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Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Centro de Ciências Humanas e Sociais

Departamento de Educação Física

MAYRA SOARES PROCÓPIO

EDUCAÇÃO POSTURAL EM PRATICANTES DE


DANÇA DO VENTRE: POR UMA PEDAGOGIA
CRÍTICA DO MOVIMENTO

Campo Grande, MS.

2010
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Centro de Ciências Humanas e Sociais

Departamento de Educação Física

EDUCAÇÃO POSTURAL EM PRATICANTES DE


DANÇA DO VENTRE: POR UMA PEDAGOGIA
CRÍTICA DO MOVIMENTO

Monografia - Trabalho de Pós-


Graduação Lato sensu apresentada ao
Departamento de Educação Física da
Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul, como requisito parcial para a
obtenção do título de Especialista em
Pedagogia Crítica na Educação
Física, sob a orientação do Profº. Ms.
Marcelo Victor da Rosa.

Campo Grande, MS.

2010
ii

EDUCAÇÃO POSTURAL EM PRATICANTES DE


DANÇA DO VENTRE: POR UMA PEDAGOGIA
CRÍTICA DO MOVIMENTO

Esta monografia será julgada e aprovada para a obtenção do Grau de


Lato sensu na Especialização em Pedagogia Crítica na Educação Física
do Departamento de Educação Física, Centro de Ciências Humanas e
Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Campo Grande, 17 de Dezembro de 2010.

COMISSÃO DE AVALIAÇÃO

________________________________________________

Profº. Ms. Marcelo Victor da Rosa


Orientador

________________________________________________

Profª. Ms. Aline Martins de Toledo


Banca

________________________________________________
Profº. Dr. Alessandro Moura Zagatto
Banca
iii

Dedico esta monografia ao meu filho Ysaac, que possibilitou a


oferecer o aconchego do Ventre materno: repleto de amor e de
afetividade singular que constitui ao início da vida, num
momento privilegiado da essência do feminino.
iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a YESHUA (JESUS) que é a minha sabedoria e meu


entendimento, sem Ele nada seria, ao meu maridão Luiz Henrique que é meu parceiro
de todos os momentos, a minha mãe que me ensinou os valores da mulher guerreira, a
memória do meu pai que influenciou para os estudos, a minha pastora Ana que me
ensina que JESUS é fiel nos seus propósitos, a Profª Ms.Maria Auxiliadora Gomes
Sadim Abdo que me ensinou altruísmo de amar ao próximo, a Profª.Dra.Claudia
Aparecida Stefane que me direcionou a esta especialidade da dança durante minha
formação acadêmica, a minha amiga Eliane Ferreira que cuidou do meu filho quando
tinha que estar nesta Pós-graduação e na graduação de Fisioterapia, a Profª Mariana
Cavalcante tutora deste atual projeto de extensão de Dança do Ventre/UFMS; ao Profº
.Dr. Alessandro Moura Zagatto que foi um dos incentivadores a implantação deste
projeto de extensão e que contribuiu de modo relevante na avaliação antropométrica
deste trabalho, a Profª Ana Karla Pereira de Miranda do PROJELE/UFMS que
contribuiu nas traduções da língua inglesa deste trabalho e na minha formação bilíngue,
ao Profº. Ms. Marcelo Victor da Rosa que me ensinou à ética como profissional, sendo
minha escola na arte da Dança/Educação, enfim para todas as minhas alunas que
contribuíram para os meus avanços acadêmicos, igualmente, as professoras de dança do
ventre que colaboram para as origens e valores desta arte milenar.

Chucrã, Salam Allaikum!


(Obrigada, que a paz de DEUS esteja com vocês!)
v

SUMÁRIO

Resumo ...........................................................................................................................vi
Abstract...........................................................................................................................vii
Índice de figuras.............................................................................................................viii
Lista de quadros................................................................................................................ix
Epígrafe.............................................................................................................................x
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................1
1.1. Objetivo geral.............................................................................................................3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................4
2.1. O corpo: a privação da sua integridade......................................................................4
2.2. Posturologia: a ciência da postura..............................................................................6
2.3. Educação Postural: o princípio holístico em ação....................................................10
2.4. A Dança do Ventre na perspectiva da pedagogia crítica do movimento..................14
3. METODOLOGIA .....................................................................................................23
3.1. Tipo de pesquisa.......................................................................................................23
3.2. Local e período.........................................................................................................23
3.3. Caracterização do sujeito..........................................................................................23
3.4. Procedimentos..........................................................................................................23
3.5. Instrumentos.............................................................................................................24
3.5.1. Avaliação do alinhamento postural.......................................................................25
3.5.2. Avaliação de amplitude de movimento e flexibilidade.........................................27
3.5.3. Avaliação do alinhamento pélvico........................................................................29
3.5.4. Questionário..........................................................................................................30
3.6. Método de aula.........................................................................................................30
3.7. Análise de dados.......................................................................................................31
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................33
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................51
REFERÊNCIAS ............................................................................................................53
APÊNDICE 1.................................................................................................................57
APÊNDICE 2.................................................................................................................60
ANEXO 1........................................................................................................................59
vi

ANEXO 2........................................................................................................................65
PROCÓPIO, Mayra Soares. Educação postural em praticantes de dança do ventre:
por uma pedagogia crítica do movimento. Pós-graduação Lato sensu em pedagogia
crítica na Educação Física, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2010.

RESUMO

Este trabalho teve como finalidade, analisar o aspecto fenomenológico da


educação postural como uma possibilidade de resignificação do corpo em praticantes da
dança do ventre, permitindo a conscientização do corpo para uma experiência elementar
da cultura corporal. A educação postural permite uma perspectiva na pedagogia crítica
do movimento por sua intervenção educacional de estimular a aluna ao questionamento,
a reflexão e a crítica pela percepção do seu esquema corporal, tendo no movimento à
postura como ponto de partida auxiliando o corpo para qualquer condição do se-
movimentar. Porém, a educação postural não servirá só para a prática da dança do
ventre, mas como possibilidade educacional para as demais práticas corporais. Neste
intuito, foi realizado neste trabalho um desafio de plenitude corporal, a partir da
flexibilidade da mente, ou seja, de saber organizar e corrigir os segmentos do próprio
corpo, num domínio do movimento. Foi utilizado nesta pesquisa experimental, uma
metodologia uma análise qualitativa da educação postural. Para tanto utilizou se um
roteiro de entrevista para a coleta de dados para obter resposta das praticantes de dança
do ventre, no intuito de analisar sua concepção de postura corpórea. Durante as aulas
utilizou terapias complementares como: o método Feldenkrais para exercitação da
consciência corporal, o método Meziéres de antiginástica, das posturas do Yoga e da
educação respiratória para exercitar a sensibilidade e a percepção do corpo. Foi
realizada como avaliação adicional o teste do alinhamento postural no posicionamento
de Kendall acrescido do teste de amplitude do movimento e flexibilidade. Os dados de
avaliação física apresentaram uma melhora em cada praticante nos teste de fio de
prumo, de amplitude de movimento e no teste de flexibilidade. No questionário
observamos a compreensão das praticantes de terem a consciência dos segmentos
corporais e, além disso, saberem numa visão crítica a respeito da dança do ventre no seu
contexto histórico-social. Portanto, o resultado superou a expectativa esperada para
estes quatro meses de sessões da educação postural aplicada nas praticantes de dança do
ventre e demonstrou que esta intervenção pedagógica pode ser promissora quando
aplicada diretamente às necessidades e implicações mecânicas da dança, e que pode,
oferecer resultados no desempenho físico na minimização/redução do grau do
desalinhamento postural. Por fim, este estudo avançou no conhecimento deste tema que
ainda se encontra com muitos impasses para inserção desta conduta educacional
relacionado à postura corporal.

Palavras-chave: Educação postural; Dança do ventre; Pedagogia crítica.


vii

PROCÓPIO, Mayra Soares. Postural education in belly dance practitioners: for a


critical pedagogy of movement. Pós-graduação Lato sensu em Pedagogia Crítica na
Educação Física, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2010.

ABSTRACT:

This paper aims at the postural education phenomenological aspect as an opportunity to


approach the signification of the body in belly dance practitioners, and through this
postural education body awareness may be allowed as an elementary experience of body
culture. Thus, postural education allows a critical pedagogy of movement outlook for its
educational intervention to encourage the student to question, reflect and criticize
through the perception of their body posture, taking as a starting point a body posture
which helps the body in any condition of movement. However, this content will not
serve only for belly dance practice, but as an educational possibility for other bodily
practices. Therefore, we will perform in this work a body challenge from the flexibility
of mind, in other words, a work to organize and correct body segments, in dominance of
movement. This practical experiment method consists in a postural education qualitative
analysis, using interview guidelines to collect data and obtain, from belly dancers, their
conception of body posture. During the classes, and using, complementary therapies
such as: the Feldenkrais method, to exercise a body awareness, the Meziéres method,
Yoga postures and respiratory education to exercise body sensibility and perception. As
an additional assessment we will perform a postural alignment evaluation based on
Kendall‟s position with the range of motion with plus assessment body flexibility,
where have great good condition. Although, this experience in spite of only four moth,
obtain one great result about each belly dance practitioners and appeared to be
education intervention will promised to mechanic dance. This great research is aimed to
enable a critical and reflexive pedagogy in theory and practice, in order to advance
knowledge about this subject which still has deadlocks in the insertion of this
educational conduct related to body posture.

Keywords: Postural Education, Belly Dance, Critical Pedagogy.


viii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura-1
Teste de alinhamento postural (desvio cifótica-lordotica). p.25 1

Figura-2
Tipos de desvios de postura. p.26 2

Figura-3
Movimentos de: flexão, extensão, de inclinação lateral e rotação de tronco da região
lombar com uso do goniômetro.p.27 3

Figura-4
Movimentos de: flexão, extensão, de inclinação lateral e rotação de tronco da região
cervical com uso do goniômetro. p.27 4

Figura-5
Índice de Schober. p.28 5

Figura-6
Teste de Stibor. p.28 6

Figura-7
Teste do terceiro dedo ao solo. p.29 7

Figura-8
Avaliação do alinhamento pélvico (Método de Schulthess).p.29 8

Figura-9
Relógio imaginário de Feldenkrais.p.31 9

________________________
1
Retirada da página da internet: http:// www.blogdodalmo.files.wordpress.com/2010/07/a10fig01.
2
Retirada da página da internet: http:// www.blogdodalmo.files.wordpress.com/2010/07/a10fig01.
3
Retirada da página da internet: http://www.karatenews.Altervista.org/albertini/191201_file/Image 008.
4
Retirada da página da internet: http:// www.karatenews .Altervista.org/albertini/191201_file/Image007.
5
Retirada da página da internet: http://www.etudiantpodo.free.fr/articles/sciatique/Schober.gif&imgrefurl
6
Retirada da página da internet: http:// www.etudiantpodo.free.fr/articles/sciatique/Stibor.gif&imgrefur
7
Retirada da página da internet: http:// www.blogdodalmo.files.wordpress.com/2010/07/a10fig01
8
Retirada da página da internet: http://www. karatenews .Altervista.org/albertini/191201_file/Image009
9
Retirada da página da internet: http://www.fiqueinforma.com/wp-content/uploads/2008/03/clockneutral
ix

LISTA DE QUADROS

Quadro-1
Análise da avaliação de alinhamento postural nas vistas anatômicas: anterior e posterior
p.33.

Quadro-2
Análise da avaliação de alinhamento postural nas vistas anatômicas: direita e esquerda
p.34.

Quadro-3
Análise da avaliação de Flexibilidade p.36.

Quadro-4
Análise da avaliação de Amplitude de Movimento p.39.

Quadro-5
Análise da avaliação de Cintura pélvica p.42.
x

A alma do filosofo habita tua mente, a alma do poeta habita teu coração e a alma do
cantor habita tua garganta, mas a alma da dançarina habita teu corpo inteiro.

(Khalil Gibran)
1

1. INTRODUÇÃO

A investigação a respeito da educação postural teve como ponto de partida, as


correções da postura nas alunas de dança do ventre do projeto: Dança do Ventre
vinculado ao Núcleo de Estudos Dança e Movimento NEDEM aprovado pela Pró-
Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis PREAE pela Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul/UFMS, que foi implantada desde 2006, no qual, faço parte
ministrando e coordenando o projeto de dança do ventre.

Neste campo da dança, me exercitei como pesquisadora a respeito da dança do


ventre e obtive como trabalho de conclusão curso na Educação Física/UFMS-2008, o
tema: “Reflexão da dança do ventre: análise do processo de ensino das professoras de
dança do ventre em Campo Grande”, este trabalho me direcionou e proporcionou a
maturidade tanto como professora quanto apreciadora da arte da dança do ventre,
favorecendo uma visão ampliada sobre este fenômeno e suas possibilidades no processo
de ensino, como relata Procópio (2008):

[...] analisando o método que pode complementar e servir como


instrumento para a melhora da especificidade que esta sendo
trabalhada, e experimentar várias técnicas corporais na dança, para
aprimorar e propor novos horizontes de ação criadora, de moral e ética
do educador, para uma nova atitude filosófica da dança, que desta
forma, revelará em aulas repleta de criatividade, autenticidade e
satisfação, contrapostas, ao automatismo, comportamentos rígidos e
repertórios cristalizados do método tradicional (p.19).

Entretanto, visando contribuir para o reconhecimento científico da dança do


ventre no meio acadêmico, direciono para um novo prisma deste objeto de estudo, que
surgiu das observações como professora e pesquisadora, tendo como objetivo principal
se a intervenção pedagógica da educação postural interfere na qualidade do movimento,
pois em geral, as alunas têm dificuldade de percepção do próprio corpo e,
consequentemente, dificuldade em executar a técnica do movimento da dança pela
perda do eixo corporal.
Assim, nas aulas de dança do ventre a praticante tenta fazer uma imitação da
postura da professora, ocasionando a confusão da própria imagem corporal, perdendo
assim a identidade corporal e anulando a realização do movimento vivenciado e
conscientizado, fazendo do corpo do outro um complemento da própria imagem, o que
nunca corresponderá, uma vez que a plástica corporal é particular em cada indivíduo,
como revela Bencardini (2002):
2

Cuidado durante a busca pela postura ideal ou pela perfeição de


movimentos. Lembre-se de que a postura é sempre individual, não
tente copiar a postura de alguém [...]. Cada corpo é um corpo, com sua
história pessoal de atividades físicas e vivências de estados
emocionais (p.125).

Direcionando na ótica da pedagogia crítica do movimento, proponho a


intervenção da educação postural numa perspectiva de consciência corporal, que
proporciona a reintegração do ser, da percepção qualitativa do próprio corpo.
Feldenkrais (1977) menciona que quando somos conscientes dos meios que o corpo
adota para se expressar, podemos discernir o estimulo que desencadeia, tornamos enfim,
concisos da organização dos músculos do corpo para determinada ação.

Entretanto, foi realizada uma possível releitura corporal a partir da percepção


postural em praticantes da dança do ventre, para solicitar na praticante uma
desenvoltura crítica de se manter na postura adequada durante o movimento da dança.
Por meio de uma didática-pedagógica, que torne este fenômeno complexo que é o
alinhamento postural para um objeto de estudo mais compreensível, que juntamente,
com uma fundamentação teórico-metodológica direcione para a relevância da educação
postural no processo da Dança/Educação. A partir do exposto, surgiu o seguinte
problema de pesquisa: A intervenção da educação postural interfere na qualidade do
movimento nas praticantes de dança do ventre?
3

1.1. Objetivo geral e especifico:

O estudo tem por objetivo geral analisar se a intervenção da educação postural


interfere na qualidade do movimento em praticantes da dança do ventre.
4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. O corpo: a privação da sua integridade

O corpo se adapta a diversas situações ao longo da vida, que nesta trajetória da


vivência corpórea, vícios posturais irão se acomodar as estruturas corporais, seja por
gestos físicos ou comportamentos habituais, desencadeando alterações: morfológicas,
fisiológicas e psicológicas.

Neste sentido, as alterações morfológicas ocorrem na tentativa do corpo se


adaptar a uma condição imposta, na maioria das vezes, inadequado ao corpo gerando
assim um desajuste do corpo pela busca de um equilíbrio postural. Já nas alterações
fisiológicas, a obesidade é um dos fatores determinantes pela sobrecarrega que repercuti
na coluna vertebral, no qual merece mais atenção pelo educador físico, e por fim, nas
alterações psicológicas como na baixa-estima, como relata Tribastone (2001):

[...] a postura é expressão somática de emoções, impulsos e


regressões. Cada um reflete, inconscientemente, no movimento
exterior, a condição interior e a sua personalidade. Assim, a postura é
considerada uma verdadeira e própria forma de linguagem, uma vez
que cada um se move assim como se sente: por exemplo, uma pessoa
cansada e deprimida apresenta os ombros caídos, o dorso encurvado e
o colo deprimido (p.20).

Por outro lado, o posicionamento do corpo seja no trabalho ou no lazer, exige a


necessidade de uma educação postural que favoreça tanto para uma consciente
acomodação corpórea como para uma qualidade de vida, que contraditoriamente, com a
era da industrialização o corpo tem sido moldado de acordo com as máquinas, apurando
de tal modo uma “educação corporal tecnológica”, como define Silva e Damiani (2005):

Dessa forma, a cultura vem imprimindo no corpo suas marcas, nos


contornos de sua forma, em sua textura, em seu tônus, em seus
movimentos, em suas múltiplas e diversificadas maneiras de se
expressar, como também este nela se expressa. Supervalorizando na
sociedade contemporânea, o corpo ganha o viés e contornos dessa
sociedade urbano-industrial-tecno-científica (p.91).

Soares (2005) relata que do mesmo modo na atualidade, é retratado um corpo


cansado, encurvado e entediado das mesmas repetições mecânicas, ultrapassando assim
seu limite funcional, de tal forma, que ocasionará mobilidade limitada ou até sua total
5

debilidade, retratando uma vivência corporal reprimida, por não atingir, muitas vezes, o
grau de sucesso profissional ou afetivo.

Neste modo de viver, é acrescentado a metáfora dos “corpos dóceis” por Moreira
(1995) corpos que se alienam e estereotipam com sua ocupação cotidiana, e se molda
em formatos demarcados da formalidade fabril, que por meio da disciplina: do tempo,
da delimitação de espaço e do movimento executado com exatidão, resulta em
indivíduos conformados e dóceis a esta condição. Enfim, corpos comedidos, calculados
e mensurados em prol do progresso.

Assim, desde a antiguidade, no início do século XIX, já se discutia pelos


estudiosos franceses a respeito da postura, no qual propunham à ginástica científica
como recurso para obtenção de um alinhamento corporal eficiente para a especificidade
do ofício, sendo esta uma expectativa de funcionalidade fabril e condicionamento de
ordem social e não para a qualidade de vida. Da mesma forma na atualidade, os corpos
têm sido explorados e coagidos, com dores pertinentes e alterações posturais endêmicas
pelo padrão ideológico do capitalismo (SOARES, 2005).

Surgindo neste conformismo social, a necessidade de uma intervenção da


educação postural, como ato educativo principalmente nas escolas, local onde as
crianças passam toda sua infância sentados de maneira errônea e disciplinados a ficarem
por horas nesta posição. E com o passar do tempo, o indivíduo perde a percepção do
reconhecimento do esquema corporal: de sentir o corpo, de saber a dimensão espacial
deste corpo, enfim de reencontramos, pois somos corpo (MERLEAU-PONTY, 1999).

Ao estudar a postura física, é revelado a importância da percepção de nosso


próprio corpo, de ter a consciência dos componentes e de todas as estruturas que o
compõe. Pois muitas vezes, percebemos e recebemos sensações extrínsecas, tornando
somente receptivos à estímulos externos, e consequentemente, esquecendo da própria
linguagem corporal, de se enxergar a si mesmo, o que torna dificultoso a percepção das
necessidades que corpo pode evidenciar, como retrata Silva e Damiani (2005):

[...] com a influência dos meios de comunicação e da indústria


cultural, o Ser Humano vai cedendo para estas instâncias um melhor
conhecimento de si próprio. Fica, no entanto, o vazio de algo não
realizado, não encontrado, do sentimento de uma nostalgia, a falta de
algo que não se sabe o que é, Embora saiba que se encontra muito
6

próximo. É um „conhecimento-de-si‟ que a humanidade sente falta,


um querer cuidar de si próprio que só se sente plenamente quando se
está intensamente envolvidos em atividades de movimento, jogos,
dança ou esporte (p.13).

Acrescentando, sobre este fenômeno da percepção do corpo numa ótica de


dicotomia tradicional de observação científica: corpo-mente, no qual o corpo é
analisado como um objeto mecânico e passível de ser: manipulado, comparado e
equacionado, de tal modo, que se constitui num indivíduo reduzido a números, como
revela Merleau-Ponty (1999):

Ver-se-á que o corpo próprio se furta, na própria ciência, ao


tratamento que a ele se quer impor. E, como a gênese do corpo
objetivo é apenas um momento na constituição do objeto, o corpo,
retirando-se do mundo objetivo, arrastará os fios intencionais que o
ligam ao seu ambiente e finalmente nos revelará o sujeito que percebe
assim como o mundo percebido (p.110).

Ales Bello (2004) retrata que por meio do corpo que são formadas e registradas
as experiências, como sua funcionalidade: moral, social e política. Formando deste
modo, uma corporeidade de interpretar perceptivamente a linguagem corporal, e que na
dança se desenvolve a sensibilidade do corpo num diálogo entre a expressão das
vivências corporais e a rítmica musical, revelando enfim, um ser que faz arte, filosofa e
vive no seu cotidiano a composição dos movimentos na manifestação da cultura
corporal.

Portanto, é preciso para este corpo uma intervenção pedagógica transformadora


libertando da ideologia do “corpo moderno” moldado pelo capitalismo. Sendo de
responsabilidade do educador físico, em fazer esta crítica social versus corpos
constituídos como uma “máquina” que são capazes de forjarem as necessidades do
sistema, um corpo anti-filosófico. Alias somente um corpo expressivo, reflexivo e
crítico poderá ser libertado do poder de uma sociedade de consumo estético e
mecanicista.

2.2. Posturologia: a ciência da postura

O termo postura se refere a uma formato que se ajusta a estrutura corporal que
torna-se relativo pela constituição física do sujeito que o compõe. O alinhamento
corporal ou o arranjo estrutural, na ótica morfológica é diferente de indivíduo para
7

indivíduo, e não há alguém, que possua uma que seja considerada perfeita. De fato, a
postura é muito mais do que um determinado posicionamento corporal, e com certeza
muito mais do que uma mera disposição da coluna vertebral, como descreve Lippert
(2008):

Na posição ereta, as contrações musculares são primeiramente


responsáveis pela manutenção ereta do corpo, tanto na postura estática
quanto na dinâmica. Os músculos mais envolvidos são chamados
músculos antigravitacionais. Estes músculos são extensores da coxa e
da perna e os extensores do tronco e do pescoço. Outros músculos,
talvez menos envolvidos, mas também importantes na manutenção da
posição ereta [...]. Se todos estes músculos estivessem relaxados, o
corpo cairia (p.260)

Outro fator, é que a postura corporal possui dois aspectos sendo: a postura
estática que é também conhecida como ato ortostático que é a posição em pé, mas nunca
totalmente parado, pois existem as oscilações posturais que nos adequam o tempo todo
em pé; e a postura dinâmica que é a postura observada durante a dança e em todas as
atividades físicas, possibilitando ampla mobilidade. Neste sentido, a postura ereta é
uma funcionalidade básica do corpo e para sua eficiência, necessita de uma adequada
integração corporal, como faz referência Frye (2007):

[...] à medida que toma consciência de seu corpo e dos seus hábitos de
movimento, poderá descobrir quais hábitos são favoráveis e quais são
deletérios e causam desconforto [...]. Ao poder escolher, você terá
oportunidade de desenvolver uma ampla faixa de mecânica corporal
eficaz, que resultará em uma estratégia de autocuidado segura e
confiável e na longevidade da prática (p.1).

Ao tratar no sentido semântico, a postura possui dois sentidos e aprofundamento


de estudo em áreas de conhecimentos distintas: sendo um dos aspectos direcionado na
área biológica e da saúde, no qual a postura é avaliada na ótica anatômica, que constitui
a postura física do corpo, sendo a estrutura da coluna vertebral o indicativo nas
avaliações e diagnósticos.

Lippert (2008) descreve a coluna vertebral sendo composta por trinta e três
vértebras, dispostas no plano anatômico coronal as regiões: a cervical, torácica, lombar,
sacral e coccígea, de tal modo constituem quatro curvaturas fisiológicas: duas lordoses
(cervical e lombar) que são curvaturas convexas; e duas cifoses (torácica e sacral) que
são curvaturas côncavas. Assim, estes segmentos da coluna oferecem estabilidade,
8

desempenho e minimizam a ação da gravidade para a sustentação do peso e equilíbrio


corpóreo na postura ereta.

Kaminoff (2008) argumenta numa visão crítica da biomecânica da coluna, que


na visualização lateral da coluna em sua arquitetura completa, encontram-se duas
colunas distintas: a coluna de corpos vertebrais, que atuam com forças compressoras aos
discos intervertebrais; e a coluna dos arcos e processos espinhosos das vértebras, que
atuam com forças de tensão munida de todos os ligamentos anexos. Comparando assim,
a biomecânica da coluna como uma dança bem arquitetada que protege o sistema
nervoso central ao neutralizar as forças de tensão e compressão.

Para Kussunoki (2006) os músculos antigravitacionais atuam diretamente na


manutenção da postura e que diante de uma alteração postural pode ocasionar uma
sobrecarga nestes músculos paravertebrais, causando um dispêndio de energia no
movimento, à fadiga muscular e alterações psicológicas como na baixa auto-estima.
Conforme foi dito anteriormente, a postura corporal é objeto de estudo para esclarecer
as origens tanto de origem física como emocional, como menciona Bankoff (2007):

A postura imposta por alterações intrínsecas do corpo é que passa a


interferir no cotidiano, ai o corpo passa a responder e falar conosco. O
pior é que nem sempre é aquilo que queremos ouvir, ou seja, quando
ele começa a se comunicar é porque tem algo errado com ele (dor
local, tensão muscular, desgaste ósseo e outros problemas) (p.270-
271).

Já, no segundo sentido semântico atribuído à postura, consisti no aspecto das


ciências sociais, que conforme, este conhecimento a postura é analisada pela atitude do
indivíduo, sendo uma postura que demonstra a personalidade do indivíduo, servindo
para diagnosticar patologias de origem psíquicas, como retrata o Feldenkrais (1977):

[...] não se trata apenas de movimentos mal organizados, mas de má


organização da personalidade toda, com margem enorme de
desperdício, ineficiência, sofrimento e frustração (por que as pessoas
não conseguem fazer o que desejam e a maioria, inclusive, desiste de
conseguir) [...] a importância PSICOLÓGICA dos movimentos (p.12).

Por esta razão, a postura é o reflexo do modo como utilizamos nosso corpo que,
ao mesmo tempo, é influenciada diretamente pela cultura do movimento de determinada
sociedade, denominado de técnica corporal, que conforme Mauss (1974) é uma forma
de linguagem corporal de determinados grupos sociais, como exemplo, na especialidade
9

do andar da mulher Maori, sendo uma tribo aborígine da Nova Zelândia, que segundo
Mauss (1974):

As mulheres indígenas adotam um certo „gait‟ (a palavra inglesa é


deliciosa): ou seja, um balanceamento destacado e, não obstante,
articulado das ancas que nos parece desgracioso, mas que é
extremamente admirado pelos amori. As mães adestravam as filhas
nesta maneira de fazer o que se chama de „onioi‟ [...] era uma maneira
adquirida, e não natural de andar (p.215).

Cabe lembrar que na dança, existe uma integração corporal entre a postura física
que se projeta durante o movimento para a mobilidade, e da postura expressiva, sendo
também definida por Laban (1978) como “movimento postural”, pois a dançarina
exprime por gestos a intenção dos movimentos e as emoções na dança. Esta conduta de
atitudes expressivas do movimento postural é algo particular de cada estilo de dança.

Por sua vez, na dança do ventre é revelado um “movimento postural” de ações


com sensibilidade na delicadeza dos movimentos, como exemplo, no detalhar dos
movimentos de rotação de punho e movimentos circulares com as mãos que são gestos
repletos de graciosidade e suavidade ligados ao sexo feminino, a partir destes critérios, a
dança do ventre incorpora nos movimentos esta postura de signos que são associados ao
feminino, como descreve Reis (2008):

A dança do ventre, nessa perspectiva, pode ser analisada como um


modo específico de subjetivação da mulher a partir do qual se produz
uma determinada subjetividade feminina. Quero dizer com isso que a
dança do ventre é um artifício, um saber, uma disciplina que trabalha
o corpo da mulher, através de uma complexa técnica de movimentos,
que instrumentalizam a bailarina à reprodução de uma determinada
performance „feminina‟ (p.60).

Neste sentido, existe uma variedade de diferenças posturais, segundo Tribastone,


(2001) seja no físico, por características hereditárias, seja por fatores de ordem
psiconeurológica, como em certos traços da personalidade, ou como forma cultural
adquirida de origem social. Enfim, a postura determina até um estilo de dança, sendo
então um domínio multifatorial.

Deste modo, a postura é muito mais do que “endireitar” determinado indivíduo,


pois quando dizemos fica “reto” estamos indo contra as curvaturas fisiológicas que
possuímos, gerando confusão do raciocínio o que torna mais dificultoso para se adequar
a postura. Aliás, por alguma razão a maioria dos indivíduos não consegue atender à
10

regra das "costas direitas", por causar exaustão e tensão muscular, como revela
Feldenkrais (1977):

Se observarmos uma criança ou um adulto ao qual se disse para sentar


ou ficar direito, faz-se evidente que ele concorda em que há alguma
coisa errada com o modo com que manipula seu corpo, e rapidamente
tentará endireitar as costas ou levantar a cabeça. Ele procederá assim,
pensando que desta maneira conseguiu a postura adequada; mas ele
não consegue manter esta posição „correta‟ sem esforço contínuo.
Logo que sua atenção mude para alguma atividade necessária, urgente
ou interessante, ele cairá na sua postura original (p.91).

Como é possível perceber, é evidente que o posicionamento referido "correto"


acarreta diferentes tipos de esforços e com consequências para diferentes indivíduos,
que são possuidores de diferentes posturas. Porquanto, a manutenção das curvaturas
fisiológicas só podem ser pedidas a alguém cuja flexibilidade seja de grande amplitude,
sendo detentor de uma postura considerada perfeita, como revela Bankoff (2007):

Qual seria a postura corporal mais correta para o ser humano em


nossos dias? É simplesmente impossível responder essa questão.
Digamos que nossa espécie tenha ficado em pé há cerca de quatro
milhões de anos. De lá para cá, vivemos um processo de adaptação á
nossa posição e não sabemos exatamente em que fase do processo nos
encontramos. Portanto, não há um a postura pronta e acabada para ser
seguida como modelo (p.271).

Finalmente, a intervenção de uma boa postura deve iniciar pela exercitação da


percepção consciente dos segmentos corporais de cada indivíduo, no qual o educador
respeite a cada tipologia corporal, que é o resultado de um conjunto formado por um elo
de combinação muito singular de cada um. Para que o educador possa oferecer de
maneira precisa à necessidade de cada aluno de forma pontual na reeducação corporal.

2.3. Educação Postural: o princípio holístico em ação

A educação postural é um conteúdo da Educação Física, que auxilia para a saúde


da coluna no seu aspecto preventivo, de qualidade de vida e orientação tanto da
percepção da boa postura quanto para flexibilidade postural para diversos movimentos,
como adverte Teixeira (2001):

A postura corporal faz parte do conteúdo de ensino da maioria dos


programas de Educação Física Escolar e não-escolar. Apesar disto,
estudos epistemológicos têm demonstrado que uma grande parcela da
11

população sofre com patologias associadas à má postura corporal. Os


professores de Educação Física necessitam ter um maior acesso à
conhecimento atualizados da mecânica corporal, das sobrecargas
impostas a coluna vertebral e do controle motor associado a postura, o
que possibilitará a criação de novas estratégias no desenvolvimento
deste tema em aula (p.7).

Embora, quando falamos de postura normalmente se rotula uma imagem


engessada ou robotizada, de uma postura estática, mas na realidade segundo Kendall
(2007) a postura é uma posição adequada de todas as articulações do corpo com
equilíbrio muscular num determinado momento e não apenas na posição ortostática.

Por essa razão, a educação postural é necessária na dança do ventre, pois na


dança exige variações posturais pelos desenhos formados pelo corpo, que a partir de
uma boa postura, é permitido a fluência e o aumento dos graus de liberdade dos
segmentos corporais que possibilitará o domínio do movimento.

Bregolato (2006) revela alguns aspectos indispensáveis pela bailarina renomada


Martha Graham, no qual retrata a importância do tronco na dança, que por meio, do
domínio do tronco, resolve os problemas de equilíbrios posturais durante o movimento;
e que ambos: as costas e a bacia tornam-se fontes essências de energia na dança.

A partir disso, uma boa postura é o pilar para três princípios da dança: na
qualidade da dança, para a proficiência dos movimentos e para prevenções de futuras
lesões, como já realizados nas escolas posturais que segundo Gomes (1997):

Providências como diagnostico precoce, ajustes ergonômicos e


condicionamento físico, na opinião de médicos, fisioterapeutas,
terapeutas esportivos e professores da Educação Física, têm-se
mostrado mais efetivos, porém a prevenção ainda parece ser o
caminho seguro. Por este motivo surgiram as Escolas Posturais que
têm uma concepção preventiva (p.38).

Neste sentido, as escolas posturais são instituições educacionais que estudam


métodos tradicionais e modernos para manter um bom alinhamento corporal na
realização de atividades básicas da vida diária (ABVDs). Nesta perspectiva, as escolas
posturais procuram obter esta almejada educação postural, através de três etapas de
prevenção, como menciona Souza apud Gomes (1997):

As Escolas Posturais dividem-se em: prevenção primária (busca


precaver as pessoas contra as lesões corporais que recaem sobre o
12

aparelho locomotor); prevenção secundária (busca diminuir a


incidência de doenças degenerativas); prevenção terciária (procura
evitar que os males da coluna se expandam) (p.38).

Já, no âmbito da cultura do fitness, a educação postural também passa por várias
denominações como: ginástica postural, ginástica ortopédica, ginástica laboral e
atualmente como ginástica corretiva, sendo todas com o mesmo objetivo citado
anteriormente, só acrescido de modificação do nome como atrativo do público.

Entretanto, para Tribastone (2001) o autor questiona que a prática da educação


postural necessita do educador com um apropriado suporte teórico, não só anatômicos e
biomecânicos, mas também de métodos terapêuticos e a psicológicos, para que não
ocorra, a alienação na prática de fortificar setorialmente as massas musculares fracas,
mas sim de uma ação educacional de reconstituição do corpo no seu todo.

Deste modo, a educação postural não se atém no setor do desvio postural e nem
nos músculos envolvidos para tal postura, mas possibilita a verdadeira educação motriz
e psicossocial, no qual esta educação atua na perspectiva da abordagem crítico-
emancipatória, do ser reflexivo do próprio movimento, direcionando numa visão de
corpo na integridade holística do indivíduo, como direciona Davis (2006):

A totalidade do indivíduo geralmente é referida como saúde holística


porque incorpora não apenas o corpo, mas os quadrantes de
necessidade e função: o físico (corpo e movimento), o intelectual
(cérebro e mente), o emocional (sentimentos) e o espiritual (desejo de
entender a natureza de si próprio, o propósito de viver, as questões
relativas ao aspecto transcendental da vida) (p.35).

Como é possível perceber, com a educação postural a praticante poderá localizar


no corpo com precisão o ponto de perturbação que a impede a fluência do movimento,
pois a conscientização do próprio corpo, como enfatiza Silva e Damiani (2005) traz
benefícios impares como a sensibilidade e percepção do corpo, para emancipá-lo no
“cuidar de si”, como elemento fundamental para transformação e à superação social.

Deste fato surgi à indagação: Qual a importância da educação postural nas


praticantes de dança do ventre? A resposta condiz pelo fato da dança do ventre ter
movimentos que atuam principalmente na pelve, como exemplo, o encaixe e desencaixe
do quadril, no qual este movimento necessita de uma postura adequada, ou seja,
alongada para manter o equilíbrio postural, do contrário, pode sobrecarregar a
13

musculatura antigravitacionais e lombar, causando uma projeção corporal equivocada,


conforme Bankoff (2007):

[...] a pelve se comunica com a coluna vertebral através da articulação


do osso sacro e, conseqüentemente, com as regiões dorsais e ântero-
lateral do abdome através de sua musculatura. Também se comunica
com os membros inferiores através da articulação do quadril e grupos
musculares. Com base nesse funcionamento interligado, pode-se dizer
que se a pelve não esta bem, tampouco as outras estruturas que com
ela se comunicam(p.276).

Neste sentido, a educação postural atua na dança do ventre como um exercício


funcional, como descreve Gomes (2007) dizendo que o exercício funcional não tem
como objetivo prevalecer sobre as outras atividades, é, somente, mais uma opção tanto
para o treinamento como para o tratamento, trazendo ao aluno mais possibilidade de
reflexão sobre a ação no movimento, como descreve Calazans (2003):

No espaço da dança lidamos com o corpo como referência direta da


nossa existência mais profunda e esse fato traz em si uma dimensão
terapêutica [...] Pela observação e percepção dos movimentos mais
simples iniciamos um trabalho de sensibilização, sutil, mas de grande
efeito. Mais importante do que a aprendizagem de qualquer técnica
corporal é o trabalho de conscientização do corpo, das tensões que ele
guarda, dos bloqueios que impedem de seguir o fluxo da vida (p.34).

Em concordância a esta citação, é preciso rever valores e princípios do educador,


tendo como meta uma pedagogia crítica na sua dimensão conceitual do movimento,
para esclarecer as diversas dificuldades de aprendizagem que o aluno encontra
principalmente na dança, para isto, precisam ser priorizadas novas direções didáticas
comunicativas para a superação desta problemática, como explícita Azevedo (2004):

[...] a necessidade de professores e alunos desenvolverem práticas


lingüísticas de apoio à pedagogia crítica, bem como desvelar os
significados e silêncios que cultivam. Além disso, compreender que o
poder se manifesta através da dominação do psiquismo e do corpo,
produzindo diferentes formas de aprendizagem [...] Ou seja, um dado
conhecimento fica sem sentido se explicado para alguém que tem
internalizado, em seus hábitos e na estrutura de seu psiquismo, este
mesmo conhecimento concebido de outra forma (p.69).

Assim, o programa de educação postural oferece esta concepção de corpo


filosófico, com suas possibilidades de melhora nas potencialidades do ser no seu
aspecto global, resultando assim na constituição de um roteiro corporal original, como
revela a arte de educar segundo Calazans (2003):
14

Falar em dança significa falar do movimento, mas também de educar


o movimento. Pois educar, do latim educere, significa, principalmente
conduzir para fora. Produzir a partir do que possui em si, dentro de si.
Educar significa extrair de si algo que se mostre significante, algo que
ecoe em si mesmo e produza sentido, produza vida. Educar é
conhecer, conhecer é nascer, nascer em conjunto com o que cerca,
com o que envolve o ser [..] (p.212).

Portanto, mediante a intervenção pedagógica da educação postural através de um


processo de aprendizagem focado na abordagem somática, que privilegie o princípio
holístico do ser humano: no conhecimento de si, do bem-estar pessoal e da qualidade de
vida. Promovendo deste modo, uma dimensão terapêutica da dança enquanto formas
criativas e expressivas de viver o corpo.

2.4. A Dança do Ventre na perspectiva da pedagogia crítica do movimento

A dança do ventre é uma forma de expressão corporal, que une a arte, a beleza e
a agilidade de movimentos, sendo uma dança, que atravessou diferentes contextos
históricos, desde o continente Africano ao Oriente Médio. Obtendo seu
aperfeiçoamento, no antigo Egito que a tornou enriquecida de simbologias e
especializou este estilo de dança.

Bencardini (2002) comenta que quando a bailarina dança, está na verdade


utilizando do corpo para desenhar várias figuras geométricas no espaço. Tendo como
campo de atuação corporal inserida em um círculo tridimensional imaginário. Deste
modo, o corpo manifesta desenhos no espaço em todas as direções pela interpretação da
bailarina, fazendo renascer um relacionamento do corpo com ele mesmo.

Aliás, a dança do ventre deve seguir uma filosofia de expressão corporal que vá
ao encontro com o feminino, como relata Hanna (1999) onde as mulheres destemidas da
época, atuaram através do veículo da dança, recorrendo ao que os pesquisadores
recentemente documentaram como sendo sua sensibilidade superior de comunicação
não-verbal, assim como na sua emoção. Fazendo as mulheres da dança do ventre de tal
maneira, um pulsar do ritmo do coração.

Da mesma forma, na escrita árabe, como retrata Hanania (1999:43): “ O árabe é


escrito da direita para a esquerda: equivale a dizer que a escrita parte do campo da ação
15

em direção ao coração” assim, a dança do ventre traz gestos como nas batidas de quadril
com ritmos marcantes que se assemelham ao batimento cardíaco, como na publicação
do livro: “Dança do Ventre, Dança do Coração” como esclarece a própria escritora
Vasconcellos (2000):

[...] deve-se ao fato de sentir esta dança de forma tão visceral quanto
meu coração, comparando-a aos sentimentos difusos, profundos, que
possuem um valor rítmico contagiante e determinante. E mais além,
pelo fato de que a maneira mais verdadeira de dançar é quando existe
vivência e entrega; quando amamos verdadeiramente aquilo que
fazemos (p.21-22).

E acrescentando, sobre a irradiação e pulsação nos movimentos na dança do


ventre, é descrito este fenômeno nas mulheres da Arábia Saudita, descrita por Hanna
(1999):

[...] a dança exibe sua peculiaridade notória, inerente e incontrolável.


Com escrúpulo, olhos para baixo, passos decididos, os movimentos da
dançarina começam e se irradiam da pelve em rotações de 360°, que
fazem o tronco subir em espiral. O alto do dorso vibra, os quadris se
estendem (p.91).

A dança do ventre propõe um resgate desta consciência da feminilidade, obtida


por movimentos graciosos e delicados pela experiência desta arte, sendo acrescido de
uma auto-crítica das diferenças entre os sexos descritas por Hanna (1999) que retrata a
imagem construída socialmente de masculinidade que é rotulado como sexo forte, como
ideal de superioridade, que contraditoriamente, na dança ocorre a afirmação da mulher
como “ser social, mudando assim de objetos sexuais para agente ativos da sociedade.

Por sua vez, a dança do ventre além de promover e explicitar as forças culturais
da civilização na linguagem do feminino propõe, ao mesmo tempo, um reajuste postural
adequado mediante a uma linguagem dos movimentos próprios desta dança, para
desenvolver tanto um desempenho da sensibilidade corporal na dança como nas atitudes
e postura da mulher perante a vida.

Kussunoki (2006) menciona um exemplo de movimento que não ficaria


gracioso, realizar movimentos laterais típicos da cabeça na dança do ventre, com uma
cabeça anteriorizada, uma postura comum hoje em dia. Surgindo assim, a preocupação
com a postura global durante as aulas de dança do ventre.
16

Deste modo, os movimentos realizados nesta dança exigem a manutenção


contínua da postura, para que os movimentos possam evidenciar-se, pois os movimentos
se alternam nos membros superiores e inferiores, do lado esquerdo para o direito,
ocorrendo uma mudança de lateralidade através da linha média, no qual se encontra o
eixo corporal que é o centro organizador do movimento voluntário e da postura
(BANKOFF, 2007).

Mas, caso a praticante possua o vício de exercitar mais o lado direito do que o
esquerdo provocará uma compensação da coluna provocando, segundo Teixeira (2001)
danos em determinas estruturas, com lesões de esforço repetitivo, pela solicitação
apenas unilateral do corpo, repercutindo numa alta incidência de escolioses, ombros
assimétricos e coluna assimétrica. Portanto, esta argumentação pode der um indicativo
para a relevância da educação postural nas aulas, para que estas alterações corporais
sejam minimizadas.

Assim, é necessário que a aluna possa vivenciar as possibilidades corporais em


sua plenitude, para que nesta perspectiva aconteça a metodologia funcional integrativa
(MFI), no qual, a aluna possa realizar vários gestos e movimentos que promovam a
movimentação do corpo no seu todo, como relata Calazans (2003):

Quando pesquisamos nosso movimento estamos simultaneamente


provocando uma reeducação dos sentidos, dos sentimentos e da
própria razão. Estamos ressignificando o corpo como agente
irradiante, primeiro e principal de todo o processo educativo, de todo
o processo de reconstrução da experiência vivida em níveis cada vez
mais refinados e inteligentes (p.33).

Da mesma forma, quando a aluna durante a realização do movimento solicitado


tenha o vício de realizar a anteversão da pelve além do necessário, no qual resulta uma
sobrecarga na região lombar devido ao aumento da lordose, ocasionado pelo motivo da
postura errônea a dificuldade da fluência do movimento, e consequentemente, na região
anterior provocará um relaxamento na região do baixo ventre, causando um acúmulo de
gordura nesta localização do abdômen.

Deste fato, contradiz o mito de que a dança do ventre ocasiona barriga, isto só
ocorrerá para quem dança de maneira incorreta, numa disposição corporal imprópria,
como esclarece Bencardini (2002):
17

O mito de que a dança do ventre „dá‟ barriga, não existe, pelo


contrário, sendo uma atividade aeróbica a praticante pode queimar
calorias e gordurinhas extras. São inúmeros os relatos de alunas e
professoras que garantem ter fortalecido a musculatura da região
abdominal. Graças aos exercícios da dança do ventre perderam
gordura localizada, ficando com a barriga mais definida e bonita
(p.122).

Alias, a dança do ventre possui movimentos que contorciona toda musculatura


do corpo, sendo movimentos inspirados na serpente, camelo e outros animais do habitat
oriental, no qual a bailarina incorpora estes movimentos denominados de corporeidade
animal como mencionam Silva (2004):

[...] usando as qualidades corpóreas dos animais e então desenvolver


um corpo cênico que consiga dialogar com essas oposições
internamente, a interagir com a energia primitiva do corpo pré-
humano [...] corpo do outro animal com suas qualidades dionisícas,
seus ritmos, tônus muscular, sua respiração e o seu desenho no
espaço(p.44)

Deste modo, ao analisarmos na dança do ventre na modalidade “dança da


serpente” a bailarina apropria da corporeidade de uma serpente, demonstrando
movimentos de trajetos sinuosos e de extrema habilidade, tendo como desafio o
autocontrole e sensibilidade corpórea.

Neste sentido, teríamos uma lição da postura da serpente, sendo uma criatura
extraordinariamente flexível, capaz de grandes modificações corpóreas, como exemplo,
a cobra do deserto do Egito, a espécie “Naja” que se posiciona durante o ataque numa
postura de curvatura cifótica e lordótica, para uma projeção vertical, no qual a lordose
sustenta a cifose que faz uma modificação de alargamento corpóreo, como uma
compensação, mas é notadamente que a serpente só possui musculatura posterior.

Nesta ótica, a cadeia muscular anterior constitui algo recente, que falando em
termos filogenéticos, adveio do nosso bipedismo, já a cadeia posterior corresponde a
algo dominante na natureza, sendo o ponto de partida para a funcionalidade do
movimento, como relata Braccialli e Vilarta (2000):

Ao estudar tópicos relevantes à postura humana, é pertinente enfatizar


aos professores a importância da realização de tarefas que estimulem a
experimentação sensorial. Este trabalho facilita o desenvolvimento de
imagem corporal e o conhecimento do corpo como um todo que
funciona harmoniosamente (p.168).
18

Logo, a dança do ventre torna-se um objeto de estudo nas dinâmicas do


movimento humano por meio das teorias e abordagens da aprendizagem na área da
dança, sendo a pedagogia crítica do movimento um interventor para um novo prisma na
dança do ventre, que possibilitará um diálogo crítico a respeito dos fundamentos e do
seu contexto histórico.

A partir destas discussões conceituais e atitudinais na dança do ventre, possa


promover a real ou aproximada identidade desta dança, no seu aspecto pedagógico e
social. Deste modo, é proposto pontos relevantes que possibilite direções para uma
pedagogia crítica na dança do ventre, como ilustra, Nogueira (2003):

[...] a pedagogia crítica é uma forma de pensar, negociar e transformar


as relações de ensino-aprendizagem, a produção do conhecimento, as
estruturas institucionais da escola, as relações sociais e materiais mais
amplos das comunidades, sociedades e nações. Tais mudanças são
realizadas com o intuito de eliminar bases injustas que criam
currículos com características sexistas, racistas, homofóbicas,
classistas, características que são agravadas na sociedade capitalista
(p.180).

Quando falamos de dança do ventre, a primeira impressão é de que só o ventre


se mexe, mas na verdade esta denominação “dança do ventre” surgiu por Napoleão
Bonaparte, sendo repercutido e conceituado com este vulgo nome por todo ocidente,
pois na realidade é denominada no mundo árabe de “raks sharki” que significa
literalmente “dança do oriente” ou “dança do leste” que representa o nascer do sol para
celebração da vida (SHARKEY, 1998).

Contraditoriamente, no ocidente adquiriu outra conotação como explicita


Xavier (2006:23): “Dinicu tece fortes comentários a respeito de Bloom, enfatizando que
qualquer pessoa que insista em utilizar o termo „dança do ventre‟ estará perpetuando o
colonialismo, racismo e os equívocos orientalistas médio-vitorianos” deste modo,
utilizo este termo neste trabalho somente para não aumentar ainda mais esta confusão,
mas procurando ilustrar esta dança no seu caráter de expressão da manifestação da
cultura de um povo, como relata Reis (2008):

A dança do ventre é uma forma de expressão cuja função social variou


ao longo da história. Desenvolveu-se como parte da cultura árabe,
sendo constituída a partir de seus valores. No entanto, enquanto
prática social não pode ser vista de modo homogêneo e fixo: em cada
tempo e lugar foram atribuídas distintas finalidades a essa dança, a
19

partir dos diferentes contextos em que se realizava: templos, haréns,


festas populares, casamentos muçulmanos, restaurantes árabes (p.65).

Além disso, um questionamento de reflexão crítica é o fato da dança do ventre


ter sido interpretada de maneira incorreta por meio de fábulas do imaginário fictício,
com conotação depreciativa da realidade, sendo descritas em livros ou obra de arte por
autores denominados “orientalistas” do ocidente, que continham conteúdos numa
ideologia dominante, de revelar a mulher com uma imagem de objeto sexual, bem como
na famosa fábula “As mil e uma noites” que relata Haddad (1986):

Aqui se situa um problema muito discutido: o da „pornografia‟ das Mil


e Uma Noites. Esse problema não é de fácil solução. As histórias de
fundo sexual que, às vezes, se encontram nas Mil e Uma Noites, para o
árabe, ou para o japonês, talvez, sejam muito naturais, não estão
carregadas de malícia ocidental; ou seja, resvalam mais para o
humorismo que para a noção do pecado cristão. Por outro lado, há
diferença de culturas: a mulher muçulmana tem de velar o rosto, mas
não tem problema algum em exibir os seios. Enfim, são outras
categorias em jogo. Talvez, no seio, resida mais a maternidade do que
o prazer sexual. De modo que esse aspecto erótico das Mil e Uma
Noites tem de ser estudado com mais largueza de vista e mais
imparcialidade (p.7).

Ao invés disto, a dança do ventre no seu aspecto pedagógico desperta para a


crítica social, como exemplo, ao fazermos referência do ventre feminino que pelo fato
de realizar nesta dança movimentos em toda região abdominal, principalmente do baixo
ventre promove um fortalecimento desta região, provocando uma proeminência
abdominal.

Neste sentido, comenta Hanna (1999:90): “As mulheres respeitáveis, no


Marrocos, dançam apenas umas para as outras [...] em casamentos, circuncisões e
festejos do dia onomástico. As meninas começam a cultivar os músculos do estômago
tão cedo quanto possam estar em pé” nota-se, que este abdômen causa um conceito de
transgressão do molde corporal da ideologia dominante, que estabelece ao culto estético
e dietético da magreza feminina, com um ventre reto como uma tábua de passar roupa.

Neste padrão social do feminino, produz na praticante de dança do ventre um


constrangimento por estar contra-hegemônica. Por esta razão, é imprescindível, a
discussão deste condicionamento social nas aulas de dança do ventre, para enfim, obter
uma educação problematizadora direcionada para clarificação do que permanece
camuflado, como relata Jorge (1981):
20

O processo para se chegar à conscientização é o da educação


problematizadora. Esta, exatamente por causa de seu dado crítico, é
que levará os homens o detectarem as causas opressoras da ideologia e
a se colocarem como sujeitos para superá-las. Daí que este modelo
pedagógico se faz processo para libertação, porque conscientiza os
homens da opressão da ideologia e de seus que fazeres para superá-la
(p.20-21).

Acrescentando a respeito desta crítica da impressão corporal na atual realidade,


a prática dança do ventre é constituída pelos corpos ditados pela indústria cultural de
modelos corporais magérrimos, conformados por uma nova dança do ventre só que essa
é literalmente “sem o ventre”, assim a mulher perde a consciência das partes do corpo e
da valorização do feminino, como revela a importância do ventre na reconstrução da
imagem corporal por Marques (2008):

Sendo o ventre o ponto principal a ser trabalhado na dança, esta


técnica permite uma maior integração do centro com as demais partes
do corpo, ampliando a noção do eixo-corporal. A aluna deve utilizar
roupas e acessórios específicos, de forma que o corpo feminino seja
visto com mais detalhes como, por exemplo utilizar um lenço em volta
da cintura para acentuar o tamanho e forma do quadril. Os
movimentos da dança do ventre são predominantemente redondos
estimulando por um lado a sensualidade e por outro favorecendo a
flexibilidade, leveza e soltura das articulações (p.3).

Neste embate pelo condicionamento social, a mulher perde sua identidade, pois
o ventre feminino é considerado como símbolo por excelência da feminilidade, e
também será prejudicada pela punição física, pois o excesso de tensão muscular causado
por exaustivas sessões de abdominais, ou pela flacidez da musculatura abdominal,
causada pelo sedentarismo, conjuntamente, poderá dificultar a obtenção do prazer
sexual pela rigidez, ou afrouxamento da região pélvica, que este último, poderá levar a
um quadro de incontinência urinária (SILVA, 2009).

Por isso, é necessário que o ventre mantenha um tônus muscular flexível que
permita tanto a sua contração quanto o seu relaxamento, num equilíbrio harmônico,
tendo como opção os movimentos da dança do ventre para o alcance desta intervenção
da saúde da mulher, como comenta novamente Silva (2009):

No presente estudo verificou-se que a dança do ventre exerceu


influência na musculatura do assoalho pélvico favorecendo o
fortalecimento da mesma, além de trazer outros benefícios às
praticantes. Percebeu-se também que assim como na cinesioterapia
21

para reforço perineal a pratica domiciliar influencia diretamente o


ganho de força muscular através da dança (p.8).

Outrora, a aluna poderá vivenciar na dança um questionamento reflexivo dos


segmentos corporais, por meio de uma pedagogia de movimento vivenciado e
conscientizado pela aluna. Abordando nas aulas de dança do ventre, um diálogo com o
corpo de maneira transcendental, para que ocorra um entendimento filosófico do
fenômeno da dança, possibilite a experiência do redescobrimento do corpo e auto-
correções, no qual retrata Kunz (2003):

A forma de saber que leva à emancipação é portanto um saber crítico


que tem origem no mundo vivido dos sujeitos passando pelo
desenvolvimento de um saber elaborado pelo processo interativo e
comunicativo num contexto livre de coerção (p.44).

Esta pedagogia da educação postural possibilitará nas praticantes, o


esclarecimento da reflexão-ação no se-movimentar, tornando-se alunas independentes,
consequentemente, estimulando a crítica a respeito de situações que exija movimentos
mais complexos na dança, numa didática construtiva e analítica do movimento corporal,
que conforme Calazans (2003):

Quando pesquisamos nosso movimento estamos simultaneamente


provocando uma reeducação dos sentidos, dos sentimentos e da
própria razão. Estamos ressignificando o corpo como agente
irradiante, primeiro e principal de todo o processo educativo, de todo
o processo de reconstrução da experiência vivida em níveis cada vez
mais refinados e inteligentes (p.33).

Assim, na ótica da pedagogia crítica da Educação Física, a dança é um veículo


para a proficiência motora na redescoberta corporal, no momento de salientar o corpo
para expressar sua vontade, de saber fazer a crítica da sua realidade social, pelo qual
proporcionará uma reflexão do modo que vivemos e sua possível superação, como
complementa Gonçalves (1997):

[...] por mais semelhante que seja a situação, nunca é a mesma,


exigindo sempre uma reorganização de nossas formas de
comportamento. Criatividade é, assim, a capacidade de interpretar de
novas formas as novas situações, agindo de forma construtiva, de
modo a adequar nossas ações ao desenrolar da situação (p.128).
22

Nesta visão crítica educacional direcionada a dança do ventre, é finalizada com


uma última citação, sendo um olhar acadêmico nesta arte encantadora, repleta de
criticidade social e dinamismo cultural, como relata Procópio (2008):

[...] dança do ventre num possível parâmetro educacional obtido de


sua prática, e que de uma forma direta ou indiretamente, contribui
para o resgate da sua feminilidade em seu processo educacional na
tríade: conceitual, atitudinal e procedimental para solidificar uma
interação do processo físico, psico e motor à compreensão da dança no
sentido que fomente a criação da expectativa corporal, da capacitação
de várias habilidades de execução de movimentos e de contato com
formas e símbolos próprios [...] revela reflexões sobre essa categoria
de dança e seus possíveis temas que podem ser explorado pelo meio
acadêmico, possibilitando um novo olhar, agora mais científico para
esta arte milenar (p.3).

Finalmente, proponho nesta pesquisa o despertar da sensibilidade, por meio da


percepção consciente de uma boa postura, de tal forma, que seja um diferencial dos
programas de avaliação postural empregado nos estudos a respeito deste tema. Sendo, o
aspecto pedagógico da educação postural, como uma das maneiras de reencontrar o
corpo, no exercitar da consciência corporal para a qualidade do movimento, enfim,
abordando este tema num modo digno da integridade do ser humano.
23

3. METODOLOGIA

3.1.Tipo de pesquisa

Trata-se de um estudo de intervenção experimental, com análise quantitativa


realizadas pelos instrumentos de avaliações antropométrica do alinhamento postural,
amplitude de movimento, flexibilidade e alinhamento pélvico, e qualitativa por meio de
um questionário a respeito da percepção postural.

3.2. Local e período

A pesquisa foi realizada no projeto de extensão Dança do ventre/UFMS,


vinculado ao Núcleo de Estudos Dança e Movimento NEDEM, aprovado pela Pró-
Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis PREAE/UFMS. As aulas foram
realizadas na sala de dança da Preae/UFMS, aos sábado, com duração de 2 horas no
período de Setembro á Dezembro.

3.3. Caracterização do sujeito

Participaram na avaliação física deste estudo teve a participação de 13 mulheres,


na faixa etária média 22,5 ±26.1anos, quanto a profissão/ocupação eram 9 acadêmicas,
1 pedagoga, 2 bioquímicas, 1 policial.

Na aplicação do questionário, obteve a participação de 9 mulheres, na faixa


etária média 19.6±12.2anos, quanto a profissão/ocupação eram: 7 acadêmicas, 1
pedagoga, 1 bioquímica.

3.4. Procedimentos

A primeira coleta do pré-teste das avaliações física: teste de alinhamento


postural, amplitude de movimento, flexibilidade e alinhamento pélvico, foi realizado
anteriormente a intervenção da educação postural, na primeira semana de Setembro,
obteve amostra de 13 alunas. As alunas receberam um termo de consentimento livre e
esclarecido para leitura, decisão de participação (Apêndice 1).
Como metodologia de ensino, foi proposto aulas com métodos terapêuticos e
exercícios que auxiliaram para uma qualidade postural, na duração de 2 horas de aula,
24

durante quatro meses de avaliação. Cada aula foi sistematizada em três momentos
citados a seguir:
- Sessão introdutória: alongamento pelo método de Ioga denominado de “asanas” e o
equilíbrio corporal pelo método Meziérès.
- Sessão intermediária: técnica da dança do ventre e consciência corporal método
Feldenkrais;
- Sessão de encerramento: consciência da respiração (nasal, abdominal, torácica e a
integração de toda fase respiratória) pelo método de Ioga denominado de “Prayama”. E
finalizando, com um momento de discussão a respeito da prática e do conceituação da
dança do ventre.

O pós-teste foi realizado, no ultimo dia de aula, na primeira semana de


Dezembro. Obteve como resultado final, a amostra de cinco alunas. Esta perda amostral,
foi devido o critério de exclusão, que refere duas faltas consecutivas das praticantes no
decorrer desta intervenção.

Na avaliação do questionário com 5 questões descritivas de percepção postural e


1 questão de análise da dança do ventre, foi realizado no penúltimo dia de aula, sendo a
primeira semana do mês de Dezembro. Estas informações foram colhidas neste único
momento. Tendo com critério de exclusão, que refere duas faltas aleatórias no decorrer
desta intervenção.

3.5. Instrumentos

Foi utilizado uma ficha para o teste do alinhamento postural por meio do fio de
prumo, intitulado como instrumento de coleta de dados contendo: identificação pessoal,
idade, ocupação e horas de trabalho e os itens de avaliação (Anexo 1) e uma segunda
ficha contendo o teste de amplitude do movimento, flexibilidade e alinhamento pélvico
(Anexo 2).

Utilizou-se também, um questionário que apresenta identificação pessoal,


contendo cinco questões descritivas referente à percepção postural e uma a respeito da
analise da dança do ventre (Apêndice 2).
25

3.5.1. Avaliação do Alinhamento Postural

A avaliação da postura ocorreu tanto no pré-teste quanto no pós-teste, baseada


no posicionamento postural de Kendall (2007), que propõe um modelo de teste postural
por meio de uma linha de prumo. O fio de prumo é constituído por um cordão com um
peso de chumbo na extremidade, a qual provê uma linha absolutamente vertical,
simulando a projeção da linha da gravidade no eixo corporal. As alunas na posição
ortostática, com os pés descalços, cabelos presos e trajando roupas apropriadas para a
avaliação (calça corsário ou short de nylon, com top ou biquíni). Cada aluna foi avaliada
individualmente obedecendo esta ordem dos segmentos do corpo: cabeça, pescoço,
ombros, região torácica, região lombar, da pelve, joelhos, tornozelos e pés.

Assim, este teste aborda os pontos de referência do indivíduo num alinhamento


ideal da linha de prumo, tendo como ponto de preparação da observação os pés que é
um ponto do corpo estável e fixo ao chão (está alinhado o fio de prumo à frente ao
maléolo lateral), avaliando o corpo nas vistas anatômicas: anterior, posterior, lateral
direita e lateral esquerda. Nas vistas lateral observará o arranjo do fio de prumo ideal,
nestes pontos de referencia do corpo: parte da posterior do pavilhão auditivo, meio do
ombro, no meio do trocânter maior, no meio da articulação do joelho e frente do
maléolo.

Fig.1. Teste de alinhamento postural (desvio cifótica-lordotica).


26

O fio de prumo possibilita verificar os desalinhamentos posturais. Sendo


conceituados pelos 5 tipos de desvios posturais: postura relaxada; postura cifótica-
lordotica; postura com costa abaluada; postura com dorso plano; postura com dorso
curvo.

Fig.2. Tipos de desvios de postura.

Conforme Kendall (2007) Alterações do alinhamento de cada segmento


atribuindo termos a seguir:
Na observação na posição lateral, posterior e anterior permite constatar as
alterações da postura do indivíduo no que se refere: (1) cabeça (normal, anteriorizada ou
retraída), (2) pescoço (normal, anteriorizado, hiperestendido ou retraído), (3) ombros
(normal, anteriorizado ou para trás), (4) região torácica (hipercifose, hiperlordose), (5)
região lombar (hiperlordose ou retificação lombar), (6) quadril (normal, antevertido ou
retrovertido), (7) joelho (normal, flexum ou recurvatum), (8) pé (eversão ou inversão).

Na vista posterior e anterior os acometimentos mais comuns: inclinação e


rotação da cabeça, inclinação do pescoço, rotação medial e lateral do ombro, escápulas
aduzidas e abduzidas, rotação torácica, escoliose, inclinação pélvica, rotação pélvica,
joelho (genu) varo ou valgo, pé plano (pronado), pé cavo (supinado).

Na vista anterior é possível analisar a postura da cabeça rotação, inclinação do


pescoço, ombros (nivelados ou desnivelados), rotação torácica, espinha ilíaca ântero-
superior (EIAS) direita e esquerda e joelhos (valgo, varo ou normal).
27

Segundo Kendall (2007:59): “desvios considerados por estes acometimentos, a


partir do fio de prumo, utilizada como referência de formas de qualitativas descrita
como: leve, moderado e acentuado e não em termos de centímetros ou graus”.

3.5.2. Avaliação da Amplitude do movimento e flexibilidade.

Na avaliação da amplitude de movimento foi baseado no protocolo, segundo


Marques (2003) que afere a amplitude do movimento nos ângulos articulares da coluna
vertebral, com o uso do goniômetro. Os pontos avaliados foram: região cervical e
lombar, com a execução de movimentos em ambas as regiões: flexão, extensão,
inclinação lateral direita e esquerda, rotação direita e esquerda.

Fig.3. Movimentos de: flexão, extensão, de inclinação lateral e rotação de tronco da


região lombar com uso do goniômetro.

Fig.4. Movimentos de: flexão, extensão, de inclinação lateral e rotação de tronco da


região cervical com uso do goniômetro.
28

Outra avaliação utilizada, foi a medida de flexibilidade com uso do índice de


Schober. De acordo com Marques (2003) mede a mobilidade do segmento lombossacral
da região lombar. O método consiste, em traçar com o uso de uma caneta marcadora, as
duas espinhas ilíacas póstero-superiores e outra linha 10 centímetros acima. Em seguida
pede-se para a aluna fazer uma flexão anterior de tronco. O examinador medirá a
distância entre as espinhas ilíacas póstero-superiores e o ponto marcado de 10 cm; com
o padrão de normalidade de 5 cm de aumento.

Fig.5. Índice de Schober

No índice de Stibor, conforme Marques (2003) mede-se a flexibilidade da coluna


vertebral. O método prevê a marcação com uma caneta traçando uma linha unindo as
duas espinhas ilíacas póstero-superiores, e assinalando o processo espinhoso da sétima
vértebra cervical. Com uma fita métrica mede-se a distância entre os dois pontos. Em
seguida pede-se para a aluna realizar a flexão anterior de tronco e nesta posição o
examinador mede novamente a distância entre os dois pontos demarcados; tendo o
padrão de normalidade em 10 centímetros.

Fig.6. Teste de Stibor.


29

Já, o teste do terceiro dedo solo, conforme Marques (2003) mede a flexibilidade
global do indivíduo. Mede-se a distância do terceiro dedo em relação ao solo, sem os
joelhos fletidos e com a cabeça relaxada, deste modo pede-se para aluna realizar uma
flexão máxima de tronco. Com a fita métrica mede-se a distância do terceiro dedo ao
solo.

Fig.7. Teste do terceiro dedo ao solo.

3.5.3. Avaliação do alinhamento pélvico (Método de Schulthess)

Segundo Tribastone (2001), o método resulta do ângulo formado pelo encontro


traçado de uma reta unindo a espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) e a espinha ilíaca
póstero-superior (EIPS) relacionado para formar este ângulo com uma reta horizontal
traçada paralela ao solo entre as duas espinhas ilíacas póstero e ântero superiores. Tendo
como padrão de normalidade 10 à 15 graus, sendo que abaixo representa um quadro
clínico de retroversão pélvica e acima de 15 graus anteversão pélvica.

Fig.8. Avaliação do alinhamento pélvico (Método de Schulthess).


30

3.5.4. Questionário

Foi utilizado como coleta de dados um questionário contendo cinco questões


referida a percepção postural, e uma para analise da dança do ventre. As seis questões
foram abordadas de maneira descritiva os assuntos referiam-se sobre: (1) problema
postural na família; (2) percepção de boa postura; (3) se houve benefícios da educação
postural na dança do ventre; (4) se sente alguma dor durante a dança; (5) correções de
postura nas atividades da vida diária e (6) análise do antes e depois como praticante de
dança do ventre. As questões foram enviadas por e-mail e se as alunas tivessem dúvida
eram respondidas em sala de aula (Apêndice 2).

3.6. Método de aula

Na sessão introdutória foi realizado alongamento em cadeia fechada (posição em


pé), para todos os grupos musculares acompanhado do ritmo musical com finalidade de
relaxamento da musculatura; utilizando de posições posturais do método de Ioga
denominado de “asanas” (DAVIS, 2006).

Foram utilizados movimentos de equilíbrio corporal e a percepção dos segmentos


corporais, por meio do método Meziérès que consiste em exercício de propriocepção
com bolas de tênis ou bola de borracha. Foi utilizado a bola com cravos para
proporcionar uma auto-massagem. As alunas movimentaram partes do corpo que se
integraram até um alongamento total de uma parte do corpo (unilateral). Este exercício
foi utilizado tanto para a melhora do equilíbrio, como para a postura e coordenação
(CLARO, 1988).

Na sessão intermediária, desenvolveu-se os movimentos propriamente ditos da


dança do ventre, tendo supervisão contínua da postura em cada exercício solicitado e
utilizando de um movimento de báscula de encaixe e desencaixe do quadril em todas as
aulas para percepção da cintura pélvica e articulação coxo-femoral, que são à base de
apoio para a coluna vertebral.

Como terapia complementar, foi utilizado o método Feldenkrais, com o


exercício do relógio no quadril, no qual a aluna em decúbito dorsal, pernas em
semiflexão e braços estendidos ao lado do corpo, a aluna observou um relógio
31

imaginário nas seguintes regiões do corpo: a)em cima da cintura pélvica são
correspondente a 12 horas, b) na região púbica correspondente a 6 horas, c) no quadril
esquerdo correspondente a 3 horas, no quadril direito correspondente a 9 horas. A aluna
realizou de forma lenta para a conscientização de toda esta região com movimento de
báscula no ponto correspondente do relógio em 12h e 6h; e movimento de gangorra no
ponto 9h e 3h que corresponde ao lado direito e esquerdo do quadril. Posteriormente,
realizou o movimento continuo do relógio no sentido horário e depois no sentido anti-
horário (CLARO, 1988).

Fig.9. Relógio imaginário de Feldenkrais.

Na sessão de encerramento, foram propostos alongamentos em decúbito dorsal e


alongamento sentado na intenção de relaxamento por meio de exercícios de educação do
ato respiratório, que consiste na consciência da respiração: nasal, abdominal, torácica e
a integração de toda fase respiratória, exercitando principalmente a respiração
diafragmática pelo método denominado de “Prayama”, para o fortalecimento do tronco.
(DAVIS, 2006).

E por fim, foi proposto um momento de diálogo e questionamentos entre


professora pesquisadora e aluna, a respeito da reflexão do movimento, tendo como uma
das análises, as dificuldades enfrentadas nos movimentos e a possibilidade de fazer o
movimento de uma outra forma para obter o mesmo resultado. Enfim, a professora
atuou como interlocutora de discussões a respeito de temas geradores das situações
sociais da realidade e principalmente relacionados à dança do ventre em seu contexto
histórico.

3.8. Análise dos dados.

Foi realizado a análise dos dados baseados nas respostas das participantes sobre a
percepção da postura e a perspectiva da dança do ventre e correlacionando ao
32

desempenho da avaliação física, utilizando como técnica de análise a triangulação na


coleta de dados.

A técnica de triangulação tem como primeiro passo a priorização de dados


contextuais do núcleo da fala do entrevistado, que se apresenta com mais freqüência, o
segundo passo que permita conter procedimentos para ser contextualizado teoricamente,
e o terceiro passo consiste no diálogo do observador com os dois dados, fazendo um
triângulo de comunicação (MINAYO, 2005).

Na avaliação física foi analisado a partir do referencial do padrão de


normalidade de cada teste, e fazendo um dialogo com as respostas das alunas obtidas
pelo questionário de percepção postural.
33

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir, será apresentados os testes de avaliação física: alinhamento postural;
testes de flexibilidade; amplitude de movimento e alinhamento pélvico. Os dados serão
apresentados e discutidos em seguida para cada análise realizada. Finalizando, com a
análise do questionário da percepção postural.

QUADRO-1. Análise da avaliação de alinhamento postural nas vistas


anatômicas: anterior e posterior*.
Teste Vista Anterior Vista Posterior
Alunas Pré Pós Pré Pós
01 Cabeça: normal Cabeça: normal Cabeça: normal Cabeça: normal
Pescoço: normal Pescoço: normal Pescoço: normal Pescoço: normal
Ombro: normal Ombro: normal Ombro: normal Ombro: normal
Tórax: normal Tórax: normal Tórax: normal Tórax: normal
Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal
Pelve: normal Pelve: normal Pelve: normal Pelve: normal
Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal
Pé: normal Pé: normal Pé: normal Pé: normal
02 Cabeça: normal Cabeça: normal Cabeça: normal Cabeça: normal
Pescoço: normal Pescoço: normal Pescoço: normal Pescoço: normal
Ombro: normal Ombro: normal Ombro: normal Ombro: normal
Tórax: normal Tórax: normal Tórax: rotação(leve) Tórax: normal
Lombar: normal Lombar: normal Lombar:normal Lombar: normal
Pelve: normal Pelve: normal Pelve: normal Pelve: normal
Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal
Pé: normal Pé: normal Pé: normal Pé: normal
03 Cabeça: normal Cabeça: normal Cabeça: normal Cabeça: normal
Pescoço: normal Pescoço: normal Pescoço: normal Pescoço: normal
Ombro: normal Ombro: normal Ombro: normal Ombro: normal
Tórax: normal Tórax: normal Tórax: normal Tórax: normal
Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal
Pelve: normal Pelve: normal Pelve: normal Pelve: normal
Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal
Pé: normal Pé: normal Pé: normal Pé: normal

04 Cabeça: normal Cabeça: normal Cabeça: normal Cabeça: normal


Pescoço: normal Pescoço: normal Pescoço: normal Pescoço: normal
Ombro: normal Ombro: normal Ombro: normal Ombro: normal
Tórax: normal Tórax: normal Tórax: normal Tórax: normal
Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal
Pelve: normal Pelve: normal Pelve: rotação Pelve: normal
Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal
Pé: normal Pé: normal Pé: normal Pé: normal
05 Cabeça: rotação(leve) Cabeça: normal Cabeça: rotação(leve) Cabeça: normal
Pescoço: inclinação(leve) Pescoço: normal Pescoço: inclinação(leve) Pescoço: normal
Ombro: rotação(leve) Ombro: normal Ombro: anteriorizado(leve) Ombro: normal
Tórax: rotação(leve) Tórax: normal Tórax: normal Tórax: normal
Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal
Pelve: rotação(leve) Pelve: normal Pelve: rotação (leve) Pelve: normal
Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal
Pé: normal Pé: normal Pé: normal Pé: normal
*Foram utilizado conforme Kendall (2007) como referência a atribuição de normal para os
pontos correspondentes na postura padrão e alterações do alinhamento de cada segmento
atribuindo termos de classificação do acometimento e o grau: leve,moderado e acentuado..
34

QUADRO-2. Análise da avaliação do alinhamento postural nas vistas anatômicas:


lateral direita e esquerda

Teste Vista Lateral Direita Vista Lateral Esquerda


Pré Pós Pré Pós
Alunas
01 Cabeça: normal Cabeça: normal Cabeça: normal Cabeça: normal
Pescoço: normal Pescoço: normal Pescoço: normal Pescoço: normal
Ombro: normal Ombro: normal Ombro: normal Ombro: normal
Tórax: normal Tórax: normal Tórax: normal Tórax: normal
Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal
Pelve: normal Pelve: normal Pelve: normal Pelve: normal
Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal
Pé: normal Pé: normal Pé: normal Pé: normal
02 Cabeça: Cabeça: normal Cabeça: anteriorizada(leve) Cabeça: normal
anteriorizada(leve) Pescoço: normal Pescoço: anteriorizado(leve) Pescoço: normal
Pescoço: Ombro: normal Ombro: normal Ombro: normal
anteriorizado(leve) Tórax: normal Tórax: normal Tórax: normal
Ombro: normal Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal
Tórax: normal Pelve: normal Pelve: normal Pelve: normal
Lombar: normal Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal
Pelve: normal Pé: normal Pé: normal Pé: normal
Joelho: normal
Pé: normal
03 Cabeça:anteriorizada Cabeça: normal Cabeça: anteriorizada(leve) Cabeça: normal
(leve) Pescoço: normal Pescoço: anteriorizada(leve) Pescoço: normal
Pescoço:anteriorizada Ombro: normal Ombro: normal Ombro:anteriorizado
(leve) Tórax: normal Tórax: normal (leve)
Ombro: normal Lombar: normal Lombar: normal Tórax: normal
Tórax: normal Pelve: normal Pelve: normal Lombar: normal
Lombar: normal Joelho: normal Joelho: flexum(leve) Pelve: normal
Pelve: normal Pé: normal Pé: normal Joelho: normal
Joelho: flexum(leve) Pé: normal
Pé: normal
04 Cabeça: normal Cabeça: normal Cabeça: normal Cabeça: normal
Pescoço: normal Pescoço: normal Pescoço: normal Pescoço: normal
Ombro: normal Ombro: normal Ombro: normal Ombro: normal
Tórax: normal Tórax: normal Tórax: normal Tórax: normal
Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal
Pelve:antevertido(leve) Pelve: normal Pelve:antevertido(leve) Pelve: normal
Joelho:recurvatum Joelho:recurvatum Joelho:recurvatum(acentuado) Joelho:recurvatum
(acentuado) (acentuado) Pé: normal (acentuado)
Pé: normal Pé: normal Pé: normal
05 Cabeça:anteriorizada Cabeça: normal Cabeça:anteriorizada(leve) Cabeça: normal
(leve) Pescoço: normal Pescoço:anteriorizada(leve) Pescoço: normal
Pescoço:anteriorizado Ombro: normal Ombro:para frente(leve) Ombro: normal
(leve) Tórax: normal Tórax:rotação(leve) Tórax: normal
Ombro:para frente(leve) Lombar: normal Lombar: normal Lombar: normal
Tórax:hipercifose(leve) Pelve: normal Pelve:antevertido(leve) Pelve: normal
Lombar: normal Joelho: normal Joelho: normal Joelho: normal
Pelve:antevertido(leve) Pé: normal Pé: normal Pé: normal
Joelho: normal
Pé: normal
35

Neste tipo de avaliação oferece dados importantes, pois utiliza como análise as
quatros vistas anatômicas, possibilitando apontamentos precisos nos segmentos que
compõe a postura, servindo como complemento para um diagnóstico de desvios
posturais.
Nos quadros de análise pela avaliação do alinhamento postural, teve como
amostra de 5 participantes, no qual pela análise observou a melhora nas alunas: 2, 3, 4 e
5, sendo que as alunas 2 e 5 tiveram uma melhora do grau leve para o padrão normal,
sendo um indicativo de mudança de padrão funcional pelos exercícios específicos da
educação postural, como menciona Braccialli e Vilarta (2000:159): “A educação
postural tem como finalidade possibilitar à pessoa ser capaz de proteger ativamente seus
segmentos móveis de lesões dentro da condição da vida diária e profissional, seja no
plano estático ou dinâmico” contribuindo deste modo para um padrão funcional eficaz.

Kendall (2007) menciona as influências ambientais relativo à estética ou


aparência rotulada culturalmente da imagem postural. Na amostra da aluna 1 apresenta
em todos os itens avaliados, um padrão de normalidade, remetendo a correção popular
da postura: “costas retas e barriga pra dentro”. Sobre esta relação, tendo como exemplo,
uma aluna com uma postura inadequada no seu cotidiano, porém durante a solicitação
na avaliação esta aluna pode ser flexível e mudar a posição do corpo para uma posição
adequada, este fato é denominado pelo autor como alteração funcional, que induz a um
camuflado ou falso alinhamento postural.

Na aluna 3, ocorreu a melhora do grau leve para padrão normal na vista lateral
direita do segmento da cabeça e pescoço e joelho. No entanto, houve uma mudança do
padrão de normalidade para o grau leve no segmento do ombro, podendo ser um
indicativo de má postura habitual que gera compensação em outros segmentos do corpo.
Acredita-se nisto, pois um aspecto importante a ressaltar refere-se na fala do
questionário desta aluna, quando é perguntado na questão 5, a respeito da correção nas
atividades da vida diária, e ela responde que: “Sim. Tento me policiar sempre,
principalmente meus ombros, pois devido o peso da mochila normalmente tenho a
postura dos meus ombros tortos (um ombro mais alto que o outro)”. Este achado é
relevante para determinar a causa da mudança de padrão, que conforme Gervásio
(2009):
36

[...] as meninas apresentam mais alterações posturais dos que os


meninos, decorrente da redistribuição dos tecidos que ocorre durante a
puberdade. Além disso, durante essas fases os indivíduos estão
sujeitos a comportamentos de risco relacionados ao uso inadequado de
mochilas e permanência prolongada na postura sentada. Sendo a
população do estudo do sexo feminino acredita-se que os desvios
posteriores presentes na adolescência perpetuam na vida adulta (p.7).

Já a aluna 4, obteve melhora no segmento da pelve, mas no segmento do joelho


manteve o quadro clínico de joelho genu recurvatum de grau acentuado, que pode ser
considerado como um fator genético, como menciona Lopes (2009:111):“Genu
recurvatum- deformação congênita ou adquirida do joelho, caracterizada por um ângulo
de abertura anterior, formado pela perna e a coxa durante a extensão máxima” assim,
pelo fato de ser uma alteração instalada de longo tempo, fica difícil a recuperação
convencional por exercícios terapêuticos, mas sim por um trabalho ortopédico.

Nesta perspectiva, há controvérsias destas avaliações observacionais, pois


segundo Kendall (2007) só a avaliação do alinhamento postural não é o bastante, uma
vez que o corpo pode se ajustar numa postura adequada. O fator mais importante que
esta intimamente ligada à dança é o que a aluna pode até ter uma boa postura, mas falta
a mobilidade desta postura ocasionada por aumento da tensão sobre as estruturas de
suporte do corpo ou pelo encurtamento muscular adaptativo ao modo de se manter ereta.

Consequentemente, a mobilidade de manter uma boa postura independentemente


da posição (ereta, agachada, em flexão anterior ou posterior) não é detectado no
alinhamento postural, mas é diagnosticado no teste de flexibilidade que veremos a
seguir.
QUADRO-3. Análise da avaliação de Flexibilidade *
Teste Flexibilidade Flexibilidade Flexibilidade
Índice de Schober Índice de Stibor Terceiro dedo
Alunas Padrão Pré Pós Padrão Pré Pós Pré Pós
01 3cm 4cm 47cm 49cm 5cm 3cm
02 5cm 7cm 52cm 53cm 0cm 0cm
=ou >5 cm =ou >10 cm
03 1cm 4cm 44cm 48cm 18cm 13cm
04 5cm 6cm 50cm 52cm 0cm 0cm
05 5cm 7cm 53cm 57cm 0cm 0cm

*O padrão de ganho final seja =ou > 5 centímetros no índice de Schober e de ganho final = ou
>10 centímetros no índice de Stibor são padrões considerado com uma mobilidade normal
segundo Cruz Filho apud Marques (2003) já, na flexibilidade terceiro dedo não tem referência
padrão pelo motivo de medir a flexibilidade global, conforme Marques (2003).
37

Os testes de flexibilidade contribuem para a avaliação da mobilidade da coluna,


alias, uma boa postura depende da flexibilidade de toda a coluna vertebral para realizar
movimentos precisos, como na flexão de tronco, sem a interferência da flexão dos
joelhos, que é um auxilio desnecessário, causado pela limitação da coluna.

Nesta avaliação, foi possível avaliar algumas influências da intervenção da


educação postural com relação a ganho de comprimento nos grupos musculares que
atuam diretamente na postura, tendo como média em centímetros 1.8 ± 1.0 no índice de
Schober; como média 2.6±2.5 índice de Stibor e como média índice de terceiro dedo ao
solo 1.4±1.6.

Assim, por meio dos exercícios terapêuticos, foi obtidos nas alunas 1, 2, 4 e 5 um
índice de aumento entre 1 cm à 2cm no índice de Schober e Stibor e no teste do terceiro
dedo as alunas 2, 4 e 5 já possuíam flexibilidade global, mas a aluna 1 conseguiu uma
diminuição de 2cm em relação ao solo, aumentando sua flexibilidade global.

Já na aluna 3, houve um aumento de 4cm no índice de Schober e Stibor e de


diminuição de 5cm em relação ao solo do teste do terceiro dedo, consequentemente, um
grande aumento da mobilidade, pois a aluna possuía uma restrita mobilidade antes da
intervenção, resultando relevante indicativo na qualidade do movimento.

E este resultado, foi perceptível para a aluna 3 quando relacionado a questão seis
do questionário, quando perguntou a respeito das praticas de dança do ventre antes e
depois, e ela respondeu que: “Antes não conseguia imaginar que a dança do ventre
poderia proporcionar tanta coordenação motora, pois cada movimento pede certo
equilíbrio”. Desta forma, a aluna conseguiu sentir qualidade do movimento nas suas
habilidades motoras e a importância do equilíbrio postural para a realização dos
movimentos na dança.

Segundo Payne (2007) a flexibilidade esta diretamente ligada ao sexo, pois o


sexo feminino alcança melhores índices do que o sexo masculino. A qualidade da
flexibilidade seja um indicativo que dependerá diretamente da forma de estímulo
aplicado para obter tal mobilidade, que resultará a dois estados: em contribuições
38

eficazes de equilíbrio corporal ou nas condições desfavoráveis de adaptação do corpo


pela extrapolação da mobilidade.

De fato, a dança por si influencia no aumento da flexibilidade, mas num olhar


crítico, a eficiente mecânica corporal requer uma flexibilidade articular adequada, e não
excessiva; pois ao referir ao princípio básico de movimento pode se dizer: quanto maior
a flexibilidade, menor a estabilidade e maior risco de lesões (KENDALL, 2007). No
entanto, o autor revela que este problema acomete na alta técnica de execução da dança,
que requer flexibilidade excessiva e o termo “quanto mais, melhor” possa ser referente
ao benefício da performance na dança, mas não conectada ao bem-estar físico.

De acordo com os resultados, a flexibilidade foi estimulada tanto pela educação


postural quanto pela técnica de movimento na dança do ventre de maneira adequada. No
qual, este ganho foi diferenciado, pois nesta intervenção pedagógica a consciência
corporal interferiu na qualidade do movimento, não sendo uma mera execução da
prática, mas a aluna com o desenvolvimento da percepção dos segmentos do corpo pode
explorar e selecionar os amplos movimentos da dança, observando o seu limite
individual.
39

QUADRO-4. Análise da avaliação de Amplitude de movimento*

Teste ADM Região Lombar ADM Região Cervical


Movimentos Padrão Pré Pós Movimentos Padrão Pré Pós
Alunas (Graus) (Graus)
01 Flexão 0-95° 80° 88° Flexão 0-65° 50° 50°

Extensão 0-35° 35° 35° Extensão 0-50° 40° 45°


Flexão Lateral 0-40° 20° 28° Flexão Lateral 0-40° 40° 40°
Direita Direita
Flexão Lateral 0-40° 25° 28° Flexão Lateral 0-40° 40° 40°
Esquerda Esquerda
Rotação direita 0-35° 30° 35° Rotação direita 0-55° 55° 55°
Rotação esquerda 0-35° 20° 25° Rotação esquerda 0-55° 55° 55°

02 Flexão 0-95° 95° 100° Flexão 0-65° 40° 50°

Extensão 0-35° 35° 35° Extensão 0-50° 30° 35°

Flexão Lateral 0-40° 32° 40° Flexão Lateral 0-40° 42° 48°
Direita Direita
Flexão Lateral 0-40 35° 40° Flexão Lateral 0-40° 40° 50°
Esquerda Esquerda
Rotação direita 0-35° 30° 35° Rotação direita 0-55° 45° 50°

Rotação esquerda 0-35° 35° 40° Rotação esquerda 0-55° 50° 55°

03 Flexão 0-95° 80° 80° Flexão 0-65° 30° 40°


Extensão 0-35° 30° 35° Extensão 0-50° 30° 30°
Flexão Lateral 0-40° 30° 40° Flexão Lateral 0-40° 30° 40°
direita direita
Flexão Lateral 0-40° 42° 45° Flexão Lateral 0-40° 32° 40°
Esquerda esquerda
Rotação direita 0-35° 30° 35° Rotação direita 0-55° 50° 55°
Rotação esquerda 0-35° 32° 32° Rotação esquerda 0-55° 55° 55°
Flexão 0-95° 35° 40° Flexão 0-65° 30° 40°
04 Extensão 0-35° 35° 40° Extensão 0-50° 20° 20°
Flexão Lateral 0-40° 40° 40° Flexão Lateral 0-40° 45° 50°
direita direita
Flexão Lateral 0-40° 45° 50° Flexão Lateral 0-40° 40° 45°
Esquerda Esquerda
Rotação direita 0-35° 25° 30° Rotação direita 0-55° 50° 55°
Rotação esquerda 0-35° 15° 25° Rotação esquerda 0-55° 55° 58°
05 Flexão 0-95° 80° 80° Flexão 0-65° 20° 20º
Extensão 0-35° 30° 30° Extensão 0-50° 10° 10º
Flexão Lateral 0-40° 30° 40° Flexão Lateral 0-40° 38º 40º
direita direita
Flexão Lateral 0-40° 32° 40° Flexão Lateral 0-40° 30º 40º
Esquerda Esquerda
Rotação direita 0-35° 30° 35° Rotação direita 0-55° 50º 55º
Rotação esquerda 0-35° 28° 35° Rotação esquerda 0-55° 48º 50°

*Os valores considerados padrão na amplitude normal dos ângulos da coluna são baseados na
proposta da American Academy of North A merican Surgeons(1965) e The Veterans
Administration of United States of North América (1963) apud Marques(2003).
40

Na avaliação de amplitude de movimento, foi constatado uma análise de maneira


precisa, uma vez que as estruturas cervicais e lombares são especializadas em realizar a
movimentação do tronco que desempenham os movimentos de: flexão, extensão,
inclinação lateral e rotação (BANKOFF, 2007). Neste sentido, esta avaliação indica
quais os locais de comprometimento articular que poderá acarretar certas patologias da
coluna como: retificações ou curvaturas acentuadas, fazendo assim um mapeamento
mais pontual.

Nos resultados analisados teve na região lombar a média de cada movimento


graus: 3.6± 6.8(flexão), como média 4±8 (extensão), como média 7.2± 19.0(inclinação
lateral direita), como média 4.8± 3.9 (inclinação lateral esquerda), como média 5±0
(rotação direita) e como média 4.4 ± 9.2 (rotação esquerda), nos resultados na região
cervical teve média 6±14.6 (flexão), como média 2±2.8 (extensão), como média 4.6±9.8
(inclinação lateral direita), como média 6.6 ± 16.9 (inclinação lateral esquerda), como
média 4±8 (rotação direita)e como média 2±2.8 (rotação esquerda).

Assim, as alunas 2, 3 e 4, aumentaram a amplitude do movimento acima do


padrão de normalidade, ou já estavam antes da intervenção postural, com uma
amplitude articular aumentada, podendo estar relacionada a uma condição predominante
em atividades que exigem uma mobilidade ampliada dos movimentos.

Conforme Bankoff (2007:81): “A determinação de um grau bom de


flexibilidade, numa articulação determinada para um propósito particular, é um assunto
que requer um julgamento profissional cuidadoso e não está sujeito a generalizações” no
qual, me refiro do cuidado da flexibilidade excessiva que prejudica a estabilidade,
impossibilita sustentações desejáveis posturais.

Também, foi observado que em todas as 5 alunas a assimetria na lateralidade


(direito e esquerdo), seja tanto na região lombar quanto na região cervical, a diferença
de angulação sempre é distinta, o que aponta os hábitos posturais de exercitar mais um
lado do que o outro, sendo ocasionados por repetidos movimentos no trabalho ou
realizando atividades físicas como esportes predominantemente unilaterais, o que torna
constante este quadro clínico, sendo denominado de padrão típico de postura
relacionado à dominância (KENDALL, 2007).
41

Este caso aponta para uma das dificuldades encontradas na dança do ventre, que
atua de maneira ambidestra, no qual as alunas até tem facilidade em realizar a técnica do
movimento da dança do ventre do lado dominante, mas quando o mesmo movimento é
solicitado do lado não-dominante ocorre uma deficiência funcional, interferindo na
aprendizagem, como menciona Braccialli e Vilarta (2000):
Educadores deveriam estar conscientes de como a estruturação da
imagem corporal e a vivência corporal são importantes na aquisição
de hábitos e posturas adequadas e como isto interfere no processo de
aprendizagem dos indivíduos (p.169).

Os resultados apontaram mudança neste quadro de diferenças, entre os


movimentos de: flexão lateral direita e esquerda; na rotação direita e esquerda.
Demonstrando, que houve em cada aluna três resultados positivos: igualando ou
aproximando ao padrão da normalidade e até minimizando as diferenças de lateralidade.
Revelando neste resultado a importância da exercitação bilateral, que é predominante
nos movimentos da dança do ventre.

Em concordância a este resultado, outro fator para esta melhora, é reencontro do


eixo corporal, ocorrendo à percepção da redescoberta do complexo corpo, no qual a
aluna habita e que neste processo de construção promove uma intensa satisfação. Tendo
esta percepção a aluna 7, na resposta da questão 6 do questionário, que refere a análise
da dança do ventre antes e depois da prática, quando ela disse que:
Antes da prática da dança do ventre me parecia uma dança como as
outras, não tinha noção do estimulo e a respectiva intensidade que os
movimentos produziam no meu corpo. Hoje vejo a dança do ventre
como um exercício, com imensos benefícios físicos, além de
benefícios psicológicos, pois propicia um extremo bem estar ao
praticá-la.

Portanto, a união pedagógica entre a dança do ventre e a educação postural


possibilitou a reabilitação da deficiência funcional da lateralidade, num processo de
autoconhecimento e da percepção de como pode ser realizado uma ação, como
menciona Vieira e Souza (2002:18): “Esperam que, experimentando o corpo próprio, o
indivíduo se questione e aprenda sobre si mesmo, sendo a função do professor orientar e
facilitar suas descobertas”.
42

QUADRO-5. Análise da avaliação de Cintura pélvica *:

Teste Alinhamento pélvico


(Graus)
Alunas Padrão Pré Pós

01 20° 15°
02 8° 10°
10-15°
03 10° 15°
04 20° 15°
05 12° 15°

*O padrão de angulação da ordem da bacia foi estabelecido conforme Tribastone (2001).

Esta avaliação é direcionada para especificidade dos movimentos da dança do


ventre, sendo com maior intensidade na região da cintura pélvica, nesta análise podemos
perceber uma melhora, nas alunas 1 e 4 que tinham uma angulação podendo ser
considerada como um desalinhamento pélvico com uma tendência de grau acentuado de
anteversão; e na aluna 2 ocorreu um ganho de angulação contribuindo para ordem
normal da bacia, pois antes estava no grau moderado de retroversão.

Tribastone (2001), explica que na prevalência da ação dos músculos


anteversores (reto abdominal, obliquo externo e interno, reto femoral e iliopsoas) numa
ação desarmônica que estão atuando, determinará um aumento da inclinação da bacia,
isto é, uma hiperlordose lombar por anteversão, sendo este fato, um caso comum nas
praticantes de dança do ventre por tentarem reajustar a postura de modo errônea na
dança, como menciona Bencardini (2002):
No início, as futuras bailarinas devem aprender a dividir estudo a
partir da referencia vertebral. Primeiro exercita a mobilidade lombar,
aprende a mover junto com os movimentos desenhados pelo quadril.
Em seguida, inicia os movimentos de tronco, que corresponde à região
torácica e articulações do membro superior. Por fim, vai trabalhar a
região cervical desenhando todos os movimentos da cabeça. Essa
separação quase parecida com a divisão anatômica é importante não
apenas para facilitar o aprendizado, mas também para trabalhar
corretamente os grupos musculares envolvidos e melhorar a postura
na dança (p.110).

Esta citação demonstra a importância da dança do ventre, na aprendizagem


indireta e diretamente da anatomia humana, de perceber a segmentação de cada parte do
corpo, e consequentemente, pode ter o domínio dos movimentos de forma dinâmica na
dança. Obteve esta percepção a aluna 2 quando respondeu a questão 6 do questionário,
43

no qual disse: “Antes não tinha domínio sobre encaixe e desencaixe de quadril, como
tenho hoje, tenho mais facilidade em postura para dança, coisa que antes eu não tinha
conhecimento”.

Portanto, estas análises de avaliação quantitativa, foram de suma importância


para diagnosticar o quadro clínico de alterações posturais e em qual segmento do corpo,
que esta alteração impediu a amplitude do movimento, sendo um instrumento relevante
na intervenção da educação postural.

Neste momento, será descrito os dados de cada questão do questionário de


percepção postural e as possíveis respostas para este estudo. Nesta análise evidenciou
situações favoráveis referente à aplicabilidade da educação postural nas praticantes de
dança do ventre, como indicará a seguir.

A primeira questão referia-se ao histórico na família de problema relacionado à


coluna. Houve 6 alunas que relataram possuir histórico familiar com o problema. Deste
modo, parece que a hereditariedade é um fator que influencia as alterações posturais.

Bankoff (2007) relata que muitos fatores podem influenciar a manutenção e o


alinhamento postural como: hereditariedade; patologia; controle emocional; vícios
posturais e ambientais. Assim, são constatados que certas disfunções fisiológicas da
coluna são hereditárias por vários motivos como: altura, peso e biótipo (ectomorfo,
mesomorfo e endomorfo) favorecendo a disposição morfológica para desenvolver
alterações posturais.

Estas informações são muito úteis para uma intervenção nos estágios iniciais de
uma alteração postural e também como conscientização da aluna não realizar atividades
habituais para desenvolver tal alteração de herança genética.

Na mesma questão, ficou clara a diferença de sexo para desenvolver estas


patologias posturais, sendo revelado que das 6 alunas que tem problema familiar na
coluna, 5 estão diagnosticados no sexo feminino (mãe ou avó), como relatou a aluna 6:
“Sim, minha avó tem bico de papagaio nas costas” sendo o bico de papagaio uma
44

patologia denominada de osteofito que é o crescimento ósseo nas margens articulares; e


as demais alunas só relatam dores nas costa.

Segundo Payne (2007) estudos sobre alterações posturais, determinaram que a


oscilação postural aumenta com a idade e o índice é mais alto nas mulheres, em
qualquer faixa etária, pelo fato das mulheres possuírem redução de massa muscular por
peso corpóreo em relação aos homens.

A segunda questão, foi referente como elas conceituam uma boa postura, e a
resposta mais aproximada do conceito de postura numa pedagogia crítica do
movimento, foi da aluna 3 que disse: “Para mim, uma boa postura não é ficarmos
completamente retos, pois a coluna em si tem suas curvas. Uma boa postura então é o
equilíbrio, nem tortos nem retos demais”.

Neste sentido, é resgatado o conceito de postura de Feldenkrais (1978) que


descreve que ficar direito, isto é, o reto é a imagem geométrica do inverso do que o
corpo é capaz de posicionar, ficar de pé com uma boa postura, não é ficar reto.E com a
mesma critica adverti Vieira e Souza (2002):
Outro problema que podemos levantar em relação às idéias de colocar
o corpo no lugar certo e manter a coluna bem retínha, é que elas
indicam uma imobilidade corporal, uma manutenção estática e sempre
igual da postura, o que se opõe a um corpo flexível, dinâmico e
disponível para o movimento. Uma postura estática sustentada por
longo período possivelmente solicitará a contração contínua e
excessiva de determinados músculos, o que pode desencadear
processos álgicos, dificuldade à circulação sangüínea, compressão
articular e lesão muscular (p.14).

Outras duas respostas para esta questão, também resgataram o verdadeiro


conceito de boa postura com relação da ausência da dor, quando a aluna 2 mencionou a
respeito da boa postura: “Não ter desvios, ou dores quando submetidos a alguma
posição que não se faz sempre, como os alongamentos” e o mesma linha de pensamento
da aluna 4 que disse: “Aquela que não ocasiona problemas posturais dores incômodas”
estas falas remetem ao conceito de boa postura de Bankoff (2007):
Uma boa postura pode ser considerada como aquela que apresenta as
seguintes características: uma postura não fatigante, sem dor e que
permita ao individuo permanecer nela por um longo período de tempo,
e que, além disso, apresente uma aparência aceitável (p.277).
45

Entretanto, a resposta com uma definição completa de boa postura no sentido


anatômico, foi na resposta da aluna 8 que relatou:“Aquela postura que mantém a coluna
ereta, os ombros suavemente para trás sem concentrar força para mantê-lo, além de uma
respiração profunda para que os pulmões auxiliem na manutenção da postura”.

Nesta fala, percebemos a capacidade de conscientização corporal e da união da


percepção dos segmentos que a aluna analisa no seu corpo: de coluna ereta, de ombros
suaves e da qualidade da força, que segundo Feldenkrais (1978):

Percepção é a consciência junto com a noção do que esta acontecendo


na situação ou dentro de nós mesmos, quando estamos conscientes.
Muitas pessoas acham fácil ter consciência do controle dos seus
músculos voluntários, pensamento e processo de abstração. É muito
mais difícil, por outro lado, ser consciente e controlar os músculos
involuntários, sensações, emoções e habilidades criativas (p.72-73).

Esta citação, esta relacionado em entender o quanto é importante ter o domínio


do corpo, no trinômio do movimento: mover-se, sentir e pensar. Além disso, a aluna 8
abrange a percepção da interferência direta que a respiração tem com a postura, no qual
refere Bankoff (2007):
O diafragma, músculo cupuliforme, contrai-se e aplaina a base do
tórax, aumentando o diâmetro vertical. Seria muito bom que isso
acontecesse de acordo com a teoria. Porém, é bom informar que a
maioria da população, independente da faixa etária, exceto crianças de
zero a dois anos de idade, não executa as respirações diafragmáticas e
sim a respiração costal, ocorrendo, consequentemente, alterações da
biomecânica torácica [...] o processo respiratório, perderam sua
harmonia de funcionamento, deixando o tórax cada vez mais
deprimido, principalmente nos casos em que se constatam desvios
posturais já acentuados no tronco (p.274).

Na questão três, foi questionado á respeito dos benefícios da intervenção


postural nas aulas da dança do ventre e as respostas foram unânimes de que houve o
benefício. Dentre as respostas a aluna 3 disse : “Sim. A própria ideia sobre postura”,
sendo indicativo que o tema postura é abordado em sua dimensão conceitual na dança,
pois a aluna têm a contextualização teórica da postura.

Além disso, inclui a dimensão atitudinal, sendo comportamento que possam


incluir valores e mudança de atitudes, como no relato da aluna 7: “Com as aulas
consegui uma postura mais ereta, já que tenho tendência a ter as costas encurvadas”.
46

E por fim, a dimensão procedimental que embasa a prática dos movimentos


corporais para proporcionar a qualidade no movimento, no qual relaciona aos resultados
de melhora de amplitude de movimento, flexibilidade e principalmente no alinhamento
pélvico, como na fala da aluna 2: “Sim, já fiz outros tipos de dança, mas percebi que as
aulas de dança do ventre me deram mais controle sobre encaixe e desencaixe do quadril,
para facilitar os movimentos, coisa que não tinha antes”.

Nesta mesma questão, foi registrada nas falas das alunas a percepção das
segmentações do corpo de poder mapear o corpo de forma consciente e indicar em qual
local do corpo teve mudanças com a educação postural, sendo respectivamente as mais
mencionadas partes do corpo: quadril, postura e ombros. Umas das falas de percepção
postural esteve com a aluna 5 que descreveu: “Sim. No alinhamento dos ombros e do
quadril principalmente”.

O quadril é à base do suporte corporal, e é uma potente alavanca para resistir à


força da gravidade; a pelve segundo Bankoff (2007) pode conseguir surpreendente
flexibilidade se for treinada, isto é, quando o ganho da mobilidade for de maneira
equilibrada, permitem ações muito eficazes como: o controle postural e na locomoção
por ampliar o movimento de báscula, garantindo deste modo o balanceio do quadril
numa freqüência rítmica apropriada durante a marcha. No entanto, o quadril é um dos
pontos primordiais para uma boa postura, conforme Feldenkrais (1978):

[...] ao refinar o controle sobre a posição da pélvis e melhorar o


alinhamento da espinha. Você aumentará a sua habilidade de
coordenar e por a cabeça aos movimentos do tronco. Isto melhora os
movimentos de torção da espinha na posição ereta. Nos movimentos
primitivos, olhos, cabeça e tronco viram-se juntos para a direita e
esquerda. A percepção desta tendência torna possível virar para cada
um separadamente ou em diferentes combinações, fazendo a volta
mais fácil e aumentando o ângulo de rotação. Você observará também
a conexão entre a sensação causada pelo movimento no corpo e a
posição dos membros no espaço (p.149).

Já na questão quatro, foi perguntado se a aluna sentia dor durante o movimento


da dança, sendo esta uma questão de divisões de opiniões e as respostas que pontuaram
a dor no corpo foram as alunas 5 e 6, sendo o relato da aluna 5: “Sim, durante as aulas
não. Mas, quando treinamos o redondo pequeno, o grande, da colheita, o oito maia ou
egípcio, sinto dores leves na região lombar, que logo passam”.
47

E a mesma relação com os movimentos redondos específicos da dança do ventre,


na fala da aluna 6: “Sentia dor na lombar quando fazia muitos movimentos circulares e
nas pernas quando fazia muitos movimentos mais com as pontas dos pés”.

Talvez possam estes movimentos de redondos e oitos no quadril, trazer


movimentos de estranhamento fisiológico e psicológico para as mulheres do ocidente,
no qual não são utilizados nas práticas corporais cotidianas. Defrontamos então, com
um corpo limitado pela atitude do movimento, de muita intensidade, na região pélvica
um local proibido de estimulação na educação das mulheres nesta sociedade, assim até
as estruturas do corpo se familiarizarem com esta técnica corporal específica da dança
do ventre, as alunas irão sentir dores iniciais ou suprimir esta elementar técnica
corporal.

O conceito de técnica corporal apresentado é fundamentado em Mauss (1974),


pois este fenômeno refere a movimentos aperfeiçoados em sua forma tradicional de
repetições, que variam não simplesmente com indivíduos e suas imitações, mas,
sobretudo, com as sociedades, as educações, as convivências e as modas,
principalmente em técnicas de movimentos na dança, tornando distintas uma das outras,
por meio das faculdades de repetições e imitação gestual.

Na questão cinco, perguntou-se se nas atividades diárias a aluna procura


corrigir a postura, e as respostas foram sim de 8 alunas, no qual a maioria intensificou
que no cotidiano corrigem hábitos de se posicionar em pé ou sentado de maneira
errônea, isto retrata a auto-correção e que na insistência leva ao aperfeiçoamento, assim
descreveu a aluna 8:
Sim. quando sinto dores no ombro percebo que é muitas vezes
causado pela péssima postura. Então busco corrigir meu modo de
sentar e meu modo de estar ereta sem tensionar os ombros ou pescoço.

Nesta descrição da aluna 8, é possível perceber que a aluna possui um padrão


desalinhado de se posicionar, que ocasiona dor e se repete, por muitas vezes, sendo
indicativo de um mau hábito persistente. Então, surgi à reflexão de: como estamos
utilizando o nosso corpo? Será que é preciso o corpo comunicar através da dor para que
possamos percebê-lo? E também, durante a prática de auto-correção, saber o quanto é
difícil mudar a força do hábito, como refere Feldenkrais (1978):
48

Portanto, é impossível mudar hábitos cofiando apenas em sensações.


Algum esforço mental consciente deverá ser exercido, até que a
posição recém-ajustada deixe de ser percebida como anormal e se
torne um novo hábito. Mudar um hábito é muito mais difícil do que
poderia pensar, como sabem todos os que já tentaram (p.84).

Finalmente, na questão seis foi solicitado à aluna que fizesse uma análise do
antes e depois das aulas de dança do ventre e as respostas foram variadas tendo como
predomínio a visão biológica na dança, citando as melhoras do físico: na flexibilidade,
na postura, coordenação motora, equilíbrio, resistência respiratória, amplitude articular,
fortalecimento muscular, força, bem-estar e disposição sexual pelo fortalecimento do
assoalho pélvico, este último item revelado por Silva (2009):
Um estudo de intervenção sobre os efeitos dos exercícios do assoalho
pélvico na sexualidade feminina avaliou a força perineal, estabeleceu
um protocolo de exercícios e avaliou a satisfação sexual no pré e pós-
teste. Foi observado aumento na força perineal e da propriocepção, da
satisfação sexual com aumento na freqüência dos orgasmos e maior
facilidade para atingi-lo, além de maior desejo sexual. O aumento da
força muscular conseguido com a dança pode ter levado a melhora do
desempenho relatado pelas alunas (p.7-8).

Estes são aspectos relacionados à intervenção da saúde da mulher na dança do


ventre, juntamente por meio de exercícios terapêuticos focados no fortalecimento tanto
cardio-respiratório quanto do assoalho pélvico, obtendo um bom desempenho do físico,
como retrata novamente Silva (2009):
[...] ciente da importância de um assoalho pélvico fortalecido, conclui-
se que a dança do ventre, utilizada para fortalecimento da musculatura
pélvica, poderia servir como forma de prevenção para o aparecimento
de disfunções. Como forma de garantia dos benefícios citados sugere-
se que durante o aprendizado e prática da dança as mulheres sejam
orientadas e incentivadas a realizarem as contrações devidas por
profissionais responsáveis (p.9).

Já, a mais criteriosa resposta direcionada a educação crítica na área de dança,


que nos permita ver/sentir/perceber, de modo claro, amplo e intenso na Dança/Educação
na reflexão sobre a ação, foi as alunas 3 e 5 que apresentam estas falas, sendo o relato
da aluna 3:
Antes não conseguia imaginar que a dança do ventre poderia
proporcionar tanta coordenação motora, pois cada movimento pede
certo equilíbrio. Também não tinha noção da história dos passos, que
ao meu ver, são um diferencial. Normalmente as pessoas não falam
sobre isto. Fora o conhecimento que temos de nós mesmas. Coisa que
não imaginava que seria possível ao praticar uma dança.
49

E acrescentando a respeito desta pedagogia critica na dança, relatou a aluna 5:


Vou procurar listar alguns ganhos (já que não percebo nenhuma
perda):
Compreender melhor a cultura árabe e o significado da dança nessa
cultura.
Melhor percepção de cada parte do corpo;
Melhor resistência física e respiratória;
Noções de cadência e ritmo musical e de instrumentos musicais
específicos da música árabe;
Compreensão da dança árabe como uma forma cultural de valorização
da mulher e da sua feminilidade, em oposição aos processos de
banalização, exposição e objetificação da mulher, relacionados a
alguns tipos de dança e manifestações ocidentalizadas;
Deslocamento da preocupação com o próprio corpo nos aspectos
estéticos para uma preocupação com a postura, o bem-estar, e prazer
sexual, com meu marido. Ficou mais fácil alcançar, inclusive o
orgasmo!.

Estes relatos representam toda uma gratificação, de um processo árduo, de muita


resistência e críticas, na maioria negativa, por parte de alunas que queriam permanecer
em um estado de ideologia tradicionalista, presas na prática pela prática, privado da
improvisação da dança que desperta para criação do movimento, do resgatar da
feminilidade que proporciona a identificação deste corpo feminino e seus valores.

Além disso, proporcionar a familiarização da cultura árabe que promove o


conceito de alteridade, seja dos seus movimentos corporais distintos ou das atitudes
deste povo em relação à vida, valorizando a cultura do movimento pela dança do ventre,
conforme Sharkey(1998):

A „Dança do Ventre‟ pode parecer sensual para quem assiste, mas


quem a pratica precisa fazer uma série de exercícios que obrigam a
mexer desde os dedos das mãos até corrigir a postura. Nessa dança,
todo o corpo se movimenta e, por isso, é preciso trabalhar o corpo
como um todo. Existem exercícios para cada parte do corpo.
Pretensioso, portanto, acreditar que só de rebolado vive a „Dança do
Ventre‟ (p.7).

Ultrapassando barreiras, como educadora deparo neste momento, com a


relevância do papel social, cultural e político do corpo enquanto se dança, de que
podemos ousar na prática por uma pedagogia critica do/pelo movimento, como declara
Darido et al (2001):

Através de nossos corpos aprendemos subliminar e inconscientemente


(caso não tenhamos aprendido a ter uma postura crítica diante da vida)
50

quem somos, o que querem de nós, por que estamos neste mundo e
como devemos nos comportar diante de suas demandas. Conceitos e
regras sobre gênero, raça, etnia, classe social etc. estão/são
incorporados durante nosso processo de ensino-aprendizado sem que
muitas vezes nos demos conta daquilo que estamos construindo ou até
mesmo (re)produzindo. Nossos corpos são „projetos comunitários‟
quanto à forma, peso, postura, saúde etc. e raramente somos
incentivados a arriscar, a tentar o novo, a variar nossos movimentos
ou até mesmo a descobrir nossas próprias vozes neles contidas (p.25).

Por fim, nestes resultados foi observada a importância da intervenção


pedagógica da educação postural para a qualidade de movimento nas praticantes de
dança do ventre. E revelou como esta junção tornou mais eficiente o movimento e o
conhecimento de si próprio para a auto-correção de maneira a identificar suas próprias
dificuldades. Entretanto, a intervenção da educação postural possibilita uma abordagem
somática que privilegia o princípio holístico do ser humano, exercitando como foco
principal a percepção postural que é o ponto de partida para o desenvolvimento global
do movimento de maneira estável e consciente.
51

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho, direciono a necessidade da exercitação de uma educação


postural, que promova as possibilidades corporais: da reflexão do pensar com e a partir
do movimento; por uma pedagogia crítico-emancipatória; que deste modo resgate a
humanização do ser. Além disso, estimulem no aspecto biológico as estruturas corporais
que se encontram adormecidas não só pela falta de solicitação no cotidiano, como pelas
estafantes horas de trabalho que ocasiona a ausência do eu.

O resultado superou a expectativa esperada para estes quatro meses de


intervenção pedagógica da educação postural, e demonstrando também que esta
intervenção pode ser promissora quando aplicada diretamente às necessidades e
implicações mecânicas da dança. E que pode, oferecer resultados significativos nas
aluna por meio da exercitação da percepção consciente dos segmentos corporais e
exercícios terapêuticos para a qualidade do movimento.

Além disso, a educação postural foi importante na minimização/redução do grau


do desalinhamento postural, no qual 4 alunas saíram do padrão de grau leve e adquiriu
um padrão de normalidade. E da mesma forma, com os teste de amplitude de
movimento que possibilitou a melhora significante nas diferenças na lateralidade das
alunas. Nos testes de flexibilidade houve uma melhora de aumento média 1.8±1.0 nas
alunas sendo relevante, pois antes da intervenção a aluna 3 encontrava-se em um quadro
de limitação da flexibilidade do tronco e pós a intervenção teve um ganho de 4cm de
flexibilidade global.

Assim, o estudo ganhou maior credibilidade quando considerado o questionário


a respeito da percepção postural, pois por meio deste instrumento obteve-se várias
considerações do processo de construção da postura a partir do desenvolvimento da
percepção das alunas, como reflete Merleau-Ponty (1999:278): “Mas, retomamos assim
o contato com o corpo e com o mundo, é também a nós mesmos que iremos reencontrar,
já que, se percebemos com nosso corpo, o corpo é um eu natural e como que o sujeito
da percepção”.
52

Deste modo, foi observado que as alunas souberam responder de modo


consciente sobre os segmentos do corpo, e assinalando com precisão os ajustes que
deveriam ser feitos, possuindo respostas fundamentadas que contribuíram para um
diálogo contextualizado com a teoria, e poder fazer uma correlação das respostas com o
desempenho obtido na avaliação física.

Da mesma forma, quando analisado as mudanças obtidas á respeito da dança do


ventre, possibilitou evidenciar um trabalho dinâmico tanto na didática como na junção
teoria-prática, para um constante desenvolvimento tanto da educadora quanto das
praticantes de maneira reflexiva e crítica da realidade e contexto social da dança do
ventre.

Durante o processo avaliativo houve também limitações, como às faltas das


alunas pelo critério de exclusão, o que diminuiu o nível de amostra da pesquisa, a falta
disponibilidade de aulas durante a semana diminuindo a qualidade da intervenção de
forma mais frequente e a quantidade de meses para uma melhor avaliação.

Portanto, este estudo deixou possibilidades para uma constante busca da


intervenção da educação postural nas demais práticas corporais e de comprovar sua
importância na essência do se mover, que este planejamento de aula propiciou como
educadora, um diferencial nas aulas de dança do ventre, sendo um eficiente método para
o desempenho das praticantes na dança como para a qualidade de vida.
53

REFERÊNCIAS

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religião. Tradução: Miguel Mahfoud e Marina Massimi, Bauru: EDUSC, 2004.

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Doutorado, Rio de Janeiro - UFG, 2004.

BANKOFF, Antonia D. P. Morfologia e cinesiologia: aplicada ao movimento humano.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

BREGOLATO, Roseli A. Cultura corporal da dança. São Paulo: Ícone,2006.

BENCARDINI, Patrícia. Dança do ventre: ciência e arte. São Paulo: Textonovo,


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BRACCIALLI, Lígia M. P. e VILARTA, Roberto. Aspectos a serem considerados na


elaboração de programas de prevenção e orientação de problemas posturais. Rev:
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CALAZANS, Julieta [et al.]. Dança e educação em movimento. São Paulo: Cortez,
2003.

CLARO, Edson. Método Dança – Educação Física: uma reflexão sobre consciência
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CONDURÚ, Marise T. Elaboração de trabalhos acadêmicos: normas, critérios e


procedimentos. Belém: revista ampliada e atual, 2007.

DARIDO, Suraya C. et al. A educação física, a formação do cidadão e os parâmetros


curriculares nacionais. Rev: Paulista Educação Física, v.1, n.15, 17-32, jan/jun, São
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57

Apêndice 1
(Termo de consentimento)
58

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul


Centro de Ciências Humanas e Sociais
Departamento de Educação Física
Pós - Graduação na pedagogia crítica em Educação Física.

Garantia de confidencialidade:

Eu, Mayra Soares Procópio, acadêmica do curso de Pós–Graduação Lato sensu na


pedagogia crítica em Educação Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,
portadora do RGA: 101531004029; no qual, esta entrevista tem por objetivo realizar
pesquisa de caráter cientifico que deste estudo propõe como objetivo geral analisar a
melhora do alinhamento postural em alunas de dança do ventre do projeto de
extensão/UFMS e como objetivo específico conhecer quais os benefícios da educação
postural como recurso pedagógico na dança. Deste modo, sua participação neste teste de
alinhamento postural possibilitará o conhecimento cientifico da intervenção da
educação postural nas aulas de dança do ventre, assim a necessidade da sua cooperação
para divulgar academicamente esta particularidade na dança do ventre. A participação
exigirá aproximadamente 20 minutos do seu tempo, para ser analisado sua postura no
teste da linha de prumo; no qual, terá uma avaliação de pré-teste e pós-teste para
legitimação da avaliação. A analise de dados será verificado individualmente, Após a
finalização da analise dos dados, eu lhe enviarei com satisfação um resumo das
descobertas. Todos os dados serão distribuídos confidencialmente e nenhum indivíduo
que tornaram parte deste estudo serão identificados, assim sempre obterão nome fictício
obedecendo à ética da instituição (UFMS).

Agradeço antecipadamente pela sua colaboração.

____________________________
(Orientador do projeto de pesquisa)

_____________________________

(Acadêmico do projeto de pesquisa)

_______________________________ RG:___________________
(aluna analisada no teste)
59

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul


Centro de Ciências Humanas e Sociais
Departamento de Educação Física
Pós - Graduação na pedagogia crítica em Educação Física.

Prezado Senhor (a):

Solicito autorização do responsável pelo projeto de extensão: Nucleo de Estudos


de Dança e Movimento-NEDEM, para que as alunas da aula de Dança do Ventre
possam participar da pesquisa para o trabalho de pós-graduação do curso de Educação
Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Este presente estudo é conduzido pelo Profº Me. Marcelo Victor da Rosa e pela
Profª Mayra Soares Procópio. A pesquisa tem por finalidade investigar a educação
postural como intervenção nas praticantes da dança do ventre do projeto de extensão:
Núcleo de Estudos Dança e Movimento NEDEM/UFMS e como objetivo específico
constatar qual será a percepção da postura das praticantes de dança do ventre.

Para maiores informações entrar em contato pelo telefone, ou ainda pelo e-mail:
may_procopio @hotmail.com.

Atenciosamente,

_______________________________________________

Profº Me. Marcelo Victor da Rosa


60

Apêndice 2
(Questionário de percepção postural)
61

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul


Centro de Ciências Humanas e Sociais
Departamento de Educação Física
Pós - Graduação na pedagogia crítica em Educação Física.

QUESTIONÁRIO:

Nome da entrevistada:

1) Você tem na família qualquer histórico de problema na coluna?

2) O que é uma boa postura para você?

3) Para você houve benefícios da intervenção da educação postural nas aulas de


dança do ventre? Quais?

4) Você sente dor durante o movimento da dança? Se sente, quais posturas ou


ações na dança que aumentam ou diminuam a dor?

5) Você procura corrigir sua postura nas atividades da vida diária?Como?

6) Como praticante, faça uma análise da dança do ventre antes e depois da prática
dança?
62

Anexo 1
(Instrumento de coleta de dados pessoais e Avaliação do alinhamento da postura)
63

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS: INFORMAÇÕES PESSOAIS E


TESTE DA LINHA DE PRUMO
Mayra Soares Procópio
Análise: Pré-teste( ) ou Pós-teste( ).

Nome: idade:
End: e-mail:
Tel:
Profissão:
Posição ocupacional no trabalho: horas/dia:

Observação:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Graduação em Licenciatura Plena do curso de Educação Física pela Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul/UFMS, Pós-graduando lato sensu do curso de especialização em Pedagogia Crítica em
Educação Física/UFMS; Graduando em Fisioterapia pela Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul/UFMS e Coordenadora pedagógica e ministrante do projeto de extensão da Dança do Ventre/UFMS.
64

Vista anterior:

-Cabeça:
-Pescoço:
-Ombro:
-Região torácica:
-Região lombar:
-Pelve:
-Joelho:
-Pé:

Vista lateral esquerda:

-Cabeça:
-Pescoço:
-Ombro:
-Região torácica:
-Região lombar:
-Pelve:
-Joelho:
-Pé:

Vista posterior:

-Cabeça:
-Pescoço:
-Ombro:
-Região torácica:
-Região lombar:
-Pelve:
-Joelho:
-Pé:

Vista lateral direita:


-Cabeça:
-Pescoço:
-Ombro:
-Região torácica:
-Região lombar:
-Pelve:
-Joelho:
-Pé:

Desvio da linha de prumo ou desalinhamento (vista posterior)

Ausente ( ); Simples: C7 ( ) ou S1( ); Duplo: ( )


65

Anexo 2
(Avaliação de Amplitude de movimento, Flexibilidade e Alinhamento pélvico)
66
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS: AMPLITUDE DE MOVIMENTO

Coluna Vertebral:

Movimento ativo ( ) Movimento passivo ( )

Movimento Região Lombar Região Cervical

Flexão

Extensão

Inclinação lateral direita

Inclinação lateral esquerda

Rotação direita

Rotação esquerda

Medidas Flexibilidade:

Flexibilidade Cm

Índice de Schober

Índice de Stibor

Terceiro dedo solo anterior

Articulação da Cintura Pélvica:

Método de Schulthess

Alinhamento pélvico
(Graus)

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