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Exercícios Resolvidos sobre:

I - Conceitos Elementares

Grupo I – Análise da Evolução de Séries Temporais

Questão 1
a) No quadro temos uma série temporal relativa ao período entre 0 e 4 para a variável
X.
Comecemos por calcular as taxa de crescimento simples para cada período
para em seguida calcular a respectiva média aritmética.
rt
X 1 − X 0 120 − 100
r1 = = =0,2
X0 100
X 2 − X 1 132 − 120
r2 = = =0,1
X1 120
X 3 − X 2 264 − 132
r3 = = =1
X2 132
X 4 − X 3 277,2 − 264
r4 = = =0,05
X3 264
A média aritmética das taxas de crescimento é dada pela soma de todas as
taxas a dividir pelo número total de taxas:
r1 + r2 + r3 + r4 0,2 + 0,1 + 1 + 0,05
ra = = = 0,3375
4 4
Em média, a nossa variável cresceu à taxa de 33,75% ao ano.

b) A média geométrica das taxas de crescimento somadas à unidade é dada pela raíz
do produto de todas as taxas somadas à unidade sendo o radical igual ao número total
de taxas:
1 + rg = 4 (1 + r1 ) x(1 + r2 ) x(1 + r3 ) x(1 + r4 ) = 4 (1 + 0,2) x(1 + 0,1) x(1 + 1) x(1 + 0,05) = 1,29
rg = 0,29
Vamos deixar a interpretação deste valor para a alínea seguinte.

c) Na alínea c pedem-nos para calcular taxas de crescimento médio e não médias,


aritméticas ou geométricas, das taxas de crescimento, como fizémos nas alíneas
anteriores.
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Para calcular a taxa média de crescimento temos que atender à definição da


mesma: é a taxa de crescimento, igual para todos os períodos, que aplicada ao valor
inicial da variável e assim sucessivamente período após período permite obter o valor
final da mesma.
Vamos calculá-la pelos dois processos que conhecemos embora só
necessitássemos de utilizar um deles. Pela forma como os dados são fornecidos o
processo mais fácil é aquele que se baseia nos valores inicial e final da variável.

( i ) Para o período entre 0 e 3, a taxa de crescimento médio é dada por:

Processo 1
X3 264
r=3 −1= 3 − 1 = 1,382 − 1 = 0,382
X0 100

Processo 2
r = 3 (1 + r1 )(1 + r2 )(1 + r3 ) − 1

r = 3 (1 + 0,2)(1 + 0,1)(1 + 1)(1 + 0,05) − 1


r = 3 2,64 − 1 = 0,382
Entre o período 0 e o período 3 a variável cresceu à taxa média de 38,2% por
período, ou seja, se palicarmos esta taxa ao valor inicial (X0=100) da variável e assim
sucessivamente até ao período 3 vamos obter o valor final, X3=264.

( ii ) Para o período entre 0 e 4, a taxa de crescimento médio é dada por:

Processo 1

X4 277,2
r=4 −1= 4 − 1 = 1,2903 − 1 = 0,29
X0 100

Processo 2
r = 4 (1 + r1 )(1 + r2 )(1 + r3 )(1 + r4 ) − 1

r = 4 (1 + 0,2)(1 + 0,1)(1 + 1)(1 + 0,05) − 1


r = 4 2,772 − 1 = 0,29

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Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Entre o período 0 e o período 4 a variável cresceu à taxa média de 29% por


período, ou seja, se palicarmos esta taxa ao valor inicial (X0=100) da variável e assim
sucessivamente até ao período 4 vamos obter o valor final, X4=277,2.
Se compararmos este resultado com o da alínea a) verificamos que a taxa
média de crescimento não é uma média aritmética das taxas de crescimento simples.
Com efeito, se aplicarmos a média aritmética das taxas ao valor inicial da variável e
assim sucessivamente período após período não obtemos o valor final da mesma.
Por outro lado, se compararmos o resultado com a alínea b) verificamos que a
taxa média de crescimento é igual à média geométrica das taxas de crescimento
simples somadas à unidade.
Podemos ainda constatar que a taxa média de crescimento para o período entre
0 e 3 é superior à taxa média de crescimento para o período entre 0 e 4. Isto acontece
porque a taxa de crescimento simples do período 4 é inferior às dos restantes períodos
o que vai puxar a média geométrica das taxas de crescimento simples somadas à
unidade ou taxa média de crescimento para baixo, entre o período 0 e o período 4.

Questão 2
Consideremos o gráfico seguinte que contém uma série temporal relativa à
produção, com observações trimestrais para 6 anos, de 2010 a 2105.

Produção Industrial

140.00

120.00

100.00

80.00
índices

60.00

40.00

20.00

0.00
i ii iii iv i ii iii iv i ii iii iv i ii iii iv i ii iii iv i ii iii iv
trimestres
2010-2015

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Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Cada ponto do gráfico refere-se à observação da produção relativa a um


trimestre de um determinado ano.
Através da análise do gráfico podemos efectuar diferentes análises da
evolução da produção:

a) Podemos querer saber a tendência da evolução da produção ao longo do conjunto


dos 6 anos em análise.
A tendência de evolução de uma série pode ser interpretada como a característica
dominante da evolução anual, crescente ou decrescente.
Apesar da informação ser trimestral, se verificarmos que, para cada trimestre, a
produção cresceu ano após ano então também terá crescido em todos os anos ( um ano
é soma dos quatro trimestres) e logo ao longo de todo o período.
Os valores do primeiro trimestre crescem em todos os anos excepto em 2013 em
que estagnam. Os valores do segundo trimestre crescem em todos os anos excepto em
2014. Os valores do terceiro crescem em todos os anos. Os valores do quarto trimestre
crescem excepto em 2014.
2010 a 2011 2011 a 2012 2012 a 2013 2013 a 2014 2014 a 2015
1ºTrimestre cresce cresce estagna cresce cresce
2ºTrimestre cresce cresce cresce decresce cresce
3ºTrimestre cresce cresce cresce cresce cresce
4ºTrimestre cresce cresce cresce decresce cresce
Ano=Soma dos CRESCE CRESCE CRESCE ESTAGNA/ CRESCE
trimestres DECRESCE

Olhando para o quadro constatamos que todos os trimestres cresceram na maioria


dos anos pelo que podemos concluir que a tendência de evolução da série foi
crescente.

b-i) Podemos também querer saber como se comporta a produção em cada ano, ou
seja, de trimestre para trimestre.
Verificamos que a produção cresce no segundo trimestre, decresce no terceiro e
torna a crescer no quarto.
2010 2011 2012 2013 2014 2015
1ºT-2ºT cresce cresce cresce cresce cresce cresce
2ºT-3ºT decresce decresce decresce decresce decresce decresce
3ºT-4ºT cresce cresce cresce cresce cresce cresce

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Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Se observarmos os seis anos verificamos que esta evolução trimestral se repete em


todos eles.
Este fenómeno é conhecido por sazonalidade: variações que ocorrem entre os
subperíodos do ano e que se repetem ano após ano, podendo resultar, por exemplo, de
factores climatéricos ou culturais (Verão, Natal,etc.).
Por exemplo, em Setembro, período em que se inicia um novo ano lectivo,
verifica-se um aumento da procura de livros relativamente aos restantes meses do ano.
Temos aqui um factor cultural a determinar uma variação da procura de livros que se
repete todos os anos. Nos meses de Verão aumenta a produção de frutas relativamente
aos restantes meses do ano o que deriva de um factor climatérico.

b-ii) Além das flutuações em cada ano podemos analisar as flutuações ao longo do
período total com base na nossa análise anual inicial.
Olhando para o primeiro quadro constatamos que:
- entre 2010 e 2013 todos os trimestres crescem excepto o primeiro em 2013
pelo que podemos dizer que foi um período de crescimento;
- em 2014, o primeiro e terceiro trimestre crescem mas o segundo e o quarto
decrescem: se as duas evoluções opostas se compensam temos estagnação se o
decrescimento é mais forte temos decrescimento;
- em 2015 todos os trimestres voltam a crescer.
Temos então crescimento de 2010 a 2013, decrescimento em 2014 e
novamente crescimento em 2015.

c) Já sabemos que a tendência de evolução da produção entre 2010 e 2015 foi de


crescimento (alínea a). Mas também sabemos que determinados anos se comportaram
de forma diferente (alínea b-ii).
No período total podemos então identificar sub-períodos de evolução, isto é,
identificar os anos em que a produção cresceu, aqueles em que estagnou e aqueles em
que decresceu. Atendendo à análise da alínea anterior, os sub-períodos de crescimento
são dois: 2010 a 2013 e 2015; e temos também um sub-período de decrescimento (ou
estagnação), 2014.

d) Para concluir, face às diversas análises que realizámos podemos dizer que, se o
nosso objectivo é efectuar uma análise da evolução anual da produção mas as

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Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

observações referem-se a subperíodos do ano, a trimestres, então temos que comparar


os mesmos trimestres dos diferentes anos.
Se utilizássemos trimestres diferentes de anos consecutivos estaríamos a
enviesar a nossa análise devido ao fenómeno da sazonalidade: diferentes trimestres
estão sujeitos a influências diferentes, para além daquelas que afectam anualmente
todos os trimestres e que variam de ano para ano.

Questão 3
Consideremos o quadro com os valores trimestrais de X para dois anos. Como
os valores são trimestrais e queremos uma análise da evolução anual temos que
calcular as respectivas taxas de crescimento homólogas anuais1:
Trimestre/ano X Trimestre/ano X rs(t)
I/1 100 I/1 135 X I ( 2) 135
rI ( 2 ) = −1= − 1 =0,35
X I (1) 100
II/1 110 II/2 150 X II ( 2 ) 150
rII ( 2 ) = −1 = − 1 =0,36
X II (1) 110
III/1 125 III/2 170 X III ( 2 ) 170
rIII ( 2 ) = −1 = − 1 =0,36
X III (1) 125
IV/1 130 IV/2 175 X IV ( 2 ) 175
rIV ( 2 ) = −1 = − 1 =0,35
X IV (1) 130
Como podemos verificar as taxas homólogas anuais são semelhantes dado que
tivémos em conta o fenómeno da sazonalidade. Já se tivéssemos comparado o valor
do quarto trimestre do ano 2 com o do primeiro trimestre do ano 1 tínhamos obtido
uma taxa de 0,75 enviesada para cima uma vez que X cresce trimestre a trimestre em
cada ano.

Questão 4
Com o exercício 4 pretendemos comparar a evolução da produção de cimento
no país A e no país B que, como podemos constatar, têm valores com ordem de
grandezas muito diferentes (A na casa das centenas e B na casa das centenas de
milhares).

1 X s ( t ) − X s ( t −1) X s (t )
Uma taxa de crescimento homóloga é igual a : r = = −1
s (t )
X s ( t −1) X s ( t −1)

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Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Podemos efectuar esta análise através de um gráfico. A questão é saber se esta


análise comparada é mais fácil utilizando um gráfico com valores absolutos ou com
valores relativos (índices).
Comecemos por desenhar o gráfico com valores absolutos. Como se trata da
representação gráfica de séries temporais, no eixo horizontal ou eixo das abcissas
inscrevemos os períodos aos quais se referem as observações, neste caso o ano, e no
eixo vertical ou eixo das ordenadas inscrevemos as toneladas de cimento.

800000

600000
País A
400000
País B
200000

0
1985 1986 1987 1988 1989 1990

Como podemos constatar, a diferença na ordem de grandeza dos valores da


produção de cimento nos dois países não permite a comparação da mesma utilizando
um único gráfico.
Para representarmos ambas as evoluções no mesmo gráfico, a escala utilizada
faz com que a produção no país A pareça igual a zero em qualquer dos anos e sem
variação.
Vamos então calcular as séries de números índices e desenhar o respectivo
gráfico:
It/85
País A País B
I85/85=100 I85/85=100
111 437989
I86/85= x100 =109,9 I86/85= x100 =110
101 398172
139 547486
I87/85= x100 =137,6 I87/85= x100 =137,5
101 398172
142 558436
I88/85= x100 =140,6 I88/85= x100 =140,2
101 398172
153 603111
I89/85= x100 =151,5 I89/85= x100 =151,5
101 398172
176 693578
I90/85= x100 =174,3 I90/85= x100 =174,2
101 398172

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Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Utilizando números índices é então fácil de verificar que a evolução da


produção de cimento nos dois países é praticamente a mesma: relativamente ao ano
base, 1985, em qualquer dos países a produção de cimento aumentou na mesma
proporção em todos os anos.
Apesar dos valores absolutos da produção de cimento serem muito diferentes
nos dois países a sua evolução neste período foi idêntica.
Passando agora à representação gráfica das séries em índices verificamos que
não existe já qualquer dificuldade em representar as duas séries no mesmo gráfico
sendo imediata a percepção de idêntica evolução das duas séries.

200

150
País A
100
País B
50

0
1985 1986 1987 1988 1989 1990

Note-se que quando dispomos apenas de séries em números índices apenas


podemos efectuar uma comparação da evolução das séries. Nada podemos dizer
acerca dos respectivos valores absolutos.

Exercício 5
a) Se quisermos comparar a evolução do peixe negociado na lota nos dois anos
podemos começar por representar graficamente os respectivos valores.
Como se trata da representação gráfica de séries temporais, no eixo horizontal
ou eixo das abcissas inscrevemos os períodos aos quais se referem as observações,
neste caso os meses do ano, e no eixo vertical ou eixo das ordenadas inscrevemos as
toneladas de peixe negociado em cada mês.
O gráfico vai ser composto por duas curvas, uma para o ano de 1990 e uma
para o ano de 1991 e terá o seguinte aspecto:

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Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Evolução do peixe negociado na lota em 1990 e 1991

14
12
10
toneladas

8 Ano1990
6 Ano1991
4
2
0
iro

o
o

o
iro

o
ço

to

ro
il

br
br

br
r

ai

nh

lh
Ab

os

ub
re
ne

ar

em
m
Ju

em
Ju
ve

Ag
M

ut
Ja

te

ov

ez
O
Fe

Se

D
meses

A partir do gráfico podemos ver que a quantidade de peixe negociado na lota


evolui de forma semelhante ao longo dos dois anos: diminui em Fevereiro, aumentou
até Julho/Agosto e em seguida diminui sempre até Dezembro.

b-i) Podemos também retratar a evolução da quantidade de peixe negociado


escrevendo as séries na forma de números índices. Se tomarmos como período de
referência ou período base o mês de Fevereiro de 1991 os índices para os restantes
meses virão:
Xt
I t / Fev 91 = x100
X Fev 91
sendo X a quantidade de peixe negociado em cada mês e t o mês em questão.
It/Fev91
8,5 12,1 8,6 12,3
IJan90/Fev91= x100 =110 IJul90/Fev91= x100 =157 IJan91/Fev91= x100 =112 IJul91/Fev91= x100 =160
7,7 7,7 7,7 7,7
7,9 12,4 IFev91Fev91=100 11,6
IFev90/Fev91= x100 =103 IAg90/Fev91= x100 =161 IAg91/Fev91= x100 =151
7,7 7,7 7,7
9,3 11,8 8,3 10,9
IMar90/Fev91= x100 =121 ISet90/Fev91= x100 =153 IMar91/Fev91= x100 =108 ISet91/Fev91= x100 =142
7,7 7,7 7,7 7,7
10,1 10,3 9,1 11
IAb90/Fev91= x100 =131 IOut90/Fev91= x100 =134 IAb91/Fev91= x100 =118 IOut91/Fev91= x100 =143
7,7 7,7 7,7 7,7
11,5 9,1 12 10,1
IMaio90/Fev91= x100 =149 INov90/Fev91= x100 =118 IMaio91/Fev91= x100 =156 INov91/Fev91= x100 =131
7,7 7,7 7,7 7,7
12,2 8,7 11,8 8,9
IJun90F/ev91= x100 =158 IDez90/Fev91= x100 =113 IJun91/Fev91= x100 =153 IDez91/Fev91= x100 =116
7,7 7,7 7,7 7,7

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Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

b-ii) Se, por qualquer razão, quisermos alterar o período base da série em números
índices apenas necessitamos dos valores na base antiga.
Tomando o mês de Agosto de 1990 como novo período base, os índices para
os restantes meses virão:
I t / Fev 91
I t / Ag 90 = x100
I Ag 90 / Fev 91

It/Ag90
110 157 112 160
IJan90/Ag90= x100 =69 IJul90/Ag90= x100 =98 IJan91/Ag90= x100 =69 IJul91/Ag90= x100 =99
161 161 161 161
103 IAg90/Ag90=100 100 151
IFev90/Ag90= x100 =64 IFev91/Ag90= x100 =62 IAg91/Ag90= x100 =94
161 161 161
121 153 108 142
IMar90/Ag90= x100 =75 ISet90/Ag90= x100 =95 IMar91/Ag90= x100 =67 ISet91/Ag90= x100 =88
161 161 161 161
131 134 118 143
IAb90/Ag90= x100 =81 IOut90/Ag90= x100 =83 IAb91/Ag90= x100 =73 IOut91/Ag90= x100 =89
161 161 161 161
149 118 156 131
IMaio90/Ag90= x100 =93 INov90/Ag90= x100 =73 IMaio91/Ag90= x100 =97 INov91/Ag90= x100 =81
161 161 161 161
158 113 153 116
IJun90/Ag90= x100 =98 IDez90/Ag90= x100 =70 IJun91/Ag90= x100 =95 IDez91/Ag90= x100 =72
161 161 161 161

c) A partir dos valores mensais é possível calcular valores médios trimestrais, ou seja,
saber como é que se portou em média o mês de um determinado trimestre.
O valor médio trimestral é a média aritmética dos meses que fazem parte do
trimestre:
X Jan + X Fev + X Mar X Ab + X Maio + X Jun
X Ia = X IIa =
3 3
X Jul + X Ag + X Set X Out + X Nov + X Dez
X IIIa = X IVa =
3 3
Médias trimestrais
1990 1991
8,5 + 7,9 + 9,3 8,6 + 7,7 + 8,3
X Ia = =8,6 X Ia = =8,2
3 3
10,1 + 11,5 + 12,2 9,1 + 12 + 11,8
X IIa = =11,3 X IIa = =10,9
3 3
12,1 + 12,4 + 11,8 12,3 + 11,6 + 10,9
X IIIa = =12,1 X IIIa = =12,6
3 3
1,3 + 9,1 + 8,7 11 + 10,1 + 8,9
X IVa = =9,4 X IVa = =10
3 3

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Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Temos uma nova série relativa ao peixe negociado na lota, agora composta por
valores médios trimestrais.

d) A série anterior pode também ser escrita na forma de números índices.


Para calcularmos a série de números índices vamos considerar como base não
um dos valores médios trimestrais mas o valor médio anual de 1990. Como o ano é
composto por doze meses ou quatro trimestres, o valor médio de 1990 pode ser
calculado de duas formas:

X Jan + X Fev + X Mar + X Ab + X Maio + X Jun + X Jul + X Ag + X Set + X Out + X Nov + X Dez
X a 90 = =
12

8,5 + 7,9 + 9,3 + 10,1 + 11,5 + 12,2 + 12,1 + 12,4 + 11,8 + 10,3 + 9,1 + 8,7
= = 10,32
12

Xa I 90 + Xa II 90 + Xa III 90 + Xa IV 90 8,6 + 11,3 + 12,1 + 9,4


X a 90 = = = 10,32
4 4
Já estamos em condições de calcular os índices trimestrais:
Xat
I t / Média 90 = x100
Xa90
designando t os trimestres.
It/média90
8,6 8,2
II90/média90= x100 =82,97 II91/média90= x100 =79,6
10 10
11,3 10,9
III90/média90= x100 =109,12 III91//média90= x100 =106,2
10 10
12,1 11,6
IIII90/média90= x100 =117,2 IIII91/média90= x100 =112,3
10 10
9,4 10
IIV90/média90= x100 =90,72 IIV91/média90= x100 =96,9
10 10

Questão 6
a) O quadro contém uma série temporal relativa à produção sob a forma de números
índices:

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Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Tendo esta série e o valor absoluto da produção ou quantidade produzida de pelo


menos um dos anos é possível determinar as quantidades produzidas nos restantes
anos com base na fórmula do índice simples.
Se o valor absoluto fornecido fosse o do ano base podíamos de imediato
calcular o valor absoluto dos outros anos já que este valor entra no cálculo do índice
para todos eles.
Como o valor fornecido se refere a 1993 vamos começar por, com base na
fórmula do índice de 1993, calcular o valor absoluto da produção no ano base, 1988:
X 1993
I1993/1988 = x100
X 1988
1000
112,4= x100
X 1988

1000
X1988= x100
112,4
X1988=890 ton
Agora é então imediato calcular o valor absoluto da produção nos restantes
anos:
Xt
It/1988 = x100
X 1988

I t / 88 xX 1988
Xt=
100
I t / 88 x890
Xt=
100
Valor absoluto ou quantidade produzida
I 85 / 88 x890 77,5 x890 I 90 / 88 x890 103,1x890
X1985= = =690 X1990= = =918
100 100 100 100
I 86 / 88 x890 89,2 x890 I 91 / 88 x890 107,2 x890
X1986= = =794 X1991= = =954
100 100 100 100
I 87 / 88 x890 98x890 I 92 / 88 x890 109,8 x890
X1987= = =872 X1992= = =977
100 100 100 100
I 89 / 88 x890 101,5 x890
X1989= = =903
100 100

b) Pode acontecer que haja necessidade de mudar o ano base de cálculo da série de
números índices (em geral porque a base antiga se vai desactualizando e deixa de ser
considerada como um período de referência).

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


12
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

A mudança de base é efectuada facilmente através da série de números índices


na base antiga.
Se b designar a base antiga e k a nova base, então o índice de t na nova base é
dado por,
It /b
It/k = x100
Ik /b
Ou seja, obtém-se dividindo o índice de t na base antiga pelo índice de k, a nova base,
na base antiga.
Para o nosso exercício, a base antiga é o ano de 1988 e a nova base o ano de
1985, pelo que os índices na nova base vêm:
I t / 88
It/85 = x100
I 85 / 88
Índice de Produção
(1985=100)
I85/85 =100 I 90 / 88 103,1
I90/85 = x100= x100=133
I 85 / 88 77,5
I 86 / 88 89,2 I 91 / 88 107,2
I86/85 = x100= x100=115,1 I91/85 = x100= x100=138,3
I 85 / 88 77,5 I 85 / 88 77,5
I 87 / 88 98 I 92 / 88 109,8
I87/85 = x100= x100=126,5 I92/85 = x100= x100=141,7
I 85 / 88 77,5 I 85 / 88 77,5
I 88 / 88 100 I 93 / 88 112,4
I88/85 = x100= x100=129 I93/85 = x100= x100=145
I 85 / 88 77,5 I 85 / 88 77,5
I 89 / 88 101,5
I89/85 = x100= x100=131
I 85 / 88 77,5

Questão 8
A decomposição da evolução de uma grandeza nominal é muito utilizada
quando da análise da evolução da produção de um país.
O valor da produção de um país designa-se por Produto Interno Bruto (PIB).
Como num país se produzem inúmeros bens e serviços, avaliados em termos físicos
em unidades diferentes, se queremos conhecer o valor da respectiva produção temos
que reduzir a produção dos diferentes bens a uma unidade comum, a unidade
monetária, no caso português o escudo.
O valor da produção de um país é então função das quantidades produzidas e
dos preços, ou seja, trata-se de uma grandeza nominal.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


13
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Como decompôr a evolução do PIB, em evolução real e dos preços? Temos


que ter em atenção o período ao qual se referem as quantidades e preços utilizados no
cálculo do PIB.
Quando analisamos a evolução da produção de um país podemos estar apenas
interessados na evolução do valor da produção ou podemos querer decompôr essa
evolução em variação de quantidades e variação de preços.
Ora, através da relação nossa conhecida entre taxa de crescimento real, taxa de
crescimento real e taxa de crescimento dos preços sabemos que, conhecendo duas das
taxas, é possível determinar a terceira que nos falta.
A partir do PIB e aplicando a fórmula da taxa de crescimento simples
podemos assim determinar:
- a taxa de crescimento do valor da produção, ou taxa de crescimento nominal,
dada por2:
PIB(t ) Pt PIB de t a preços correntes
rYt = −1= −1
PIB(t − 1) pt −1 PIB de t - 1 a preços correntes

já que estamos a comparar quantidades produzidas em anos consecutivos


avaliadas a preços dos anos respectivos, pelo que variação relativa que
obtemos é uma variação de preços e quantidades, ou seja, é uma variação
nominal.
- a taxa de crescimento das quantidades produzidas ou taxa de crescimento real:
PIB(t ) Pt −1 PIB de t a preços do ano anterior
rQt = −1= −1
PIB(t − 1) pt −1 PIB de t - 1 a preços correntes

já que estamos a comparar quantidades produzidas em anos consecutivos mas


avaliados aos mesmos preços pelo que a variação que obtemos é apenas uma
variação de quantidades.
- a taxa de crescimento dos preços:
PIB(t ) Pt PIB de t a preços correntes
rPt = −1 = −1
PIB(t ) pt −1 PIB de t - 1 a preços do ano anterior

já que estamos a comparar as mesmas quantidades mas avaliadas a preços de anos


consecutivos pelo que a variação que obtemos é apenas uma variação de preços.

2
Uma taxa de crescimento simples é igual a : rt = X t − X t −1 = X t − 1
X t −1 X t −1

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


14
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Contudo, se conhecermos duas das taxas já sabemos como calcular a terceira


através da relação entre taxas de crescimento nominal, real e de preços. Por exemplo,
dispondo dos valores do PIB a preços correntes e a preços do ano anterior podemos
determinar as taxas de crescimento nominal e real através de uma taxa de crescimento
simples e a taxa de crescimento dos preços através da relação:
1 + rYt
rPt = −1
1 + rQt

No quadro temos os valores do PIB a preços correntes e a preços do ano


anterior para Portugal em milhões de escudo.
Queremos preencher as colunas em branco do quadro para o que temos que
saber como evoluiu a produção nominal, a produção real e os preços. Basta-nos para
isso calcular duas das evoluções e obtemos a terceira.

Passo 1: determinar a taxa de crescimento das quantidades produzidas ou taxa de


crescimento real
rq
PIB(87) P86 PIB de 87 a preços do ano anterior 5.445.499 =0,08
rQ87 = −1 = −1 = −1
PIB(86) p86 PIB de 86 a preços correntes 5.048.501
PIB(88) P87 PIB de 88 a preços do ano anterior 6.289.696 =0,06
rQ88 = −1 = −1 = −1
PIB(87) p87 PIB de 87 a preços correntes 5.948.432
PIB(89) P88 PIB de 89 a preços do ano anterior 7.605.241 =0,07
rQ89 = −1 = −1 = −1
PIB(88) p88 PIB de 88 a preços correntes 7.100.357
PIB(90) P89 PIB de 90 a preços do ano anterior 9.083.616 =0,08
rQ90 = −1 = −1 = −1
PIB(89) p89 PIB de 89 a preços correntes 8.388.429
PIB(91) P90 PIB de 91 a preços do ano anterior 10.418.786 =0,03
rQ91 = −1 = −1 = −1
PIB(90) p90 PIB de 90 a preços correntes 10072.063
PIB(92) P91 PIB de 92 a preços do ano anterior 11.948.232 =0,04
rQ92 = −1 = −1 = −1
PIB(91) p91 PIB de 91 a preços correntes 11.534.190
PIB(93) P92 PIB de 93 a preços do ano anterior 12.926.953 =0,00
rQ93 = −1 = −1 = −1
PIB(92) p92 PIB de 92 a preços correntes 12.951.001

Passo 2: determinar a taxa de crescimento da produção nominal


ry
PIB(87) P87 PIB de 87 a preços correntes 5.948.432
rY87 = −1 = −1 = − 1 =0,18
PIB(86) p86 PIB de 86 a preços correntes 5.048.501

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


15
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

PIB(88) P88 PIB de 88 a preços correntes 7.100.357


rY88 = −1 = −1 = − 1 =0,19
PIB(87) P87 PIB de 87 a preços correntes 5.948.432
PIB(89) P87 PIB de 89 a preços correntes 8.388.429
rY89 = −1 = −1 = − 1 =0,18
PIB(88) p88 PIB de 88 a preços correntes 7.100.357
PIB(90) P90 PIB de 90 a preços correntes 10.072.063
rY90 = −1 = −1 = − 1 =0,20
PIB(89) p89 PIB de 90 a preços correntes 8.388.429
PIB(91) P91 PIB de 91 a preços correntes 11.534.190
rY91 = −1 = −1 = − 1 =0,15
PIB(90) p90 PIB de 90 a preços correntes 10.072.063
PIB(92) P92 PIB de 92 a preços correntes 12.951.001
rY92 = −1 = −1 = − 1 =0,12
PIB(91) p91 PIB de 91 a preços correntes 11.534.190
PIB(93) P93 PIB de 93 a preços correntes 13.545.854
rY93 = −1 = −1 = − 1 =0,05
PIB(92) p92 PIB de 92 a preços correntes 12.951.001

Passo 3: determinar a taxa de crescimento dos preços


rp
1 + rY87 1 + 0,18 1 + rY91 1 + 0,15
rP87 = −1= − 1 =0,09 rP91 = −1= − 1 =0,11
1 + rQ87 1 + 0,08 1 + rQ91 1 + 0,03
1 + rY88 1 + 0,19 1 + rY92 1 + 0,12
rP88 = −1= − 1 =0,13 rP92 = −1= − 1 =0,08
1 + rQ88 1 + 0,06 1 + rQ92 1 + 0,04
1 + rY89 1 + 0,18 1 + rY93 1 + 0,05
rP89 = −1= − 1 =0,10 rP93 = −1= − 1 =0,05
1 + rQ89 1 + 0,07 1 + rQ93 1 + 0,00
1 + rY90 1 + 0,20
rP90 = −1= − 1 =0,11
1 + rQ90 1 + 0,08
Comparando as três taxas de crescimento nos vários anos verificamos que, por
exemplo, em 1987 e em 1989 o valor da produção cresceu à mesma taxa, mas
quantidades e preços cresceram a taxas diferentes nos dois anos. Em 1987 foram as
quantidades que cresceram mais, enquanto em 1989 foram os preços. Assim, às
mesmas variações nominais podem corresponder diferentes variações de quantidades
e preços.
Por outro lado, em 1993, embora o valor da produção tenha crescido tal deveu-
se exclusivamente à variação dos preços.
Em conclusão, o valor da produção cresceu em todos os anos mas em todos os
anos cresceu sobretudo devido ao crescimento dos preços e não das quantidades.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


16
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Questão 9
A decomposição da evolução de uma grandeza nominal em quantidades e
preços é também de grande importância quando se fala numa outra variável, o salário,
ou seja, a quantidade de moeda que o trabalhador recebe como pagamento do seu
trabalho.
O salário pode ser entendido de duas formas:
- salário nominal (Wn), ou seja, a quantidade de moeda que o trabalhador
recebe;
- salário real (Wr), a quantidade de bens e serviços que o trabalhador pode
adquirir com o salário nominal que recebe.
A um trabalhador interessa que o seu salário real cresça pois isso significa que
pode adquirir mais bens e serviços com o seu salário nominal.
Mas para que o salário real cresça não basta que aumente o salário nominal. Se
o crescimento dos preços for superior ao crescimento do salário nominal o trabalhador
pode receber uma maior quantidade de moeda mas a quantidade de bens e serviços
que consegue adquirir com essa quantidade de moeda diminui.
Para conhecermos a evolução do salário real temos então que descontar à taxa
de crescimento do salário nominal a taxa de crescimento dos preços:
1 + rWn
rWr = −1
1 + rP
sendo o IPC um índice que traduz a evolução do preço médio de um cabaz de bens e
serviços considerado representativo dos hábitos de consumo dos trabalhadores.
Para analisar a evolução do salário real na Indústria Transformadora e na
Construção necessitamos da taxa de crescimento do salário nominal e da taxa de
crescimento dos preços.
Como já conhecemos a taxa de crescimento dos preços (é a variação relativa
do IPC) e temos séries em números índices das remunerações nominais, a primeira
coisa a fazer é, utilizando os índices, calcular as taxas de crescimento do salário
nominal.
Em seguida, podemos já utilizar a relação entre taxa de crescimento do salário
real, do salário nominal e dos preços para calcular a primeira.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


17
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Passo 1: calcular a taxa de crescimento simples do salário nominal3:


I Wnt / 80
rWnt = −1
I Wnt −1/ 80

rWnt
Indústria Transformadora Construção
I Wn78 / 80 69,3 I Wn78 / 80 66,6
rWn78 = −1= − 1 =0,16 rWn78 = −1= − 1 =0,15
I Wn77 / 80 59,5 I Wn77 / 80 58,1
I Wn79 / 80 80,4 I Wn79 / 80 79,6
rWn79 = −1= − 1 =0,16 rWn79 = −1= − 1 =0,20
I Wn78 / 80 69,3 I Wn78 / 80 66,6
I Wn80 / 80 100 I Wn80 / 80 100
rWn80 = −1= − 1 =0,24 rWn80 = −1= − 1 =0,26
I Wn79 / 80 80,4 I Wn79 / 80 79,6
I Wn81/ 80 121,7 IWn81/ 80 128,1
rWn81 = −1= − 1 =0,22 rWn81 = −1 = − 1 =0,28
I Wn80 / 80 100 IWn80 / 80 100
I Wn82 / 80 143,5 I Wn82 / 80 160,1
rWn82 = −1= − 1 =0,18 rWn82 = −1= − 1 =0,25
I Wn81/ 80 121,7 I Wn81/ 80 128,1
I Wn83/ 80 169,1 I Wn83 / 80 196,1
rWn83 = −1= − 1 =0,18 rWn83 = −1= − 1 =0,22
I Wn82 / 80 143,5 I Wn82 / 80 160,1
I Wn84 / 80 199,7 I Wn84 / 80 218,4
rWn84 = −1= − 1 =0,18 rWn84 = −1= − 1 =0,11
I Wn83/ 80 169,1 I Wn83 / 80 196,1
I Wn85 / 80 240,5 I Wn85 / 80 268,9
rWn85 = −1= − 1 =0,20 rWn85 = −1= − 1 =0,23
I Wn84 / 80 199,7 I Wn84 / 80 218,4
O salário nominal cresceu em todos os anos quer na Indústria Transformadora
quer na Construção. Mas os preços também cresceram sempre, logo o salário real
pode não ter aumentado.

Passo 2: Calcular a taxa de crescimento do salário real4:


1 + rWnt
rWrt = −1
1 + rPt

3
Para calcular uma taxa de crescimento simples é indiferente utilizar os valores absolutos ou os valores
em índices da variável. No caso de se utilizarem índices a taxa de crescimento simples é igual ao
quociente entre os índices de dois anos consecutivos menos a unidade.
4
Para calcular a taxa de crescimento do salário real temos que dividir a taxa de crescimento dos preços
por 100 pois o valor que nos é dado está em percentagem.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


18
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

rWrt
Indústria Transformadora Construção
1 + rWn78 1 + 0,16 1 + rWn78 1 + 0,15
rWr78 = −1= − 1 =-0,05 rWr78 = −1= − 1 =-0,06
1 + rP78 1 + 0,221 1 + rP78 1 + 0,221
1 + rWn79 1 + 0,16 1 + rWn79 1 + 0,20
rWr79 = −1= − 1 =-0,07 rWr79 = −1= − 1 =-0,04
1 + rP79 1 + 0,242 1 + rP79 1 + 0,242
1 + rWn80 1 + 0,24 1 + rWn80 1 + 0,26
rWr80 = −1= − 1 =0,07 rWr80 = −1= − 1 =0,08
1 + rP80 1 + 0,166 1 + rP80 1 + 0,166
1 + rWn81 1 + 0,22 1 + rWn81 1 + 0,28
rWr81 = −1= − 1 =0,01 rWr81 = −1= − 1 =0,07
1 + rP81 1 + 0,20 1 + rP81 1 + 0,20
1 + rWn82 1 + 0,18 1 + rWn82 1 + 0,25
rWr82 = −1= − 1 =-0,04 rWr82 = −1= − 1 =0,02
1 + rP82 1 + 0,224 1 + rP82 1 + 0,224
1 + rWn83 1 + 0,18 1 + rWn83 1 + 0,22
rWr83 = −1= − 1 =-0,06 rWr83 = −1= − 1 =-0,02
1 + rP83 1 + 0,255 1 + rP83 1 + 0,255
1 + rWn84 1 + 0,18 1 + rWn84 1 + 0,11
rWr84 = −1= − 1 =-0,09 rWr84 = −1= − 1 =-0,14
1 + rP84 1 + 0,293 1 + rP84 1 + 0,293
1 + rWn85 1 + 0,20 1 + rWn85 1 + 0,23
rWr85 = −1= − 1 =0,01 rWr85 = −1= − 1 =0,03
1 + rP85 1 + 0,193 1 + rP85 1 + 0,193

Apesar do salário nominal ter crescido sempre foram mais os anos de


diminuição do salário real do que de aumento. Isto aconteceu devido ao forte
crescimento dos preços em qualquer dos anos.
Podemos representar graficamente as três taxas de crescimento:

0,400
0,300
0,200 rIPC
0,100 rWn(B)
0,000 rWr(B)
-0,100
78

79

80

81

82

83

84

85
19

19

19

19

19

19

19

19

-0,200

O salário nominal cresceu sempre mas só em 1981, 82 e 85 se traduziu num


crescimento do salário real. Nos outros anos o crescimento dos preços foi superior ao
crescimento do salário nominal do que resultou uma diminuição do salário real.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


19
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

0,400
0,300
0,200 rIPC
0,100 rWn(C)
0,000 rWr(C)
-0,100

78

79

80

81

82

83

84

85
19

19

19

19

19

19

19

19
-0,200

O salário nominal cresceu sempre mas só em 1980, 81, 82 e 85 se traduziu


num crescimento do salário real. Nos outros anos o crescimento dos preços foi
superior ao crescimento do salário nominal do que resultou uma diminuição do salário
real.

Questão 10
Quando decidimos aplicar o nosso dinheiro o preço que cobramos é o juro, ou
seja, no final do período da aplicação vamos receber uma quantidade de moeda
superior à que tínhamos inicialmente.
Consideremos os dados do exercício 10. Vamos designar por V0 o capital
inicial de que dispomos para emprestar e por iN a taxa de juro que cobramos pelo
empréstimo, ou seja, a taxa de juro nominal:

V0=5000$00 iN=0,06

a) Vamos emprestar os nossos 5000$00 durante um ano e, no final desse ano,


vamos receber um montante superior, o montante inicial mais os juros:
V0=5000$ V1=?

0 1
V1=V0(1+iN)=5000x1,06=5300$00

No final do ano recebemos 5300$00, um montante superior ao que tínhamos


inicialmente.

b) Mas se não utilizámos imediatamente a moeda de que dispúnhamos para


adquirir bens e serviços é porque esperamos que, com o dinheiro adicional que vamos

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


20
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

receber, poderemos adquirir uma maior quantidade de bens e serviços, ou seja,


esperamos aumentar o nosso poder de compra.
Ora isto só vai ser possível se durante o período da aplicação os preços não
tiverem crescido a um ritmo superior aos dos juros.
Em resumo, quando aplicamos o nosso dinheiro a taxa de juro que nos
interessa não é a taxa de juro nominal (iN), que traduz a evolução da quantidade de
moeda, mas a taxa de juro real (iR), que traduz a evolução do poder de compra da
moeda de que dispomos e se obtém descontando à taxa de juro nominal a evolução
dos preços (iP):
1 + iN
iR = −1
1 + iP
A inflação durante este ano foi de 15%. Isto significa que o preço dos bens em
geral cresceu 15%, ou seja, cresceram mais do que o nosso capital que só cresceu à
taxa de 6%. Assim, apesar de termos mais dinheiro no ano 1 o montante de bens e
serviços que conseguimos comprar é inferior ao que conseguíamos comprar com os
5000$00 que tínhamos no ano 0.
Para verificar o que dissémos podemos calcular a taxa de juro real, que nos dá
a evolução da quantidade de bens e serviços que podemos adquirir com o nosso
capital, ou seja, a evolução do nosso poder de compra:
1 + iN 1 + 0,06
iR = −1= − 1 =-0,08
1 + iP 1 + 0,15
Em termos de poder de compra constante, i.é, as quantidades de bens e
serviços que adquirimos com os nossos 5300$00 a preços do ano 0, recebemos,
V1constante=V0(1+iR)=5000x0,92=4600$00
Inferior aos nossos 5000$00 iniciais logo o nosso poder de compra diminui.
Assim, apesar de dispormos de um capital superior o nosso poder de compra
diminuiu pelo que não realizámos o objectivo da nossa aplicação que era aumentar a
quantidade de bens e serviços adquirida.
Este problema é conhecido por ilusão monetária: os agentes económicos
interpretam as variações nominais como equivalentes a variações reais, não tendo em
atenção as variações dos preços, acabando por perder poder de compra quando os
preços aumentam a um ritmo superior ao dos valores nominais.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


21
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

1 + iN
c) Sabemos que iR = − 1 , iP=0,15 e iR=0,03. Então,
1 + iP

iN=(1+iR)x(1+iP)-1=1,03x1,15-1=0,1845
Para podermos aumentar o nosso poder de compra em 3% com a aplicação que
fizémos, a taxa de juro do empréstimo teria de ser de 18,45%, face ao aumento
registado nos preços.

Questão 11
a)Este problema é semelhante ao anterior mas agora o prazo do empréstimo é
superior.
Fez-se um contrato de empréstimo por três anos, novamente com o objectivo de,
ao fim dos três anos, vermos o nosso poder de compra aumentado.
Conhecendo nós o problema da ilusão monetária sabemos que, para termos um
ganho real, a taxa de juro a ter em conta não é a taxa de juro nominal (8%) mas a taxa
de juro real.
No início do período do nosso empréstimo, ou seja, quando realizamos o contrato,
apenas dispomos de uma estimativa da taxa de juro real face à inflação anunciada pela
Governo.
Temos então que começar por calcular a taxa de juro real prevista para cada um
dos três anos e em seguida calcular a taxa de juro real prevista para o período,
problema semelhante ao do cálculo de uma taxa de crescimento médio.

8% 8% 8% iN
8% 6% 4% iP esperada
0 1 2 3

Passo 1
1 + iN1 1 + 0,08
iR1 = −1 = − 1 =0
1 + iP1 1 + 0,08

1 + iN 2 1 + 0,08
iR 2 = −1 = − 1 =0,019
1 + iP2 1 + 0,06

1 + iN 3 1 + 0,08
iR 3 = −1 = − 1 =0,038
1 + iP3 1 + 0,04

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


22
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

No primeiro ano o ganho real esperado com o empréstimo é nulo, nos


seguintes já é positivo. Mas o que interessa é a taxa de juro real média para o conjunto
dos três anos.

Passo 2

iR = 3 (1 + iR1 ) x(1 + iR2 ) x(1 + iR3 ) − 1 = 3 (1 + 0) x(1 + 0,019) x(1 + 0,038) − 1 =


= 3 1,057722 − 1 = 1,019 − 1 = 0,019
A taxa de juro real prevista à data da realização do empréstimo é de 1,9% ano.

b-i) Ao fim dos três anos já podemos calcular qual foi efectivamente o nosso ganho
real face à inflação que na realidade se verificou.
Os passos para a resolução desta alínea são os mesmos da alínea anterior.
8% 8% 8% iN
10% 13% 15% iP efectiva
0 1 2 3

Passo 1
1 + iN1 1 + 0,08
iR1 = −1 = − 1 =-0,018
1 + iP1 1 + 0,1

1 + iN 2 1 + 0,08
iR 2 = −1 = − 1 =-0,04
1 + iP2 1 + 0,13

1 + iN 3 1 + 0,08
iR 3 = −1 = − 1 =-0,06
1 + iP3 1 + 0,15

Efectivamente, ao contrário do esperado, em todos os anos houve uma perda


real e não um ganho. Novamente o que interessa é a taxa de juro real média para o
conjunto dos três anos.

Passo 2

iR = 3 (1 + iR1 ) x(1 + iR2 ) x(1 + iR3 ) − 1 = 3 (1 − 0,018) x(1 − 0,04) x(1 − 0,06) − 1 =
= 3 0,8861568 − 1 = 0,9605 − 1 = −0,04
A taxa de juro real efectiva foi de -4% ano, ou seja, as nossas expectativas no
inicío do período da realização do empréstimo foram totalmente frustradas.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


23
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

b-ii) À medida que vão passando os anos do nosso empréstimo podemos ir revendo as
nossas expectativas iniciais, ou seja, podemos rever os nosso cálculos da taxa de juro
real média com base na inflação já verificada.
No final do segundo ano já conhecemos a inflação verificada nos dois
primeiros anos, respectivamente, 10% e 13%. Para o terceiro ano a inflação esperada
é de 4%.
8% 8% 8% iN
iP efectiva: 10% iP efectiva: 13% iP esperada: 4%
0 1 2 3
Utilizando os resultados das alíneas anteriores sabemos que a taxa de juro real
efectiva para os dois primeiros anos foi de, respectivamente, -4,% e –6%, e a taxa de
juro real esperada para o terceiro ano foi de 3,8%.
Assim, a taxa de juro real média prevista no final do segundo ano é dada por:

iR == 3 (1 − 0,04) x(1 − 0,06) x(1 + 0,038) − 1 =


= 3 0,97854336 − 1 = 0,992796 − 1 = −0,007
Ao fim do segundo ano e face à inflação prevista para o terceiro ano já se
prevê uma perda real de 0,7%.

c) Em situações deste género, em que a inflação efectiva se desvia muito da inflação


anunciada pelo Governo, os agentes económicos que dispõem de capital para aplicar
deixam de o fazer pois não conseguem fazer uma previsão fiável dos ganhos reais da
sua aplicação. Ora estas aplicações servem para financiar o investimento na economia
pelo que situações deste género podem pôr em causa a sua capacidade de crescimento.

Grupo II – O Problema da Escassez e da Escolha

Questão 1
Comecemos por explicitar o que se entende por bem económico: um bem
económico é qualquer coisa ou serviço que satisfaz uma necessidade e que existe em
quantidades limitadas.
Para que um bem seja considerado como bem económico tem que satisfazer
em simultâneo as duas condições anteriores: satisfazer necessidades e existir em
quantidades limitadas.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


24
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Por exemplo, o ar que respiramos é um bem livre pois, apesar de satisfazer


uma necessidade não existe em quantidades limitadas.
Para percebermos porque é que os bens económicos são escassos
consideremos o esquema seguinte,

Factores de Produção Bens Necessidades

Quantidade limitada Quantidade ilimitada

Escassez

Os bens e serviços produzidos são escassos face à natureza ilimitada das


necessidades humanas. Ou seja, os bens e serviços são produzidos com a utilização de
factores de produção que existem em quantidades limitadas. Por outro lado, destinam-
se a satisfazer necessidades virtualmente ilimitadas. Assim, recursos limitados e
necessidades ilimitadas em conjunto conferem a característica de escassez aos bens
económicos.
Note-se que ao dizermos que as necessidades humanas são ilimitadas estamos
a considerar todo o tipo de necessidades. É claro que a satisfação de uma necessidade
básica como a alimentação não é ilimitada para um dado conjunto de indivíduos. Mas
uma vez satisfeitas as necessidades básicas o ser humano cria outros tipos de
necessidades, tais como ter um carro melhor, o turismo, os perfumes, etc..

Questão 2
Já sabemos que o problema da escassez existe porque os recursos de uma
economia são limitados face à natureza ilimitada das necessidades humanas. Esta é
então uma característica de todas as economias independentemente do seu nível de
desenvolvimento.
O que distingue os dois tipos de economias é o tipo de bens relativamente aos
quais mais se faz sentir o problema da escassez.
Assim, nos países menos desenvolvidos são escassos os bens de primeira
necessidade, ou seja, para a maioria da população as necessidades básicas como a
alimentação, o vestuário, habitação, não estão em geral satisfeitas. Já nos países mais
desenvolvidos os bens escassos são os chamados bens de luxo (que não satisfazem

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


25
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

necessidades básicas), ou seja, para a maioria da população as necessidades básicas


estão satisfeitas, mas não necessidades secundárias, como ter um carro, fazer férias no
estrangeiro, ir ao teatro, ler um livro.

Questão 3
3.1. Uma vez que com recursos escassos não é possível satisfazer todas as
necessidades humanas é necessário fazer opções em termos dos bens que se quer
produzir e qual a quantidade desses bens que se vai produzir.
Estas opções determinam também a quantidade de recursos a utilizar na
produção de cada tipo de bem. Cada combinação de bens a produzir corresponde à
utilização de diferentes quantidades de recursos nas respectivas produções, pelo que
este problema é também conhecido por problema da afectação de recursos.
Mas a opção entre diferentes combinações de produção só faz sentido se os
recursos disponíveis puderem ser utilizadas na produção de mais do que bem, ou seja
se tiverem usos alternativos.
Exemplo de usos alternativos: um licenciado em Relações Internacionais pode
trabalhar numa empresa exportadora ou no Ministério dos Negócios Estrangeiros

3.2. Se cada input ao dispôr de uma economia só puder ser utilizado na produção de
um bem deixa de se colocar o problema de “O que produzir e em que quantidades?”.
Neste caso diz-se que os inputs são específicos por oposição aos inputs com usos
alternativos. Não há neste caso opções a fazer. Os bens a produzir e respectivas
quantidades são determinados pelo tipo de utilização que se pode fazer desses inputs
específicos, ou seja, há apenas uma combinação de produção pois os recursos não
podem ser transferidos de uma produção para outra.

Exemplo de inputs específicos: se uma economia dispuser apenas de um tractor, um


trabalhador agrícola, um computador e um trabalhador bancário, não pode reafectar
recursos entre as duas produções (agrícola e bancária) (supondo que os trabalhadores
não possuem qualificações para trabalhar no outro sector).

Questão 4
A questão de como produzir ou quais os métodos ou técnicas de produção que
devem ser escolhidos para a produção de cada bem coloca-se porque existem em geral

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


26
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

diferentes métodos de produção (ou técnicas de produção) para a obtenção de cada


bem. Os diferentes métodos de produção podem ser classificados de acordo com a
maior ou menor quantidade de trabalho que utilizam relativamente ao capital.
Exemplos: um automóvel pode ser produzido utilizando robots ou trabalho manual.
Num banco podemos fazer levantamentos directamente no Caixa Automático ou por
intermédio do empregado bancário

Questão 5
“Para quem produzir?” ou repartição de rendimentos é um dos problemas
económicos fundamentais e trata-se da questão da repartição da produção entre os
indivíduos da sociedade. Neste caso procura-se saber porque é que, por exemplo, em
alguns países 10% da população se apropria de 80% do rendimento gerado pela
produção.

Questão 6
“Quando produzir?” ou problema da escolha intertemporal do consumo
prende-se com as opções de produção em termos de bens de consumo (que satisfazem
directamente necessidades) e bens de investimento (utilizados na produção de outros
bens).
Se no presente se optar pela produção de uma quantidade relativamente maior
de bens do consumo então a economia está a privilegiar o consumo presente.
Se no presente se optar pela produção de uma quantidade relativamente maior
de bens de investimento então a economia está a privilegiar o consumo futuro (e a
sacrificar o consumo presente). Não satisfaz imediatamente as suas necessidades mas
abre a possibilidade de no futuro consumir mais pois os bens de investimento
produzidos no presente vão aumentar o stock de capital da economia, ou seja, vão
aumentar a disponibilidade de recursos.

Questão 7
A fronteira de possibilidades de produção (FPP) dá-nos as combinações
máximas de produção que podem ser obtidas por uma economia dados os
conhecimento tecnológicos e a quantidade de factores de produção disponíveis.
Estamos assim a supôr pleno-emprego dos factores e conhecimento
tecnológico constante.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


27
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Questão 8
Com esta questão pretende-se ilustrar através da FPP possíveis respostas às
questões fundamentais colocadas pela ciência económica.
Vamos supôr que as seguintes 5 combinações de produção pertencem à FPP
destaa economia5:
Combinação Máquinas Comida
A 0 10
B 1 9
C 2 7
D 3 4
E 4 0

8.1. Para representar graficamente a FPP temos que saber que pares de bens são
produzidos. Nos eixos do gráfico representam-se então as quantidades físicas
produzidas de cada bem. É indiferente a escolha dos eixos para cada bem.
Neste caso os bens produzidos são máquinas, medidas por exemplo em unidades,
e comida, medida por exemplo em toneladas.
( Hipótese 1 ) ( Hipótese 2 )

Fronteira de Possibilidades de Produção Fronteira de Possibilidades de Produção

4.5
11
(milhares de toneladas)

(milhares de unidades)

10 4
9 3.5
8
máquinas

7 3
comida

6 2.5
5 2
4
3 1.5
2 1
1 0.5
0
0
0 1 2 3 4 5 0 2 4 6 8 10 12
máquinas (milhares de unidades) comida (milhares de toneladas)

Vamos optar pela primeira representação.


A legenda da FPP é então:
- eixo horizontal ou eixo das abcissas - quantidade produzida de comida (em
milhares de toneladas);
- eixo vertical ou eixo das ordenadas - quantidade produzida de máquinas (em
milhares de unidades).

5
Para responder à questão não era necessário recorrer a este exmplo numérico. Faz-se para facilitar a
compreensão das questões em análise.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


28
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Nota:
As FPP que vamos estudar têm sempre a mesma forma côncava que explicaremos
mais adiante. Sabendo isto podemos representar sempre uma FPP genérica sem
necessidade de conhecer pontos concretos da mesma.

8.2. Cada ponto da FPP representa uma combinação de produção possível face aos
recursos e tecnologia disponíveis na economia. Ou seja, cada ponto da FPP constitui
uma resposta possível ao problema de "O que produzir e em que quantidades?".

Fronteira de Possibilidades de Produção


(milhares de toneladas)

11 A
10
9
8 B G
comida

7
6 C
5
4
3 D
2 F
1 E
0
0 1 2 3 4 5
máquinas
(milhares de unidades)

Por exemplo, no ponto B a sociedade decide produzir 1 máquina e 9 unidades


de comida. Já no ponto C a sociedade decide produzir 2 máquinas e unidades de
comida. O problema da escolha está aqui presente uma vez que a economia pode
escolher produzir qualquer uma das combinações de produção da FPP. O problema da
escassez está aqui patente uma vez que, sendo a FPP uma curva com inclinação
negativa e representando as combinações máximas de produção, então o aumento da
produção de um bem implica uma diminuição da produção do outro.
Se a sociedade optasse em primeiro lugar pelo ponto B e depois decidisse pelo
ponto C, ao aumentar a quantidade produzida de máquinas tem que diminuir
quantidade produzida comida pois estando sobre a fronteira já estávamos a utilizar
plenamente os recursos. Para produzir mais comida tem que retirar recursos à
produção de máquinas de onde resulta uma diminuição da mesma.
Chama-se a atenção para dois pontos especiais, os pontos de intersecção com
os eixos. No ponto A (intersecção com OY) a sociedade produz 0 máquinas e 10
unidades de comida. Já no ponto E (intersecção com OX) a sociedade produz 4
milhares máquinas e 0 unidades comida. Os pontos de intersecção correspondem
então a utilizaar a totalidade dos recursos numa das produções.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


29
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

8.3. O problema de “Como produzir?” diz respeito às técnicas de produção a utilizar


para obter os bens. O objectivo é utilizar a técnica mais eficiente, ou seja, a
combinação de factores de produção que permita obter a máxima produção de ambos
os bens com os recursos disponíveis.
Para sabermos se as técnicas de produção utilizadas são eficientes a primeira
coisa a fazer é saber o que se entende por eficiência económica. Está-se numa situação
de eficiência económica se, para aumentar a produção de um bem, isso só é possível
se se diminuir a quantidade produzida do outro bem.
Ora como vimos na alínea anterior, se nos situarmos num ponto sobre a FPP
para aumentarmos a produção de um bem temos que reduzir a produção do outro. Isto
significa que os pontos da FPP correspondem implicitamente à utilização das técnicas
de produção mais eficientes.
Já os pontos no interior da FPP, tal como o ponto F, são pontos ineficientes no
sentido em que é possível aumentar a produção de um bem sem diminuir a produção
do outro. Podemos estar no interior da FPP ou porque não estamos a utilizar
plenamente os recursos de que dispomos, ou porque não estamos a utilizar a técnica
de produção mais eficiente. Estas combinações podem ser produzidas mas não são
eficientes.
Os pontos no exterior da FPP, tal como o ponto G correspondem a
combinações de produção que não é possível obter porque exigem mais recursos do
que os que dispomos ou técnicas de produção mais eficientes.

8.4. Esta questão não está presente na construção da FPP. Assim, só de forma
indirecta pode ser analisada através da FPP.
Se o ponto em que a sociedade se posiciona na fronteira corresponder a uma
grande concentração num determinado bem ou conjunto de bens que é consumido por
um grupo particular, então não há dúvida que neste caso a FPP dá-nos uma indicação
sobre a repartição de rendimentos na sociedade a que se refere.
Por exemplo, se a FPP representasse as combinações de produção de bens de
primeira necessidade e de bens de luxo e se a combinação escolhida correspondesse a
uma concentração na produção de bens de luxo, então poderíamos dizer que a
distribuição do rendimento nessa economia não é igualitária pois os estratos mais
ricas da população apropriam-se da maior parte da produção.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


30
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

FPP - bens de luxo/bens de 1ªnecessidade

12

bens de 1ª necessidade
10

8
B
6

4 D
2

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5

bens de luxo

Por exemplo, as combinações B e D representam repartições de rendimento


bastante diferentes. Na combinação B prodeuzem-se relativamente mais bens de 1ª
necessidade, enquanto na combinação D se produzem relativamente mais bens de
luxo, logo a repartição de rendimentos será mais deisgual numa economia que escolha
a combinação D do que numa economia que escolha a combinação B.

8.5. Voltando à FPP inicial, poderíamos também ilustrar o problema de "Quando


produzir?" ou da escolha intertemporal do consumo através desta FPP já que as
máquinas são bens de investimento e a comida bens de consumo. Assim, a escolha de
uma combinação de produção como D equivale a privilegiar o consumo futuro pois
produz-se uma quantidade relativamente maior de máquinas (bens de investimento).
Ao contrário, a escolha de uma combinação como a B corresponde a privilegiar o
consumo presente pois produz-se uma quantidade relativamente maior de comida
(bens de consumo).

Questão 9
Ao compararmos as possibilidades de produção de países ricos e de países
pobres no que respeita à produção de bens de primeira necessidade e de bens de luxo
temos comparar dois aspectos, as FPP respectivas e as combinações escolhidas.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


31
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Bens de
luxo

País pobre

País rico

Bens de 1ª necessidade

Em relação às FPP, tendo os países ricos uma maior disponibilidade de


factores a sua FPP será exterior à dos países pobres pois podem produzir maiores
quantidades de ambos os bens. Note-se que é comum ouvirmos que os países pobres
são muito ricos em termos de recursos naturais. Contudo, se estes estão por explorar
não têm valor económico, i.é., não podem ser utilizados directamente no processo
produtivo não são considerados na representação da FPP. Por outro lado, os países
ricos são mais avançados em termos tecnológicos e dispõem de mão-de-obra
qualificada pelo que os seus recursos são mais produtivos.
Em relação às combinações escolhidas por cada tipo de países verificamos que
os países ricos podem não só produzir bens de primeira necessidade para satisfazer as
necessidades básicas da maioria da população como também produzem uma maior
quantidade de bens de luxo para satisfazer as necessidades secundárias.

Questão 10
Deslocamentos da FPP para o exterior equivalem a alterações das quantidades
máximas que é possível produzir numa economia.
Isto só vai ser possível se se verificar:
• um aumento da disponibilidade de factores de produção;
• avanços tecnológicos (técnicas de produção mais eficientes).

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


32
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Questão 11
Para ilustrar os deslocamentos da FPP na sequência da alteração de um dos
factores referidos na questão anterior é conveniente raciocinarmos com base nos
pontos de intersecção da FPP com os eixos. Assim, o ponto de intersecção com o eixo
das ordenadas corresponde à utilização da totalidade dos recursos na produção do bem
A e o ponto de intersecção com o eixo das abcissas à utilização da totalidade dos
recursos na produção do bem B. Sabendo o que acontece a estes dois pontos após as
alterações é suficiente para saber o que acontece à FPP. Basta para isso ligar os dois
novos pontos por uma curva côncava (em arco).
Vamos voltar a considerar o nosso exemplo da Questão 8 e supôr que o bem A
é a comida e o bem B as máquinas.

11.1. Os aumentos de produtividade equivalem a dizer que com os mesmos recursos é


possível obter uma maior produção.

FPP-inovação na produção de máquinas

12
10
8
comida

6
4
2
0
0 1 2 3 4 5 6
máquinas

Pensando nos efeitos dos aumentos de produtividade em termos dos pontos de


intersecção, se a totalidade dos recursos for empregue na produção de máquinas esta
aumenta em relação à situação inicial devido à inovação tecnológica: para a mesma
quantidade de recursos utilizada na produção de máquinas aumenta a quantidade
produzida. Assim, o ponto de intersecção com o eixo das abcissas desloca-se para a
direita.
Se a totalidade dos recursos for utilizada na produção de comida então não
haverá alteração da quantidade produzida pois a inovação tecnológica só provocou
aumentos de produtividade na produção de máquinas. Assim, o ponto de intersecção
com o eixo das ordenadas não se altera.
Em relação à FPP inicial há apenas um ponto comum o correspondente à
utilização de todos os recursos na produção de comida pois não houve inovação
tecnológica na sua produção nem alteração na disponibilidade de recursos.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


33
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Nos restante pontos da FPP, a cada quantidade inicialmente produzida de


comida corresponde agora uma maior quantidade de máquinas.

11.2. Agora a inovação tecnológica provoca aumentos de produtividade nas duas


produções e na mesma proporção.

FPP - inovações uniformes

16
14
12
comida

10
8
6
4
2
0
0 1 2 3 4 5 6
máquinas

Se utilizarmos a totalidade dos recursos na produção do bem A obtemos uma


maior produção e o mesmo acontece para o bem B, ou seja, o ponto de intersecção
com o eixo das ordenadas desloca-se para cima e o ponto de intersecção com o eixo
das abcissas desloca-se para a direita.
A nova FPP não tem agora pontos em comum com a anterior e o seu
deslocamento é paralelo uma vez que os aumento de produtividade foram uniformes.
Se supuséssemos que os aumentos de produtividade tinham sido superiores na
produção de comida, por exemplo, então a nova FPP voltaria a não ter pontos em
comum com a inicial mas o deslocamento já não seria paralelo. Para cada quantidade
inicialmente produzida de máquinas a quantidade produzida de comida seria agora
proporcionalmente maior.

FPP-inovações não uniformes

25

20
comida

15

10

0 1 2 3 4 5 6
máquinas

11.3. Agora o factor que provoca o deslocamento da FPP é a alteração da


disponibilidade de um recurso, utilizado apenas na produção de comida (por exemplo,
esgotamento do solo fértil). Vamos representar a situação em que se esgota apenas
parte do recurso e não a totalidade.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


34
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

FPP - esgotamento de um recurso natural

12
10
8

comida
6
4
2
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5
máquinas

Se utilizarmos a totalidade dos recursos na produção de comida, o


esgotamento do recurso natural provoca uma diminuição da quantidade produzida
deste bem. O ponto de intersecção com o eixo das ordenadas desloca-se para baixo.
Se utilizarmos a totalidade dos recursos na produção de máquinas, a
quantidade produzida não se altera pois não utiliza o recurso natural. O ponto de
intersecção com o eixo das abcissas não sofre alteração.
A nova FPP tem apenas um ponto em comum com a inicial, o ponto de
intersecção com o eixo das abcissas.
No caso do total esgotamento do recurso natural a FPP resumir-se-ia a um
ponto, o ponto de intersecção com o eixo das abcissas pois o bem A (comida) deixa de
poder ser produzido.

11.4. O enunciado descreve a situação das economias nas datas 1 e 3 e queremos


saber que opções de produção realizou a economia X na data 2, opções essas que lhe
permitem situar-se numa FPP exterior à inicial na data 3.
Devemos então começar por representar as situações das datas 1 e 3.

FPP - produção de máquinas

40
30
comida

20 C
10 A
B
0
0 1 2 3 4 5 6 7
máquinas

Na data 1 a FPP é a mesma para as duas economias e situam-se também no


mesmo ponto sobre a FPP (a preto). Vamos supôr que na data 1 ambas as economias
produzem 9 unidades de alimentos e 1 unidade de máquinas (ponto A). Sabemos
também que estas unidades máquinas são apenas suficientes para substituir outras que

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


35
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

deixaram de poder ser utilizadas, pelo que não vão alterar a disponibilidade do recurso
capital nas datas seguintes, quando passam a ser utilizadas no processo produtivos.
Na data 3 a economia X situa-se numa FPP exterior à da data 1 o que terá que
ser consequência de um aumento da disponibilidade de recursos ou da inovação
tecnológica. Como nada nos é dito acerca da alteração dos recursos Terra e Trabalho
nem sobre uma eventual inovação tecnológica, o único recurso cuja disponibilidade
poderá ter aumentado é o capital. Repare-se que as combinações de produção desta
economia se referem a bens de consumo (alimentação) e a bens de investimento
(máquinas), pelo que as suas escolhas de produção vão influenciar a disponibilidade
do recurso capital.
Assim, na data 2 (ponto B) a economia X terá que ter privilegiado a produção
de bens de investimento sacrificando o seu consumo presente. Se decidir produzir 3
unidades de máquinas terá que reduzir a produção de comida para 4 unidades. Das 3
unidades de máquinas produzidas, 1 volta a ter como destino a substituição de outras
tantas que vão para a sucata, mas agora dispõe de mais 2 unidades de máquinas do
que na data 1 para serem utilizadas na produção na data 3.
Na data 3 o país X situa-se então numa nova FPP exterior à inicial porque
dispõe de mais recursos (mais capital). Além disso, pode situar-se numa combinação
que corresponde a uma maior produção de ambos os bens (16 unidades de alimentos e
4 unidades de máquinas), mais do que poderia produzir nas datas 1 e 2 mesmo se
utilizasse a totalidade dos seus recursos numa das produções.
O país Y permanece na FPP inicial e na mesma combinação.

11.5. Há crescimento económico quando uma economia passa a produzir mais de


todos os bens. É possível a uma economia crescer sem alteração dos recursos ou das
condições técnicas de produção se não se encontrar sobre a sua FPP, ou porque há
sub-utilização dos recursos ou porque não se está a utilizar as técnicas de produção
mais eficientes.
A correcção destas situações vai permitir produzir mais de ambos os bens, ou
seja, vai permitir à economia crescer.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


36
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

FPP - crescimento sem alteração dos recursos

12
10
8 B

comida
6
4
2
0
0 1 2 3 4 5
máquinas

Questão 12
12.1. Lei dos rendimentos decrescentes: utilizando a produção pelos menos um factor
fixo, a partir de determinado nível de utilização do factor variável, a acréscimos
sucessivos e iguais deste último, estarão associados acréscimos cada vez menores da
produção.
É condição necessária para a verificação desta lei que pelo menos um dos
factores de produção esteja fixo.

12.2. Para saber quando é que se começam a verificar os rendimentos decrescentes


temos que calcular os acréscimos de produção dos dois bens associados a cada
acréscimo de 10 trabalhadores.
nº Nº Prod Var A por nº Nº Prod Var B por
acréscimo trabs A 10Trabs acrésc trabs B 10Trabs
0 0 0 0
1º 10 30 30-0=30 1º 10 20 20-0=20
2º 20 100 100-30=70 2º 20 45 45-20=25
3º 30 180 180-100=80 3º 30 75 75-45=30
4º 40 280 280-180=100 4º 40 95 95-75=20
5º 50 370 370-280=90 5º 50 114 114-95=19
6º 60 455 455-370=85 6º 60 120 120-114=6
7º 70 515 515-455=60 7º 70 142 142-120=22
8º 80 565 565-515=50 8º 80 152 152-142=10
9º 90 605 605-565=40 9º 90 160 160-152=8
10º 100 630 630-605=25 10º 100 165 165-160=5
Os rendimentos decrescentes verificam-se pela primeira vez na produção de A
quando se passa da utilização de 40 para 50 trabalhadores, ou seja, a partir do quinto
acréscimo do factor trabalho. Na produção de B surgem pela primeira vez quando se
passa da utilização de 30 para 40 trabalhadores, ou seja, no quarto acréscimo do factor
trabalho.

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


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Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Note que a produção cresce sempre. O que decresce são os acréscimos de


produção.

12.3. Os rendimentos decrescentes ocorrem em ambas as produções porque ambas


utilizam um factor fixo, o capital, condição necessária para a existência de
rendimentos decrescentes.

12.4. As combinações de produção são eficientes se não é possível aumentar a


produção de um bem sem diminuir a do outro, o que acontece quando se está a utilizar
plenamente os factores.
O pelo emprego do factor trabalho corresponde à utilização de 100
trabalhadores nas duas produções pelo que as combinações eficientes são as que
correspondem à utilização deste número de trabalhadores em ambas as produções.
Combinações
Nºtotal
Trabs A Trabs B eficientes
Trabs
Prod A Prod B
100 0 100 0 165
100 10 90 30 160
100 20 80 100 152
100 30 70 180 142
100 40 60 280 120
100 50 50 370 114
100 60 40 455 95
100 70 30 515 75
100 80 20 565 45
100 90 10 605 20
100 100 0 630 0

12.5. A FPP é composta por todas as combinações de produção eficientes, ou seja, as


combinações que calculámos na alínea anterior são pontos da FPP.
Vamos então traçar no gráfico essas combinações e unir os vários pontos para
obter a FPP.

180
160
140
produção B

120
100
80
60
40
20
0
0 100 200 300 400 500 600 700
produção A

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Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Questão 13
Custo de oportunidade: custo do aumento da produção de um bem medido
em termos da produção do outro bem a que temos que renunciar para podermos
aumentar a produção num determinado montante.
Consideremos novamente a nossa economia que produz apenas máquinas e
comida.

Fronteira de Possibilidades de Produção

11 A
10
9 B
8
7 C
comida

6
5
4 D
3
2
1 E
0
0 1 2 3 4 5
máquinas

Se a economia decidir aumentar a produção de máquinas em 2 unidades


(passar de B para D) o custo de oportunidade deste aumento são as 5 unidades de
comida a que se tem que prescindir.
Custo de oportunidade +2 unidades Máquinas = 5 unidades de Comida
Graficamente o custo de oportunidade destas 2 unidades de máquinas é
representado pelo segmento de recta descendente que corresponde à diminuição da
produção de comida correspondente.

Questão 14
A FPP é uma curva decrescente porque os recursos são escassos. Para
produzir mais de um bem têm que se retirar recursos à produção do outro logo
diminui a respectiva quantidade produzida. A inclinação da FPP está então
directamente relacionada com o conceito de custo de oportunidade. Mas a pergunta
não diz respeito à inclinação da curva mas à sua forma côncava. Note-se que, não
dizendo nada sobre a forma da FPP, esta também poderia ser representada por uma
recta ou uma curva convexa desde que tivessem inclinação negativa. O problema da
escassez pode assim ser ilustrado através do conceito de custo, o custo de
oportunidade, que utiliza como unidade de medida a produção do outro bem.
Assim, a FFP é uma curva côncava devido à lei dos custos de oportunidade
crescentes, ou seja, devido ao comportamento dos custos de oportunidade à medida

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Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

que se aumenta a produção de um bem. À medida que a produção de máquinas


aumenta, os custos de oportunidade de acréscimos adicionais são cada vez maiores.
Consideremos o exemplo que temos vindo a seguir. Uma economia produz
apenas comida e máquinas, pertencendo as seguintes combinações de produção à sua
FPP:
Combinação Máquinas Comida Custo Oportunidade
+1 unidade de máquinas
A 0 10
B 1 9 1 tonelada de comida (9-10=-1)
C 2 7 2 tonelada de comida (7-9=-2)
D 3 4 3 tonelada de comida (4-7=-3)
E 4 0 4 tonelada de comida (0-4=-4)
Cada nova unidade de máquinas produzida obriga a renunciar a uma
quantidade cada vez maior de comida, ou seja, os custos de oportunidade são
crescentes.
Se representarmos graficamente esta FPP verificamos que é côncava e
podemos identificar, por intermédio de segmentos de recta, os custos de oportunidade
de cada nova unidade de máquinas.

Fronteira de Possibilidades de Produção

11
10 A
9
8
B
7 C
comida

6
5
4
3
D
2
1
0 E
0 1 2 3 4 5
máquinas

Como podemos constatar, à medida que aumenta a produção de máquinas, o


comprimento do segmento de recta que corresponde à quantidade de comida a que se
renuncia é cada vez maior, ou seja, os custos de oportunidade são crescentes.
Podemos assim enunciar a lei dos custos de oportunidade ou relativos
crescentes: a acréscimos sucessivos e iguais da produção de um bem estão associados
decréscimos cada vez maiores da produção do outro bem , ou seja, os custos de
oportunidade da produção de um bem são crescentes.

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Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

Questão 15
A lei dos custos relativos crescentes relaciona o custo de produção de um bem
com a produção do outro bem a que se renuncia.
Lei dos custos crescentes: à medida que se aumenta a produção de um bem, o custo de
produção de quantidades adicionais desse bem aumenta em termos da produção do
outro bem a que se renuncia.
Esta lei, como analisado na questão 14, tem a sua expressão gráfica na forma
côncava da FPP.

Questão 16
A lei dos rendimentos decrescentes mede o custo da produção adicional de um
bem em termos do input adicional necessário para obter essa produção.
A lei dos custos crescentes mede o custo de produção de um bem em termos
da produção alternativa a que se renuncia.
A lei dos rendimentos decrescentes é uma das causas dos custos relativos
crescentes. Se a mesma quantidade adicional do factor variável permite obter
acréscimos cada vez menores de produção então, cada nova unidade produzida de um
bem exige a utilização de uma quantidade cada vez maior do factor. Ora este factor é
retirado à produção do outro bem, logo os decréscimos da sua produção serão cada
vez maiores.
Consideremos o exemplo que temos vindo a seguir.
Lei dos rendimentos decrescentes
Acréscimos iguais Acréscimos decrescentes
=>
do factor variável da produção de Máquinas

Lei dos custos de oportunidade crescentes


Acréscimos iguais Decréscimos crescentes
=>
da produção de Máquinas da produção de Comida
Se acrescermos o factor variável utilizado na produção de máquinas sempre no
mesmo montante, a lei dos rendimentos decrescentes diz-nos que vamos obter
acréscimos cada vez menores da produção deste bem.
Ora, a lei dos custos crescentes relaciona iguais acréscimos da produção de
máquinas com decréscimos da produção de comida. Face à lei dos rendimentos
decrescentes, para obtermos acréscimos iguais de máquinas temos que utilizar
quantidades cada vez maiores do factor variável. Mas como este factor é retirado da

Exercícios Resolvidos – Marta Simões


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Exercícios sobre I – Conceitos Elementares

produção de comida, então os decréscimos da respectiva produção são cada vez


maiores pois são-lhe retirados cada vez mais recursos.

Exemplo
Voltemos à produção de máquinas e suponhamos que o factor variável é
apenas o trabalho e conhecemos a produção associada à utilização deste factor:
Trabs Produção Máquinas por
Máquinas +10Trabs
0 0
10 1 1-0=1
20 1,9 1,9-1=0,9
30 2,7 2,7-1,9=0,8
40 3,4 3,4-2,7=0,7
50 4 4-3,4=0,6
Cada novo acréscimos de 10 trabalhadores na produção de máquinas conduz a
um acréscimo da produção de máquinas cada vez menor. Assim, se quisermos que a
produção de máquinas aumente sempre de uma unidade não chega utilizar sempre
mais 10 trabalhadores. Por exemplo para obter a primeira unidade são necessários 10
trabalhadores mas para obtermos a segunda já necessários mais do que 10 pois com
este acréscimo só se obtêm 0,9 máquinas. Ora esses trabalhadores vão ser retirados à
produção de comida e em cada vez maior número.

Nota
A lei dos rendimentos decrescentes é condição suficiente mas não necessária
para que se verifique a lei dos custos de oportunidade crescentes. Para que esta se
verifique basta que nas duas produções os factores comuns sejam utilizados em
diferentes proporções, o que vai originar também rendimentos decrescentes uma vez
que há sempre um factor que é relativamente mais escasso.

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