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REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO:
É o conjunto de normas que regem a relação entre a Administração e o administrado conferindo poderes
maiores, privilégios à Administração Pública, colocando-a em uma posição superior, o que não seria aceito em
uma relação entre particulares, regida pelo direito privado, ao mesmo tempo que estabelece as restrições a
serem respeitadas pela Administração. São exemplos dessas prerrogativas da Administração a auto-
executoriedade, o poder de expropriar, de aplicar sanções contratuais, impor medidas de polícia...
Em suma, os princípios já vistos servem para garantir o regime jurídico-administrativo, as prerrogativas da
Administração, sobretudo os princípios da supremacia do interesse público sobre o privado e o da
indisponibilidade do interesse público.
É importante que se diga que nem sempre a Administração submete-se a regime jurídico de direito público. Às
vezes ela se submeterá a regime jurídico de direito privado, como por exemplo é estabelecido no artigo 173 § 1º
da CRFB, determinando que a lei estabelecerá regime jurídico próprio das empresas privadas às empresas
públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica. Entretanto, mesmo aqui a
Administração não perderá todos os seus privilégios, sendo o regime privado parcialmente derrogado pelo regime
público.
Vício do ato administrativo que ocorre quando o agente público, praticando determinado ato para o qual tem
competência, mas extrapolando os seus limites, abusa do poder que lhe foi conferido pelo Estado, de duas
formas distintas, configurando as espécies do abuso de poder:
1)EXCESSO DE PODER: Quando o agente exorbita de suas atribuições, agindo imoderadamente quando
desnecessário, não cumprindo com o princípio da proporcionalidade dos seus atos, como quando se excede no
uso de força policial para praticar ato de sua competência.
2)DESVIO DE PODER ou DESVIO DE FINALIDADE: Quando o agente pratica ato com finalidade diversa da que
decorre implícita ou explicitamente da lei, como quando decreta desapropriação de prédio de partido político com
o intuito de perseguição, ou promove a remoção de um servidor público federal para localidade distante, apenas
com intuito de prejudicá-lo.
PODERES ADMINISTRATIVOS
Noções Iniciais:
Para bem atender ao interesse público a Administração é dotada de poderes administrativos. Estes poderes são
verdadeiros instrumentos de trabalho, adequados à realização das tarefas administrativas. São inerentes à
Administração de todas as entidades estatais (União, estados e municípios) na proporção e limites de suas
competências institucionais, e podem ser usados isolada ou cumulativamente para a consecução do mesmo ato.
Classificação:
São classificados em poder vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar, regulamentar ou normativo e
de polícia veja a figura em destaque :
As Espécies de Poderes
Poder Vinculado:
Poder vinculado ou regrado é aquele que o direito positivo (a lei) confere à administração pública para a prática de
ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização, ou seja, a ação
do administrador é mínima, estando sujeita à lei em praticamente todos os aspectos.
Poder Discricionário:
Conforme Regis de Oliveira, a discricionariedade é a integração da vontade legal feita pelo administrador, que
escolhe um comportamento previamente validado pela norma, dentro dos limites de liberdade resultantes da
imprecisão da lei, para atingir a finalidade pública. A discricionariedade é sempre relativa e parcial porque quanto à
competência, à forma e à finalidade do ato a autoridade está subordinada ao que a lei dispõe.
Para Maria Sylvia Di Pietro os chamados poderes discricionário e vinculado não existem
como poderes autônomos; a discricionariedade e a vinculação são, quando muito, atributos
de outros poderes ou competências da Administração.
Discricionariedade e Arbítrio:
Se o agente opta por um caminho, dentre os vários apontados pelo legislador, ou seja, se escolhe a solução
melhor para o Estado, temos, então, o poder discricionário (a discricionariedade ou a discrição do administrador).
Por outro lado o arbítrio é a ação em desacordo com a norma jurídica. O ato arbitrário é sempre ilegítimo e
inválido.
Poder Hierárquico
Hierarquia:
Hierarquia é a relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes do Executivo (não há hierarquia
no Judiciário e no Legislativo), com a distribuição de funções e a gradação da autoridade de cada um.
Poder Hierárquico:
É poder o que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação
de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. Do poder
hierárquico decorrem faculdades implícitas para o superior, tais como a de dar ordens e fiscalizar o seu
cumprimento, a de delegar e avocar atribuições e a de rever os atos de inferiores.
Poder Disciplinar
Noções Iniciais:
É o poder pelo qual a administração controla o desempenho das funções administrativas e o comportamento
interno de seus agentes, servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração,
apurando as infrações e aplicando as devidas penalidades.
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Discricionarismo:
Característico do poder disciplinar é o seu discricionarismo, no sentido de que não está vinculado a prévia definição
da lei sobre a infração funcional e a respectiva sanção. Não se aplica ao poder disciplinar o princípio da pena
específica que existe no Direito Penal.
Embora o poder disciplinar seja discricionário, a Administração não tem liberdade de escolha entre
punir e não punir, pois, tendo conhecimento da falta praticada por servidor, tem necessariamente
que instaurar o procedimento adequado para sua apuração e, se for o caso, aplicar a pena cabível,
caso contrário estará praticando o crime de condescendência criminosa (art. 320 do Código Penal).
Sanção Administrativa:
O administrador, no seu prudente critério, tendo em vista os deveres do infrator em relação ao serviço e
verificando a falta, aplicará a sanção que julgar cabível, oportuna e conveniente, dentre as que estiverem
enumeradas em lei ou regulamento para a generalidade das infrações administrativas.
Nenhuma penalidade pode ser aplicada sem prévia apuração por meio de procedimento
legal, em que sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes (art. 5°, LV, da Constituição Federal).
Noções Iniciais:
O poder regulamentar é a faculdade de que dispõe os Chefes de Executivo (nas três esferas) de explicar a lei para
sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada
por lei.
Na atividade de chefiar a Administração está implícito o poder de regulamentar a lei e suprir, com
normas próprias, as omissões do Legislativo que estiverem na alçada do Executivo.
Regulamento:
O regulamento não é lei, embora a ela se assemelhe no conteúdo e poder normativo. Nem toda lei depende de
regulamento para ser executada, mas toda e qualquer lei pode ser regulamentada se o Executivo julgar
conveniente fazê-lo. Sendo o regulamento, na hierarquia das normas, ato inferior à lei, não a pode contrariar, nem
criar direitos, impor obrigações, proibições, penalidades que nela não estejam previstos, sob pena de ofensa ao
princípio da legalidade.
Maria Sylvia di Pietro prefere chamar este poder de poder normativo, uma vez que o
regulamento é apenas uma das formas de expressão normativa da Administração. Além do
regulamento, existem as resoluções, portarias, deliberações e instruções.
Poder de Polícia
Natureza:
O poder de polícia é de natureza discricionária, ou seja, é uma faculdade que possibilita à administração
estabelecer limitações diretas das atividades dos particulares.
Fundamento:
O próprio poder do Estado, a supremacia que o Estado exerce sobre pessoas, bens e atividades.
Fins:
Atendimento do interesse público. Necessidade de assegurar a coexistência o mais harmoniosa possível da
coletividade, no exercício das diversas atividades ou direitos.
Extensão:
Observada a competência, o poder de Polícia é inerente a toda a administração, sendo exercido pelos diversos
órgãos, nas esferas da União, estados e Municípios. Dentro destas esferas, o poder de polícia abrange desde a
proteção moral e aos bons costumes, a preservação da saúde pública, o controle de publicações, a segurança das
construções e dos transportes até a segurança nacional em particular.
Limites:
Assim como todo ato administrativo, a medida de polícia, ainda que discricionária, deve observar às limitações
impostas pela lei em relação:
a) às liberdades públicas (direitos fundamentais assegurados pela Constituição);
b) aos preceitos relativos à competência, forma e fim;
c) à proporcionalidade dos meios aos fins, ou seja, o poder de polícia não deve ir além do necessário para a
satisfação do interesse público que visa proteger.
Atributos:
O poder de polícia administrativa tem atributos específicos e peculiares ao seu exercício, e tais são a
discricionariedade, a auto-executoriedade e a coercibilidade.
C
E
D
A
1) Coercibilidade:
A coercibilidade é a imposição coativa das medidas adotadas pela Administração, que são imperativas e admite-se
até o emprego da força pública para o seu cumprimento, quando resistido pelo administrado.
2) Exigibilidade:
A exigibilidade é a possibilidade de a Administração Pública exigir o cumprimento dos seus atos – utilizando meios
indiretos de coerção – sem a necessidade de intervenção do Poder Judiciário.
3) Discricionariedade:
A discricionariedade traduz-se na livre escolha, pela Administração, da oportunidade e conveniência de exercer o
poder de polícia, bem como de aplicar as sanções e empregar os meios conducentes a atingir o fim colimado, que
é a proteção de algum interesse público.
4) Auto-executoriedade:
A auto-executoriedade é a faculdade de a Administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus
próprios meios, sem intervenção do Judiciário, é outro atributo do poder de polícia.
REVOGAÇÃO ANULAÇÃO
Motivo Por conveniência Por ilegalidade
Ato discricionário Por avaliação de Motivo ou Objeto Por vício em qualquer elemento
Ato vinculado Não pode ser revogado Por vício em qualquer elemento
Quem pode Própria Administração Própria Administração ou o Judiciário
Efeitos Ex nunc Ex tunc
CUIDADO: A definição de Hely Lopes 8.1) ATO NULO: É aquele no qual existe
Meirelles é coincidente com a doutrina majoritária, um vício que atinge regra fundamental, razão pela
entretanto, a professora Maria Sylvia Zanella Di qual deve ser invalidado, não havendo possibilidade
Pietro adota uma visão diferente, baseada na de sua permanência no mundo jurídico.
quantidade de atos que são editados. Dessa forma,
São ordens escritas e gerais a respeito do modo e São praticados contendo uma declaração de vontade
forma de execução de determinado serviço público. do Poder Público, coincidente com a pretensão do
particular, visando à concretização de negócios
9.2.2 Circulares jurídicos públicos, ou à atribuição de certos direitos
ou vantagem ao interessado.
São ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas
a determinados funcionários ou agentes 9.3.1 Licença
administrativos incumbidos de certo serviço, ou de
desempenho de certas atribuições em circunstâncias É o ato vinculado e definitivo, pelo qual o Poder
especiais. Público, verificando que o interessado atendeu a
todas as exigências legais, faculta-lhe o
9.2.3 Avisos desempenho de atividade.
São determinações especiais dirigidas aos Ato pelo qual o Poder Público aprova a legalidade ou
responsáveis por obras ou serviços públicos, mérito de órgão público ou entidade particular.
contendo imposições de caráter administrativo
9.3.5 Admissão
9.2.7 Ofícios
9.3.7 Homologação
São comunicações escritas que as autoridades
fazem entre si, entre subalternos e superiores, e Ato pelo qual o Poder Público confere eficácia a
entre Administração e particulares em caráter oficial. outro ato anterior da própria Administração ou de
entidade diversa.
9.2.8 Despachos
9.3.8 Dispensa
São decisões administrativas, das autoridades
executivas (ou legislativas ou judiciárias, mas em Ato que exime o particular do cumprimento de
funções administrativas), em papéis, requerimentos determinada obrigação até então exigida por lei.
e processos sujeitos à sua apreciação.
9.3.9 Renúncia
b) Parecer Técnico
Provém de órgão especializado e não pode ser
contrariado por leigo ou superior hierárquico.
9.4.4 Apostilas
Então:
Certo é que os decretos autônomos não podem criar obrigações não previstas em lei, visto que “ninguém é
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Podemos dizer ainda que os decretos são atos normativos derivados (porque não criam direito
novo), enquanto a lei é ato normativo originário (porque cria direito novo, originário)
• REGULAMENTOS: Colocados em vigor por decretos, a fim de regular algumas matérias de decretos
para sua fiel execução.
• RESOLUÇÕES: Atos emanados por altas autoridades que não o chefe do Poder Executivo, tais como os
Ministros de Estado e Secretários Estaduais ou Municipais.
• REGIMENTOS: Aplicações internas às repartições.
• DELIBERAÇÃO: Decisões normativas de órgãos colegiados que deliberaram sobre determinado
assunto de sua competência.
• LICENÇA: Ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele que preencha os
requisitos legais o exercício de uma atividade. Ex: Licença de obra.
• AUTORIZAÇÃO e PERMISSÃO: Atos unilaterais e discricionários pelos quais a Administração faculta
ao particular o uso privativo de bem público ou o desempenho de atividade que, sem esse consentimento,
seriam legalmente proibidos. As diferenças entre eles serão melhor estudadas adiante.
• APROVAÇÃO: Ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle do ato administrativo.
• ADMISSÃO: Ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular, que
preencha os requisitos legais, o direito à prestação de um serviço público, como por exemplo a admissão a
escola pública.
• VISTO: Ato unilateral pelo qual a autoridade competente atesta a legitimidade formal de outro ato
jurídico, independentemente de deliberar sobre a matéria do seu conteúdo.
• HOMOLOGAÇÃO: Ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece a legalidade de um
ato jurídico, posteriormente a ele, verificando se foi editado de acordo com o que prescreve a lei.
4.10 – CONVALIDAÇÃO, SANATÓRIA OU SANEAMENTO:
Quando o elemento que invalidava o ato é substituído posteriormente pela Administração, se for
interessante, se não causar lesão a terceiros de boa-fé e for mais econômico do que anular. Nem todo ato
Se o problema for em relação à COMPETÊNCIA, como quando um Ministro de Estado assina um ato
administrativo, no lugar do Presidente da República, é possível a convalidação, também chamada de
ratificação, quando não se tratar de competência exclusiva, sendo possível a delegação de competência.
Nesse caso, se um agente podia ter delegado competência a outro agente mas, por algum motivo, não o
fez, poderá ratificar o ato já assinado caso concorde. Se a competência é exclusiva, não é possível a
ratificação.
Quanto à FINALIDADE ou MOTIVO, nunca é possível a convalidação, vez que eles correspondem a
situações de fato. Ou o motivo ocorreu ou não. Ou a finalidade é a que decorre de lei ou não.
Quanto à FORMA, é possível a convalidação se a forma não era essencial à validade do ato.
Quanto ao OBJETO, não é possível a convalidação. Neste caso pode ocorrer a figura da CONVERSÃO,
quando a Administração converte um ato inválido em ato de outra categoria, aproveitando os efeitos já
produzidos. Um exemplo seria o de uma concessão de uso feita sem licitação, quando a lei exige. Pode ser
convertida em permissão de uso, em que não há a mesma exigência de licitação.
2. (TRF-4ª Região – FCC) No que tange aos atos administrativos, a criação, modificação ou
comprovação de situações jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à
ação do Poder Público, correspondem ao requisito:
a) da tipicidade;
b) da razoabilidade; d) do motivo;
c) da finalidade. e) do objeto.
4. (TRF-4ª Região – FCC) No que se refere à invalidação dos atos administrativos, é certo
que:
a) o Judiciário revoga ou anula o ato administrativo;
b) o Judiciário somente revoga o ato administrativo;
c) a Administração apenas anula seu próprio ato;
d) a Administração revoga ou anula seu próprio ato;
e) a Administração não pode anular ou revogar seu próprio ato.
7. (TRT-9ª Região – NCE) No que concerne à competência para sua edição, o ato
administrativo será sempre:
a) composto;
b) informal; d) discricionário;
c) vinculado; e) complexo.
11. (Téc. Jud. TST/2003 – CESPE) A revogação do ato administrativo decorre do princípio da
autotutela, que permite à administração a invalidação do ato por motivos de oportunidade e
conveniência. Todavia, os atos que gerarem direitos subjetivos para os administrados são
irrevogáveis. ( )
18. (Delegado P.F./2004 – CESPE) Ocorre a extinção do ato administrativo por caducidade
quando o ato perde seus efeitos jurídicos em razão de norma jurídica superveniente que
impede a permanência da situação anteriormente consentida. ( )
São corretas:
a) apenas as afirmativas I e II;
b) apenas as afirmativas I e III;
c) apenas as afirmativas II e III;
d) todas as afirmativas.
26. (Delegado D.F./2004 – NCE) O ato administrativo motivado poderá ser controlado
através da verificação da compatibilidade das razões de fato apresentadas pela
Administração Pública com a realidade e das razões de direito com a lei. O fundamento para
o controle do ato administrativo na hipótese acima retratada é:
Gabarito: