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1.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DIRETA E INDIRETA


TITULARIDADE = OUTORGA

EXECUÇÃO = DELEGAÇÃO

Administração pública direta ou centralizada (Decreto-lei 200/67): É a situação em que a


função administrativa é exercida pela própria pessoa política (U, E, M, DF).

1.1. Administração pública indireta e descentralizada: É a situação em que a função


administrativa é exercida por pessoas distintas do Estado, isso se dá por meio da
transferência da titularidade do serviço público. Outorga para os seguintes entes:

1.1.1. AUTARQUIAS: são pessoas jurídicas de direito público criadas por lei, com
privilégios administrativos para prestação de serviços públicos típicos, ex. INSS,
banco central, CADE (conselho de defesa econômica). Não existe subordinação
hierárquica entre a autarquia e a entidade que a criou, há mera vinculação
(controle finalístico).

1.1.2. AGÊNCIAS REGULADORAS: (ANS, ANP, ANVISA, ANAC, ANCINE, ANEEL, etc.) são
autarquias sob regime especial, os dirigentes possuem mandato fixo (geralmente
coincidente com o Presidente da República), e poder normativo na suas respectiva
área.

1.1.3. EMPRESAS PÚBLICAS: são pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas por lei,
sem privilégios administrativos para prestação de serviço público típico ou
exploração de atividade econômica, com capital 100% público e sob qualquer
forma (S.A., Ltda.), exemplos: CORREIOS, INFRAERO, CEF.

1.1.4. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: são pessoas jurídicas de direito privado,


autorizadas por lei, sem privilégios administrativos, para a prestação de serviços
públicos típicos ou exploração de atividades econômicas, com capital público e
privado em sua constituição (tendo a maioria do capital obrigatoriamente público)
sob a forma exclusiva de S.A., exemplo: Petrobras, Banco do Brasil. OBS: O regime
jurídico das empresas públicas e sociedades de economia mista é híbrido, em
regra aplicam-se as normas de direito privado sendo derrogadas pelas normas de
direito público naquilo que a lei e a Constituição dispuserem, p. ex., concurso
público, licitação, controle do tribunal de contas.

1.1.5. FUNDAÇÕES: existem autores que a consideram como de direito público e outros
como de direito privado, grande parte da doutrina se inclina a dizer que as
fundações se aproximam das autarquias. Ex. FUNAI.

1.1.6. CONSÓRCIOS PÚBLICOS: quando constituídos como pessoas jurídicas de direito


público são entes da administração indireta (ver aula de serviço público).
1.2. Entidades paraestatais ou do 3º setor: são entidades que caminham
paralelamente ao Estado e atuam em colaboração com este, são todas pessoas
jurídicas de direito privado. Ex., serviços sociais autônomos (SESI, SENAI),
organizações sociais (OSCIP’S – organização da sociedade civil com interesse
público).

2. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO (art. 37, § 6º, CF)


CF, art. 37, §6º: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável no caso de dolo ou culpa.

A responsabilidade civil do Estado é aquela que impõem ao poder público o dever de


compor os danos causados a terceiros pelos agentes públicos no exercício de suas funções ou
a pretexto de exercê-las.

2.1. Teorias

2.1.1. Teoria da Irresponsabilidade: o Estado nunca responde pelos danos causados a


terceiros, NÃO é aplicado no Brasil.

2.1.2. Teoria da Responsabilidade Subjetiva: Para o direito administrativo esta teoria é


aplicada apenas na hipótese de omissão. É preciso ter dano, omissão, nexo causal
e prova da culpa por meio da omissão. ESTA TEORIA É APLICADA NO BRASIL NO
CASO DE OMISSÃO.

2.1.3. Teoria da Responsabilidade Objetiva: tem que haver dano, ação e nexo causal.
Comporta duas modalidades: o risco integral (o Estado responde sempre, inclusive
nas hipóteses de caso fortuito, força maior e culpa exclusiva da vítima) e o risco
administrativo (o Estado responde sempre, exceto nas hipóteses de caso fortuito,
força maior e culpa exclusiva da vítima). O Estado tem ação de regresso contra o
agente público causador do dano. ESTA É A TEORIA APLICADA NO BRASIL.

OBS1: Nos casos de concessionários e permissionários de serviços públicos a responsabilidade


será objetiva do risco administrativo apenas quando se tratar de usuário direto do serviço,
exemplo clássico, acidente de transporte público quando se tratar de usuário direto o Estado
responde subsidiariamente, primeiro a concessionária e depois o Estado; quando se tratar de
usuário indireto aplica-se o direito civil comum.
Órgãos??

3. AGENTES PÚBLICOS (arts. 37 a 41, CF; Lei 8.112/90)


Os AGENTES PÚBLICOS são todas as pessoas físicas que se vinculam à Administração
Pública, ou seja, prestam serviços ao Estado.

Classificam-se em agentes políticos, servidores públicos e particulares em colaboração


com o Poder Público.

I. Agentes políticos: Os AGENTES POLÍTICOS são aqueles que ingressam na


função por meio das eleições para o exercício de mandato fixo, ex., presidente, governador,
ministro de estado, secretário de estado. São servidores públicos com a diferença de não
possuírem vitaliciedade, estabilidade.

II. Servidores públicos: Os SERVIDORES PÚBLICOS são divididos em três classes:

a- Estatutários: são aqueles que ocupam cargos públicos sob regime jurídico
estatutário, prestam concurso público e se tornam efetivos após três anos de
efetivo exercício (CF, art. 41). Exceção juízes e promotores tem estagio probatório
de dois anos, quando adquirem vitaliciedade.

CF, Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o
eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

b- Empregados públicos: são os titulares de emprego público, contratados pela CLT,


são funcionários das autarquias. Prestam concurso público, mas são regidos pela
CLT e não adquirem estabilidade.

c- Temporários (CF, art. 37, IX): são aqueles contratados por tempo determinado em
razão de necessidade excepcional de interesse público, ex. agentes da dengue.

CF, Art. 37, IX. A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender
a necessidade temporária e excepcional interesse público.
III. Particulares em colaboração com o Poder Público: são pessoas físicas que
prestam serviços ao Estado, com ou sem remuneração, sem vínculo empregatício, ex.,
leiloeiros, tradutores, jurados, mesários, empregados das concessionárias.

3.1. Perda do Cargo: o estável pode perder o cargo nas seguintes hipóteses:

 Sentença judicial com trânsito em julgado;

 Processo administrativo que lhe seja assegurada a ampla defesa;

 Avaliação negativa de desempenho (ocorrem após o estágio probatório, não está


regulamentada pelo estatuto do servidor público);

 Diminuição de despesas com pessoal (art. 169, CF)

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo
fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios adotarão as seguintes providências:
I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
II – exoneração dos servidores não estáveis.

OBS1: Cargos em comissão são os de livre nomeação e exoneração, servem para as funções de
direção, chefia ou assessoramento.

3.2. Acessibilidade: Os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros, natos ou


naturalizados e aos estrangeiros na forma da lei. Em relaçao aos professors atentar
para o disposto nos artigos 206, p.único, CF e art. 5º, §3º e na lei 8.112/90.

CF, Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:


I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – aptidão física e mental.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em
lei.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscreverem em concurso
público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que
são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas
oferecidas no concurso.
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover
seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os
procedimentos desta Lei.

CF, Art. 206, Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados
profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de
seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
3.3. Acumulação de cargos públicos: É vedada a acumulação de cargos públicos,
exceto se houver compatibilidade de horários e nas seguintes hipóteses:

 Dois cargos de professor, desde que os horários sejam compatíveis;

 Um cargo de professor com outro técnico ou científico (de nível superior);

 Dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde com profissões


regulamentadas, ex., médico, dentista, enfermeiro;

3.4. Exercício de mandato eletivo (CF, art. 38): Não é vedado o exercício de mandato
eletivo por parte do servidor. As regras são:

a) Prefeito: Se o servidor público se candidatar a prefeito e é eleito deve se afastar do


cargo e pode optar entre a remuneração de servidor e o subsídio de prefeito;

b) Vereador: caso não haja incompatibilidade de horários ele pode acumular a


remuneração de servidor com o subsídio de vereador, do contrário segue a regra de
prefeito;

c) Demais cargos (deputados, governador, senador, etc.): não pode optar, nem
acumular, ou seja, ele é servidor e ganha eleição para deputado federal, não poderá
acumular os cargos.

CF, Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício
de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, sera aplicada a norma do inciso anterior;
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo
de serviço sera contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão
determinados como se no exercício estivesse.

3.5. DIRREITOS E VANTAGENS (art. 40 a 115, lei 8.112/90)

Diferença entre subsídio, vencimento e remuneração:

a) Subsídio é o pagamento em parcela única que serve para os agentes políticos,


então prefeito, governador recebem subsídio.

b) Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício do cargo com valor


fixado em lei.
c) Remuneração é o vencimento acrescido das vantagens. As vantagens são as
indenizações, gratificações e adicionais.

As vantagens são as indenizações e as gratificações adicionais.

3.6. FORMAS DE PROVIMENTO (Art. 8º a 39, Lei 8.112/90):

Provimento é a forma pela qual o servidor ingress no cargo pode se dar por:

a) NOMEAÇAO: é a forma de provimento originária que se dará em caráter efetivo ou em


comissão (15 dia para a posse e 30 dias para entrar em exercício);

b) PROMOÇÃO: é a forma de provimento em que o servidor passa para um cargo de


maior grau de responsabilidade dentro da carreira;

c) READAPTAÇÃO: é a investidura do servidor em cargo de atribuições compatíveis com


a limitação que ele tenha sofrido em sua capacidade física ou mental (LIGADO À
ACIDENTE)

d) REVERSÃO: é o retorno do servidor aposentado por invalidez quando forem


declarados insubsistentes os motivos de sua aposentadoria, pode ser também no
interesse da Administração (LIGADO À APOSENTADORIA);

e) REINTEGRAÇÃO: é a reinvestidura do servidor ao cargo anteriormente ocupado


quando for invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com o
ressarcimento de todas as vantagens.

f) RECONDUÇÃO: retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorre


em razão de: 1º) inabilitação em estágio probatório relativo à outro cargo; 2º)
reintegração do anterior ocupante;

g) APROVEITAMENTO: retorno do servidor colocado em disponibilidade para o cargo de


atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado;

CF, Art. 41, § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.

CF, Art. 41, § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.

h) REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO: não são formas de provimento. Remoção e


redistribuição não são formas de provimentos, remoção é redistribuição não são
formas de provimento. REDISTRIBUIÇÃO é técnica para adequar o quadro da
Administração às reais necessidades do serviço. REMOÇÃO é deslocamento do
servidor para exercer suas atividades em outra localidade a pedido ou de ofício;
i) VACÂNCIA: consiste em hipóteses em que o servidor desocupa o seu cargo tornando-o
passível de ser ocupado por outra pessoa. São hipóteses:

I- demissão é a punição por falta grave (arts. 127 e 132 da lei 8.112/90);

Lei 8.112/90, Art. 127. São penalidades disciplinares:


I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V – destituição de cargo em comissão;
VI – destituição de função comissionada.

Lei 8.112/90, Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
I – crime contra a administração pública;
II – abandono de cargo;
III – inassiduidade habitual;
IV – improbidade administrativa;
V – incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
VI – insubordinação grave em serviço;
VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa
própria ou de outrem;
VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX – revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
XI – corrupção;
XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
XIII – transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

II- exoneração (pode ser a pedido do interessado ou de ofício para os cargos em


comissão ou quando não satisfeitas as condições para o estágio probatório);

III- promoção;

IV- readaptação;

V- falecimento;

VI- aposentadoria (art.40, CF)

CF, Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:
I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa
ou incurável, na forma da lei;
II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição;
III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no
serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições:
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos
de idade e trinta de contribuição, se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher,
com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão
exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria
ou que serviu de referência para a concessão da pensão.
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos
regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos
definidos em leis complementares, os casos de servidores:
I – portadores de deficiência;
II – que exerçam atividades de risco;
III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou
integridade física.
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em
relação ao disposto no § 1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamente tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio.
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de
previdência previsto neste artigo.

4. PRINCÍPIOS

4.1. CONSTITUCIONAIS (art. 37, CF)

CF, art. 37: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e [...].

L egalidade

I mpessoalidade

M oralidade LIMPE

P ublicidade

E ficiência

b) Legalidade: significa que o administrador público só pode fazer aquilo que a lei
determina ou autoriza.
c) Impessoalidade: este princípio significa que o administrador público não pode se
beneficiar e nem prejudicar pessoas determinadas. É este princípio que veda a
promoção pessoal do administrador público quando da inauguração de obras e
serviços (proibição de nomes e símbolos).

d) Moralidade: significa que o administrador público deve atuar dentro de padrões


éticos.

e) Publicidade: significa que os atos administrativos devem ser amplamente


divulgados (salvo hipóteses de interesse público ou segurança nacional).

f) Eficiência (EC 19): significa que o administrador público deve sempre buscar o
melhor resultado visando o interesse público, o bem comum.

4.2. ESSÊNCIAIS

a) Legalidade: o administrador público somente pode fazer o que a lei determina.

b) Supremacia do interesse público sobre o privado: significa que às vezes para


satisfazer o interesse público será onerado o interesse privado. Exemplo:
desapropriação.

4.3. OUTROS (lei 9.784/99)

a. Razoabilidade: significa que o administrador público deve atuar de forma compatível


com os fins que ele deseja atingir. (proporcionalidade é aplicação de pena compatível);

b. Motivação: é a explicitação das razões de fato e de direito que servem de fundamento


para o ato;

c. Autotutela (Súmula 473, STF)

STF, Súmula 473: A administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que
os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.

Ilegalidade – anulação – ex tunc – poder judiciário ou administração – discricionário ou


vinculado.

Inconveniência – revogação – ex nunc – só a administração – só ato discricionário.

Ato discricionário: é aquele praticado com margem de liberdade outorgada pela lei ao
administrador público para que ele dentro de critérios de oportunidade e conveniência possa
escolher a alternativa mais adequada diante do caso concreto. Exemplo: auto de infração.
Pode ser anulado ou revogado.

Ato vinculado: é aquele que a lei disciplina exaustivamente como ele deve ser. Exemplo:
licença. O ato vinculado só pode ser anulado.

Oportunidade e conveniência = mérito do ato administrativo.

O Poder judiciário exerce controle apenas limitado (legalidade) sobre os atos da


administração pública. O Administrador Público exerce controle de legalidade e o controle de
mérito.

A Súmula 473 STF diz que a administração pública pode anular os seus próprios atos
quando eivados de vícios que os tornem ilegais porque deles não se originam direitos ou
revogá-los por motivos de oportunidade e conveniência respeitados os direitos adquiridos e
ressalvados a todos os casos a apreciação judicial.

5. PODERES ADMINISTRATIVOS

I. Poder normativo: é aquele de que dispõe o administrador público para expedir


atos veiculadores de normas. Exemplo: decretos, regulamentos, resoluções.

II. Poder hierárquico: é aquele de que dispõe o administrador público para distribuir
e escalonar as funções de seus órgãos e agentes. Desse poder decorrem
faculdades como: fiscalizar atribuições dos subordinados; orientar; distribuir;
avocar (chamar para s).

III. Poder disciplinar: é aquele de que dispõe o administrador público para punir
internamente a conduta funcional de seus servidores e demais pessoas sujeitas a
disciplina administrativa (licitantes e contratados).

IV. Poder de Polícia: (art. 78 CTN) é aquele que o administrador público se utiliza para
restringir e condicionar o uso e gozo de bens, direitos e atividades individuais em
benefício da coletividade ou do próprio Estado. Exemplo: rodízio de veículos,
multa de trânsito, estabelecimento lacrado.

CTN, art. 78: Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
5.1. ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA

3.1.1 Discricionariedade;

3.1.2 Autoexecutoriedade: é a possibilidade que o administrador público tem de com


seus próprios meios por em execução as suas decisões sem a necessidade de
recorrer ao judiciário;

3.1.3 Coercibilidade: é a possibilidade da utilização de medidas coativas diante da


resistência do particular.

6. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


1. Conceito e abrangência

A Administração Pública sujeita-se a controle por parte dos Poderes Legislativo e


Judiciário, além de exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos.

Embora o controle seja atribuição estatal, o administrado participa dele à medida


que pode e deve provocar o procedimento de controle, não apenas na defesa de seus
interesses individuais, mas também na proteção do interesse coletivo.

A Emenda Constitucional nº 19/98 inseriu o § 3º no artigo 37, prevendo lei que


discipline as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta: é o
chamado controle popular. Essa lei ainda não foi promulgada.

Atualmente, uma instituição que desempenha importante papel no controle da


Administração Pública é o Ministério Público. Além da tradicional função de denunciar
autoridades públicas por crimes no exercício de suas funções, ainda atua como autor da ação
civil pública, seja para defesa de interesses difusos e coletivos, seja para repressão à
improbidade administrativa.

O controle abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais e, em certa medida,


dos inconvenientes ou inoportunos.

Com base nesses elementos, Maria Sylvia Zanella di Pietro conceitua o controle da
Administração Pública como o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os
órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a
conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento
jurídico.

2. Espécies

Vários critérios existem para classificar as modalidades de controle.


Quanto ao órgão que o exerce, o controle pode ser administrativo, legislativo ou
judicial.

Quanto ao momento em que se efetua, pode ser prévio, concomitante ou


posterior. Exemplo de controle prévio é a previsão constitucional de necessidade de
autorização ou aprovação prévia do Congresso Nacional para determinados atos do Poder
Executivo (art. 49, II, III, XV, XVI e XVII; art. 52, III, IV e V). Exemplo de controle concomitante é
o acompanhamento da execução orçamentária pelo sistema de auditoria. Exemplo de controle
posterior é a anulação de um ato administrativo ilegal.

O controle ainda pode ser interno ou externo. É interno o controle que cada um dos
Poderes exerce sobre seus próprios atos e agentes. É externo o controle exercido por um dos
Poderes sobre o outro, como também o controle da Administração Direta sobre a Indireta.

A Constituição Federal prevê o controle externo a cargo do Congresso Nacional, com


o auxílio do Tribunal de Contas (art. 71) e o controle interno que cada Poder exercerá sobre
seus próprios atos (arts. 70 e 74). No artigo 74 é prevista a responsabilidade solidária dos
responsáveis pelo controle quando, ao tomarem conhecimento de irregularidade, deixarem de
dar ciência ao Tribunal de Contas.

O controle ainda pode ser de legalidade ou de mérito, sendo que o primeiro pode
ser exercido pelos três Poderes, enquanto o segundo cabe à própria Administração.

3. Controle administrativo

3.1. Conceito e alcance

Controle administrativo é o poder de fiscalização e correção que a Administração


Pública (em sentido amplo) exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e
mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação. Na esfera federal esse controle é
denominado supervisão ministerial pelo Decreto-lei 200/67. Abrange os órgãos da
Administração Direta ou centralizada e as pessoas jurídicas que integram a Administração
Indireta ou descentralizada.

O controle sobre os órgãos da Administração Direta é um controle interno e decorre


do poder de autotutela que permite à Administração Pública rever os próprios atos quando
ilegais, inoportunos ou inconvenientes, sendo amplamente reconhecido pelo Poder Judiciário
(Súmulas 346 e 473 do STF).

3.2. Recursos administrativos

3.2.1. Conceito e alcance


Recursos administrativos são todos os meios que podem utilizar os administrados
para provocar o reexame do ato pela Administração Pública. Podem ter efeito suspensivo ou
devolutivo. No silêncio da lei, o recurso tem apenas efeito devolutivo.

Segundo Hely Lopes Meirelles, o recurso administrativo com efeito suspensivo


produz de imediato duas conseqüências: o impedimento da fluência do prazo prescricional e a
impossibilidade jurídica de utilização das vias judiciárias para ataque do ato pendente de
decisão administrativa.

A Constituição de 1967, no artigo 153, § 4º, previa a possibilidade de a lei instituir a


exaustão das vias administrativas como condição para propositura da ação judicial. Essa
possibilidade não foi repetida na Constituição de 1988, que exige apenas a ocorrência de lesão
ou ameaça a direito (art. 5º, XXXV).

No recurso sem efeito suspensivo, o ato, ainda que possa vir a ser corrigido pela
própria autoridade administrativa, produz lesão a partir do momento em que se torna
exeqüível; a prescrição começa a correr e o interessado pode propor ação judicial
independentemente da propositura ou não de recurso administrativo.

Os recursos administrativos têm duplo fundamento constitucional: artigo 5º, incisos


XXXIV e LV. O inciso XXXIV estabelece o direito de petição, enquanto o inciso LV assegura o
contraditório e a ampla defesa.

Como a Constituição assegura o direito de petição independentemente do


pagamento de taxas, não mais têm fundamento as normas legais que exigem a chamada
“garantia de instância” para interposição de recursos administrativos, ou seja, o depósito de
quantias em dinheiro como condição para decisão do recurso.

3.2.2. Modalidades

Dentro do direito de petição há inúmeras modalidades de recursos administrativos, a


saber:

Representação – É a denúncia de irregularidades feita perante a própria


Administração. Está disciplinada pela Lei 4.898/65, quando se tratar de representação contra
abuso de autoridade. É dirigida à autoridade superior que tiver competência para aplicar ao
culpado a respectiva sanção, bem como ao órgão do Ministério Público que tiver competência
para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada.

A Constituição Federal prevê um caso específico de representação perante o Tribunal


de Contas, no artigo 74, § 2º, aberto a qualquer cidadão, partido político, associação ou
sindicato.
Reclamação administrativa – Prevista no Decreto 20.910/32, é a oposição solene,
escrita e assinada, contra ato ou atividade pública que afete direitos ou interesses legítimos do
reclamante. Extingue-se em um ano o direito de reclamar, se outro prazo não for fixado em lei.

Pedido de reconsideração – É aquele pelo qual o interessado requer o reexame do ato


à própria autoridade que o emitiu. Está previsto no artigo 106 da Lei 8112/90. Só pode ser
formulado uma vez. Exige argumentos novos.

Recurso administrativo ou hierárquico – É o pedido de reexame do ato dirigido à


autoridade superior à que o proferiu. Só podem recorrer os legitimados, que, segundo o artigo
58 da Lei federal 9784/99, são: I – os titulares de direitos e interesses que forem parte no
processo; II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão
recorrida; III – organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses
coletivos; IV – os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. Pode-se, em
tese, recorrer de qualquer ato ou decisão, salvo os atos de mero expediente ou preparatórios
de decisões.

O recurso hierárquico tem sempre efeito devolutivo e pode ter efeito suspensivo, se
previsto em lei. Atente-se que, se cabe recurso administrativo com efeito suspensivo e esse for
interposto, é vedada a impetração de mandado de segurança, conforme estabelece o art. 5º, I
da Lei federal 1533/51, que regula o mandado de segurança, até que seja decidido.

O recurso hierárquico pode ser voluntário ou de ofício.

Na decisão do recurso, o órgão ou autoridade competente tem amplo poder de


revisão, podendo confirmar, desfazer ou modificar o ato impugnado. Entretanto, a reforma
não pode impor ao recorrente um maior gravame (reformatio in pejus).

Pedido de revisão – É o recurso utilizado pelo servidor público punido pela


Administração, visando ao reexame da decisão, no caso de surgirem fatos novos suscetíveis de
demonstrar a sua inocência. Pode ser interposto pelo próprio interessado, por seu procurador
ou por terceiros, conforme dispuser a lei estatutária. É admissível até mesmo após o
falecimento do interessado.

3.3. Coisa julgada administrativa

Quando inexiste, no âmbito administrativo, possibilidade de reforma da decisão


oferecida pela Administração Pública, está-se diante da coisa julgada administrativa. Esta não
tem o alcance da coisa julgada judicial, porque o ato jurisdicional da Administração Pública é
tão-só um ato administrativo decisório, destituído do poder de dizer do direito em caráter
definitivo. Tal prerrogativa, no Brasil, é só do Judiciário.
A imodificabilidade da decisão da Administração Pública só encontra consistência na
esfera administrativa. Perante o Judiciário, qualquer decisão administrativa pode ser
modificada, salvo se também essa via estiver prescrita.

Portanto, a expressão “coisa julgada”, no Direito Administrativo, não tem o mesmo


sentido que no Direito Judiciário. Ela significa apenas que a decisão se tornou irretratável pela
própria Administração.

3.4. Prescrição administrativa

Por um lado, a prescrição administrativa designa a perda do prazo para recorrer de


decisão administrativa; por outro, significa a perda do prazo para que a Administração reveja
os próprios atos. Indica também a perda do prazo para aplicação de penalidades
administrativas.

Na ausência de lei específica estabelecendo prazo para recorrer, aplica-se, na esfera


federal, a Lei 9.784/99, que disciplina o processo administrativo no âmbito da Administração
Pública Federal. O artigo 59 estabelece que “salvo disposição legal específica, é de dez dias o
prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação
oficial da decisão recorrida”. Nada impede, porém, que a Administração conheça de recursos
extemporâneos, desde que constate assistir razão ao interessado.

No silêncio da lei, o prazo para que a Administração reveja os próprios atos, com o
objetivo de corrigi-los ou invalidá-los, é o mesmo em que se dá a prescrição judicial. Na esfera
federal, o artigo 54 da Lei 9.784/99 prevê que “o direito da Administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo se comprovada má-fé.”

Com relação aos prazos para punir, são fatais para a Administração. Na esfera federal,
prescreve em 180 dias a pena de advertência, em dois anos a de suspensão e em cinco anos as
de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em
comissão (art. 142 da Lei 8.112/90).

Quando se trata de punição decorrente do exercício do poder de polícia, a Lei 9.873/99


estabelece prazo de prescrição de cinco anos, contados da data da prática do ato ou, no caso
de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

Em caso de paralisação do procedimento administrativo de apuração de infração, por


período superior a três anos, também incide a prescrição, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade funcional decorrente da paralisação. Se o fato objeto da ação punitiva da
Administração for crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na ação penal.

3.5. O silêncio da Administração Pública


Quando a Administração deixa de se pronunciar sobre um pedido que lhe é
apresentado pelo administrado na defesa de seus interesses, tem-se o silêncio administrativo,
que é um fato jurídico.

A falta de pronunciamento dentro do prazo fixado pode significar deferimento ou


indeferimento do pedido e concordância ou oposição ao ato controlado.

Se não existir prazo para a manifestação da Administração e o silêncio persistir, o


interessado deve buscar a satisfação de seu direito perante o Judiciário. Este decidirá em favor
do interessado se entender que entre o seu pedido e a data da invocação da tutela judicial
decorreu um prazo razoável, isto é, um período de tempo suficiente para que a Administração
se pronunciasse sobre o pedido.

A omissão da Administração deve acarretar a responsabilização do servidor negligente,


bem como a responsabilização da Administração, nos termos do artigo 37, § 6º da CF, quando
causar dano ao administrado.

4. Controle legislativo

4.1. Alcance

O controle que o Poder Legislativo exerce sobre a Administração Pública limita-se às


hipóteses previstas na Constituição Federal. Alcança os órgãos do Poder Executivo, as
entidades da Administração Indireta e o próprio Poder Judiciário, quando executa função
administrativa.

4.2. Controle político

O controle abrange aspectos ora de legalidade, ora de mérito, já que permite a


apreciação das decisões administrativas sob o aspecto inclusive da discricionariedade, ou seja,
da oportunidade e conveniência diante do interesse público.

São hipóteses de controle político:

1. a competência exclusiva do Congresso Nacional e do Senado para apreciar a priori


ou a posteriori os atos do Poder Executivo (art. 49, I, II, III, IV, XII, XIV, XVI e XVII, e art. 52, II, IV,
V e XI); a decisão, nesses casos, expressa-se por meio de autorização ou aprovação contida em
decreto legislativo ou resolução;

2. a convocação de Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente


subordinados à Presidência da República, pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado, bem
como por qualquer de suas comissões, para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto
previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação
(art. 50);
3. o encaminhamento de pedidos escritos de informação, pelas Mesas da Câmara e do
Senado, dirigidos aos Ministros ou a quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à
Presidência da República, que deverão responder no prazo de 30 dias, sob pena de crime de
responsabilidade (art. 50, § 2º);

4. a apuração de irregularidades pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (art. 58,


§ 3º);

5. a competência do Senado Federal para processar e julgar o Presidente e o Vice-


Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e
os Comandantes das Forças Armadas, nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; a
competência para processar e julgar os Ministros do STF, o Procurador-Geral da República e o
Advogado Geral da União, nos crimes de responsabilidade (art, 52, I e II);

6. a competência do Senado para fixar, por proposta do Presidente da República,


limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do DF e dos
Municípios; para dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo
e interno da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, de suas autarquias e demais
entidades controladas pelo Poder Público Federal; para dispor sobre limites e condições para a
concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno (art. 52, VI, VII e
VIII);

7. a competência do Congresso Nacional para sustar os atos normativos do Poder


Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (art.
49, V);

4.3. Controle financeiro

A Constituição disciplina, nos artigos 70 a 75, a fiscalização contábil, financeira e


orçamentária, determinando que essas normas se aplicam, no que couber, à organização,
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do DF, bem como dos
Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.

Quanto à atividade controlada, a fiscalização abrange a contábil, a financeira, a


orçamentária, a operacional e a patrimonial.

Quanto aos aspectos controlados, compreende:

1. controle de legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a


realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
2. controle de legitimidade, que a Constituição tem como diverso da legalidade,
admitindo, assim, exame de mérito (ex; verificar se determinada despesa, embora
legal, atendeu a ordem de prioridade estabelecida no plano plurianual);
3. controle de economicidade, que envolve também questão de mérito, para verificar
se o órgão procedeu, na aplicação da despesa pública, de modo mais econômico
(relação custo-benefício);
4. controle de fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis por
bens e valores públicos;
5. controle de resultados de cumprimento de programas de trabalho e de metas,
expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação
de serviços.
Quanto às pessoas controladas, abrange União, Estados, Municípios, DF e entidades da
Administração Direta e Indireta, bem como qualquer pessoa física ou entidade pública que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

O controle externo compreende as funções de:

1. fiscalização financeira propriamente dita, quando faz inquéritos, inspeções e


auditorias; quando fiscaliza a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União,
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao DF ou a
Município;

2. de consulta, quando emite parecer prévio sobre as contas prestadas anualmente


pelo Presidente da República;

3. de informação, quando as presta ao Congresso Nacional, sobre a fiscalização


contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;

4. de julgamento, quando “julga” as contas dos administradores e demais


responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos e as contas daqueles que derem causa à
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário; embora o dispositivo
fale em “julgar” (art. 71, II), não se trata de função jurisdicional, porque o Tribunal de Contas
apenas examina as contas, tecnicamente, e não aprecia a responsabilidade do agente público,
o que é de competência exclusiva do Poder Judiciário;

5. sancionatórias, quando aplica aos responsáveis, nos casos de ilegalidade de despesa


ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras
cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

6. corretivas, quando assina prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; e quando susta, se não
atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao
Senado;

7. de ouvidor, quando recebe denúncias de irregularidades ou ilegalidades, feita pelos


responsáveis pelo controle interno ou por qualquer cidadão, partido político, associação ou
sindicato, nos termos do artigo 74, §§ 1º e 2º.

No âmbito municipal, o artigo 31 da Constituição prevê o controle externo da Câmara


Municipal, com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município, onde houver.
Pelo § 2º, o parecer prévio emitido pelo órgão competente sobre as contas anuais do Prefeito
só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 dos membros da Câmara Municipal. E o § 3º
determina que as contas dos Municípios ficarão, durante 60 dias, anualmente, à disposição de
qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade,
nos termos da lei. É mais uma hipótese de participação popular no controle da Administração.
5. Controle judicial

5.1. Sistema de unidade de jurisdição

O Direito brasileiro adotou o sistema de jurisdição una, pelo qual o Poder Judiciário
tem o monopólio da função jurisdicional, ou seja, do poder de apreciar, com força de coisa
julgada, a lesão ou ameaça de lesão a direitos individuais e coletivos (art. 5º, XXXV CF/88).
Afastou, portanto, o sistema da dualidade de jurisdição, em que, paralelamente ao Poder
Judiciário, existem os órgãos de Contencioso Administrativo, que exercem, como aquele,
função jurisdicional sobre lides de que a Administração Pública seja parte interessada.

5.2. Limites

O Poder Judiciário pode examinar os atos da Administração Pública, de qualquer


natureza, sejam gerais ou individuais, unilaterais ou bilaterais, vinculados ou discricionários,
mas sempre sob o aspecto da legalidade e da moralidade (art. 5º, LXXIII, e art. 37).

Quanto aos atos discricionários, sujeitam-se à apreciação judicial, desde que não
invadam os aspectos reservados à apreciação subjetiva da Administração, conhecidos sob a
denominação de mérito (oportunidade e conveniência).

Não há invasão do mérito quando o Judiciário aprecia os motivos, ou seja, os fatos que
precedem a elaboração do ato; a ausência ou falsidade do motivo caracteriza ilegalidade,
suscetível de invalidação pelo Poder Judiciário.

Os atos normativos do Poder Executivo, como Regulamentos, Resoluções, Portarias, só


podem ser invalidados pelo Judiciário por via de ADIN, cujo julgamento é de competência do
STF, quando se tratar de lei ou ato normativo federal ou estadual que contrarie a Constituição
Federal; e do Tribunal de Justiça, quando se tratar de lei ou ato normativo estadual ou
municipal que contrarie a Constituição do Estado.

Nos casos concretos, poderá o Poder Judiciário apreciar a legalidade ou


constitucionalidade dos atos normativos do Poder Executivo, mas a decisão produzirá efeitos
apenas entre as partes, devendo ser observada a norma do artigo 97 da Constituição Federal,
que exige maioria absoluta dos membros dos Tribunais para a declaração de
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

Com relação aos atos políticos, é possível também a sua apreciação pelo Poder
Judiciário, desde que causem lesão a direitos individuais ou coletivos.

Quanto aos atos interna corporis , em regra não são apreciados pelo Poder Judiciário,
porque se limitam a estabelecer normas sobre o funcionamento interno dos órgãos; no
entanto, se exorbitarem em seu conteúdo, ferindo direitos individuais e coletivos, poderão
também ser apreciados pelo Poder Judiciário.
5.3. Privilégios da Administração Pública

A Administração Pública, quando é parte em uma ação judicial, usufrui de


determinados privilégios não reconhecidos aos particulares:

1. Juízo privativo. Na esfera federal, é a Justiça Federal; excetuam-se apenas as causas


referentes à falência e as de acidente de trabalho (justiça comum) e as relativas à Justiça
Eleitoral e Justiça do Trabalho. Esse juízo privativo beneficia a União, entidade autárquica ou
empresa pública, excluídas as fundações de direito privado e as sociedades de economia mista.

2. Prazos dilatados. Pelo artigo 188 do CPC, a Fazenda Pública e o Ministério Público
têm prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer. A Lei 9.469/97 estendeu
igual benefício às autarquias e fundações públicas.

3. Duplo grau de jurisdição. O artigo 475, I e II do CPC determina que está sujeita ao
duplo grau de jurisdição, não produzindo efeitos senão depois de confirmada pelo tribunal, a
sentença proferida contra a União, o Estado, o DF, o Municípios e as respectivas autarquias e
fundações de direito público, bem como a que julgar improcedente, no todo ou em parte, os
embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública.

Contudo, pelo artigo 12 da MP nº 2.180-35/2001, “não estão sujeitas ao duplo grau de


jurisdição obrigatório as sentenças proferidas contra a União, suas autarquias e fundações
públicas, quando a respeito da controvérsia o Advogado Geral da União ou outro órgão
administrativo competente houver editado súmula ou instrução normativa determinando a
não-interposição de recurso voluntário”.

4. Processo especial de execução. O artigo 100 da Constituição prevê processo


especial de execução contra a Fazenda Federal, Estadual e Municipal, e que abrange todas as
entidades de direito público,

Esse processo não se aplica aos débitos de natureza alimentícia e aos pagamentos de
obrigações definidas em lei como de pequeno valor.

Conforme o dispositivo constitucional, o Presidente do Tribunal que proferir a decisão


exeqüenda expede ofício precatório à entidade devedora, que fará consignar no seu
orçamento verba necessária ao pagamento dos débitos constantes dos precatórios judiciais
apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, com
atualização monetária.

5. Prescrição qüinqüenal. Nos termos do artigo 1º do Decreto 20.910/32, “as dívidas


passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação
contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em
cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originaram”.

A prescrição qüinqüenal abrange as dívidas passivas das autarquias ou entidades e


órgãos paraestatais criados por lei e mantidos mediante impostos, taxas ou quaisquer
contribuições, exigidas em virtude de lei federal, estadual ou municipal, bem como todo e
qualquer direito de ação contra os mesmos (art. 2º do Dec.-lei 4.597/42).

Embora ambos os dispositivos falem em “todo e qualquer direito ou ação”, não se


aplica a prescrição qüinqüenal quando se trata de ação real, em que o prazo de prescrição é de
10 anos (art. 205 do CC).

6. Pagamento das despesas judiciais. Nos termos do artigo 27 do CPC, as despesas dos
atos processuais efetuados a requerimento do Ministério Público ou da Fazenda serão pagas a
final pelo vencido. O artigo 1º-A da Lei 9.494/97 determina que “estão dispensados de
depósito prévio, para interposição de recurso, as pessoas jurídicas de direito público federais,
estaduais, distritais e municipais”.

7. Restrições à concessão de liminar e à tutela antecipada. A Lei 8.437/92 impede a


concessão de medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em
quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência
semelhante não puder ser concedida em mandado de segurança, em virtude de vedação legal.
Isto significa que a restrição existe quando se tratar de ações que visem obter a liberação de
mercadorias, bens ou coisas de qualquer espécie procedentes do estrangeiro (art. 1º da Lei
2.770/56); nas ações que objetivem pagamentos de vencimentos e vantagens pecuniárias a
servidor (art. 1º, § 4º da Lei 5.021/66), bem como reclassificação ou equiparação de servidores
públicos ou concessão ou aumento ou extensão de vantagens (art. 5º da Lei 4.348/64).

O § 5º do artigo 1º da Lei 8.437/92 impede a concessão de liminar para deferir


compensação de créditos tributários e previdenciários.

Por sua vez, a tutela antecipada contra a Fazenda Pública também sofre restrições. De
acordo com o artigo 1º da Lei 9.494/97, “aplica-se à tutela antecipada prevista nos arts. 273 e
461 do Código de Processo Civil o disposto nos arts. 5º e seu parágrafo único e 7º da Lei
4.348/64, no art. 1º e seu § 4º da Lei 5.021/66, e nos arts. 1º, 3º e 4º da Lei 8.437/92”. O
intuito do legislador é evidente: o de evitar que, diante da vedação de liminar em mandado de
segurança, o interessado se utilize do processo cautelar ou da tutela antecipada para obter o
mesmo resultado.

Outro tipo de restrição é estabelecido quanto à concessão de liminar no mandado de


segurança coletivo e na ação civil pública. A Lei 8.437/92, no artigo 2º, só permite a sua
outorga “após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito pública, que
deverá se pronunciar no prazo de 72 horas”.

Outra medida análoga à já estabelecida para o mandado de segurança (art. 4º da Lei


4.348/64) é a prevista no artigo 4º da Lei 8.437/92, ao atribuir ao presidente do tribunal ao
qual couber o conhecimento do respectivo recurso competência para suspender, em despacho
fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou seus
agentes, a requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica de direito público
interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para
evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.
8. Restrições à execução provisória. Em matéria de mandado de segurança, o artigo
5º, parágrafo único, da Lei 4.348/64, determina que, quando o seu objeto for a reclassificação
ou equiparação de servidores públicos, ou a concessão de aumento ou extensão de vantagens,
a execução do mandado somente será feita depois de transitada em julgado a respectiva
sentença. Vale dizer que não é possível a execução provisória na pendência de recurso, mesmo
este tendo efeito apenas devolutivo.

5.4. Meios de controle

Com base no artigo 5º, XXXV da Constituição, o administrado pode utilizar dos vários
tipos de ações previstos na legislação ordinária, para impugnar os atos da Administração; pode
propor ações de indenização, possessórias, reivindicatórias, de consignação em pagamento,
cautelar, etc. Mas a Constituição prevê ações específicas de controle da Administração Pública,
às quais a doutrina se refere com a denominação de remédios constitucionais, porque têm a
natureza de garantias dos direitos fundamentais.

Os remédios constitucionais são direitos em sentido instrumental, e são garantias


porque reconhecidos com o objetivo de resguardar outros direitos fundamentais.

5.4.1. Habeas corpus

Está previsto no inciso LXVIII do artigo 5º. Só não é cabível em relação a punições
disciplinares militares (art. 142, § 2º). O artigo 5º. LXXVII determina a sua gratuidade.

Os pressupostos para sua propositura são:

1. ilegalidade ou abuso de poder, seja por parte de autoridade pública, seja por parte
de particular;
2. violência, coação ou ameaça à liberdade de locomoção.

5.4.2. Habeas data

Está previsto no inciso LXXII do artigo 5º, estando disciplinado pela Lei 9.507/97, que
acrescentou mais uma hipótese de cabimento ao rol da Constituição: anotação, nos
assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas
justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. (art. 7º, III).

O habeas data tem por objeto proteger a esfera dos indivíduos contra:

a) usos abusivos de registro de dados pessoais coletados por meios fraudulentos,


desleais ou ilícitos;

b) introdução, nesses registros de dados sensíveis (assim chamados os de origem


racial, opinião política, filosófica ou religiosa, filiação partidária e sindical, orientação sexual,
etc);
c) conservação de dados falsos ou com fins diversos dos autorizados em lei.

O habeas data não é garantia do direito à informação previsto no artigo 5º, XXXIII,
visto que cuida de informação relativa à pessoa do impetrante, enquanto o direito à
informação, que se exerce na via administrativa, é mais amplo.

Embora sem fundamento constitucional, o STJ consagrou o entendimento de que não


cabe habeas data se não houver recusa por parte da autoridade administrativa (Súmula nº 2).

5.4.3. Mandado de injunção

Previsto no artigo 5º, LXXI, é cabível quando a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Como é interposto pelo próprio titular do direito, o mandado de injunção exige uma
solução para o caso concreto, e não uma decisão com efeitos erga omnes.

A norma regulamentadora faltante pode ser de natureza regulamentar ou legal e ser


de competência de qualquer das autoridades, órgãos e pessoas jurídicas que compõem os três
Poderes do Estado, inclusive da administração indireta.

A competência para julgamento do mandado de injunção vem definida nos artigos


102, I, q e II, a, e 105, I, h, da Constituição Federal.

5.4.4. Mandado de segurança individual

Está previsto no artigo 5º, LXIX da Constituição e é disciplinado pela Lei 1.533/51.

É a ação civil de rito sumaríssimo pela qual qualquer pessoa pode provocar o controle
jurisdicional quando sofrer lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus nem habeas data, em decorrência de auto de autoridade, praticado com
ilegalidade ou abuso de poder.

Considera-se ato de autoridade todo aquele que for praticado por pessoa investida de
uma parcela de poder público, abrangendo inclusive atos emanados de particulares que ajam
por delegação do Poder Público.

É contra a autoridade responsável pelo ato – chamada autoridade coatora – que se


impetra o mandado de segurança e não contra a pessoa jurídica. Em caso de omissão do Poder
Público, autoridade coatora é a que a lei indica como competente para praticar o ato.
O mandado de segurança pode ser repressivo, quando a lesão já se concretizou, ou
preventivo, quando haja apenas ameaça de lesão.

Direito líquido e certo é aquele comprovado de plano, juntamente com a petição


inicial.

Não cabe mandado de segurança contra lei em tese (Súmula 266 do STF), mas se
admite a impetração no caso de lei de efeito concreto ou de lei auto-executória (que
independe de ato administrativo para aplicar-se aos casos concretos).

5.4.5. Mandado de segurança coletivo

Está previsto no artigo 5º, LXX da Constituição, tendo os mesmos pressupostos do


mandado de segurança individual.

Os partidos políticos podem impetrar mandado de segurança coletivo na defesa de


interesses que extrapolam aos dos seus membros, enquanto as organizações sindicais, as
entidades de classe e as associações podem agir em defesa dos interesses de seus membros
ou associados.

5.4.6. Ação popular

O artigo 5º, LXXIII da Constituição estabelece que qualquer cidadão é parte legítima
para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural.

Cidadão é o brasileiro, nato ou naturalizado, que está no gozo dos direitos políticos, ou
seja, dos direitos de votar e ser votado.

O conceito de patrimônio público abrange, nos termos do artigo 1º da Lei 4.717/65, o


da União, Distrito Federal, Estados, Municípios, entidades autárquicas, sociedades de
economia mista, sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados
ausentes, empresas públicas, serviços sociais autônomos, instituições ou fundações para cuja
criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de 50% do
patrimônio ou da receita anual, empresas incorporadas ao patrimônio da União, Distrito
Federal, Estados e Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas
pelos cofres públicos.

A lesão ou ameaça de lesão pode resultar de ato ou omissão, desde que produza
efeitos concretos; o que não se admite é a ação popular contra a lei em tese, a não ser que
esta seja auto-aplicável ou de efeitos concretos.

O que se pleiteia na ação popular é a anulação do ato lesivo e a condenação dos


responsáveis ao pagamento de perdas e danos ou à restituição de bens ou valores, conforme
artigo 14, § 4º da Lei 4.717/65.
5.4.7. Ação civil pública

A rigor, a ação civil pública não constitui meio específico de controle da Administração
Pública. Contudo, como ela tem como legitimado passivo todo aquele que causar dano a
algum interesse difuso, poderá eventualmente ser proposta contra o próprio Poder Público
quando ele for o responsável pelo dano.

O artigo 129, III da Constituição inclui entre as funções do Ministério Público a


promoção da ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. A disciplina legal da ação civil pública é a
Lei 7.347/85.

Da mesma forma que a ação popular e o mandado de segurança coletivo, a ação civil
pública protege os interesses metaindividuais, os chamados interesses públicos, que abrangem
várias modalidades: o interesse geral, afeto a toda a sociedade; o interesse difuso, pertinente a
um grupo de pessoas caracterizadas pela indeterminação e indivisibilidade; e os interesses
coletivos, que dizem respeito a um grupo de pessoas determinadas ou determináveis.

A proteção do patrimônio público (considerado em sentido amplo, para abranger o


econômico, o turístico, o estético, o paisagístico) pode ser do interesse geral ou pode ser de
um grupo apenas e se faz por meio da ação popular ou da ação civil pública. A proteção do
interesse coletivo, pertinente a uma coletividade determinada, é feita por meio do mandado
de segurança coletivo.

5.4.8. Ação direta de inconstitucionalidade – ADIN

A ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual está


prevista no artigo 102, I, a da Constituição, com competência originária do STF. A Lei 9.868/99
dispõe sobre o seu processo e julgamento, sendo complementada pelo Regimento Interno do
STF (arts. 169 a 178).

Por essa ação ataca-se a lei em tese, ou qualquer outro ato normativo, antes mesmo
de produzir efeitos concretos, e a decisão declaratória de inconstitucionalidade tem eficácia
contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração
Pública. Mas, fundado em razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, o
STF, por maioria de dois terços de seus membros, poderá restringir os efeitos da declaração,
ou dispor que ela só tenha eficácia a partir do trânsito em julgado ou de outro momento que
venha a ser fixado (arts. 27 e 28, parágrafo único, da Lei 9.868/99.

Quanto às leis e atos normativos estaduais e municipais que ofendam a Constituição


Estadual, cabe ao Tribunal de Justiça decidir sobre essa inconstitucionalidade (CF, art. 125, §
2º).
5.4.9. Ação de inconstitucionalidade por omissão

Prevista no artigo 103, § 2º da Constituição, segue, quanto à legitimidade ativa e à


competência, as mesmas regras da ADIN. Não objetiva a prática de determinado ato,
concretamente, como no mandado de injunção, mas sim a expedição de ato normativo
necessário para o cumprimento de preceito constitucional que, sem ele, não poderia ser
aplicado. Cinge-se, pois, à comunicação ao órgão legislativo competente, para que supra a
omissão.

5.4.10. Ação declaratória de constitucionalidade - ADC

A ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, também


prevista no artigo 102, I, a da Constituição, foi introduzida em nosso sistema jurídico pela EC
3/93. É apreciada pelo STF.

Têm legitimidade para propô-la o Presidente da República, a Mesa do Senado, a Mesa


da Câmara e o Procurador-Geral da República. A Lei 9.868/99 dispõe sobre o seu processo e
julgamento.

Os efeitos da ADC são os mesmos da ADIN, por força do parágrafo único da Lei
9.868/99, que também prevê medida cautelar na ação declaratória, consistente na
determinação de que os juízes suspendam o julgamento dos processos que envolvam a
aplicação da lei ou ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo (art. 21).

5.4.11. Argüição de descumprimento de preceito fundamental - ADPF

Este instrumento, previsto no § 1º do artigo 102 da Constituição, é ação destinada a


argüir o descumprimento de preceito fundamental, quando for relevante o fundamento da
controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, inclusive
os anteriores à Constituição, como prevê a Lei 9.882/99, que dispõe sobre o processo e o
julgamento dessa argüição.

A ADPF será proposta perante o STF e pode ter por objeto evitar ou reparar lesão a
preceito fundamental resultante de ato do Poder Público. Ainda de acordo com essa lei,
podem propô-la os legitimados para a ADIN.

No entender de José Afonso da Silva, a expressão preceito fundamental não é sinônima


de princípio fundamental. É mais ampla, abrangendo os princípios fundamentais e todas as
prescrições que dão o sentido básico do regime constitucional, especialmente as designativas
de direitos e garantias fundamentais.
7. ATO ADMINISTRATIVO

Ato administrativo é a declaração do estado ou de quem o represente que produz efeitos


jurídicos imediatos com observância da lei e sob regime jurídico do direito público.

Fato administrativo é aquele que produz efeito no campo do direito administrativo, mas
não gera efeito no campo administrativo, p.ex., a morte de um servidor gera a vacância do
cargo.

Fato da administração é aquele que não gera efeito no campo do direito administrativo,
p.ex., a construção de uma ponte.

7.1. ATRIBUTOS OU CARACTERISTICAS

I- Presunção de legitimidade: os atos administrativos se pressupõem legítimos até


prova em contrário. É uma presunção relativa (júris tantum), ou seja, admite prova
em contrário.

II- Imperatividade ou coercibilidade: o ato administrativo se impõe independente da


vontade do particular ou não.

III- Auto-executoriedade: possibilidade que o administrador público tem de com seus


próprios meios por em execução suas decisões sem necessidade de recorrer ao
judiciário.

IV- Tipicidade: significa que o ato administrativo deve corresponder às figuras


previamente definidas na lei.

7.2. REQUISITOS OU ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO (art. 2º, Lei 4.717/65)

Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior,
nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e).desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do
agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei,
regulamento ou outro ato normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado
obtido;
e) o desvio da finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.

Os requisitos ou elementos são obrigações que o Poder Público tem que cumprir quando
edita um ato administrativo. Para entendermos os requisitos de validade dos atos
administrativos, vamos traçar um paralelo com os requisitos de validade dos atos jurídicos em
geral que está relacionado com as características do ato administrativo. Decorre do previsto no
art. 2º da Lei de ação popular.

a- Sujeito ou competência: aquele a quem a lei atribui a prática do ato.

b- Conteúdo ou objeto: efeito jurídico imediato que o ato deve produzir.

c- Forma: em sentido amplo é a maneira pela qual o ato administrativo se exterioriza, em


sentido estrito, forma são todas as formalidades que o ato deve possuir.

d- Finalidade: em sentido amplo significa satisfazer o interesse da coletividade, é o bem


comum; em sentido estrito, é o resultado específico que o ato deve produzir.

e- Motivo: de fato (o que acontece na vida prática) e de direito (dizer se houve infração a
determinada lei).

7.3. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

7.3.1. Atos Normativos: (normas) são aqueles que contêm um comando geral do
executivo visando a correta aplicação da lei, ex., decretos, regulamentos,
regimentos internos.

7.3.2. Atos Ordinatórios: (disciplina, ordem) são aqueles que visam disciplinar o
funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus servidores, ex.,
portarias, circulares, avisos, ofícios, despachos.

7.3.3. Atos Enunciativos: (declarer) são aqueles que contêm uma declaração do Poder
Público a cerca de determinada questão, ex., certidões, atestados, pareceres.

7.3.4. Atos Negociais: (negócios) são aqueles que disciplinam a cerca dos Negócios
Jurídicos Públicos, ex., a concessão, permissão, licença, autorização.

7.3.5. Atos Punitivos: são aqueles que contêm uma sanção imposta pela Administração,
ex., advertência, multa, embargo, suspensão de atividade, apreensão de coisas.

7.4. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


Quanto à estruturat

A) Ato concreto: se exaure em uma única aplicação. Ex: concessão de férias


B) Ato abstrato: comporta reiteradas aplicações, sempre que apresente a hipótese nele
prevista. Ex.: decreto determinado a punição de quem chega atrasado.

Quanto à margem de liberdade de atuação do agente

Ato discricionário: é aquele praticado com margem de liberdade outorgada pela lei ao
administrador público para que ele dentro de critérios de oportunidade e conveniência possa
escolher a alternativa mais adequada diante do caso concreto. Exemplo: auto de infração.
Pode ser anulado ou revogado.

Ato vinculado: é aquele que a lei disciplina exaustivamente como ele deve ser. Exemplo:
licença. O ato vinculado só pode ser anulado.

Quanto aos destinatários

a) Ato individual: dirigido a destinatário certo, produz efeitos jurídicos no caso concreto.
Ex: nomeação, desapropriação
b) Ato geral: Ex. portaria, decreto

Como conseqüências desta divisão temos:

 Só ato individual pode ser impugnado individualmente; normativos só por ADIN ou


após providência concreta
 Ato normativo prevalece sobre o ato individual
 Ato normativo é revogável; individual deve respeitar direito adquirido.

Quanto às prerrogativas da administração


a) Ato de império: praticado no gozo de prerrogativas da autoridade. Ex.
desapropriação
b) Ato de gestão: praticado sem o uso de prerrogativas públicas, em posição de
igualdadecom o particular. Ex: conntrato de locação de bem imóvel.

7.5. CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS (art. 55, Lei 9.784/99)

Lei 9.784/99, art. 55: Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse
público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.

É ato pelo qual se suprimi o vício existente em outro ato. A convalidação está restrita aos
vícios de sujeito e forma e está ligado ao princípio da segurança jurídica.
7.6. EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Extingue-se o ato administrativo com:

I. Cumprimento dos efeitos;

II. Desaparecimento do sujeito ou objeto;

III. Retirada do mundo jurídico através de:

a. Anulação: ocorre por motivos de ilegalidade, tem competência para anular os atos a
própria Administração Pública e do Judiciário, opera com efeitos ex tunc – retroage até
o momento em que o ato foi editado para eliminar todos os efeitos até então gerado;

b. Revogação: ocorre por motivo de inconveniência e inoportunidade somente em atos


discricionários;

c. Cassação: é a forma de extinção do ato administrativo por meio da retirada que ocorre
quando o beneficiário do ato descumpre condições que deveriam permanecer
atendidas a fim de que ele pudesse continuar desfrutando de uma determinada
situação jurídica, ex., exceder a pontuação da CNH, construir diferente do que está na
planta.

d. Caducidade: é a forma de extinção do ato que ocorre quando há o surgimento de


normas superveniente que torna inadmissível uma situação antes permitida.

e. Contraposição: ocorre quando é emitido ato com fundamento em competência


diversa da que gerou o ato anterior, cujos efeitos lhes são contrapostos, ex.,
nomeação e exoneração.

LEI 9784/99

OS DIAS NA LEI 9784/1999

PARA AQUELES QUE GOSTAM DE “TABELAS”, SEGUE UMA ABAIXO ONDE TEMOS PRAZOS (EM DIAS) PREVISTOS
NA LEI 9784/99.

DIVIRTAM-SE.

PRAZOS TRECHOS DA LEI 9784/99

DIAS ÚTEIS ART. 23. OS ATOS DO PROCESSO DEVEM REALIZAR-SE EM DIAS ÚTEIS, NO HORÁRIO
NORMAL DE FUNCIONAMENTO DA REPARTIÇÃO NA QUAL TRAMITAR O PROCESSO.

05 DIAS ART. 24. INEXISTINDO DISPOSIÇÃO ESPECÍFICA, OS ATOS DO ÓRGÃO OU AUTORIDADE


RESPONSÁVEL PELO PROCESSO E DOS ADMINISTRADOS QUE DELE PARTICIPEM DEVEM SER
PRATICADOS NO PRAZO DE CINCO DIAS, SALVO MOTIVO DE FORÇA MAIOR.
ART. 69. OS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS ESPECÍFICOS CONTINUARÃO A REGER-SE POR LEI
PRÓPRIA, APLICANDO-SE-LHES APENAS SUBSIDIARIAMENTE OS PRECEITOS DESTA LEI.

03 DIAS ART. 26. O ÓRGÃO COMPETENTE PERANTE O QUAL TRAMITA O PROCESSO ADMINISTRATIVO
DETERMINARÁ A INTIMAÇÃO DO INTERESSADO PARA CIÊNCIA DE DECISÃO OU A EFETIVAÇÃO
DE DILIGÊNCIAS.
...
§ 2O A INTIMAÇÃO OBSERVARÁ A ANTECEDÊNCIA MÍNIMA DE TRÊS DIAS ÚTEIS QUANTO À
DATA DE COMPARECIMENTO.

03 DIAS ART. 41. OS INTERESSADOS SERÃO INTIMADOS DE PROVA OU DILIGÊNCIA ORDENADA, COM
ANTECEDÊNCIA MÍNIMA DE TRÊS DIAS ÚTEIS, MENCIONANDO-SE DATA, HORA E LOCAL DE
REALIZAÇÃO.

15 DIAS ART. 42. QUANDO DEVA SER OBRIGATORIAMENTE OUVIDO UM ÓRGÃO CONSULTIVO, O
PARECER DEVERÁ SER EMITIDO NO PRAZO MÁXIMO DE QUINZE DIAS, SALVO NORMA
ESPECIAL OU COMPROVADA NECESSIDADE DE MAIOR PRAZO.

10 DIAS ART. 44. ENCERRADA A INSTRUÇÃO, O INTERESSADO TERÁ O DIREITO DE MANIFESTAR-SE


NO PRAZO MÁXIMO DE DEZ DIAS, SALVO SE OUTRO PRAZO FOR LEGALMENTE FIXADO.

30 DIAS ART. 49. CONCLUÍDA A INSTRUÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO, A ADMINISTRAÇÃO TEM


O PRAZO DE ATÉ TRINTA DIAS PARA DECIDIR, SALVO PRORROGAÇÃO POR IGUAL
PERÍODO EXPRESSAMENTE MOTIVADA.

05 DIAS ART. 56. DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS CABE RECURSO, EM FACE DE RAZÕES DE
LEGALIDADE E DE MÉRITO.
§ 1O O RECURSO SERÁ DIRIGIDO À AUTORIDADE QUE PROFERIU A DECISÃO, A QUAL, SE NÃO
A RECONSIDERAR NO PRAZO DE CINCO DIAS, O ENCAMINHARÁ À AUTORIDADE SUPERIOR.

10 DIAS ART. 59. SALVO DISPOSIÇÃO LEGAL ESPECÍFICA, É DE DEZ DIAS O PRAZO PARA
INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO, CONTADO A PARTIR DA CIÊNCIA OU
DIVULGAÇÃO OFICIAL DA DECISÃO RECORRIDA.

30 DIAS ART. 59.


...
        § 1O QUANDO A LEI NÃO FIXAR PRAZO DIFERENTE, O RECURSO ADMINISTRATIVO
DEVERÁ SER DECIDIDO NO PRAZO MÁXIMO DE TRINTA DIAS, A PARTIR DO RECEBIMENTO
DOS AUTOS PELO ÓRGÃO COMPETENTE.

05 DIAS         ART. 62. INTERPOSTO O RECURSO, O ÓRGÃO COMPETENTE PARA DELE CONHECER
DEVERÁ INTIMAR OS DEMAIS INTERESSADOS PARA QUE, NO PRAZO DE CINCO DIAS
ÚTEIS, APRESENTEM ALEGAÇÕES.

CONTAGEM DE ART. 66. OS PRAZOS COMEÇAM A CORRER A PARTIR DA DATA DA CIENTIFICAÇÃO OFICIAL,
PRAZOS EXCLUINDO-SE DA CONTAGEM O DIA DO COMEÇO E INCLUINDO-SE O DO VENCIMENTO.

        § 1O CONSIDERA-SE PRORROGADO O PRAZO ATÉ O PRIMEIRO DIA ÚTIL SEGUINTE SE O


VENCIMENTO CAIR EM DIA EM QUE NÃO HOUVER EXPEDIENTE OU ESTE FOR ENCERRADO
ANTES DA HORA NORMAL.

        § 2O OS PRAZOS EXPRESSOS EM DIAS CONTAM-SE DE MODO CONTÍNUO.

        § 3O OS PRAZOS FIXADOS EM MESES OU ANOS CONTAM-SE DE DATA A DATA. SE NO


MÊS DO VENCIMENTO NÃO HOUVER O DIA EQUIVALENTE ÀQUELE DO INÍCIO DO PRAZO, TEM-
SE COMO TERMO O ÚLTIMO DIA DO MÊS.

        ART. 67. SALVO MOTIVO DE FORÇA MAIOR DEVIDAMENTE COMPROVADO, OS PRAZOS
PROCESSUAIS NÃO SE SUSPENDEM.

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.


Regula o processo administrativo no âmbito
 
da Administração Pública Federal.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
        Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
        § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
        § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
        I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da
estrutura da Administração indireta;
        II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
        III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
        Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
        Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de:
        I - atuação conforme a lei e o Direito;
        II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou
competências, salvo autorização em lei;
        III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de
agentes ou autoridades;
        IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
        V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas
na Constituição;
        VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções
em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
        VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
        VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
        IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza,
segurança e respeito aos direitos dos administrados;
        X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de
provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas
situações de litígio;
        XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
        XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos
interessados;
        XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento
do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
        Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de
outros que lhe sejam assegurados:
        I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o
exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
        II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as
decisões proferidas;
        III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto
de consideração pelo órgão competente;
        IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a
representação, por força de lei.
CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
        Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros
previstos em ato normativo:
        I - expor os fatos conforme a verdade;
        II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
        III - não agir de modo temerário;
        IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento
dos fatos.
CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO
        Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.
        Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação
oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
        I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
        II - identificação do interessado ou de quem o represente;
        III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
        IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
        V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
        Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de
documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais
falhas.
        Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários
padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.
        Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e
fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito
legal em contrário.
CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS
        Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo:
        I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses
individuais ou no exercício do direito de representação;
        II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser     adotada;
        III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses
coletivos;
        IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses
difusos.
        Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos,
ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.
CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA
        Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
        Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
        Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência
dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
        Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
        I - a edição de atos de caráter normativo;
        II - a decisão de recursos administrativos;
        III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
        Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
        § 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da
atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo
conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
        § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
        § 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade
e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
        Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente
inferior.
        Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das
respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de
interesse especial.
        Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser
iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.
CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
        Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
        I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
        II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou
se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro
grau;
        III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo
cônjuge ou companheiro.
        Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à
autoridade competente, abstendo-se de atuar.
        Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave,
para efeitos disciplinares.
        Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima
ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
        Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem
efeito suspensivo.
CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO
        Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão
quando a lei expressamente a exigir.
        § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o
local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
        § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando
houver dúvida de autenticidade.
        § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão
administrativo.
        § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.
        Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de
funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
        Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo
adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à
Administração.
        Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo
processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco
dias, salvo motivo de força maior.
        Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante
comprovada justificação.
        Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão,
cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.
CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
        Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo
determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
        § 1o A intimação deverá conter:
        I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
        II - finalidade da intimação;
        III - data, hora e local em que deve comparecer;
        IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
        V - informação da continuidade do processo independentemente do seu
comparecimento;
        VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
        § 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de
comparecimento.
        § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de
recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
        § 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido,
a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
        § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas
o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
        Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos
fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
        Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa
ao interessado.
        Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o
interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e
atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.
CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO
        Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados
necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão
responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações
probatórias.
        § 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à
decisão do processo.
        § 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do
modo menos oneroso para estes.
        Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.
        Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão
competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para
manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte
interessada.
        § 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de
que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento
de alegações escritas.
        § 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado
do processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que
poderá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais.
        Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da
questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo.
        Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer
outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e
associações legalmente reconhecidas.
        Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação
de administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado.
        Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou
entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de
titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser
juntada aos autos.
        Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever
atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
        Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em
documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro
órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos
documentos ou das respectivas cópias.
        Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar
documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações
referentes à matéria objeto do processo.
        § 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da
decisão.
        § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas
propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias.
        Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas
pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se
data, prazo, forma e condições de atendimento.
        Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se
entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a
decisão.
        Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem
necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela
Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.
        Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com
antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.
        Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá
ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade
de maior prazo.
        § 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o
processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der
causa ao atraso.
        § 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o
processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da
responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.
        Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos
técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o
órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de
qualificação e capacidade técnica equivalentes.
        Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo
máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.
        Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar
providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.
        Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de
terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
        Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará
relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará
proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade
competente.
CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR
        Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos
administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
        Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de
até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO
        Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
        I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
        II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
        III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
        IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
        V - decidam recursos administrativos;
        VI - decorram de reexame de ofício;
        VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
        VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
        § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
        § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico
que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos
interessados.
        § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais
constará da respectiva ata ou de termo escrito.
CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
        Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou
parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
        § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha
formulado.
        § 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o
prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o
exige.
        Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua
finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
superveniente.
CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
        Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos.
        Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé.
        § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da
percepção do primeiro pagamento.
        § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à     validade do ato.
        Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados
pela própria Administração.
CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
        Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de
mérito.
        § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
        § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.
        § 3o  Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula
vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar,
explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).
        Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas,
salvo disposição legal diversa.
        Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
        I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
        II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão
recorrida;
        III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses
coletivos;
        IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.
        Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de
recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
        § 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido
no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
        § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período,
ante justificativa explícita.
        Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá
expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar
convenientes.
        Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
        Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação
decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício
ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
        Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os
demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.
        Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
        I - fora do prazo;
        II - perante órgão incompetente;
        III - por quem não seja legitimado;
        IV - após exaurida a esfera administrativa.
        § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-
lhe devolvido o prazo para recurso.
        § 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato
ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.
        Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou
revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.
        Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à
situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da
decisão.
        Art. 64-A.  Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão
competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).
        Art. 64-B.  Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de
enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão
competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões
administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas
cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).
        Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
        Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.
CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS
        Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se
da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
        § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair
em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
        § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
        § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do
vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o
último dia do mês.
        Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não
se suspendem.
CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES
        Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza
pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito
de defesa.
CAPÍTULO XVIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
        Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria,
aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
        Art. 69-A.  Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os
procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº
12.008, de 2009).
        I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de
2009).
        II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de
2009).
        III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
        IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna,
hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da
doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de
imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina
especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído
pela Lei nº 12.008, de 2009).
        § 1o  A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição,
deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a
serem cumpridas. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
        § 2o  Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o
regime de tramitação prioritária. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
        § 3o  (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
        § 4o  (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
        Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
        Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e 111o da República]

INTRODUÇÃO
A Lei 8112/90 nasceu para integrar os preceitos contidos no Art. 37 da CF;
A EC 19/98 extinguiu o Regime Jurídico Único para os servidores públicos civis da União,
Estados,
DF e municípios. Cada uma das esferas de Governo pode adotar qualquer dos regimes jurídicos
existentes: estatutário ou celetista. Pode ainda haver adoção concomitante de regimes
distintos;
Para os empregados públicos foi editada a Lei 9962/00;
A Lei 8112/90 institui o Regime Jurídico dos servidores públicos civis da União, Autarquias,
inclusive
as especiais, e as Fundações Públicas Federais;

Campo de aplicação: somente a União:


Executivo: Pres. da República, Ministérios, Autarquias e Fundações Públicas Federais.
Legislativo: SF e CD;
Judiciário: Todos os tribunais (exceto TJ dos Estados);
E também TCU e MPU (Federal, DFT, Trabalho, Militar e Eleitoral).
Diferença entre Servidor Público e Funcionário Público
Esta no Código Penal e na CF/88.
Conceitos Básicos:
Cargo: é a menor parcela de poder do Estado previsto em numero certo e ocupado por
servidor público. Para Hely Lopes Meirelles – cargo é o espaço preenchido por um
servidor público.
Emprego: é a unidade ocupada por quem possui vinculo contratual regido pela CLT.
Função: é o rol de atribuições desempenhadas pelos agentes públicos. É a atribuição
ou conjunto de atribuições que a administração confere a cada categoria profissional, ou
comete individualmente a determinados servidores para a execução de serviços eventuais ou
temporários.
Função de confiança é exercida exclusivamente por servidor de cargo efetivo, destinase
apenas ás atribuições de direção, chefia ou assessoramento para brasileiros ou
estrangeiros na forma da lei.Todo cargo ou emprego possui função. Todavia, poderá haver
função independentemente de emprego ou cargo.
Classificação: Helly Lopes Meirelles
●Agente Público: toda ou qualquer pessoa, com ou sem vinculo, com ou sem
remuneração, transitoriamente ou não, que exerça uma função do Estado.
I- Agente Político – todos aqueles componentes do governo nos seus primeiros
escalões, investidos em cargos, empregos, funções, mandatos ou comissões
para o exercício de atribuições constitucionais. Exemplos: presidente da
republica, prefeito, vereadores, senadores e ministros do STF e TCU.
II- Agente Administrativo – são todos aqueles que se vinculam ao Estado ou às suas
Entidades ou órgãos por relações profissionais, sujeitos a hierarquia funcional, e
ao regime próprio da entidade a que servem. Podem ser: servidores públicos,
empregados públicos ou servidores temporários.
Jesus Valentini 1
Resumo Esquemático da Lei 8112/90
III- Agente Honorifico – são cidadãos convocados, designados ou nomeados para
prestar, mesmo que transitoriamente, determinados serviços ao Estado, em razão
de sua condição cívica. Exemplos: Jurados e Mesários.
IV- Agente Delegado – são aqueles que recebem incumbência de execução de
determinada atividade, obra, ou serviço que o realizarão em nome próprio.
Exemplos: os notários e registradores, os interpretes, os leiloeiros, os tradutores,
concessionários e os permissionários.
V- Agente Credenciado – são os credenciados pelo Estado para representá-lo em
situação especifica que demandam conhecimentos especializados.
Concurso Público
▪É imprescindível para nomeação de cargo efetivo;
▪Será de provas ou provas e títulos;
▪Pode ser realizado em 2 etapas;
▪Validade de até 2 anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período;
▪Serão reservados até 20% de vagas do concurso para portadores de deficiência, desde
que as atribuições sejam compatíveis (no DF são 20%). Obs. Qualquer deficiência, desde
que compatível com o cargo;
▪Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior
com o prazo de validade não expirado. Porém, a constituição permite.
▪O concurso público é regido pelas regras contidas em seu edital. Este deverá se
publicado no DOU e em jornal de grande circulação.
Nomeação
· Em princípio a aprovação em concurso público não gera Direito a nomeação; porem,
se o instrumento convocatório fixou prazo para o provimento do cargo, aí existe o
Direito a nomeação;
· Servidor nomeado por concurso público tem o Direito a posse, enquanto que a
nomeação de servidor sem concurso pode ser desfeita antes da posse;
Jesus Valentini 2
Resumo Esquemático da Lei 8112/90
Posse
▪É a investidura em cargo público;
▪Ocorre com a assinatura do respectivo termo em que consta as atribuições, deveres e
direitos;
▪O termo da posse não pode ser alterado unilateralmente;
▪Ocorre no prazo de 30 dias da nomeação ou do término do impedimento;
▪Pode ser feita por procuração especifica;
▪Só há posse se existir aprovação de inspeção medica;
▪Requisitos para a investidura (art. 5° da 8.112/90):
a)Ser brasileiro;
b)No gozo dos direitos políticos;
c)Estar quites com as obrigações militares e eleitorais;
d)Contar com 18 anos de idade completos;
e)Nível de escolaridade exigido para o cargo;
f)Aptidão física e mental.
Obs: as atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos
em lei;
Não constituem requisitos para posse, mas serão apresentadas na posse:
•Declaração de não acumular cargos, empregos ou funções públicas ilicitamente;
•Declaração de bens e valores que constituem o patrimônio.
▪Se o nomeado não toma posse no prazo legal, torna-se sem efeito o ato de nomeação
(não é exoneração nem demissão).
Exercício
▪É o efetivo desempenho das atribuições do cargo;
▪Ocorre em até 15 dias a partir da posse;
▪Para aqueles que entram em exercício titularizando função de confiança esta data
coincide com a publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver
afastado ou de licença (neste caso não poderá exceder 30 dias)
▪As vantagens do cargo e a contraprestação pecuniária vêm com o exercício;
▪Jornada de trabalho máxima é de 40 horas semanais, sendo o mínimo de 6 horas e o
Maximo de 8 horas por dia;
▪Servidor que toma posse e não entra em exercício dentro do prazo estabelecido será
exonerado ex-ofício.
Estágio Probatório
▪Destina-se a avaliar a aptidão e a capacidade do servidor para o desempenho do cargo;
▪Fatores de avaliação: assiduidade; disciplina; responsabilidade; produtividade;
capacidade de iniciativa.
▪Prazo de estágio probatório: 24 meses ou 3 anos (ver Edital do concurso);
▪O estágio probatório ocorre no cargo e não no serviço publico;
▪A homologação de desempenho do servidor ocorrerá 4 meses antes do fim do estágio
probatório;
▪O servidor em estágio probatório não pode receber as licenças: para capacitação
profissional, para desempenho de mandato classista e para assuntos particulares;
▪O servidor em estágio probatório pode exercer cargo em comissão ou função
comissionada;
▪O estágio probatório pode ficar suspenso por licenças.
Jesus Valentini 3
Resumo Esquemático da Lei 8112/90
●Servidor reprovado em estágio probatório:
A - Se estável: será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado:
- Se vago dá-se provimento;
- Se extinto fica em disponibilidade;
- Se estiver ocupado: o ocupante fica e o reconduzido será aproveitado.
B – Se não estável será exonerado.
Estabilidade: requisitos:
▪Concurso público;
▪3 anos de efetivo exercício;
▪Nomeação em cargo efetivo.
▪Durante esse período, a aptidão e capacidade do servidor serão objeto de avaliação para
o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores: “RAPID”
·Servidor estável perde o cargo:
▪Demissão em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
▪Demissão mediante PAD;
▪Exoneração mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho na forma de
lei complementar;
▪Exoneração por limite de gasto com pessoal. 50% receita liquida de União e 60% dos
demais entes.
·Anotações:
Sempre que o servidor mudar de cargo inicia-se novo estágio probatório;
O servidor ao assinar o termo de posse, considera-se investido no cargo;
Só é servidor efetivo quem faz concurso público;
Discricionariedade é o poder de liberdade;
Agente político não é regido pela lei 8.112/90 e sim, pela constituição;
Cargo vitalício: membros do MP (promotor) e membros da magistratura (juizes);
Todo cargo tem função, mas o servidor pode ter função sem ter cargo;
Função comissionada é só para servidor efetivo;
Cargo comissionado é para servidor efetivo ou não;
Prover é preencher o cargo;
Só é servidor ao tomar posse, antes é nomeado;
O STF afirma que não existe direito adquirido em regime jurídico dos servidores públicos;
A posse não é um contrato administrativo;
O mês para o servidor é de 30 dias.
Provimento: é o preenchimento de determinado cargo que estava vazio. Para que haja o
provimento, é necessário que sejam respeitados requisitos básicos para a investidura em cargo
público (art. 5º):
Obs. A investidura ocorrerá com a posse e o provimento, com a nomeação.
·Tipos de Provimento:
-Originário: é o vínculo inicial entre a pessoa e a administração, apresenta apenas uma
forma: NOMEAÇÃO que pode ser feita por decreto ou portaria. É autônomo e inicial.
-Derivado: é o ato de preenchimento de um cargo quando já existe um vinculo anterior
com a administração como: promoção, reintegração, remoção e reversão. Não existem
mais os termos TRANSFERÊNCIA E ASCENSÃO.
Jesus Valentini 4
Resumo Esquemático da Lei 8112/90
-Escalonamento do Provimento: Horizontal (sem elevação profissional) ou Vertical
(com elevação profissional)
4Nomeação:
•Conceito: forma de provimento originária de cargo em vacância.
•Características: inicia a investidura, gera expectativa de posse.
Ob: Somente haverá posse após a nomeação.
•Poderá se dar para cargos de provimento não efetivo ou de provimento efetivo.
•Publicação no D.O.U.
4Readaptação:
•Conceito: forma de provimento derivada horizontal por investidura do servidor que tenha
sofrido limitações físicas ou mentais em cargo de atribuições que se compatibilizem com
aquelas.
•Horizontal: vencimento, nível de escolaridade, especialização mantidos;
•Independe de estabilidade ou das limitações terem decorrido de acidente em serviço;
•Vacância;
•Excedente.
Reversão:
•Conceito: forma de provimento derivada por reingresso do servidor aposentado a
Administração em decorrência de cessação da invalidez ou a pedido, no interesse da
Administração.
•Vedada para servidores que alcançaram 70 anos de idade;
•Por cessação da invalidez:
- Independe de estabilidade;
- Independe de cargo em vacância (excedente).
•A pedido, no interesse da Administração:
- Voluntária;
- Estabilidade;
- Cargo em vacância;
- Requisição;
- Aposentadoria efetivada nos últimos 5 anos, a contar do pedido de reversão.
Obs: quando efetivada qualquer hipótese de reversão os proventos de aposentadoria cessarão
dando lugar a remuneração (ativa).
Reintegração:
•Conceito: forma de provimento derivada por reingresso do servidor ESTÁVEL ao cargo de
origem em decorrência de INVALIDAÇÃO, administrativa ou judicial, da demissão viciada de
ilicitude.
•Efeitos retroativos a data do vício (“ex tunc”).
•Art. 28, §1°: “Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade”;
•Art. 28, §2°: “Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao
cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto
em
disponibilidade.”
Jesus Valentini 5
Resumo Esquemático da Lei 8112/90

Recondução:
•Conceito: forma de provimento derivada por reinvestidura do servidor ESTÁVEL no cargo de
origem, em decorrência de reprovação em estágio probatório ou reintegração.
•Art. 20, §2°: reprovado em estágio probatório o servidor público será exonerado, ou, se
estável, reconduzido ao cargo de origem.
Aproveitamento:
•Conceito: forma de provimento derivada horizontal por investidura do servidor em
disponibilidade em cargo de vencimento e atribuições equivalentes ao que possuía antes da
ociosidade.
•Disponibilidade decorre de estabilidade (regra);
•Acompanhamento pelo SIPEC.
Obs: horizontalidade guarda relação com a manutenção do nível de complexidade das
atividades desempenhadas, bem como do vencimento que lhe é cabido, quando do ato de
provimento.
Promoção:
•Conceito: forma de provimento derivada vertical, onde ocorre aumento do nível de
complexidade das atribuições e, conseqüentemente, do vencimento (verticalidade).
•Vacância.
Remoção é o deslocamento do servidor no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança
de sede. A Remoção pode acontecer:
- de oficio, no interesse da administração;
- a pedido, a critério da administração;
- a pedido vinculado, independente do interesse da administração: saúde, acompanhar
cônjuge ou em virtude de processo seletivo promovido de acordo com o órgão onde o servidor
esteja lotado.
Redistribuição implica no deslocamento do cargo de provimento efetivo para outro órgão
ou entidade do mesmo poder. Sempre acontecerá no interesse da administração.
Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício do cargo. Não pode ser menor que
um salário mínimo e é irredutível.
Remuneração é o vencimento mais as vantagens (gratificações permanentes) de caráter
pessoal.
Vacância:
•Conceito: é o “desprovimento” de cargo.
•Formas (art. 33):
a) Readaptação
b) Recondução (art. 20, § 2°)
c) Promoção
d) Falecimento
e) Aposentadoria
f) Demissão
g) Exoneração
h) Posse em cargo inacumulável
Acumulação de Cargos Públicos – CF Art. 37, XVI e Art. 95 parágrafo Único:
· É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto:
- A de dois cargos de professor;
- A de um cargo de professor com outro, técnico ou cientifico;
- A de dois cargos privativos de médicos.
· Aos Juizes é vedado:
- ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério.
Exoneração
· Não tem caráter sancionador (punitivo). È a dispensa do servidor a seu pedido ou de oficio,
nos casos seguintes:
- quando o servidor não for aprovado em estagio probatório;
- quando após a posse não entrar em exercício no prazo legal;
- ocupante de cargo em comissão a exoneração ocorrerá a pedido ou a juízo da autoridade
competente;
- por excesso de gasto com pessoal.

Demissão
· É a dispensa do servidor a título de penalidade funcional. Deve sempre ser motivada.
· São casos para Demissão:
- Crime;
- Abandono de cargo (faltar sem justificativa por mais 30 dias consecutivos);
- Inassiduidade habitual (sessenta dias interpolados)
- Improbidade administrativa;
- Incontinência pública e conduta escandalosa;
- Insubordinação;
- Ofensa física;
- Aplicação irregular de dinheiro público;
- Revelação de segredo do cargo;
- Lesão aos cofres públicos;
- Dilapidação do patrimônio;
- Corrupção;
- Prática de crimes contra licitação;
- Acumulação ilegal de cargos: o servidor tem 10 dias para decidir, se não seráinstaurado um
PAD.

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