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1 Introdução
O Brasil não ficou à margem das sucessivas e crescentes mudanças do mercado de
trabalho e do setor produtivo, demonstrando uma crescente necessidade de qualificação do
trabalho, que passa pela construção de um novo perfil de competências e de qualificação
global de seus agentes. Pernambuco, em sua condição de estado nordestino com considerável
atraso econômico-social, precisa alavancar recursos para desenvolver competências essenciais
às novas relações de trabalho para responder às novas regras de padrão de competitividade.
Aproximadamente dois terços da parcela dos trabalhadores brasileiros, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, não concluiu o ensino fundamental
(IBGE, 2008). Este pode ser um dos motivos do desemprego estrutural no Brasil, o que
motivou o governo nas três esferas, Federal, Estadual e Municipal, em conjunto com
entidades públicas e privadas, Sindicatos, Organizações não Governamentais-ONGs, escolas,
Sistema S e ainda Universidades e Fundações a unirem esforços em torno do Plano Nacional
de Qualificação–PNQ, visando facilitar a transição de atividades declinantes ou
indevidamente exploradas para aquelas em crescimento. Entretanto, o atual setor produtivo
reestrutura-se em função das novas regras da competição internacional e do novo perfil da
demanda interna, exigindo qualidade, produtividade e flexibilidade como regras de
sobrevivência básicas.
Através da instituição do Fundo de Amparo ao Trabalhador-FAT, criado pela Lei nº
7998/90, no início da década de 90, foram criadas as bases reais para a implantação do
Serviço Público de Emprego – SPE – no Brasil, tendo sido concebido, na mesma lei, o
Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador – CODEFAT, de gestão paritária
e tripartite, com poderes para fiscalizar, aprovar planos e, principalmente, ser interveniente
nos contratos e convênios firmados entre o Ministério do Trabalho e Emprego e outras
entidades, através de recursos do Fundo. Isso possibilita uma estrutura na qual os diversos
atores (Governo, Centrais Sindicais e Confederações Patronais) tenham um maior
envolvimento através da representação igualitária de seus membros na tomada de decisão e
participação dentro do sistema.
O Programa Territorial de Qualificação – PlanTeQ está inserido no Plano Nacional de
Qualificação-PNQ, concebido e desenvolvido pelo Ministério de Trabalho e Emprego. É
executado pelos governos estaduais com recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador -
FAT, mediante diretrizes nacionais definidas pelo Conselho Deliberativo do FAT-
CODEFAT.
A Agência do Trabalho em Pernambuco é um órgão técnico da Secretaria de
Cidadania e Políticas Sociais e tem como desafio fazer com que o mercado de trabalho
funcione de maneira eficiente e equitativa, proporcionando desenvolvimento dos cidadãos e
da economia local. A finalidade do sistema de emprego é organizar informações sobre o
mercado de trabalho, identificando o perfil do trabalhador, suas necessidades e tendências no
mercado de trabalho local, a fim de fornecer subsídios ao sistema educacional na formação de
mão-de-obra e no desenvolvimento de competências em conformidade com os processos
produtivos modernos nos diferentes setores da economia.
Com base no conceito de Iniciativa de Desenvolvimento Local - IDL, que, de acordo
com Llorens (2001) pode ser entendido como um processo no qual atores ou instituições
locais mobilizam-se para apoiar as diferentes ações, buscando criar, reforçar e preservar
atividades e empregos, utilizando os meios e recursos do território, esta pesquisa tem como
objetivo compreender, por meio das ações empreendidas pela Agência do Trabalho no Estado
de Pernambuco, a sua relevância para o mercado de trabalho e a sociedade, bem como
entender a articulação existente entre os setores público, privado e/ou misto na concepção e
implementação das ações empreendidas, além de identificar a percepção dos trabalhadores
que demandam os serviços.
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2 Referencial teórico
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Esse novo conceito de trabalho, baseado no conhecimento e domínio tecnológico
característico do novo século, necessita de trabalhadores qualificados, o que implica políticas
educacionais e de treinamento capazes de suprir a demanda de mão-de-obra em um contexto
de competitividade global (LIMA, 2001).
Políticas públicas de trabalho e renda demandam mecanismos de fomento à geração de
atividades produtivas, como também de orientação e apoio ao trabalhador, para
aproveitamento dessas novas oportunidades, mediante serviços de intermediação eficientes,
seguro-desemprego e qualificação profissional. O Estado deve exercer papel de articulador e
fomentador de políticas globais, incluindo ações de médio e longo prazo para garantir
educação profissional em bases contínuas para parcelas crescentes da População
Economicamente Ativa - PEA (SILVEIRA, 2007).
Segundo Farah (1999), as políticas públicas promovidas pelo Estado Brasileiro, até o
início dos anos 80, se caracterizavam, em primeiro lugar, pela centralização decisória e
financeira na esfera Federal, cabendo aos Estados e Municípios, quando estes eram
envolvidos em uma política específica, o papel de executores das políticas formuladas
centralmente. Por outro lado, à medida que os recursos eram controlados pelo Governo
Federal e que as esferas locais de poder eram expostas diretamente a necessidades e demandas
dos cidadãos, estabelecia-se uma articulação entre governos estaduais e municipais e governo
Federal baseada na troca de favores de cunho clientelista, em que muitas vezes as instâncias
locais do poder público transformavam-se em agenciadores de recursos federais para o
Município ou Estado, o que procurou garantir a implementação de determinada política
pública para sua clientela. Embora estes mecanismos tenham se intensificado durante a Nova
República, já se faziam sentir nos anos 70, durante a vigência do regime autoritário. Tais
políticas públicas se caracterizam também pela fragmentação institucional, não existindo uma
articulação coordenada entre os diversos órgãos, trazendo implicações para a eficiência e a
efetividade das políticas públicas (LOIOLA; MOURA, 1996).
Cada política e cada setor de serviço público estavam sendo concebidos de forma
independente das demais, tendo a sua eficácia comprometida pela não existência de serviços
complementares de outros setores. Outra característica central das políticas sociais vigentes
no Brasil até os anos 80 consiste na exclusão da sociedade civil do processo de formulação
das políticas, da implementação dos programas e do controle da ação governamental. As
políticas incorporavam interesses da sociedade civil e do mercado, no entanto, tal
incorporação era excludente e seletiva, beneficiando segmentos restritos dos trabalhadores e
interesses de segmentos do capital nacional e estrangeiro (PAULA, 2005).
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mobilização dos atores locais, com o intuito de criar e ampliar além do emprego e a atividade
econômica local, o que favorece melhores condições locais que propiciem o surgimento e
crescimento empresarial. Quanto à mobilização dos atores locais, Costa e Peci (2002)
destacam o imbricamento na relação entre o governo, as empresas, as instituições de ensino e
a sociedade civil. Para Llorens (2001), dentre os componentes de uma Iniciativa de
Desenvolvimento Local - IDL, destacam-se a construção de redes, a qualificação dos recursos
humanos, a construção de entornos inovadores e o incentivo a micro e pequenas empresas.
Embora na Convenção nº 88 da Organização Internacional do Trabalho – OIT,
ocorrida em 1948, a qual o Brasil assinou, tivesse sido acordado que todo país-membro
devesse manter e assegurar a manutenção de um serviço público ou gratuito de emprego, foi
no início da década de 1990 que foram dadas no Brasil as bases reais para a implantação do
serviço público de emprego, através da instituição do Fundo de Amparo ao Trabalhador-FAT,
criado pela lei nº 7998/90. Na mesma lei criou-se, também, o Conselho Deliberativo do
Fundo de Amparo ao Trabalhador (CODEFAT), de gestão tripartite e paritária, com poderes
para fiscalizar, aprovar planos e, principalmente, ser interveniente nos contratos e convênios
firmados entre o Ministério do Trabalho e Emprego e outras entidades, através de recursos do
Fundo. Esta estrutura intencionou desconcentrar o poder de decisão através da representação
igualitária de membros em cada bancada participante do sistema tripartite.
A Convenção nº 88 da OIT prevê que a instância nacional proverá, quando necessário,
comissões regionais e locais. Devido à dimensão geográfica e diferenças regionais existentes
no Brasil e à necessidade de aprimoramento do Sistema, o CODEFAT instituiu em 28 de
julho de 1994 a Resolução nº 63, que reconhece a Comissão Estadual e a Municipal de
Emprego, definidas como órgãos ou instâncias colegiadas, de caráter permanente e
deliberativo. As Comissões têm competência para formular, coordenar e acompanhar ações
direcionadas à intermediação de mão-de-obra, seguro-desemprego, qualificação profissional,
geração de informações sobre o mercado de trabalho e programas de apoio à geração de
emprego e renda. Estas ações refletem os principais objetivos da política pública e estão
estruturadas em planos ou programas. Para Llorens (2001), esse tipo de iniciativa possui
relevância quanto ao conteúdo territorial na medida em que respondem a problemas
identificados localmente, já que são protagonizados por atores locais.
A Comissão estadual de Emprego é considerada instância superior no âmbito estadual,
estando a ela vinculadas as Comissões Municipais. O artigo 10 da Resolução nº 63 do
CODEFAT estipula que é condição necessária para a transferência de recursos do FAT a
existência nos Estados e no Distrito Federal de Comissões Estaduais de Emprego.
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1. A do conhecimento do mercado de trabalho local. As políticas do Ministério do
Trabalho e Emprego são dotadas de flexibilidade e podem ser frutíferas nos diversos
contextos em que são executadas. Mas é crucial que sua execução esteja em sintonia
com as particularidades do mercado de trabalho local, daí a importância desta
função;
2. A de orientar a execução local das políticas. Entre as competências aqui incluídas,
estão: a de propor ao SINE medidas que minimizem os efeitos negativos dos ciclos
econômicos e do desemprego estrutural ou que aperfeiçoe as ações do SINE e do
Programa de Geração de Emprego e Renda - PROGER; de articular-se com os
demais atores do PROGER, inclusive no que diz respeito à questão da capacitação
gerencial dos empreendedores; indicar áreas e setores prioritários para alocação dos
recursos deste programa; a de participar da elaboração e da alocação de recursos,
quando da formulação do Plano de Trabalho local que será conveniado com o MTE.
Esta é uma das principais funções das Comissões de Emprego. Com efeito, estas
Comissões parecem possuir, mais do que os demais parceiros dos programas do
MTE, a competência e a legitimidade para o exercício de orientar sua execução
local, uma vez que contam com variados pontos de vista de atores sociais
preocupados e diretamente envolvidos com a questão do desenvolvimento local
(governo, empregadores e trabalhadores);
3. A terceira função pode ser definida como de controle da execução das ações. Entre
as competências aí incluídas estão as de fazer cumprir os critérios técnicos
estabelecidos pelo MTE na alocação de recursos do convênio SINE; acompanhar a
execução do Plano de Trabalho; examinar em primeira instância o Relatório de
Atividades do SINE;
4. Por fim, há ainda um importante papel, especialmente no que diz respeito às
Comissões Estaduais de Emprego, de articulação institucional. Elas devem aprovar o
Regimento das Comissões Municipais; subsidiar as deliberações do CODEFAT,
quando necessário; promover o intercâmbio de informações com outras Comissões
Estaduais e Municipais para orientação de suas ações.
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profissional, geração de emprego e renda, norteados pelo PNQ, subsidiados com recursos do
Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, tendo como focos prioritários:
Atender a grupos vulneráveis, que têm dificuldades de acesso a outras alternativas de
qualificação profissional;
Alavancar ou canalizar recursos de parcerias, com o setor público ou privado, para
ampliar o raio de cobertura do plano;
Reduzir o desemprego e o subemprego da população economicamente ativa;
Combater a pobreza e a desigualdade social;
Elevar a produtividade, a qualidade e competitividade do setor produtivo.
3 Metodologia
A estratégia utilizada neste trabalho foi a do estudo de caso único, exploratório-
descritivo. Para Vergara (1990), uma pesquisa descritiva se propõe a expor as características,
no caso em estudo, das ações empreendidas pela Agência do Trabalho. Para Ellet (2008, p.21)
“casos são representações textuais da realidade que colocam o leitor no papel de participante
da situação”, tendo sua unidade de análise variando desde um único indivíduo ou organização
a toda uma nação ou mesmo ao mundo.
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3.1 Técnicas de coleta
A pesquisa de campo foi realizada nas quatro unidades do Estado situadas na Região
Metropolitana do Recife, especificamente nos municípios do Cabo de Santo Agostinho,
Camaragibe, Paulista e Recife. A coleta de dados de campo foi feita utilizando-se múltiplas
fontes de evidência como:
Entrevistas semi-estruturadas, objetivando captar a percepção dos profissionais que
implementam e executam as ações da Agência do Trabalho;
Questionários, aplicados nos profissionais que procuram os serviços das unidades da
Agência do Trabalho;
Documentos e registros disponibilizados pela Agência do Trabalho. Para Ferrari (1982), a
análise documental é realizada sobre materiais que se encontram elaborados, como fontes
acabadas que não receberam ainda um tratamento analítico ou se isso aconteceu ainda
podem oferecer contribuições de reforço, ou podem ainda receber uma nova
reformulação;
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4.1 Agência do Trabalho e suas iniciativas de desenvolvimento local
Em 1999, foi iniciado um processo de reestruturação do Sistema Nacional de Emprego
- SINE em Pernambuco, visando à ampliação do atendimento aos trabalhadores
desempregados e sob risco de desocupação, melhorando o suporte ao empresariado local e
oferecendo suporte técnico e financeiro aos empreendedores locais em sua
profissionalização. A reestruturação contou com a implantação de um novo modelo
operacional, caracterizado pela instalação de novos postos de atendimento informatizados,
funcionando em novas estruturas físicas e pela integração de diversos programas voltados
para o trabalhador.
Tendo sido criada em 2000, pelo Governo do Estado de Pernambuco, a Agência do
Trabalho é responsável pela coordenação de um conjunto de ações voltadas para a
intermediação de emprego, com o objetivo de reduzir o tempo médio de desemprego. Sua
atuação é feita em unidades e postos instalados em diversos municípios do Estado. As
unidades em funcionamento estão localizadas em pólos econômicos estratégicos do Estado. O
atendimento integrado ao trabalhador procura obedecer à lógica do planejamento
descentralizado do Estado, com base nas principais cadeias e arranjos produtivos regionais
que impactam a economia estadual.
Também é responsável por um leque de outras ações voltadas para reduzir as
dificuldades enfrentadas no mercado de trabalho por segmentos sociais como a comunidade
afro-descendente, em especial as oriundas de antigos quilombos, as pessoas com deficiência e
o jovem candidato ao primeiro emprego; promove ações de acompanhamento e avaliação do
mercado de trabalho na Região Metropolitana do Recife; atua na concessão do seguro-
desemprego, expedição de documentos e possibilita o acesso a linhas de crédito através da
Agência do Crédito; coordena as ações de qualificação social e profissional do Estado,
objetivando contribuir a inserção e manutenção do trabalhador no mercado de trabalho,
mediante a oferta de cursos executados por entidades contratadas, entre elas universidades,
instituições do Sistema S, Federações empresariais e de trabalhadores, Centrais Sindicais e
Associações que ministram ensino profissionalizante.
A Agência do Trabalho possui como missão prestar um serviço público de qualidade
visando à colocação do trabalhador no mercado de trabalho, desenvolvendo ações que
contribuam para a gestão de emprego e renda e para a melhoria do bem-estar social, já
enquanto visão de futuro, ampliar o atendimento para todas as regiões de desenvolvimento,
com base nas principais cadeias e arranjos produtivos regionais que impactam a economia
estadual.
A Agência do Trabalho/Sine-PE atua em consonância com as diretrizes da política
estadual de emprego, aprovadas anualmente pela Comissão Estadual de Emprego - CEE, e
desenvolve suas atividades em articulação com Comissões Municipais de Emprego - CMEs.
Intermediação de Emprego
Funcionando como um importante órgão de captação de vagas ofertadas pelo mercado, busca
atender as necessidades das empresas na contratação de pessoal e a colocação do trabalhador
no mercado de trabalho. As unidades da Agência do Trabalho possuem um banco de dados
dos trabalhadores que a procuram (Sistema de Gestão das Ações de Emprego - SIGAE),
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contendo dados pessoais e profissionais, incluindo experiências profissionais e habilidades,
permitindo que suas informações sejam cruzadas com o perfil do profissional demandado
pelas empresas. Atualmente, existem mais de 800 mil trabalhadores cadastrados no Estado. O
objetivo do cadastro é facilitar o cruzamento de dados com o perfil da vaga apresentado pelas
empresas, permitindo o encaminhamento de candidatos que possam ser efetivamente
contratados pelas empresas, além de oferecer ao trabalhador serviço de orientação profissional
e qualificação.
Qualificação profissional
O PlanTeQ está inserido no PNQ, concebido e desenvolvido pelo Ministério do Trabalho e
Emprego. É executado pelo Governo do Estado com recursos estaduais e federais do FAT,
mediante diretrizes nacionais, definidas pelo Conselho Deliberativo do FAT, o CODEFAT. A
grande inovação nos critérios de seleção para contratação de entidades executoras das ações
de qualificação profissional no Estado aconteceu a partir de 1999, com o processo de escolha
das entidades através de seleção pública. A avaliação dos projetos é realizada por uma
comissão técnica multidisciplinar e independente, com a anuência da Comissão Estadual de
Emprego. Este processo de seleção mudou a qualidade do perfil dos cursos e das entidades
executoras. De 1999 a 2003, foram qualificados mais de 470 mil trabalhadores, dos quais 30%
são jovens entre 16 e 24 anos. São oferecidos cursos nas áreas de agropecuária e
agroindústria, saúde e estética, educação e cultura, gestão, informática e telecomunicações,
artesanato, indústria, comércio, construção civil, transportes, serviços diversos e turismo. Os
cursos são direcionados às demandas das principais cadeias e arranjos produtivos do Estado,
atendendo a trabalhadores urbanos e rurais de diversos níveis de escolaridade e ampliando
suas possibilidades de inserção e permanência no mercado de trabalho.
Agência de Crédito
Oferece crédito diferenciado para os pequenos empreendedores por meio de uma organização
da sociedade civil de interesse público - OSCIP. A Agência do Crédito atua de forma
integrada à Agência do Trabalho, utilizando recursos estaduais alocados no FUNAVAL e
outras fontes também estaduais, atendendo clientelas urbanas e rurais. O crédito destina-se a
apoiar micro e pequenos negócios, urbanos e rurais, formais e informais, que necessitam de
aporte de recursos para investimento e capital de giro, recebendo, para isso, orientação e
assessoria técnica, a fim de que seja obtido um melhor gerenciamento e aproveitamento do
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empreendimento. As ações estão voltadas à diversificação e universalização da oferta de
crédito orientado para pequenos empreendimentos, para a criação de negócios, para clientes
com restrições cadastrais e para microcrédito aplicado ao meio rural, articulando-se aos
programas governamentais direcionados à superação da pobreza e inclusão social.
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Social em seus entornos, possibilitando, desta forma, uma transferência e compartilhamento
das responsabilidades e competências entre tais atores (FLEURY, 2006).
No panorama de baixa qualificação profissional, a Agência do Trabalho buscou dotar
as principais regiões econômicas do Estado como os polos: do gesso em Araripina, da
caprino-ovinocultura em Serra Talhada, da cerâmica em Vicência, sucroalcooleiro em
Palmares, de informática no Porto Digital, entre outros, com um entorno territorial inovador.
Neste caso, considerou-se construção e implantação dos condomínios de cursos, bem como a
abertura de unidades da Agência do Trabalho como sendo uma tentativa de promover uma
melhor adequação dos trabalhadores em seus entornos específicos as necessidades do
mercado, como também de oferecer ao mercado profissionais capacitados, a fim de diminuir a
dependência de mão-de-obra externa dessas regiões, contribuindo com o que Galbraith (1977)
chama da mudança do perfil do trabalhador demandado por mudanças no mercado local,.
No âmbito de suas ações, a Agência do Trabalho foca ainda o apoio aos profissionais
autônomos e o apoio na formação de cooperativas, coerentes com a proposta da nova agenda
das políticas públicas, conforme sugere Farah (1999). A tentativa de profissionalizar essas
atividades visa a médio e longo prazo, na esteira da evolução econômica, que tais
profissionais e cooperativas entrem para o mercado formal das MPMEs. Como também o
financiamento oferecido pela Agência do Crédito, a qual além de apoiar as MPMEs também
tenta desenvolver e profissionalizar o mercado informal de modo que este consiga formalizar-
se.
12
10% 21% 16 a 20
13%
21 a 25
26 a 30
31 a 35
14% 36 a 40
28%
14% mais de 41
40
35
Sem es co larid ad e
30
F. inco mp leto
25
20 F. co mp leto
15 M . inco mp leto
10 M . co mp leto
5 Sup erio r inco mp leto
0
Há 6 mes es De 7 a 12 M ais d e 12 Sup erio r co mp leto
Quanto à percepção dos usuários em relação aos serviços prestados, em torno de 43%
dos trabalhadores que procuram a Agência do Trabalho já foram encaminhados ou conhecem
alguém que tenha sido encaminhado para curso de qualificação profissional ou para
oportunidades de emprego nas empresas que solicitam mão-de-obra à Agência do Trabalho,
mostrando a penetração da Agência junto à população economicamente ativa da Região
Metropolitana do Recife. Já em relação aos encaminhamentos realizados por unidade, 67%
dos encaminhamentos feitos pela Agência do Trabalho foram para vagas de emprego captadas
junto às empresas locais; quanto à variável curso, essa se evidencia nos municípios do Cabo e
de Camaragibe devido a parcerias com os Governos Municipais que possibilitaram a
manutenção destes cursos, tendo em vista que os recursos provenientes do Plano Territorial de
Qualificação-PLANTEQ (antigo PEQ) sofrerem atraso em sua liberação.
Analisando a percepção dos usuários por unidade pesquisada, verificou-se que 89% da
população pesquisada acreditam na capacidade da Agência do Trabalho em atender as suas
expectativas, conforme gráfico 03. Com ênfase na Agência do Trabalho de Camaragibe a qual
apresentou um maior índice de aprovação e um menor índice de rejeição.
13
60
50
48
42 43
40 Acr edi ta total mente
38
35
30 29 Acr edi ta par ci al mente
21
Não acr edi ta
20
22
10 12 10 11
0 2
Reci f e Cabo Camar agi be Paul i sta
Na demanda por cursos, a Agência do Trabalho registra uma demanda de 51% dos
cursos nas áreas de informática e línguas, primordiais no capitalismo contemporâneo,
conforme tabela 01 acima, demonstrando uma falsa percepção das pessoas sobre os requisitos
que garantem empregabilidade, bem como detecta a precariedade do ensino profissionalizante
no país.
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6. Conclusões e recomendações
Referências Bibliográficas
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