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1) CONCEITOS BÁSICOS 03
9) FUNDAMENTOS LEGAIS
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A SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA DO ICMS
SOBRE OPERAÇÕES SUBSEQUENTES COM MERCADORIAS
1) CONCEITOS BÁSICOS
1.1) Substituição Tributária do ICMS: regime tributário em que a responsabilidade pelo recolhimento
do imposto, devido em relação às operações subsequentes, que, presumidamente, serão praticadas, é
atribuída a outro contribuinte — em geral, o remetente. Em outras palavras, a lei elege uma terceira pes-
soa para cumprimento da obrigação tributária, em lugar do contribuinte natural.
O regime tem sido intensificado pelos Estados, como instrumento de política tributária para recuperação
de receita do ICMS, mediante melhoria do controle fiscal. Não deve, contudo, elevar a carga tributária,
onerando a cadeia e o consumidor final;
1.2) Contribuinte do Imposto (Substituído): é o sujeito passivo da obrigação principal, titular do dever
de pagar o tributo, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitui o respectivo fato
gerador — ou seja, é quem pratica o fato gerador do ICMS, a circulação jurídica e econômica de merca-
dorias. Exemplos: o atacadista, o distribuidor e o varejista.
1.3) Responsável Tributário (Substituto): é o sujeito passivo da obrigação principal quando, sem se
revestir da condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei — o contribuinte
eleito por lei para antecipar o recolhimento do imposto devido pelas operações subsequentes, até que a
mercadoria chegue ao consumidor final.
Exemplos: fabricante, importador e estabelecimento que receba mercadorias de fora do Estado sema
retenção e recolhimento do imposto.
Logo, a substituição tributária se configura em técnica de tributação mais eficiente, que possibilita racio-
nalizar a fiscalização do cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes, constituindo-se em
uma importante ferramenta utilizada pelo Estado para ampliar sua base de arrecadação, mediante me-
lhoria do controle fiscal, diminuindo a sonegação de impostos e, consequentemente, gerando receitas
em benefício da sociedade.
A responsabilidade por substituição tributária poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente
sobre uma ou mais operações/prestações, sejam antecedentes, concomitantes ou subsequentes (mais
comum), inclusive em relação ao valor decorrente da diferença entre alíquota interna e interestadual,
no caso de aquisição de mercadorias oriundas de outros Estados e destinadas a uso e consumo do
contribuinte destinatário.
0% 0%
Produtor ICMS (imposto
Atacadista (imposto Varejista Consumidor
Importador (próprio e ST) antecipado
(substituído) antecipado (substituído) Final
(Substituto) anteriormente) anteriormente)
Em geral, a responsabilidade por substituição tributária, nas operações internas, será atribuída aos seguintes
contribuintes:
2.1.2) estabelecimento que recebeu as mercadorias oriundas de outra unidade da Federação, salvo se
tiverem sido recebidas com o recolhimento do ICMS/ST;
2.1.3) contribuinte gaúcho (inclusive varejista), destinatário de mercadoria sujeita à ST, em operação in-
terna ou interestadual, quando a responsabilidade for atribuída ao alienante ou ao remetente e este não
efetuar a retenção ou efetuar retenção a menor do imposto;
2.1.4) estabelecimento que importou as mercadorias do exterior;
2.1.6) estabelecimento distribuidor das mercadorias, quando se tratar de produtos farmacêuticos relacio-
nados no Apêndice II, Seção III, item VI.
Ademais, a responsabilidade do contribuinte remetente pelo imposto devido pelo contribuinte destinatário
pode alcançar também as operações de entrada de mercadorias em operações interestaduais, destinadas
a uso, consumo ou ativo permanente do destinatário, quando assim houver previsão nos respectivos Pro-
tocolos ou Convênios firmados entre os Estados envolvidos.
2.2.3) Decorrências Lógicas das Ope rações Interestaduais com Mercadorias Sujeitas à ST:
a) nas vendas para contribuintes localizados em Estados signatários de Protocolos ou Convênios, de mer-
cadorias recebidas anteriormente com ST, deverá ser recolhido o ICMS/ST, tendo-se direito à restituição
do imposto pago ao RS, já que o fato gerador presumido não ocorreu no âmbito de nosso Estado;
b) nas compras ou vendas para contribuintes de Estados não signatários de Protocolos ou Convênios, será
destacado e recolhido apenas o “ICMS próprio”, calculado de acordo com a alíquota interestadual, conforme
Estado destinatário. O destinatário será o responsável pelo ICMS/ST na entrada das mercadorias, sujeitas ao
regime no âmbito interno de seu Estado. Nesse caso, pode acordar o recolhimento, em seu nome, pelo for-
necedor, a cada operação, para que a guia acompanhe o transporte e evite problemas nas barreiras fiscais);
c) poderá ser requerido Regime Especial para que o pagamento do ICMS/ST não precise ser efetuado na
fronteira do RS, mas sim, no dia 09 do mês subsequente ao da entrada da mercadoria no Estado, confor-
me possibilita o art. 53-E, Livro III - RICMS/RS.
d) nas vendas para consumidor final, não há em que se falar em ICMS/ST, mas somente no “ICMS pró-
prio”, que deverá ser calculado com base na alíquota interna.
3) HIPÓTESES DE INAPLICABILIDADE DO REGIME
3.1) Transferências para outro estabelecimento: não se aplica a ST nas transferências entre estabeleci-
mentos da empresa fabricante ou importadora, exceto se o estabelecimento recebedor for varejista ou
atacadista de empresa que não possua estabelecimento industrial no ramo de fumo no RS, nas operações
com cigarros e outros produtos derivados do fumo; e
3.2) Destinatário sujeito passivo por substituição da mesma mercadoria: a ST não será aplicada às opera-
ções que destinem mercadorias a estabelecimento importador ou industrial, definido pela legislação tribu-
tária do RS como substituto tributário nas operações internas com as mercadorias remetidas.
Nesses casos, a substituição tributária caberá ao estabelecimento destinatário que promover a saída subse-
qüente da mercadoria para a) contribuinte deste Estado, quando se tratar de saída interna; ou b) estabele-
cimento de terceiros ou varejista da mesma empresa, quando se tratar de saída interestadual.
Assim, a base de cálculo do ICMS/ST deverá ser analisada caso a caso, tendo em vista que a legislação
estadual (RICMS/RS) determina bases de cálculo diversas, de acordo com cada mercadoria sujeita a esse
regime de tributação.
O ICMS/ST a ser retido e, recolhido, tanto para as empresas do Simples Nacional quanto para aquelas
da categoria geral, será o valor resultante da diferença entre o imposto calculado mediante aplicação da
alíquota estabelecida para as operações internas sobre a base de cálculo definida para a substituição e o
devido pela operação própria do contribuinte remetente.
Vejamos abaixo alguns exemplos de cálculos, considerando-se hipotéticos os dados:
d) Cálculo do ICMS/ST {(BC ST x alíquota interna) - ICMS próprio do fornecedor} {(1.745,16 x 17% ) - 120}
296,68 - 120,00 = R$ 176,68
d) Cálculo do ICMS/ST {(BC ST x alíquota interna) - ICMS próprio do fornecedor} {(1.745,16 x 17% ) – 120,00}
296,68 - 120,00 = R$ 176,68
d) Cálculo do ICMS/ST {(BC ST x alíquota interna) - ICMS próprio do fornecedor} {( 1.646,04 x 17% ) – 170,00}
279,83 - 170,00 = R$ 109,83
6) OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS – EMISSÃO DE NOTA FISCAL
O responsável pela retenção e recolhimento do ICMS/ST deverá indicar, nos campos próprios da nota
fiscal emitida, além dos demais requisitos exigidos:
a) a base de cálculo do ICMS retido por substituição tributária. No caso de contribuinte substituto optante
pelo Simples Nacional, o documento fiscal deverá ser emitido na forma indicada pela legislação própria,
inutilizando os campos relativos à base de cálculo e ICMS da operação própria e apondo-se as informações
necessárias para demonstrar a apuração do ICMS/ST no campo “Base de Cálculo ICMS Substituição” e no
campo “Valor ICMS substituição” respectivamente ou, em sua falta, no quadro “Informações Complemen-
tares” do documento fiscal (vide Resolução CGSN nº 10/07);
c) o seu número de inscrição no Cadastro de Contribuintes do ICMS deste Estado (caso seja inscrito,
para fins de recolhimento em data determinada, substituindo a GNRE por operação), se situado em outra
unidade da Federação.
O contribuinte substituído deverá indicar, nos campos próprios da nota fiscal emitida para acobertar a ope-
ração por ele promovida, sem destaque do imposto, além dos demais requisitos exigidos:
a) no campo “Informações Complementares” da nota fiscal, a declaração “Imposto retido por substituição
tributária - Convênio ou Protocolo nº...”;
b) quando a operação for realizada entre contribuintes e a título de informação ao destinatário, além dos
requisitos acima, o valor que serviu de base para cálculo do ICMS/ST e o valor do imposto que incidiu
sobre a respectiva base de cálculo;
A descrição detalhada das mercadorias sujeitas à substituição tributária deve ser verificada no Apêndice II
do RICMS/RS, que utiliza a nomenclatura e técnica e codificação regulamentada pela Tabela do IPI (TIPI,
aprovada pelo decreto 6.006/06.
Gêneros de mercadorias sujeitas à ST no RS
* Produtos que estão previstos para entrar no regime da ST a partir de 01/11/09, de acordo com o Despacho CONFAZ 278/09 e notícias da SEFAZ/RS.
Ao inserir mercadorias na sistemática da substituição tributária, o Estado determina que as empresas inven-
tariem seus estoques para que haja o recolhimento do ICMS/ST sobre as vendas futuras desses produtos,
de forma a equalizar o tratamento tributário de mercadorias antes recebidas sem ST, que passaram a ser
enquadradas no regime.
Para tanto, o Governo do Estado concede prazos de carência e formas de parcelamento, geralmente ne-
gociados com os representantes de cada setor.
8.1) Cálculo do ICMS/ST sobre os Estoques: as regras para o cálculo do imposto sobre os estoques
estão dispostas na Instrução Normativa DRP 74/2009, que varia de acordo com cada mercadoria e com
o regime de tributação da empresa (Regime Geral ou Simples Nacional). Importante frisar que essa IN foi
publicada em 31/08/2009, passando a produzir efeitos a partir de 01/09/2009.
• Mercadorias que possuírem preços de pauta fixados: quando a legislação estadual estabelecer como base
de cálculo do ICMS/ST, para determinada mercadoria, o preço final a consumidor fixado por órgão público
competente ou o preço final a consumidor marcado ou, ainda, o valor fixado em Protocolo celebrado
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As “cucas” não constam mais expressamente dentre o rol de mercadorias sujeitas à ST em nosso Estado. Contudo, de acordo com a
classificação da mercadoria, esse item poderá ser enquadrado em outros tipos de produtos.
com outras unidades da Federação, a base de cálculo do ICMS/ST sobre os estoques será o resultado da
multiplicação da quantidade de mercadorias em estoque pelo respectivo preço ou valor.
Exemplo 1
• Mercadorias que possuírem MVA´s fixadas: na falta dos preços ou do valor referido no item anterior, a
base de cálculo do ICMS/ST sobre os estoques será o resultado da multiplicação da quantidade da merca-
doria em estoque pelo preço de aquisição mais recente, acrescido de frete, seguro, impostos e de outros
encargos transferíveis ou cobrados do destinatário, adicionado da parcela resultante da aplicação sobre o
referido montante do percentual de MVA estabelecido para as operações internas com a mercadoria.
Exemplo 2
Observação Importante: também será considerada, nos cálculos acima expostos, a mercadoria cuja saída do estabelecimento remetente tenha ocorrido até
o dia anterior ao da mudança do regime de tributação, sem a retenção ou recolhimento do imposto a título de substituição tributária, e o recebimento pelo
destinatário tenha ocorrido após essa data.
Ex.: A ST para determinado produto entrou em vigor em 01/09/09, e o estabelecimento recebeu uma mercadoria em 02/09/09, sendo que a mesma havia
sido remetida em 29/08/09.
Exemplo 4
* Quando houver MVA interna fixada para a mercadoria (levando em conta os valores do Exemplo 2)
8.1.3) Empresas do Simples Nacional: Em se tratando de estabelecimento optante pelo Simples Na-
cional, o contribuinte deverá calcular o débito do imposto (ICMS/ST) sobre os estoques aplicando a
Será utilizada a alíquota de 17% quando não houver alíquota interna específica para a mercadoria.
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alíquota prevista para o estabelecimento no Anexo I da LC 123/2006 sobre o valor do estoque apurado
conforme as regras gerais acima expostas.
Exemplo 5
* Quando houver preço de pauta fixado para a mercadoria (levando em conta os valores do Exemplo 1)
Exemplo 6
* Quando houver MVA interna fixada para a mercadoria (levando em conta os valores do Exemplo 2)
8.2) Histórico dos prazos concedidos para o pagamento do ICMS/ST sobre os estoques, bem como
do valor mínimo de cada parcela, de acordo com as mercadorias inseridas na ST em nosso Estado:
Bebidas (ex.: cerveja, chope, refrigerante, água mineral e outros) – Decreto 42.902/2004;
Carência: 02 meses
Número de parcelas: 03
Parcela Mínima: o Decreto não menciona este dado
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Aparelhos celulares - Decreto 45.302/07;
Carência: 01 mês – Categoria Geral; 01 mês e 21 dias – Simples Nacional
Número de parcelas: 04 – Categoria Geral; 06 – Simples Nacional
Parcela Mínima: R$ 500,00
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Ferramentas – IN DRP 80/09;
Carência: 06 meses – Categoria Geral; 06 meses e 20 dias – Simples Nacional
Número de parcelas: 30 – Categoria Geral; 30 – Simples Nacional
Parcela Mínima: R$ 300,00
Produtos Alimentícios (ex.; chocolates, iogurte, manteiga, condimentos, barra de cereais, chá,
dentre outros); IN DRP 80/09;
Carência: 05 meses – Categoria Geral; 05 meses e 20 dias – Simples Nacional
Número de parcelas: 12 – Categoria Geral; 12 – Simples Nacional
Parcela Mínima: R$ 300,00
Bebidas quentes (ex.: champagnes, vinhos, conhaques, licores e etc.) - IN DRP 80/09;
Carência: 05 meses – Categoria Geral; 05 meses e 20 dias – Simples Nacional
Número de parcelas: 12 – Categoria Geral; 12 – Simples Nacional
Parcela Mínima: R$ 300,00
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Discos fonográficos – Decreto 39.647/99 ;
Carência: 02 meses
Número de parcelas: 08
Parcela Mínima: o Decreto não menciona este dado
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9) FUNDAMENTOS LEGAIS
Convênio ICMS nº 81/93 (estabelece normas gerais a serem aplicadas a regimes de substituição tribu-
tária, instituídos por Convênios ou Protocolos firmados entre os Estados e o Distrito Federal);
Regulamento do ICMS/RS (Decreto nº 37.699/97) – Livro III; Instrução Normativa DRP nº 45/98
– Título I, Capítulo IX.
Abaixo, constam algumas perguntas e respostas contidas no site da SEFAZ/RS, bem como, outras ques-
tões importantes.
Resposta - Não. O regime de substituição tributária tende à neutralidade em relação à sistemática normal
de tributação, no sentido de que ele não aumenta nem diminui a carga tributária correspondente, afe-
tando apenas a sujeição passiva das operações que alcança, retirando-a daquele(s) que efetivamente a(s)
promove(m), para imputá-la ao contribuinte substituto. Com efeito, a base de cálculo da substituição tribu-
tária, por ser uma aproximação mais ou menos exata do preço pago pelo consumidor final pelas mercado-
rias e serviços por ele demandados, seu valor consequentemente emula os ganhos diferenciais agregados
e apropriados pelos comerciantes/contribuintes intermediários ao longo da cadeia de comercialização, a
contar da etapa/operação em que ocorre a substituição tributária, de tal modo que a carga tributária daí
resultante seja aproximadamente igual a que seria acumulada ao longo daquela.
Resposta - A MVA ou Margem de Valor Agregado é um percentual utilizado no regime de substituição tributária
para exprimir a evolução/majoração dos preços das mercadorias e serviços à medida que percorrem as diversas
etapas/operações usuais de circulação no mercado, contando da etapa/operação em que se dá a transferência
de responsabilidade, representando uma projeção elaborada pela Receita Estadual a respeito do comportamen-
to do mercado no que se refere à composição dos lucros brutos agregados pelos diversos partícipes da cadeia
de comercialização, de tal modo que, dados o preço praticado pelo substituto e a MVA, é possível estimar com
muito boa precisão o preço final a consumidor que alcançará aquela mercadoria ou serviço.
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3) Em que circunstâncias a Receita Estadual implementa a substituição tributária progressiva
(conhecida como ST “para a frente”)?
Resposta - Nos casos em que o foco da fiscalização sobre certas e determinadas mercadorias e serviços,
ou sobre tipos particulares de operação industrial e comercial, se mostra mais problemático e custoso, ou
mais urgente e oportuno que o usual, como seja nas operações com bens de consumo que apresentam
reduzido valor unitário, porém demanda massiva e inelástica, sendo comercializados em um mercado
pulverizado por uma ampla e territorialmente disseminada coletividade de contribuintes, e nas operações
em que se verifica um forte incentivo à evasão devido aos altos valores envolvidos, que aumentam a
perspectiva de “ganhos” e diluem a percepção dos riscos, envolvendo bens de consumo de grande valor
unitário, produção concentrada de caráter monopolista ou cartelizado, e mercado restrito.
Resposta - Sim, sem dúvida a substituição tributária é vantajosa para a generalidade dos contribuintes,
na medida em que estimula a igualdade na tributação, impedindo a concorrência desleal imposta por
aqueles contribuintes que descumprem sistematicamente seus deveres tributários. Além disso, é prática
usual a aplicação de uma leve “depreciação” ou “desconto” da base de cálculo utilizada no regime, em
decorrência de redutores que são aplicados sobre os próprios levantamentos estatísticos, índices e mé-
dias em que se baseiam as estimativas das respectivas margens de valor agregado praticadas na cadeia
circulatória das mercadorias e serviços alcançados pelo regime, justamente visando à absorção de even-
tuais desvios de estimativa, fato este que se traduz em redução algo significativa da pressão tributária
sobre tais mercadorias e serviços.
Deve ser mencionado o ganho discreto, mas real, que o regime proporciona aos contribuintes substituídos,
por conta de certa simplificação na sistemática de escrituração das operações por ele abrangidas, aspecto
que se torna bastante relevante no caso dos produtores primários, cuja grande maioria está dispensada de
manter quaisquer livros fiscais do ICMS graças à substituição tributária regressiva.
6) Como a Receita Estadual elege as mercadorias e serviços que serão alcançadas pela substi-
tuição tributária?
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do que resulta a acumulação de informações sobre perfis e tendências mercadológicas de certas e
determinadas operações de circulação de mercadorias e prestação de serviços, com ênfase nas suas
principais características do ponto de vista do fenômeno tributário, como a formação dos preços, a
distribuição das margens de valor agregado pelas diferentes etapas/operações em que se desdobra a
cadeia circulatória, os graus de monopolização e de cartelização do mercado em que se inserem, o
nível de incidência da elisão e da evasão tributárias, etc., fatores estes que orientam o administrador
tributário da Receita Estadual quanto à conveniência e à necessidade da adoção do regime de subs-
tituição tributária. Decidida a sua implementação, passa-se à fase de modelagem da base normativa,
que fornece a hipótese de incidência (fato gerador hipotético) a partir do dispositivo descritor do tipo
tributário, além dos dispositivos que especificam e detalham os meios para a satisfação da obrigação
(o quê, o quem, o como, o quando, etc.).
Resposta - A substituição tributária alcança as operações internas e interestaduais promovidas com determi-
nadas mercadorias e serviços, na forma como dispõem os Convênios e Protocolos celebrados entre os Esta-
dos. O regime também é aplicável, mesmo na ausência de convênio ou protocolo, em relação a operações
que ocorram no âmbito interno de cada Estado, condicionada a sua efetiva adoção à existência de dispositivos
específicos na legislação estadual designando mercadorias e serviços que a ele podem ser sujeitados.
Resposta - Embora não seja empregada nos textos normativos, a expressão “ST interna” é extensamente
utilizada quando se aborda a substituição tributária progressiva, designando duas situações distintas em que se
aplica o respectivo regime em operações internas, ou seja, em operações realizadas no âmbito intra-estadual,
entre contribuintes aqui situados (com estabelecimentos inscritos ou não-inscritos, localizados no território
gaúcho): a) com mercadorias listadas na Seção III, do Apêndice II, do RICMS, ou seja, com produtos men-
cionados em acordos celebrados com outros Estados, como, por exemplo, pneumáticos, produtos farma-
cêuticos, tintas, etc.; e b) com mercadorias e serviços não-previstos em Convênio ou Protocolo, como pães,
bolos, cucas e piscinas de fibra de vidro (lista completa na Seção II, do Apêndice II, do RICMS).
Resposta - A expressão “ST interestadual” designa as operações com substituição tributária que impliquem no
ingresso no território gaúcho de mercadorias provenientes de outras unidades da Federação listadas na Seção
III, do Apêndice II, do RICMS, ou seja, produtos mencionados em acordos celebrados com outros Estados.
10) O contribuinte, enquadrado como ME ou EPP, optante pelo Simples Nacional, estabelecido
fora do Estado do RS, deverá observar as regras relativas à ST?
Resposta - Sim, uma vez que a substituição tributária relaciona-se à operação com determinadas merca-
dorias e não ao regime de recolhimento do contribuinte. É importante frisar que o Simples Nacional não
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abarca o imposto devido a título de substituição tributária, hipótese em que será observada a legislação
aplicável ás demais pessoas jurídicas, conforme disposto no art. 13, § 1º, inciso XIII, alínea “a” da Lei Com-
plementar nº 123/06.
11) Como o contribuinte gaúcho deverá proceder ao adquirir mercadoria de outro Estado, sujeita
à ST apenas âmbito interno do RS?
Resposta - O contribuinte gaúcho, inclusive o varejista, quando for destinatário de mercadoria oriunda de
outro Estado, porém, sujeita à ST apenas no RS, por falta de acordo (Convênio ou Protocolo) firmado
entre os Estados, será responsável pela apuração e pelo recolhimento do imposto devido ao RS, situação
em que o prazo de recolhimento se dará até o momento da entrada da mercadoria no território, uma vez
que, nesse caso, a responsabilidade não foi atribuída ao alienante ou ao remetente.
Resposta - Nas operações com mercadorias sujeitas à ST, o substituto tributário optante pelo regime
deverá recolher, à parte do Simples Nacional, o ICMS devido por substituição. O ICMS próprio, por sua
vez, deverá ser recolhido dentro do Simples Nacional. O valor do ICMS devido por substituição tributária
corresponderá à diferença entre:
I – o valor resultante da aplicação da alíquota interna do RS sobre o preço máximo de venda a vare-
jo fixado pela autoridade competente ou sugerido pelo fabricante, ou sobre o preço a consumidor
usualmente praticado; e
II - o valor resultante da aplicação da alíquota interna ou interestadual sobre o valor da operação ou
prestação própria do substituto tributário. (Resolução CGSN 51/2008)
13) Será cobrado o “Diferencial de Alíquotas do ICMS” dentro do regime de substituição tributária?
Resposta – No RS, quando uma mercadoria é inserida no regime da ST, não há mais que se falar no paga-
mento do diferencial de alíquotas, tendo em vista que o RICMS/RS dispõe que as mercadorias sujeitas à ST
não estão incluídas no rol dos produtos submetidos ao recolhimento antecipado do ICMS. Vejamos:
Podendo ser concedido Regime Especial para que o pagamento seja efetuado em momento posterior, conforme mencionado no item 2.2.3 desta cartilha.
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Outra questão diz respeito ao diferencial de alíquotas, na ST interestadual, na hipótese em que uma
empresa adquire mercadorias para uso e consumo. Nesse caso, a responsabilidade pelo pagamento do
imposto poderá ser atribuída ao substituto tributário, a exemplo dos últimos protocolos celebrados entre
o RS, SP e MG (claúsula primeira, § único dos protocolos), nos moldes da LC 87/96:
Resposta – A empresa optante pelo Simples Nacional, na condição de substituta tributária, deverá indicar
(e não destacar) na Nota Fiscal a base de cálculo e o imposto retido a título de substituição tributária (no
campo “Informações Complementares”), com base no art. 2º, § 4º da Resolução CGSN nº 10/07:
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(...)
§ 4º Quando a ME ou a EPP revestir-se da condição de responsável, inclusive
de substituto tributário, fará a indicação alusiva à base de cálculo e ao imposto
retido no campo próprio ou, em sua falta, no corpo do documento fiscal utili-
zado na operação ou prestação.”
No caso das empresas enquadradas na Categoria Geral, nas operações com mercadorias sujeitas à ST,
poderá ser emitida uma única Nota Fiscal para documentar operações sujeitas e não-sujeitas ao regime de
ST, devendo o substituto tributário indicar, separadamente, no campo “Informações Complementares”, a
base de cálculo e o respectivo débito fiscal próprio, relativos a cada regime de tributação.
A Nota Fiscal emitida pelo substituto tributário deverá conter, no campo “INFORMAÇÕES COMPLE-
MENTARES”, o valor unitário de venda no varejo já tributado, discriminado por espécie de mercadoria
perfeitamente identificada.
O contribuinte substituído, por sua vez, na operação que realizar com mercadoria recebida com o im-
posto já retido, emitirá Nota Fiscal, sem destaque do imposto, contendo, no campo “INFORMAÇÕES
COMPLEMENTARES”:
b) nas saídas das quais decorrerem entrada de mercadoria com direito a crédito ao destinatário, o valor
unitário de venda no varejo já tributado, discriminado por espécie de mercadoria perfeitamente identifi-
cada, constante na Nota Fiscal de aquisição, devendo este preço ser adotado de acordo com a ordem de
entrada das mercadorias no estabelecimento do contribuinte substituído.
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Presidente Do Sistema Fecomércio-Rs
Ibrahim Mahmud
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