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ESPORTES ADAPTADOS
E-book 2
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO����������������������������������������������������������� 4
MAS, AFINAL, O QUE TORNA UM
INDIVÍDUO UMA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA?����������������������������������������������������������� 5
Etiologia�������������������������������������������������������������������������������������7
Duração�������������������������������������������������������������������������������������7
Progressão��������������������������������������������������������������������������������7
Grau de funcionalidade������������������������������������������������������������8
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COMO PROMOVER A INCLUSÃO NA
PRÁTICA��������������������������������������������������������������������31
CONSIDERAÇÕES FINAIS�����������������������������������34
SÍNTESE�������������������������������������������������������������������� 35
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INTRODUÇÃO
Neste e-book vamos compreender o que faz com que
uma pessoa seja classificada com ou sem deficiên-
cia. Partindo disso, vamos conhecer as principais
formas de deficiência e como elas são classificadas.
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MAS, AFINAL, O QUE
TORNA UM INDIVÍDUO UMA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA?
Ao longo da História, a questão da deficiência foi ex-
plicada por inúmeras teorias de fundo moral e de fé.
Só quando a ciência voltou a ser valorizada, a partir
da Idade Moderna, que passamos a compreender a
deficiência como uma questão social e de saúde.
5
Cerca de 15% da população mundial vive com algum
tipo de deficiência, dos quais entre 2 e 4% enfren-
tam dificuldades funcionais significativas, segundo a
WHO (2011). Nosso ponto de partida para conhecer
cada tipo de deficiência será a classificação previs-
ta na legislação brasileira, Decreto nº 5.296/2004
(BRASIL, 2004). Com exceção dos transtornos men-
tais, o documento as categoriza como: deficiência
física, auditiva, visual, mental e múltipla, como vere-
mos em maiores detalhes adiante.
FIQUE ATENTO
Ainda hoje existe um conflito e um estigma grande
quanto à terminologia de algumas deficiências.
É comum que pessoas utilizem os termos “defi-
ciência mental” e “deficiência intelectual” como
sinônimos, porém eles não são, segundo a Mental
Health Europe. O primeiro se refere aos transtor-
nos de ordem psiquiátrica, que englobam uma
série de alterações que modificam o humor e o
comportamento da pessoa, podendo afetar seu
desempenho, enquanto a deficiência intelectual
representa um atraso no desenvolvimento, o que
gera dificuldades de aprendizagem e realização
de atividades cotidianas.
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Etiologia
Refere-se à origem da deficiência, como ela se su-
cedeu. Uma deficiência pode ser congênita, isso é,
o indivíduo nasce com ela e ocorre por causas mul-
tifatoriais como alterações genéticas patológicas
associadas e complicações na gestação. Ou, ainda,
a deficiência pode ser adquirida, como em casos de
traumas em decorrência de acidentes automobilísti-
cos, disparos por armas de fogo, doenças adquiridas
ao longo da vida, acidentes de trabalho etc.
Duração
Diferentemente do que normalmente pensamos,
nem toda deficiência irá acompanhar o indivíduo
por toda a sua vida. Algumas de fato serão perma-
nentes, como no caso de amputações, cegueira e
deficiências severas. Já outras podem ter caráter
transitório, ou seja, o acometimento é temporário,
como em alguns casos de lesão medular parcial.
Progressão
Algumas formas de deficiência podem variar quan-
to ao seu curso ao longo do tempo e progredirem,
como é o caso de alguns tipos de cegueira, surdez e
deficiências motoras oriundas de doenças neurode-
generativas. Outras não apresentam alterações com
o tempo, pois possuem o caráter não progressivo,
como as amputações.
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Podcast 1
Grau de funcionalidade
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PRINCIPAIS CATEGORIAS
DE DEFICIÊNCIA
Deficiência física
A deficiência física pode variar quanto ao seu de-
senvolvimento. Ela pode se manifestar por conta
de problemas ósseos e musculares ou, ainda, por
problemas de ordem neurológica, em virtude de le-
sões no sistema nervoso. Vamos agora estudar as
deficiências físicas mais comuns:
Amputações
Um indivíduo pode sofrer uma amputação a qualquer
momento da vida, seja por conta de doenças, como
o câncer e o diabetes, ou ainda por traumas, como
acidentes e episódios de violência – as causas mais
comuns entre pessoas amputadas na fase adulta.
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REFLITA
O diabetes é uma doença de proporções pandê-
micas ao redor do mundo. A OMS estima que em
1980 havia cerca de 108 milhões de indivíduos dia-
béticos. Na última aferição, em 2014, esse número
subiu para impressionantes 422 milhões. Além
dos impactos na saúde cardiovascular, o índice de
amputação de membros inferiores em diabéticos é
dez vezes maior. Estima-se que 50% daqueles pa-
cientes que já amputaram uma das pernas terão a
outra também amputada nos próximos cinco anos.
Fato agravado em países em desenvolvimento.
Você, como um futuro profissional de Educação
Física, pode intervir em muitas dessas histórias e
evitar que o seu aluno se torne uma pessoa com
deficiência em razão do diabetes.
Paralisia cerebral
Trata-se de um distúrbio não progressivo da mo-
tricidade que afeta a movimentação e a postura.
Basicamente, ocorre em razão de uma lesão cere-
bral antes do 3º ano de vida da pessoa e, por essa
razão, hoje o termo mais adequado para a paralisia
cerebral é encefalopatia crônica da infância. Essa
lesão pode acontecer durante qualquer momento,
da vida intrauterina até os três anos.
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racterizadas por fatos adversos como afogamentos,
traumas, infecções, paradas cardiorrespiratórias ou
doenças infectocontagiosas.
Lesão medular
Para compreendermos essa deficiência, vale reto-
marmos alguns conceitos de anatomia.
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O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso
central, constituído pelo encéfalo e pela medula
espinhal, e pelo sistema nervoso periférico, nervos
cranianos e raquidianos. Considera-se a medula es-
pinhal um prolongamento do sistema nervoso central
e a responsável pela condução dos seus impulsos
para as outras partes do corpo, graças ao sistema
nervoso periférico.
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Figura 2: Nesse esquema podemos ver que, quanto mais alta a lesão,
maior é a consequência. Fonte: Adaptado de Wikimedia.
Deficiência visual
A deficiência visual é definida pela perda total ou
parcial da visão, de modo permanente e irreversível,
isto é, mesmo que o indivíduo faça cirurgias ou o uso
de lentes, sua função visual não mudará.
Uma pessoa pode nascer com este tipo de defici-
ência, como vimos anteriormente nas deficiências
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congênitas, ou ela pode desenvolvê-la ao longo da
vida, por patologias como tumores, glaucoma, cata-
rata e retinopatia diabética (olha o diabetes aqui mais
uma vez!), dentre outras. O nível da acuidade visual
pode variar de pessoa para pessoa, e esse fator é
determinante para a classificação funcional dessa
deficiência. Indivíduos que possuem cegueira têm
a perda total da visão ou algo perto disso, enquanto
outros possuem a chamada baixa visão ou visão
subnormal. Saber esses conceitos é fundamental
para se promover a inclusão dessa população, uma
vez que cada um desses grupos possui demandas
particulares, como veremos adiante.
Deficiência intelectual
Como pontuado anteriormente, deficiência intelectual
não é sinônimo de transtorno mental. A primeira é
caracterizada pela redução do coeficiente de inteli-
gência, sendo essa abaixo da média, combinada com
limitações como problemas de comunicação, habi-
lidades sociais, segurança pessoal e autoproteção.
14
REFLITA
Tristemente, não são poucos os afetados pela po-
breza no mundo. Alguns indivíduos apresentam
deficiência intelectual por conta da desnutrição
infantil severa. A carência de nutrientes comprome-
te o desenvolvimento dos tecidos neurais de ma-
neira irreversível. Vale refletir, não somente como
um futuro profissional de Educação Física, mas
como cidadão, o que podemos fazer pelo nosso
semelhante?
Síndrome de Down
Os seres humanos são compostos por um conjun-
to de 46 cromossomos organizados em pares, 23
cedidos pela mãe, 23 cedidos pelo pai. No entanto,
um pequeno erro nessa matemática pode afetar de
maneira significativa a formação do bebê. No caso
da síndrome de Down, o indivíduo apresenta não 46
cromossomos e sim 47. O cromossomo número 21,
ao invés de ser um par, é um trio, por isso a síndro-
me também é conhecida como trissomia 21. Essa
alteração cromossômica se faz presente em todas
as células do indivíduo ou em sua maioria.
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Figura 3: Cariótipo de um indivíduo com síndrome de Down. Note, na
posição 21, um trio de cromossomos, diferente dos demais, que estão
em pares. O último par, caso XY, é o que determina o sexo biológico
da pessoa.Fonte: Hmsportugal
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Deficiência auditiva
Antes de nos aprofundarmos neste assunto, é im-
portante respondermos a uma dúvida comum. Qual
termo devemos utilizar? Surdo ou deficiente audi-
tivo? Não são sinônimos? Bom, apesar de serem
empregados como sendo a mesma coisa, vale aqui
ressaltar-se que existe uma diferença. Do ponto de
vista clínico, a deficiência auditiva provoca perda leve
ou moderada da audição, ao contrário da surdez, que
impossibilita por completo o indivíduo de ouvir sons.
FIQUE ATENTO
Alguns autores pontuam que pessoas com surdez
não possuem uma deficiência e sim fazem parte
de uma minoria linguística e cultural. Os surdos
inclusive não participam dos Jogos Paralímpicos,
por divergências dos comitês. Independentemente
de nomenclatura, devemos pensar em estratégias
para que também sejam incluídos e possam prati-
car atividades físicas e o paradesporto.
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Deficiência múltipla
Uma única pessoa pode apresentar mais de uma
deficiência. Nesse caso, possuir duas ou mais de-
las caracteriza a chamada deficiência múltipla. Não
existem dados que indiquem qual sejam as mais
prevalentes.
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UMA QUESTÃO DE
CIDADANIA: A IMPORTÂNCIA
DA INCLUSÃO NO ESPORTE
E NA SOCIEDADE
Conceitos importantes
O processo de inclusão andou em passos lentos do
ponto de vista histórico. Podemos constatar toda a
exclusão e discriminação que foram imputadas às
pessoas com deficiência. Logo, é de se imaginar
que demorou para que a sociedade compreendes-
se a real necessidade de incluí-los e não mais os
segregassem.
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Figura 4: Diferentemente do que muitos acreditam, a inclusão e a
integração não são a mesma coisa. Assim como a segregação e a
exclusão também não são sinônimos. Fonte: Cdn
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lugares sem ter o receio de haver ou não um banheiro
acessível, caso precise usá-lo (SILVA, 2009).
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Em contraponto a esses conceitos, temos a inte-
gração e a inclusão, cada qual com suas nuances e
particularidades. Na integração, a pessoa com defi-
ciência deve unilateralmente se adequar às deman-
das da sociedade, ao passo que na inclusão essa
responsabilidade é de todos nós (SILVA, 2009).
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ma exclusivo de saúde, foca em uma “cura” e defende
que se “curadas” essas pessoas podem ter acesso a
determinados direitos. O que é um grande equívoco.
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esporte adaptados. Neste tópico conheceremos as
principais dessas leis.
24
208 prevê que é dever do Estado garantir a Educação
obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos, respeitadas
as particularidades da pessoa com deficiência, ainda
que referidas no documento pelo termo “portadores
de deficiência”.
O processo de inclusão e a
Educação Física
Na década de 1960, o esporte adaptado foi introdu-
zido no Brasil em clubes e organizações independen-
tes de órgãos governamentais. Essa autonomia foi
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fundamental para a sua disseminação, uma vez que
o país passava por um período complexo de nossa
história: a Ditadura Militar.
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cidadania, e os alunos com deficiência passam a ter
maior visibilidade.
Podcast 2
27
prática, os seus benefícios, como a melhora da saúde
geral e aspectos psicológicos. Seja nas escolas ou
em clubes e academias, a adesão de pessoas com
deficiências à programas de exercícios aumenta a
cada ano. Além do respaldo legal que hoje garante
o acesso dessa população a diversos lugares, mui-
tos se sentem motivados pela representatividade
no paradesporto e pela busca de objetivos comuns:
ter mais qualidade de vida, melhorar algum detalhe
estético, melhorar a performance em alguma mo-
dalidade etc.
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Figura 7: Academia adaptada gratuita. Fonte: SaoPaulo.gov
REFLITA
A implementação das academias adaptadas é uma
grande conquista na luta pela inclusão de pessoas
com deficiência na Educação Física. Infelizmente
não é raro presenciarmos o patrimônio público
depredado ou vandalizado. Qual seria, então, a
solução para esse problema?
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Além da adoção de políticas públicas, a iniciativa pri-
vada também se adequou à inclusão. Por intermédio
da lei, diversos locais como academias, estúdios,
escolas e clubes devem atender a critérios básicos a
fim de garantir a acessibilidade de todas as pessoas
com deficiência ou que apresentam mobilidade re-
duzida, sem distinções. Esses lugares devem contar
com recursos como rampas, corrimões, barras de
acesso e banheiros adaptados, dentre outros.
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COMO PROMOVER A
INCLUSÃO NA PRÁTICA
A lei da acessibilidade ajuda no acesso de pessoas
com deficiência a vários lugares. No entanto, não
adianta somente vencer barreiras arquitetônicas. É
preciso que pensemos em estratégias para que, de
fato, essas pessoas participem de atividades e sejam
verdadeiramente inclusas.
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ciente do ingresso de um aluno com deficiência em
seu espaço, assim podem ser pensadas soluções
que demandam investimento, mas que são de grande
valia para o processo de inclusão, como recursos
multifuncionais, lousa interativa, aplicativos, note-
books, computadores e tablets. Pensando no âmbito
de uma academia, podem ser implementados, ainda,
aparelhos adaptáveis, que podem ser ajustados para
um cadeirante, por exemplo.
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Tão importante quanto promover a atividade física
adaptada e inclusiva é promover a discussão sobre
o tema e despertar assim os conceitos de cidadania,
responsabilidade social e empatia, fundamentais
para a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste e-book pudemos aprender o significado de
deficiência e as suas particularidades (etiologia, du-
ração, progressão e grau de funcionalidade) e formas
(física, visual, intelectual, auditiva e múltipla).
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SÍNTESE
ATIVIDADES FÍSICAS E
ESPORTES ADAPTADOS
O PROCESSO DE INCLUSÃO DA ATIVIDADE
FÍSICA E DO ESPORTE ADAPTADO
Conceito OMS: “Deficiência é um termo genérico, que abrange deficiências, limitações de
atividades e restrições de participação”
• Classificações:
2� Deficiência visual: dividida em baixa visão ou visão subnormal e cego (perda total
da visão)�
3� Modelo médico e modelo social: - Modelo social: critica o modo como a sociedade
se estrutura, desconsiderando a pluralidade das pessoas e excluindo aquelas com
deficiência dos meios social e político� - Modelo médico: foca na deficiência,
isolando-a de questões sociais�
• A inclusão na legislação:
1� 1961: integração;
2� 1971: exclusão;
3� 1988: inclusão�
• A inclusão na prática: