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Histórico:
Comunidades cristãs tem existência milenar no Iraque. Nos últimos anos, sobre o
domínio de Saddam Hussein religiosos islâmicos xiitas (a maioria), sunitas
(representantes da elite do país político/econômico, cristãos e judeus viviam em relativa
harmonia garantida por uma sociedade laica (na medida do possível) e por uma brutal
repressão que controlava os ânimos religiosos e submetia os opositores (podemos fazer
um paralelo com Tito e a coesão Iugoslava).
Nos últimos trinta dias uma série de atentados contra cristãos tem sido divulgada pela
imprensa como uma perseguição religiosa mas que no meu ponto de vista é apenas uma
consequência de uma estratégia da Al Qaeda.
Na imprensa mundial o termo resistência tem sido substituído por insurgência e seus
integrantes chamados de insurgentes ou rebeldes. Isso que parece uma sutileza
semântica na verdade trás um objetivo psicológico oculto: evitar a associação da palavra
resistente, que nos remete aos integrantes da resistência francesa contra a ocupação
alemã durante a segunda guerra mundial, com os combatentes que lutam contra a
ocupação militar do Iraque.
A resistência contra as forças de ocupação foi e tem sido feita por facções (da mesma
forma que a resistência francesa):
- Por fim temos a Al Qaeda e Osama Bin Laden . Esse grupo extremista sunita emprega
atentados bem planejados para atingir objetivos políticos, militares, econômicos e de
propaganda. Seus atentados, embora destrutivos, causam mais impacto gerando
propaganda do que resultados militares apreciáveis (pelo menos com as armas que
possuem no momento). Bin Laden, líder supremo, é filho de um bilionário saudita do
setor de construção civil, conhece o funcionamento do sistema financeiro mundial e
ações de seu grupo trazem instabilidade econômica mundial (os atentados de 11 de
setembro são o exemplo mais claro). A Al Qaeda seria a responsável pelos recentes
ataques contra os cristãos no Iraque.
Em paralelo ainda havia a divergência entre esses grupos sendo normal o enfrentamento
entre grupos xiitas e sunitas, atentados contra os curdos, a utilização de forças policiais
iraquianas contra rivais, atentados contra judeus e cristãos, etc
O governo dos Estados Unidos anunciou no final de agosto o fim das operações
militares e a retirada de tropas de combate permanecendo até o final do próximo ano 50
mil militares norte-americanos que ajudariam no treinamento das forças armadas e
forças de segurança locais. Além desses militares permanecem um número
desconhecido de integrantes das empresas militares privadas (mercenários) prestando
segurança a empreendimentos econômicos como segurança de poços de petróleo e de
empresários e também provendo logística das forças de ocupação, treinamento de forças
de segurança iraquianas, serviços de inteligência, etc
Há poucos dias atrás um governo, resultante das eleições gerais, foi formado com um
primeiro-ministro xiita (não foi bem visto pelos EUA devido ao receio da aproximação
com o Irã), um presidente sunita e uma forte presença de curdos.
-Com a recente derrota do Partido Democrata de Barack Obama nas eleições de meio de
mandato nos EUA, o Partido Republicano ressurgiu com força e com ele uma facção,
mais à direita e com fortes ligações religiosas (cristãs), o Tea Party. Os ataques contra
os cristãos no Iraque poderá a vir a despertar nos republicanos a necessidade de
pressionar Obama a manter e aumentar as forças americanas no Iraque. Devemos
lembrar que o discurso capital e religião foi a tônica do ultimo governo republicano
(George W Bush por oito anos).
-Os custos para manter oito anos de guerra em duas frentes tem contribuído para a
situação difícil que passa a economia americana. Osama Bin Laden sabe disso e fará o
possível para que os EUA não saiam do Iraque (e continue gastando no Afeganistão e
no Paquistão além de outras frentes já operadas pelo setor militar da CIA como no caso
do Iêmen).
Conclusão
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