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APOSTILA DE CONTABILIDADE
1 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE
A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Está ligada às
primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de
perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem
sempre dispôs para alcançar os fins propostos.
Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio. A
organização econômica acerca do direito do uso do solo acarretou em separatividade,
rompendo a vida comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada
pessoa criava sua riqueza individual.
Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado como herança
aos filhos ou parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris), denominou-se patrimônio.
O termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido
herdados.
A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há indícios
de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era
exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade.
A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das
variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços
eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de
impostos, na Babilônia já se faziam com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio
contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 a.C.
Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que
pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.
PERÍODO MEDIEVAL
Em Itália, em 1202, foi publicado o livro "Liber Abaci" , de Leonardo Pisano.
Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., tornando o
homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros.
Se os sumérios-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram,
foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita.
Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabilidade,
denominado a "Era Técnica" , devido às grandes invenções, como moinho de vento,
aperfeiçoamento da bússola, etc., que abriram novos horizontes aos navegadores, como
Marco Pólo e outros.
A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração
e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo,
como conseqüência das necessidades da época, o livro-caixa, que recebia registros de
recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o
crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a
pessoas.
O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a conseqüência natural das
necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo de
produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as relações
de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros
mais complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transformando
e fortalecendo a sociedade burguesa.
No final do século XIII apareceu, pela primeira vez a conta "Capital" , representando o valor
dos recursos injetados nas companhias pela família proprietária.
O método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar
em que região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais
analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos.
No início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e
industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos tributos;
juros sobre o capital, referente ao período transcorrido entre a aquisição, o transporte e o
beneficiamento; mão-de-obra direta agregada; armazenamento; tingimento, etc., o que
representava uma apropriação bastante analítica para época. A escrita já se fazia no moldes
de hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-primas, mão-de-obra direta a ser
agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos eram contabilizados por fases
separadamente, até que fossem transferidos ao exercício industrial.
PERÍODO MODERNO
O período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser citados três eventos importantes que
ocorreram neste período:
em 1493, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizantinos
emigrassem, principalmente para Itália;
em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme
potencial de riquezas para alguns países europeus;
Diante deste quadro pode-se afirmar que o grande objetivo da contabilidade é planejar e
colocar em prática um sistema de informação para uma organização, com ou sem fins
lucrativos.
Decreto-lei n. 1.598/76
Regulamenta as normas impostas pela Lei 6.404/76.
Outra definição:
“É a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades,
mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de
oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado
econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial” ( Hilário Franco, Contabilidade
Geral, Editora Atlas )
Atos Administrativos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no Patrimônio.
Ex.: Contratação de um funcionário.
Fatos Administrativos são os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não
alterar o Patrimônio Líquido.
Ex.: pagamento do salário de um funcionário.
- Livros contábeis fiscais: são aqueles que atendem as exigências do fisco municipal,
estadual ou federal, isto é, dos órgãos do governo que em cada nível arrecadam e fiscalizam
os tributos. Os mais comuns são:
- Livro de registro de entrada de mercadorias;
- Livro de registro de saída de mercadorias;
- Livro de apuração do ICMS;
- Livro de apuração do ISS;
- Livro de apuração do IPI;
- Livro de registro de inventário;
- Livro de inspeção de trabalho;
- Livro de registro de empregados;
- Livro de registro de utilização de documentos fiscais e termos de
ocorrências.
Prof. Eliseu Scquiavon – e-mail: scquiavon@hotmail.com
CONTABILIDADE 12
- Livros contábeis sociais: são aqueles exigidos somente em determinado tipo de sociedade,
como as sociedades anônimas por exemplo. Os mais comuns são:
- Livro de registro de atas de assembléia;
- Livro de registro de atas de reunião do conselho e administração;
- Livro de registro de atas de reunião da diretoria;
- Livro de registro de atas e pareceres do conselho fiscal;
- Livro de registro de presença de acionistas.
- Livro diário: dentre os livros de escrituração utilizados pela contabilidade para registro e
controle das operações da empresa o mais importante é o livro diário. Trata-se de um
livro obrigatório e exigido por lei. Por ser obrigatório o livro diário deve obedecer a
certas formalidades extrínsecas e intrínsecas. As formalidades extrínsecas se
relacionam a apresentação do livro, isto é, a seu aspecto e suas características:
- Encadernação na cor preta;
- Folhas numeradas tipograficamente;
- Existência de termo de abertura na 1ª página, e termo de
encerramento na última;
- Registro em órgão competente que é a Junta Comercial do Estado.
As formalidades intrínsecas por sua vez relacionam-se com ato da escrituração em si na
qual não se admite:
- Pular linhas;
- Escrever nos cantos das páginas;
- Escrever na última linha de cada página;
- Errar, rasurar ou sujar;
- Desobedecer a rigorosa ordem cronológica (data).
- Livro caixa: é bastante utilizado nas operações de uma empresa, visto que, a quase
totalidade das operações movimente recursos financeiros. Dessa forma o livro caixa tem a
função de controlar o fluxo de caixa, a entrada e a saída de dinheiro através do registro de
todos os débitos e créditos ocorridos naquela conta.
a) Balancetes de Verificação – é a relação das contas abertas no livro Razão, com seus
respectivos movimentos e saldos financeiros;
b) Balanço Patrimonial – é um demonstrativo contábil que evidencia de forma equacional,
sintética e ordenada, os valores específicos dos bens, direitos, obrigações e a situação
líquida do patrimônio de uma empresa. É um aspecto estático.
c) Demonstração de Resultado de Exercício (DRE) – é um demonstrativo contábil que
evidencia, de forma equacional, sintética e ordenada, os valores específicos das receitas e
despesas e o resultado do exercício, lucro ou prejuízo.
d) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – este demonstrativo evidencia o
lucro apurado no exercício e sua destinação, bem como a correção monetária e ajustes de
reserva que modificam o saldo da Conta Lucros ou Prejuízos Acumulados.
e) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – este demonstrativo mostra as
variações ocorridas nas contas do grupo PL.
f) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – este demonstrativo tem por
objetivo identificar as modificações ocorridas na posição financeira da empresa.
g) Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras – são informações que visam
complementar as demonstrações financeiras.
1.7 Funções
a) Função de Controle: Consiste em medir e corrigir o desempenho das atividades
desenvolvidas. Pode ser através de:
Balancetes – mensal (com centro de computação é feito diariamente);
Balanços – anual e obrigatório pela legislação fiscal;
Levantamento e Demonstração das Contas – exemplo: da conta Caixa, quanto tem de
dinheiro?
Auditoria – fiscaliza, verifica e orienta quando aparecem erros;
Inventários Periódicos – físico ( o que tem no estoque) e contábil (o que está registrado na
Contabilidade)
b) Função de Planejamento: é o processo de decidir que curso de ação deverá ser tomado
para o futuro. É a tomada de decisão correta nos aspectos global e parcial da empresa. Esta
função permite prestar informações às pessoas que têm interesse vinculados a esse
patrimônio, tais como bancos, acionistas, fornecedores e governo.
c) Função de Orientação: A acumulação de dados financeiros permite fazer previsão de custo
de produção de matérias-primas, de produtos e acompanhamento do resultado econômico da
empresa.
d) Função de Registro: Permite a análise e classificação dos atos e fatos, qual conta a ser
debitada ou creditada e arquivamento dos documentos.
Junto a cada organização existe um grupo de pessoas com interesse direto nas
informações fornecidas pela contabilidade. Essas pessoas são diretamente ou potencialmente
Sócios e acionistas:
Podem ser encarados sob vários aspectos. Os sócios e acionistas podem ter como principal
interesse o retorno do investimento feito nas empresas e a segurança da aplicação. Se, além
da participação na sociedade, são responsáveis pelas decisões na empresa, a quantidade e
qualidade das informações são maiores pela responsabilidade de dirigir o destino da
organização, traçando planos e metas. Nas organizações mais fechadas ainda existe a ligação
sentimental, havendo o respeito e amor pela obra realizada.
A contabilidade tem um vasto campo de atuação, podendo atuar nas pessoas físicas e nas
pessoas jurídicas, com finalidade lucrativa ou não, inclusive as de Direito Público com a União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
Por seu objeto, o PATRIMÔNIO, e as suas finalidades, é fácil concluir a
importância da contabilidade e, como conseqüência, a amplitude de seu campo de atuação.
Então, o campo de aplicação da Contabilidade abrange todas as entidades
econômico-administrativas, até mesmo as pessoas de direito público, como a União, os
Estados, os Municípios, as Autarquias etc.
São organizações que reúnem os seguintes elementos: pessoas, patrimônio, titular, ação
administrativa e fim determinado.
II - A Empresa
Materiais
Equipamento Produtos
s
Energia Bens
Pessoas
Informações A Empresa Serviços
Empresa Industrial
I - Pessoa Física : É o indivíduo perante o Estado, no que diz respeito aos seus direitos e
obrigações limitados, na vida particular, no âmbito familiar e de relações de amizade, onde
suas ações não assumem riscos que possam atingir a vida econômica de terceiros. É também
chamada de pessoa natural.
II - Pessoa Jurídica: São aquelas a quem se atribuem direitos e obrigações num campo de
atividades bem mais amplo, cujos atos implicam em riscos para com terceiros também. São
representadas por uma ou mais pessoas, de cuja existência dependem. As pessoas jurídicas
são abstratas, criadas por lei, cujo nascimento, no Comércio, por exemplo, surge com seu
registro ou inscrição na Junta Comercial.
2 - PATRIMÔNIO
2.1 - BENS
São valores materiais de propriedade da empresa que estão em sua posse. Como
exemplos, podemos citar: o dinheiro no cofre, as máquinas e ferramentas, as mercadorias no
estoque, etc. Dividem-se em:
marcas;
direitos autorais
fundo de comercio (goodwil) etc.
Bens Numerários:
Bens de Venda:
Não importa as qualidades específicas que estes bens irão ter em outros
Patrimônios mas sim para aquele que os vende com objetivo de lucro.
Portanto, um imóvel comprado, pode servir para a empresa compradora como
uma imobilização ou um bem fixo mas para a empresa imobiliária, que tem como objetivo a
compra e venda de imóveis, será sempre um bem de venda.
Para a empresa que comprou uma mesa para uso de seu escritório, aquele é um
bem fixo, mas para a loja que vendeu, trata-se de um bem de venda.
Bens de Renda:
Bens de Uso: São os elementos a serem utilizados exclusivamente no dia a dia de trabalho
da Organização, como por exemplo computadores, balcões, prateleiras etc.
2.2 - DIREITOS
Elemento Expressão
Duplicatas a receber
Promissórias a receber
Aluguéis a receber
2.3 - OBRIGAÇÕES
são os valores que estão na posse da empresa, mas que são propriedade de
terceiros, como os empréstimos bancários, os impostos a pagar, os valores a pagar referentes
a compras efetuadas a prazo, etc.
PATRIMÔNIO
Bens
Direitos
Obrigações
PATRIMÔNIO
Bens:
Dinheiro
Veículos
Máquinas
Direitos:
Prof. Eliseu Scquiavon
Duplicatas a –receber
e-mail: scquiavon@hotmail.com
Promissórias a receber
Obrigações:
Duplicatas a pagar
CONTABILIDADE 20
Aspecto Quantitativo: Este aspecto consiste em dar a esses Bens, Direitos e Obrigações
seus respectivos valores, levando-nos a conhecer o valor do Patrimônio da Organização.
Assim:
PATRIMÔNIO
Bens: R$
Dinheiro...........................5.000
Veículos.........................50.000
Máquinas ......................10.000
Direitos:
Duplicatas a receber.........3.000
Promissórias a receber.....2.000
Obrigações:
Duplicatas a pagar............8.000
Impostos a pagar.............. 500
Obs: Com essas informações, é possível fazer uma idéia do tamanho do patrimônio da minha
empresa, pois ficou esclarecido o quê e quanto e empresa tem em Bens, Direitos e
Obrigações.
O T, como vemos, tem dois lados. No lado esquerdo, colocamos os Bens e os Direitos.
Patrimônio
Bens
Direitos
Patrimônio
Obrigações
PATRIMÔNIO
Bens Obrigações
Direitos
PATRIMÔNIO
Bens Obrigações
Móveis e Utensílios Salários a Pagar
Estoque de mercadorias Duplicatas a pagar
Caixa (dinheiro) Impostos a Pagar
Direitos
Duplicatas a receber
Promissórias a receber
ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Móveis e Utensílios Salários a Pagar
Estoque de mercadorias Duplicatas a pagar
Caixa (dinheiro) Impostos a Pagar
Direitos
Duplicatas a receber
Promissórias a receber
O total dos Bens mais o total dos Direitos menos o total das Obrigações denomina-
se Situação Líquida Patrimonial. Logo:
Ativo ........................ ... R$150
(menos) Obrigações .... R$ 80
..................................... R$ 70 = SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL
No gráfico que estamos utilizando para representar o Patrimônio, a Situação
Líquida Patrimonial é colocada sempre do lado direito. Ela deve ser somada às Obrigações (ou
subtraídas das Obrigações), de modo a igualar o lado do Passivo com o lado do Ativo, dando-
lhe forma de equação patrimonial. Assim:
Conforme afirmamos, o total do lado esquerdo (150) tem que ser igual ao total do
lado direito (150). No Ativo temos Bens mais Direitos = 150 e no Passivo temos Obrigações
mais Situação Líquida = 150.
ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Caixa .................................. 30 Duplicatas a Pagar ........... 35
Móveis ............................... 50 Salários a Pagar ............. 15
Estoque de Mercadorias .... 20 Impostos a Pagar ............. 30
SITUAÇÃO LÍQUIDA ....... 70
Direitos
Duplicatas a Receber ........ 40
Promissórias a Receber. ... 10
TOTAL ..................................150
TOTAL ................................ 150
BALANÇO
PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Observe que os dois lados não têm o mesmo total. Logo, precisamos igualá-los. Veja:
Lado do Ativo ........................................................... (+) R$ 300
Lado do Passivo ...................................................... ( - ) R$ 180
Diferença ...................................................................(+) R$ 120
Observação:
Antes de cada valor colocamos um sinal
O Ativo, contendo Bens e Direitos, é positivo; logo, sinal mais (+).
O passivo, contendo, neste caso, somente Obrigações, é negativo; logo, sinal menos ( - ).
ATIVO PASSIVO
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Veja:
Lado do Ativo ........................................................... (+) R$ 300
Lado do Passivo ...................................................... ( - ) R$ 340
Diferença .................................................................( - ) R$ 40
BALANÇO
PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
b. É Situação Líquida Passiva porque o total do Passivo (neste caso, representado apenas
por Obrigações) é superior ao total do Ativo (Bens e Direitos).
c. É Situação Líquida Deficitária por ser uma situação negativa. Se houver interesse em
liquidar a empresa neste, momento, vendendo os Bens ao preço de custo, teremos R$200;
recebendo os Direitos, teremos R$100. Portanto, teremos R$300 em mãos. Para saldar
nossos compromissos, precisaremos de R$340, que é o valor das Obrigações. Logo, faltam
R$40. Por isso, a situação Líquida é deficitária; o total dos elementos positivos é insuficiente
para saldar os compromissos.
d. É Passivo Descoberto porque o total do Ativo não é suficiente para cobrir o total do
Passivo.
Graficamente, teremos:
BALANÇO
PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Veja:
Lado do Ativo ........................................................... (+) R$ 300
Lado do Passivo ...................................................... ( - ) R$ 300
Diferença ................................................................... -0-
=
Líquida
Bens + Direitos Obrigações Nula
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Capital
Reservas
Lucros ou prejuízos Acumulados
Obs: No caso específico das Sociedades Anônimas, é obrigatório, por lei, uma retenção de 5%
(cinco por cento) dos lucros obtidos, em cada Balanço até que esta parcela atinja a 20% (vinte
por cento) do capital, o qual é chamada de ‘Reserva Legal’.
Por exemplo:
1. Uma pessoa deseja iniciar um negócio e possui, para esse fim, R$60.000 em dinheiro.
Logo, esses R$60.000 em dinheiro constituem o seu Capital Inicial.
2. Suponhamos que uma outra pessoa deseje abrir uma loja e possua R$5.000 em dinheiro e
mercadorias para revenda no valor de R$60.000. Neste caso, seu Capital Inicial é R$65.000,
sendo:
em dinheiro ........................................................... R$ 5.000
em mercadorias....................................................... R$60.000
Total do Capital .................................................... R$65.000
1. Uma pessoa constitui uma empresa para explorar o comércio de roupas, com um Capital
Inicial, em dinheiro, de R$50.000. Vamos representar o Patrimônio dela nesse momento. Veja
que ela está iniciando suas atividades com R$50.000 em dinheiro. Evidentemente, dinheiro é
um Bem; portanto, ela terá esta importância no Ativo representado pelo elemento Caixa.
Como estamos constituindo o Patrimônio dela com um Capital Inicial de R$50.000
em dinheiro, essa importância representará, no Balanço Patrimonial, a Situação Líquida
Positiva, com o nome de Capital.
Assim, representando os elementos componentes do Patrimônio apenas com
essa ocorrência, isto é, investimento inicial em dinheiro, através do Balanço Patrimonial, temos:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Observação:
Direitos, o Passivo composto pelas Obrigações e os Patrimônio Líquido composto por Capital,
Reservas e Lucros ou Prejuízos Acumulados, temos:
- no Ativo, o elemento Caixa correspondendo ao grupo dos Bens;
- no Passivo, o elemento Capital correspondendo ao grupo do Patrimônio Líquido.
Assim, uma vez que a Situação Líquida da empresa é positiva de R$50.000, essa
situação está coincidindo com o grupo Patrimônio Líquido (Capital = R$50.000).
Com essas compras, veja o que aconteceu no Patrimônio: - O Caixa, que tinha
R$50.000, ficou reduzido a R$15.000, pois R$35.000 foram gastos nas aquisições citadas. Em
compensação, apareceram no Ativo mais dois elementos (Bens):
- Móveis e Utensílios, no valor de R$5.000;
- mercadorias para revenda ( no estoque) , no valor de R$30.000
ATIVO PASSIVO
Note que, embora tenha havido movimento do Patrimônio, o seu valor total não se
alterou. Apenas houve troca de valores no Ativo: o Caixa diminuiu em R$35.000, mas esse
valor apareceu novamente em Móveis e Utensílios e Mercadorias. No lado do Passivo não
houve alteração; o Patrimônio Líquido permanece. Por isso, repete-se, no lado do Passivo, o
elemento Capital.
3. Sentindo necessidade de adquirir outros Bens para se expandir, e sendo o seu Capital
insuficiente, a empresa compra a prazo:
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Esse pagamento acarretará uma diminuição no Ativo, pois o Caixa será diminuído
de R$5.000, e uma diminuição também no Passivo, pela extinção ( faça você)
3 ATIVO
- Investimentos temporários
- Outros valores
C) APLICAÇÕES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
(DESPESAS ANTECIPADAS)
- Seguros.
- Despesas financeiras.
DISPONIBILIDADES
A Lei 6404/76 estabelece em seu artigo 178, que no Ativo as contas serão dispostas em ordem
decrescente de grau de liquidez e, dentro desse conceito, as contas de disponibilidades são as
primeiras a serem apresentadas no balanço e, como também definido pelo art. 179 dentro do
Ativo Circulante.
A intitulação disponibilidades, dada pela Lei 6404/76 é usada para designar dinheiro em caixa e
em bancos, bem como valores equivalentes, como cheques em mãos e em trânsito e que
representam recursos como livre movimentação para aplicação nas operações da empresa e
para as quais não haja restrições para uso imediato.
3.3 DISPONÍVEL
1. Disponível
Caixa
Depósitos bancários a vista
Aplicações de liquidez imediata.
CAIXA
Inclui dinheiro, bem como cheques em mãos, recebidos e ainda não depositados, pagáveis
irrestrita e imediatamente. Normalmente o saldo do caixa pode estar registrado na empresa
através de uma ou de diversas contas, dependendo de suas necessidades operacionais e
locais de funcionamento.
CONTROLES DE CAIXA:
A) FUNDO FIXO - Define-se uma quantia fixa que é fornecida ao responsável pelo fundo,
para os pagamentos diversos e periodicamente efetua-se a prestação de contas do valor
desembolsado, repondo-se o valor em cheque nominal ao responsável. A contabilização
é feita a crédito da conta bancos e a débito das despesas.
B) CAIXA FLUTUANTE – Transitam pela conta caixa os recebimentos e os pagamentos
em dinheiro. O saldo da conta caixa para fins de balanço deve figurar tão somente o
saldo em dinheiro, já que os vales e adiantamentos devem constar em conta própria de
realizável como adiantamento.
DEPÓSITOS BANCÁRIOS À VISTA:
A) CONTAS DE LIVRE MOVIMENTAÇÃO - São representadas normalmente pelas
contas de livre movimentação mantidas pela empresa em bancos.
Podem ser:
1) Conta movimento ou depósito sem limites.
2) Contas especiais para pagamentos específicos, tais como contas para folha de
pagamento do pessoal, dividendos a pagar a acionistas desembolsos de filiais ou
fábricas. Estas contas são mantidas para controle interno da empresa e a
tendência é que no final do período seus saldos estejam zerados.
3) Contas especiais de cobrança – contas abertas pelas empresas para ampliar a
rede de cobrança bancária de suas duplicatas ou mesmo para que suas filiais ou
agentes de cobrança depositem os recebimentos efetuados. Estas contas pode
2 – Títulos de valores mobiliários em subgrupo à parte do Ativo Circulante: nesta conta são
classificados as demais aplicações nos títulos com prazo de resgate de até 360 dias da data do
balanço, ou seja dentro do exercício social seguinte;
3 – Títulos de valores mobiliários no subgrupo investimentos temporários a longo prazo; são
aplicações temporárias classificáveis a longo prazo, com prazo de resgate superior a 360 dias
da data do balanço, ou seja, além do exercício social seguinte.
CONTAS A RECEBER
As contas a receber representam, normalmente, um dos mais importantes ativo das empresas
em geral. São valores a receber decorrentes de vendas a prazo, de mercadorias e serviços a
clientes, oriundos de outras transações não representam o objeto principal da empresa, mas
não normais e inerentes às suas atividade.
As contas normalmente realizáveis no decurso do exercício seguinte à data do balanço devem
ser classificáveis, portanto, no Ativo Circulante. As parcelas recebíveis após o exercício
seguinte à data do Balanço, devem ser classificadas no realizável a longo prazo.
> Clientes – O agrupamento das contas representativa dos clientes, que deve estar destacada
no balanço e no plano de contas, apresenta-se como segue
Clientes
Duplicatas a receber
A) Clientes
B) Controladas e Coligadas – Transações Operacionais
Duplicatas descontadas (conta redutora)
Provisão para crédito de liquidação duvidosa (conta credora)
Saques de exportação
Saques de exportação descontados (contra credora).
A conta duplicatas a receber está segregada nas subcontas de clientes e controladas e
coligadas. Essa subdivisão é útil para facilitar o destaque no balanço das duplicatas a receber
de coligadas e controladas e, ainda, para sua menção na nota explicativa de investimentos ou
transações entre partes relacionadas. Essas contas devem referir-se somente às contas a
receber oriundas das transações operacionais normais, ou seja, operacionais normais, ou seja
das vendas e serviços prestados às coligadas e controladas, como se fossem qualquer outro
cliente, pois os demais créditos contra coligadas e controladas, não oriundos dessas
operações, são classificados destacadamente no Realizável a Longo Prazo,
independentemente de seu vencimento.
As contas credoras de duplicatas descontadas e provisão para créditos de liquidação duvidosa
devem ser apresentadas no Balanço como dedução de duplicatas a receber.
São ainda previstas as contas a receber, oriundas de exportações pelas contas saque de
exportações e a respectiva conta credora de saque de exportações descontadas. Sua
segregação em contas específicas é importante, pois são valores recebíveis em moeda
estrangeira e devem ter seus saldos em moeda nacional atualizados às taxas cambiais
vigentes na data do balanço.
DUPLICATAS A RECEBER:
ORIGEM As duplicatas a receber originam-se no curso normal das operações da empresa
pela venda a prazo de mercadorias ou serviços, representando um direito a cobrar de seus
clientes.
CRITÉRIOS CONTÁBEIS As duplicatas e contas a receber de clientes estão diretamente
relacionadas com as receitas da empresa, devendo ser contabilmente reconhecidas somente
por mercadorias vendidas ou por serviços executados até a data do balanço, de acordo com o
princípio contábil da realização da receita. Devem ser creditadas (baixadas) somente pelas
Prof. Eliseu Scquiavon – e-mail: scquiavon@hotmail.com
CONTABILIDADE 35
DUPLICATAS DESCONTADAS
Visando suprir seu capital de giro, é comum as empresas efetuarem o desconto de duplicatas a
receber em estabelecimento bancário. O banco compra a vista essas duplicatas, descontando
no ato as despesas bancárias e os juros a que tem direito pelo período a transcorrer entre a
data do desconto e a data do vencimento das duplicatas. O montante das duplicatas ou contas
a receber descontadas na data do balanço deve ser demonstrado subtrativamente das contas
a receber respectivas, esclarecendo que a empresa negociou aqueles direitos mas poderá vir a
ter que readquiri-los, caso o devedor falte o pagamento. Não devem essas duplicatas
descontadas figurar no Passivo, pois não existem ainda dívida por parte da empresa. Esta só
existe à medida que ocorre o vencimento dos títulos e o devedor não paga.
Ex: suponha a existência de duplicatas a receber de $ 1.000,00, descontadas em banco, pelas
quais se receberam $ 900,00 sendo retidos $ 30,00 de despesas bancárias e $ 70,00 de juros:
ESTOQUES
Cheques em cobrança: Engloba os cheques recebidos até a data do balanço, mas não
cobráveis imediatamente. Podem originar-se, também, de cheques recebidos anteriormente e
devolvidos por falta de fundos, que se encontrem em processo normal ou judicial de cobrança.
Juros a receber: Registrar os juros a receber de terceiros relativos a diversas operações, tais
como empréstimos feitos a terceiros, juros das aplicações em títulos da emissão do governo e
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CONTABILIDADE 37
outras operações nas quais os juros não sejam agregados aos próprios títulos. Sua
contabilização deve seguir o regime de competência, calculado pela taxa de juros em função
do tempo já transcorrido. A contrapartida é registrada em receitas financeiras.
Adiantamentos a terceiros: Esta conta engloba numerário entregue a terceiros, mas sem
vinculação específica ao fornecimento de bens, produtos ou serviços contratuais
predeterminados.
Antecipação de 13o. salário: Conforme a legislação vigente, é concedida pela empresa uma
antecipação do 13o. salário no período de fevereiro a outubro, por ocasião das férias ou por
liberalidade da empresa no atendimento a uma necessidade do funcionário. Tal antecipação é
registrada nessa conta quando do seu pagamento, sendo a baixa registrada quando do
pagamento da primeira parcela do 13o. salário (novembro), de cujo valor a antecipação e
descontada.
de Renda Retido na Fonte e outros. Tais impostos devem ser registrados nessa conta que, em
face da natureza variada dessas operações deve ter segregações em subcontas. Assim temos:
A) IPI a compensar
B) ICMS a compensar
C) IRRF a compensar
D) Imposto de Renda a Restituir
E) Imposto de Renda Diferido
F) Outros impostos a recuperar
IPI E ICMS a Recuperar: Estas contas destinam-se a abrigar respectivamente, o saldo devedor
de ICMS e do IPI. Pela própria sistemática fiscal desses impostos, mensalmente os débitos
fiscais pelas vendas são compensados pelos créditos fiscais das comprar, remanescendo um
saldo a recolher ou a recupera, dependendo do volume de tais compras e vendas. O normal é
que tais saldos sejam a recolher, quando figuram no Passivo Circulante, mas ás vezes ocorrem
saldos a recuperar, quando então deverão figurar nessa conta do Ativo Circulante. Seus saldos
devem ser periodicamente conciliados como os dos livros fiscais respectivos e feitos os ajustes
contábeis aplicáveis.
IRRF a Compensar: Essa conta destina-se a registrar o IRRF nas operações previstas na
legislação em que será recuperado mediante compensação com o imposto de renda quando
da apresentação da declaração de rendimentos ou de outra forma. A conta é debitada pela
retenção quando do registro da operação que a originou e creditada quando o valor do imposto
retido for compensado mediante sua inclusão na declaração de rendimentos e/ou utilização na
guia de recolhimentos, conforme sistemática fiscal determinar.
Imposto de Renda a Restituir: Essa conta destina-se a registrar o imposto de renda a restituir
apurado na declaração de rendimentos, decorrente de retenções na fonte e/ou antecipações
superiores ao imposto de renda devido no exercício. A conta é debitada quando da apuração
do valor, bem como pelo valor da atualização monetária definida pelo governo para essas
restituições. O crédito será feito quando do efetivo recebimento de parcelas ou do valor total,
ou da compensação do imposto.
Outro impostos a recuperar: Nessa conta, são registrados outros casos de impostos a
recuperar pela empresa. Exemplo: Impostos (ICMS E IPI) são destacados na saída de bens
(mercadorias) em demonstração, consignação etc., que deverão retornar ao estabelecimento;
- Impostos a recuperar por pagamentos efetuados indevidamente a maior etc.
muitas vezes, devem ser feitas grande quantidades, e seu uso exceder o exercício atual,
beneficiando o próximo exercício.
INVESTIMENTOS
São aplicações relativamente permanentes com propensão a produzir renda para à
empresa. São participações voluntárias ou incentivadas em empresas e direitos de propriedade
não enquadráveis no Ativo Circulante nem no Realizável a Longo Prazo, nem mesmo no
Imobilizado, pois não se destinam a atividade operacional da empresa. Como exemplo de
aplicação neste grupo podemos citar as participações voluntárias, participações incentivadas e
outros direitos que não se destinam a manutenção da atividade da empresa.
IMOBILIZADO:
Entende-se por Ativo Imobilizado todo ativo de natureza relativamente permanente, que se
utiliza na operação dos negócios de uma empresa e que não se destina a venda. Três
informações importantes devem coexistir para que possamos classificar um Ativo Permanente
Imobilizado:
A) natureza relativamente permanente
B) ser utilizado na operação dos negócios
C) não se destinar a venda
SUBTRAÇÕES DO IMOBILIZADO:
DEPRECIAÇÃO:
A maior parte dos Ativos Imobilizados (exceção feita a terrenos e obras de arte) tem vida útil
limitada, ou seja, serão úteis a empresa por um conjunto de períodos finitos, também
chamados de períodos contábeis. À medida que esses períodos forem decorrendo, dar-se-á o
desgaste dos bens, que representam o custo a ser registrado.
O custo do Ativo Imobilizado é destacado como uma despesa nos períodos contábeis em que o
Ativo é utilizado pela empresa. O processo contábil para esta conversão gradativa do Ativo
Imobilizado em despesa chama-se DEPRECIAÇÃO. A depreciação é uma despesa porque
todos os bens e serviços consumidos por uma empresa são despesas.
**Poderá ser computada como custos (despesas), em cada exercício, a importância
correspondente a diminuição do valor dos bens do Ativo Imobilizado resultante dos desgastes
pelo Uso, Ação da Natureza e Obsolescência.
DEPRECIAÇÃO ACELERADA
As taxas de depreciação fixadas pela Legislação do Imposto de Renda são para uma
jornada normal de trabalho (turno de 08 horas). Portanto, quando ocorre a adoção de 02 ou 03
turnos de 08 horas, quanto aos bens móveis comprovadamente utilizados, poderão ser
adotados os coeficientes de aceleração de 1,5 quando são 02 turnos, e de 2,0 quando são 03
turnos. Isto porque é admissível que o uso intensivo do bem reduza a sua vida útil.
BEM TURNO TAXA X COEFICIENTE TAXA
NORMAL ACELERADA
MÁQUINAS 2 10% 1,5 15%
FERRAMENTAS 2 20% 1,5 30%
MÁQUINAS 3 10% 2,0 20%
FERRAMENTAS 3 20% 2,0 40%
AMORTIZAÇÃO
Corresponde à perda do valor do capital aplicado em ativos intangíveis. Assim, são
amortizáveis os ativos permanentes intangíveis de duração limitada, ou seja: Fundo de
Comércio, Ponto Comercial, Direitos Autorais, Patentes, Direitos de Exploração.
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CONTABILIDADE 42
CÁLCULO DA AMORTIZAÇÃO
EXAUSTÃO
Corresponde a perda do valor decorrente da exploração de direitos, cujo objeto são
recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nesta exploração.
CÁLCULO DA EXAUSTÃO
Exemplo: Preço pago pela Cia. W. pela pedreira com o terreno = R$ 12.900.000,00 – Valor
estimado do terreno por ocasião da compra = R$ 2.500.000,00 – Prazo estimado para
esgotamento total da pedreira = 7 anos
REAVALIAÇÃO
É a nova avaliação dos itens do Ativo Permanente, em virtude da defasagem entre o valor de
custo e o valor de mercado. A reavaliação não deve ser confundida com a correção monetária
extinta no final de 1995. A reavaliação ocorre com maior freqüência em imóveis, portanto a
valorização destes, quase sempre, ocorre em proporção maior que a inflação. Mesmo que esta
valorização não fosse superior à inflação, ainda assim a reavaliação incidiria com maior
constância nos itens de imóveis, dado a sua vida útil mais longa em relação aos outros itens do
imobilizado.
Exemplo: A empresa Santa Cruz S/A. possui um imóvel adquirido no início de 1995 por $
622.642,00. Considerando as valorizações na região o valor do imóvel estaria estimado em $
1.392.490,00 em 1999. Para corrigir esta distorção haverá necessidade de uma nova avaliação
(reavaliação). Para tanto a empresa Santa Cruz S/A. deverá convocar 3 (três) peritos de uma
empresa especializada em avaliação que deverão apresentar laudo fundamentado, com a
indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de comparação adotados.
Admitindo-se que a avaliação apresentada pelos peritos ou pela empresa especializada seja $
de 1.600.000,00, havendo necessidade de se adicionar ao valor histórico a diferença:
Nova Avaliação 1.600.000,00
(-)Valor do Balanço 622.642,00
Defasagem 977.358,00
DIFERIDO
A Lei das S.A evidencia que o Diferido são as aplicações de recursos em despesas que
contribuíram para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros
pagos ou creditados aos acionistas durante ao período que anteceder o inicio das operações
sociais. Tais despesas ao serem diferidas são entendíveis como essenciais e necessárias sem
as quais não poderá ser iniciada a atividade empresarial. Consiste nos projetos, nas pesquisas,
nos períodos pré-operacionais, na reorganização e na implantação de sistema. Estas despesas
irão contribuir para os resultados de mais de um exercício , porem é impossível associá-las
diretamente as futuras receitas ou períodos. O Ativo Diferido consiste nos seguintes itens:
GASTOS DE IMPLANTAÇÃO E PRÉ-OPERACIONAIS QUE SÃO COMPOSTOS DE:
a) Gastos de organização e administração;
b) Encargos financeiros;
c) Estudos dos projetos e detalhamento;
d) Juros à acionistas na fase de implantação.
e) Amortização acumulada (credora).
GASTOS DE REORGANIZAÇÃO.
l) Custo
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CONTABILIDADE 44
GASTOS DE REORGANIZAÇÃO
n) Variação cambial líquida negativa
o) Amortização acumulada (conta credora)
Antes de uma empresa entrar em funcionamento é necessário certos gastos, tais como:
p) Seleção e treinamento de funcionários;
q) Propaganda institucional para que o produto e/ou a empresa fique conhecida
antes do lançamento;
r) Abertura de firma e honorários para constituição.
4 - PASSIVO
O passivo exigível divide-se em passivo circulante e passivo exigível a longo prazo. A Lei das
Sociedades por Ações define que as obrigações da companhia, os financiamentos obtidos para
aquisição do Ativo Permanente, sejam classificados no Passivo Circulante, quando vencerem
no exercício seguinte; e no Passivo Exigível a Longo Prazo, se tiverem vencimento em prazo
maior.
São as obrigações a curto prazo, ou seja, aquelas que deverão ser liquidadas dentro do
exercício social seguinte (próximo ano), ou conforme o ciclo operacional da empresa, se este
for superior a um ano.
*** ciclo operacional é o período de tempo que vai desde o início da industrialização até o
recebimento da venda do produto industrializado. Como, normalmente, o Ciclo operacional das
empresas é inferior a um ano, a maioria das empresas adotará como exercício social este
prazo. Casos excepcionais têm Ciclo Operacional superior a um ano: estaleiros navais,
edifícios, grandes equipamentos, reflorestamento etc. ***
O Passivo Circulante compõem-se basicamente das seguintes contas:
a) Fornecedores.
b) Salários a Pagar.
c) Encargos Sociais a Recolher.
d) Impostos a Recolher.
e) Imposto de Renda a Recolher.
f) Empréstimos Bancários.
g) Outras Obrigações.
FORNECEDORES
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CONTABILIDADE 46
IMPOSTOS A RECOLHER:
São os impostos onde o fato gerador já ocorreu por ocasião da venda do produto ou da
prestação de serviço, porém ainda não foi recolhido aos cofres públicos.
Dos impostos sobre as vendas os mais comuns são o ICMS, o IPI, o Cofins e o Pis.
PROVISÕES:
Provisão é uma estimativa de perdas de ativos ou de obrigações reconhecidas na apuração do
resultado em virtude de observância do regime de competência, mas cujo valor ainda não está
determinado. Portanto, não devem ser provisionadas obrigações cujo valor efetivo já é
conhecido, embora o seu pagamento deva ocorrer posteriormente como as contas de consumo
de luz, água, telefone, gás. Esses valores devem ser registrados no subgrupo obrigações a
pagar (Passivo Circulante) e não como provisões.
EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS:
São os empréstimos realizados junto às instituições financeiras, e que serão pagos dentro de
um ano (data base: encerramento do balanço).
Ex. Empréstimos com garantias (duplicatas a receber ou estoque); desconto de Notas
Promissórias. Os juros e outros encargos financeiros a pagar poderão ser incorporados na
própria conta de empréstimos. A principal fonte de recursos a Curto Prazo é o Banco
Comercial.
OUTRAS OBRIGAÇÕES:
ADIANTAMENTO DE CLIENTES – As empresas que produzem bens por encomenda
(normalmente equipamentos pesados, ou fornecem serviços empreiteiros em construção civil),
recebem usualmente, após a celebração do contrato com o cliente, um adiantamento por conta
do bem ou serviço a ser entregue no futuro. Existem dúvidas se tais adiantamentos devem ser
classificados em Resultado de Exercícios Futuros ou no Passivo Exigível. Desde que haja risco
de devolução em hipóteses em que o contrato não seja cumprido, a classificação adequada
será no Passivo Exigível.
São as obrigações que deverão ser liquidadas após o próximo exercício social (ano), ou
conforme o Ciclo Operacional da empresa se este for superior a um ano.
O Exigível a Longo Prazo é constituído basicamente de:
a) Financiamentos.
b) Debêntures.
c) Provisão para Resgate de Partes Beneficiárias.
d) Outras Obrigações a Longo Prazo.
Financiamentos:
São empréstimos realizados junto às instituições financeiras (nacionais ou internacionais) que
serão pagos a longo prazo. Os financiamentos são mais comuns para aplicações no Ativo
Permanente, não obstante haja para o circulante (Capital de Giro).
confrontada com aquela Receita e não ser contabilizada na apuração de Resultado do atual
Exercício (DRE).
Capital Social
Representa todo o investimento realizado na empresa pelos seus proprietários.
Obs.: O investimento não se refere somente as integralizações realizadas pelos acionistas,
mas também a parte do lucro e outras reservas não distribuídas e incorporadas ao Capital. A
Conta Capital Social discriminará o montante subscrito e, por dedução a parcela ainda não
realizada.
Reservas de Capital:
São aquelas que não se originam do resultado do exercício, isto é, não são apuradas pela
Demonstração do Resultado do Exercício.
Portanto as Reservas de Capital não se originam do Lucro da Companhia, mas:
1) Ágio na Emissão de Ações que se origina quando uma companhia aumenta o seu Capital,
emitindo novas ações, ela pode vendê-las ao público pelo seu valor nominal (ou pelo preço
fixado na emissão), ou com um lucro, isto é, com um excedente. A este lucro ou Excedente
denomina-se Ágio. A Contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal (ou
preço fixado na emissão para ações sem valor nominal) será considerada como uma Reserva
de Capital, com o título de Ágio na Emissão de Ações.
Exemplo: A Cia Vale Salgado, conforme deliberação de sua administração, aumentará seu
capital de R$ 50 para R$ 70 milhões, com a emissão de 20 milhões de ações, cujo valor
nominal será de R$ 1,00 por ação. Dado o interesse do público pelas ações, foi resolvido que
se cobraria um Ágio de R$ 0,20 por ação. Dessa maneira, cada ação foi colocada à venda por
R$ 1,20. A contabilidade registraria da seguinte forma:
Capital: haverá um acréscimo de 20 milhões de ações x R$ 1,00 cada totalizando R$ 20
milhões. Portanto, o novo capital passará para R$ 70 milhões.
Reserva de Capital: Ágio na emissão de ações. 20 milhões de ações a R$ 0,20 cada
totalizando R$ 4 milhões.
2) Alienação de Partes beneficiárias: São títulos negociáveis sem valor nominal, que a
companhia pode criar a qualquer tempo. Seus titulares terão direito a participação (previstas
em estatuto) nos lucros normais. Todavia as partes beneficiárias poder ser alienadas
(vendidas) e, nessa situação, o resultado da alienação é destacado em Reserva de Capital
com o título Alienação das Partes Beneficiárias.
Exemplo: A Cia Leviana sempre emitiu Partes Beneficiárias gratuitamente. Porém, no início do
período, foram lançados, para funcionários da empresa, 10.000.000 de títulos , que serão
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CONTABILIDADE 50
alienados a R$ 1,80 cada um, dando aos seus titulares uma participação de 5% (cinco por
cento) ao ano no Lucro. Observe que esta participação anual no Lucro Líquido aparece na
Demonstração de Resultado do Exercício, no grupo Participações.
3) Prêmio recebido na emissão de debêntures: debêntures são empréstimos solicitados ao
público em geral, pagando juros periódicos, correção monetária etc. e concedendo amortização
regulares. Para tanto, emitirão títulos a longo prazo com garantia que denominamos de
debêntures. A debênture poderá assegurar ao seu titular, além de juros e correção monetária,
a participação no lucro da companhia e, em alguns casos, a possibilidade de convertê-la em
ações da companhia, Quando o preço cobrado pelas debêntures for superior ao seu valor
nominal, o excedente (lucro) será evidenciado como uma Reserva de Capital com o título de
Prêmio Recebido na Emissão de Debêntures.
Exemplo: A Cia Brilhante faz a emissão de 50 mil novas debêntures com o valor nominal de R$
600 cada uma, cobra um prêmio de R$ 50 por debênture. Portanto teremos a título de Reserva
de Capital R$ 2.500.000 (50.000 x R$ 50,00 ) constante no item Prêmio Recebido na Emissão
de debêntures.
Reservas de Reavaliação:
Serão classificadas como Reservas de Reavaliação as contrapartidas de aumentos de valor
atribuídos a elementos do Ativo (permanente) em virtude de novas alienações. A reavaliação é
a nova avaliação de itens do ativo pelo seu valor de mercado.
Exemplo: A Cia Defasada apresenta no seu Balanço Patrimonial, no imobilizado, a conta
imóveis por R$ 1.650.000. Todavia, é de conhecimento da diretoria que o imóvel tem seu preço
de mercado em torno de R$ 5 milhões. Foram nomeados em assembléia, três peritos que
realizam uma nova avaliação daquele item. No laudo dos peritos consta uma avaliação de R$
4.680.000,00. Portanto, houve reavaliação de R$ 3.030.000,00 que dará origem a Reserva de
Reavaliação.
D – imóveis 3.030.000,00
C – Reservas de Reavaliação 3.030.000,00
Reservas de Lucros:
Serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros
da companhia:
a) Reserva Legal:
Do lucro líquido do exercício 5% serão aplicados antes de qualquer outra destinação, na
constituição de Reserva Legal, que não excederá 20% do Capital Social. A companhia poderá
deixar de constituir a Reserva Legal no exercício em que o saldo desta reserva, acrescido das
Reservas de Capital, exceder 30% do Capital Social.
A Reserva Legal tempo fim assegurar a integridade do Capital Social e somente poderá ser
utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.
b) Reservas Estatutária:
O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:
I – indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;
II – fixe os critérios para estimar a parcela anual dos lucros líquidos que não serão destinados à
sua constituição;
III – estabeleça o limite máximo da reserva.
Exemplo: A Cia. Acumulada tem no seu estatuto a fixação de uma reserva para renovação de
equipamentos à base de 10% sobre o lucro líquido. Portanto, a Reserva Estatutária será de R$
26.000,00 (10% x 260.000,00).
adicionado ao novo lucro (lucro líquido), ou seja, o lucro do exercício seguinte. E assim
sucessivamente.
Como geralmente sempre há remanescente após a distribuição dos Lucros Acumulados, esta
conta permanece constantemente aberta. Observe que não é comum utilizar totalmente o saldo
desta conta para Aumento de Capital, porquanto quase sempre este saldo é fracionado, sendo
praxe que o Capital apresente números redondos. Uma exceção seria utilizar esse
remanescente para absorver eventual prejuízo.
Ações em Tesouraria:
Só em condições excepcionais as companhias podem adquirir suas próprias ações. Quando
isto ocorrer deveremos destaca-las no Balanço Patrimonial como dedução da conta Patrimônio
Líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.
4.4.1 RESUMO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Patrimônio Líquido
Capital Social
Capital Autorizado
(-) Capital a Subscrever
Capital Subscrito
(-) Capital a integralizar
Capital Realizado
Reservas de Capital
Ágio na emissão de ações
Alienação de partes beneficiárias
Prêmio recebido na emissão de Debêntures
Doações e Subvenções para investimentos
Reservas de Reavaliação
Reserva de Lucro
Reserva legal
Reservas estatutárias
Reservas para contingências
Reservas orçamentárias
Reservas de lucros a realizar
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) Responda
a) O estudo da contabilidade é de interesse somente das empresas? Justifique sua
resposta.
b) Qual a principal legislação que rege a contabilidade?
c) Cite 5 objetivos da contabilidade e exemplifique o funcionamento no dia-a-dia das
empresas.
d) Defina contabilidade.
e) Diferencie atos contábeis ou atos administrativos de fatos atos contábeis ou atos
administrativos.
f) Para atingir seus objetivos, a contabilidade se utiliza de algumas técnicas, quais são?
g) Cite cinco exemplos de livros contábeis.
h) Qual a função da auditoria com técnica contábil?
i) Cite três exemplos de usuários internos e três exemplos de usuários externos da
contabilidade.
j) O que é o balanço patrimonial?
k) O que é a DRE?
l) Na sua opinião, qual a função mais importante da contabilidade? Por que?
m) Qual a diferença de instituição e empresa?
n) Qual a diferença de uma pessoa física de uma pessoa jurídica?
Direitos autorais
Edifícios
Móveis e utensílios
4) Responda:
5) Responda
a) Quais são as três situações líquidas possíveis? Quando ocorrem essas
situações?
b) O ativo é representado por quais grupos de contas?
c) O passivo é representado por quais grupos de contas?
d) Cite 3 exemplos de direitos numa empresa.
e) Cite 3 exemplos de obrigações numa empresa
f) Cite 3 exemplos de obrigações
g) Tomando como base as respostas das letras “d”, “e” e “f”, represente com essas
contas um Balanço Patrimonial.
7) Responda:
a) Uma empresa que possui um Passivo Exigível de R$ 15.000,00 e um Patrimônio
Líquido de R$ 0,00; terá no seu Ativo o valor de R$ .............................O que
representa uma situação líquida..........................................
Caixa R$ 100,00
Duplicatas a Pagar R$ 80,00
Duplicatas a Receber R$ 70,00
Estoque de Mercadorias R$ 20,00
Impostos a Pagar R$ 30,00
Móveis R$ 150,00
Promissórias a Receber R$ 40,00
Salários a Pagar R$ 10,00
b) Empresa Nem Tanto bons Negócios S/A.
Caixa R$ 50,00
Duplicatas a Pagar R$ 80,00
Duplicatas a Receber R$ 70,00
Estoque de Mercadorias R$ 100,00
Impostos a Pagar R$ 300,00
Móveis R$ 150,00
Promissórias a Receber R$ 50,00
Salários a Pagar R$ 150,00
9) Responda
a) Qual a ordem para lançamento das contas do Ativo?
b) O que é grau de liquidez?
c) Quais valores devem ser classificados no Ativo Circulante?
d) Por que o ativo circulante recebe essa denominação?
e) Qual a origem das duplicatas a receber?
f) O que são duplicatas descontadas?
g) Qual a origem dos valores lançados como “outros créditos”? Cite 3 exemplos.
h) Diferencie curto de longo prazo dentro da contabilidade.
i) Qual a diferença básica da conta investimento da conta imobilizado?
j) Quais são os sub grupos do Ativo Permanente?
k) Cite pelo menos cinco exemplos de ativo imobilizado numa empresa comercial.
l) Cite pelo menos três exemplos de investimentos de uma empresa comercial.
m) Quais são os tipos de gastos que devem ser lançados na conta diferido?
n) Investimento em caderneta de poupança, é uma conta do grupo investimento do
Ativo Permanente? Justifique.
14) Responda
a) Como divide-se o Passivo Exigível?
b) Quais obrigações devem ser lançadas no Passivo Circulante?
c) O que é ciclo operacional?
d) Qual a ordem para lançamento das contas do passivo?
e) Cite cinco exemplos de contas a serem lançadas no Passivo Circulante. Explique seu
surgimento.
f) O que são as provisões? Cite dois exemplos.
g) O que é um Passivo Exigível a Longo Prazo?
h) O que é o Patrimônio Líquido?
i) Como é constituído o Patrimônio Líquido?