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Sumário:
- D.João II, o "Princípe Perfeito": A herança das "transições" e a centralização do poder régio.
(Pag.153 – Livro)
Vamos hoje entra no Estado do renascimento e vamos entrar neste estado com D. João II.
E portanto as casas que foram constituídas a partir da família real são precisamente aquelas que mais são
beneficiadas, são exemplos: Casa de Bragança, a Casa do Cale de Bragança e a Casa do Cale de Viseu.
Ora bem para começar o reino, logo em 1481, D. João II convoca Cortes para Évora e cujo objectivo
fundamental é a dos três estados do reino: Clero, Burguesia e o Povo prestarem “Menagem e
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obediência”. Estas cortes vão ser reunidas mediante um novo cerimonial cheio de simbolismo
(simbolismo protocolar) e depois segue-se o juramento da Nobreza, do Clero e do Povo. Este cerimonial
vai começar pelo mais alto dos senhores Nobres, o Duque de Bragança (D. Fernando que é o terceiro
Duque de Bragança) e termina com os procuradores de Lisboa e Santarém que são os representantes sa
Vilas e Cidades do reino.
Ora bem houve aqui uma Politica de constrangimento, de distância e de marcação por parte de D. João
II. É evidente que também nas Cortes D. João II vai aproveitar, a pedido dos povos, para aprovar logo ali
uma serie de medidas que vão diminuir privilégios da Nobreza e do Clero, Entre os quais: Em 1º lugar a
derrogação da Jurisdição senhorial; a Diminuição das quantias por parte da Nobres, entre muitas
outras medidas. Medidas tão radicais logo desde inicio, a que a nobreza não estava habituada (bem pelo
contrario) vai dar origem a conjuras. Bom assim D. João II vai ser confrontado com conjuras que vão ser
arquitectadas pela Nobreza e tendo tomado conhecimento que D. Fernando (Duque de Bragança) se
envolvera numa conspiração em finais de 1482, e que tal conspiração tinha até o conhecimento dos reis
Católicos. O rei vai esperar pelo momento indicado para uma acção fulminante e esse momento vai
chegar em Maio de 1483, quando D. João II manda prender o Duque e vai submete-lo a julgamento da
casa da Suplicação com um Júri Colectivo constituído por: 5 Juízes, 12 Nobres e 2 cidadãos de Évora.
Durante 3 semanas os 22 artigos da acusação vão ser discutidos, findo esse tempo o júri vai condenar o
Duque de Bragança á Morte por crime de traição e crime de lesa-majestade. D. João II mandou
executar a pena em praça pública em Évora, confiscando todos os bens da casa real a favor da coroa,
tinha terminado a Casa de Bragança. Todos os outros membros da família de Bragança, bem assim os
demais envolvidos na conjura, tiveram de fugir do país para não sofrerem a mesma sorte.
Tendo igualmente tido conhecimento que D. Diogo (4º Duque de Viseu) que era primo direito e cunhado
(irmão da rainha) estivera de alguma modo envolvido na conjura chefiada pelo Duque de Bragança, D.
João II chama-o, admoesta-o e alerta-o. Bem o Duque de Viseu não confessa culpas e promete que lhe
será leal e obediente. Porém o Duque de Viseu foi suficientemente imprudente para aceitar chefiar uma
nova conjura contra D. João II, que seria descoberta em 1484. E desta vez encontrando-se a corte em
Setúbal, o Rei D. João II convoca o Duque de Viseu e sem as preocupações jurídicas que tivera com o
Duque de Bragança, logo que ele compareceu eliminou-o á punhalada. E determinou que todas as
pessoas envolvidas na conjura fossem apresadas e esquartejadas. Tinha caído a segunda casa local, os
bens não foram confiscados a favor da coroa, excepto o título de Duque de Viseu, tendo D. João II
autorizado o irmão do duque de Viseu utilizar o titulo de Duque de Beja (o único irmão sobrevivente, o
mais novo, chamava-se Manuel – fixei este nome)
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Após a morte do Infante D. Henrique (†1460), que estava á frente da empresa descobrimentos, por
algum tempo os descobrimentos estiveram sem uma coordenação tão empenhada como aquela que tinha
sido a do Infante D. Henrique. Dado que D. Afonso V vai-se fundamentalmente envolver nas questões
Marroquinas, questões que vão ser fundamentalmente primordiais para este, também porque D. Afonso
V se vai envolver num projecto de Cruzada que teve alguma notoriedade na própria Europa, a seguir á
tomada de Constantinopla pelos Turcos Otomanos (1453) e portanto foi nessa ocasião que se pensou
fazer uma grande cruzada para ir reconquistar Constantinopla, que tinha sido aliás a partir de então
rebaptizada pelos Turcos Otomanos de Istambul.
E por isso ele vai dar mais importância às questões: da Cruzada e às conquistas em Marrocos, que
propriamente aos descobrimentos. Por isso e durante cerca de 12 anos estes descobrimentos continuaram
a ser feitos, mas apenas dotados de “inércia Henriquina”.
1469 – Celebrado pela Coroa um Contrato de arrendamento (válido por 5 anos) com Fernão Gomes,
em lhe é dado o monopólio do comercio Africano, com obrigação de descobrimento anual de novas
extensões de costa. No concreto este contracto de arrendamento implicava o seguinte:
Isto é uma novidade, mas o que é facto é que apesar da novidade, se pede que o
arrendatário Fernão Gomes desempenhou nesses 5 anos com assinalável êxito descobridor, em
termos de latitude avançaria mais de 9º ultrapassando o Equador. Descobriria certamente muito
mais do que as expectáveis 500 léguas (2500 Km):
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A partir de 1474 (fim do contracto) é o Príncipe D. João que passa a estar pessoal e directamente à
frente dos Descobrimentos e das navegações. Dando-lhe tal atenção e impulso que tal empresa
necessitava e que não tinha tido, apesar do sucesso de Fernão Gomes, durante o tempo que mediou entre
a Morte do Infante D. Henrique e agora esta entrada do Príncipe D. João.
Recordo que em 1474, quando o Príncipe D. João toma conta disto, é quando seu pai D. Afonso V se vai
envolver nas guerras com Castela. Coincidência importante a lembrar.
D. João II vai tomar medidas que ele prevê que sejam necessários e de facto as suas primeiras
preocupações são as de promover uma eficaz defesa marítima do Golfo da Guiné de invasões
Castelhanas oriunda das Ilhas Canárias. E em 1478 – até são ali apresados vários navios Castelhanos,
trazidos para Lisboa, naturalmente confiscados esses navios, a carga que eles eventualmente tivessem.
Mas a partir dai D. João II vai ordenar que todos os navios Portugueses passassem a terem embarcado
artilharia, o que constitui uma revolução a partir de agora naquilo que possa vir a ser a guerra
marítima. Portanto todos os navios (primeiro naturalmente as caravelas e depois a Naus (navios mais
pesados)), vão passar a te artilharia e vão passar a ser concebidos para incorporarem artilharia. Isto vai ser
muito importante, sobre tudo uns anos depois e a partir do momento em que se chega à Índia.
1479 – 1480 – O Tratado de paz entre Portugal e Castela, que põe fim a intervenção de Portugal na
Guerra da Sucessão. Assinado em Alcáçovas em 1479 e em Toledo em 1480. Vem estabelecer uma
primeira partilha do Mundo pelo chamado Paralelo das Canárias, reconhecendo Portugal a posse do
Arquipélago de Castela, que durante muito tempo Portugal tentou efectivamente reivindicar, não a
totalidade do Arquipélago das Canárias mas uma parte. O Infante D. Henrique até chegou a comprar o
direito de senhorio a Nobres Normandos que viviam nas Canárias.
Portanto neste tratado Portugal abdica de reivindicar seja o que for relativamente às Canárias e por
outro lado Castela vai acordar que a partir do Paralelo das Canárias para Sul esse território
pertencia a Portugal.
È uma primeira partilha do Mundo pelo Paralelo das Canárias (que passava a sul das Canárias).
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O Tratado das Alcáçovas, também denominado como Tratado das Alcáçovas-Toledo, foi um diploma assinado
entre Afonso V de Portugal e os Reis Católicos, no desenvolvimento da Guerra da Beltraneja. Foi inicialmente
assinado na vila portuguesa de Alcáçovas, no Alentejo, a 4 de Setembro de 1479, colocando fim à Guerra de
sucessão de Castela (1479-1480) e posteriormente ratificado na cidade castelhana de Toledo, a 6 de Março de
1480.
Portugal, na qualidade de principal Estado monárquico empenhado no reconhecimento de direitos sobre as ilhas
atlânticas e a costa africana durante a década de 1470, ao seu final viu-se enfrentado uma série de conflitos com o
reino vizinho. Uma vez concluída, na península Ibérica, uma guerra favorável a Castela, os representantes de
ambos os Estados firmaram um acordo de paz.
Além de formalizar o fim das hostilidades (pelo qual Joana, a Beltraneja, e seu tio e marido Afonso V de
Portugal, desistiam para sempre das suas pretensões ao trono de Castela), o Tratado continha outras cláusulas
concernentes à política de projeção externa de ambos os países, num momento em que os dois reinos competiam
pelo domínio do Oceano Atlântico e das terras até então descobertas na costa africana.
Por essas cláusulas, Portugal obtinha o reconhecimento do seu domínio sobre a ilha da Madeira, o Arquipélago dos
Açores, o de Cabo Verde e a costa da Guiné, enquanto que Castela recebia as ilhas Canárias (exploradas por
Diego Garcia de Herrera em 1476), renunciando a navegar ao Sul do cabo Bojador, ou seja, do Paralelo 27 no
qual se encontravam as próprias ilhas. Regulamentava também as áreas de influência e de expansão de ambas as
coroas pelo Reino Oatácida de Fez, no Norte de África.
O Tratado foi o primeiro do género, que regulamentava a posse de terras ainda não descobertas. Refletia os anseios
de Portugal, interessado em garantir direitos sobre a costa da Mina e o Golfo da Guiné, e no prosseguimento da
sua exploração da costa africana, na premissa de que por aquela via se conseguiria a esperada passagem para as
Índias.
Nesse mesmo ano de 1480 o Príncipe D. João reforça com esquadras de Guarda Costa aquilo que viria
a ser chamado a Doutrina do Mare Clausum, ou seja, do mar Fechado. E que agora, essa doutrina
abrange tudo o que estiver para Sul do Paralelo das Canárias, ou seja, aquele mar que está fechado a
intrusos, obviamente que os intrusos que podem aparecer neste mar nesta altura são Espanhóis,
Castelhanos, Aragoneses, com ou sem Italianos agregados a ele.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Mare_Clausum)
E a parir de então ordena a execução sumária de quaisquer intrusos encontrados a Sul do Paralelo das
Canárias, não há mais despesa com apresamento de navios, nem mais problemas é logo a execução
sumária dos navios.
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Na imediata sequência e já como Rei, D. João II vai então enviar Diogo de Azambuja para construir no
lugar da Mina um castelo para controlar comércio do ouro. E esta tarefa está concluída em dois 2 anos,
em 1482 o Castelo está construído e é a partir do Castelo de São Jorge da Mina que controlará todo o
trato do precioso metal.
Agora como rei e resolvidas que estão as questões das conjuras da Nobreza D. João II vai imprimir uma
aceleração á empresa dos Descobrimentos e dar-lhe um objectivo: Chegar á Índia por via marítima e
subordinando a esse objectivo todos os esforços da nação.
Em 1487 D. João II vai enviar outro escudeiro seu, de nome Bartolomeu Dias
que vai tentar a passagem de África Austral e descobrir o caminho marítimo
para a Índia. Bartolomeu Dias sai de Lisboa com 3 caravelas, ultrapassa o
limite atingido por Diogo Cão, explora as costas da Namíbia e da África do Sul
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Padrão de Santa Maria (Angola), de
Diogo Cão.
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até à latitude de 34º Sul (à Latitude de Table Bay). Uma tempestade vai fazer que ele se afaste da costa e
quando e quando regressa á costa já está na parte oriental do Continente Africano, mais concretamente
em Mossel Bay, e fica relativamente próximo da actual cidade East London ( na África do Sul).
No retorno a Portugal, explora então toda a costa, descobrindo os dois cabos que marcam o fim da
África, o Cabo das Agulhas (que fica mais a sul) e Cabo da Tormentas que ele rebaptiza com o Cabo
da Boa Esperança (porque agora há a boa esperança de se chegar á Índia).