A era actual é marcada pela alta velocidade com que as mudanças acontecem.
Em todas as áreas da vida humana, a influência do fenómeno que costumamos chamar
de globalização não pode ser negada. Uma das características mais marcantes desse processo é o grande fluxo de informações, decorrentes da aparente redução dos limites territoriais e dos avanços tecnológicos e científicos mundiais. [1] Ou seja, as empresas estão inseridas, cada vez mais, num ambiente altamente competitivo e turbulento, que se transforma a todo instante com uma velocidade alucinante, exigindo das empresas um sistema de informação ágil que acompanhe o ritmo das transformações. [2] Como, cada vez mais, o uso de informação é importante para que as empresas possam dar uma melhor resposta às constantes mudanças ocorrentes no mercado, as tecnologias da informação deixaram de ser apenas utilizadas para a automatização de funções operacionais em larga escala com a finalidade de aumentar a eficiência das operações (basicamente usadas para automatizar processos como contabilidade e folha de pagamentos). Só com informação relevante, clara, suficiente, actualizada, fiável, rápida, entre outros aspectos, se consegue estar informado sobre o mercado e se consegue tomar decisões mais conscienciosas e ponderadas, decisões que podem ajudar as empresas a terem ideias inovadoras e a serem competitivas em relação aos concorrentes existentes. Isto é, o principal motivo da utilização das tecnologias da informação é a busca de vantagens competitivas para a empresa. Desde o princípio de sua utilização, buscava-se obter vantagens, primeiro foi a redução de custos através da automação e aumento da eficiência de processos. Posteriormente, buscou-se a melhoria da qualidade das informações disponíveis para que os gerentes pudessem controlar melhor as operações. Numa etapa seguinte, buscava-se utilizar a TI para gerar uma diferenciação competitiva, tais como a criação de barreiras de entrada ou elevação dos custos de substituição através dos então chamados sistemas estratégicos. A redução de custos, a melhoria no controle dos processos e a utilização de sistemas estratégicos estão directamente ligadas à busca pela melhoria da competitividade da empresa. Mais recentemente, a integração das actividades da empresa por meio da chamada “computação em rede” busca melhorias na competitividade beneficiando-se da melhor coordenação entre as diversas actividades da empresa. Finalmente, num cenário actual em que a globalização, o aumento da competitividade e a interligação de clientes e fornecedores em cadeias de suprimento são preponderantes, a utilização de TI de informação pode ser considerada praticamente como um factor de sobrevivência. [3]
Exemplos onde o papel das tecnologias da informação foi importante:
• Nas operações de logística: Pedidos de clientes, necessidades de stock,
movimentações nos armazéns, documentação de transporte e facturas são algumas das formas mais comuns de informações logísticas. Antigamente, o fluxo de informações baseava-se principalmente em papel, resultando numa transferência de informações lenta, pouco confiável e propensa a erros. O custo decrescente da tecnologia, associado a sua maior facilidade de uso, permitem aos executivos poder contar com meios para colectar, armazenar, transferir e processar dados com maior eficiência, eficácia e rapidez. A transferência e a gestão electrónica de informações proporcionam uma oportunidade de reduzir os custos logísticos através da sua melhor coordenação. Além disso, permite o aperfeiçoamento do serviço baseando-se principalmente na melhoria da oferta de informações aos clientes. • Empresas de entrega expressa. A Fedex foi a primeira a oferecer serviço de entrega para o dia seguinte em 1973 nos Estados Unidos. No final dos anos 80, com elevados investimentos em TI, ela passou a ter o controlo de todo o ciclo do pedido do cliente. Com isso podia manter total rastreabilidade do pedido. Actualmente, o seu sistema processa 63 milhões de transacções por dia, o que equivale a 3 milhões de pacotes entregues. [4]
Observa-se, então, que a Tecnologia da Informação evoluiu de uma orientação
tradicional de suporte administrativo para um papel estratégico dentro das organizações. Ela não só sustenta as estratégias de negócios existentes, mas também permite que se viabilizem novas. Embora apenas alguns sub-aspectos da função da TI sejam destacados (redução de custos, agilidade na tomada de decisão, aumento de produtividade, etc.) a verdadeira finalidade da TI é a competitividade e o fornecimento de um recurso poderoso para criação, combinação e sustentação da vantagem competitiva para as organizações. [1] Referências:
[1] Melo, Daniel Reis Armond, “A importância da tecnologia da informação nas
estratégias das organizações contemporâneas: breve revisão de literatura” - http://www.convibra.com.br/2008/artigos/412_0.pdf
[2] Neto, LUIZ GONZAGA RIBEIRO, “OS IMPACTOS DA TECNOLOGIA DE
INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES: UMA VISÃO POLÍTICA” - http://www.unifenas.br/pesquisa/revistas/download/ArtigosRev1_99/pag95-101.pdf
[3] Souza, Cesar Alexandre e Szafir-Goldstein, Cláudia, “Tecnologia da Informação
aplicada à Gestão Empresarial: Um Modelo para a Empresa Digital” - http://www.cyta.com.ar/elearn/syma/textos/empresa_digital_archivos/modelo_empresa_ digital.pdf
[4] Nazário, Paulo, “A IMPORTÂNCIA DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA A