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XIII ERIAC

DÉCIMO TERCER ENCUENTRO


REGIONAL IBEROAMERICANO DE CIGRÉ
Puerto Iguazú 24 al 28 de mayo de 2009 XIII/PI-B5 -07
Argentina

Comité de Estudio B5 - Protecciones de Sistemas y Automatización de Subestaciones

EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO ELÉTRICA:


CAMINHOS DAS MODERNIZAÇÕES DE USINAS HIDRELÉTRICAS

M.F. MENDES* J.A. JARDINI


ITAIPU Binacional Universidade de São Paulo
Brasil Brasil

Resumo – Existem várias formas de implementação de sistemas de automação para usinas


hidrelétricas. De acordo com a tecnologia empregada os sistemas podem ser classificados em três tipos
básicos: convencionais, numéricos e modernos. O artigo apresenta essas tecnologias e resume os avanços
na área nas últimas décadas. Analisando a evolução pode se identificar os requisitos e necessidades, os
próximos desenvolvimentos e as opções para atualizações tecnológicas de usinas hidrelétricas.

Palavras chave: Automação Elétrica – Atualização Tecnológica – Modernização – Usinas Hidrelétricas

1 INTRODUÇÃO

Há décadas é crescente o interesse pela automação dos processos industriais. O setor elétrico tem
acompanhado essa tendência. A automação elétrica foi introduzida com sucesso há mais de 30 anos, mas
hoje em dia os sistemas de automação são completamente diferentes dos iniciais.
Basicamente o sistema de automação deve ter funcionalidades para as atividades de operação, de forma
confiável, eficiente e segura, assim como funcionalidades de suporte às atividades de manutenção. Ele deve
atender aos requisitos do processo e gerenciar os recursos necessários.
Este trabalho resume a evolução histórica dos sistemas de automação elétrica. São apresentadas as principais
características de cada uma das tecnologias empregadas, bem como as maiores diferenças entre elas. Por fim,
é feita uma análise crítica que permite apontar a tendência da evolução e prever os próximos passos. Com
esse estudo pretende-se dar subsídios para os processos de atualizações tecnológicas de usinas hidrelétricas,
como o que a Usina Hidrelétrica de ITAIPU (UHI) está passando.
O entendimento da evolução é importante para investigar, planejar e avaliar os custos e benefícios das
modernizações de usinas. Nesses processos é necessário elaborar critérios e diretrizes para as atualizações
tecnológicas, que se baseiam na tecnologia instalada e na nova tecnologia.
Na UHI existem sistemas de automação convencionais concomitantes com sistemas numéricos. Está se
estudando a substituição desses por sistemas de automação modernos, para manter ou melhorar o
fornecimento de energia e a disponibilidade, aumentar a confiabilidade, diminuir os riscos e minimizar os
custos operacionais. As evoluções apresentadas no artigo mostram características dos sistemas de automação
instalados na UHI e apontam as características dos futuros sistemas.

* Usina Hidrelétrica de Itaipu – Div. de Eng. Eletrônica e Sistemas de Controle - ENES.DT – mmendes@itaipu.gov.br
2 EVOLUÇÃO DA AUTOMAÇÃO ELÉTRICA

Os sistemas de automação elétrica evoluíram muito nos últimos anos. O principal motivo foi o
desenvolvimento da tecnologia associada: dispositivos eletrônicos, computadores e equipamentos de rede
cada vez mais rápidos, com maiores capacidades de processamento e memória e mais baratos.
Outra razão da evolução é a mudança constante do que os usuários esperam do sistema de automação [14].
Inicialmente eles queriam apenas supervisionar e controlar. Em seguida tornou-se necessário o
gerenciamento de alarmes e controle avançado. Depois houve a necessidade de documentação da produção e
de interface com os sistemas administrativos e gerenciais. Um dos maiores desafios relacionados a essas
necessidades é projetar os sistemas de automação com as novas funções sem deixar a complexidade crescer
demasiadamente.
No início, os sistemas de automação eram baseados em relés eletromecânicos interligados com muitos fios.
Antes dos computadores, os operadores observam os instrumentos analógicos e lâmpadas e faziam o controle
manualmente, através de chaves e botoeiras. Com o advento dos microprocessadores, a implementação dos
circuitos lógicos tornou-se programável e simples e também mudou a forma de operação, possibilitando o
uso de computadores como interface. O Controlador Lógico Programável (CLP) foi um grande avanço para
automação industrial, que também se aplicou nas empresas de eletricidade.
A evolução seguinte foi com relação ao uso de redes de comunicação. Primeiro foram instaladas redes no
nível de estação para supervisão e controle do processo usando computadores. Depois as redes chegaram ao
nível do bay e de processo, integrando a aquisição de dados e atuação no processo. Hoje em dia a proposta é
utilizar uma única rede interligando os três primeiros níveis do sistema de automação elétrica.
Os sistemas de automação elétrica podem ser classificados de acordo com a tecnologia empregada em:
convencionais, numéricos e modernos. A maior mudança com relação aos equipamentos ocorreu da transição
dos sistemas convencionais para os numéricos. Dos sistemas numéricos para os modernos as principais
mudanças foram na comunicação de dados e conceituais. As Subseções seguintes apresentam as principais
características, diferenças e vantagens desses três tipos de sistemas.
2.1 Sistemas Convencionais

Os sistemas convencionais são baseados em relés eletromecânicos e dispositivos analógicos. Eles utilizam
painéis de controle com chaves mecânicas, botoeiras, instrumentos analógicos, luzes indicativas, etc.
A troca de dados entre os níveis de automação não é completa, restringindo-se aos dados essenciais, e se dá
exclusivamente por cabos dedicados. Cada ponto de informação resulta em um cabo de cobre entre o
equipamento e o dispositivo de controle ou proteção. Assim, existem muitos cabos e borneiras nos painéis.
Por isso, o projeto e os desenhos são complexos e a manutenção é difícil. As modificações também são
árduas. A inclusão de um ponto do processo pode ser uma tarefa complicada, ou até mesmo impossível.
Essa tecnologia, apesar de ainda estar em operação de forma satisfatória em várias usinas antigas, está
completamente obsoleta. A melhoria da qualidade dos serviços e produtos aumenta a demanda por
informações mais precisas e atualizadas (preferencialmente em tempo real) dos processos [12].
Os sistemas convencionais não permitem a troca eficiente de informações. Por outro lado, a tecnologia usada
nos sistemas numéricos atende completamente essa necessidade. Essa tecnologia foi um grande passo na
evolução dos sistemas de automação elétrica e é apresentada na próxima Subseção.
2.2 Sistemas Numéricos

Os sistemas numéricos são baseados em dispositivos digitais microprocessados e em redes de comunicação


de dados no nível de estação e de bay. As implementações dos dispositivos numéricos são similares em
conceito aos convencionais, já que as principais características funcionais são preservadas [8]. A qualidade
tem sido melhorada, entretanto, os princípios estabelecidos há muito tempo continuam sendo usados. As
maiores melhorias são em relação ao desempenho, testes, manutenção e principalmente flexibilidade.

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Nas primeiras aplicações, os dispositivos digitais duplicavam as funções de hardware que eles substituíam
[15]. Em seguida, os sistemas digitais substituíam ou complementavam as funções dos equipamentos
convencionais. Com os anos, as funções foram aumentando e as aplicações se tornaram mais complexas.
Os valores analógicos são convertidos em dados digitais que podem ser processados em computadores [12].
Isto disponibiliza prontamente as informações para várias funções e diminui a complexidade dos sistemas. A
aquisição de dados proporciona visibilidade que não era possível na automação convencional [13].
As aplicações de microprocessadores em automação de usinas e subestações começaram na década de 70. As
primeiras aplicações foram nos sistemas SCADA. Os desenvolvimentos começaram nos EUA e Japão e
depois se espalharam pela Europa e outros locais. A transição efetiva para a tecnologia digital ocorreu entre
as décadas de 1980 e 1990. No final dos anos 1980 havia vários sistemas de controle de subestações com
microprocessadores implementados e instalados [8] [15] [16].
No início da década de 1980 não existiam muitos equipamentos e dispositivos microprocessados no mercado
mundial. A principal razão era a complexidade das questões teóricas, técnicas e econômicas. Elas precisaram
ser resolvidas antes das aplicações com microprocessadores tornarem-se uma prática comum. Acreditava-se
que funções diferentes requeriam hardware com características também diferentes. Por exemplo, as funções
de proteção requeriam hardware de 16 bits enquanto as de aquisição de dados e controle 8 bits [8].
Atualmente, como a complexidade, velocidade e capacidades de processamento e de memória dos
dispositivos aumentaram, tornou-se obscura a distinção entre eles. O número de funções integradas em um
único dispositivo tem se expandido constantemente [16]. Medidores podem fornecer dados de detecção de
faltas e de qualidade de energia. Relés podem fornecer dados de medição bem como dados de registro de
faltas e seqüência de eventos [15]. Para esses dispositivos surgiu o termo Dispositivo Eletrônico Inteligente
(Intelligent Electronic Device - IED) [7]. Agora fica cada vez mais difícil se diferenciar os hardwares.
Outra grande diferença dos sistemas numéricos com relação aos convencionais, é que no lugar de painéis
sinóticos existem Interfaces Humano-Máquina (IHMs) baseadas em telas de computadores, as Interfaces
Gráficas dos Usuários (Graphical User Interface - GUI). Elas se tornaram comuns na década de 1990.
A combinação de dispositivos eletrônicos baseados em microprocessadores, tecnologia de comunicação de
dados e microcomputadores criou a possibilidade de obter mais dados e apresentar mais informações sobre o
sistema de potência e sobre os equipamentos (primários e secundários) usados. Essa combinação proporciona
facilidades praticamente impossíveis na tecnologia anterior. Abaixo são descritas as principais facilidades.
2.2.1 Facilidades dos Sistemas Numéricos

Há melhoria da qualidade das informações [12]. A aquisição de dados pode ser feita em ambientes
complexos e afastados. Os dados são concentrados em um único lugar, facilitando o seu uso para a operação
e minimizando os erros humanos. As informações podem ser disponibilizadas de forma “amigável” através
de tabelas e diagramas, em vários formatos e combinadas com outros dados. O uso de IHM baseada em telas
proporciona uma interface comum. Assim, a idade dos equipamentos não impede o seu uso seguro [6].
A automação de tarefas e a centralização de ações operativas proporcionam um melhor aproveitamento da
capacidade dos equipamentos e otimização do quadro de operadores. Entretanto, a comparação de custos
entre as tecnologias eletromecânica e digital freqüentemente gera controvérsia [16].
Os sistemas numéricos com comunicação serial podem fornecer informações relevantes quando as falhas
ocorrem, para serem usadas em tempo real na operação [10]. Sensores podem ser incluídos para isso. É
possível manter e seguir dados históricos para análise de manutenção [8] [9]. É possível um avanço no uso
de probabilidades. Elas podem ser utilizadas para procedimentos de manutenção, usando informações de
monitoramento e estatísticas de faltas [10]. Técnicas avançadas de manutenção podem ser implementadas.
A manutenção pode ser mudada e melhorada. Ela pode ser feita de acordo com a necessidade, ao contrário
de se utilizar um cronograma [1]. A contínua monitoração das grandezas do processo permite estimar o
melhor momento para intervenção da manutenção, bem como analisar a vida útil dos equipamentos.

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Procedimentos de testes mais elaborados incluindo automonitoramento podem ser implementados [8] [9].
Em sistemas convencionais, os defeitos dos equipamentos são descobertos por trabalho de manutenção ou
pela ocorrência de faltas no sistema de potência. Nos sistemas numéricos, as falhas de hardware ou software
geram alarmes imediatamente. Assim, os operadores podem tomar ações corretivas prontamente.
É possível fazer extrapolações com os dados para prever defeitos potenciais, usando valores definidos que
limitam as situações aceitáveis, e emitir os devidos alarmes. A predição permite a ação corretiva antes que a
falha ocorra [1]. Também é possível usar arquiteturas redundantes e estratégias de reparo que possibilitam
manutenção mais eficiente [8]. Isso proporciona aumento da disponibilidade e melhora a confiabilidade.
Os sistemas são mais flexíveis. Os dispositivos baseados em microprocessadores possibilitam ajustes e trocas
de parâmetros. Relés microprocessados normalmente permitem vários ajustes que podem ser ativados de
acordo com as condições do sistema ou através de uma seleção do operador [1]. Além disso, com os dados
do processo disponíveis digitalmente, é possível o desenvolvimento de algoritmos para diversas funções.
Com o uso de relés microprocessados o espaço necessário foi reduzido por um fator de quatro, assim como o
custo de instalação [1]. Um sistema completo de proteção pode ser fornecido usando alguns relés altamente
integrados. Uma unidade geradora de energia elétrica necessita apenas de dois ou três relés. No tempo dos
relés convencionais, vários painéis ou cubículos cheios de relés caixas-pretas eram necessários [16].
2.3 Sistemas Modernos

Com o desenvolvimento da comunicação serial, os usuários sentiram a necessidade de um protocolo comum.


Porém, os sistemas de automação elétrica eram baseados em padrões não projetados especificamente para
esse fim. A primeira abordagem foi a introdução da família IEC 60870-5 [3]. Em seguida, os protocolos e
normas evoluíram até a padronização dos dados e modelagem orientada por objetos.
No final da década de 70 surgiu a idéia de fazer a aquisição e conversão dos dados próximo aos sensores e
enviá-los por rede. Porém, o compartilhamento dos dados foi prejudicado pelos limites da tecnologia de
comunicação disponível. Hoje essa deficiência foi superada.
Os sistemas atuais, aqui classificados como modernos, têm as características dos sistemas numéricos, usando
hardware comum ao invés de equipamentos dedicados por função. Além disso, eles substituem o cabeamento
de cobre convencional do nível de processo por uma rede de comunicação de dados. Assim, os sistemas de
automação elétrica são totalmente digitais. Isso permite uma nova abordagem da automação. Outro aspecto
que caracteriza a tecnologia é que ela é fortemente baseada em padrões e normas globais convergentes.
Os sistemas de automação modernos herdaram todas as facilidades dos sistemas numéricos descritas na
Subseção anterior. Além disso, agregaram novas vantagens que são apresentadas abaixo.
A inteligência, que já era disponível no nível de bay nos sistemas numéricos, também está presente no nível
de processo. Isso se deve à introdução de sensores, em especial transformadores de instrumentação, e de
atuadores microprocessados. Agora, os IEDs também estão no nível mais baixo do sistema de automação.
Os dispositivos primários (sensores e atuadores) não convencionais possibilitaram o uso redes de
comunicação. Isso causou grandes mudanças com relação aos projetos tradicionais. Essa rede permite uma
nova alocação de funções [10] [2]. Essa é uma característica marcante dos sistemas modernos e não era nem
imaginada no passado. O projeto de intertravamentos e circuitos lógicos deve ser completamente refeito
usando mensagens de rede, eliminando relés auxiliares e cabeamento.
A troca de dados não ocorre apenas entre os elementos funcionais, mas também entre diferentes níveis da
hierarquia funcional. Funções em níveis diferentes podem ser localizados no mesmo dispositivo físico, e ao
mesmo tempo dispositivos físicos diferentes podem trocar dados no mesmo nível funcional.
Nos sistemas convencionais e numéricos, os detalhes específicos da tecnologia do mecanismo eram
trabalhados no nível de bay. Também era exigido grande cuidado com os detalhes das conexões elétricas.
Nos sistemas modernos isso se tornou transparente, não é mais necessário saber detalhes dos mecanismos.

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Há uma redução ainda maior das instalações físicas. O uso de sensores inteligentes ligados em rede, no lugar
dos tradicionais, combinado com proteção e controle digitais permite o projeto de plantas mais compactas.
Ao invés de centenas de cabos, há um par de fibras ópticas a partir de cada dispositivo para os switches [13].
Isso também facilitou muito o processo de configuração do sistema de automação. Nos sistemas numéricos é
necessário se configurar todas as conexões, uma a uma. As informações vindas do processo são identificadas
por números e letras, praticamente aleatórios, sem agrupamento funcional adequado. Já nos sistemas
modernos, todos os nomes são padronizados e definidos no contexto dos sistemas de potência [7]. O serviço
mais pesado de configuração pode ser feito de forma automática, economizando muito tempo e dinheiro.
Modificações em sistemas modernos são muito mais fáceis comparando-se com sistemas convencionais e até
com os numéricos. Mudar uma base de dados é muito mais simples que adicionar cabos. Novos esquemas de
automação podem ser adaptados com pequeno trabalho de projeto. Além disso, o risco de causar interrupção
nesses casos é minimizado pelo uso ferramentas de software e projeto de software modular [9].
Outra grande diferença com relação aos sistemas numéricos, é que nos sistemas modernos o uso de normas e
padrões globais convergentes é marcante. Os novos padrões provêem a capacidade de trocar não apenas
dados, mas também modelos dos componentes do sistema [7]. Eles abrem a capacidade para validar,
identificar, rejeitar e corrigir os dados em tempo real e calibrar remotamente os dispositivos de aquisição de
dados, além de outras aplicações limitadas apenas pela imaginação e esforço dispensado [11].
A norma que tem se destacado é a IEC 61850 [7]. Ela foi projetada sobre tecnologias de redes modernas e
possibilita funcionalidades que não são disponíveis nos protocolos convencionais. A norma IEC 61850 visa
reduzir os custos para projetar, fabricar, instalar, comissionar e operar os sistemas de potência. Ela é a única
norma que cobre a comunicação nos três primeiros níveis do sistema de automação e entre eles [2].
Como em qualquer sistema digital, nos sistemas de automação elétrica modernos os avanços de hardware
estão à frente dos avanços de software [11]. Para conviver com isso, é usado o conceito de software modular
escrito em linguagem de programação de alto nível ou gráfica, que tornam os sistemas independentes do
hardware. Isso é essencial para contornar o problema causado pelo rápido ciclo de inovação que o hardware
é sujeito [9]. Essa abordagem garante compatibilidade de software e hardware e extensão do sistema.
Uma tendência dos sistemas modernos é a utilização de Redes de Longo Alcance (Wide Area Network -
WAN). Vários fornecedores oferecem sistemas com servidores de Internet integrados [16]. Os dados
adquiridos podem ser colocados de forma econômica em uma intranet e distribuídos para vários usuários.
Estações de trabalho clássicas podem ser substituídas por computadores com browsers Internet tradicionais.
Nas tecnologias anteriores, a verificação da Engenharia e conexões durante o Teste de Aceitação em Fábrica
(TAF) e durante o Teste de Aceitação em Campo (TAC) consistiam de muito trabalho manual. Por exemplo,
no TAC pelo menos duas pessoas eram necessárias para checar todas as conexões. Era um trabalho lento e
tedioso. As conexões em rede e a padronização de dados dos sistemas modernos eliminaram esse trabalho.
3 ANÁLISE CRÍTICA

A maioria dos projetos de sistemas de automação elétrica modernos foi elaborada tentando emular as
tecnologias anteriores. O benefício total da nova tecnologia, a moderna, será alcançado apenas se as suas
capacidades plenas forem reconhecidas e utilizadas. O projetista deve se preocupar com a arquitetura geral
do sistema de automação e com a utilização de todos os novos recursos necessários.
Além disso, geralmente o pessoal do setor elétrico tem dificuldade em aceitar novas tecnologias. A razão da
lenta aceitação dos novos sistemas de automação não é limitação da tecnologia atual em atender os
requisitos, mas a resistência dos usuários para novas aplicações sem dominá-las completamente.
O uso de microprocessadores e computadores possibilitou a introdução de novas estratégias de automação
[8]. Os sistemas digitais com comunicação serial facilitam a troca de informação entre todos os níveis,
incluindo os centros de controle. O desafio é adaptação dos aplicativos para realmente se utilizar todas essas
informações [10]. Os softwares devem ser modificados para usar os dados adicionais [1].

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Hoje em dia os distintos equipamentos e sistemas (SCADA, medidores, oscilógrafos, etc.) estão evoluindo
para tecnologias completamente digitais. A tecnologia básica para cada um deles é idêntica e a separação tem
sido imposta apenas por tradição, devido a limitações das tecnologias antigas, e pelas organizações [11].
No passado, para cada tarefa era desenvolvido um dispositivo dedicado [9]. Ele oferecia um desempenho
ótimo para uma tarefa específica. Hoje as funções dos IEDs são determinadas pelos softwares que rodam
neles. Do ponto de vista do hardware, as aplicações diferem principalmente pelo tipo e número de entradas e
saídas. As condições ambientais tanto para os dispositivos de controle como de proteção são os mesmos.
A tendência é que o número de dispositivos independentes deva diminuir, pois cada dispositivo pode
fornecer várias funções [15]. Para otimizar o sistema e reduzir os custos utiliza-se a máxima da integração de
mais e mais funções em menos e menos equipamentos [3]. Isso é a linha seguida nos últimos dez anos [4].
Além disso, menos equipamentos de supervisão e controle se traduz em menos manutenção [6].
Com uma plataforma de dispositivo numérico comum, funções básicas devem ser projetadas apenas uma vez
para toda uma família de equipamentos. Dessa forma, as funções podem ser oferecidas integralmente aos
clientes com um preço melhor, comparando-se quando equipamento adicional dedicado é necessário [4].
As rápidas mudanças tecnológicas e o crescimento da complexidade dos produtos e sistemas demandam um
aumento da parceria entre fornecedores e empresas de energia elétrica, os usuários [9]. O uso da nova
tecnologia, com ferramentas de Engenharia poderosas, leva ao desenvolvimento mais flexível de novas
funções. Fornecedores e usuários trabalhando juntos são capazes de resolver problemas complexos da área.
A tecnologia digital melhorou a disponibilidade e confiabilidade. Estudos teóricos tem mostrado que a
disponibilidade de proteção digital é comparável ao esquema de proteção analógico redundante provendo ao
mesmo tempo alta segurança contra falsa operação [16].
No início da tecnologia digital, havia poucos estudos para comparação e avaliação de algoritmos [8]. Isso era
uma tarefa difícil, pois se utilizavam linguagens de montagem devido à necessidade de execução em tempo
real. Acreditava-se que a análise, síntese e avaliação de algoritmos eram problemas chave a serem
resolvidos. Com os anos de experiências e com a facilidade proporcionada pelas linguagens de programação
de alto nível, chegou-se a algoritmos não apenas mais eficientes, mas também com alta confiabilidade.
Nem todas as mudanças que estão ocorrendo são necessariamente positivas. O aumento do uso de
computadores e redes tornou os sistemas de potência mais vulneráveis ao desligamento devido a problemas
inexistentes antes deles, como ataques de hackers e mau funcionamento dos equipamentos, por exemplo.
O volume de dados aumentou significativamente [1]. Além dos dados medidos, os dispositivos baseados em
microprocessadores fornecem valores calculados, em tempo real ou não, e houve aumento na troca de dados
entre os níveis. Agora é possível operar o sistema de potência mais próximo aos seus limites devido ao
monitoramento e disponibilidade de informações em tempo real dos parâmetros e valores do sistema [10].
Além disso, as LANs e WANs tornaram a informação disponível em toda a empresa. O trabalho manual
ainda feito atualmente, como inspeções e leituras, deve ser feito automaticamente. O acesso aos dados para
operação e diagnóstico é possível a partir de qualquer lugar. O problema é selecionar a informação útil a
partir da grande quantidade de dados disponível. Sistemas especialistas podem auxiliar nessa tarefa [16].
No final da década de 1990 já se acreditava que as vantagens dos sistemas de automação baseados em telas
de computadores são significativamente maiores que as desvantagens [6]. Hoje em dia, com os avanços de
hardware e software as vantagens são ainda maiores. A aceitação da nova interface pelos operadores é
normalmente grande, requerendo pequeno treinamento inicial ou atualização. O treinamento pode ser
realizado facilmente, devido aos recursos computacionais de simulação dos sistemas numéricos.
Com relação aos alarmes, os sistemas de supervisão e controle atuais ainda empregam processamento
determinístico [1]. As prioridades dos alarmes são definidas no projeto e todos eles são processados e
requerem atenção dos operadores. Uma grande perturbação do sistema elétrico pode disparar centenas de
alarmes e eventos, o que torna difícil entender o que realmente aconteceu. Para facilitar a operação deve se
desenvolver processadores de alarmes baseados em regras e sistemas especialistas.

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A manutenção da nova tecnologia é mais simples e mais barata [9]. Sistemas modernos com
automonitoramento podem reduzir consideravelmente a manutenção. Porém, isso requer uma mudança da
filosofia de manutenção [10]. O tempo necessário para se detectar a falha é bem menor, o que permite a
manutenção corretiva ao invés da preventiva e aumenta a confiabilidade. Os testes podem ser facilitados pelo
uso de aplicativos. Entretanto, é necessário um esforço para a seleção de procedimentos de testes ótimos.
Já existem aplicativos para seleção ótima de parâmetros para os IEDs. Porém, esses aplicativos são utilizados
off-line e os parâmetros são alterados pelo pessoal de manutenção. Não há razão para que os ajustes dos relés
não sejam recalculados on-line baseando-se nas modificações das condições do sistema de potência [1].
Esses ajustes poderiam então ser automaticamente carregados nos dispositivos, sem a intervenção humana.
Quando se usa uma nova tecnologia, o primeiro passo é geralmente emular o que era feito antes [5]. Os
projetos atuais são a princípio uma cópia do que era feito com a tecnologia anterior. As maiores mudanças
requerem repensar as aplicações e definir um caminho para as mudanças, o que leva tempo.
Para explorar todos os benefícios da nova tecnologia devem se considerar mudanças na abordagem
tradicional dos sistemas de automação [2] [5]. Especialmente o usuário deve considerar qual funcionalidade
é realmente necessária e quais são os comportamentos dos dispositivos instalados até o momento.
É sabido que separação de dispositivos de controle e proteção é bem definida e rigorosa em quase todas as
concessionárias (e fabricantes) [8] [3]. Entretanto, hoje em dia nas áreas de distribuição e de redes de
alimentação industriais, a tendência é combinar unidades de controle e proteção baseadas em IEDs [16]. Um
dispositivo universal integra todas as funções secundárias da subestação com exceção de medição para
taxação. Provavelmente, essa tendência de integração se estenderá para as áreas de geração e transmissão.
Atualmente as funções de supervisão, controle, automação, proteção e monitoramento são consideradas
como parte integral do sistema secundário e não mais como entidades independentes [4]. Os especialistas
envolvidos nessas atividades devem trabalhar mais próximo do que no passado. A união de atividades e
departamentos tradicionalmente diferentes é uma tendência, tanto para os fabricantes como concessionárias.
Com relação à documentação há eliminação do físico e aumento do digital. O que antes era descrito por
desenhos detalhados e registros dos parâmetros, agora deve ser acompanhado de arquivos de configuração e
diagramas lógicos [13]. O controle da configuração dos IEDs é crítico para uma operação confiável.
Com relação às diferenças de custos, há dificuldade em avaliá-los devido à mudança de filosofia. Como foi
apresentado acima, os sistemas moderno são significativamente diferentes dos projetos convencionais. Essa
dificuldade de avaliação de custos é maior para os softwares. Já a comparação entre os sistemas numéricos e
os modernos pode ser feita mais facilmente devido às suas semelhanças.
Infelizmente, nem todo o desenvolvimento apresentado na teoria dos sistemas modernos está disponível no
mercado mundial. Espera-se que novos dispositivos e equipamentos sejam desenvolvidos, baseados nos
padrões modernos. Além disso, espera-se que existam alternativas de escolha de equipamentos similares
entre fabricantes diferentes, permitindo a tão almejada interoperabilidade.
4 CONCLUSÕES

Existem várias formas de implementação de sistemas de automação para usinas hidrelétricas, com diversas
tecnologias. Os avanços na área nas últimas décadas foram muito grandes, de forma que um sistema de
automação atual, moderno, é completamente diferente dos primeiros, os convencionais.
É importante notar que o processo controlado (a geração hidráulica de energia elétrica) continua sendo
basicamente o mesmo. Os equipamentos primários praticamente não se modificaram, mas houve uma grande
evolução dos equipamentos secundários. Essa evolução continua, motivada pelos requisitos de automação,
tecnologias de hardware e software disponíveis e necessidades dos usuários, cada vez mais exigentes.
Para que essa evolução tenha efeito prático, são necessárias mudanças na abordagem tradicional de
Engenharia e aplicação do sistema de automação elétrica. Deve ocorrer uma mudança de filosofia dos novos
sistemas para se utilizar plenamente os recursos atualmente disponíveis. Para isso é imprescindível educação
nessa área tanto para as concessionárias como para os fabricantes.
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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