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Considerações sobre a Celulite

O corpo feminino com estas alterações de relevo tem sido admirado e enaltecido, desde há 4.000 anos
a.C., quando servia como instrumento de trabalho na atividade agrária e reprodução na Grécia antiga, pois
as formas arredondadas evocavam feminilidade e fecundidade.
A forma corporal dessas mulheres, transformadas em estátuas, como a de Vênus, que adornava a casa de
Nero, é um exemplo típico da valorização desses atributos, servindo de modelo de estética feminina
durante muito tempo, tão severamente unidos pela sociedade nos dias de hoje.
A estética do corpo feminino não é imutável e hoje em dia, a beleza grega não está na moda,
principalmente nos países de clima tropical e sub-tropical, onde a sociedade cobra um contorno esguio de
corpos que freqüentemente se expõem em nossos clubes ou praias.
Em busca desta nova realidade, o público feminino tem recorrido a métodos e técnicas ministradas por
profissionais, com uma expectativa cada vez maior de bons resultados, o que motivou uma verdadeira
revolução na indústria de cosméticos e aparelhos de estética, assim como na pesquisa e introdução de
novos conceitos e métodos que, se bem interpretados e aplicados convenientemente, proporcionam
resultados que certamente virão ao encontro dos anseios dos pacientes e profissionais.

Aspectos psicológicos e sociológicos


A celulite é hoje aceita como uma entidade anátomo-clínica autônoma, diferente da obesidade ou da
lipodistrofia, embora, na grande maioria das vezes, associada às mesmas.
Com características clínicas e etiopatogenicas peculiares, freqüentemente solicita uma abordagem mais
abrangente, envolvendo aspectos psicológicos, biológicos e sociológicos.
A problemática psicológica e social da celulite é complexa e de difícil abordagem
Não há uma implicação puramente psicossomática e a queixa apresentada pela paciente não deve ser
interpretada como apenas estética, traduzindo, freqüentemente, uma situação de grande ansiedade.
São freqüentes as situações de ansiedade e de depressão, desencadeadas pelas restrições repressivas
conseqüentes aos apelos e influência da moda.
Há um convite permanente e insistente para que se ponha de acordo com a representação utópica
constante das capas de revistas femininas: a figura magra que deseja e conquista todos os homens,
detentora do poder, liberdade e perfeição.
A moda está condicionada ao belo. A linguagem da moda, de uma beleza arbitrária construída sobre a
mulher, transforma o corpo da mulher em um objeto, próprio para consumir e para ser consumido.
O mercado sofisticou-se, indo ao encontro da "descoberta do corpo", em um consumo orientado, onde o
erotismo entra no mecanismo corpo-objeto. De artigos de higiene até a maquiagem, do bronzeamento da
pele à prática do esporte, estabelece-se um único impulso liberado, o impulso da compra. A mulher não
compra o produto, mas sim a beleza ou a possibilidade de ser bela.
" É preciso que o indivíduo se julgue um objeto, o mais belo dos objetos, o mais precioso material de
troca, para que se possa extrair do corpo desfeito e da sexualidade desfeita um processo de rentabilidade."
( Baudrillard, A Sociedade de Consumo)
Ao abordar a celulite, a imprensa tem uma linguagem peculiar, adotando um vocabulário com referencial
médico para fundamentar sua credibilidade.
A mulher é sondada na sua intimidade biológica e psicológica. A mulher incorpora a linguagem da
revista, e manifesta seus anseios ao médico, não disfarçando a necessidade de satisfação.
O pedido de ajuda no consultório está induzido por um projeto pré-determinado, uma tentativa de
reapropriação e restauração do corpo.
A celulite representa uma violência, uma proibição, um conflito contra o desejo. Libertarse da celulite,
para uma mulher, significa que ela se reconhece como um objeto desejável, seja reconquistar seu
companheiro ou se entregar a um outro elacionamento.
A celulite é o sinal infalível da escravização da mulher à sua carne.
Mas nem tudo está desfavorável, pois a mulher moderna pode, em sã consciência exprimir esta queixa, e
esta ser aceita não como fútil, mas como um grito de libertação, grito este muito antigo, que vê
transformar seu pedido num produto cultural contemporâneo, e encontrar quem possa atendê-la.

Histórico
Do ponto de vista médico, considera-se celulite um processo inflamatório do elemento celular ou tecido
adjacente a uma área comprometida, como por exemplo, a celulite marginal a uma área queimada,
seqüestro ósseo, corpo estranho, etc.
Apesar da impropriedade, sem dúvida, nenhum termo logrou tamanha repercussão no cenário universal de
saúde e beleza, tendo sido consagrado pelo uso.
Muitos outros nomes têm sido propostos no decorrer dos anos, como paniculite, paniculose, lipoedema,
mesenquimatose, Fibro edema gelóide, Paniculopatia, etc.
Curry descreve o quadro como enfermidade constituída por edema, fibrose e esclerose do tecido celular
sub cutâneo, afetando principalmente as mulheres, e propõe um novo termo: a Lipoesclerose.
Para Bartoletti, a afecção representaria uma dermohipodermose celulítica com alteração da
microcirculação e tecido conjuntivo, de evolução esclerótica.
L. Alquier destaca o comprometimento psicológico associando-o a modificações do sistema conjuntivo
elástico.
Raul Pinto, no sentido de tornar a denominação mais precisa, relacionando-o ao quadro histopatológico,
propõe o termo P.E.F.E. - Paniculopatia Edemato Fibro

Esclerótica.
Em nosso entendimento, o processo abrange também o plano dérmico e, nem sempre, evolui para
esclerose final, motivo pelo qual caracterizamos a patologia como D.P.F.E. - Dermato Paniculopatia
Fibro Edematosa, apesar de utilizarmos de maneira mais informal o termo celulite.
Apesar da diversificação na nomenclatura, todos os autores estão de acordo em vários aspectos essenciais,
constantes na celulite:
Que afeta com freqüência a maioria das mulheres
Localiza-se em zonas muito específicas
Freqüentemente associada a lipodistrofia ou obesidade
É causada por um desequilíbrio hídrico conseqüente a
Polimerização de mucopolissacarídeos
Interrupção ou prejuízo da difusão intercelular
Alteração da micro-circulação

Etiopatogenia
A dependência de ciclos metabólicos inerentes ao sexo feminino, tais como puberdade, ciclos menstruais
e gestações, levam alguns autores a estabelecer um caracter sexual feminino secundário, uma vez que a
afecção acomete aproximadamente 95% das mulheres.
Vários fatores, inerentes ao próprio organismo ou constantes no seu dia a dia, contribuem isoladamente
ou em conjunto para a instalação ou agravamento do quadro, permitindo-nos classificá-los em:
predisponentes e desencadeantes.

FATORES PREDISPONENTES
Genéticos: São fornecidos pela presença de genes múltiplos com capacidade de expressão em pele de
tecido celular sub-cutâneo de certas regiões. Depende de uma aptidão individual à capacidade de resposta.
Freqüentemente encontramos famílias inteiras com história de celulite, lipodistrofia glúteo trocantérica e
problemas de retorno venoso de membros inferiores. A produção de hormônios sexuais e sua atividade
sobre os tecidos estaria condicionada a própria natureza do organismo e a morfologia ginóide e celulítica
acometeria com mais freqüência as mulheres de raça branca.
Sexuais: Os hormônios sexuais (Estrógenos, progesterona e andrógenos) orientam a distribuição
topográfica do tecido gorduroso, tanto no homem quanto na mulher e conferem uma característica
especial à constituição deste tecido.
É justamente na puberdade que aparecem as características sexuais secundárias, com a formação e
distribuição do tecido gorduroso. Os estrógenos e a progesterona induzem um tamanho maior dos
adipócitos e um número maior em certos locais.
A testosterona faz com que o tamanho e número dos adipócitos localizados nas regiões trocantéricas
sejam reduzidos.
Hormonais: Cada vez que o organismo feminino é bombardeado por taxas consideráveis de estrógenos há
alteração de determinadas zonas pela ativação de receptores hormonais para estradiol e progesterona,
formando-se na pele e no tecido sub cutâneo, cadeias moleculares responsáveis pela mudança do
metabolismo intersticial.
Considerando-se os mecanismos de ação dos hormônios e efeitos decorrentes de sua concentração no
sangue, pode ser explicada a diferença da densidade e disposição gordurosa, assim como do tônus
muscular, no sexo feminino.
Os catecolestrógenos, considerados metabólitos dos estrógenos, são produzidos com o extravasamento
causado pela estase circulatória. Estas substâncias competem com as catecolaminas que têm sua taxa
diminuída, ocasionando diminuição de glutation e cisteína.
Esta redução ocasiona uma série de alterações metabólicas, decisivas na etiologia da celulite, pois a
diminuição da taxa de glutation retarda o metabolismo celular, com acúmulo de toxinas e metabólitos.
Produz também um aumento da quantidade de homocisteína que inibe a formação de pontes transversais
entre o colágeno e elastina, desestruturando o tecido conjuntivo. Por outro lado, ocorre uma redução do
metabolismo dos hormônios tireoideanos (na transformação de T4 em T3. A diminuição de T3 provoca a
diminuição da hialuronidase (que despolimeriza os mucopolissacáridos) com consequente aumento da
viscosidade da substância fundamental, com diminuição da difusão intercelular. A lipólise também se
acha diminuída pela redução do T3, produzindo um maior acúmulo de triglicéridos intra adipocitários.
As catecolaminas estimulam os receptores adrenérgicos de 2 maneiras:
Os beta-receptores são mais sensíveis às concentrações baixas de catecolaminas e proporcionam efeito
lipolítico, enquanto os alfa-2 receptores mostram-se mais sensíveis a concentrações altas, potencializando
efeito anti lipolítico.
As prostaglandinas produzem um aumento da quantidade de ácido hialurônico da substância fundamental
que, juntamente com a diminuição da hialuronidase vai acarretar um aumento da viscosidade intercelular.
Por outro lado, as prostaglandinas produzem vasodilatação na rede microcirculatória, com congestão
vascular e diminuição do fluxo sanguíneo, que se torna incompetente para eliminar satisfatoriamente os
catecolestrógenos, mantendo assim o círculo vicioso.

FATORES DESENCADEANTES
Emocionais: alguns autores conferem um caracter predominantemente psicossomático à celulite (Dukan)
após relacionar a instalação e o desenvolvimento do quadro a fatores psicológicos históricos e neuro
vegetativos.
Fatores psicológicos negativos, como frustração, ansiedade, stress, depressão, influenciariam os centros
hipotalâmicos vizinhos como o circulatório, cardíaco, regulador hormonal, etc.
Como exemplo, poderíamos citar uma má regulação na produção de estrógenos, com conseqüente
retenção hídrica e alterações metabólicas, ponto de partida para a instalação da patologia.
Pessoas com tendência a ansiedade, quadros depressivos ou nervosos produziriam uma quantidade maior
de catecolaminas (Vague e Garçon) com efeito nos receptores adrenérgicos, ativando ou inibindo os
sistemas enzimáticos adenilatociclase e fosfodiesterase, condicionando a lipólise ou lipogênese.
Hábitos alimentares: a sobrecarga adiposa associada ao sítio de instalação da celulite certamente piora o
quadro, motivo pelo qual o aumento da ingestão ou uma dieta rica em gorduras e hidratos de carbono ou
mesmo o baixo consumo hídrico e excessivo consumo de sal agravam o quadro microcirculatório com
aumento da resistência capilar.
Alimentos que agravam o quadro metabólico: açúcares refinados, alimentos gordurosos, refrigerantes,
chocolate. Outros aspectos que concorrem para o mesmo quadro provêm da alergia alimentar, síndrome
de má absorção, carência sub clínica de vitaminas, amino ácidos essenciais, enzima oligoelementares,
ingestão de metais pesados e tóxicos, como chumbo, mercúrio, alumínio, cádmio, etc.
Hábitos tóxicos: O uso, isolado ou concomitante, de café, fumo e anovulatórios, favorece em grande
escala o aparecimento da celulite ou agravamento da celulite, principalmente por alterações na
microcirculação.
Sedentarismo: A falta de exercício físico regular condiciona a diminuição da circulação loco regional,
com diminuição do gasto calórico, redução dos estímulos adrenérgicos nos receptores adipocitários,
diminuição da utilização de glicose pelo músculo, aumento de hipotonia músculo tendínea, atrofia
muscular, aumento da massa gordurosa. Este fato pode favorecer o aparecimento de acúmulos de gordura,
nódulos e placas celulíticas, notadamente na região abdominal, face medial e trocantérica das coxas e
região glútea.
A atrofia da musculatura da panturrilha (tríceps sural) e a hipotonia da musculatura dos MMII levam à
falência do gradiente de pressão lateral do retorno circulatório (Vis lateralis).
Hábitos posturais: A posição preferencial durante o dia, como o hábito de se sentar, pode, pela
compressão das cadeias ganglionares da região poplítea e inguino crural, agravar o quadro celulítico, pela
resistência oferecida à circulação de retorno veno-linfático, favorecendo a manutenção do edema loco
regional.
Alterações posturais e ortopédicas: Sempre estão presentes como fatores de agravamento do quadro,
oferecendo diminuição do trânsito linfático, principalmente nos casos de lordoses e hiper lordoses.
A falta de bombeamento do "coração plantar", em casos de pés planos ou uso de calçados com palmilhas
inadequadas ou vícios de apoio plantar, condicionam a um déficit da circulação de retorno venoso, com
formação de edema
Compressão interna: a falta de orientação no uso do vestuário ou as tendências da moda, concorrendo
com vestimentas apertadas (causando compressão do plexo dérmico superficial por um longo período)
contribuem para a instalação de edema de toda a região comprimida, e agravamento ou aparecimento do
quadro.
A gravidez atua como componente mecânico dificultando o retorno venoso dos membros inferiores. O
aumento do estrogênio e progesterona concorre para diminuição da tonicidade das paredes vasculares,
favorecendo sua dilatação com conseqüente alteração da permeabilidade vascular.
Patologias de base: As alterações renais e hepáticas, principalmente nos quadros deinsuficiência,
concorrem para a piora do quadro, pela baixa capacidade de filtração eliminação das toxinas, além da
perda (renal) ou falta de produção (hepática) protéica, com diminuição da pressão oncótica e aumento do
transudato.
Patologias discais e ligamentos de coluna, assim como alterações posturais acarretam alterações de
natureza neurológica periférica, localizadas na região lombar, ocasionando alterações do componente
eferente do sistema simpático, que emerge pelas raízes e plexos lombares.
Problemas circulatórios, insuficiência de retorno venoso e varizes agravam o bloqueio da micro
circulação, favorecendo também o extravasamento de líquidos ao interstício, aumentando o edema, com
conseqüente compressão da micro circulação, agravando o quadro celulítico.
Infecções sub clínicas: coliformes e fungos, Candida albicans, todos colaboram na depleção do sistema
imunitário sistêmico e local.
Medicamentos: anti histamínicos, anti serotonínicos, anti tireoideanos, beta bloqueadores,
hormonioterapia, corticóides e anti-depressivos.

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