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Comunismo e Ditadura
Mao Tsé-tung
Novembro de 1920 - Janeiro de 1921

Nota: A presente tradução para o português foi realizada a partir da tradução


inglesa do conteúdo extraído das cartas enviadas por Mao Tsé-tung para Ts'Ai
Ho-Sen entre novembro de 1920 e janeiro de 1921 presente em Selected Works
of Mao Tse-tung: Volume VI disponíveis na sessão em inglês do Marxists Internet
Archive. A tradução e adaptação foram feitas respeitando e mantendo o
conteúdo e teor da mensagem presentes na fonte.
Tradução e Html: Eliabe Barbosa de Jesus
Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.

Em sua palestra em Changsha, Russell(1) se posicionou em favor


do comunismo mas contra a ditadura dos trabalhadores e camponeses.
Ele disse que deveria ser empregado um método educativo para mudar
a consciência das classes opressoras, e que desta forma não seria
necessário limitar a liberdade ou ter de recorrer ao derramamento de
sangue em uma guerra revolucionária. Minha objeção para o ponto de
vista de Russell pode ser resumida em poucas palavras: Isso tudo é
muito bonito na teoria, mas é inviável na prática. Educação requer
dinheiro, pessoas e ferramentas.

No mundo de hoje o dinheiro está inteiramente nas mãos dos


capitalistas. Aqueles que possuem o comando da educação são ou
capitalistas ou esposas de capitalistas. No mundo de hoje, as escolas
e a imprensa, os dois instrumentos mais importantes de educação,
estão inteiramente sob o controle dos capitalistas. Em suma, a
educação do nosso mundo é a educação capitalista. Se ensinarmos o
capitalismo para as crianças, estas crianças, quando crescidas, irão
ensinar o capitalismo para a segunda geração. A educação seguirá
então permanecendo nas mãos dos capitalistas. E então os capitalistas
terão seu parlamento para passar as leis que protegerão a sua classe
e que irão deixar em desvantagem o proletariado; com o seu governo
que aplicará as suas leis e que irá forçar as proibições e desvantagens
que virão em sequência. Eles possuem exércitos e polícia para
defender o bem-estar dos capitalistas e reprimir as demandas do
proletariado. Eles possuem bancos para servirem de repositores na
circulação de sua riqueza. Eles possuem fábricas, que são os
instrumentos as quais eles usam para monopolizar a produção de
mercadorias. Portanto, se os comunistas não conquistarem o poder
político, não poderão ser capazes de encontrar qualquer refúgio nesta
terra.

Como então, diante dessas circunstâncias, poderiam eles


comandar a educação?

Assim, os capitalistas irão continuar controlando a educação e


glorificando o capitalismo nas alturas, fazendo com que o número de
convertidos para a propaganda proletária comunista diminua dia após
dia. Consequentemente, eu acredito que esse método educativo seja
inviável. Este é o meu primeiro argumento. O segundo é que, baseado
no princípio do hábito e na minha observação da história humana, eu
sou da opinião de que não se pode esperar que os capitalistas se
tornem comunistas...

Se alguém quiser usar o poder transformador da educação nestas


pessoas, não terá de forma alguma o controle de todo o aparato e nem
mesmo de alguma parte importante desses dois instrumentos de
educação — escolas e imprensa — mesmo que esse tenha uma boca e
uma lingua e duas escolas e dois jornais como meios de propaganda.
Nada disso será suficiente para mudar a mentalidade dos capitalistas,
nem que ligeiramente. Como então pode alguém esperar que esse
último possa passar para o nosso lado? Isto é demais do ponto de vista
psicológico.

Do ponto de vista histórico, observa-se que nenhum déspota


militar e imperialista no curso da história jamais ficou conhecido por
deixar as coisas acontecerem livremente sem esse ter sido derrubado
pelo povo. Napoleão I se proclamou imperador e falhou. O mesmo com
Napoleão III. Yuan Shikai falhou, e o mesmo aconteceu com Duan
Qirui. Com o que eu tenho dito e baseado no ponto de vista psicológico
e histórico, pode-se notar que o capitalismo não poderá ser derrubado
pela força de esforços tão fracos no domínio da educação.

Este é o segundo argumento. Ainda há um terceiro, na realidade o


mais importante: Se usarmos meios tão pacíficos para obter o objetivo
do comunismo, quando é que iremos obtê-lo? Vamos assumir que será
necessário um século, um século de eterna agonia do proletariado.
Qual posição deveríamos tomar em face desta situação? O proletariado
é muitas vezes maior que a burguesia; se assumirmos que o
proletariado constitui dois terços da humanidade, então um bilhão dos
um bilhão e meio de habitantes são trabalhadores (temo que o número
seja muito maior), os quais durante esse século serão cruelmente
explorados pelo resto de capitalistas. Como poderemos aguentar isso?
Além do mais, desde que o proletariado têm se tornado consciente do
fato de que também deveria possuir a riqueza, e o fato de que o seu
sofrimento é desnecessário, o proletariado têm se encontrado
descontente, a demanda por comunismo tem surgido e se tornado um
fato. Este fato nos confronta, e nós não podemos fazê-lo desaparecer.
Conscientes disso, nos colocamos a agir. Esta é a razão, na minha
opinião, da revolução russa e dos comunistas de cada país crescerem
a cada dia de maneira mais numerosa, poderosa e organizada. É um
resultado natural. Este é o meu terceiro argumento.

Há um outro ponto em relação às minhas dúvidas acerca do


anarquismo. Meu argumento pertence não meramente na
impossibilidade de uma sociedade sem forma de poder ou organização.
Eu gostaria de mencionar apenas as dificuldades na forma de
estabelecimento de tal forma de sociedade e sua realização. Por todas
as razões mencionadas, minha visão presente acerca do liberalismo,
do anarquismo e até mesmo da democracia é que estas coisas são
belas em teoria, mas não na prática.
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Notas de rodapé:

(1) Bertrand Russell. Filósofo britânico. Realizou uma palestra na cidade de


Changsha, capital da província de Hunan, em uma conferência educativa em
outubro de 1920 antes de sua agenda oficial em Pequim. (retornar ao texto)
Inclusão 04/08/2019

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