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Universidade Anhanguera-UNIDERP

Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – REDE LFG

Curso de Pós-Graduação Lato Sensu TeleVirtual em


DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO

Disciplina
Reflexos da Reforma do CPC e da EC 45

Aula 2

LEITURA OBRIGATÓRIA 1

Eduardo Rockenbach Pires


Juiz do Trabalho substituto em São Paulo (2ª Região).

O pronunciamento de ofício da prescrição e o processo do trabalho

PIRES, Eduardo Rockenbach. O pronunciamento de ofício da


prescrição e o processo do trabalho. Jus Navigandi,
Teresina, ano 13, n. 1783, 19 maio 2008. Disponível em:
http://jus.uol.com.br/revista/texto/11280. Acesso em: 17
jan. 2011. Material da 2ª aula da Disciplina Reflexos da
Reforma do CPC e da EC 45, ministrada no Curso de Pós-
Graduação Lato Sensu TeleVirtual em Direito e Processo do
Trabalho – Anhanguera-Uniderp| REDE LFG.

1
RESUMO: O trabalho destina-se a analisar a influência da nova
regra do art. 219, § 5°, do CPC no processo do trabalho, à vista
da polêmica doutrinária e jurisprudencial quanto à declaração de
ofício da prescrição.
PALAVRAS-CHAVE: Prescrição. Pronunciamento. Processo.
Trabalho.
SUMÁRIO: 1. Considerações preliminares; 2. Prescrição: conceito
e natureza jurídica; 3. Novo regime processual da prescrição; 4.
Panorama da prescrição no processo do trabalho; 5. Conclusões.

1. Considerações preliminares
O instituto da prescrição sofreu uma sensível modificação a partir da reforma introduzida
pela Lei 11.280/2006, que deu nova redação ao § 5° do art. 219 do CPC, e também revogou o
art. 194 do Código Civil.
Basicamente, o legislador alterou o sistema de pronunciamento da prescrição, que antes
exigia a alegação da parte interessada e, a partir de então, passa à esfera das matérias que
podem (ou devem) ser enfrentadas pelo juiz, de ofício.
Com efeito, dispõe o atual § 5° do art. 219 do CPC que "o juiz pronunciará, de ofício, a
prescrição".
Tem este estudo o objetivo de contribuir para o debate que se instalou na doutrina acerca
da repercussão dessa modificação legislativa no âmbito do processo do trabalho; todavia, sem
a intenção de exarar juízos absolutos e infensos a reconsiderações.

2. Prescrição: conceito e natureza jurídica


É fundamental que se tenha sempre em mente a compreensão do instituto analisado, em
seu conceito e sua natureza jurídica. Essa atividade inicial fixa premissas que sustentam o
desenvolvimento do estudo e suas conclusões.
A prescrição, desse modo, pode ser entendida como a extinção de uma pretensão de
direito subjetivo, em razão do decurso do prazo fixado em lei para exercício do direito de
ação 1.
Assim, referiu-se a:
a) extinção de uma pretensão, porque a prescrição afeta tão-somente a pretensão (a
exigibilidade de satisfação do direito em face de um devedor determinado), e não o direito
material. O titular do direito perde a prerrogativa de exigir-lhe a satisfação por parte do
devedor, mas não perde, em verdade, o próprio direito; o decurso do prazo prescricional
atribui a essa relação jurídica o caráter de obrigação natural 2.
b) de direito subjetivo, apesar de constituir, a rigor, expressão redundante. Somente os
direitos subjetivos geram ao seu titular uma pretensão, ao contrário dos direitos potestativos,
cuja satisfação depende unicamente de ato a ser praticado pelo próprio titular 3. Desse modo,
quando se tratar de direito potestativo, não se há de falar em prescrição, uma vez que
inexiste pretensão a ser exercida.

1
Código Civil, art. 189: Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela
prescrição, nos prazos a que aludem os artigos 205 e 206.
2
Por obrigação natural se entende aquela a cuja satisfação não está o devedor juridicamente obrigado,
isto é, o cumprimento, embora não possa ser obtido pela coação estatal, não se considera mera
liberalidade. Além da dívida prescrita, é exemplo de obrigação natural a dívida de jogo ou aposta (CC,
art. 814).
3
Como exemplo de direito potestativo pode-se mencionar o decorrente da cláusula especial de
retrovenda (CC, arts. 505 e seguintes).
2
c) prazo fixado em lei para exercício do direito de ação, pois é da essência da prescrição
o respeito a prazo de lei, que nesse ponto é norma cogente às partes (CC, art. 192).
Pode-se, inclusive, traçar um paralelo entre a prescrição e a decadência, segundo o qual a
primeira incidiria sobre direitos subjetivos, enquanto a segunda, sobre direitos potestativos.
Embora não seja esse o objetivo deste estudo, cabe referir, de passagem, que a decadência
fulmina o próprio direito da pessoa, e não apenas a sua pretensão (até porque, reiterando,
em direitos potestativos não existe pretensão).
Quanto à natureza jurídica, a prescrição era tradicionalmente considerada uma exceção,
isto é, uma matéria de defesa do réu, preliminar ao mérito propriamente dito (CPC, art. 269,
IV). Como tal, era vedado ao juiz pronunciá-la de ofício, pois dependia de iniciativa da parte
interessada, ao contrário do que ocorre com as chamadas objeções, que são matérias das
quais o juiz deve conhecer de ofício (CPC, art. 267, § 3º).
Isso até a vigência da Lei 11.280/2006.

3. NOVO regime processual da prescrição


Como foi visto, a prescrição sempre foi entendida como matéria de defesa do réu. Como
tal, a primeira característica do instituto era a necessidade de alegação da parte beneficiada,
sem a qual o juiz não poderia pronunciá-la.
Em suma, a prescrição, diferentemente da decadência, não era uma objeção, e sim uma
exceção, em sentido material 4.
Apesar disso, embora tendo a natureza de exceção, sempre pôde a prescrição ser alegada
em qualquer grau de jurisdição (CC, art. 193), ou seja, não havia preclusão, caso não
constasse na contestação. Todavia, a jurisprudência interpretou essa norma de maneira a
limitar a possibilidade à chamada instância ordinária, isto é, na primeira e segunda
instâncias. Conseqüentemente, não se admite a alegação de prescrição em sede de recurso
de natureza extraordinária (recurso extraordinário, recurso especial, recurso de revista,
dentre outros) 5.
Pois bem.
A partir da vigência da Lei 11.280/2006, o regime processual da prescrição modificou-se
sensivelmente. E, com isso, sua própria natureza jurídica foi substancialmente modificada.
Esse é um fato que se deve reconhecer. O legislador de 2006 mudou a natureza jurídica da
prescrição, a qual, a partir de então, tornou-se mais semelhante à decadência.
A prescrição, de acordo com a nova regra do § 5° do art. 219 do CPC, deve ser declarada
de ofício pelo juiz. Isso não é pouco. Ao dizê-lo, o legislador transformou o instituto da
prescrição, de exceção em objeção. A prescrição deixa de ser matéria que deve ser alegada
pelo réu e passa a exigir um pronunciamento de ofício do magistrado, assim como ocorre com
as questões relativas às condições da ação e pressupostos processuais (CPC, art. 267, § 3°).
Passou a ser, pois, matéria de ordem pública.
Se isso foi bom, ou justo, é uma questão de valoração subjetiva; o problema da crítica à
lei em tela deve resumir-se à sua validade constitucional. E quanto a isso não parece haver
argumentos contundentes.
A prescrição, aliás, nunca foi um instituto associado ao valor justiça, mas sim ao valor
segurança. O argumento da injustiça, portanto, não é apto a fundamentar a alegação de

4
Refere-se a "exceção em sentido material", uma vez que não se trata daquelas hipóteses de
apresentação de exceção como espécie de resposta do réu (incompetência relativa, impedimento e
suspeição – CPC, arts. 297 e 304). A nomenclatura está vinculada à tradição jurídica no sentido
genérico de defesa, como consta, por exemplo, da expressão "exceção de contrato não cumprido"
(exceptio non adimpleti contractus).
5
Súmula TST 153: Não se conhece de prescrição não argüida na instância ordinária.
3
invalidade da lei em exame. Com efeito, sempre que se declarar a prescrição em
determinado caso concreto, a sensação de potencial injustiça ficará ínsita; por ser preliminar
ao mérito, essa declaração será exarada em momento logicamente anterior a se saber se o
autor é, de fato, credor, ou seja, detentor do direito material pleiteado. É sempre possível,
em tese, que se esteja negando a tutela jurisdicional a quem realmente a mereceria, não
fosse o decurso do tempo, que lhe extinguiu a pretensão.
Esse é um ponto importante na análise do tema, pois se observa que muitos não
concordam com a declaração da prescrição de ofício (em especial no processo do trabalho)
justamente por não a reputarem uma medida justa.
E realmente não é.
Ocorre que, assim como declarar a prescrição de ofício não é justo, declará-la em razão
de alegação da parte tampouco o é. Ou seja, sempre que se falar em prescrição,
necessariamente se estará afetando o ideal de justiça, pois se este último valor fosse tomado
como absoluto por um sistema de direito, certamente esse sistema repeliria a prescrição em
qualquer hipótese.
Em suma, a prescrição não pode ser afastada (ou seu pronunciamento de ofício) em razão
de sua injustiça, pois se trata de um instituto que precipuamente limita a justiça em prol da
segurança jurídica. Por outras palavras, não pode ser admitido como argumento contra o
instituto um predicado que lhe é inerente (no caso da prescrição, a injustiça), sob pena de se
incidir em tautologia.
A essa altura, cabe refletir acerca da finalidade da reforma legislativa, ou seja, que
objetivos a moveram. Por que, afinal, incumbir o juiz de declarar a prescrição de ofício?
Em cotejo com o sistema processual brasileiro como um todo, parece bastante claro que o
objetivo da reforma é primar pela celeridade do processo. E esse objetivo é alcançado numa
perspectiva ampla, uma vez que o tempo que se perde com um processo cuja pretensão está
prescrita afeta os demais processos. Por outras palavras, busca-se solucionar mais
rapidamente um maior número de processos, ainda que, em alguns casos, com o simples
pronunciamento da prescrição.
Nesse contexto, inclusive, o próprio legislador constituinte demonstrou sua preocupação
com uma maior rapidez na solução dos processos judiciais, o que se vê pela inclusão do inciso
LXXVIII no art. 5° da Constituição da República, por meio da EC 45/2004 6.
Diante disso, percebe-se que a prescrição atualmente tem, no direito brasileiro, uma
natureza e um regime substancialmente distintos dos que tinha até a vigência da Lei
11.280/2006. Esse regime contraria a tradição do direito brasileiro, e manifestamente não
prima pela busca da justiça. Isso, todavia, não implica necessariamente sua
inconstitucionalidade, e por isso não há de se falar em recusa à sua aplicação.

4. Panorama da prescrição no processo do trabalho


A primeira premissa que deve ser fixada nesse momento é a subsidiariedade do direito
civil e do processo civil no âmbito trabalhista, a teor dos arts. 8º e 769 da CLT. Assim, as
lacunas do direito do trabalho e do processo do trabalho são preenchidas pelas normas e pelos
institutos do direito comum, ou seja, do direito civil e do processo civil.
Nesse contexto, a prescrição é exemplo de instituto que não é regulado pelo direito do
trabalho; daí por que deve ela ser aplicada tal qual se encontra delineada pela lei civil (CC e
CPC). Aliás, essa afirmação não traz novidade alguma. A prescrição sempre foi regulada pelo
direito comum e sempre foi aplicada no direito do trabalho segundo esse regime.

6
CF, art. 5°, inciso LXXVIII : a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
4
Em síntese: não existe "prescrição trabalhista", a par da prescrição do direito civil. A
prescrição é um instituto só, que é regulado pelo direito civil e assim aplicado no direito do
trabalho. O direito do trabalho possui um regime específico quanto ao prazo de prescrição
(CF, art. 7º, XXIX), mas não quanto à prescrição em si.
Essas premissas são importantes para a análise do cabimento da declaração de ofício da
prescrição no processo do trabalho, uma vez que sobre isso a divergência doutrinária é
bastante significativa.
Em síntese, a negativa de aplicação ao processo do trabalho do § 5° do art. 219 do CPC
funda-se basicamente: a) na ausência de omissão no ordenamento jurídico-trabalhista; e b)
na incompatibilidade dessa norma com os princípios do direito do trabalho 7.
Equivocados esses argumentos, data venia.
Em primeiro lugar, a omissão do direito do trabalho quanto ao instituto da prescrição é
evidente. Tanto que, notoriamente, o citado art. 219, § 5°, sempre foi aplicado ao processo
do trabalho, em sua redação anterior, quando vedava ao magistrado conhecer de ofício da
prescrição patrimonial. É óbvio que, agora, com sua nova redação, não se pode deixar de
aplicar o dispositivo, pelo menos com esse fundamento.
Já a questão da incompatibilidade com os princípios do processo do trabalho deve ser
analisada após uma certa reflexão. Ora, a prescrição, como já foi exposto linhas acima, é um
instituto vinculado ao valor segurança, e não ao valor justiça. Assim, é fácil perceber que,
sob o prisma da justiça, a prescrição não seria compatível com o direito do trabalho, assim
como também não seria compatível com o próprio direito civil, ou qualquer outro.
A previsão e aceitação universal das normas de prescrição se devem unicamente à
perspectiva da segurança jurídica. Por isso, o argumento de que não se aplica a nova regra ao
processo do trabalho por possuir este (ou o direito material do trabalho) um caráter
protetivo, ou pela natureza alimentar da maior parte dos créditos aí cobrados, é frágil.
Aliás, essa tensão da prescrição com a justiça não tem seu máximo expoente no direito do
trabalho, mas sim no direito de família. As pensões alimentícias, por definição, destinam-se
estritamente à sobrevivência do credor; não obstante, são prescritíveis (CC, art. 206, § 2º) e,
logicamente, sua prescrição será pronunciada de ofício pelo juiz.
Na verdade, o argumento da incompatibilidade parece esconder um mero sentimento de
injustiça frente à lei, o qual, apesar de razoável, é insuficiente. Afinal, está bastante claro
que prescrição não tem nada a ver com justiça.
A referida norma é, portanto, compatível com o processo do trabalho, pela razão simples
(e indiscutível) de que com este é compatível a própria prescrição como um todo (CF, art. 7º,
XXIX).
Como se expôs linhas antes, a prescrição é uma só, e constitui um instituto inteiramente
regulado pelo direito comum. Cabe aos operadores do direito do trabalho aplicá-la ao
processo especializado, e pronunciá-la de ofício, até porque, se assim não fizerem, não
existirá "outra" prescrição a aplicar. Não mais existe no direito brasileiro, frise-se, a
prescrição que dependa de alegação do devedor.
Diz a respeito, em lúcida exposição, Gustavo Filipe Barbosa Garcia:

Na realidade, as críticas à nova redação do art. 219, § 5º, do


CPC, ainda que pertinentes, encontram-se no plano de meras
críticas à lei já aprovada e em vigor, podendo servir, no máximo,
como sugestão ao legislador.

7
Com esses fundamentos a 6ª turma do TST sinalizou o entendimento pela inaplicabilidade do § 5° do
art. 219 do CPC ao processo do trabalho (RR 00404-2006-028-03-00-6, Relator Min. Aloysio Correa da
Veiga).
5
Não se pode confundir crítica ao Direito legislado com
interpretação científica do Direito.
Pode-se até defender, apenas de lege ferenda, que a lei seja
novamente alterada, retornando ao tradicional regime de que a
prescrição necessitava de ser alegada para ser conhecida pelo
juiz. O que não se pode é ignorar a realidade do Direito objetivo
em vigor.
Assim, no plano da ciência jurídica, ao se propor a analisar e
interpretar a atual previsão jurídico-normativa quanto à
prescrição, embora seja possível não se concordar com a nova
orientação adotada pelo legislador, o fato é que a lei ordena que
ela seja conhecida de ofício pelo juiz, independentemente da
natureza do direito material em discussão.
Sempre se aplicou a previsão do art. 219, § 5º, do CPC, inclusive
no âmbito trabalhista. O mesmo prossegue quanto à sua atual
redação. Se assim não fosse, ter-se-ia verdadeiro "vácuo"
legislativo, pois não mais existe qualquer previsão, no
ordenamento jurídico, de que o juiz depende ou necessita de
argüição da parte para conhecer a prescrição.
Se a pretensão formulada, de acordo com o Direito objetivo, não
é mais exigível, entendeu o legislador que assim seja
considerado pelo juiz, mesmo de ofício, o que está em
consonância, aliás, com os princípios da primazia da realidade,
bem como da celeridade e economia processual. 8

Fixada a aplicabilidade da regra ao processo do trabalho, há outro ponto que deve ser
considerado.
Como se sabe, a prescrição comporta causas impeditivas, suspensivas e interruptivas de seu
prazo (CC, arts. 197, 198, 199 e 202). Assim sendo, é razoável que o autor da ação tenha a
oportunidade de demonstrar que uma dessas causas ocorreu e, por isso, sua pretensão não está
prescrita.
Portanto, deve o juiz conceder ao autor uma oportunidade para justificar o aparente excesso
de prazo na propositura da ação, antes, por óbvio, de pronunciar a prescrição. Tal postura se
fundamenta, inclusive, nos princípios constitucionais do devido processo legal substancial e do
contraditório (CF, art. 5°, LIV e LV).

5. Conclusões
À vista das considerações que foram expostas, é forçoso reconhecer que a prescrição, hoje, é
um instituto jurídico distinto daquele que era até o advento da Lei 11.280/2006. Sua natureza
mudou. E essa natureza é (e sempre foi) delineada pelo legislador ordinário, o que leva a crer
que, em linha de princípio, não há inconstitucionalidade material em se transformar a prescrição
em instituto de ordem pública.
A sociedade, por meio de seus representantes parlamentares, optou por enfrentar a crise de
lentidão das ações judiciais utilizando-se desse instrumento. Não é, certamente, o instrumento
mais justo, e talvez não seja o mais eficaz; mas é, no momento, aquele democraticamente
escolhido para ser aplicado.
Daí se concluir pela aplicação ao processo do trabalho da regra insculpida no § 5º do art. 219
do CPC, devendo o juiz do trabalho pronunciar, de ofício, a prescrição da pretensão trabalhista.

8
Prescrição de ofício: da crítica ao direito legislado à interpretação da norma jurídica em vigor.
Publicada no Juris Síntese nº 65 - MAI/JUN de 2007.
6

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