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Resumo: Este texto é parte do trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Ensino da UNESP – 2003
intitulado “ Atletismo s e apr ende na e scola” destinado à or ganização de m aterial de
ensino no c ampo do at letismo. Durante s ete m eses de intenso t rabalho, realizamos,
num primeiro m omento, um levantamento m inucioso da bi bliografia existente na ár ea
de E ducação F ísica, c om base no ac ervo da s b ibliotecas da UNESP, U SP e
UNICAMP, sendo que foram identificados cerca de 500 títulos de livros, dos quais 149
foram s elecionados; 34 t ítulos de t eses de dout orado e di ssertações de m estrado e
endereços e letrônicos dos m ais d iversos neste c ampo. Ob jetivando apr ofundar na
análise do s livros v oltados a um a per spectiva pedag ógica env olvendo at ividades e
jogos p ré-desportivos dentro do at letismo, detivemo-nos, num s egundo m omento, na
localização de atividades prescritas pela bibliografia conhecida na área, concentrando
algumas a tividades q ue pode m s er desenvolvidas dentro de c ada um a da s
modalidades do at letismo. N um t erceiro e úl timo m omento, p rocuramos p rescrever
variações e novas atividades como sugestões ao trabalho do profissional de Educação
Física el aborando u m ma terial d idático pedag ógico de 58 pág inas, passível de
múltiplas variações e complementações.
INTRODUÇÃO
Apesar de ser considerado como um dos conteúdos clássicos da Educação Física,
o atletismo é ai nda muito pouco difundido nas escolas e clubes brasileiros. Não há c omo neg ar
que do pouc o q ue del e s e c onhece, m uito es tá m isturado à hi stória par ticular de m eninos e
meninas - em sua grande maioria pobres -, que encontraram nas corridas, saltos, a rremessos e
lançamentos, um meio para a s ua sobrevivência e i nserção social. Ainda que esse seja o r etrato
mais comum do atletismo em nosso país, em época de Jogos Olímpicos ele sofre modificações.
De m ero de sconhecido da popul ação e m g eral, o at letismo pa ssa a di vulgar nomes, p rovas,
esforços físicos, conquistas e recordes, no que conta com o apoio dos meios de comunicação de
massa, s obretudo da t elevisão, a té m esmo e m horários de g rande audi ência. É neste c urto
espaço de t empo ol ímpico q ue g rande par te da popul ação br asileira ent ra e m c ontato c om a s
provas, o s m ovimentos e a s g lórias do at letismo, c apazes de c omover t odo aq uele q ue
acompanha o des empenho do s a tletas, tr ansformados pela m ídia e m v erdadeiros heróis. M as,
será apenas esse o conhecimento a ser veiculado pelo atletismo?
1
Coordenadora do Projeto
2
Grupo de Estudos e Pesquisa em Atletismo do Departamento de Educação Física da UNESP/Rio Claro.
587
Ainda que esse seja o mais comum, existem outras possibilidades de conhecimento
dessa m odalidade q ue m erecem ser revistas.. Se s ão vários os caminhos possíveis para o êx ito
nesta t arefa, o t rabalho c om c rianças é u m bom c omeço par a o ens ino des ta m odalidade q ue
envolve habilidades motoras por elas utilizadas cotidianamente. N ão por outro motivo, propomos
que este caminho s eja traçado com base na realização de j ogos pré-desportivos envolvendo as
habilidades m otoras básicas de m archar, c orrer, s altar, l ançar e a rremessar - principais neste
campo - as quais procuraram traduzir, numa linguagem corporal, o significado do atletismo sem,
contudo, p erder a di mensão de s ua es pecificidade t écnica e no rmativa q ue f az do at letismo a
modalidade esportiva que é. Assim, o profissional de Educação Física deveria buscar, por meio de
atividades r ecreativas q ue m esclem um conhecimento g eral sobre as habilidades motoras e u m
conhecimento es pecífico ac erca da s p rovas o ficiais, aproximar a s cr ianças do uni verso do
atletismo, levando-as a vivenciá-lo por meio do pr óprio corpo. Assim, ao dedicar-se ao ens ino do
atletismo v isando, m ais do q ue q ualquer outra c oisa, despertar nas cr ianças o g osto pel os
movimentos desta m odalidade es portiva, o pr ofissional desta ár ea, a lém da i niciação e
aprendizagem dos m ovimentos básicos dessa m odalidade es portiva po r me io de jogos pré-
desportivos q ue ex ploram a s habilidades m otoras, poderia c riar u ma bas e de c onhecimentos
capaz de s ustentar u m aprofundamento t écnico m ais e specífico a partir de ent ão. É por e ssa
razão que, sem nos determos nas particularidades de cada faixa etária, procuramos por meio do
material e laborado referirmo-nos ao ensino do at letismo t endo c omo pont o de par tida um a
introdução a esta m odalidade es portiva q ue poder á oc orrer a q ualquer mo mento, a lém de
favorecer o aprofundamento técnico a partir dessas primeiras orientações. A preocupação básica
do m aterial d idático f oi, portanto, u ma i ntrodução g eral ao ens ino do at letismo par a c rianças,
lembrando ao l eitor q ue não f aça des tas m eras r eceitas de êx ito r ápido, m as, q ue a s
compreendam c omo i déias c apazes de or ientar a el aboração e pr escrição de s uas próprias
atividades condizentes com o espaço físico, turma e objetivos de sua realidade de trabalho.
SOBRE O PROJETO
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CONHECENDO O ATLETISMO – CAMPO TEÓRICO
Ainda que restrito, não há como negar o conhecimento que as crianças, de alguma
forma, detêm s obre o atletismo. A ssim, para o i nício de u m bom t rabalho, s ugere-se q ue o
professor faça um levantamento daquilo que já é conhecido pelas crianças. A sugestão é q ue se
trabalhe em equipes, pois, embora o at letismo seja um esporte individual, nem por isso não dev a
ser trabalhado em grupo. Muito pelo contrário! A integração do g rupo, sobretudo quando este for
formado por crianças, deverá predominar na realização das atividades.
Uma atividade bem aceita pelas crianças e que tem ótimos resultados é “A caça ao
tesouro” que poderá ser desenvolvida dentro do espaço físico da pista de atletismo.
Caça ao tesouro:
Formar duas e quipes, c om números i guais de i ntegrantes. H averá 8 pi stas
(charadas) para q ue a s crianças possam a char o “ tesouro”. A p rimeira pi sta s erá ent regue pel o
professor, enquanto a s outras deverão s er descobertas. A ú ltima pi sta l evará di retamente ao
tesouro que, de preferência, deverá ser algo relacionado ao atletismo, por exemplo: uma fotografia
de u m a tleta; u ma t abela do s r ecordes m undiais ou ol ímpicos e tc. N o per curso, t odos o s
integrantes da eq uipe dev erão c orrer de m ãos dadas, e m busca da pr óxima pi sta e ,
conseqüentemente, do tesouro.
590
Exemplo de pistas, cujo grau de dificuldade será variável, de acordo com o grupo:
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Marcha ou Atlética
CONHECENDO AS CORRIDAS
São vários os tipos de corridas dentro do at letismo. Ainda que numa fase inicial de
conhecimento desta modalidade esportiva não se deva introduzir as provas propriamente ditas em
sua f orma f inal, i sto é , f azer c om q ue a c riança c orra, por e xemplo, u ma pr ova i nteira de 400
metros s ob ba rreiras, é i nteressante q ue el as c onheçam a s d iferentes possibilidades de
realização da c orrida, a s q uais, na m aior parte da s v ezes e de ac ordo c om a di stância a s er
percorrida, s ão r ealizadas numa pi sta c uja volta m ede ( na par te i nterna) 400 m etros e ,
normalmente, tem 8 raias com 1m22 de largura cada uma, numeradas de 1 a 8 a par tir da borda
interna. Logo, não é dem ais ressaltar que até e inclusive os 400 metros é obrigatório que o at leta
corra a prova toda dentro da sua raia e que a chegada será sempre a mesma para todas as provas
independentemente da di stância (por ex: 100 metros rasos, 5000 metros rasos, 400 metros com
barreiras etc). Portanto, o que muda é a saída de cada uma das provas, pois, a chegada é geral.
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Para al ém d isso, é i nteressante q ue o pr ofessor r ealce al gumas r egras dessas
provas (100, 200 e 400 metros), enfatizando, por exemplo, que a saída, em provas até e inclusive
400 metros, deve ser baixa, com uso de bloco de saída; que a chegada é sempre a mesma para
toda e q ualquer prova, m udando apena s o local da s aída; q ue e m provas até o s 400 metros, é
obrigatório c orrer dentro da r aia m arcada; que c ada par ticipante poder á r ealizar apenas u ma
saída falsa etc. Ainda que uma preocupação técnica, pautada em ângulos e posições específicas
faça par te de u m p rocesso de apr endizagem q ue dev erá t er i nício de f orma r ecreativa, é
interessante des tacarmos a lgumas i ndicações c apazes de or ientar o ens ino da sa ída bai xa. P or
exemplo, dependendo do pos icionamento do bl oco de s aída (em re lação à linha de largada), a
saída s erá c urta, m édia ou l onga. U sualmente, ao s inal de “ às s uas m arcas”, a or ientação par a
iniciantes é que o pé da f rente esteja há um a distância de dois pés (do aluno) em relação à linha
de largada, enquanto o pé de trás deverá estar há uma distância de cerca de três pés (do aluno).
Exemplo I 30 metros
Exemplo II
593
CORRIDAS RASAS DE RESISTÊNCIA
Alunos co rrendo pela q uadra, ao s inal do professor, deverão correr apenas nas curvas ou retas,
definidas pelas linhas da quadra. O r itmo poderá ser definido pelo professor, com palmas ou por
um tambor, podendo ser mais lento ou mais rápido dependendo o objetivo da aula.
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CORRIDAS COM BARREIRAS E COM OBSTÁCULOS
Ainda que tenham uma especificidade técnica que deverá ser aprimorada sem muita
presa, as corridas com barreiras constituem-se em verdadeiros desafios para as crianças. O ideal
é que se comece com atividades utilizando-se c ordas elásticas para transposição, aumente-se a
altura ao s poucos e insira-se u m ma ior número de c ordas a c ada at ividade, adequando-se o s
espaços entre a s barreiras. S omente q uando a s cr ianças e stiverem f amiliarizadas co m t odos
esses a spectos é q ue s e dev e i ntroduzir a ba rreira pr opriamente di ta, definindo-se um a al tura
possível para a s ua t ransposição e s ituando-as dentro da s r egras o ficiais. O u s eja, c omo um a
prova de v elocidade, a s co rridas co m barreiras obedecem a s r egras antes m encionadas e s ão
acrescidas das se guintes: s erão de z barreiras a s erem t ranspostas i ndependentemente do
percurso da pr ova (o que muda é a di stância entre elas e a altura das barreiras, de acordo com a
prova: nas m asculinas, a al tura da ba rreira s erá: 1 m067 no s 110m e 0, 914m nos 400m; nas
femininas, a altura será de 0, 84m nos 100m e 0,762m nos 400m); caso o participante derrube a
barreira de propósito, ele será desclassificado.
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Estafeta dos obstáculos
Alunos d ispostos e m duas e quipes, divididas e m duas colunas de f rente par a o c ircuito f ormado
por dois cones nos quais estão amarradas cordas numa altura que propicie a transposição (similar
a t rês barreiras); q uatro arcos co locados no c hão e m f orma de z igue-zague e u m c aixote de
madeira (ou tampa do plinto). Ao sinal, o primeiro aluno de cada equipe iniciará a corrida a partir
da posição de s aída baixa em direção aos obstáculos, retornando à s ua equipe por meio de uma
corrida de v elocidade r asa, to cando o om bro do pr óximo c omponente. V encerá a eq uipe q ue
concluir todo o circuito primeiro.
CHEGADA
XXX
YYY
CORRIDAS DE REVEZAMENTO
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Revezamento gigante
Equipes formadas por 10 alunos cada, mantendo uma distância de 40 metros entre eles, em volta
da pista. Ao sinal, o primeiro aluno dará início à c orrida de r evezamento, passando o bas tão que
deverá, na seqüência, chegar ao último da equipe que cruzará a linha de chegada.
CONHECENDO OS SALTOS
SALTO EM DISTÂNCIA
Feito isso, é possível, aos poucos, introduzir as regras básicas desta prova para que
a c riança a c onheça m elhor. O u s eja, a c riança dev e s aber q ue, antes do s alto, deverá s er
realizada um a c orrida de apr oximação e m u m c orredor c om 45m de c omprimento e 1m 22 de
largura. T odos os competidores terão direito a t rês saltos e após o terceiro, os 8 melhores terão
direito a m ais três, de modo que vencerá aquele que fizer o melhor resultado em toda a pr ova. A
medida do s alto s empre será f eita a par tir da bor da da t ábua de i mpulsão ent errada no pi so do
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corredor, m ais e specificamente, a par tir da “ linha de i mpulsão” (m edição) a té a m arca m ais
próxima desta, f eita pelo atleta na ar eia no m omento da q ueda, não importando o l ocal exato da
impulsão com um dos pés, no momento do s alto. Contudo, caso o par ticipante realize a impulsão
para além dessa tábua, o salto será invalidado.
Ainda q ue não po ssa des envolver nenhuma f orma de s alto m ortal, o par ticipante
pode s e v aler de di ferentes e stilos técnicos para at ingir s eu obj etivo. U sualmente, i nicia-se pel a
aprendizagem do s alto g rupado e do ar co, para q ue depoi s haja po ssibilidades de s e ens inar o
estilo passada no ar ou “hitch-kick” utilizado pela grande maioria dos atletas de alto nível. Portanto,
durante a apr endizagem, sugerimos atenção para o desenvolvimento de at ividades pautadas nas
seguintes o rientações: desenvolvimento de at ividades de s altar i niciadas livremente pel as
crianças, sem restrição quanto à f orma do i mpulso (em um ou dois pés); movimentos dos braços
ou r egras p róprias da pr ova; desenvolvimento de at ividades de s altar c om u m dos pés e m
distância, próximo à c aixa de ar eia; desenvolvimento de at ividades de saltar com um dos pés em
distância, c om pequena c orrida de apr oximação, a penas para am pliar o i mpulso; aumentar a
distância da c orrida ao s poucos, ao m esmo t empo e m q ue s e f ixa u m l ocal determinado ( a
princípio uma linha traçada no chão e depois, a tábua de impulsão no corredor dos saltos) para a
realização do i mpulso em um dos pés; colocação de v árias cordas na caixa de ar eia, como uma
forma de incentivo e de visualização, por parte da criança, do local da queda.
Alunos co rrendo pel o es paço, c om u ma bex iga na s m ãos. A o s inal, deverão ex ecutar o
movimento do s alto g rupado, s altando s obre um a c orda es tendida, f azendo c om q ue a bex iga
toque a ponta dos pés.
Movimento dos
braços durante a
A seta indica fase aérea do salto
a
aproximação
do aluno em
relação à
corda, antes A flecha indica o
da realização salto sobre a corda
do salto
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SALTO TRIPLO
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Salto triplo em revezamento
Alunos d ispostos e m c olunas, f ormando dua s e quipes, de f rente par a u m cone c olocado a 5
metros de di stância. C om u m bastão e m u ma da s m ãos, o al uno dev erá, ao s inal, r ealizar o
movimento do s alto triplo em direção ao c one e v oltar até o f inal da coluna, entregando o bas tão
para o úl timo da eq uipe. Q uando o bas tão c hegar no primeiro da c oluna, e ste r einiciará o
exercício.
Quarto
Primeiro momento:
momento: Nova
impulsão impulsão
com a com a perna
perna esquerda
esquerda
Segundo momento: fase aérea Terceiro momento: contato com o calcanhar esquerdo e
do salto início da segunda impulsão com a perna esquerda
Quinto momento: próximo impulso com a perna direita, com finalização na caixa de areia
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SALTO EM ALTURA
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As observações já realizadas no salto em distância, são t ambém válidas aqui. No
caso des te t ipo de s alto, a al tura dev e s er v ista c omo u m obstáculo a s er s uperado, m as, para
tanto, não deverá ser nem mu ito baixo, invalidando o des afio, nem muito alto ou praticamente
intransponível. A ssim, s ugere-se q ue s e par ta de um a al tura e m q ue a c riança c onsiga, s em
grandes d ificuldades, e xecutar o m ovimento s olicitado, a té aq uela q ue l he s irva c omo u m r eal
estímulo par a a transposição s em, c ontudo, o ferecer-lhe r iscos. N o i nício da apr endizagem,
atividades bem s imples poderão s er desenvolvidas e al teradas a m edida e m q ue a s cr ianças
ofereçam ma iores possibilidades de ex ecução do s m ovimentos e adeq uação à s r egras o ficiais
segundo as quais c ada par ticipante t erá di reito a t rês t entativas para ul trapassar o s arrafo
impulsionando-se em um pé só, sendo desclassificado se falhar em três tentativas seguidas.
Das v árias possibilidades e xistentes para o ens ino do s alto e m a ltura, s ugerimos
algumas bastante simples e que poderão ser realizadas com bastante facilidade.
Corda inclinada
Em duas co lunas, a s cr ianças deverão c orrer e m d ireção à c orda q ue es tá par ada e el evada a
poucos centímetros do chão. Essa elevação deverá ser progressiva, mantendo a c orda e m um
plano inclinado de forma que todas as crianças permaneçam saltando durante a atividade.
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CONHECENDO OS ARREMESSOS E LANÇAMENTOS
Não à toa, sugerimos que antes do contato com o dardo propriamente dito, utilize-se
materiais alternativos até chegar-se ao manuseio do próprio implemento. Ou seja, que se parta do
movimento apr endido no l ançamento da pel ota, adequando-se ao nov o m aterial o q ual,
inicialmente, poderá ser um cabo de v assoura ou u m dardo de bam bu com um corpo mais curto;
que se inicie o m ovimento sem deslocamento e f ora do s etor de lançamentos; que se i ntroduza
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uma corrida de apr oximação curta conjugada com o lançamento do dar do propriamente dito; que
se am plie a di stância e v elocidade da c orrida de apr oximação, l evando a c riança ao
desenvolvimento da at ividade no pr óprio setor de lançamento; que se coloque cordas delimitando
o espaço definido por regra para a q ueda do dar do e m arcações horizontais delimitando algumas
distâncias para q ue a c riança t enha noç ão do q uanto es tá l ançando e m c ada um a de s uas
tentativas.
Contra a parede
Alunos dispostos em duplas, distantes 4 metros de uma parede. Com a posse de uma bolinha de
borracha, o pr imeiro al uno r ealizará a pa ssada c ruzada do l ançamento do dar do l ançando a
bolinha contra a parede, a qual deverá ser recuperada, ainda no ar, pelo segundo que realizará o
mesmo movimento e assim sucessivamente.
4metros
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LANÇAMENTO DO DISCO
Ainda que receba pouca atenção por parte daqueles que trabalham com crianças, o
lançamento do di sco é uma pr ova q ue poder á ent usiasmá-los m uito. Ob viamente, q ue dada a
dificuldade de manuseio do m aterial, as crianças, ao menos inicialmente, deverão realizá-lo por
meio de materiais adaptados para a execução dos exercícios, enquanto que a partir desta idade, o
disco (com um menor peso) poderá ser introduzido nas atividades, mesclando-se ao uso de outros
materiais co mo bol as de bo rracha, g arrafinhas de pl ástico e pr atos de papel ão. A s ugestão,
portanto, é q ue o pr ofessor não dei xe de ens inar o l ançamento do disco, m as, q ue o f aça
pautando-se na ut ilização de m ateriais a lternativos se m, c ontudo, deixar de t omar o s devidos
cuidados em relação à segurança das crianças, não permitindo, inclusive, que haja qualquer uma
delas próxima ao r aio de execução do lançamento, sobretudo se não houver a gaiola de proteção
no setor.
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Adaptação da dança das cadeiras
Alunos d ispostos e m v olta de u m c írculo de arcos. A o i nício da m úsica, c orrerão pel os a rcos
ocupando u m deles q uando o pr ofessor desligá-la. Haverá um a rco a m enos e m re lação ao
número de par ticipantes. D urante a pr óxima par tida, aquele q ue não c onseguiu ent rar dentro do
arco, r ealizará o m ovimento do l ançamento do di sco e m u m a rco c olocado ao l ado do c írculo,
reintegrando-se ao círculo principal na próxima partida.
LANÇAMENTO DO MARTELO
Composto por cabeça, cabo e em punhadura, com um peso oficial de 7,260kg para
os homens e 4,0kg para as mulheres, lançado dentro de um círculo de 2m135 de diâmetro, a partir
de um a pos ição es tacionária, o m artelo q uase s empre é dei xado de l ado q uando o a ssunto é o
ensino do at letismo. Entretanto, não há r azão par a isso, afinal, este implemento também poderá
sofrer adaptações de maneira que a criança possa conhecê-lo mais a fundo. Sugere-se, portanto,
a construção de martelos utilizando-se meias de seda ou elástico, para a confecção do cabo, anéis
de papelão (de fita crepe, por exemplo), para a confecção da empunhadura e uma bolinha de meia
para a confecção da cabeça do martelo, colocando-se, se necessário, areia em seu interior, a fim
de não comprometer a dinâmica do lançamento.
Assim como as demais provas, esta também pode ser ensinada em qualquer faixa
etária, observando-se, obviamente, a c omplexidade t écnica a s er e xigida e a adeq uação do
material ao grupo de c rianças. Assim, sugerimos que para o ens ino do l ançamento do m artelo, o
professor, a tento ao q ue f oi observado ant eriormente, r ealize at ividades q ue i nicialmente
envolvam: o m anuseio do m artelo ( alternativo), s em q ue haj a o lançamento, m as, apenas o
movimento dos molinetes; os giros, tentando conciliar o movimento dos molinetes com um giro ou
dois; u m pequeno l ançamento do m artelo, s em deslocamento do s pés ou pr eocupação c om a
distância a s er a tingida; p reocupação c om a q ueda do material dentro do es paço def inido po r
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regra e nas marcações horizontais delimitadas no setor de lançamentos para que a criança tenha
noção do quanto está lançando em cada uma de suas tentativas.
ARREMESSO DO PESO
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participante, durante o a rremesso, to car a bor da s uperior do c írculo ou o t erreno f ora del e;
arremessá-lo par a f ora do s etor de a rremessos cu jo âng ulo é de 34, 29° e dei xar o s etor de
arremesso pela frente do meio círculo.
Cabe ainda ressaltar que é muito comum que a criança, na tentativa de executar um
arremesso, realize um lançamento, o que além de ser errado em termos da técnica e da s regras
específicas que exigem que ele seja arremessado a partir do ombro, com uma das mãos, estando
bem p róximo ou t ocando o pe scoço ou o q ueixo, poderá c omprometer s ua es trutura ó ssea e
muscular. A tento a es te par ticular, s ugerimos q ue o ens ino do a rremesso do pes o s iga a s
seguintes o rientações: a rremessar o pes o par tindo-se de um a pos ição es tacionária, s em
deslocamento; a rremessar o pes o, c om deslocamento l ateral, i nicialmente s em t roca de pé s e
depois, de ac ordo c om a s possibilidades da c riança, executar a t roca; r ealizar o a rremesso
tentando atingir um alvo no ar, já que é muito comum a execução do arremesso em linha reta. Ex:
tentar a tingir o c entro de u m a rco s uspenso; c olocar c ordas delimitando o es paço def inido po r
regra para a q ueda do pes o e m arcações horizontais delimitando algumas distâncias para que a
criança tenha noção do quanto está lançando em cada uma de suas tentativas.
Contagem regressiva
1 2 As setas indicam o
22 sentido em que as
22 equipes e xecutam
os lançamentos
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CONHECENDO AS PROVAS COMBINADAS
Para crianças, entretanto, outras provas poderão ser criadas dentro daquilo que fora
ensinado no per íodo anua l destinado ao ens ino do at letismo. I sso, i nclusive, poderá f uncionar
como um a ót ima s ugestão par a avaliação do q ue f oi ensinado durante o per íodo, além de servir
como um a m otivação par a a s cr ianças t endo e m v ista o s istema de ac úmulo de pont os q ue
envolvem estas provas. Sugere-se que, no mínimo, um triatlo seja organizado com as crianças ao
término das atividades do período, onde poderão ser realizados, por exemplo: uma prova de 50 a
75 m etros r asos ( de ac ordo c om a i dade); o s alto e m d istância ( ou al tura) e o l ançamento da
pelota. Em turmas mais avançadas, sugere-se a inclusão de outras provas: como o arremesso do
peso, 1.000 metros rasos e 60 metros com barreiras.
Sem g rande ênf ase no c aráter competitivo do ev ento, mas f risando a i mportância
de s e r ealizar da m elhor f orma po ssível a quilo q ue f oi aprendido dur ante o per íodo, o pr ofessor
poderá, para efeito de or ganização, pontuar as provas de acordo com a classificação. Ou seja, o
resultado f inal da c ompetição es tá c ondicionado ao m enor número de pontos c onquistados por
cada participante em todas as provas. Assim, quem ficar em primeiro lugar na prova, marcará um
ponto; quem ficar em segundo, marcará dois pontos; e assim sucessivamente. Ao final, somam-se
todos os pontos, vencendo o que obtiver um menor número. Entretanto, outras atividades poderão
ser r ealizadas a f im de q ue a s cr ianças c onheçam a c omposição da s p rovas co mbinadas,
conforme sugeriremos a seguir:
Formar duas equipes com números iguais de integrantes. O professor entregará pequenos papéis
onde constem os nomes de todas as provas do decatlo masculino e, com base em algumas pistas,
as cr ianças deverão or ganizá-las de ac ordo c om a or dem da c ompetição. E x: 1 . a s p rovas s ão
realizadas em dois dias; 2. são realizadas 5 provas em cada um dos dias; 3. o dia sempre inicia e
termina c om u ma pr ova de c orrida; 4 . há um a al ternância ent re pr ovas de c orridas, s altos,
arremessos e lançamentos; etc. Após 5 minutos de atividade, o professor confere a ordem, faz as
correções s e nec essário f or e at ribui pontos à eq uipe q ue r espondeu c orretamente. ( Ordem: 1 o.
dia: 100m rasos, salto em distância, arremesso do peso, salto em altura, 400m rasos; 2o dia: 110m
c/barreiras, lançamento do disco, salto com vara, lançamento do dardo, 1500m rasos).
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DIFERENTES POSSIBILIDADES DE COMPETIÇÕES E ATIVIDADES EM DIAS DE CHUVA
Alfabetismo
Alunos d ivididos e m duas e quipes, s entados e m c olunas, de f rente par a a l ousa onde há u m
alfabeto para cada uma. Ao sinal, o primeiro da equipe irá até a lousa e escreverá algo que esteja
relacionado ao at letismo: e x: a ltura; b loco de s aída; c orridas; dardo et c. D entro de u m t empo
definido pel o pr ofessor, m arcará m ais pontos q uem c ompletar o m aior número de l etras
corretamente.
CONSIDERAÇOES FINAIS
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reconhecimento daq uilo q ue aprenderam ao se depararem com a execução de g randes atletas
em competições televisivas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAUJO, R.; VILA NOVA, I. Atletismo na escola. Recife: Secretaria de Educação de Pernambuco,
1980.
BARBANTI, V. J. Atletismo: corridas. São Paulo: [s.n.], 1972.
BUSANICHE, C. M . Atletismo: juegos y ejercitaciones para una hi storia de m ovimientos. Buenos
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