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ATAQUES A CRISTÃOS NO IRAQUE

Histórico:

Comunidades cristãs tem existência milenar no Iraque. Nos últimos anos, sobre o
domínio de Saddam Hussein religiosos islâmicos xiitas (a maioria), sunitas
(representantes da elite do país político/econômico, cristãos e judeus viviam em relativa
harmonia garantida por uma sociedade laica (na medida do possível) e por uma brutal
repressão que controlava os ânimos religiosos e submetia os opositores (podemos fazer
um paralelo com Tito e a coesão Iugoslava).

A queda do governo de Saddam Hussein e a instabilidade causada pela resistência a


ocupação favoreceram o ressurgimento dos antagonismos históricos entre curdos (que
sempre foram perseguidos), sunitas e xiitas e destes contra os cristãos tendo resultado
em choques violentos que vem provocando uma onda de refugiados para,
principalmente a Síria e o Irã.

Nos últimos trinta dias uma série de atentados contra cristãos tem sido divulgada pela
imprensa como uma perseguição religiosa mas que no meu ponto de vista é apenas uma
consequência de uma estratégia da Al Qaeda.

A resistência às forças de ocupação

Na imprensa mundial o termo resistência tem sido substituído por insurgência e seus
integrantes chamados de insurgentes ou rebeldes. Isso que parece uma sutileza
semântica na verdade trás um objetivo psicológico oculto: evitar a associação da palavra
resistente, que nos remete aos integrantes da resistência francesa contra a ocupação
alemã durante a segunda guerra mundial, com os combatentes que lutam contra a
ocupação militar do Iraque.

A resistência contra as forças de ocupação foi e tem sido feita por facções (da mesma
forma que a resistência francesa):

-antigos integrantes das forças de segurança de Saddam Hussein (forças armadas,


serviços de segurança, etc). Essa vertente perdeu muito de sua força tanto pelos ataques
das forças de coalizão, quanto pela própria inserção desse grupo no contexto político e
econômico do Iraque atual.

- um outro grupo é composto por mulçumanos xiitas onde um clérigo chamado


Moqtada Al Sadr dispunha de um pequeno exército mas que causou grandes problemas
as forças da coalizão, principalmente numa localidade de Bagdá chamada de Sadr City.
O clérigo concordou em desmobilizar suas forças e participar da vida política iraquiana.
Ainda na resistência xiita temos a presença do Irã que teria fornecido treinamento,
locais para homizio e recursos financeiros para esses grupos. O interesse do Irã era
duplo embora antagônico: ter um Iraque estabilizado e governado pela maioria xiita
(devemos lembrar que o Irã tem dois vizinhos problemáticos, o Afeganistão e a Rússia)
e garantir que as tropas de coalização, principalmente as norte-americanas,
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permanecessem no Iraque sofrendo baixas o que dificultaria a abertura de uma terceira
frente de combate (os EUA estão no Afeganistão, no próprio Iraque e tem demostrado
sinais que pretende uma ação militar no Irã).

- Por fim temos a Al Qaeda e Osama Bin Laden . Esse grupo extremista sunita emprega
atentados bem planejados para atingir objetivos políticos, militares, econômicos e de
propaganda. Seus atentados, embora destrutivos, causam mais impacto gerando
propaganda do que resultados militares apreciáveis (pelo menos com as armas que
possuem no momento). Bin Laden, líder supremo, é filho de um bilionário saudita do
setor de construção civil, conhece o funcionamento do sistema financeiro mundial e
ações de seu grupo trazem instabilidade econômica mundial (os atentados de 11 de
setembro são o exemplo mais claro). A Al Qaeda seria a responsável pelos recentes
ataques contra os cristãos no Iraque.

Em paralelo ainda havia a divergência entre esses grupos sendo normal o enfrentamento
entre grupos xiitas e sunitas, atentados contra os curdos, a utilização de forças policiais
iraquianas contra rivais, atentados contra judeus e cristãos, etc

Fim da ocupação Norte-Americana

O governo dos Estados Unidos anunciou no final de agosto o fim das operações
militares e a retirada de tropas de combate permanecendo até o final do próximo ano 50
mil militares norte-americanos que ajudariam no treinamento das forças armadas e
forças de segurança locais. Além desses militares permanecem um número
desconhecido de integrantes das empresas militares privadas (mercenários) prestando
segurança a empreendimentos econômicos como segurança de poços de petróleo e de
empresários e também provendo logística das forças de ocupação, treinamento de forças
de segurança iraquianas, serviços de inteligência, etc

O fim da ocupação norte-americana tem como objetivo o cumprimento de uma


promessa de campanha e a própria tentativa de gerar um fato positivo que influenciasse
os eleitores nas eleições norte-americanas que acabou de ocorrer (é inegável que a
situação de segurança no Iraque melhorou muito) embora um autoridade militar
iraquiana deseja-se que as forças ficassem até 2020 quando acha que as forças de
segurança iraquianas estariam com plenas condições de assumir a segurança.

Há poucos dias atrás um governo, resultante das eleições gerais, foi formado com um
primeiro-ministro xiita (não foi bem visto pelos EUA devido ao receio da aproximação
com o Irã), um presidente sunita e uma forte presença de curdos.

O porquê dos ataques da Al Qaeda contra os cristãos

Os ataques da Al Qaeda contra os cristãos poderiam ter como finalidade apenas a


repercussão na mídia (os cristãos são um alvo mais vulnerável que os xiitas e tem um
poder de revide muito menor) explorando alguns slogans da organização como o de
“Morte aos Cruzados”. Contudo é mais provável que tenha como objetivo obrigar os
EUA a permanecerem e, com sorte, aumentar as forças no Iraque. Vejamos:
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-A Al Qaeda tem seu santuário no Afeganistão e em parte do Paquistão e tem se
empenhado em realizar a resistência no primeiro e desestabilizar o governo do segundo.
Os EUA, no presente ano, aumentou de forma significativa sua presença no Afeganistão
e analistas acham que deverá manter essa força no mínimo até 2014. Outros analistas
acham que o maior problema atual não é o Afeganistão mas o Paquistão com seus
armamentos nucleares. Na última semana Barack Obama fez uma visita a Índia e
condenou os ataques de 2008 em Mumbai (grupos mulçumanos com base no Paquistão
atacaram a cidade deixando 500 pessoas entre mortos e feridos) dando uma clara
demonstração da sua preocupação com o Paquistão;

-Com a recente derrota do Partido Democrata de Barack Obama nas eleições de meio de
mandato nos EUA, o Partido Republicano ressurgiu com força e com ele uma facção,
mais à direita e com fortes ligações religiosas (cristãs), o Tea Party. Os ataques contra
os cristãos no Iraque poderá a vir a despertar nos republicanos a necessidade de
pressionar Obama a manter e aumentar as forças americanas no Iraque. Devemos
lembrar que o discurso capital e religião foi a tônica do ultimo governo republicano
(George W Bush por oito anos).

-Os custos para manter oito anos de guerra em duas frentes tem contribuído para a
situação difícil que passa a economia americana. Osama Bin Laden sabe disso e fará o
possível para que os EUA não saiam do Iraque (e continue gastando no Afeganistão e
no Paquistão além de outras frentes já operadas pelo setor militar da CIA como no caso
do Iêmen).

Conclusão

Movimentos radicais sempre existiram e perseguições religiosas se perdem na origem


da história. A Al Qaeda sabe da importância da propaganda e suas ações, que causam
repúdio para a maioria, sempre conquistarão elementos radicais para as suas fileiras
bem como de contribuições para os seus cofres. Não tenho dúvida que Osama Bin
Laden sabe que não tem como ganhar uma guerra convencional contra os EUA (e o
ocidente) mas, como ele conhece como se financia uma guerra, tentará levar estes a
exaustão financeira que provavelmente os farão sair dos conflitos, e em particular no
Afeganistão, não por uma derrota militar mas pelos custos.

Francisco Carlos Mata Moraes, 14NOV2010

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