Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
id=869
A Doença Cardio Vascular (DCV) é identificada como a principal causa de morbi-mortalidade em países industrializados e as
crianças obesas representam no momento uma categoria de risco especial pelo aspecto epidêmico do problema.
Introdução:
A Doença Cardio Vascular (DCV) é identificada como a principal causa de morbi-mortalidade em países industrializados e as
crianças obesas representam no momento uma categoria de risco especial pelo aspecto epidêmico do problema. Efeitos
negativos da ingesta excessiva de gordura saturada, gordura trans e carboidratos são relatados em estudos recentes. Bogalusa
heart study demonstrou a presença de estrias de gordura na aorta e coronárias entre 15-19 anos, relacionadas a perfil lipídico
adverso e estudos anatomo-patológicos realizados em crianças que morreram acidentalmente, demonstraram lesões precoces de
aterosclerose na aorta abdominal aos três anos de idade. Assim, é justificada a preocupação dos pediatras diante da criança
obesa e com dislipidemia, sendo necessário definir condutas em relação ao diagnóstico e tratamento.
A hipertensão arterial, é colocada como um dos mais importantes antecedentes de DCV . Como é assintomática, os pediatras
tem a responsabilidade de identificar. A pressão arterial deve ser aferida rotineiramente na consulta. Tabelas de acordo com
idade, sexo e altura foram desenvolvidas pelo National High Blood Pressure Education Program (HA=PA sistólica ou diastólica >
percentil 95).
Níveis de Colesterol total e LDL - Adaptados do NCEP para crianças e adolescentes e recomendados pela Academia
Americana de Pediatria (AAP) em 2008.
A American Heart Association tem recomendado que Triglicerídeos > 150mg/dl e HDLc < 35mg/dl sejam considerados anormais
para crianças e adolescentes. Esses pontos de corte únicos para todas as idades, impõe algumas limitações, já que existe o
conhecimento de variações nesses cortes em relação a sexo idade e aspectos étnicos.
Níveis de lipídios mensurados antes da epidemia de obesidadede nos EUA são descritos na tabela 2 abaixo:
1 de 4 23/02/2011 11:36
Boletim SOPERJ http://www.soperj.org.br/revista/impressao.asp?id=869
As concentrações de LDLc > que o percentil (p) 95 e o HDLc < que o p 5 são consideradas anormais, principalmente se forem
persistentes. As concentrações para o LDLc entre p 90-95 e HDLc entre p5-p10, são consideradas limítrofes.
Abordagem e Intervenção
Duas estratégias foram recomendadas pelo NCEP e publicadas em 1992:
1) Estratégia Populacional -
Manter nível de colesterol baixo em todas as crianças.
2) Estratégia Individual -
Crianças e adolescentes com historia familiar positiva para DCV ou dislipidemia . Crianças com colesterol alto, incluindo aquelas
portadoras de hipercolesterolemia familiar heterozigótica .
1) Estratégia Populacional
Ênfase deve ser dada para a manutenção de um estilo de vida saudável com alimentação e atividade física adequadas, que
representam a chave para a prevenção do perfil lipídico adverso e da DCV.
É recomendada para todas as crianças > 2 anos.
Dieta baixa em ác. graxos saturados (< 10% do total das calorias)
Colesterol < 300mg/d
Taxa calórica diária suficiente para manter crescimento e desenvolvimento normais.
Consumo de 5 ou mais porções diárias de vegetais, frutas e grãos.
Consumo adequado de fibras (idade + 5g/dia)
Preparação de lanches escolares alternativos com baixo teor de gordura.
A American Heart Association recentemente liberou recomendações que foram endossadas pela AAP (2008). Incluem dieta com
ingesta calórica balanceada e atividade física adequada para manutenção de peso e prevenção da obesidade. Aumento do
consumo de frutas vegetais peixe e grãos. Redução de bebidas doces e sal. A gordura trans, presente nas gorduras
hidrogenadas, deve ser limitada a < 1% do total das calorias diárias, já que ela aumenta os níveis de LDLc. Outros estudos
atuais como Dietary Intervention Study, avançaram na sua abordagem com maior redução de gorduras e açúcares após o
desmame (gordura total < 30% do total das calorias, gordura saturada <10%, ingesta de colesterol < 200mg/dl ). O estudo
mostrou-se seguro, não produzindo reações adversas em relação a função neurológica, mantendo crescimento e
desenvolvimento normais. Foi também observado no grupo de crianças que sofreu intervenção, uma menor taxa de LDLc e
diminuição da prevalência de obesidade, quando comparados com o grupo controle.
2) Estratégia individual:
Se um valor alterado for encontrado, este deve ser repetido, antes de rotular o paciente.
Triglicerídeo (TG) > 150mg/dl
Respondem a dieta com redução de gorduras e açúcares simples.
Níveis de TG > 500mg/dl sugerem dislipidemia primária.
2 de 4 23/02/2011 11:36
Boletim SOPERJ http://www.soperj.org.br/revista/impressao.asp?id=869
Níveis recomendados para intervenção farmacológica (Recomendações da Academia Americana de Pediatria 2008 para
crianças > a 8 anos) :
LDLc > 190mg/dl persistentemente
LDLc > 160mg/dl + outros fatores de risco como obesidade, hipertensão, fumo ou história familiar positiva para DCV prematura
.
LDLc > 130mg/dl em crianças com Diabetes Mellitus
O objetivo inicial é baixar o LDLc para < 160mg/dl. Alvos mais baixos como 130 ou 110mg/dl, justificam-se em casos de forte
história familiar de DCV.
Intervenção farmacológica em crianças < 8anos pode ser implementada em casos dramáticos de elevação do LDLc > 500mg/dl
como podemos encontrar na forma homozigota da hipercolesterolemia familiar.
Terapia farmacológica:
A comprovação de que a aterosclerose começa na infância e é progressiva, enfatiza a necessidade de instituir-se o mais
precocemente possível o tratamento.
Drogas disponíveis:
Fibratos
Utilizados para baixar TG. Inibem a produção de VLDLc e TG. Seus efeitos colaterais são semelhantes aos da estatina. O risco de
miopatia e rabdomiólise aumenta quando é utilizado em combinação com estatinas ou em pacientes com insuficiência renal .Seu
uso em crianças deve ser cauteloso pois ainda não há estudos suficientes.
Estatinas
Inibidores da enzima 3-hidroxi-3-metil- glutaril coenzima A redutase (HMG-CoA), responsável pela regulação da síntese do
colesterol endógeno. Baixa o nível intracelular de colesterol e regula para cima os receptores de LDLc, aumentando seu clearence
e retirada da circulação. Pode baixar o colesterol de 20-50%. Efeitos adversos consistem em elevação das transaminases e da
creatina kinase . Em raros casos leva a rabdomiólise. Pode ser teratogênica. Deve ser utilizada com cautela em meninas
adolescentes.
Recentemente o FDA aprovou a Pravastatina para crianças > 8 anos com hipercolesterolemia familiar heterozigótica. Hedman e
cols., utilizaram em seu estudo doses entre 10-40mg/dia. A dose inicial foi de 10mg/dia, podendo ser aumentada de 2/2 meses
se necessário.
Leituras sugeridas:
1 - Balagopal P, George D, Patton N et al; Lifestyle-only intervention attenuates the inflammatory state associated with obesity:
A randomized controlled study in adolescents. J Pediatr. 2005;146:342-348.
3 - Daniels S R, Greer F R and the Committee on Nutrition : Lipid screening and cardiovascular health in childhood. Pediatrics
2008;122(1):198-206.
4 - Graaf A, Rodenburg J, Vissers M et al : Atherogenic lipoprotein particle size and concentrations and the effect of pravastatin
in children with familial hypercholesterolemia. J Pediatr 2008
5 - Hedman M, Matikaien T, Föhr A et al : Efficacy and safety of pravastatin in children and Adolescents with heterozygous
familial hypercholesterolemia: A prospective clinical follow-up study. J Clin End Metab 2005;90(4):1942-52
6 - Kavey R E, Daniel SR, Lauer RM et al : American Heart Association Guidelines for primary prevention of Atherosclerotic
Cardiovascular Disease beginning in childhood. J Pediatr 2003; 142:368-72.
7 - Kelly AS,Wetzteon RJ, Kaiser DR et al: Inflammation, insulin, and endothelial function in overweight children and
adolescents: the role of exercise. J.Pediatr.2004;145: 731-736.
8 - Reis C R, Kip K E, Marroquin O C et al: Screening children to identify Families at increase risk for cardiovascular disease.
Pediatrics 2006; 118(6):1789-96
9 - Styne D M :Childhood and Adolescent Obesity. Pediatr Clin North Am 2001; 48 (4): 823-1068
10 - Wiegman A, Hutten BA, de Groot E et al: Efficacy and safety of statin therapy in children with familial
hypercholesterolemia. A randomized controlled trial. Jama 2004; 292: 331-337.
3 de 4 23/02/2011 11:36
Boletim SOPERJ http://www.soperj.org.br/revista/impressao.asp?id=869
11 - Williams C L, Hayman L L, Daniel S R et al: Cardiovascular Health In Childhood. A statement for health professionals from
the Committee on Atherosclerosis, Hypertension, and Obesity in the Young (AHOY) of the Council on cardiovascular Disease in
the Young, American Heart Association .Circulation, 2002; 106:143-160.
Copyright 2005: SOPERJ - Rua da Assembléia, 10 sala 1812 - Rio de Janeiro - RJ - F.: (21) 2531.3313
http://www.gn1.com.br
4 de 4 23/02/2011 11:36