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Mais importante do que olhar para trás no entendimento do PIB passado é analisar as perspectivas dos próximos dez anos e entender a janela histórica que se abriu para o país, percebendo que a mudança que ocorreu (e continuará a ocorrer) leva o país estruturalmente para outro patamar. Essa mudança requer um modelo mental e empresarial absolutamente distinto para entender o mercado, o consumo, a sociedade e os negócios. Por Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br), diretor-geral da GS&MD – Gouvêa de Souza
Mais importante do que olhar para trás no entendimento do PIB passado é analisar as perspectivas dos próximos dez anos e entender a janela histórica que se abriu para o país, percebendo que a mudança que ocorreu (e continuará a ocorrer) leva o país estruturalmente para outro patamar. Essa mudança requer um modelo mental e empresarial absolutamente distinto para entender o mercado, o consumo, a sociedade e os negócios. Por Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br), diretor-geral da GS&MD – Gouvêa de Souza
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Mais importante do que olhar para trás no entendimento do PIB passado é analisar as perspectivas dos próximos dez anos e entender a janela histórica que se abriu para o país, percebendo que a mudança que ocorreu (e continuará a ocorrer) leva o país estruturalmente para outro patamar. Essa mudança requer um modelo mental e empresarial absolutamente distinto para entender o mercado, o consumo, a sociedade e os negócios. Por Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br), diretor-geral da GS&MD – Gouvêa de Souza
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Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br), diretor-geral da GS&MD –
Gouvêa de Souza
O tema do momento continua a ser o desempenho do PIB de 2010, que acompanhou
exatamente o que as previsões indicavam. Até aí, nada de novidade. Os fatos novos são a natural desaceleração em 2011 e, muito mais importante, o comportamento previsto para os próximos dez anos. Uma das mudanças mais relevantes dos últimos anos no Brasil foi a alteração da perspectiva de análise de curto prazo para um cenário de mais longo prazo, processo que só ocorre pela maior previsibilidade derivada de um nível muito maior de estabilidade econômica, o que separa países emergentes de economias mais maduras. E o Brasil parece ter atravessado essa ponte definitivamente. Os dados recém divulgados mostram o país caminhando para se confirmar como a sétima economia do mundo, superando a Itália, no conceito de tamanho do PIB convertido em dólares. Se fosse adotado o conceito mais correto da Paridade de Poder de Compra (PPP), essa posição já estaria assegurada, tanto quanto a maior economia mundial já seria a chinesa e não a americana. Alguns fatos merecem ser destacados nesse comportamento recente. O primeiro deles é que a forte expansão de 7,5% em 2010 ocorreu sobre um crescimento de praticamente zero em 2009 e caracteriza a retomada da expansão econômica que já vinha ocorrendo desde meados da década, cujas bases foram implementadas nos últimos 20 anos. Em segundo lugar, deve ser destacado que o consumo interno tornou-se o principal motor do desenvolvimento econômico a partir de 2004 e tudo leva a crer que possa assim se manter nos próximos anos. Em 2010 o consumo das famílias cresceu 7% e o varejo, principal beneficiado dessa expansão, avançou 10,7%. O varejo brasileiro apresentou o quarto maior crescimento global em 2010, depois de Índia, China e Chile, mas é o que apresentou o maior crescimento em seu nível de maturidade no período de 2005 a 2009, numa comparação com a evolução do setor em diversos países do mundo. Um fator que tem contribuído para essa forte expansão do PIB é o crescente processo de formalização da economia que tem ocorrido nos últimos anos por conta do aumento da carga tributária e também, especialmente, pelos recursos utilizados no aperto fiscal, que tem feito migrar, por ausência de opções, empresas que operavam com alguma forma de informalidade para o lado formal do mercado. E isso tem trazido para os dados oficiais o que permanecia escondido. É relevante que, para um avanço de 7,5% do PIB, os impostos tiveram uma expansão de 12,5%, sendo de 11,3% a expansão do ICMS, 42% do imposto de importação e 17,3% do IPI. Nos próximos anos deverá continuar essa maior expansão do ICMS, pela expansão e formalização do varejo e da indústria; assim como acontecerá com o IPI; e, principalmente, com o imposto de importação, pela necessidade de complementar a oferta interna de produtos para atender a demanda do consumo, além de equipamentos e maquinário para ampliar a base de produção local. Observado, porém, esse cenário num horizonte maior de tempo, e colocando na correta perspectiva as observações mais cautelosas dos economistas e analistas que por obrigação profissional estão sempre advertindo sobre tudo que pode dar errado, o que temos pela frente, ainda que com inevitáveis oscilações, são perspectivas muito positivas, derivadas de um efeito autorrealimentador de crescimento. Novos investimentos, locais e internacionais, na indústria, no varejo e nos serviços tendem a assegurar a expansão do emprego e dos salários reais, com espaço também para o aumento do crédito, hoje apenas representando em torno de 45% do PIB, colaborando tudo isso para o aumento da confiança do consumidor, fatores propulsores do consumo interno. A lenta recuperação dos países mais maduros e a maior expansão dos países emergentes podem criar espaços para a ampliação do nível de exportações, beneficiando indústrias e segmentos que têm enfrentado dificuldades pela conjugação do débil mercado externo com a apreciação do real. Mais importante do que olhar para trás no entendimento do PIB passado é analisar as perspectivas dos próximos dez anos e entender a janela histórica que se abriu para o país, percebendo que a mudança que ocorreu (e continuará a ocorrer) leva o país estruturalmente para outro patamar. Essa mudança requer um modelo mental e empresarial absolutamente distinto para entender o mercado, o consumo, a sociedade e os negócios. Continuam sendo problemas sem solução aparente apenas o aumento do investimento em infraestrutura, principal inibidor de uma expansão maior do país; e a redução do gasto público, que possa ensejar taxas de juros, em especial para investimentos, que sejam realmente de economias maduras. Enquanto não se solucionar a questão das taxas de juros para investimentos no Brasil estamos correndo para o futuro, mas ainda acorrentados ao passado.