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Artigo Inédito

Estudo Cefalométrico em Norma Lateral das


Alterações Dentoesqueléticas produzidas por
Três Expansores: Colado, Tipo Haas e Hyrax*
Cephalometric Study through Lateral Cephalograms of Dentoskeletal
Changes Following the Use of Three Maxillary Expansion Appliances:
Bonded, Haas and Hyrax

Resumo rior sofreu um aumento significativo


Este estudo cefalométrico objetivou nos três grupos. Todavia, nenhuma di-
comparar, por meio de telerradiogra- ferença estatisticamente significante foi
fias em norma lateral, as alterações encontrada na avaliação entre os três
dentoesqueléticas decorrentes da utili- grupos, após esse período. Concluiu-se
zação de três expansores maxilares: o que o uso do aparelho expansor cola-
Fausto Silva
Bramante tipo Haas, Hyrax e o colado, com a do, utilizado com o intuito de prevenir
presença de cobertura acrílica na oclu- alterações esqueléticas no sentido ver-
sal dos dentes superiores. A amostra tical e abertura da mordida anterior,
constou de 64 pacientes portadores de não se justifica, pois ao final do perío-
mordida cruzada uni e bilateral. As ra- do de contenção, não foram verificadas
diografias foram realizadas em três fa- alterações significativas entre os três
ses distintas: no início do tratamento, tipos de aparelhos.
imediatamente após a expansão e após
três meses de contenção. De acordo INTRODUÇÃO
com os resultados, imediatamente após A Ortodontia como ciência almeja,
a fase ativa, apenas o grupo do apare- como ideal, o equilíbrio do complexo cra-
lho colado apresentou avanço signifi- niofacial e a conseqüente correção fun-
cativo da maxila para anterior, enquan- cional e estética das más oclusões. A
to que nos outros grupos, o avanço foi procura por tratamento ortodôntico está
discreto. Depois do período de conten- cada vez mais comum atualmente, prin-
ção, esse avanço retornou a valores cipalmente em pacientes adultos, talvez
próximos aos do início, não evidencian- devido a um mercado mais seletivo, em
do diferenças significativas entre os três que a estética facial é cada vez mais
grupos de aparelhos. Além disso, ao valorizada.
final do período de contenção, a maxi- Segundo Silva Filho, Freitas e
la deslocou-se inferiormente, ocasio- Cavassan39, a má oclusão na região de
nando a rotação da mandíbula no sen- Bauru - SP, acomete, em média,
tido horário em todos os grupos, en- 88,53% da população. Desse total,
quanto que a altura facial ântero-infe- 18,5% apresentam mordida cruzada

* Resumo da Dissertação de Mestrado apresentada ao curso de Pós-graduação da Faculdade de Odontologia de


Bauru-USP.
Fausto Silva Bramante **
Renato Rodrigues de Almeida ***

Palavras-chave: ** Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru-USP; Aluno do curso de Pós-graduação em
Expansão Rápida da Ortodontia, ao nível de Doutorado, da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP.
Maxila. Expansão *** Professor Doutor da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP; Professor
Responsável pela Disciplina de Ortodontia e Coordenador do Curso de Pós-graduação em Ortodontia
Palatina. Controle (Especialização), da Faculdade de Odontologia de Lins-UNIMEP e Professor Titular da Faculdade de
Vertical. Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo-UNICID.

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posterior e 18,2%, mordida cruza- e rotação mandibular no sentido (1960) acreditava que a má oclusão
da anterior. horário7,8,15,20,38,41,45, com conseqüen- de Classe II sempre vinha acompa-
O primeiro relato de expansão te abertura da mordida anterior15,26. nhada de algum grau de atresia ma-
maxilar deu-se em 1860, pelo norte- Com a presença de sobremordida xilar. Relatou alguns casos clínicos
americano Angell2. Com um disposi- anterior, esse acontecimento torna- tratados com aparelho de expansão
tivo fixo, expandiu a maxila em uma se favorável, mas nos pacientes que e constatou que a expansão maxilar
paciente de 14 anos, conseguindo apresentam a síndrome da face seria altamente favorável nos casos
espaço para o canino permanente. longa, mordida aberta anterior, ou de pacientes portadores de obstrução
Contudo, o fato criou grande polêmi- excesso de crescimento vertical, nasal, facilitando a passagem do ar.
ca e aversão entre médicos rinolo- esses efeitos poderão se agravar Também sugeriu que a expansão ma-
gistas e a terapia caiu em desuso, ainda mais, tornando a terapia xilar seria benéfica para a oclusão e
sendo esquecida por quase um sécu- desaconselhável. articulações, favorecendo o desen-
lo e retornando ao cenário científico A presente pesquisa tem como volvimento do esqueleto facial.
em meados de 1950. objetivo estudar os aparelhos ex- Haas16, realizou dois estudos so-
Enquanto nos Estados Unidos, a pansores fixos com cobertura oclu- bre a terapia da expansão maxilar:
expansão maxilar estava relegada ao sal em acrílico, nos dentes superi- um experimental e outro clínico. No
esquecimento, na Europa ganhava ores e suas alterações dentárias e experimental, utilizou oito animais
adeptos, com as novas pesquisas de esqueléticas, decorrentes da utiliza- suínos, Duroc-Poland China, sendo
Krebs22, que instalou, expandiu e ava- ção dos mesmos, assim como seis experimentais e dois controles.
liou implantes metálicos na maxila. compará-las com as alterações Neste estudo foram analisados mo-
Korkhaus21, indicou a terapia da ex- ocorridas em um estudo prévio, delos de gesso e radiografias cefalo-
pansão maxilar a pacientes portado- com os aparelhos expansores tipo métricas realizadas antes, durante
res de má oclusão de Classe II e a Haas e Hyrax. e ao final da expansão. Injeções de
pacientes com estenose nasal, assim alizarina, como corante vital dos
como para o correto desenvolvimen- REVISÃO DE LITERATURA ossos, foram aplicadas após as ati-
to do esqueleto facial, abrindo então, O primeiro relato da expansão da vações dos parafusos, em interva-
novos horizontes para futuras pes- maxila, gerou grande polêmica entre los de 4, 14 e 30 dias. Os animais
quisas sobre disjunção maxilar. os ortodontistas americanos que, sob foram então sacrificados e a maxi-
Entusiasmado com os bons resul- a influência de Angle, acreditavam no la, após prévio preparo em resina
tados obtidos por esses pesquisado- conceito funcional de crescimento, em poliéster, foi seccionada e avaliada
res, Haas16, realizou um estudo com que a expansão dentária causada pelo microscopicamente. Como resulta-
animais e humanos, usando apare- aparelho convencional estimularia o dos, foi observado: a) que a abertu-
lhos expansores. Relatou que em crescimento ósseo intersticial, não ra da sutura mediana pode ser de-
humanos houve aumento da distân- necessitando então da terapia expan- tectada por meio do exame da pal-
cia intermolar, diastema nos incisi- sionista considerada agressiva. Após pação; b) aumento na largura do
vos centrais superiores, vestibulover- quase um século esquecida nos Esta- arco superior, seguido de alarga-
são nos molares inferiores, aumento dos Unidos, ganhou força, outra vez, mento no arco inferior, evidenciado
das dimensões internas da cavidade com novas correntes de estudos na pelos modelos de gesso e c) aumen-
nasal e deslocamento da maxila para Europa, tornando a renascer na Amé- to da capacidade intranasal. Devido
anterior. rica do Norte. aos resultados favoráveis, o mesmo
A partir de então, uma ampla Preocupado com as discrepânci- estudo foi realizado em humanos e
gama de trabalhos2,4,5,8,13,15,16,21,28,36, as esqueléticas transversais, Barnes4 para tanto foram selecionados 10
41,42,44,45
foi surgindo e confirmando as (1956) sugeriu as correções preco- pacientes com idades entre 9 e 18
vantagens e as alterações dentárias ces das mordidas cruzadas na den- anos, que apresentavam deficiência
e esqueléticas, nos sentidos vertical tadura decídua, por acreditar que o maxilar ou nasal. Os resultados in-
e sagital. reposicionamento dos dentes decí- dicaram que: a) os pacientes não
A expansão rápida maxilar, duos auxiliaria os permanentes a ir- reclamaram de desconforto durante
além dos ganhos clínicos na dimen- romperem na posição correta e que as ativações, apenas uma pressão
são transversa16,22,28,42 e da eficiên- a expansão precoce diminuiria as nas áreas dos processos alveolares,
cia da correção da mordida cruza- chances de ocorrência de apinha- abóbada palatina, sutura dos ossos
da, induz alterações indesejáveis, mentos anteriores na dentadura per- frontal e nasal com os maxilares e
como o deslocamento maxilar para manente. O autor relatou casos clí- suturas zigomaticomaxilar e zigo-
baixo7,8,15,16,40,41,44, com conseqüente nicos tratados com expansores fixos maticotemporal; b) as telerradiogra-
extrusão dos molares superiores7,8,41 do tipo “arco em W”. Korkhaus21 fias em norma frontal demonstra-

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ram alterações nas dimensões inter- posteriormente com o crescimento do ável para pacientes portadores de
nas da cavidade nasal, nas distânci- paciente e g) os aumentos alcança- atresia maxilar, abóbada palatina
as intermolares e interincisivos, com dos nos arcos dentários não são es- com altura acentuada e para pacien-
o surgimento de diastema entre os táveis, podendo muitas vezes serem tes que não atingiram a maturidade
incisivos centrais superiores, duran- decrescidos ao longo dos anos. esquelética. Outra vantagem é que em
te a ativação do aparelho; c) os den- Haas16 (1961), defendeu a abor- muitos casos não existe necessidade
tes inferiores posteriores tiveram uma dagem da terapia da expansão ma- de extrações dentárias.
movimentação para vestibular, na xilar em pacientes portadores de má Abordando as vantagens da ex-
tentativa de acompanhar os superio- oclusão de Classe III, atresia maxilar, pansão rápida maxilar, Haas 15
res e também devido às novas for- mordida cruzada posterior uni ou bi- (1970) relacionou os efeitos e alte-
ças oclusais e à alteração no equilí- lateral, estenose nasal e conseqüen- rações produzidos, como: abertura
brio muscular; d) houve um desloca- te respiração bucal. A expansão rá- da sutura palatina em forma trian-
mento em todos os pacientes, do pon- pida da maxila favorece o reposicio- gular, com o ápice voltado para a
to A para anterior e em metade de- namento das bases dentárias supe- cavidade nasal; diastema interinci-
les, para baixo, ocasionando aumen- riores sobre as inferiores e a abertu- sivos superiores, no qual as coroas
to nos ângulos de convexidade facial ra da sutura palatina ocorre de for- convergem primeiramente e as raízes
e no SNA. ma triangular, com o ápice voltado posteriormente, até encontrarem
Para verificar as alterações ine- para a cavidade nasal e a base, para suas posições originais; os proces-
rentes à expansão maxilar, Krebs23 o próstio. O diastema interincisivo sos alveolares inclinam-se e movem-
(1964), em 1964, inseriu implantes superior também foi característico se lateralmente com os maxilares,
metálicos em 24 pacientes, que fo- durante as expansões. O autor rela- enquanto os processos palatinos
ram examinados até o final do cres- tou três casos clínicos tratados com deslocam-se inferiormente, no mo-
cimento. Em um período de cinco a terapia e as alterações ocorridas na mento em que a sutura palatina
anos, a expansão maxilar foi reali- cavidade nasal, pela movimentação mediana se abre e a maxila se des-
zada em pacientes com idades entre lateral das paredes externas e pelo loca para a frente e para baixo, ocor-
8 e 19 anos, que apresentavam, assoalho da fossa nasal, que deslo- rendo uma rotação mandibular para
como fator determinante, a mordida cava-se para baixo, conforme os pro- baixo e para trás. O autor ainda cita,
cruzada posterior bilateral. Os im- cessos alveolares se inclinavam late- como indicação da expansão maxi-
plantes foram instalados em ambos ralmente, resultando em um aumen- lar, o tratamento da má oclusão de
os lados do processo zigomático e no to da capacidade nasal. Relatou tam- Classe III, pacientes com capacida-
palato duro, na região de caninos e bém o caso de um paciente portador de nasal insuficiente e portadores de
primeiros molares. Modelos de ges- de má oclusão de Classe III, em que fissura labiopalatal e apinhamentos
so e telerradiografias em normas la- houve um avanço real da maxila e dentários superiores. Como fatores
teral e frontal foram analisados até um deslocamento para baixo após a desfavoráveis, relata o agravamen-
o final do crescimento. Os resultados terapia. Notou ainda a abertura da to da mordida aberta anterior pré-
demonstraram que: a) houve gran- mordida anterior e a rotação do pla- existente, que pode piorar com a te-
de quantidade de expansão no arco no mandibular. rapia. O objetivo primário da expan-
dentário e na base maxilar; b) existe Sugerindo modificações nos ex- são palatina é coordenar as bases
uma tendência do efeito da expan- pansores convencionais, Biederman5 dentárias superiores e inferiores, de-
são maxilar na base óssea diminuir (1968), citou o expansor rápido ma- vendo o aparelho ser projetado para
com a idade; c) o efeito da terapia no xilar sem a presença do acrílico, que acentuar os efeitos ortopédicos e eli-
arco dentário foi menos dependente apresentava o parafuso no centro da minar os efeitos ortodônticos. Na uti-
da idade do que na base maxilar; d) sutura palatina, unido às bandas por lização do aparelho expansor sem o
os efeitos mais marcantes da expan- meio de fios mais calibrosos. O autor botão de acrílico, os efeitos serão di-
são ocorreram antes do surto de cres- relatou a indesejável inflamação ine- retamente sobre a tábua óssea ves-
cimento, enquanto que após, os efei- rente aos aparelhos portadores de tibular dos dentes de ancoragem, o
tos na sutura foram aparentemente acrílico, devido à impacção alimen- que poderá acarretar maiores efei-
menores; e) ao final do período de tar embaixo dos mesmos. Suas ati- tos ortodônticos.
uso da contenção houve recidiva par- vações se procederam de maneira Cohen e Silverman11 (1973), ale-
cial da largura do arco dentário; f) a semelhante às dos outros aparelhos, gando desvantagens e dificuldades na
distância entre os implantes nos pro- ou seja, dois quartos ao dia, perma- instalação dos expansores conven-
cessos zigomáticos, após o final do necendo por três meses, para a ossi- cionais com bandas, no procedimen-
período da contenção, apresentou ficação da sutura palatina. O apare- to de moldagem, na inserção correta
discreta diminuição, aumentando lho, segundo o autor, é altamente vi- das bandas na moldagem e

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na fase de soldagem, mencionaram ção do aparelho. extrusão dos dentes de ancoragem
a vantagem do expansor colado di- Spolyar43 (1984), em um artigo e os efeitos ortopédicos, como a se-
retamente à superfície oclusal dos que preconizava o aparelho expan- paração dos maxilares que giram no
dentes superiores, poderia extinguir sor colado, indicou o aparelho com plano frontal e transversal, deslo-
algumas fases, por não necessitar de parafuso expansor mais anterioriza- cando-se para baixo e para a fren-
bandas. Relataram também a possi- do, favorecendo a deglutição e a fala. te. Entre as indicações da expansão
bilidade da intrusão dos dentes pos- Preconizou a cimentação do apare- maxilar está a mordida cruzada pos-
teriores, favorecendo os pacientes lho com cimento específico, que na terior esquelética, a mordida cruza-
com padrão excessivamente vertical. remoção ficaria aderido ao aparelho da posterior dentária de grande
Mondro e Litt31 (1977), sugeriram al- e não ao dente. Também utilizou um magnitude, a atresia maxilar acom-
terações nos aparelhos expansores regime de expansão multifases, em panhada de atresia do arco dentá-
colados, com cobertura acrílica na que a cada fase é realizada a abertu- rio inferior e a má oclusão de Classe
oclusal dos dentes superiores, descre- ra de 4 a 5mm, com intervalo de 6 III, com posterior tração reversa da
vendo o novo aparelho em sua cons- semanas entre as fases. Estas devem maxila com Sky hook.)
trução, o qual não possuía a estrutu- ser efetuadas até se conseguir a ex- Mossaz-Joëlson e Mossaz 32
ra metálica convencional ligada ao pansão desejada, podendo ser alte- (1989) realizaram um estudo com-
parafuso, passando pelas cervicais e radas conforme a idade do paciente, parando os expansores colado e
vestibulares dos dentes superiores, estágio da oclusão e quantidade de bandado, com o objetivo de verificar
sendo apenas provido de estrutura em expansão necessária. O autor relata a expansão lenta e as alterações den-
acrílico e parafuso expansor no cen- também a possibilidade de intrusão toesqueléticas. Neste trabalho, os
tro da sutura palatina. Alegaram, dos dentes cobertos com a resina do autores estudaram dois grupos de
como vantagens, a facilidade de aparelho, assim como uma inibição pacientes com idades que variavam
construção por não haver fios, a re- do crescimento alveolar em resposta de 8 a 12 anos e que possuíam mor-
moção fácil e a possibilidade de ser ao crescimento facial (altura facial), didas cruzadas uni e bilateral. No gru-
utilizado em qualquer fase do trata- contudo, devido ao curto período de po I foi instalado o expansor colado
mento ortodôntico, mesmo nos pa- tempo em que o aparelho permanece com cobertura acrílica e no grupo II,
cientes já com as bandas ortodônti- na boca, isto não é significativo. Al- o expansor convencional com ban-
cas instaladas. gumas vantagens deste aparelho so- das nos pré-molares e molares. Am-
Howe19 (1982), propôs um apa- bre os bandados são: a) restabelecer bos os aparelhos eram dotados de
relho expansor colado, o qual não a posição da rotação mandibular, que mola fixa, com capacidade de força
possuía botão de acrílico, era confec- pode favorecer uma compensação de 900 gramas, ao invés do parafu-
cionado com fio de aço rígido, que anterior, descruzando a mordida an- so expansor, na região da sutura
contornava os dentes superiores por terior e possibilitando a protração mediana. A expansão se deu em um
vestibular e palatino, ao nível cervi- maxilar; b) com a rotação mandibu- período de 7 a 15 semanas e os re-
cal e tinha no centro da linha media- lar ocorre um aumento no volume sultados avaliados nos modelos de
na do palato, um parafuso expansor, intra-oral para acomodar a língua, gesso, radiografias oclusais, telerra-
sendo o aparelho colado às superfí- que é forçada a se posicionar mais diografias em normas lateral e fron-
cies vestibular e lingual. O autor ava- abaixo do que o normal e c) ser útil tal. Indicaram maior facilidade na ins-
liou um paciente do sexo feminino, em cirurgias de osteotomia, para tes- talação do aparelho colado, suprin-
de 12 anos, portador de atresia ma- tar a resistência da sutura durante o do a fase das bandagens, apesar da
xilar, no qual o aparelho foi fixado e procedimento em casos que se quei- higienização e remoção desse apare-
ativado de maneira convencional. ra, de um lado, ancoragem maior e lho serem mais difíceis. Nenhum dos
Como resultado, observou-se a aber- de outro, expandir um menor núme- dois grupos mostrou abertura do di-
tura da sutura palatina, confirmada ro de dentes. astema interincisivos superior. Na
pela presença de diastema interinci- Em uma abordagem clínica da avaliação dos modelos de gesso hou-
sivo superior e pela radiografia oclu- expansão rápida maxilar, Silva Fi- ve aumento na largura do arco, em
sal. Entre as vantagens da utilização lho e Capelozza Filho36 (1988), su- ambos os grupos, contudo, a largu-
desse aparelho, citou a ausência das geriram uma volta completa no pa- ra intercanino obteve maior aumen-
bandagens, a utilização em qualquer rafuso ao dia, ou seja, 2/4 de ma- to no grupo I e a largura intermolar,
fase da dentição, maior higiene e a nhã e 2/4 à noite. Entre os efeitos no grupo II. Na avaliação radiográ-
possibilidade de minimizar a inclina- produzidos pela expansão rápida fica póstero-anterior, observou-se
ção dentária durante a fase ativa da maxilar, citaram os efeitos ortodôn- expansão esquelética ligeiramente
expansão. Não se verificou sinais de ticos, definidos pela inclinação do maior no grupo colado e alterações nos
descalcificação dos dentes, na remo- processo alveolar, vestibularização e ângulos SNA e ANB, em torno de

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0,5 a 1 grau para ambos os grupos, citados na correção da mordida cru- McNamara Jr. e Brudon28 (1995),
retornando aos seus valores originais zada posterior, podemos encontrar fizeram algumas abordagens sobre a
no período de contenção. os seguintes aparelhos móveis: mola expansão maxilar, com os expanso-
Sarver e Johnston35 (1989) verifi- coffin, placas com parafusos e Splint- res convencionais, como o tipo Haas
caram o deslocamento anterior e in- coffin e os aparelhos fixos: quadri- e Hyrax, indicando-os na correção
ferior da maxila, ocorrido com o ex- hélice e bi-hélice e o arco em “W”, das mordidas cruzadas, aumento do
pansor maxilar bandado, diferente do que se caracterizam por apresenta- comprimento do arco, correção da in-
expansor colado. Foram avaliados 20 rem expansão lenta e efeitos princi- clinação axial dos dentes posteriores,
pacientes com aparelho colado, que palmente ortodônticos, enquanto que auxílio na correção da má oclusão de
apresentavam, em média, 10,8 anos o aparelho fixo tipo Haas caracteri- Classe II e III, preparo para cirurgia
e necessitavam da expansão maxilar za-se por apresentar expansão rápi- ortognática e redução da resistência
transversa. Esses dados foram com- da e grandes efeitos ortopédicos. aérea. Abordaram ainda os expan-
parados a uma amostra de Wertz, que Mazzieiro26 (1994), estudou as al- sores colados, orientando sua cons-
compreendia 37 pacientes do sexo terações dentoesqueléticas propicia- trução e aplicações e relataram que
feminino, com idades entre 7 e 29 das por dois tipos de expansores rá- além de intervirem nas dimensões
anos e 23 do sexo masculino, com pidos da maxila, o expansor do tipo transversas, trazem alterações nas
idades entre 8 e 14 anos, que utiliza- Haas e Hyrax. Avaliou 41 pacientes dimensões verticais e anteroposterior.
ram aparelhos bandados. Avaliadas de ambos os sexos, com idades en- O aparelho colado, com cobertura
as radiografias cefalométricas laterais, tre 10 e 16 anos, portadores de mor- acrílica, age como um aparelho bite
antes e após a expansão, os resulta- dida cruzada posterior uni ou bilate- block, inibindo a irrupção dos den-
dos indicaram que todos os pacientes ral, por meio de telerradiografias em tes posteriores durante o tratamen-
tiveram suas mordidas cruzadas cor- norma frontal, realizadas antes da to, sendo indicado a pacientes por-
rigidas. Entretanto, no grupo do apa- expansão, imediatamente pós-ex- tadores de altura facial acentuada.
relho colado, o movimento para an- pansão e depois de três meses de Além disso, em posição, esse apare-
terior da maxila, o deslocamento da contenção. As ativações se procede- lho permite a abertura da mordida
espinha nasal posterior para baixo e ram em um total de 2/4 pela manhã posterior, facilitando a correção da
o reposicionamento inferior da maxi- e 2/4 à noite, totalizando uma volta mordida cruzada. Alertaram que, em
la foram menores que no grupo do completa ao dia, até se obter a so- sua remoção, na dentadura mista,
bandado, em que o movimento dos brecorreção das cúspides palatinas poderão ocorrer extrações de dentes
incisivos superiores para palatino foi superiores, ao tocar a vestibular dos decíduos, devido à grande aderência
maior. Ainda no grupo do colado, dentes inferiores. Ao final, os resul- do aparelho aos dentes.
ocorreram deslocamentos para pos- tados foram: a) os dois aparelhos Em 1995, Kawakami20 realizou
terior da maxila e da espinha nasal expandiram ortopedicamente a ma- um trabalho com a finalidade de com-
anterior para baixo e para trás, devi- xila; b) não existiram diferenças es- parar, por meio de telerradiografias
do ao movimento posterior da maxi- tatisticamente significantes entre os em norma lateral, as alterações den-
la. Silva Filho, Valladares Neto e aparelhos, no que diz respeito às al- toesqueléticas decorrentes da utiliza-
Almeida40 (1989), preocupados com terações esqueléticas proporcionadas ção de dois tipos de aparelhos expan-
a ausência de uma possível autocor- pelas expansões; c) não houve reci- sores rápidos da maxila, verificadas
reção no decorrer do desenvolvimen- divas esqueléticas significativas após em suas distintas fases e as prová-
to da oclusão, sugeriram a correção três meses de contenção; d) aparen- veis diferenças cefalométricas entre
precoce da mordida cruzada posterior. temente, durante a fase ativa, os apa- os dois aparelhos. A amostra consti-
Relataram que entre as vantagens do relhos dentomucossuportados pro- tuiu-se de 41 pacientes, sendo 15 do
tratamento precoce estão: a) grande vocaram uma maior abertura da sexo masculino e 26 do feminino,
bioplasticidade óssea do paciente jo- mordida anterior, embora após o pe- com idades entre 10 anos e 8 meses
vem; b) redirecionamento dos dentes ríodo de contenção não tenham sido a 17 anos e 8 meses, leucodermas,
permanentes ainda não irrompidos; observadas diferenças estatistica- que apresentavam mordida cruzada
c) melhor relacionamento esquelético mente significantes; e) os molares de posterior uni e bilateral e que foram
das bases ósseas; d) eliminação de po- ancoragem comportaram-se de ma- submetidos à expansão rápida da
sições incorretas da articulação tem- neira semelhante, não existindo di- maxila por meio dos aparelhos tipo
poromandibular, devolvendo a relação ferenças entre os dois grupos e f) a Haas e Hyrax. As avaliações e resul-
simétrica côndilo/fossa; e) correta tra- distância intermolares inferiores au- tados foram obtidos das telerradio-
jetória do fechamento mandibular, eli- mentou em ambos os grupos, porém grafias tomadas ao início do trata-
minando desvios em relação cêntrica sem nenhuma correlação com os mento (pré-expansão), imediatamen-
e f) estética facial. Entre os aparelhos aparelhos. te depois da expansão e três meses

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após a contenção com o próprio apa- a inclinação dentária e a dimensão ninos foi maior que no outro grupo.
relho expansor. As ativações se de- vertical. Radiografias em norma la- Ao final do tratamento, o aumento
ram 2/4 de manhã e 2/4 à noite, até teral e frontal foram avaliadas an- do perímetro do arco foi maior no
se obter a sobrecorreção, em que a tes, imediatamente após a expansão expansor rápido. O ganho final, as-
cúspide palatina dos dentes superio- e ao final do período de contenção. sim como o perímetro com as expan-
res tocasse as cúspides vestibulares Os resultados demonstraram que no sões, foi maior na expansão rápida
dos dentes inferiores. Os resultados aparelho colado, a espinha nasal pos- que na lenta.
demonstraram que imediatamente terior e a anterior deslocaram-se, em Léon et al.24 (1998), sugeriram
após a expansão rápida da maxila, menor valor, para baixo que no um aparelho expansor capaz de con-
os dois tipos de aparelhos apresen- Hyrax. No aparelho Hyrax, o deslo- trolar os indesejáveis efeitos colate-
taram resultados semelhantes, sem camento anterior da maxila e o au- rais da expansão maxilar, como o
a ocorrência do deslocamento da mento nas dimensões verticais foram deslocamento vertical da maxila e da
maxila em direção anterior e sem re- maiores. Ambos os aparelhos leva- mandíbula. Aplicaram o expansor
flexos para o perfil mole, induzindo, ram à inclinação dentária dos den- colado, com cobertura acrílica na
porém, a uma rotação horária da tes de ancoragem. oclusal dos dentes superiores, em um
mandíbula e aumentando a altura Akkaya, Lorenzon e Üçem 1 paciente do sexo feminino, com 10
facial ântero-inferior. Durante os três (1998) propuseram avaliar as dife- anos de idade e presença de mordida
meses de contenção após a expan- renças nos efeitos dentários entre as cruzada unilateral direita. A paciente
são, os valores da maioria das medi- expansões rápidas maxilares e len- apresentava tendência de crescimen-
das cefalométricas avaliadas em nor- tas, produzidas por um aparelho co- to vertical determinado pelos ângu-
ma lateral tenderam a retomar os lado. Uma amostra de 24 pacientes, los FMA, SN.GoGn e SN.Gn. O apa-
seus índices iniciais e somente as portadores de mordida cruzada pos- relho, ativado 2/4 de volta ao dia,
medidas Sperp-A, ANB, NAP, Sperp- terior, causada por atresia maxilar, ao final do tratamento levou à aber-
R6 e Sperp-C6 apresentaram diferen- foi dividida em dois grupos. O primeiro tura da sutura palatina mediana. A
ças estatísticas significantes, quan- grupo utilizou o aparelho expansor disjunção conduziu a uma combina-
do foram comparados os dois tipos rápido Hyrax, com a presença de pa- ção de fatores, como a inclinação den-
de expansores, principalmente du- rafuso no centro da sutura palatina toalveolar e a disjunção maxilar, cor-
rante a fase de contenção. e o segundo grupo, o aparelho ex- rigindo a mordida cruzada. Ao final
Steiman44 (1997), relatou que os pansor lento Minne Expander, com do tratamento, os ângulos FMA e
expansores maxilares colados seriam presença de mola no centro da sutu- SN.Gn mantiveram-se na mesma
comumente usados no controle do ra, ambos colados às superfícies oclu- medida, enquanto que o SN.GoGn
desenvolvimento vertical e como apa- sais, palatinas e vestibulares dos den- diminuiu ligeiramente, devido a um
relhos preventivos da mordida aber- tes superiores. As avaliações obtidas provável crescimento na altura do
ta, em pacientes com a síndrome da de modelo de gesso indicaram que no ramo mandibular. O aparelho mos-
face longa. Alegou, contudo, que a grupo com expansor rápido, as alte- trou-se eficiente no controle das di-
cobertura oclusal em acrílico dificulta rações foram todas significativas e ao mensões verticais da face, assim
a visualização das cúspides palatinas final do período de contenção, hou- como na correção da mordida cru-
superiores ao atingir uma sobrecor- ve diminuição nas larguras interca- zada posterior.
reção ideal com as cúspides inferio- ninos, interincisivos e no perímetro Pearson L. e Pearson B.33 (1999)
res, citando a possibilidade de colo- do arco superior. As larguras realizaram um trabalho com 20 pa-
car uma fita vermelha na fase de con- intermolares e intercaninos inferio- cientes que necessitavam de expan-
fecção dos aparelhos colados, na re- res mostraram um aumento no final são maxilar e intrusão dos incisivos
gião do acrílico das cúspides palati- da fase de contenção, em ambos os superiores. Além da atresia maxilar,
nas superiores, a fim de facilitar a grupos. Os aumentos das distâncias apresentavam os ângulos mandibu-
visualização da sobrecorreção atin- intercaninos e interincisivos foram lares com valores excessivos, de
gida ao término da expansão, tornan- maiores no grupo com o expansor 36,2o. O aparelho expansor utiliza-
do mais difícil a expansão insuficien- rápido, durante a expansão. O au- do apresentava tubos na superfície
te. Asanza, Cisneros e Nieberg 3 mento na distância intermolar supe- vestibular do acrílico, que recobriam
(1997), no intuito de verificar as di- rior foi maior durante a terapia com a oclusal dos dentes superiores, para
ferenças entre dois tipos de apare- o aparelho de expansão lenta, en- a instalação de um sistema vertical
lhos expansores, o Hyrax e o cola- quanto que em ambos os grupos, a de tração. Os autores mostraram um
do, estudaram 14 pacientes portado- expansão intercaninos foi menor que caso clínico onde, ao final do fecha-
res de mordida cruzada posterior, a intermolar superior. No grupo da mento do diastema interincisivos, foi
para verificar a expansão simétrica, expansão rápida, o aumento interca- iniciada a intrusão desses dentes.

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Por meio de telerradiografias e mo- para baixo, de forma igual, em am- terísticas: eram leucodermas e apre-
delos de gesso, chegaram à conclu- bos os grupos e as alturas faciais sentavam mordida cruzada poste-
são que os molares superiores fo- anterior e posterior aumentaram nos rior uni ou bilateral.
ram expandidos, o plano palatino dois grupos. Embora tenham ocor- A partir dessas características,
manteve-se estável, houve intrusão rido alterações entre um aparelho e foram definidos os seguintes grupos:
dos incisivos, molares superiores e outro, estas não são clinicamente GRUPO I - composto por 23 pa-
inferiores, a altura facial diminuiu significantes. cientes, sendo 15 do sexo femini-
discretamente e o ponto A teve li- Memikoglu e Iseri29 (1999), ve- no e 8 do sexo masculino, que re-
geira retração. A terapia mostrou- rificaram os resultados da expan- ceberam os aparelhos expansores
se eficaz, pois não alterou desfavo- são rápida maxilar por meio do ex- dentosuportados, colados à super-
ravelmente a altura facial e o plano pansor colado, em pacientes em fície oclusal. Os pacientes apresen-
mandibular não aumentou. Os re- fase de crescimento. Trabalharam tavam idade média de 12 anos e 7
sultados dos 20 pacientes tratados com 14 pacientes, com idade mé- meses (9 anos e 8 meses a 15 anos
demonstraram que os incisivos su- dia de 12 anos, que tiveram os ar- e 5 meses), antes da instalação do
periores foram intruídos, os mola- cos dentários expandidos. Os apa- aparelho (Fig. 1A).
res superiores sofreram expansão de relhos foram confeccionados com GRUPO II - composto por 20 pa-
7,9 mm, não houve aumento nas resina acrílica, que cobria a super- cientes, sendo 12 do sexo feminino
dimensões verticais ou alteração do fície oclusal e vestibular dos dentes e 8 do masculino, nos quais foram
plano mandibular. Reed, Ghosh e superiores e verificou-se também instalados aparelhos expansores
Nanda34, compararam as alterações presença de parafuso no centro da dentomucosuportados (tipo Haas,
dos aparelhos expansores bandados sutura palatina. As avaliações, em modificado). Os pacientes apresen-
e dos aparelhos colados. Trinta e oito modelos de gesso e telerradiogra- tavam idade média de 13 anos e 5
pacientes, com idade média de 12,9 fias em normas póstero-anterior e meses (10 anos e 10 meses a 17
anos, receberam o expansor oclusal, evidenciaram um aumento anos e 8 meses), antes da instala-
bandado Hyrax e 55, com idade que se manteve estável ao final da ção do aparelho (dados obtidos de
média de 13,3 anos, receberam os terapia, nas larguras basal maxi- prévio estudo de KAWAKAMI 20).
aparelhos colados, com cobertura lar, nasal inferior e largura e angu- (Fig. 1B).
acrílica na oclusal dos dentes supe- lação intermolar superior. Concluí- GRUPO III - formado por 21 pa-
riores e acrílico na região de tecido ram que as alterações dentoesque- cientes, sendo 14 do sexo feminino
mole do palato. Alguns pacientes léticas, nas dimensões transversas, e 7 do masculino, que utilizaram apa-
apresentavam mordida cruzada pos- advindas da expansão maxilar por relhos expansores dentosuportados
terior e outros, anterior. As avalia- meio do aparelho expansor colado, (Hyrax). Esse grupo apresentava, ao
ções pós-tratamento de modelos de mantiveram-se estáveis ao final da início do tratamento, idade média de
gesso e as telerradiografias mostra- terapia ortodôntica. 12 anos e 10 meses (10 anos e 8
ram que não houve diferença entre meses a 14 anos e 11 meses - dados
os dois aparelhos, nos aumentos MATERIAL E MÉTODOS obtidos de prévio estudo de
transversais, na região de pré-mo- A amostra do estudo consistiu Kawakami20) (Fig. 1C).
lar superior, contudo, na região de 69 telerradiografias, obtidas de O material era constituído de três
intermolar, houve aumento na lar- 23 pacientes que apresentavam radiografias cefalométricas, em nor-
gura duas vezes maior no grupo do idades de 9 anos e 8 meses a 15 ma lateral, de cada paciente avalia-
aparelho bandado, assim como fo- anos e 5 meses, sendo respectiva- do, realizadas no início do tratamen-
ram maiores as alterações verticais, mente 15 do sexo feminino e 8 do to, imediatamente após o término da
como o ângulo SN.GoGn, nesse gru- sexo masculino. Esses pacientes expansão e, finalmente, após três
po. O plano palatino deslocou-se apresentavam as seguintes carac- meses de contenção.

A B C
FIGURA 1 - Aparelhos de expansão maxilar: A- colado; B- tipo Haas, C- Hyrax.

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Construção dos Aparelhos GRUPOS II e III – cimentados com décimos de milímetros e décimos de
Na construção dos aparelhos do cimento fosfato de zinco ou ionôme- graus, respectivamente, com o auxí-
grupo I, na sua estrutura metálica foi ro de vidro. lio de um sistema de microcomputa-
utilizado fio 0,9mm da Dentaurum e dor Pentium 166 MHz e uma mesa
na região próxima ao parafuso, fio Ativações dos Aparelhos digitalizadora “Numonics Accugrid ”e
de 1,2mm de espessura. GRUPO I - os pais foram recomen- o programa utilizado foi o “Dentofa-
A resina acrílica foi manipulada dados a ativar 4/4 de volta por dia, cial Planner 7.01 Plus”.
sobre a oclusal do modelo de gesso, ou seja, uma volta completa por dia,
de modo que englobasse toda a por- sendo 2/4 pela manhã e 2/4 à noi- Traçado das Linhas e dos Pla-
ção oclusal, estendendo-se até as te20. As ativações só finalizaram após nos de Orientação (Fig. 3)
superfícies vestibulares e palatinas ao ter sido observada uma sobrecorreção 1 - Linha SN - linha que passa
nível cervical dos últimos dentes su- dos dentes superiores aos inferiores pelos pontos S (sela) e N (násio);
periores. (Fig. 2). 2 - Linha Sperp - linha perpendi-
Em pacientes na fase da denta- GRUPOS II e III - padronizou-se cular ao plano de Frankfürt (PoOr),
dura mista, a cobertura oclusal em as ativações, para todos os pacien- passando pelo ponto S.
resina estendia-se até os caninos. tes, em 2/4 de volta no parafuso pela 3 - Linha SGn - linha determina-
Para os grupos I, II e III, os apare- manhã e 2/4 à noite20, totalizando da pelos pontos S (sela) e Gn
lhos foram construídos no laboratório assim uma volta completa por dia, (gnátio);
de prótese da disciplina de Ortodontia, durante 8 a 9 dias, em média, para 4 - Linha NB - linha que passa
da Faculdade de Odontologia de Bauru. os dois grupos da amostra. pelos pontos N (násio) e B
Nos grupos II e III foram utilizados pa- A expansão lateral do arco supe- (supramentoniano);
rafusos expansores importados rior foi considerada satisfatória so- 5 - Linha Npog - linha que passa
(DENTAURUM 600-010), assim como mente após a obtenção dos contatos pelos pontos N (násio) e Pog (pogônio);
fios redondos, de aço inoxidável, de 1,2 oclusais diretos, entre as pontas de 6 - Linha Nperp - linha perpendi-
mm de diâmetro, soldados às bandas cúspides palatinas nos dentes cular ao plano de Frankfürt (PoOr),
com solda de prata, nos dois tipos de póstero-superiores, com as vestibu- passando pelo ponto N.
aparelhos expansores. Nos aparelhos lares dos póstero-inferiores. 7 - Linha NA - linha que passa
com suporte dentomucosuportado, o As telerradiografias utilizadas nes- pelos pontos N (násio) e A (subespi-
parafuso expansor foi unido aos fios te trabalho foram obtidas em norma nhal);
redondos por um corpo de resina lateral, seguindo os princípios reco- 8 - Linha NENA - linha determi-
acrílica, adaptado ao palato, proporcio- mendados pela Disciplina de Radio- nada pelos pontos N (násio) e ENA
nando o apoio mucoso. No segundo logia, da Faculdade de Odontologia (espinha nasal anterior);
tipo de aparelho, o parafuso foi direta- de Bauru, da Universidade de São 9 - Linha Apog - linha que passa
mente adaptado pelo protético e solda- Paulo. pelos pontos A (subespinhal) e Pog
do nos fios redondos. Sobre as telerradiografias, traçou- (pogônio);
GRUPO I - a cimentação proce- se o desenho anatômico, manual- 10 - Linha Prn’Sn – linha que
deu-se com o cimento ionomérico mente, sobre o negatoscópio, em uma passa pelos pontos Prn’ (derivado do
Fuji ORTHO LC (GC Corporation, sala obscurecida. Após a realização pronasal) e Sn (subnasal);
Tokio, Japan), manuseado e do desenho anatômico, digitaliza- 11 - Linha SnLs – linha que pas-
espatulado conforme as indicações ram-se os pontos cefalométricos de sa pelos pontos Sn (subnasal) e Ls
do fabricante. Foi aplicada uma luz acordo com McNamara Jr.27, para a (labial superior);
halógena para favorecer sua poli- obtenção das grandezas cefalométri- 12 - Plano de Frankfürt – plano
merização. cas lineares e angulares, medidas em determinado pelos pontos Po (pório)
e Or (orbitário);
13 - Plano palatino (PP) – plano
determinado pelos pontos ENA (es-
pinha nasal anterior) e ENP (espinha
nasal posterior);
14 - Plano mandibular – forma-
do pelos pontos Go (gônio) e Me
(mentoniano).
A B
Grandezas Angulares (Fig. 4- 5)
FIGURA 2 - Aparelhos de expansão maxilar colado: A - pré-expansão; B - pós-
expansão imediata. 1 - SNA: ângulo formado pelas li-

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1 3 1 2
9 5
6
12 2 7
3
8
14
10 4
13

11

4
FIGURA 3 - Traçados de orientação: 1- Linha SN, 2- Linha FIGURA 4 - Grandezas angulares: 1- SNA, 2- SN.ENA, 3-
Sperp, 3- Linha SGn, 4- Linha NB, 5- Linha Npog, 6- Linha SNB, 4- ANB, 5- NAP.
Nperp, 7- Linha NA, 8- Linha NENA, 9- Linha Apog, 10-
Linha Prn´Sn, 11- Linha SnLs, 12- Plano de Frankfürt, 13-
Plano Palatino, 14- Plano Mandibular.

6
I

III II
7 8
11
9 V
10 IV

VI

FIGURA 5 - Grandezas angulares: 6- SN.Gn, 7- PoOr.PP, 8- FIGURA 6 - Grandezas lineares: I- N-ENA, II- ENA-PoOr,
SN.GoMe, 9- FMA (PoOr.GoMe), 10- ÂBI (PP.GoMe) e 11- ÂNL. III- ENP-PoOR, IV- Sperp-A, V- Nperp-A e VI- Nperp-Pog.

nhas SN e NA; mento, ângulo formado pela linha SN palatino e mandibular;


2 - SN.ENA: ângulo formado e a linha SGn; 11 - ANL (Prn’SnLs): ângulo for-
pelas linhas SN e NENA: 7 - PoOr.PP: ângulo formado mado por duas semi-retas que passam
3 - SNB: ângulo formado pelas pelo plano de Frankfürt e o plano pelos pontos derivados do pronasal
linhas SN e NB; palatino; (Prn’) e labial superior (Ls), tendo como
4 - ANB: ângulo formado pelas 8 - SN.GoMe: ângulo formado pe- ponto comum o subnasal (Sn).
linhas NA e NB, correspondendo à las linhas SN e o plano mandibular;
diferença entre os ângulos SNA e 9 - FMA (PoOr.GoMe): ângulo Grandezas Lineares (Fig. 6-8)
SNB; formado pelo plano de Frankfürt e o I - N-ENA: distância entre os pon-
5 - NAP: suplemento do ângulo plano mandibular; tos N (násio) e ENA (espinha nasal
formado pelas linhas NA e Apog; 10 - ÂBI (PP.GoMe): ângulo básio anterior);
6 - SN.Gn: eixo “Y” de cresci- inferior, formado pelos planos II - ENA-PoOr: menor distância

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VII

XII X
XI
XI
VIII XIII

FIGURA 7 - Grandezas lineares: VII- Ar-A, VIII- Ar-Gn, FIGURA 8 - Grandezas lineares: X- R6-PP, XI- C6-PP, XII-
IX- ENA-Me. Sperp-R6, XIII- Sperp-C6.

entre o ponto ENA (espinha nasal entre a linha Sperp e o ponto R6 (ápi- (ANOVA): análise de variância a um
anterior) e o plano de Frankfürt; ce da raiz mesiovestibular do primei- critério (uma variável independente),
III - ENP-PoOr: menor distân- ro molar superior permanente); com múltiplas variáveis dependentes
cia entre o ponto ENP (espinha XIII - Sperp-C6: menor distância e um modelo fixo. Utilizada na com-
nasal posterior) e o plano de entre a linha Sperp e o ponto C6 paração intergrupos, apresenta-se
Frankfürt; (cúspide mesiovestibular do primeiro como o teste mais indicado para
IV - Sperp-A: menor distância en- molar superior permanente). amostras paramétricas, independen-
tre a linha Sperp e o ponto A (subes- tes e tomadas em tempos distintos.
pinhal); Análise Estatística d) Teste de Tukey: teste de com-
V - Nperp-A: menor distância en- Os dados obtidos pelo Dentofacial paração múltipla, utilizado para a
tre a linha Nperp e o ponto A (subes- Planner 7.01 foram transferidos para determinação dos tempos ou grupos
pinhal); o editor de planilhas (Excel versão que demonstram as diferenças esta-
VI - Nperp-Pog: menor distância 97), onde foram organizados, pre- tísticas, indicadas pela análise de
entre a linha Nperp e o ponto Pog parados e, posteriormente, transfe- variância.
(pogônio); ridos para o aplicativo que realizaria
VII - Ar-A: distância entre os pon- a análise estatística. Erro do Método
tos Ar (articular) e A (subespinhal); Para a obtenção do erro do mé-
VIII - Ar-Gn: distância entre os Método Estatístico todo, foram retraçadas e redigitali-
pontos Ar (articular) e Gn (gnátio); Utilizou-se o aplicativo Statistica zadas novamente as radiografias de
IX - ENA-Me: distância entre os for Windows, versão 5.1, para a rea- cinco pacientes do Grupo I (apare-
pontos ENA (espinha nasal ante- lização da análise, baseada nos se- lho colado), selecionados aleatori-
rior) e Me (mentoniano), corres- guintes critérios: amente, após um intervalo mínimo
pondente à altura facial ântero-in- a) Estatística descritiva: mé- de um mês. Utilizaram-se as radio-
ferior (AFAI); dias, desvios padrão, valor máxi- grafias nos três tempos (pré-expan-
X - R6-PP: menor distância entre mo e valor mínimo para todos os são, pós-expansão e pós-conten-
o ponto R6 (ápice da raiz mesioves- grupos. ção), totalizando 15 radiografias.
tibular do primeiro molar superior b) Teste “t” de Student pareado Aplicou-se o teste “t” pareado (va-
permanente) e o plano palatino; (variáveis dependentes): teste utiliza- riáveis dependentes), para a verifi-
XI - C6-PP: menor distância en- do na comparação entre as fases pré- cação do erro sistemático e a fór-
tre o ponto C6 (cúspide expansão, pós-expansão e pós-con- mula de Dahlberg12, para estimar a
mesiovestibular) e o plano palatino; tenção para todos os grupos. ordem de grandeza dos erros ca-
XII - Sperp-R6: menor distância c) Análise de variância suais.

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TABELA 1
Médias (X) e desvios padrão (d.p.) das medidas cefalométricas analisadas no grupo I (aparelhos dentosuportados –
colado), nas fases 1 (pré-expansão), 2 (pós-expansão) e 3 (pós-contenção).

FASE (1) (2) (3)


PRÉ-EXPANSÃO PÓS-EXPANSÃO PÓS-CONTENÇÃO
N
Colado
23
X d.p. X d.p. X d.p.
Medidas
SNA 82,261 4,802 83,387 4,925 82,609 4,219
SN.ENA 88,026 5,426 89,496 5,233 88,317 4,478
Nperp-A 2,730 3,378 3,874 3,731 2,672 3,441
Sperp-A 71,312 4,370 72,308 4,345 71,460 3,992
SNB 78,735 3,311 77,978 3,944 78,400 3,579
Nperp-Pog -0,692 5,621 -2,726 6,168 -2,300 5,966
ANB 3,500 2,556 5,396 2,841 4,230 2,429
NAP 6,287 5,976 10,287 6,416 7,652 5,844
N-ENA 50,772 3,130 51,164 3,799 51,417 3,607
ENA-PoOr 20,283 3,205 21,212 3,490 21,714 2,781
ENP-PoOr 23,166 2,342 24,301 2,497 24,297 2,722
PoOr.PP -3,065 3,593 -3,422 4,010 -2,804 3,988
SN.GoMe 38,152 5,535 40,630 6,303 39,096 6,404
FMA 27,583 6,066 30,052 5,856 28,987 6,296
SN.Gn 67,970 3,325 69,930 4,090 68,791 4,154
ÂBI 30,783 5,662 33,457 5,981 31,804 6,106
Ar-A 84,645 5,451 84,928 4,797 84,949 4,586
Ar-Gn 106,203 6,273 106,582 5,701 106,836 6,746
ENA-Me 67,772 6,722 72,254 6,895 69,257 6,640
R6-PP 1,638 2,315 1,435 1,975 1,178 2,484
C6-PP 22,081 2,602 22,529 2,212 21,896 2,349
Sperp-R6 46,543 3,184 46,834 3,132 46,412 4,146
Sperp-C6 43,926 4,199 43,774 3,857 43,973 4,459
ÂNL 109,004 12,070 107,422 10,887 108,870 12,832

TABELA 2
Médias (X) e desvios padrão (d.p.) das medidas cefalométricas analisadas no grupo II (aparelhos
dentomucosuportados – tipo Haas), nas fases 1 (pré-expansão), 2 (pós expansão) e 3 (pós contenção).

FASE (1) (2) (3)


PRÉ-EXPANSÃO PÓS-EXPANSÃO PÓS-CONTENÇÃO
N
Tipo Haas
20
X d.p. X d.p. X d.p.
Medidas
SNA 80,830 3,385 81,240 3,453 80,805 3,639
SN.ENA 84,830 3,989 85,105 3,834 84,965 4,255
Nperp-A -0,910 3,028 -0,340 2,982 -1,355 3,446
Sperp-A 68,560 3,623 69,135 3,989 68,485 3,519
SNB 77,815 3,170 76,795 2,777 77,540 3,176
Nperp-Pog -6,025 5,991 -8,225 5,687 -7,615 6,393
ANB 3,005 2,445 4,450 2,445 3,265 2,385
NAP 4,445 5,615 7,655 5,559 5,205 5,628
N-ENA 51,220 3,904 51,835 3,930 51,645 3,920
ENA-PoOr 22,035 2,381 22,605 3,154 23,060 2,600
ENP-PoOr 21,490 2,226 22,005 2,393 22,195 2,314
PoOr.PP 0,560 2,651 0,640 2,696 0,885 2,104
SN.GoMe 37,805 6,402 39,690 6,314 38,335 6,553
FMA 29,565 5,067 31,295 5,657 30,470 5,592
SN.Gn 69,015 3,719 70,655 3,664 69,555 3,876
ÂBI 29,000 5,421 30,655 5,770 29,565 5,815
Ar-A 84,705 3,915 85,525 4,102 85,270 3,662
Ar-Gn 107,255 4,212 107,570 4,248 107,975 4,243
ENA-Me 68,515 4,645 71,215 4,365 69,825 4,713
R6-PP 4,050 2,345 3,705 1,801 3,870 2,824
C6-PP 23,515 2,580 23,750 1,949 23,370 2,088
Sperp-R6 44,035 3,602 44,380 3,634 44,080 3,307
Sperp-C6 41,785 4,304 42,130 4,187 41,535 4,082
ÂNL 94,740 12,862 93,935 8,435 96,890 11,095

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TABELA 3
Médias (X) e desvios padrão (d.p.) das medidas cefalométricas analisadas no grupo III (aparelhos
dentosuportados – Hyrax), nas fases 1 (pré-expansão), 2 (pós expansão) e 3 (pós contenção).

FASE (1) (2) (3)


PRÉ-EXPANSÃO PÓS-EXPANSÃO PÓS-CONTENÇÃO
N
Hyrax
21
X d.p. X d.p. X d.p.
Medidas
SNA 81,257 2,972 81,919 3,474 81,591 3,579
SN.ENA 85,800 3,995 86,233 4,196 85,948 4,070
Nperp-A 0,233 2,380 0,267 3,032 0,219 2,898
Sperp-A 68,105 4,169 68,205 4,533 68,514 4,874
SNB 78,391 4,020 77,900 4,355 78,152 4,281
Nperp-Pog -3,338 6,694 -5,667 7,092 -4,705 6,625
ANB 2,862 3,037 4,024 2,657 3,467 2,878
NAP 3,929 6,495 6,443 5,710 5,367 6,275
N-ENA 49,981 3,164 50,267 3,155 50,657 2,844
ENA-PoOr 21,105 3,520 21,957 3,698 22,033 3,411
ENP-PoOr 22,257 2,155 22,962 2,070 23,114 2,117
PoOr.PP -1,286 2,946 -1,138 3,434 -1,214 3,447
SN.GoMe 38,424 4,516 39,471 4,944 38,695 4,722
FMA 29,448 4,633 31,152 5,004 30,138 4,712
SN.Gn 68,786 3,313 69,791 3,517 69,262 3,285
ÂBI 30,729 5,157 32,300 5,640 31,362 5,044
Ar-A 82,571 4,975 83,519 4,998 83,524 5,220
Ar-Gn 107,357 8,623 106,691 6,748 107,062 6,897
ENA-Me 68,210 5,466 70,414 4,651 69,452 4,496
R6-PP 3,267 2,665 3,581 1,923 2,986 2,347
C6-PP 22,533 2,838 23,248 2,489 22,667 2,389
Sperp-R6 43,667 3,498 43,233 3,251 43,929 3,875
Sperp-C6 41,752 4,247 40,867 4,170 41,419 4,781
ÂNL 102,610 13,167 101,729 11,854 102,371 11,976

TABELA 4
Médias (X), desvios padrão (d.p.) das diferenças entre as fases estudadas, valor “p” e significância estatística das
medidas cefalométricas analisadas no grupo I (aparelhos dentosuportados – colado).

FASE DIFERENÇA DIFERENÇA DIFERÊNÇA


(2) - (1) valor “p” e (3) - (2) valor “p” e (3) - (1) valor “p” e
N
Colado
23 significância significância significância
X d.p. X d.p. X d.p.
Medidas
SNA 1,126 1,287 0,000 (**) -0,435 1,562 0,228 (ns) 0,348 1,401 0,246 (ns)
SN.ENA 1,470 1,880 0,001 (**) -0,140 1,800 0,732 (ns) 0,291 2,572 0,592 (ns)
Nperp-A 1,144 2,100 0,016 (*) -1,015 1,798 0,021 (*) -0,059 2,297 0,903 (ns)
Sperp-A 0,996 1,583 0,006 (**) -0,650 1,423 0,055 (ns) 0,148 1,740 0,688 (ns)
SNB -0,757 1,627 0,036 (*) 0,745 1,369 0,025 (*) -0,335 1,505 0,298 (ns)
Nperp-Pog -2,034 4,016 0,024 (*) 0,610 2,760 0,335 (ns) -1,608 3,684 0,048 (*)
ANB 1,896 1,295 0,000 (**) -1,185 0,854 0,000 (**) 0,730 1,309 0,014 (*)
NAP 4,000 2,268 0,000 (**) -2,450 1,792 0,000 (**) 1,365 2,404 0,012 (*)
N-ENA 0,393 1,913 0,336 (ns) -0,190 1,038 0,423 (ns) 0,646 1,937 0,124 (ns)
ENA-PoOr 0,929 1,750 0,019 (*) 0,455 1,441 0,174 (ns) 1,431 2,056 0,003 (**)
ENP-PoOr 1,135 1,823 0,007 (**) 0,190 1,217 0,494 (ns) 1,131 1,655 0,003 (**)
PoOr.PP -0,357 2,469 0,496 (ns) 0,245 1,466 0,464 (ns) 0,261 2,483 0,619 (ns)
SN.GoMe 2,478 2,251 0,000 (**) -1,355 1,584 0,001 (**) 0,944 1,774 0,018 (*)
FMA 2,470 2,761 0,000 (**) -0,825 1,357 0,014 (*) 1,404 2,876 0,029 (*)
SN.Gn 1,961 1,763 0,000 (**) -1,100 1,353 0,002 (**) 0,822 1,656 0,026 (*)
ÂBI 2,674 2,157 0,000 (**) -1,090 1,400 0,003 (**) 1,022 1,872 0,016 (*)
Ar-A 0,283 1,573 0,398 (ns) -0,255 1,018 0,276 (ns) 0,304 1,571 0,364 (ns)
Ar-Gn 0,380 2,515 0,477 (ns) 0,405 0,965 0,076 (ns) 0,633 1,639 0,078 (ns)
ENA-Me 4,482 1,975 0,000 (**) -1,390 1,585 0,001 (**) 1,486 1,528 0,000 (**)
R6-PP -0,203 1,239 0,441 (ns) 0,165 1,447 0,616 (ns) -0,460 1,296 0,103 (ns)
C6-PP 0,447 1,083 0,060 (ns) -0,380 0,828 0,054 (ns) -0,186 0,851 0,307 (ns)
Sperp-R6 0,291 1,526 0,370 (ns) -0,300 1,133 0,251 (ns) -0,131 2,321 0,789 (ns)
Sperp-C6 -0,152 2,413 0,766 (ns) -0,595 1,367 0,067 (ns) 0,046 2,351 0,925 (ns)
ÂNL -1,583 5,455 0,178 (ns) 2,955 5,693 0,032 (*) -0,135 5,795 0,912 (ns)
ns – não significante; * – p<0,05 ou significante a 5%; ** – p<0,01 ou significante a 1%.

30 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 3, p. 19-41, maio/jun. 2002


TABELA 5
Médias (X), desvios padrão (d.p.) das diferenças entre as fases estudadas, valor “p” e significância estatística das
medidas cefalométricas analisadas no grupo II (aparelhos dentomucosuportados – tipo Haas).

FASE DIFERENÇA DIFERENÇA DIFERENÇA


(2) - (1) valor “p” e (3) - (2) valor “p” e (3) - (1) valor “p” e
N
Haas
20 significância significância significância
X d.p. X d.p. X d.p.
Medidas
SNA 0,410 1,295 0,173 (ns) -0,435 1,562 0,228 (ns) -0,025 1,080 0,919 (ns)
SN.ENA 0,275 1,369 0,380 (ns) -0,140 1,800 0,732 (ns) 0,135 1,385 0,668 (ns)
Nperp-A 0,570 1,444 0,094 (ns) -1,015 1,798 0,021 (*) -0,445 1,555 0,216 (ns)
Sperp-A 0,575 1,338 0,070 (ns) -0,650 1,423 0,055 (ns) -0,075 1,306 0,800 (ns)
SNB -1,020 1,227 0,001 (**) 0,745 1,369 0,025 (*) -0,275 0,990 0,229 (ns)
Nperp-Pog -2,200 3,064 0,005 (**) 0,610 2,760 0,335 (ns) -1,590 2,779 0,019 (*)
ANB 1,445 0,852 0,000 (**) -1,185 0,854 0,000 (**) 0,260 0,778 0,152 (ns)
NAP 3,210 1,656 0,000 (**) -2,450 1,792 0,000 (**) 0,760 1,656 0,054 (ns)
N-ENA 0,615 0,922 0,008 (**) -0,190 1,038 0,423 (ns) 0,425 1,118 0,105 (ns)
ENA-PoOr 0,570 1,473 0,010 (**) 0,455 1,441 0,174 (ns) 1,025 1,645 0,012 (*)
ENP-PoOr 0,515 1,018 0,036 (*) 0,190 1,217 0,494 (ns) 0,705 1,304 0,026 (*)
PoOr.PP 0,080 1,363 0,796 (ns) 0,245 1,466 0,464 (ns) 0,325 1,644 0,388 (ns)
SN.GoMe 1,885 1,299 0,000 (**) -1,355 1,584 0,001 (**) 0,530 1,110 0,046 (*)
FMA 1,730 1,814 0,000 (**) -0,825 1,357 0,014 (*) 0,905 1,613 0,021 (*)
SN.Gn 1,640 1,033 0,000 (**) -1,100 1,353 0,002 (**) 0,540 0,869 0,012 (*)
ÂBI 1,655 1,311 0,000 (**) -1,090 1,400 0,003 (**) 0,565 1,576 0,125 (ns)
Ar-A 0,820 1,069 0,003 (**) -0,255 1,018 0,276 (ns) 0,565 0,896 0,011 (*)
Ar-Gn 0,315 1,275 0,283 (ns) 0,405 0,965 0,076 (ns) 0,720 1,072 0,007 (**)
ENA-Me 2,700 1,573 0,000 (**) -1,390 1,585 0,001 (**) 1,310 1,259 0,000 (**)
R6-PP -0,345 1,343 0,265 (ns) 0,165 1,447 0,616 (ns) -0,180 1,687 0,639 (ns)
C6-PP 0,235 1,197 0,391 (ns) -0,380 0,828 0,054 (ns) -0,145 1,295 0,622 (ns)
Sperp-R6 0,345 1,340 0,264 (ns) -0,300 1,133 0,251 (ns) 0,045 1,416 0,888 (ns)
Sperp-C6 0,345 1,568 0,337 (ns) -0,595 1,367 0,067 (ns) -0,250 1,456 0,452 (ns)
ÂNL -0,805 7,014 0,614 (ns) 2,955 5,693 0,032 (*) 2,150 6,621 0,163 (ns)
ns – não significante; * –p<0,05 ou significante a 5%; ** –p<0,01 ou significante a 1%.

TABELA 6
Médias (X), desvios padrão (d.p.) das diferenças entre as fases estudadas, valor “p” e significância estatística das medidas
cefalométricas analisadas no grupo III (aparelhos dentosuportados – Hyrax), nas fases 1 (pré-expansão) e 2 (pós-expansão).

FASE DIFERENÇA DIFERENÇA DIFERENÇA


N (2) - (1) valor “p” e (3) - (2) valor “p” e (3) - (1) valor “p” e
Hyrax
21 _ significância _ significância _ significância
X d.p. X d.p. X d.p.
Medidas
SNA 0,662 1,564 0,067 (ns) -0,329 1,586 0,354 (ns) 0,333 1,363 0,276 (ns)
SN.ENA 0,433 1,888 0,305 (ns) -0,286 2,087 0,538 (ns) 0,148 1,588 0,675 (ns)
Nperp-A 0,033 1,462 0,918 (ns) -0,048 1,460 0,883 (ns) -0,014 1,420 0,964 (ns)
Sperp-A 0,100 1,395 0,746 (ns) 0,310 1,207 0,254 (ns) 0,410 1,436 0,206 (ns)
SNB -0,491 1,251 0,088 (ns) 0,252 1,406 0,420 (ns) -0,238 1,341 0,426 (ns)
Nperp-Pog -2,329 2,921 0,001 (**) 0,962 1,783 0,023 (*) -1,367 2,369 0,016 (*)
ANB 1,162 1,438 0,001 (**) -0,557 1,073 0,027 (*) 0,605 1,122 0,023 (*)
NAP 2,514 2,744 0,000 (**) -1,076 2,321 0,046 (*) 1,438 1,987 0,003 (**)
N-ENA 0,286 0,988 0,120 (ns) 0,391 1,396 0,215 (ns) 0,676 1,087 0,010 (**)
ENA-PoOr 0,852 1,853 0,048 (*) 0,076 1,416 0,808 (ns) 0,929 1,954 0,042 (*)
ENP-PoOr 0,705 1,006 0,004 (**) 0,152 1,128 0,543 (ns) 0,857 1,408 0,011 (*)
PoOr.PP 0,148 1,821 0,714 (ns) -0,076 1,237 0,781 (ns) 0,071 1,685 0,848 (ns)
SN.GoMe 1,048 1,990 0,026 (*) -0,776 1,988 0,089 (ns) 0,271 1,988 0,539 (ns)
FMA 1,705 1,658 0,000 (**) -1,014 1,563 0,008 (**) 0,691 1,447 0,041 (*)
SN.Gn 1,005 1,331 0,003 (**) -0,529 1,374 0,093 (ns) 0,476 1,380 0,130 (ns)
ÂBI 1,571 1,966 0,002 (**) -0,938 1,715 0,021 (*) 0,633 1,608 0,086 (ns)
Ar-A 0,948 1,320 0,004 (**) 0,005 1,388 0,988 (ns) 0,952 1,288 0,003 (**)
Ar-Gn -0,667 5,804 0,604 (ns) 0,371 1,354 0,223 (ns) -0,295 6,230 0,830 (ns)
ENA-Me 2,205 1,943 0,000 (**) -0,962 1,303 0,003 (**) 1,243 1,995 0,010 (**)
R6-PP 0,314 1,279 0,274 (ns) -0,595 1,129 0,025 (*) -0,281 1,454 0,387 (ns)
C6-PP 0,714 1,128 0,009 (**) -0,581 0,754 0,002 (**) 0,133 1,304 0,644 (ns)
Sperp-R6 -0,433 1,583 0,224 (ns) 0,695 1,599 0,060 (ns) 0,262 1,865 0,527 (ns)
Sperp-C6 -0,886 1,742 0,030 (*) 0,552 1,891 0,196 (ns) -0,333 2,323 0,518 (ns)
ÂNL -0,881 5,654 0,484 (ns) 0,643 6,103 0,635 (ns) -0,238 5,086 0,832 (ns)
ns – não significante; * – p<0,05 ou significante a 5%; ** – p<0,01 ou significante a 1%.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 3, p. 19-41, maio/jun. 2002 31


TABELA 7
Valor “F”, valor “p” e significância estatística da análise de variância (ANOVA) aplicada na comparação das diferenças das
medidas cefalométricas analisadas entre as fases estudadas, entre os grupos I (colado), II (tipo Haas) e III (Hyrax).
COLADO DIFERENÇA DIFERENÇA DIFERENÇA
N=23
ENTRE FASES ENTRE FASES ENTRE FASES
TIPO HAAS
N=20 2-1 3-2 3-1
HYRAX
Valor valor “p”e Valor valor “p”e Valor valor “p”e
N=21
“F” significância “F” significância “F” significância
Medidas
SNA 1,491 0,233 (ns) 0,497 0,611 (ns) 0,549 0,581 (ns)
SN.ENA 3,060 0,054 (ns) 1,748 0,183 (ns) 0,044 0,957 (ns)
Nperp-A 2,305 0,108 (ns) 2,356 0,103 (ns) 0,347 0,708 (ns)
Sperp-A 2,099 0,131 (ns) 3,767 0,029 (*) 0,525 0,594 (ns)
SNB 0,742 0,481 (ns) 0,545 0,583 (ns) 0,031 0,970 (ns)
Nperp-Pog 0,042 0,959 (ns) 0,191 0,827 (ns) 0,042 0,959 (ns)
ANB 2,004 0,144 (ns) 2,087 0,133 (ns) 1,021 0,366 (ns)
NAP 2,350 0,104 (ns) 3,106 0,052 (ns) 0,672 0,514 (ns)
N-ENA 0,303 0,740 (ns) 0,711 0,495 (ns) 0,181 0,835 (ns)
ENA-PoOr 0,257 0,775 (ns) 0,484 0,619 (ns) 0,435 0,649 (ns)
ENP-PoOr 1,188 0,312 (ns) 0,142 0,868 (ns) 0,467 0,629 (ns)
PoOr.PP 0,429 0,653 (ns) 0,941 0,396 (ns) 0,090 0,914 (ns)
SN.GoMe 3,093 0,053 (ns) 0,996 0,376 (ns) 0,902 0,411 (ns)
FMA 0,893 0,415 (ns) 0,097 0,908 (ns) 0,663 0,519 (ns)
SN.Gn 2,528 0,088 (ns) 0,995 0,376 (ns) 0,405 0,669 (ns)
ÂBI 2,397 0,100 (ns) 0,949 0,393 (ns) 0,462 0,632 (ns)
Ar-A 1,516 0,228 (ns) 0,305 0,739 (ns) 1,380 0,259 (ns)
Ar-Gn 0,528 0,592 (ns) 0,033 0,968 (ns) 0,474 0,625 (ns)
ENA-Me 9,304 0,000 (**) 8,766 0,001 (**) 0,132 0,877 (ns)
R6-PP 1,518 0,227 (ns) 1,643 0,202 (ns) 0,200 0,820 (ns)
C6-PP 0,921 0,404 (ns) 0,568 0,570 (ns) 0,480 0,621 (ns)
Sperp-R6 1,792 0,175 (ns) 2,467 0,093 (ns) 0,229 0,796 (ns)
Sperp-C6 2,044 0,138 (ns) 2,004 0,144 (ns) 0,200 0,820 (ns)
ÂNL 0,111 0,895 (ns) 0,778 0,464 (ns) 1,095 0,341 (ns)
ns – não significante; * –p<0,05 ou significante a 5%; ** –p<0,01 ou significante a 1%.

Análise Interexaminador des vestibulares dos dentes superiores ou a combinação de ambas.


Para a análise interexaminador foram ocluem nas fossas centrais dos antago- O preciso diagnóstico da presença
retraçadas e redigitalizadas 10% das nistas inferiores. Essa má oclusão difi- de atresia maxilar implica na correta te-
radiografias utilizadas por Kawakami20 cilmente se autocorrige espontaneamen- rapia e deve ser realizado levando-se em
(1995). Aplicou-se o teste “t” pareado te, indicando-se então a correção pre- consideração não apenas a relação de
(variáveis dependentes) para verificar coce, o mais tardar até o período inter- intercuspidação dos arcos dentários en-
a precisão entre os examinadores. transitório da dentadura mista (SILVA tre si, pois poderá induzir em erro, quan-
FILHO37 et al. 1989). A correção preco- do não houver o cruzamento dos den-
RESULTADOS ce deve ser indicada no intuito de per- tes superiores com os inferiores, nos
Os valores encontrados nas men- mitir o correto desenvolvimento do es- pacientes com inclinação acentuada dos
surações de cada variável cefalométri- queleto craniofacial (KORKHAUS21, dentes inferiores para lingual8. O arco
ca, médias (X) e desvios padrão (d.p.) e 1960), o reposicionamento das bases su- alveolar superior deve apresentar forma-
os testes estatísticos encontram-se dis- periores sobre as inferiores17 (1965), o to parabólico e, na presença de atresia
postos conforme as tabelas a seguir, para redirecionamento dos dentes permanen- maxilar real, o formato deste geralmen-
o grupos I (aparelhos expansores den- tes para a correta posição9 e a correção te é triangular. O mais indicado seria,
tossuportados colado), II (aparelhos ex- da assimetria na posição condilar40. portanto, uma avaliação intra-arco
pansores dentomucossuportados do tipo Bishara e Staley6 (1987) relata- alveolar superior (CAPELOZZA FILHO;
Haas) e III (aparelhos dentossuporta- ram que os pacientes que apresen- SILVA FILHO8, 1997).
dos Hyrax), nas fases pré-expansão (1), tam discrepância lateral transversa, Alguns dos fatores etiológicos as-
pós-expansão (2) e pós-contenção (3). resultando em mordida cruzada pos- sociados à mordida cruzada poste-
terior, uni ou bilateral, envolvendo rior podem ser relacionados à obs-
DISCUSSÃO vários dentes, são indicados à ex- trução das vias aéreas e, conseqüen-
A mordida cruzada posterior pode pansão maxilar. A atresia pode ser temente, à respiração bucal, pressio-
ser definida como a relação inadequada dentária, com envolvimento apenas namento lingual atípico, perdas pre-
dos dentes posteriores superiores sobre ao nível dentário, esquelética, quan- coces de dentes decíduos, hábitos
os inferiores, ou seja, quando as cúspi- do a maxila encontra-se deficiente, bucais deletérios, como a sucção di-

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TABELA 8 camento maxilar para anterior7,15,16,40,45
Comparações entre os três grupos, com as médias (X), valor de “p” e
significância estatística do teste de Tukey, para a variável ENA-Me na e para baixo7,8,15,16,40,41,44 extrusão dos
diferença entre as fases 1 (pré-expansão) e 2 (pós-expansão), que molares superiores de ancoragem 7,8,41
apresentou diferença estatisticamente significante na ANOVA.
Comparação valor “p” e significância e rotação mandibular no sentido ho-
Colado (X = 4,482 ) x Tipo Haas (X = 2,700) 0,007 (**) rário 7,8,15,20, 38,41,45. A rotação mandibu-
Colado (X = 4,482) x Hyrax (X =2,205) 0,001 (**) lar, freqüentemente associada à ex-
Tipo Haas (X = 2,700) x Hirax (X = 2,205) 0,669 (ns) pansão rápida maxilar, trará altera-
ns – não significante; * – p<0,05 ou significante a 5%; ** – p<0,01 ou significante a 1%. ções na altura facial, que se acentua-
rá 7,13,20,34,41, ocasionando uma tendên-
TABELA 9 cia de mordida aberta anterior15,26, tor-
Comparações entre os três grupos, com as médias (X), valor de “p” e nando-se altamente desfavorável em
significância estatística do teste de Tukey, para a variável ENA-Me na
diferença entre as fases 2 (pós-expansão) e 3 (pós-contenção), que pacientes com altura facial já acen-
apresentou diferença estatisticamente significante na ANOVA.
tuada, ou mesmo em pacientes com
Comparação valor “p” e significância
presença de mordida aberta anterior.
Colado (X = -2,997) x Tipo Haas (X = -1,390) 0,009 (**)
O aparelho expansor colado, com
Colado (X = -2,997) x Hyrax (X =-0,962) 0,001 (**)
cobertura acrílica na oclusal dos den-
Tipo Haas (X = -1,390) x Hyrax (X =-0,962) 0,702 (ns)
tes superiores, proposto neste estudo,
ns – não significante; * – p<0,05 ou significante a 5%; ** – p<0,01 ou significante a 1%.
destina-se, principalmente, à elimina-
ção das alterações que possam aumen-
gital e à deficiência de desenvolvimen- A terapia da expansão maxilar, tar desfavoravelmente a altura facial.
to maxilar25. além de seus efeitos ortopédicos, A escassa literatura pertinente a
Para a correção da atresia maxi- como a disjunção dos maxilares su- esse tipo de aparelho tem demons-
lar esquelética, torna-se clara a ne- periores, por meio da separação na trado resultados satisfatórios na cor-
cessidade de uma ampla movimen- região da sutura palatina 2,15,17,19,40,45, reção das discrepâncias transversais
tação, que não envolva apenas os traz um aumento nas dimensões maxilares, como a mordida cruzada
dentes, mas sim uma alteração orto- transversas da arcada superior2,17,23, posterior14,24,28,35 e o controle das di-
pédica decorrente da abertura da su- com ganhos reais de massa óssea e mensões verticais14,24,28,30,33,34,35.
tura maxilar, capaz de reposicionar perímetro do arco e aumentos trans- O trabalho proposto tem como
os alvéolos, os dentes e, conseqüen- versos na região alta da abóbada objetivo verificar as reais vantagens
temente, os segmentos maxilares palatina (CLEALLI,10 et al., 1965) e alterações decorrentes dos apare-
Haas15 (1970). mantendo a altura estável. No entan- lhos expansores maxilares colado,
A terapia da expansão maxilar to, alguns autores verificaram o de- com cobertura acrílica na oclusal dos
tem como objetivo reposicionar a créscimo dessa altura42. dentes superiores, assim como com-
maxila sobre a mandíbula, favore- A evidência clínica da expansão pará-las às decorrentes dos apare-
cendo a normalização da oclusão e, maxilar com a separação ao nível da lhos expansores do tipo Haas e
em indivíduos em fase de crescimen- sutura palatina se dá com o apareci- Hyrax, previamente estudados.
to, devolver as condições ideais de mento do diastema interincisivos16,17.
função e estética e possibilitar o cor- A radiografia oclusal do maxilar de- Erro do Método
reto desenvolvimento da oclusão, até monstrará uma zona radiolúcida com Houston18 (1983) recomenda que
atingir a dentadura permanente. formato triangular, com a base mai- os traçados cefalométricos e as medi-
Como parte das indicações asso- or voltada para a região da espinha ções sejam realizadas duas vezes, em
ciadas à disjunção palatina, tão nasal anterior e a menor, para a es- todas as amostras porém, não sendo
propalada na literatura e aceita por pinha nasal posterior2,10,15,17,38. possível tal realização, indica que as
ampla gama de profissionais, estão: Além dos já relacionados efeitos radiografias sejam selecionadas ao
a mordida cruzada posterior uni e ortopédicos, encontraremos os efei- acaso, da amostra total, para verifi-
bilateral, mordida cruzada funcional, tos ortodônticos relacionados à in- car os erros de medição.
más oclusões de Classes II e III, atre- clinação dos processos alveolares15,16 Para minimizar qualquer tipo de
sias maxilares, discrepâncias den- e conseqüente vestibularização dos influência nesse sentido e aumentar
te/osso negativas, correção da in- dentes póstero-superiores24,41. a precisão e a confiabilidade, foram
clinação axial dos dentes posterio- A terapia da expansão maxilar retraçadas e redigitalizadas, após
res superiores, sobremordida profun- com os aparelhos expansores conven- um intervalo mínimo de um mês, 15
da, redução da resistência aérea e cionais, como o tipo Haas e o Hyrax, telerradiografias, de cinco pacientes,
pacientes portadores de fissura la- está associada a outras alterações no nas três fases do estudo, do grupo I
biopalatal 6,15,17,28,36. esqueleto craniofacial, como o deslo- (aparelho colado), número esse con-

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aplicado o método estatístico de xilar isoladamente, após a expansão, Asanza, Cisneros e Nieberg3 (1997)
Dahlberg12 (1940), para a determi- denota que a maxila projeta-se para relataram diferenças na movimenta-
nação do erro casual, que evidenciou anterior, como resposta imediata à te- ção para anterior, com o uso do apa-
o maior erro casual para a medida rapia7,15,16,41,45. Avaliando-se o posicio- relho Hyrax, demonstrando maiores
linear Nperp-Pog (pré-expansão), namento maxilar pelas medidas angu- avanços em comparação com o apa-
que variou em torno de 2,4 milíme- lares SNA e SN.ENA, os resultados do relho colado.
tros e na medida angular ÂNL (pós- trabalho evidenciaram um deslocamen- As alterações nas dimensões ver-
expansão), em média de dois graus. to para anterior da maxila, nos três ticais da maxila foram verificadas pe-
Além do erro casual, avaliaram- grupos da fase pré-expansão para a las medidas cefalométricas N-ENA,
se os erros sistemáticos mediante a pós-expansão, ou seja, durante a fase ENA-PoOr e ENP-PoOr. Para os valo-
aplicação do teste “t” pareado (va- ativa (Tab. 4-6 diferença 2-1). Entre- res de N-ENA, houve aumento da fase
riáveis dependentes), para a detecção tanto, os valores foram significantes pré-expansão para a pós-expansão,
de sua significância estatística. apenas para o grupo dos aparelhos co- em todos os grupos, porém, signifi-
Costatou-se quatro medidas estatis- lados, decaindo posteriormente em to- cante apenas para o grupo do apare-
ticamente significante: SN.ENA, ANB, dos os grupos, principalmente no gru- lho tipo Haas (Tab. 4-6, diferença 2-
NAP e ENA-PoOr. Justificáveis ao ní- po I, retornando a valores próximos 1). Da fase pós-expansão para a pós-
vel de significância de 5%. do inicial, após a fase de contenção contenção ocorreram aumentos para
(Tab. 4-6 diferença 3-2). Ao final da os grupos I e III e diminuição no gru-
Análise Interexaminador avaliação, no período pós-contenção, po II, mas não estatisticamente signi-
Verificou-se a precisão dos traça- observou-se um deslocamento discre- ficantes (Tab. 4-6, diferença 3-2).
dos entre o examinador Kawakami20 to e não significante para a anterior da Na avaliação entre o início e o fi-
(1995) e o autor. Foram retraçadas maxila, nos três aparelhos. Apenas o nal do tratamento ocorreu a acentu-
10% do total das telerradiografias da grupo II apresentou um suave reposi- ação dessa medida, para os três gru-
amostra do prévio estudo e aplicado cionamento para posterior pela medi- pos, embora significantemente ape-
o método estatístico. Observou-se que da SNA, após o período de contenção, nas no grupo do aparelho Hyrax, su-
houve significância estatística para as mas sem significância estatística. (Tab. gerindo um real deslocamento para
medidas Sperp-A e R6-PP, nesta últi- 4-6 diferença 3-1). baixo da espinha nasal anterior, que
ma, justificada pela dificuldade na vi- Pela análise de variância, que ava- foi mantido, nesse grupo, ocasionan-
sualização do ápice radicular na ra- liou os três grupos entre sí, não apre- do um aumento na altura facial su-
diografia. Apesar da medida Sperp- sentaram diferenças entre as altera- perior (Tab. 4-6, diferença 3-1). Pela
A demonstrar alteração em torno de ções cefalométricas estatisticamente análise final de variância não se en-
um grau, devido ao número de va- significantes entre as três fases estu- contraram alterações significativas
riáveis verificadas, esta também pode dadas. (Tab. 7). nas fases entre os três grupos e veri-
ser justificada pelo nível de 5% de Além das medidas angulares, fo- ficou-se que todos eles apresentaram
significância. ram eleitas medidas lineares, para um discreto aumento na altura facial
É importante salientar que para avaliação da alteração espacial da superior, causado provavelmente pelo
um melhor entendimento do leitor, as maxila, tanto no sentido anteropos- deslocamento da espinha nasal an-
medidas utilizadas originalmente na terior, quanto no sentido vertical. Con- terior para baixo (Tab. 7).
dissertação foram resumidas de modo cluindo, as medidas lineares como As medidas lineares ENA-PoOr e
a ficarem mais claras e objetivas as Sperp-A, demonstraram que após o a ENP-PoOr, que verificam as possí-
conclusões do presente trabalho. final da terapia não foi verificado qual- veis alterações da espinha nasal an-
quer indício de avanço maxilar para a terior e posterior, em relação ao pla-
Relação das Bases Ósseas anterior, significante estatisticamente no horizontal de Frankfürt, demons-
A relação das bases ósseas foi para os três grupos. (Tab. 4-6 dife- traram um deslocamento para infe-
investigada pelas análises cefalométri- rença 3-1). rior com significância da ENA e ENP,
cas em norma lateral, avaliando o seu Neste trabalho não foram encon- na fase ativa do tratamento, em to-
comportamento no sentido anteropos- tradas alterações significativas do dos os grupos. (Tab. 4-6 diferença
terior, por meio das medidas angulares possível avanço maxilar, ao final do 2-1). Na fase pós-contenção, no gru-
(SNA, SN.ENA, SNB, NAP, ANB), line- tratamento, entre os grupos estuda- po I, ocorreu aumento da medida
ar (Sperp-A, Nperp-Pog) e também no dos, o que contradiz os resultados de ENA-PoOr e diminuição da ENP-
sentido vertical, pelas medidas lineares Sarver e Johnston35 (1989), que re- PoOr, sem significância estatística,
(N-ENA, ENA-PoOr, ENP-PoOr). lataram o movimento maxilar para enquanto nos grupos II e III houve
A vasta literatura pertinente ao as- anterior menor, com os aparelhos co- aumento dessas medidas, sem signi-
sunto, quando se avalia a posição ma- lados, do que com os bandados. Já ficância (Tab. 4-6, diferença 3-2).

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Na avaliação entre a fase pré-tra- também por Sarver, Johnston 35 , para vestibular dos dentes póstero-
tamento e pós-contenção, notou-se Wertz e Dreskin45. superiores24,41, processos alveola-
aumentos significativos nas medidas Apesar da maxila não ter sofrido res15,16 e alterações verticais, assim
dos grupos dos aparelhos colado, tipo deslocamento real para anterior, como ao deslocamento para infe-
Haas e Hyrax, denunciando o deslo- ocorreu o deslocamento para baixo, rior do plano palatino 7,15,34,38,41 e à
camento do plano palatino para bai- em resposta à terapia, pela avalia- extrusão dos molares de ancora-
xo, nos três grupos (Tab. 4-6, dife- ção das medidas N-ENA, ENA-PoOr gem7,8,38,41. Na avaliação entre os
rença 3-1). e ENP-PoOr, para o grupo dos apa- três grupos, entre as fases estuda-
Pela análise de variância não se relhos colado, tipo Haas e Hyrax, que das, pela análise de variância, não
observaram alterações significativas se mantiveram estáveis ao final do foram constatadas diferenças esta-
nesse deslocamento entre os três ti- período de contenção. Esses resulta- tísticas significantes, denotando
pos de aparelho. (Tab. 7). dos foram verificados e confirmados apenas que da fase inicial para a
Desde o início dos estudos e tra- por vários autores, como Byrum de pós-contenção, houve uma sua-
balhos com a terapia da expansão Junior7, Capelozza Filho, Silva Filho8, ve diminuição do ângulo SNB para
maxilar, autores como Haas15,16, Wertz Haas 15,16, Silva Filho, Valladares os três grupos, devido à rotação
e Dreskin45 relataram um movimento Neto, Almeida40, Wertz, Dreskin45. mandibular no sentido horário, no
para anterior da maxila, após a disjun- Nesse trabalho, confirmou-se que a final do período de contenção (Tab.
ção palatina, com os aparelhos con- maxila, analisada por meio do pla- 4-6, diferença 3-1).
vencionais. No entanto, Chang, Mc- no palatino, deslocou-se para baixo Na avaliação da medida linear
Namara Junior, Herberger9 e Dipaolo13 nos três grupos, sem diferenças es- Nperp-Pog, houve diferença estatisti-
não encontraram alterações reais no tatísticas entre eles, sendo que o gru- camente significante da fase pré-tra-
sentido anteroposterior da maxila. Nos po do aparelho colado apresentou tamento para a pós-expansão, para
trabalhos de Byrum Junior7, Silva Fi- maiores médias que os outros gru- os três grupos, ocorrendo uma dimi-
lho, Villas Boas e Capelozza Filho41, pos para a espinha nasal anterior e nuição dos valores, devido à rotação
onde se instituiu a terapia na denta- posterior, o que contradiz3,35, que re- mandibular acentuada nessa fase
dura decídua e mista, não foi obser- lataram que a espinha nasal poste- (Tab. 4-6, diferença 2-1). Já na fase
vado qualquer deslocamento, assim rior deslocou-se mais para baixo no pós-expansão para a pós-contenção,
como nos de Silva Filho et al.38, onde grupo do aparelho bandado do que sem o aparelho, houve um aumento
os pacientes na dentadura permanen- no grupo colado. dessa medida nos três grupos, signifi-
te não evidenciaram esses desloca- Para avaliar o posicionamento cante apenas para o grupo do Hyrax,
mentos. Para o grupo I (aparelhos espacial da mandíbula, após a tera- indicando que a mandíbula rotaciona
colados), ao final do período de con- pia da expansão maxilar, avaliaram- no sentido anti-horário, após a remo-
tenção, não foram encontradas alte- se as medidas cefalométricas angu- ção do aparelho (Tab. 4-6 diferença
rações significantes que indicassem o lar, SNB e linear Nperp-Pog. Pelas 3-2). Ao final do tratamento, na com-
deslocamento da maxila para a ante- tabelas 4-6, diferença 2-1, pode ser paração da fase pré-expansão para a
rior, o que corrobora os resultados verificado que o ângulo SNB, após a pós-contenção, a mandíbula, apesar
obtidos por Asanza, Cisneros e fase ativa do aparelho, obteve uma de apresentar uma tendência de vol-
Nieberg3, Léon et al.24, Memikoglu, diminuição estatisticamente signifi- tar à posição original, finaliza com al-
Iseri29 (1997), Reed, Ghosh, Nanda34 cante para os grupos I e II e não sig- teração significante na rotação no sen-
e Sarver, Johnston35, que também es- nificante para o grupo III, durante a tido horário, que confirma a medida
tudaram os aparelhos colados. fase pré-expansão para pós-expan- angular SNB, sendo que o grupo do
Para os grupos I, II e III, as medi- são, denotando que a mandíbula aparelho colado apresentou a maior
das angulares e lineares não confir- rotou no sentido horário. Todavia, rotação ao final (Tab. 4-6, diferença
maram qualquer avanço estatístico esses valores tenderam a retornar a 3-1).
significativo da maxila, ao final do valores próximos do inicial, após o Na avaliação entre os três grupos
período de contenção, corroborando período de contenção (Tab. 4-6 dife- de aparelhos, pela análise de variân-
os resultados obtidos por Capelozza rença 3-2). Tais alterações também cia nas fases estudadas, não foram
Filho, Silva Filho8 e Silva Filho et al.38 foram verificadas por7,8,17,20,38,41,45. A encontradas alterações significativas
Ao contrário, algumas medidas linea- rotação mandibular ocorrida após a entre eles (Tab. 7).
res e angulares demonstraram redu- expansão maxilar, em parte pode ser A avaliação do comportamento
ção, indicando um posicionamento relacionada ao discreto deslocamen- sagital do perfil esquelético, estuda-
do ponto A mais posteriormente para to anterior da maxila15,16,40,41,45 duran- do pelos ângulos ANB e NAP corro-
os dois grupos, porém sem signifi- te a fase ativa, sobrecorreção da mor- bora as medidas citadas anteriormen-
cância estatística, o que foi relatado dida cruzada posterior37,40, inclinação te, demonstrando, para os três gru-

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pos, aumentos significantes da fase dibular, em virtude, talvez, da porção inferior (Tab. 4-6, diferença 3-1), que
pré-expansão para a fase pós-expan- de acrílico que auxilia a inclinação dos foi constatada também por Byrum Jr.7
são (Tab. 4-6, diferença 2-1), con- processos alveolares e da menor ves- (1971), Dipaolo 13 (1970), Reed,
firmando a rotação mandibular e li- tibularização dos dentes posteriores. Ghosh, Nanda34 (1999), Silva Filho,
geiro avanço do ponto A, nessa fase, Reed, Ghosh e Nanda34 (1999) Villas Boas, Capelozza Filho41 (1991)
mas na fase pós-contenção, sem o compararam os expansores colados e Silva Filho et al.38 (1994).
aparelho, esses valores tiveram um e os bandados e concluíram que, nos Na análise de variância entre os
decréscimo significante para os três pacientes que utilizaram os aparelhos três aparelhos, na fase pré-expansão
grupos de aparelhos (Tab. 4-6, dife- bandados, ocorreram maiores altera- para a pós-expansão, houve uma di-
rença 3-2). As avaliações realizadas ções no sentido vertical, concordan- ferença estatística significante entre
ao início da terapia e após a fase de do com Pearson L., Pearson B. 33 eles (Tab. 7, diferença 2-1), identifi-
contenção, para os grupos que utili- (1999) e Faltin Júnior, Moscatiello, cada pelo teste de Tukey, sendo entre
zaram o disjuntor colado e o Hyrax, Barros14 (1999), que não verificaram os grupos do aparelho colado e tipo
apresentaram aumentos estatísticos, alterações mandibulares com o apa- Haas e entre o colado e o Hyrax, sen-
denunciando o aumento efetivo des- relho colado. No nosso trabalho, ao do que o colado apresentou maiores
ses ângulos com a terapia, provavel- contrário desses estudos, observou-se médias, em relação ao tipo Haas e ao
mente devido à rotação mandibular, uma rotação mandibular ao final do Hyrax (Tab. 8), acarretando aumen-
já que a maxila não se deslocou sig- período de contenção, nos três gru- to da medida ENA-Me, nessa fase,
nificantemente para anterior, após o pos, porém, sem diferença estatistica- justificado, em parte, pela presença do
período de contenção. Para o grupo mente significante entre eles. Prova- acrílico na oclusal dos dentes, ocasio-
do aparelho tipo Haas, apesar do li- velmente, o aparelho colado tenha le- nando a abertura da mordida e o con-
geiro acréscimo nessas medidas não vado à rotação mandibular devido à seqüente aumento dessa medida. Na
ter sido estatisticamente significante vestibularização dos dentes de anco- fase pós-expansão para pós-conten-
ao final da terapia, esse foi o apare- ragem, corroborando os achados de ção, houve decréscimo dessa medida
lho que menos causou alteração nes- Asanza, Cisneros, Nieberg3 (1997), para os três grupos, com significân-
ses ângulos (Tab. 4-6, diferença 3- que verificaram a inclinação desses cia entre eles (Tab. 7, diferença 3-2).
1). Pela avaliação entre os três gru- dentes, tanto no aparelho colado, O teste de Tukey identificou novamente
pos entre si, na análise de variância como no bandado e os de Léon et al.24 as diferenças estatísticas entre o gru-
nas diversas fases, não foram encon- (1998), que também relataram a ves- po do aparelho colado e o tipo Haas e
tradas alterações significantes nes- tibularização com o aparelho colado. entre o grupo do e o Hyrax, em que o
sas medidas (Tab. 7). colado apresentou a maior redução do
As alterações ocorridas podem ser Relação Maxilomandibular valor, devido provavelmente à remo-
relacionadas em parte pelo deslocamen- Na relação maxilomandibular foi ção do acrílico, nessa fase (Tab. 9).
to maxilar para baixo, junto com os den- avaliada a medida cefalométrica li- No entanto, na avaliação da fase
tes de ancoragem e sua extrusão, levan- near ENA-Me, que verifica possíveis pré-expansão para a pós-contenção,
do, por conseguinte, a uma rotação alterações na altura facial ântero-in- pela análise de variância, ao final do
mandibular no sentido horário e, assim, ferior (AFAI), adotadas por McNama- tratamento e remoção dos expansores,
ao reposicionamento dos pontos B e ra Jr.27 (1984). houve um ligeiro acréscimo para os três
Pog, verificados também por Byrum Jr.7 A avaliação da altura facial ânte- grupos, sem diferença estatística entre
(1971), Capelozza Filho, Silva Filho8 ro-inferior (AFAI), verificada linear- os grupos (Tab. 7, diferença 3-1).
(1997), Haas15 (1970), Kawakami20 mente do ponto ENA (espinha nasal Embora discreto, o grupo do aparelho
(1995), Silva Filho, Villas Boas, anterior) ao Me (mentoniano) ENA- colado apresentou as maiores médias,
Capelozza Filho41 (1991), Silva Filho et Me, notou-se aumentos significativos o que discorda dos resultados obtidos
al.38 (1994), Wertz e Dreskin45 (1977). da fase pré-tratamento para a fase por Asanza, Cisneros, Nieberg3 (1997),
No entanto, essa alteração mandibular pós-expansão, nos três grupos estu- que demonstraram que com o apare-
apresentou tendência de se reposicionar dados (Tab. 4-6, diferença 2-1), con- lho Hyrax houve aumento da altura
no sentido anti-horário, após a remo- tudo esses valores decresceram sig- facial ântero-inferior maior que com o
ção do aparelho, provavelmente devido nificantemente após a fase de con- aparelho colado. Já Memikoglu e Iseri30
à normalização dos dentes e à reorga- tenção, já sem o aparelho (Tab. 4-6, (1997) não encontraram alterações
nização das suturas faciais. diferença 3-2). Da fase inicial à final desfavoráveis com o aparelho cola-
Apesar de não significativo, o apa- do período de contenção, observa- do, no sentido vertical, podendo
relho tipo Haas foi o que causou me- ram-se aumentos significativos para controlá-lo. Léon et al.24 (1998) tam-
nores alterações desses ângulos e con- os três grupos, acarretando uma bém constataram o controle das di-
seqüentemente, menor rotação man- acentuação da altura facial ântero- mensões verticais com o uso do apa-

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relho colado, apesar de não as terem houve aumento dessas medidas, sen- lelo dos dentes de ancoragem com esse
comparado ao aparelho bandado. No do que a única que obteve acréscimos aparelho. Já Asanza, Cisneros, Nieberg3
trabalho de Faltin Júnior, Moscatiello e significativos foi a FMA (Tab. 4-6, di- (1997) e Léon et al.24 (1998) nota-
Barros14 (1999), a utilização do apare- ferença 3-1). ram movimentos para vestibular, nos
lho com cobertura acrílica, restringiu o Pela análise de variância, entre os dentes com o aparelho colado.
crescimento vertical, assim como grupos, nas diversas fases, não se
Pearson L., Pearson B.33 (1999), que, evidenciaram alterações significantes Relação das Arcadas Dentárias
com um sistema de cobertura acrílica as- entre eles, mas é importante salien- X Bases Apicais
sociado à intrusão dos incisivos supe- tar que ao final do tratamento, o gru- Para verificar as alterações com
riores, verificaram uma diminuição da po do aparelho colado, apesar de não relação aos primeiros molares perma-
AFAI. Reed, Ghosh e Nanda34 (1999) significante, apresentou as maiores nentes superiores, foram analisadas
não encontraram alterações clínicas sig- médias de aumentos nas dimensões as medidas: R6-PP e Sperp-R6.
nificantes, nem no plano palatino, nem verticais (Tab. 7). Na verificação das alterações ver-
na AFAI, entre os grupos bandado e co- As alterações encontradas nessas ticais, induzidas aos primeiros mola-
lado. No nosso estudo, não ocorreu di- avaliações corroboram a literatura, no res superiores, ao nível radicular e
ferença estatística entre os três grupos que condiz às mudanças posturais da coronário, foi utilizado, como referên-
de aparelho ao final do estudo, contudo mandíbula, diretamente relacionadas cia, o plano palatino e no plano
o grupo colado demonstrou causar mai- à fase ativa da expansão maxilar, au- sagital, empregou-se uma linha per-
or aumento da altura facial ântero-infe- mentando as medidas verticais28,34,41. pendicular ao plano de Frankfürt, que
rior, embora bastante discreto, justifica- A disjunção palatina ocasiona a ves- passava pelo ponto sela (S).
do, talvez, pela vestibularização dos den- tibularização dos dentes póstero-su- A avaliação dos efeitos verticais dos
tes de ancoragem. periores24,41 dos processos alveolares molares de ancoragem pela medida
superiores15,17,45, a rotação do plano R6-PP (medida vertical do ápice radi-
Padrão do Esqueleto Cefálico palatino para baixo7,15,34,38,41 e a extru- cular mesiovestibular do primeiro mo-
Para a avaliação das alterações são dos molares de ancoragem7,8,38,41, lar superior ao plano palatino - Fig.
verticais, induzidas pela terapia da forçando assim um novo posiciona- 8), demonstrou que durante a fase ati-
expansão rápida da maxila, foram mento mandibular. va, ou seja, da fase pré-expansão à pós-
avaliadas as seguintes medidas an- O objetivo da utilização dos apare- expansão, ocorreu a intrusão desse
gulares: SN.GoMe, FMA, SN.Gn. lhos colados seria o não agravamento dente para os grupos I e II, sem signi-
As medidas SN.GoMe, FMA e das alterações verticais, verificadas com ficância estatística. Já no grupo III, hou-
SN.Gn que caracterizam a posição os aparelhos bandados. Asanza, ve discreta extrusão, verificada pelo au-
mandibular, demonstraram aumentos Cisneros, Nieberg3 (1997), Faltin Júnior, mento dessa medida, também sem
estatisticamente significantes para os Moscatiello, Barros14 (1999), Léon et significância estatística (Tab. 4-6, dife-
três grupos da fase pré-expansão para al.24 (1998), McNamara Jr., Brudon28 rença 2-1). Na fase pós-expansão, a
a pós-expansão (Tab. 4-6, diferença (1995), Memikoglu, Iseri30 (1997) e distância tendeu a diminuir ligeiramen-
2-1), evidenciando que a terapia, na Pearson L., Pearson B.33 (1999), rela- te no grupo colado e significantemen-
fase ativa, rotou a mandíbula no senti- taram a grande vantagem do apare- te no grupo do Hyrax, enquanto no
do horário. Após o período de conten- lho colado, no controle das dimensões tipo Haas aumentou, sem significân-
ção, esses valores decaíram significan- verticais, não ocasionando alterações cia estatística (Tab. 4-6, diferença 3-
temente ao se remover o aparelho ex- no plano mandibular e AFAI. Os resul- 2). Pela avaliação entre o início do
pansor para os três grupos, com exce- tados desse trabalho com os aparelhos tratamento e o fim do período de
ção da medida SN.Gn e SNGoMe para colados revelaram que os maiores au- contenção, os três aparelhos de-
o grupo do aparelho Hyrax, que dimi- mentos se deram no grupo I, ao final monstraram diminuição dessa me-
nuiu, porém, sem significância estatís- da contenção, embora na comparação dida (Tab. 4-6, diferença 3-1), su-
tica (Tab. 4-6, diferença 3-2). Na ava- com os outros dois grupos não houve gerindo uma intrusão suave dos
liação direta entre o início e o final do diferença significativa. Provavelmente dentes, sem significância estatística.
tratamento, as medidas demonstraram isto seja devido à excessiva inclinação Pela análise de variância, não se ve-
um acréscimo significativo em todas as para vestibular, dos dentes superiores, rificaram diferenças significantes en-
medidas do grupo do aparelho colado, o que levaria à rotação mandibular. tre os três grupos, nas fases estu-
evidenciando um acréscimo nas dimen- Howe19 (1982), referindo-se ao apa- dadas, contudo, ficou demonstrado
sões verticais. Para o grupo do apare- relho colado, alegou que este que o aparelho colado sofreu a mai-
lho tipo Haas, ocorreu também um minimizaria a vestibularização dos den- or redução dessa medida, indican-
acréscimo significante das medidas ao tes, assim como Memikoglu, Iseri30, que do uma suave intrusão dos molares
final da terapia. Já no grupo do Hyrax, sugeriram um movimento mais para- superiores (Tab. 7).

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Pela análise de variância, não liação vertical, ter sido tomado, como foi verificado na análise do erro ca-
ocorreram diferenças significantes referência, o plano palatino, que, sual apresentado ao início da dis-
entre os grupos estudados, conclu- conforme já citado anteriormente, cussão, que o ângulo nasolabial so-
indo-se que no grupo colado e tipo sofreu um suave deslocamento para freu alterações em média de 1,8
Haas houve uma suave intrusão dos baixo. No trabalho de Silva Filho et graus, o que pode ter influenciado
molares superiores, ao final do tra- al.38 (1994), verificou-se a extrusão essa avaliação.
tamento (Tab. 7). dos molares de ancoragem com ex-
Ao final do tratamento, a medi- pansores bandados, tomou-se, como CONSIDERAÇÕES FINAIS
da indicou uma discreta intrusão referência, a linha S-N, perpendicu- O trabalho aqui estudado leva em
desses dentes com o aparelho cola- lar à cúspide mesial dos molares su- consideração três tipos de aparelhos
do, confirmada por Pearson L., periores. expansores fixos: o dentosuportado
Pearson B. 33 (1999), Spolyar 43 Na avaliação de possíveis mudan- colado à superfície oclusal dos den-
(1984), que também estudaram os ças dos molares, no sentido mesio- tes superiores, o dentomucosupor-
efeitos dos aparelhos colados nos distal, as medidas cefalométricas tado, denominado tipo Haas e ain-
dentes de ancoragem e por Sperp-R6 (distância da raiz mesioves- da, o também dentosuportado
Memikoglu, Ise30 (1997), que apesar tibular do primeiro molar superior a Hyrax. As conclusões entre os três
de não verificarem a intrusão, rela- linha Sperp ao Frankfürt - Fig. 8). tipos são semelhantes no que con-
taram que não houve a extrusão com Os resultados dessa avaliação diz à correção das mordidas cruza-
esse tipo de aparelho. Tal ocorrido confirmam os verificados por Silva das esqueléticas, aos possíveis mo-
com os aparelhos colados pode ser Filho et al.38 (1994), que não obser- vimentos anteriores da maxila, ex-
devido ao efeito bite block durante varam alterações no sentido antero- plicitamente demonstrados, que não
os meses que o aparelho permane- posterior dos dentes de ancoragem. ocorreram significantemente em ne-
ceu na cavidade bucal. nhum grupo após o período de con-
No grupo do aparelho tipo Haas Perfil Mole tenção. Houve sim, deslocamento
também verificou-se uma padroniza- O perfil mole foi avaliado pela maxilar para baixo, ocasionando
ção ao final do tratamento, para as medida cefalométrica ANL (ângulo rotação mandibular no sentido ho-
duas medidas, com discreta redução nasolabial), que demonstrou uma rário e agravamento da altura facial
das mesmas, sugerindo a intrusão dos diminuição do valor da fase pré-tra- ântero-inferior.
dentes de ancoragem. No grupo do tamento para a pós-expansão Ao contrário do esperado, o apa-
Hyrax, ao final da contenção, essas (Tab. 4-6, diferença 2-1), em to- relho com cobertura oclusal não
medidas se contradizem, provavel- dos os grupos, embora sem signifi- trouxe maiores benefícios, em rela-
mente devido à dificuldade da visuali- cância estatística, sendo que hou- ção aos outros dois aparelhos ava-
zação dessas estruturas dentárias, na ve novamente um acréscimo na liados, no que se refere à rotação
telerradiografia e também devido à fase pós-contenção, com significân- mandibular e altura facial ântero-
análise da imagem radiográfica bidi- cia estatística para o grupo do apa- inferior, havendo um aumento sig-
mensional de uma estrutura tridimen- relho tipo Haas. Na avaliação en- nificante dessas medidas para o apa-
sional projetada, que sofreu alterações tre o início e o final do período de relho colado ao final do estudo. Tais
no seu eixo axial, por movimentos de contenção nos grupos colado e alterações podem ser explicadas,
inclinação para vestibular 20 Hyrax, houve um ligeiro decrésci- talvez, devido à maior inclinação
(KAWAKAMI, 1995). mo com relação à medida inicial, para vestibular dos dentes engloba-
A extrusão dos dentes de ancora- ou seja, esse ângulo tendeu a dimi- dos por esse aparelho.
gem, após a terapia da expansão nuir e no grupo do aparelho tipo Vale ressaltar, que os três apare-
maxilar, é verificada com constância Haas, ocorreu um suave acréscimo, lhos cumpriram o seu objetivo, le-
e confirmada por vários autores7,8,38,41, todos sem significância estatística vando à almejada separação, ao ní-
contudo, em nosso estudo com os (Tab. 4-6, diferença 3-1). vel da sutura palatina e à conseqüen-
aparelhos tipo Haas e colados, não Pela análise de variância, não ocor- te correção da mordida cruzada pos-
foram verificadas essas extrusões, reu diferença estatística entre os três terior. Os três aparelhos são consi-
encontrando-se a intrusão suave, o grupos, nas fases estudadas (Tab. 7). derados fixos, não dependendo de
que se assemelhou aos resultados do As pequenas alterações ocorridas colaboração por parte do paciente,
trabalho de Pearson L. e Pearson B.33 nesse ângulo, quando do uso da te- apesar de serem ativados por ele,
(1999), com os aparelhos colados, rapia da expansão maxilar, podem diariamente.
que não verificaram extrusões sig- ser devido às discretas alterações na O aparelho expansor colado
nificativas. Tal discordância deve-se maxila, vistas anteriormente. Tam- apresenta a vantagem de poder ser
provavelmente ao fato de, na ava- bém é importante ressaltar, como já utilizado em qualquer fase da denti-

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ção, independente do estágio de erup- seguintes conclusões: vavelmente não alterou o perfil
ção dos dentes, em casos de dentes - imediatamente após a fase ati- mole dos pacientes;
com coroas baixas ou expulsivas, ou va de expansão, o grupo I do apare- - da fase pré-tratamento ao final
ainda de dentes mal formados. lho colado foi o único que evidenciou do período de contenção, constatou-se
Como desvantagem, o aparelho um avanço estatisticamente signifi- que os três grupos apresentaram um
colado deve ser bem cimentado aos cante da maxila para a anterior; deslocamento da maxila para baixo,
dentes de apoio, com um cimento - durante a fase ativa foi verificado estatisticamente significante, verifica-
resistente, capaz de suportar a fase que a espinha nasal anterior e a poste- do pela ENA e ENP, que acarretou a
ativa das expansões, devendo tam- rior (ENA e ENP) deslocaram-se inferi- rotação mandibular, com maior inci-
bém ser removidos contatos prema- ormente nos três grupos, induzindo a dência nos grupos I e II. No entanto, a
turos, durante a oclusão, caso con- rotação mandibular no sentido horá- AFAI acentuou-se significantemente
trário, poderá favorecer o descola- rio, o que acarretou o aumento da al- após esse período, para os três grupos.
mento do aparelho. tura facial ântero-inferior (AFAI); A comparação geral de todas as
- da fase pós-expansão ao final medidas, entre o início e o final do
CONCLUSÕES do período de contenção, a maio- período de contenção, para os três
Examinando os resultados ob- ria das alterações citadas anterior- grupos, não demonstrou diferenças
tidos, segundo as condições do es- mente mostrou tendência a retor- significativas entre eles, levando-
tudo e a metodologia, com relação nar aos valores iniciais, com exce- nos a concluir que não há superio-
às alterações dentoesqueléticas de- ção da rotação mandibular e da al- ridade do aparelho colado na pre-
corridas por meio da expansão rá- tura facial ântero-inferior, contudo venção de alterações desfavoráveis,
pida da maxila, pudemos chegar às sem significância clínica, o que pro- no sentido vertical.

Abstract
The objective of this cephalometric statistically significant anterior groups, nevertheless, no statistically
study was to compare, through lateral displacement of the maxilla, while the significant difference was found
cephalograms, the dentoskeletal other appliances groups showed no among the groups after this period.
changes following the use of three significant displacement. However, In conclusion, the use of a bonded
types of rapid maxillary expansion after the retention period, this maxillary expander to prevent
appliances, Haas, Hyrax and bonded significant displacement returned to unfavorable dentoskeletal changes in
with a full occlusal acrylic coverage. values close to its initial and no the vertical plane, in patients with long
The sample consisted of 64 subjects statistically significant difference was lower anterior face height, was not
presenting uni or bilateral posterior found in the displacement among the justified in this study since no
crossbite. The lateral cephalograms groups. Additionally, after the significant differences were shown
were taken before treatment (pre- retention period, an inferior between the changes produced by the
expansion), immediately after displacement of the maxilla was three appliances, in the postretention
expansion and three months after shown in the three groups, causing a period.
retention. Results demonstrated that slight clockwise rotation of the
immediately after rapid maxillary mandible, while the lower anterior Key words: Rapid Maxillary
expansion only the group with the facial height underwent a statistically Expansion. Palatal Expansion.
bonded maxillary expander showed a significant increase in the three Vertical Control.

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Endereço para correspondência


Fausto Silva Bramante
Rua Antônio Gomes Meireles, 8-40 - CEP 17045-090 - Bauru - SP
faubramante@hotmail.com

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