectas de hipoxia do miocárdio
induzida pelos agentes simpaticornirnéticos têm sido relata
das por varios autores. Niles et al.’24 e Wendler &
Quantificacao de catecolaminas Bertolini 125 rnostrararn evidências histoquimicas de hipoxia
do rniocardio após a adrninistracao de isoprenalina. Wexler
o Quadro 1 mostra os valores médios ±e.p.m. para a & Judd 126 relatararn fucsinofilia do miocardio após a injec
concentracão de noradrenalina do grupo alcoOlico (A) corn cão de catecolarninas, que relacionararn a anoxia. Lutmer &
parado corn o correspondente grupo controle pareado (B). Wexler 127 dernonstrararn urn aumento de lactato no miocar
0 nivel rnédio de noradrenalina cardiaca para os ratos al dio e glicolise anaenôbia.’28 Furuso et al.’29 constatanarn
coôlicos — 0,729 ±0,068 microgramas/grama de tecido hü urna reducao na tensAo de oxigénio do rnüsculo cardiaco
mido (media ±e.p.m.) não foi significantemente diferente apôs a adrninistracao de isoprenalina.
do nivel rnédio de noradrenalina cardiaca do grupo controle Cox & Wexlen 130 sugeriram que a isquernia seria a res
pareado (B) — 0,738±0,069 rnicrograrnas/grama de tecido ponsável pela necrose cardiaca induzida por catecolaminas.
hümido (media ±e.p.rn.). Em nenhum dos grupos foi yen Relataram a ocorréncia de trornbos de plaquetas ocluindo
ficada uma quantidade significativa e doseável de adrenalina. os capilares do rniocardio, de 4 a 24 horas apes a injeccão
No rnesrno Quadro são também apresentados os valores me intravenosa de isoprenalina. Todavia, essas observacOes nAo
dios ±e.p.m. da concentracao de noradrenalina cardjaca de forarn confirmadas por outros autores.
animais do grupo C (alcoólico) cornparado corn a do corres Rosenblurn et al.’3’ sugenirarn que distürbios rnetabólicos
pondente grupo controle (grupo D). 0 nivel médio de flora poderiam sen causados pela excessiva mobilizacAo de acidos
drenalina cardjaca para os ratos alcoólicos — 0,888±0,05 graxos induzida por catecolarninas, embora baseados em
micrograrnas/grama de tecido hümido (media ±e.p.m.) — argurnentos puramente teóricos.’32 Outros autores tern desta
foi significativamente maior que o nivel rnédio de noradre cado a irnportância de urn distürbio do rnetabolisrno de elec
nalina cardiaca do grupo controle — 0,648 ± 0,025 rnicro trôlitos •133, 135 Hattoni et al.’36 cornparararn as lesOes rnio

228
CARDIOMIOPATIA ALCOOLICA

cárdicas causadas por deficiência de potássio corn as altera bilidade de adenosina-trifosfato (ATP) necessãria para a con
cOes produzidas pela isoprenalina. traccAo muscular. A ultraestrutura ou volume mitocondrial e
Vários autores sugeriram que urn acümulo do cálcio no a actividade de enzirnas oxidativas tern sido objecto de repe
miocãrdio seria urn factor importante na génese das altera tidos estudos paralelos, tendo sido demonstrada uma corre
cOes cardiacas após a administracão de drogas simpatomi lacao definida entre a intensidade da respiracAo e a activida
rnéticas.’37’ 138 de das enzimas oxidativas, por um lado e o grau de intu
A accao tóxica directa de agentes simpatorniméticos so mescirnento rnitocondrial por outro.’55 As alteracoes do
bre o miocãrdio tern sido considerada. Mueller 139 correla reticulo sarcoplasrnâtico e do sisterna de tübulos T seriam
cionou o aparecimento das alteracoes cardiacas induzidas provavelmente acompanhadas de distürbios de suas fun
pela isoprenalina corn urn aurnento de monoamino-oxidase cOes: transmissão da excitacAo e transporte de metabôlitos.
no miocárdio, sugerindo a participacao de metabólitos tôxi O aumento verificado na concentracao de noradrenalina
cos da isoprenalina. Fleckenstein et al.’4° sugeriram que a nos coracoes de ratos alcoólicos do grupo C, em compara
anormalidade inicial induzida pelas catecolaminas seria cau cão corn os controles do grupo D, estaria provavelrnente di
sada pela activacao da adenosina-trifosfato (ATP) corn con rectamente relacionado a deficiência dietética multifactorial
sequente reducAo do seu conteüdo no coracao. Urn efeito dos anirnais desse grupo experimental, visto que ratos al
tôxico directo das catecolaminas sobre a miofibrila foi pro coôlicos adequadamente nutridos do grupo A nAo apresen
posto por Ostádal et al.’41 e Puny et al.’42 Pelouch et al.’43 tararn alteracOes dos nIveis de catecolarnina cardiaca em
verificararn alteracoes bioquimicas da rniosina de coracOes comparacao corn os controles pareados do grupo B. Além
corn necrose induzida por isoprenalina. disso, pode-se especular que os altos nIveis de catecolamina
Finalmente, tern sido demonstrado que as catecolaminas tecidual possam ter urn papel no desenvolvirnento das alte
tern urn efeito estirnulante sobre a sintese de proteinas 144 e racOes morfológicas dos coracOes de ratos alcoólicos do
de ãcido ribonucleico 145 nos coracOes de animais de labora grupo C.
tório, do mesrno rnodo que seus efeitos nas glândulas Os efeitos da ma nutricao no metabolismo e concentra
salivares 146, 147 e rim,’48 corn consequente hipertrofia. Alérn cao de catecolaminas em diferentes órgãos tern sido muito
disso, Ferrans et al.”6 e Rona & Kahn ~ sugerirarn uma pouco estudados, corn resultados muitas vezes conflitantes.
possivel influência estimulante na proliferacao de tecido Iwata et al.’56 relataram urn aurnento na concentracão de
conjuntivo no rniocárdio lesado por catecolarninas. catecolaminas em vãrios órgaos de ratos deficientes em tia
Resurnindo, as observacOes sugerern que a patogenese mina. Em estudos sobre o mecanismo dessa alteracao bio
das alteracOes cardiacas induzidas por catecolarnina é pro quirnica puderam demonstrar que a liberacao de catecolarni
vavelmente muito cornplexa envolvendo vãrios mecanismos. nas na circulacao sanguinea estava grandemente dirninuIda
As alteracOes histopatológicas do rniocárdio produzidas nos ratos deficientes em tiarnina 151 e que nos órgaos nos
por catecolaminas são descritas corno rniocitólise de quais a concentracAo de catecolamina estava elevada, a acti
coagulacao 150 e caracterizadas por rniofibras em estado de vidade da monoamino-oxidase era major.’58 Posteriorrnente
hipercontraccAo corn a formacAo de bandas anornalas de relataram que a taxa de turnover de catecolarninas estava
contractura e dano miofibrilar. 0 dano miofibrilar consiste reduzida nos animais deficientes em tiarnina.’59 Shoemaker
de degeneracao de miofibrilas, degeneracão hialina e vacuo & Wurtman 160 rnostraram que a actividade da enzima tiro
lar e perda da estriacAo transversal. Alérn disso estão descri sina-hidroxilase, que catalisa a conversão de tirosina em di
tas alteracOes degenerativas de mitocondrias, do retIculo sar hidrôxi-fenilalanina (DOPA), era significativamente rnaior
coplamático e do sistema de tübulos T. Essas alteracoes são que nos cérebros de ratos experimentalmente malnutridos
semeihantes aquelas verificadas experimentalmente no presente do nascirnento ao desmame (24 dias apes o nascimento).
trabalho ern coracOes de ratos alcoôlicos do grupo C, corn Paradoxalmente verificaram que após o desmame tais cére
deficiência nutricional rnultifactorial, e em outros ~ 4144, 49 bros contêrn 25 a 30 por cento menos noradrenalina que
ou em material de autópsia de pacientes alcoôlicos crônicos aqueles dos controles. Estudos recentes por Hoeldtke &
nos quais o diagnóstico de cardiomiopatia tinha sido feito. Wurtman 161 e Parra et al.’62 dernonstraram alteracOes no
Essas alteracOes patológicas são todavia inespecificas e rnetabolisrno de noradrenalina, adrenalina e serotonina na
várias condicOes patológicas produzern lesöes sernelhantes, ma nutricão proteico-calórica. Dados apresentados por
como isquernia experimental do rniocárdio ~ deficiência Edozien et al.’63 demonstraram que, no rato, deficiencia nu
de potássio 152-154 e deficiência de magnésio.54 Desse modo tricional de proteinas resulta em niveis elevados de catecola
seria dificil determinar a natureza da lesAo a partir apenas minas plasmáticas, proporcionalmente mais noradrenalina
de dados rnorfológicos. que adrenalina. Em estudos recentes 164 pudernos constatar
A interpretacao do significado de nossos achados ul alteracOes rnorfolôgicas do rniocardio caracterizadas por le
traestruturais é dificil. Todo experirnento envolvendo mi sOes degenerativas associadas a urn infiltrado inflamatôrio
croscopia electrónica deve ser cuidadosamente analisado em mononuclear e hipertrofia muscular, alteracOes electrocar
relacao a fixacao, e pode-se dizer que conseguiu-se uma boa diograficas caracterizadas por taquicardia sinusal e diminui
fixacao. Todavia, apesar do cuidado, minirnas alteracoes do cao da amplitude dos complexos QRS e aumento dos niveis
reticulo sarcoplasmático e edema intracelular puderarn ser de noradrenalina em coracOes de ratos albinos corn ma nu
verificados no miocãrdio de ratos controles (grupos B e C) e tricão proteica-calôrica. Baseados nesses dados postulamos
alcoólicos do grupo A, o que pode representar urn artefac que o stress nutricional eleva a concentracao de noradre
to, particularmente com fixacão corn aldeido glutãrico. Por nalina miocárdica e que a exposicAo continuada a esses altos
outro lado, as alteracOes ultraestruturais observadas no niveis de catecolamina desempenharia algurn papel na pa
miocárdio de ratos alcoólicos do grupo C forarn intensas e togenese das alteracoes rnorfológicas e electrofisiológicas
constantemente encontradas, e portanto reflectem, prova observadas na ma nutricAo proteico-calórica.
velrnente, alteracOes patolôgicas. As alteracoes mitocon Concluindo, nossos dados, tomados em conjunto, tor
driais indicam distürbios dos sistemas rnultienzimãticos das nam improvãvel a teoria da cardiotoxicidade do álcool, pelo
membranas mitocondriais e da respiracao celular corn con menos no rato; e fornecern considerãvel apoio a hipótese
sequente alteracAo do metabolisrno energético mitocondrial que a associacao entre o consumo crónico de bebidas alcoô
das células musculares cardiacas, o que limitaria a disponi licas e cardiomiopatia é o resultado de uma deficiéncia nu

229
MARCOS A. ROSSI, SERGIO ZUCOLOTO

tricional multifactorial primãria, resultante da substituicAo intestino 9699 corn consequente ma absorcAo e ma digestAo
de calorias provenientes de nutrientes por calorias vazias — (Fig. 1). Alérn disso, face aos dados bioquirnicos pode ser
desprovidas de proteinas, vitaminas e sais minerais — do especulado que a continuada exposicAo as altas concentra
âlcool (cada grarna de ãlcool fornece, 7,1 calorias) de tal cOes de catecolamina tecidual, que estariarn provaveirnente
modo que a ingestAo de nutrientes pode tornar-se facil directamente relacionadas a ma nutricao, possa ter urn
mente borderline ou insuficiente, e/ou secundária, devido aos papel no desenvolvimento das alteracOes morfologicas do
efeitos do álcool no figado,95. 165, 166 pancreas 100, 101 e miocãrdio.

CATECOLAMINAS

Figura 1: Esquema hipotético do mecanismo de accão do àlcool sobre o miocOrdio.

BIBLIOGRAFIA 11. VAQUEZ, H.: Maladies du Coeur. (Bailière et fils, Paris)


1921.
1. MATTINGLY, T. W.: Changing concepts of myocardial di
seases. J. Am. Med. Ass. 1965; 191: 33. 12. WENCKEBACK, K. F.: The heart and circulation in a tropical
avitaminosis (beriberi). Lancet 1928; 215: 265.
2. WOOD, G. B. :A Treatise on the Practice of Medicine (J. B.
Lippincott, Philadelphia) 1855. 13. KEEFER, C. S.: The beriberi heart. Arch. Intern. Med. 1930;
45: 1.
3. WALSHE, W. H.: Diseases of the Heart and Great Vessels
(Smith Elder, London) 1873. 14. WEISS, S. & WILKINS, R. W.: The nature of vascular distur
bances in nutritional deficiency states (beriberi). Ann. Intern.
4. BOLLINGER, D.: Ueber die Haufigkeit und Ursachen der Med. 1937: 11; 104.
idiopatichen Herzhypertrophie in Munchen. Dtsch. Med.
Wschr. 1884; 10: 180. 15. BENCHIMOL, A. B. & SCHLESINGER, P.: Beriberi heart
disease. Am. Heart J. 1953: 46; 245.
5. STRUMPELL, A.: A Textbook of Medicine (Appleton, New mt. Clin. 1934;
16. COWGILL, G. R.: Vitamin B, clinical aspects.
York) 1890. 4; 54.
6. STEEL, G.: Heart failure as a result of chronic alcoholism. 17. BLAKEHORN, M. A.; VILTER, C. F.; SCHEINKER, I. M.
Med. Chron. 1893; 18: 1. & AUSTIN, R. S.: Occidental ben-ben heart disease. J. Am.
7. AUFRECHT, D.: Die alkoholische myocarditis nut nachfol Med. Ass. 1946: 131; 717.
gender lebererkrankung und zeitweiliger Albuminurie. Dtsch. 18. ELIASER, M.; Jr. & GIANSIRACUSA, F. J.: The heart and
Arch. Kim. Med. 1895; 54: 615. alcohol. Calif. Med. 1956; 84: 234.
8. OSLER, W.: The Principles and Practice of Medicine (Apple 19. BRIDGEN, W.: Uncommon myocardial diseases; the non-
ton, New York) 1897. -coronary cardiomyopathies. Lancet 1957; 273: 1179.
9. TRESILIAN. M.: Alcoholic dilatation of the heart. Edinb. 20. EVANS, W.: The electrocardiogram of alcoholic cardiomyo
Med. J. 1898; 3: 616. pathy. Brit. Heart. J. 1959; 21: 445.
10. MACKENZIE, J.: The Study of the Pulse (Y. T. Pentland, 21. BURCH, G. E. & WALSH, J. J.: Cardiac insufficiency in
Edinburg) 1902. chronic alcoholism. Am. J. Cardiol. 1960; 6: 864.

230
CARDIOMIOPATIA ALCOOLICA

22. DYE, C. L.; GENOVESE, P. D.; DALY, W. J. & BEHNKE, 43. BURCH, 0. E.; HARB, J. M.; COLCOLOUGH, H. L. &
R. H.: Primary myocardial disease. II. Hemodynamic altera TSUI, C. Y.: Alcoholic cardiomyopathy. Brit. Med. J. 1972;
tions. Ann. Intern. Med. 1963; 58: 442. 2: 247.
23. BRIDGEN, W. & ROBINSON, J.: Alcoholic heart disease. 44. BURCH, G. E.; TSUI, C. Y. & HARB, J. M.: The influence
Brit. Med. J. 1964; 2: 1283. of beer consumed on the myocardium of mice. J. Path. 1973;
24. PINTAR, K.; WOLANSKYJ, B. M. & GUBBAY, E. R.: Al 109: 163.
coholic cardiomyopathy. Can. Med. Assoc. J. 1965; 93: 103. 45. HEGGTVEIT, H. A. & NADKARNI, B. B.: Ultrastructural
25. TOBIN, J. R.; Jr., DRISCOLL, J. F.; LIM, M. T.; SUfl~ON, Pathology of the myocardium. In Functional Morphology of
G. C.; SZANTO, P. B. & GUNNAR, R. M.: Primary myocar the Heart, eds. E. Bajusz e 0. Jasmin (S. Karger, Basel) p.
dial disease and alcoholism; the clinical manifestations and 474. 1971.
course of the disease in a selected population of patients observ
46. BARRETO NETTO, M.: Patologia do alcoolismo. LesOes he
ed for three or more years. Circulation 1967; 35: 754.
pâticas e cardiacas. Rev. Bras. Pesq. Med. Biol. 1973: 6; 331.
26. BURCH, G. E. & DePASQUALE, N. P.: Alcoholic cardiom
yopathy. Am. J. Cardiol. 1969; 23: 723. 47. HOGNESTAD, J. & TEISBERG, P.: Heart pathology in chro
nic alcoholism. Acta Path. Microbiol. Scand. A. 1973; 81:
27. BURCH, 0. E. & GILES, T. D.: Alcoholic cardiomyopathy. 315.
Concepts of disease and its tratment. Am. J. Med. 1971; 50:
141. 48. FAUVEL, J. M.; TILLMANNS, H. T.; PACHINGER, 0.;
MAI, J. C. & BING, R. J.: Etude expérimentale de l’adminis
28. SHANOFF, H. M.: Alcoholic cardiomyopathy: an introduc tration prolongee d’alcohol sur les lipides artériels, l’ultrastruc
tory review. Can. Med. Assoc. J. 1972; 106: 55. ture et la performance cardiaques. Arch. Ma!. Coeur 1974; 7:
29. KOIDE, T. & OZEKI, K.: The incidence of myocardial abnor 837.
malities in man related to the level of ethanol consumption; a
49. SEGEL, L. D.; RENDING, S. V.; CHOQUET, Y.; CHAC
proposal of a diagnostic criterion of alcoholic cardiomyopathy.
KO, K.; AMSTERDAM, E. A. & MASON, D. T.: Effects of
Jap. HeartJ. 1974; 15: 337.
chronic graded ethanol consumption on the metabolism, ul
30. FERRANS, V. J.; HIBBS, R. G.; WEILBAECHER, D. G.; trastructure, and mechanical function of the rat heart. Cardio
BLACK, W. C.; WALSH, J. J. & BURCH, 0. E.: Alcoholic vasc. Res. 1975; 9: 649.
cardiomyopathy; a histochemical study. Am. Heart J. 1965;
69: 748. 50. ROSSI, M. A.; OLIVEIRA, J. S. M.; ZUCOLOTO, S. &
BECKER, P. F. L.: Norepinephrine levels and morphologic al
31. HIBBS, R. G.; FERRANS, V. J.; BLACK, W. C.; WElL terations of myocardium in chronic alcoholic rats. Beitr. Path.
BAECHER, B. S.; WALSH, J. J. & BURCH, G. E.: Alcoho 1976; 159: 51.
lic cardiomyopathy; an electron microscopic study. Am. Heart
J. 1965; 69: 766. 51. HEATON, F. W.; PYRAH, L. N.; BERESFORD, C. C.;
BRYSON, R. W. & MARTIN, D. F.: Hypomagnesaemia in
32. ALEXANDER, C. S.: Idiopathic heart disease. I. Analysis of chronic alcholism. Lancet 1962; 2: 802.
100 cases, with special reference to chronic alcoholism. Am. J.
Med. 1966; 41: 213. 52. MARTIN, H. E. & BAUER, F. K.: Magnesium 28 studies in
the cirrhotic and alcoholic. Proc. Royal Soc. Med. 1962; 55:
33. ALEXANDER, C. S.: Idiopatic heart disease. II. Electron mi 912.
croscopic examination of myocardial biopsy specimens in alco
holic heart disease. Am. J. Med. 1966; 41: 229. 53. FANKUSEN, D.; RASKIN, D.; DIMICH, A. & WALLACH,
S.: The significance of hypomagnesemia in alcoholic patients.
34. ALEXANDER, C. S.: Electron microscopic observations in
Am. J. Med. 1964; 37: 802.
alcoholic heart disease. Brit. Heart J. 1967; 29: 200.
54. MISHRA, R. K.: Studies on experimental magnesium defi
35. RODGERS, D. A.; WARD, D. A.; THEISSEM, D. D. &
ciency in the albino rat. II. The influence of Mg deficient diet
WITWORTH, N. S.: Pathological effect of prolonged volun
on mitochondrial population of heart, kidney, and liver. Rev.
tary consumption of alcohol by mice. Quart J. Stud. Alc.
1967; 28: 618. Can. Biol. 1960; 19: 136.
55. MORIN, Y. & DANIEL, P.: Quebec beer-drinkers’ cardiom
36. BURCH, 0. E. & DePASQUALE, N. P.: Alcoholic cardiom
yopathy. Cardiologia 1968; 52: 48. yopathy: etiological considerations. Can. Med. Assoc. 1967;
97: 926.
37. BURCH, 0. E. & SOHAL, R. S.: Morphologic and pathologic
aspects of intercalated disk of the heart. Am. Heart J. 1969; 56. SULLIVAN, J.; PARKER, M. & CARSON, S. B.: Tissue
78: 358. cobalt content in <<beer-drinkers>> myocardiopathy. J. Lab. Clin.
Med. 1968; 71: 893.
38. SOHAL, R. S. & BURCH, 0. E.: Effects of alcohol ingestion
57. DINGLE, J. T.; HEATH, J. C.; WEBB, M. & DANIEL, M.:
on the intercalated disk in the mouse heart. Experientia 1969;
The biological action of cobalt and other metals. II. The me
25: 279.
chanisms of the respiratory inhibition produced by cobalt in
39. SOHAL, R. S. & BURCH, 0. E.: Effect of ethanol ingestion mammalian tissues. Biochim. Biophys Acta 1962; 65: 34.
on the myocardial capillaries of mice. Cardiovasc. Res. 1969;
58. WEBB, M.: The biological action of cobalt and other metals.
3: 369.
III. Chelation of cations by dihydrolipoic acid. Biochim.
40. SCHENK, E. A. & COHEN, J.: The heart in chronic alcoho Biophys. Acta 1962; 65: 47.
lism. Path Microbiol. 1970; 35: 96. 59. WEBB, M.: The biological action of cobalt and other metals.
41. BURCH, G. E.; COLCOLOUGH, H. L.; HARB, J. M. & II. Inhibition of alfa-oxyglutarate dehydrogenase. Biochim.
TSUI, C. Y.: The effect of ingestion of ethyl alcohol, wine, Biophys. Acta 1964; 89: 431.
and beer on the myocardium of mice. Am. J. Cardiol. 1971; 60. DANIEL, M.; DINGLE, J. T.; WEBB, M. & HEATH, J. C.:
27: 522. The biological action of cobalt and other metals. I. The effect
42. BURCH, G. E.; HARB, J. M.; COLCOLOUGH, H. L. & of cobalt on the morphology and metabolism of rat fibroblasts
TSUI, C. Y.: The effect of prolonged consumption of beer, in vitro. Brit. J. Exp. Path. 1963; 44: 163.
wine and ethanol on the myocardium of the mouse. Johns 61. PEARCE, J.. M.: Heart disease and filtrable viruses. Circula
Hopkins Med. J. 1971; 129: 130. tion 1960; 21: 448.

231
MARCOS A. ROSSI, SERGIO ZUCOLOTO

62. WENDT, V. E.; STOCK, T. B.; HAYDEN, R. 0.; BRUCE, 84. SCHREIBER, S. S.; ORATZ, M.; ROTHSCHILD, M. A.;
T. A.; GUDBJARNASON, S. & BING, R. J.: Hemodynamic REFF, F. & EVANS, C.: Alcoholic cardiomyopathy; the
and cardiac metabolism in cardiomyopathies. Med. Clin. inhibition of cardiac microsomal protein synthesis by acetal
North Am. 1962; 46: 1445. dehyde. J. Mol. Cell. Cardiol. 1974; 6: 207.
63. SANDERS, V.: Idiopathic disease of the myocardium. A pros 85. ANTON, A. H.: Ethanol and urinary catecholamines in man.
pective study. Arch. Intern. Med. 1963; 112: 661. Clin. Pharmacol. Ther. 1965; 6: 462.
64. SANDERS, V. & RITTS, R. E.: Ventricular localization of 86. JAMES, T. N. & BEAR, E. S.: Effects of ethanol and acetal
bound gammaglobulin in idiopathic disease of the myocar dehyde on the heart. Am. Heart J. 1967; 24: 243.
dium. J. Am. Med. Ass. 1965; 194: 59. 87. ALEXANER, C. S.: The concept of alcoholic cardiomyo
65. FLETCHER, G. F. & WENGER, N. K.: Autoimmune studies pathy. Med. Clin. North Am. 1968; 52: 1183.
in patients with primary myocardial disease. Circulation 1968; 88. POHORECKY, L.: Effects of ethanol on central and periphe
37: 1032. ral noradrenergic neurons. J. Pharmacol. Exp. Ther. 1974;
66. ROBINSON, J.; ANDERSON, T. & GRIEBLE, H.: Serologi 189: 352.
cal anomalies in idiopathic myocardial disease. Clin. Res. 89. AHTEE, L. & SVARTSTROM-FRASER, M.: Effect of etha
1967; 14: 335 (res.). nol and withdrawal on the catecholamines in rat brain and
67. GOULD, L.: Cardiac effects of alcohol. Am. Heart J. 1970; heart. Acta Pharmacol. Toxicol. 1975; 36: 289.
79: 422. 90. FERREIRA, A. L.; SANTOS, J. C. M. & ROSSI, M. A.: Ef
68. GREEP, R. 0. & WEISS, L.: Histology (McGraw-Hill Book fect of alcohol ingestion on adrenergic nerves of rat atrioven
Company, New York) 1973. tricular valves. Experientia 1975; 31: 82.
69. WENDT, V. E.; WU, C.; BALCON, R.; DOTY, 0. & BING, 91. ROSSI, M. A. & OLIVEIRA, J. S. M.: Effect of prolonged
R. J.: Hemodynamic and metabolic effects of chronic alcoho ethanol administration on the noradrenaline levels of rat
lism in man. Am. J. Cardiol. 1965; 15: 175. heart. Eur. J. Pharmacol. 1976; 40: 187.
70. GVOZDJAK, A.; BADA, V.; KRUTY, F.; NIEDERLAND, 92. ROSSI, M. A.; OLIVEIRA, J. S. M. & ZUCOLOTO, S.:
T. R. & GVOZDJAK, J.: Chronic effect of ethanol on the me Heart norepinephrine concentration after chronic alcohol in
tabolism of myocardium. Biochem. Pharmacol. 1973; 22: gestion in the rat. Experientia 1976; 32: 206.
1807. 93. ROSSI, M. A.: Alcohol and malnutrition in the pathogenesis
71. GVOZDJAK, A.; BADA, V.; KRUTY, F.; NIEDERLAND, of experimental alcoholic cardiomyopathy. J. Path. 1980;
T. R. & GVOZDJAK, J.: Effect of ethanol on the metabolism 130: 105.
of the myocardium and its relationship to development of alco 94. ROSSI, M. A.; ZUCOLOTO, S.; BECKER, P. F. L. & OLI
holic myocardiopathy. Cardiology 1973; 58: 290. VEIRA, J. E. D.: Effects of chronic ethanol consumption on
72. PACHINGER, 0. M.; TILLMANNS, H.; MAO, J. C.; FAU the hepatic morphology in the rat. Ciência e Cultura 1978;
VEL, J. M. & BING, R. J.: The effect of prolonged adminis 30: 466.
tration of ethanol on cardiac metabolism and performance in 95. LIEBER, C. S.: Liver disease and alcohol: fatty liver, alcoho
the dog. J. Clin. Invest. 1973; 52: 2690. lic hepatitis, cirrhosis, and their interrelationships. Ann. N.
73. BING, R. J.; TILLMANNS, H.; FAUVEL, J. M.; SEELER, Y. Acad. Sci. 1975; 252: 63.
K. & MAO, J. C.: Effect of prolonged alcohol administration 96. BARAONA, E.; PIROLA, R. C. & LIEBER, C. S.: Small in
on calcium transport in heart muscle of the dog. Circ. Res. testinal damage and changes in cell population produced by
1974; 35: 33. ethanol ingestion in the rat. Gastroenterology 1974; 66: 226.
74. MAINES, J. E., III & ALDINGER, E. E.: Myocardial depres 97. ZUCOLOTO, S. & ROSSI, M. A.: Effect of alcohol inges
sion accompanying consumption of alcohol. Am. Heart J. tion on the epithelial cell population in rat small intestine.
1967; 73: 55. Experientia 1976; 32: 614.
75. MARCIANIAK, M.; GUDBJARNASON, S. & BRUCE, T. 98. ROSSI, M. A. & ZUCOLOTO, S.: Effect of chronic ethanol
A.: The effect of chronic alcohol administration on enzyme ingestion on the small intestinal ultrastructure in rats. Beitr.
profile and glyceride content of heart muscle, brain, and liver. Path. 1977; 161: 50.
Proc. Soc. Exp. Biol. Med. 1968; 128: 1021.
99. ZUCOLOTO, S. & ROSSI, M. A.: Effect of chronic ethanol
76. KIKUCHI, T. & KAKO, K. J.: Metabolic effects of ethanol on consumption on mucosal morphology and mitotic index in the
the rabbit heart. Circ. Res. 1970; 26: 625. rat small intestine. Digestion 1979; 19: 277.
77. REGAN, T. J.: Ethyl alcohol and the heart. Circulation 1971; 100. LEEVY, C. M.; VALDELLON, E. & SMITH, F.: Nutritio
44: 957. nal factors in alcoholism and its complications. In biological
78. REGAN, T. J.; ETTINGER, P. 0.; OLDEWURTEL, H. A. Basis of Alcoholism. Eds. Y. Israel e J. Mardones (Wiley-In
& HAIDER, B.: Heart responses to ethanol. Ann. N. Y. Acad. terscience, New York) p. 365. 1971.
Sci. 1975; 252: 250. 101. PIROLA, R. C. & LIEBER, C. S.: Acute and chronic pan
79. SIEGEL, F. L.; ROACH, M. K. & POMEROY, L. R.: Plas creaitis. In The Biology of Alcoholism, vol. 3: Clinical Patho
ma amino acid patterns in alcoholism: the effects of ethanol logy. Eds. B. Kissin e H. Begleiter (Plenum Press, New York)
loading. Proc. Natl. Acad. Sci. USA 1964; 51: 605. p. 359. 1974.
80. WATKIN, D. M.; DAS, J. B. & McCARTHY, C.: Dietary 102. HALL, J. L. & ROWLANDS, D. T.: Cardiotoxicity of alco
protein and cardiovascular performance. Ann. Intern. Med. hol. An electron microscopy study in the rat. Am. J. Pathol.
1964; 60: 710 (res.). 1970; 60: 153.
81. GILLANDERS, A. D.: Nutritional heart disease. Brit. Heart 103. MOORE, D. J. & RUSKA, H.: Electron microscopic study of
J. 1951; 13: 177. mammalian cardiac muscle cells. J. Biophys. Biochem. Cytol.
1957; 3: 261.
82. RAMALINGASWAMI, V.: Nutrition and the heart. Cardiolo
gia 1968: 52; 57. 104. GREEP, R. 0. & WEISS, L.: Histology (McGraw-Hill com
pany, New York) 1973.
83. SCHREIBER, S. S.; BRIDEN, K.; ORATZ, M. & ROTHS
CHILD, M. A.: Ethanol, acetaldehyde and n.iyocardial protein 105. JUNQUEIRA, L. C. & CARNEIRO, J.: Histologia Bâsica
synthesis. J. Clin. Invest. 1972; 51: 282. (Editora Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro) 1974.

232
CARDIOMIOPATIA ALCOt~LICA

106. RAAB, W.: Hormonal and Neurogenic Cardiovascular Disor 128. HERMAN, M. V.; ELLIOT, W. C. & GORLIN, R.: An elec
ders (Williams and Wilkins Company, Baltimore) 1953. trocardiographic, anatomic and metabolic study of zonal
myocardial ischemia in coronary heart disease. Circulation
107. PEARCE, R. N.: Experimental myocarditis: a study of the
1967; 35: 834.
histological changes following intravenous injection of adre
nalin. J. Exp. Med. 1906; 8: 400. 129. FURUSE, A.; BRAWLEY, R. K. & 00FF, V.: Effects of
isoproterenol, 1-norepinephrine and glucagon on myocardial
108. FLEICHER, M. S. & LOEB, L.: Experimental myocarditis.
gas tensions in animals with coronary artery stenosis. J. Tho
Arch. Intern. Med. 1909; 6: 427.
rac. Cardiovasc. Surg. 1973; 65: 815.
109. FRANZ, 0.: Eine seltene Form von Toxicher Myokardscha
130. COX, 0. E. & WEXLER, B. C.: Platelet and fibrin thrombi
digung. Virchow’s Arch. Path. Anat. 1937; 298: 743.
in isoproterenol-induced myocardial necrosis. Fed. Proc.
110. HANSMANN, G. H. & SCHENKEN, J. R.: Acute isolated 1968; 27: 413.
myocarditis. Report on a case with study of the development
131. ROSENBLUM, I.; WOHL, A. & STEIN, A. A.: Studies in
of the lesion. Am. Heart. J. 1938; 15: 749.
cardiac necrosis III. Metabolic effects of sympathomimetic
111. MALING, H. M. & HIGHMAN, B.: Exaggerated ventricular amines producing cardiac lesions. Toxic. App!. Pharmac.
arrhytmias and myocardial fatty changes after large doses of 1965; 7: 344.
norepinephrine and epinephrine in unanesthesized dogs. Am.
132. WALKER, B. L. & KUMMEROW, F. A.: Erythrocyte fatty
J. Physiol. 1958; 194: 590.
acid composition and apparent permeability to non-eletroly
112. SZAKACS, J. E. & CANNON, A.: 1-Norepinephrine myo tes. Proc. Soc. Exp. Biol. Med. 1964; 115: 1099.
carditis. Am. J. Clin. Pathol. 1958; 30: 425.
133. RONA, 0.; CHAPPEL, C. I. & GAUDRY, R.: Effect of die
113. NAHAS, G. G.; MANION, W. C. & BRUNSON, J. C.: tary sodium and potassium content on myocardial necrosis
Lesions cardiaques par exces de norepinephrine. Presse Med. elicited by isoproterenol. Lab. Invest. 1961; 10: 892.
1959; 67: 1079.
134. RONA, 0.; CHAPPEL, C. I. & KAHN, D. S.: The signifi
114. SZAKACS, J. E.; DIAMMETTE, R. M. & COWART, E. cance of factors modifying the development of isoproterenol
C.; Jr: Pathological implication of the catecholamines, epi -induced myocardial necrosis. Am. Heart. J. 1963; 66: 389.
nephrine and norepinephrine. U.S. Armed Forces Med. J.
1959; 10: 908. 135. LEHR, D.: Tissue electrolyte alterations in disseminated myo
cardial necrosis. Ann. N. Y. Acad. Sci. 1969; 156: 344.
115. SZAKACS, J. E. & MEHLMAN, B.: Pathologic changes
induced by 1-norepinephrine: quantitative aspects. Am. J. 136. HATI’ORI, E.; YATSUKI, K.; MIYASAKI, T.; SATA, T. &
Cardiol. 1960; 5: 619. NAKAMURA, M.: Adenine nucleotides of myocardium for
rats treated with isoproterenol and or magnesium or potas
116. FERRANS, V. J.; HIBBS, R. G.; WALSH, J. J. & BURCH,
sium deficiency. Jap. Heart. J. 1969; 10: 218.
G. E.: Histochemical and electron microscopical
studies on the cadiac necrosis produced by sympathomimetic 137. BLOOM, S. & DAVIS, L.: Calcium as a mediator of isopro
agents. Ann. N. Y. Acad. Sd. 1969; 156: 309. terenol-induced myocardial necrosis. Am. J. Path. 1972; 69:
117. GANS, J. H. & CATER, M. R.: Norepinephrine-induced car 459.
diac hypertrophy in dogs. Life Sd. 1970; 9: 731. 138. YAROM, R.; BEN ISHAY, D. & ZINDER, 0.: Myocardial
118. GARCIA, R. & JENNINGS, J. M.: Pheochromocytoma cationic shifts induced by isoproterenol. J. Mo!. Ce!!. Car
masquerading as a cardiomyopathy. Am. J. Cardiol. 1972; diol. 1972; 4: 559.
29: 568. 139. MUELLER, E.: Histochemical studies on experimental heart
119. ROSSI, M. A.: Experimental epinephrinogenic pneumopathy. infarction in the rat. Naunyn-Schmiederbergs Arch. Exp.
Beitr. Path. 1973; 149: 1. Path. Pharmak. 1966; 254: 439.
120. RONA, 0.; CHAPPEL, C. I.; BALAZS, T. & GAUDRY, 140. FLECKENSTEIN, A.; DORING, H. J. & LEDER, 0.: The
R.: An infarct-like myocardial lesion and other toxic manifes significance of high-energy phosphate exhaustion in the etio
tations produced by isoproterenol in the rat. Arch. Path. logy of isoproterenol-induced cardiac necrosis, and its preven
1959; 67: 99. tion by iproveratril, compound D600 or phenylamine. In Pro
121. CHAPPEL, C. I.; RONA, G.; BALAZS, T. & GAUDRY, ceedings of the Secong Annual Meeting of the International
R.: Severe myocardial necrosis produced by isoproterenol in Study Group for Research in Cardiac Metabolism, eds. V.
the rat. Arch. mt. Pharmacodyn. Ther. 1959; 122: 123. Zambotti e M. 0. Arrigoni (Istituto Lombardo, Milgo) p. 25
1970.
122. KAHN, D. S.; RONA, G. & CHAPPEL, C. I.: Cardiac pa
thology induced by isoproterenol and related amines. Ann. N. 141. OSTADAL, B.; RYCHTEROVA, V. & POUPA, 0.: Isopro
Y. Acad. Sci. 1969; 156: 285. terenol-induced acute cardiac necrosis in the turtle (Testudo
hosfieldi). Am. Heart. J. 1968; 76: 645.
123. COLLINS, P. & BILLINGS, C. G.: Isoprenaline-induced
changes in regional myocardial perfusion in the pathogenesis 142. PILNY, J.; KIEFER, 0. & SANDRITTER, W.: Die quanti
of myocardial necrosis. Brit. J. Exp. Path. 1976; 57: 637. tative und qualitative Bestimmung des Herzmyosins in histo
logischen Schnitt mittles eines Polarizationsmikroscop. Vir
124. NILES, N. R.; ZARIN, J. D. & MONKADO, R. D.: Histo chow’s Arch. Zel!path. 1969; 3: 359.
chemical study of effects of hypoxia and isoproterenol on rat
myocardium. Am. J. Cardioh 1968; 22: 381. 143. PELOUCH, V.; DEYL, Z. & POUPA, 0.: Myosin aggrega
tion in cardiac necroses induced by isoproterenol in rats.
125. WENDLER, D. & BERTOLINI, R.: Morphologische Befun
Physio!. Bohemos!ov 1970; 19: 9.
de am Myokard der Ratte bei Relativer Koronarinsufficienz
duren Novodrin. Exp. Path. 1969; 3: 230. 144. MALLOV, S.: Effect of sympathomimetic drugs on protein
synthesis in rat heart. J. Pharmaco!. Exp. Ther. 1973; 187:
126. WEXLER, B. C. & JUDD, J.: Acute myocardial histopatho
482.
logical changes in arteriosclerotic vs non-arteriosclerotic rats
following isoproterenol-induced infarction. Brit. J. Exp. 145. WOOD, W. Y.; LINDENMAYER, 0. E. & SCHWARTZ,
Path. 1970; 51: 646. A : Myocardial synthesis of ribonucleic acid. I. Stimulation
127. LUTMER, R. F. & WEXLER, B. C.: Myocardial and serum by isoproterenol. J. Molec. Ce!!. Cardio!. 1971; 3: 127.
lactate changes during isoproterenol-induced infarction. Am. 146. BARKA, T.: Stimulation of DNA synthesis by isoproterenol
Heart. J. 1971; 81: 516. in the salivary gland. Exp. Ce!!. Res. 1965; 39: 355.

233
MARCOS A. ROSSI, SERGIO ZUCOLOTO

147. BARKA, T.: Stimulation of protein and ribonucleic acid 159. IWATA, H.; NISHIKAWA, T. & BABA, A.: Catecholamine
synthesis in rat submaxillary gland by isoproterenol. Lab. In accumulation in tissues of thiamine-deficient rats after inhibi
vest. 1968; 18: 38. tion of monoamine oxidase. Eur. J. Pharmacol. 1970; 12:
253.
148. MALAMUD, D. & MALT, R. A.: Stimulation of cell prolife
ration in mouse kidney by isoproterenol. Lab. Invest. 1971; 160. SHOEMAKER, W. J. & WURTMAN, R. J.: Perinatal un
24: 140. dernutrition: accumulation of catecholamines in rat brain.
149. RONA, G. & KAHN, D. S.: Experimental studies on the hea Science 1971; 171: 1017.
ling of cardiac necrosis. Ann. N. Y. Acad. Sd. 1969; 156: 161. HOELDTKE, R. D. & WURTMAN, R. J.: Excretion of cate
177. cholamines and catecholamine metabolites in kwashiorkor.
150. ELIOT, R. S. & TODD, G. L.: Stress-induced myocardial ne Am. J. Clin. Nutr. 1973; 26: 205.
crosis. J. S. C. Med. Ass. Suppl. (Feb.) 1976; 33. 162. PARRA, R. D.; SERRANO, P. & CHAVEZ, B.: Studies of
151. JENNINGS, R. B.; BAUM, J. H. & HERDSON, D. B.: Fine daily urinary catecholamine excretion in kwashiorkor as ob
structural changes in myocardial ischemic injury. Arch. Path. served in Mexico. In Endocrine Aspects of Malnutrition. Eds.
1965; 79: 135. L. I. Gardner e P. Amacher (The Kroc Foundation, Santa
Ynez, California) p. 181. 1973.
152. BARRETO NETI’O, M.: LesOes renais e miocãrdicas atribui
veis a alteracOes do metabolismo do potâssio, nos distürbios 163. EDOZIEN, J. C.; NIEHAUS, N. J. & SWITZER, B. R.:
gastro-intestinais. Arq. Bras. Med. 1961; 51: 241. Fed. Proc., 59th Ann. Mtg., 881.
153. BARRETO NETTO, M.: LesOes miocárdicas e renais atribui 164. ROSSI, M. A.; PISSAIA, 0.; CURY, Y. & OLIVEIRA, J. S.
veis a distürbios do metabolismo do potãssio, em caso de cir M.: Noradrenaline levels and morphologic alterations of myo
rose hepatica. Arq. Bras. Endocrin. Metab. 1961; 10: 173. cardium in experimental protein-calorie malnutrition. J. Path.
154. MOLNAR, Z.; LARSEN, K. & SPARGO, B.: Cardiac chan 1980; 131: 83.
ges in potassium depleted rat. Arch. Path. 1962; 74: 339. 165. LIEBER, C. S.: Alcohol and the liver. In Progress in Liver
155. PACKER, L.: Metabolic and structural states of mitochon Diseases. vol. II. Eds. H. Popper e F. Schaffner (Grune &
dna. III. Reversal of electron transport and mitochondrial Stratton, New York) p. 134. 1965.
swelling. J. Biol. Chem. 1962; 237: 1327. 166. LEEVY, C. M.; TAMBURRO, C. H. & ZETTERMAN, R.:
156. IWATA, H.; FUJIMOTO, S.; NISHIKAWA, T. & HANO, Liver disease of the alcoholic. Med. Clin. North Am. 1975;
K.: Pharmakologische Untersuchungen bei Thiaminmangel. I. 59: 909.
Anderungen des Katecholamingehalts im Gwebe. Experientia
1968; 24: 378.
157. IWATA, H.; WATANABE, T.; NISHIKAWA, T. & OHAS
HI, M.: Effects of drugs on behavior, heart rate and catecho Pedido de separatas: Marcos A. Rossi
lamine levels in thiamine-deficient rats. Eur. J. Pharmacol. Departamento de Patologia
1969; 6: 83. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
158. IWATA, H.; NISHIKAWA, T. & FUJIMOTO, S.: Monoa Universidade de São Paulo
mine oxidase activities in tissues of thiamine-deficient rats. 14100 Ribeirão Preto, S.P.
J. Pharm. Pharmacol. 1969; 21: 237. Brasil

234

Вам также может понравиться