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I - Conceitos Elementares
Questão 1
a) No quadro temos uma série temporal relativa ao período entre 0 e 4 para a variável
X.
Comecemos por calcular as taxa de crescimento simples para cada período
para em seguida calcular a respectiva média aritmética.
rt
X 1 − X 0 120 − 100
r1 = = =0,2
X0 100
X 2 − X 1 132 − 120
r2 = = =0,1
X1 120
X 3 − X 2 264 − 132
r3 = = =1
X2 132
X 4 − X 3 277,2 − 264
r4 = = =0,05
X3 264
A média aritmética das taxas de crescimento é dada pela soma de todas as
taxas a dividir pelo número total de taxas:
r1 + r2 + r3 + r4 0,2 + 0,1 + 1 + 0,05
ra = = = 0,3375
4 4
Em média, a nossa variável cresceu à taxa de 33,75% ao ano.
b) A média geométrica das taxas de crescimento somadas à unidade é dada pela raíz
do produto de todas as taxas somadas à unidade sendo o radical igual ao número total
de taxas:
1 + rg = 4 (1 + r1 ) x(1 + r2 ) x(1 + r3 ) x(1 + r4 ) = 4 (1 + 0,2) x(1 + 0,1) x(1 + 1) x(1 + 0,05) = 1,29
rg = 0,29
Vamos deixar a interpretação deste valor para a alínea seguinte.
Processo 1
X3 264
r=3 −1= 3 − 1 = 1,382 − 1 = 0,382
X0 100
Processo 2
r = 3 (1 + r1 )(1 + r2 )(1 + r3 ) − 1
Processo 1
X4 277,2
r=4 −1= 4 − 1 = 1,2903 − 1 = 0,29
X0 100
Processo 2
r = 4 (1 + r1 )(1 + r2 )(1 + r3 )(1 + r4 ) − 1
Questão 2
Consideremos o gráfico seguinte que contém uma série temporal relativa à
produção, com observações trimestrais para 6 anos, de 2010 a 2105.
Produção Industrial
140.00
120.00
100.00
80.00
índices
60.00
40.00
20.00
0.00
i ii iii iv i ii iii iv i ii iii iv i ii iii iv i ii iii iv i ii iii iv
trimestres
2010-2015
b-i) Podemos também querer saber como se comporta a produção em cada ano, ou
seja, de trimestre para trimestre.
Verificamos que a produção cresce no segundo trimestre, decresce no terceiro e
torna a crescer no quarto.
2010 2011 2012 2013 2014 2015
1ºT-2ºT cresce cresce cresce cresce cresce cresce
2ºT-3ºT decresce decresce decresce decresce decresce decresce
3ºT-4ºT cresce cresce cresce cresce cresce cresce
b-ii) Além das flutuações em cada ano podemos analisar as flutuações ao longo do
período total com base na nossa análise anual inicial.
Olhando para o primeiro quadro constatamos que:
- entre 2010 e 2013 todos os trimestres crescem excepto o primeiro em 2013
pelo que podemos dizer que foi um período de crescimento;
- em 2014, o primeiro e terceiro trimestre crescem mas o segundo e o quarto
decrescem: se as duas evoluções opostas se compensam temos estagnação se o
decrescimento é mais forte temos decrescimento;
- em 2015 todos os trimestres voltam a crescer.
Temos então crescimento de 2010 a 2013, decrescimento em 2014 e
novamente crescimento em 2015.
d) Para concluir, face às diversas análises que realizámos podemos dizer que, se o
nosso objectivo é efectuar uma análise da evolução anual da produção mas as
Questão 3
Consideremos o quadro com os valores trimestrais de X para dois anos. Como
os valores são trimestrais e queremos uma análise da evolução anual temos que
calcular as respectivas taxas de crescimento homólogas anuais1:
Trimestre/ano X Trimestre/ano X rs(t)
I/1 100 I/1 135 X I ( 2) 135
rI ( 2 ) = −1= − 1 =0,35
X I (1) 100
II/1 110 II/2 150 X II ( 2 ) 150
rII ( 2 ) = −1 = − 1 =0,36
X II (1) 110
III/1 125 III/2 170 X III ( 2 ) 170
rIII ( 2 ) = −1 = − 1 =0,36
X III (1) 125
IV/1 130 IV/2 175 X IV ( 2 ) 175
rIV ( 2 ) = −1 = − 1 =0,35
X IV (1) 130
Como podemos verificar as taxas homólogas anuais são semelhantes dado que
tivémos em conta o fenómeno da sazonalidade. Já se tivéssemos comparado o valor
do quarto trimestre do ano 2 com o do primeiro trimestre do ano 1 tínhamos obtido
uma taxa de 0,75 enviesada para cima uma vez que X cresce trimestre a trimestre em
cada ano.
Questão 4
Com o exercício 4 pretendemos comparar a evolução da produção de cimento
no país A e no país B que, como podemos constatar, têm valores com ordem de
grandezas muito diferentes (A na casa das centenas e B na casa das centenas de
milhares).
1 X s ( t ) − X s ( t −1) X s (t )
Uma taxa de crescimento homóloga é igual a : r = = −1
s (t )
X s ( t −1) X s ( t −1)
800000
600000
País A
400000
País B
200000
0
1985 1986 1987 1988 1989 1990
200
150
País A
100
País B
50
0
1985 1986 1987 1988 1989 1990
Exercício 5
a) Se quisermos comparar a evolução do peixe negociado na lota nos dois anos
podemos começar por representar graficamente os respectivos valores.
Como se trata da representação gráfica de séries temporais, no eixo horizontal
ou eixo das abcissas inscrevemos os períodos aos quais se referem as observações,
neste caso os meses do ano, e no eixo vertical ou eixo das ordenadas inscrevemos as
toneladas de peixe negociado em cada mês.
O gráfico vai ser composto por duas curvas, uma para o ano de 1990 e uma
para o ano de 1991 e terá o seguinte aspecto:
14
12
10
toneladas
8 Ano1990
6 Ano1991
4
2
0
iro
o
o
o
iro
o
ço
to
ro
il
br
br
br
r
ai
nh
lh
Ab
os
ub
re
ne
ar
em
m
Ju
em
Ju
ve
Ag
M
ut
Ja
te
ov
ez
O
Fe
Se
D
meses
b-ii) Se, por qualquer razão, quisermos alterar o período base da série em números
índices apenas necessitamos dos valores na base antiga.
Tomando o mês de Agosto de 1990 como novo período base, os índices para
os restantes meses virão:
I t / Fev 91
I t / Ag 90 = x100
I Ag 90 / Fev 91
It/Ag90
110 157 112 160
IJan90/Ag90= x100 =69 IJul90/Ag90= x100 =98 IJan91/Ag90= x100 =69 IJul91/Ag90= x100 =99
161 161 161 161
103 IAg90/Ag90=100 100 151
IFev90/Ag90= x100 =64 IFev91/Ag90= x100 =62 IAg91/Ag90= x100 =94
161 161 161
121 153 108 142
IMar90/Ag90= x100 =75 ISet90/Ag90= x100 =95 IMar91/Ag90= x100 =67 ISet91/Ag90= x100 =88
161 161 161 161
131 134 118 143
IAb90/Ag90= x100 =81 IOut90/Ag90= x100 =83 IAb91/Ag90= x100 =73 IOut91/Ag90= x100 =89
161 161 161 161
149 118 156 131
IMaio90/Ag90= x100 =93 INov90/Ag90= x100 =73 IMaio91/Ag90= x100 =97 INov91/Ag90= x100 =81
161 161 161 161
158 113 153 116
IJun90/Ag90= x100 =98 IDez90/Ag90= x100 =70 IJun91/Ag90= x100 =95 IDez91/Ag90= x100 =72
161 161 161 161
c) A partir dos valores mensais é possível calcular valores médios trimestrais, ou seja,
saber como é que se portou em média o mês de um determinado trimestre.
O valor médio trimestral é a média aritmética dos meses que fazem parte do
trimestre:
X Jan + X Fev + X Mar X Ab + X Maio + X Jun
X Ia = X IIa =
3 3
X Jul + X Ag + X Set X Out + X Nov + X Dez
X IIIa = X IVa =
3 3
Médias trimestrais
1990 1991
8,5 + 7,9 + 9,3 8,6 + 7,7 + 8,3
X Ia = =8,6 X Ia = =8,2
3 3
10,1 + 11,5 + 12,2 9,1 + 12 + 11,8
X IIa = =11,3 X IIa = =10,9
3 3
12,1 + 12,4 + 11,8 12,3 + 11,6 + 10,9
X IIIa = =12,1 X IIIa = =12,6
3 3
1,3 + 9,1 + 8,7 11 + 10,1 + 8,9
X IVa = =9,4 X IVa = =10
3 3
Temos uma nova série relativa ao peixe negociado na lota, agora composta por
valores médios trimestrais.
X Jan + X Fev + X Mar + X Ab + X Maio + X Jun + X Jul + X Ag + X Set + X Out + X Nov + X Dez
X a 90 = =
12
8,5 + 7,9 + 9,3 + 10,1 + 11,5 + 12,2 + 12,1 + 12,4 + 11,8 + 10,3 + 9,1 + 8,7
= = 10,32
12
Questão 6
a) O quadro contém uma série temporal relativa à produção sob a forma de números
índices:
1000
X1988= x100
112,4
X1988=890 ton
Agora é então imediato calcular o valor absoluto da produção nos restantes
anos:
Xt
It/1988 = x100
X 1988
I t / 88 xX 1988
Xt=
100
I t / 88 x890
Xt=
100
Valor absoluto ou quantidade produzida
I 85 / 88 x890 77,5 x890 I 90 / 88 x890 103,1x890
X1985= = =690 X1990= = =918
100 100 100 100
I 86 / 88 x890 89,2 x890 I 91 / 88 x890 107,2 x890
X1986= = =794 X1991= = =954
100 100 100 100
I 87 / 88 x890 98x890 I 92 / 88 x890 109,8 x890
X1987= = =872 X1992= = =977
100 100 100 100
I 89 / 88 x890 101,5 x890
X1989= = =903
100 100
b) Pode acontecer que haja necessidade de mudar o ano base de cálculo da série de
números índices (em geral porque a base antiga se vai desactualizando e deixa de ser
considerada como um período de referência).
Questão 8
A decomposição da evolução de uma grandeza nominal é muito utilizada
quando da análise da evolução da produção de um país.
O valor da produção de um país designa-se por Produto Interno Bruto (PIB).
Como num país se produzem inúmeros bens e serviços, avaliados em termos físicos
em unidades diferentes, se queremos conhecer o valor da respectiva produção temos
que reduzir a produção dos diferentes bens a uma unidade comum, a unidade
monetária, no caso português o escudo.
O valor da produção de um país é então função das quantidades produzidas e
dos preços, ou seja, trata-se de uma grandeza nominal.
2
Uma taxa de crescimento simples é igual a : rt = X t − X t −1 = X t − 1
X t −1 X t −1
Questão 9
A decomposição da evolução de uma grandeza nominal em quantidades e
preços é também de grande importância quando se fala numa outra variável, o salário,
ou seja, a quantidade de moeda que o trabalhador recebe como pagamento do seu
trabalho.
O salário pode ser entendido de duas formas:
- salário nominal (Wn), ou seja, a quantidade de moeda que o trabalhador
recebe;
- salário real (Wr), a quantidade de bens e serviços que o trabalhador pode
adquirir com o salário nominal que recebe.
A um trabalhador interessa que o seu salário real cresça pois isso significa que
pode adquirir mais bens e serviços com o seu salário nominal.
Mas para que o salário real cresça não basta que aumente o salário nominal. Se
o crescimento dos preços for superior ao crescimento do salário nominal o trabalhador
pode receber uma maior quantidade de moeda mas a quantidade de bens e serviços
que consegue adquirir com essa quantidade de moeda diminui.
Para conhecermos a evolução do salário real temos então que descontar à taxa
de crescimento do salário nominal a taxa de crescimento dos preços:
1 + rWn
rWr = −1
1 + rP
sendo o IPC um índice que traduz a evolução do preço médio de um cabaz de bens e
serviços considerado representativo dos hábitos de consumo dos trabalhadores.
Para analisar a evolução do salário real na Indústria Transformadora e na
Construção necessitamos da taxa de crescimento do salário nominal e da taxa de
crescimento dos preços.
Como já conhecemos a taxa de crescimento dos preços (é a variação relativa
do IPC) e temos séries em números índices das remunerações nominais, a primeira
coisa a fazer é, utilizando os índices, calcular as taxas de crescimento do salário
nominal.
Em seguida, podemos já utilizar a relação entre taxa de crescimento do salário
real, do salário nominal e dos preços para calcular a primeira.
rWnt
Indústria Transformadora Construção
I Wn78 / 80 69,3 I Wn78 / 80 66,6
rWn78 = −1= − 1 =0,16 rWn78 = −1= − 1 =0,15
I Wn77 / 80 59,5 I Wn77 / 80 58,1
I Wn79 / 80 80,4 I Wn79 / 80 79,6
rWn79 = −1= − 1 =0,16 rWn79 = −1= − 1 =0,20
I Wn78 / 80 69,3 I Wn78 / 80 66,6
I Wn80 / 80 100 I Wn80 / 80 100
rWn80 = −1= − 1 =0,24 rWn80 = −1= − 1 =0,26
I Wn79 / 80 80,4 I Wn79 / 80 79,6
I Wn81/ 80 121,7 IWn81/ 80 128,1
rWn81 = −1= − 1 =0,22 rWn81 = −1 = − 1 =0,28
I Wn80 / 80 100 IWn80 / 80 100
I Wn82 / 80 143,5 I Wn82 / 80 160,1
rWn82 = −1= − 1 =0,18 rWn82 = −1= − 1 =0,25
I Wn81/ 80 121,7 I Wn81/ 80 128,1
I Wn83/ 80 169,1 I Wn83 / 80 196,1
rWn83 = −1= − 1 =0,18 rWn83 = −1= − 1 =0,22
I Wn82 / 80 143,5 I Wn82 / 80 160,1
I Wn84 / 80 199,7 I Wn84 / 80 218,4
rWn84 = −1= − 1 =0,18 rWn84 = −1= − 1 =0,11
I Wn83/ 80 169,1 I Wn83 / 80 196,1
I Wn85 / 80 240,5 I Wn85 / 80 268,9
rWn85 = −1= − 1 =0,20 rWn85 = −1= − 1 =0,23
I Wn84 / 80 199,7 I Wn84 / 80 218,4
O salário nominal cresceu em todos os anos quer na Indústria Transformadora
quer na Construção. Mas os preços também cresceram sempre, logo o salário real
pode não ter aumentado.
3
Para calcular uma taxa de crescimento simples é indiferente utilizar os valores absolutos ou os valores
em índices da variável. No caso de se utilizarem índices a taxa de crescimento simples é igual ao
quociente entre os índices de dois anos consecutivos menos a unidade.
4
Para calcular a taxa de crescimento do salário real temos que dividir a taxa de crescimento dos preços
por 100 pois o valor que nos é dado está em percentagem.
rWrt
Indústria Transformadora Construção
1 + rWn78 1 + 0,16 1 + rWn78 1 + 0,15
rWr78 = −1= − 1 =-0,05 rWr78 = −1= − 1 =-0,06
1 + rP78 1 + 0,221 1 + rP78 1 + 0,221
1 + rWn79 1 + 0,16 1 + rWn79 1 + 0,20
rWr79 = −1= − 1 =-0,07 rWr79 = −1= − 1 =-0,04
1 + rP79 1 + 0,242 1 + rP79 1 + 0,242
1 + rWn80 1 + 0,24 1 + rWn80 1 + 0,26
rWr80 = −1= − 1 =0,07 rWr80 = −1= − 1 =0,08
1 + rP80 1 + 0,166 1 + rP80 1 + 0,166
1 + rWn81 1 + 0,22 1 + rWn81 1 + 0,28
rWr81 = −1= − 1 =0,01 rWr81 = −1= − 1 =0,07
1 + rP81 1 + 0,20 1 + rP81 1 + 0,20
1 + rWn82 1 + 0,18 1 + rWn82 1 + 0,25
rWr82 = −1= − 1 =-0,04 rWr82 = −1= − 1 =0,02
1 + rP82 1 + 0,224 1 + rP82 1 + 0,224
1 + rWn83 1 + 0,18 1 + rWn83 1 + 0,22
rWr83 = −1= − 1 =-0,06 rWr83 = −1= − 1 =-0,02
1 + rP83 1 + 0,255 1 + rP83 1 + 0,255
1 + rWn84 1 + 0,18 1 + rWn84 1 + 0,11
rWr84 = −1= − 1 =-0,09 rWr84 = −1= − 1 =-0,14
1 + rP84 1 + 0,293 1 + rP84 1 + 0,293
1 + rWn85 1 + 0,20 1 + rWn85 1 + 0,23
rWr85 = −1= − 1 =0,01 rWr85 = −1= − 1 =0,03
1 + rP85 1 + 0,193 1 + rP85 1 + 0,193
0,400
0,300
0,200 rIPC
0,100 rWn(B)
0,000 rWr(B)
-0,100
78
79
80
81
82
83
84
85
19
19
19
19
19
19
19
19
-0,200
0,400
0,300
0,200 rIPC
0,100 rWn(C)
0,000 rWr(C)
-0,100
78
79
80
81
82
83
84
85
19
19
19
19
19
19
19
19
-0,200
Questão 10
Quando decidimos aplicar o nosso dinheiro o preço que cobramos é o juro, ou
seja, no final do período da aplicação vamos receber uma quantidade de moeda
superior à que tínhamos inicialmente.
Consideremos os dados do exercício 10. Vamos designar por V0 o capital
inicial de que dispomos para emprestar e por iN a taxa de juro que cobramos pelo
empréstimo, ou seja, a taxa de juro nominal:
V0=5000$00 iN=0,06
0 1
V1=V0(1+iN)=5000x1,06=5300$00
1 + iN
c) Sabemos que iR = − 1 , iP=0,15 e iR=0,03. Então,
1 + iP
iN=(1+iR)x(1+iP)-1=1,03x1,15-1=0,1845
Para podermos aumentar o nosso poder de compra em 3% com a aplicação que
fizémos, a taxa de juro do empréstimo teria de ser de 18,45%, face ao aumento
registado nos preços.
Questão 11
a)Este problema é semelhante ao anterior mas agora o prazo do empréstimo é
superior.
Fez-se um contrato de empréstimo por três anos, novamente com o objectivo de,
ao fim dos três anos, vermos o nosso poder de compra aumentado.
Conhecendo nós o problema da ilusão monetária sabemos que, para termos um
ganho real, a taxa de juro a ter em conta não é a taxa de juro nominal (8%) mas a taxa
de juro real.
No início do período do nosso empréstimo, ou seja, quando realizamos o contrato,
apenas dispomos de uma estimativa da taxa de juro real face à inflação anunciada pela
Governo.
Temos então que começar por calcular a taxa de juro real prevista para cada um
dos três anos e em seguida calcular a taxa de juro real prevista para o período,
problema semelhante ao do cálculo de uma taxa de crescimento médio.
8% 8% 8% iN
8% 6% 4% iP esperada
0 1 2 3
Passo 1
1 + iN1 1 + 0,08
iR1 = −1 = − 1 =0
1 + iP1 1 + 0,08
1 + iN 2 1 + 0,08
iR 2 = −1 = − 1 =0,019
1 + iP2 1 + 0,06
1 + iN 3 1 + 0,08
iR 3 = −1 = − 1 =0,038
1 + iP3 1 + 0,04
Passo 2
b-i) Ao fim dos três anos já podemos calcular qual foi efectivamente o nosso ganho
real face à inflação que na realidade se verificou.
Os passos para a resolução desta alínea são os mesmos da alínea anterior.
8% 8% 8% iN
10% 13% 15% iP efectiva
0 1 2 3
Passo 1
1 + iN1 1 + 0,08
iR1 = −1 = − 1 =-0,018
1 + iP1 1 + 0,1
1 + iN 2 1 + 0,08
iR 2 = −1 = − 1 =-0,04
1 + iP2 1 + 0,13
1 + iN 3 1 + 0,08
iR 3 = −1 = − 1 =-0,06
1 + iP3 1 + 0,15
Passo 2
iR = 3 (1 + iR1 ) x(1 + iR2 ) x(1 + iR3 ) − 1 = 3 (1 − 0,018) x(1 − 0,04) x(1 − 0,06) − 1 =
= 3 0,8861568 − 1 = 0,9605 − 1 = −0,04
A taxa de juro real efectiva foi de -4% ano, ou seja, as nossas expectativas no
inicío do período da realização do empréstimo foram totalmente frustradas.
b-ii) À medida que vão passando os anos do nosso empréstimo podemos ir revendo as
nossas expectativas iniciais, ou seja, podemos rever os nosso cálculos da taxa de juro
real média com base na inflação já verificada.
No final do segundo ano já conhecemos a inflação verificada nos dois
primeiros anos, respectivamente, 10% e 13%. Para o terceiro ano a inflação esperada
é de 4%.
8% 8% 8% iN
iP efectiva: 10% iP efectiva: 13% iP esperada: 4%
0 1 2 3
Utilizando os resultados das alíneas anteriores sabemos que a taxa de juro real
efectiva para os dois primeiros anos foi de, respectivamente, -4,% e –6%, e a taxa de
juro real esperada para o terceiro ano foi de 3,8%.
Assim, a taxa de juro real média prevista no final do segundo ano é dada por:
Questão 1
Comecemos por explicitar o que se entende por bem económico: um bem
económico é qualquer coisa ou serviço que satisfaz uma necessidade e que existe em
quantidades limitadas.
Para que um bem seja considerado como bem económico tem que satisfazer
em simultâneo as duas condições anteriores: satisfazer necessidades e existir em
quantidades limitadas.
Escassez
Questão 2
Já sabemos que o problema da escassez existe porque os recursos de uma
economia são limitados face à natureza ilimitada das necessidades humanas. Esta é
então uma característica de todas as economias independentemente do seu nível de
desenvolvimento.
O que distingue os dois tipos de economias é o tipo de bens relativamente aos
quais mais se faz sentir o problema da escassez.
Assim, nos países menos desenvolvidos são escassos os bens de primeira
necessidade, ou seja, para a maioria da população as necessidades básicas como a
alimentação, o vestuário, habitação, não estão em geral satisfeitas. Já nos países mais
desenvolvidos os bens escassos são os chamados bens de luxo (que não satisfazem
Questão 3
3.1. Uma vez que com recursos escassos não é possível satisfazer todas as
necessidades humanas é necessário fazer opções em termos dos bens que se quer
produzir e qual a quantidade desses bens que se vai produzir.
Estas opções determinam também a quantidade de recursos a utilizar na
produção de cada tipo de bem. Cada combinação de bens a produzir corresponde à
utilização de diferentes quantidades de recursos nas respectivas produções, pelo que
este problema é também conhecido por problema da afectação de recursos.
Mas a opção entre diferentes combinações de produção só faz sentido se os
recursos disponíveis puderem ser utilizadas na produção de mais do que bem, ou seja
se tiverem usos alternativos.
Exemplo de usos alternativos: um licenciado em Relações Internacionais pode
trabalhar numa empresa exportadora ou no Ministério dos Negócios Estrangeiros
3.2. Se cada input ao dispôr de uma economia só puder ser utilizado na produção de
um bem deixa de se colocar o problema de “O que produzir e em que quantidades?”.
Neste caso diz-se que os inputs são específicos por oposição aos inputs com usos
alternativos. Não há neste caso opções a fazer. Os bens a produzir e respectivas
quantidades são determinados pelo tipo de utilização que se pode fazer desses inputs
específicos, ou seja, há apenas uma combinação de produção pois os recursos não
podem ser transferidos de uma produção para outra.
Questão 4
A questão de como produzir ou quais os métodos ou técnicas de produção que
devem ser escolhidos para a produção de cada bem coloca-se porque existem em geral
Questão 5
“Para quem produzir?” ou repartição de rendimentos é um dos problemas
económicos fundamentais e trata-se da questão da repartição da produção entre os
indivíduos da sociedade. Neste caso procura-se saber porque é que, por exemplo, em
alguns países 10% da população se apropria de 80% do rendimento gerado pela
produção.
Questão 6
“Quando produzir?” ou problema da escolha intertemporal do consumo
prende-se com as opções de produção em termos de bens de consumo (que satisfazem
directamente necessidades) e bens de investimento (utilizados na produção de outros
bens).
Se no presente se optar pela produção de uma quantidade relativamente maior
de bens do consumo então a economia está a privilegiar o consumo presente.
Se no presente se optar pela produção de uma quantidade relativamente maior
de bens de investimento então a economia está a privilegiar o consumo futuro (e a
sacrificar o consumo presente). Não satisfaz imediatamente as suas necessidades mas
abre a possibilidade de no futuro consumir mais pois os bens de investimento
produzidos no presente vão aumentar o stock de capital da economia, ou seja, vão
aumentar a disponibilidade de recursos.
Questão 7
A fronteira de possibilidades de produção (FPP) dá-nos as combinações
máximas de produção que podem ser obtidas por uma economia dados os
conhecimento tecnológicos e a quantidade de factores de produção disponíveis.
Estamos assim a supôr pleno-emprego dos factores e conhecimento
tecnológico constante.
Questão 8
Com esta questão pretende-se ilustrar através da FPP possíveis respostas às
questões fundamentais colocadas pela ciência económica.
Vamos supôr que as seguintes 5 combinações de produção pertencem à FPP
destaa economia5:
Combinação Máquinas Comida
A 0 10
B 1 9
C 2 7
D 3 4
E 4 0
8.1. Para representar graficamente a FPP temos que saber que pares de bens são
produzidos. Nos eixos do gráfico representam-se então as quantidades físicas
produzidas de cada bem. É indiferente a escolha dos eixos para cada bem.
Neste caso os bens produzidos são máquinas, medidas por exemplo em unidades,
e comida, medida por exemplo em toneladas.
( Hipótese 1 ) ( Hipótese 2 )
4.5
11
(milhares de toneladas)
(milhares de unidades)
10 4
9 3.5
8
máquinas
7 3
comida
6 2.5
5 2
4
3 1.5
2 1
1 0.5
0
0
0 1 2 3 4 5 0 2 4 6 8 10 12
máquinas (milhares de unidades) comida (milhares de toneladas)
5
Para responder à questão não era necessário recorrer a este exmplo numérico. Faz-se para facilitar a
compreensão das questões em análise.
Nota:
As FPP que vamos estudar têm sempre a mesma forma côncava que explicaremos
mais adiante. Sabendo isto podemos representar sempre uma FPP genérica sem
necessidade de conhecer pontos concretos da mesma.
8.2. Cada ponto da FPP representa uma combinação de produção possível face aos
recursos e tecnologia disponíveis na economia. Ou seja, cada ponto da FPP constitui
uma resposta possível ao problema de "O que produzir e em que quantidades?".
11 A
10
9
8 B G
comida
7
6 C
5
4
3 D
2 F
1 E
0
0 1 2 3 4 5
máquinas
(milhares de unidades)
8.4. Esta questão não está presente na construção da FPP. Assim, só de forma
indirecta pode ser analisada através da FPP.
Se o ponto em que a sociedade se posiciona na fronteira corresponder a uma
grande concentração num determinado bem ou conjunto de bens que é consumido por
um grupo particular, então não há dúvida que neste caso a FPP dá-nos uma indicação
sobre a repartição de rendimentos na sociedade a que se refere.
Por exemplo, se a FPP representasse as combinações de produção de bens de
primeira necessidade e de bens de luxo e se a combinação escolhida correspondesse a
uma concentração na produção de bens de luxo, então poderíamos dizer que a
distribuição do rendimento nessa economia não é igualitária pois os estratos mais
ricas da população apropriam-se da maior parte da produção.
12
bens de 1ª necessidade
10
8
B
6
4 D
2
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5
bens de luxo
Questão 9
Ao compararmos as possibilidades de produção de países ricos e de países
pobres no que respeita à produção de bens de primeira necessidade e de bens de luxo
temos comparar dois aspectos, as FPP respectivas e as combinações escolhidas.
Bens de
luxo
País pobre
País rico
Bens de 1ª necessidade
Questão 10
Deslocamentos da FPP para o exterior equivalem a alterações das quantidades
máximas que é possível produzir numa economia.
Isto só vai ser possível se se verificar:
• um aumento da disponibilidade de factores de produção;
• avanços tecnológicos (técnicas de produção mais eficientes).
Questão 11
Para ilustrar os deslocamentos da FPP na sequência da alteração de um dos
factores referidos na questão anterior é conveniente raciocinarmos com base nos
pontos de intersecção da FPP com os eixos. Assim, o ponto de intersecção com o eixo
das ordenadas corresponde à utilização da totalidade dos recursos na produção do bem
A e o ponto de intersecção com o eixo das abcissas à utilização da totalidade dos
recursos na produção do bem B. Sabendo o que acontece a estes dois pontos após as
alterações é suficiente para saber o que acontece à FPP. Basta para isso ligar os dois
novos pontos por uma curva côncava (em arco).
Vamos voltar a considerar o nosso exemplo da Questão 8 e supôr que o bem A
é a comida e o bem B as máquinas.
12
10
8
comida
6
4
2
0
0 1 2 3 4 5 6
máquinas
16
14
12
comida
10
8
6
4
2
0
0 1 2 3 4 5 6
máquinas
25
20
comida
15
10
0 1 2 3 4 5 6
máquinas
12
10
8
comida
6
4
2
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5
máquinas
40
30
comida
20 C
10 A
B
0
0 1 2 3 4 5 6 7
máquinas
deixaram de poder ser utilizadas, pelo que não vão alterar a disponibilidade do recurso
capital nas datas seguintes, quando passam a ser utilizadas no processo produtivos.
Na data 3 a economia X situa-se numa FPP exterior à da data 1 o que terá que
ser consequência de um aumento da disponibilidade de recursos ou da inovação
tecnológica. Como nada nos é dito acerca da alteração dos recursos Terra e Trabalho
nem sobre uma eventual inovação tecnológica, o único recurso cuja disponibilidade
poderá ter aumentado é o capital. Repare-se que as combinações de produção desta
economia se referem a bens de consumo (alimentação) e a bens de investimento
(máquinas), pelo que as suas escolhas de produção vão influenciar a disponibilidade
do recurso capital.
Assim, na data 2 (ponto B) a economia X terá que ter privilegiado a produção
de bens de investimento sacrificando o seu consumo presente. Se decidir produzir 3
unidades de máquinas terá que reduzir a produção de comida para 4 unidades. Das 3
unidades de máquinas produzidas, 1 volta a ter como destino a substituição de outras
tantas que vão para a sucata, mas agora dispõe de mais 2 unidades de máquinas do
que na data 1 para serem utilizadas na produção na data 3.
Na data 3 o país X situa-se então numa nova FPP exterior à inicial porque
dispõe de mais recursos (mais capital). Além disso, pode situar-se numa combinação
que corresponde a uma maior produção de ambos os bens (16 unidades de alimentos e
4 unidades de máquinas), mais do que poderia produzir nas datas 1 e 2 mesmo se
utilizasse a totalidade dos seus recursos numa das produções.
O país Y permanece na FPP inicial e na mesma combinação.
12
10
8 B
comida
6
4
2
0
0 1 2 3 4 5
máquinas
Questão 12
12.1. Lei dos rendimentos decrescentes: utilizando a produção pelos menos um factor
fixo, a partir de determinado nível de utilização do factor variável, a acréscimos
sucessivos e iguais deste último, estarão associados acréscimos cada vez menores da
produção.
É condição necessária para a verificação desta lei que pelo menos um dos
factores de produção esteja fixo.
180
160
140
produção B
120
100
80
60
40
20
0
0 100 200 300 400 500 600 700
produção A
Questão 13
Custo de oportunidade: custo do aumento da produção de um bem medido
em termos da produção do outro bem a que temos que renunciar para podermos
aumentar a produção num determinado montante.
Consideremos novamente a nossa economia que produz apenas máquinas e
comida.
11 A
10
9 B
8
7 C
comida
6
5
4 D
3
2
1 E
0
0 1 2 3 4 5
máquinas
Questão 14
A FPP é uma curva decrescente porque os recursos são escassos. Para
produzir mais de um bem têm que se retirar recursos à produção do outro logo
diminui a respectiva quantidade produzida. A inclinação da FPP está então
directamente relacionada com o conceito de custo de oportunidade. Mas a pergunta
não diz respeito à inclinação da curva mas à sua forma côncava. Note-se que, não
dizendo nada sobre a forma da FPP, esta também poderia ser representada por uma
recta ou uma curva convexa desde que tivessem inclinação negativa. O problema da
escassez pode assim ser ilustrado através do conceito de custo, o custo de
oportunidade, que utiliza como unidade de medida a produção do outro bem.
Assim, a FFP é uma curva côncava devido à lei dos custos de oportunidade
crescentes, ou seja, devido ao comportamento dos custos de oportunidade à medida
11
10 A
9
8
B
7 C
comida
6
5
4
3
D
2
1
0 E
0 1 2 3 4 5
máquinas
Questão 15
A lei dos custos relativos crescentes relaciona o custo de produção de um bem
com a produção do outro bem a que se renuncia.
Lei dos custos crescentes: à medida que se aumenta a produção de um bem, o custo de
produção de quantidades adicionais desse bem aumenta em termos da produção do
outro bem a que se renuncia.
Esta lei, como analisado na questão 14, tem a sua expressão gráfica na forma
côncava da FPP.
Questão 16
A lei dos rendimentos decrescentes mede o custo da produção adicional de um
bem em termos do input adicional necessário para obter essa produção.
A lei dos custos crescentes mede o custo de produção de um bem em termos
da produção alternativa a que se renuncia.
A lei dos rendimentos decrescentes é uma das causas dos custos relativos
crescentes. Se a mesma quantidade adicional do factor variável permite obter
acréscimos cada vez menores de produção então, cada nova unidade produzida de um
bem exige a utilização de uma quantidade cada vez maior do factor. Ora este factor é
retirado à produção do outro bem, logo os decréscimos da sua produção serão cada
vez maiores.
Consideremos o exemplo que temos vindo a seguir.
Lei dos rendimentos decrescentes
Acréscimos iguais Acréscimos decrescentes
=>
do factor variável da produção de Máquinas
Exemplo
Voltemos à produção de máquinas e suponhamos que o factor variável é
apenas o trabalho e conhecemos a produção associada à utilização deste factor:
Trabs Produção Máquinas por
Máquinas +10Trabs
0 0
10 1 1-0=1
20 1,9 1,9-1=0,9
30 2,7 2,7-1,9=0,8
40 3,4 3,4-2,7=0,7
50 4 4-3,4=0,6
Cada novo acréscimos de 10 trabalhadores na produção de máquinas conduz a
um acréscimo da produção de máquinas cada vez menor. Assim, se quisermos que a
produção de máquinas aumente sempre de uma unidade não chega utilizar sempre
mais 10 trabalhadores. Por exemplo para obter a primeira unidade são necessários 10
trabalhadores mas para obtermos a segunda já necessários mais do que 10 pois com
este acréscimo só se obtêm 0,9 máquinas. Ora esses trabalhadores vão ser retirados à
produção de comida e em cada vez maior número.
Nota
A lei dos rendimentos decrescentes é condição suficiente mas não necessária
para que se verifique a lei dos custos de oportunidade crescentes. Para que esta se
verifique basta que nas duas produções os factores comuns sejam utilizados em
diferentes proporções, o que vai originar também rendimentos decrescentes uma vez
que há sempre um factor que é relativamente mais escasso.