Вы находитесь на странице: 1из 9

c  


         
 
  

 


Esse trabalho tem como objetivo fazer uma análise sobre os


princípios constitucionais inerentes ao processo penal, verificando
como estes limitam o poder punitivo do Estado, dentro da
perspectiva da Constituição Federal como norma de controle e de
validade para o ordenamento jurídico.

Numa primeira abordagem será analisada a importância desses


princípios no ordenamento jurídico brasileiro, posto que a
Constituição Federal deve ser o ponto de partida para as demandas
civis, penais e processuais, sendo analisados apenas alguns dos
princípios do processo penal. Apresentando posteriormente, o
conflito do R   imposto pelo Estado contra o R  

do indivíduo, fazendo sempre uma interpretação axiomática à luz da
Carta Magna, e da orientação dada por ela ao processo penal.

c   
    

Serão analisados agora os mais importantes princípios


constitucionais que regem o processo penal, não com o objetivo de
exaurir toda a matéria relativa ao tema, mais tendo como principal
interesse dirimir eventuais dúvidas, fazendo uma abordagem crítica
valorizando a relevância da temática tratada no processo penal e no
ordenamento jurídico.

Os princípios constitucionais são considerados os pilares de todo o


ordenamento jurídico, pois orientam o interprete de como agir
diante das normas jurídicas, e das situações concretas a ele
apresentadas no cotidiano. Muitos são os princípios do processo
penal que encontram garantia na Constituição Federal, sendo alguns
deles, os mais importantes, e que serão abordados nesse trabalho: o
princípio da legalidade, da igualdade, da humanidade, do devido
processo legal, do contraditório, do juiz natural e do estado de
inocência.

u u    

Este princípio seja talvez o mais revelante e se encontra na


Declaração dos Direitos do Homem de 1789, que relata:  

   
    
 
  
 
 
 

 Este é sem
dúvida um dos pilares básicos do Estado Democrático de Direito
previsto no art. 5°, inciso II, da Constituição Federal que assegura a
que ³ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coi sa
senão em virtude de lei´, demosntrando assim uma observância ao
que foi previsto na Declaração.

O princípio da legalidade é inegavelmente um limite constitucional


ao poder do Estado para que não puna arbitrariamente seus
indivíduos, impedindo que este haja senão em virtude de lei. No
processo penal ainda é exigido que a lei tenha sido produzida pelo
ente competente, nesse caso a União, devido ao que dispõe o art. 22,
inciso I, diz que é de competência privativa da União legislar sobre o
direito processual.

Na esfera penal-processual o princípio da legalidade está também


bastante relacionado ao art. 5°, inciso XXXIX da CF, pois o mesmo o
mesmo revela que ³não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal´. Esse princípio tem uma
abrangência ampla, estabelece que os comandos jurídicos devem ver
realizados por regra normativa geral, sendo assim acaba que todos
os comportamentos humanos estão submetidos ao principio da
legalidade.

u  
 

A Constituição Federal prevê no art. 5°, inciso I, que todos são iguais
perante a lei, em direitos e obrigações. Obviamente nem todas
pessoas tem a mesma condição, nem estão no mesmo nível
econômico e social, no entanto todos merecem o mesmo tratamento
jurídico. O Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos prevê
que ³å    
  
   

R    Dessa forma, a isonomia perante a lei traduz também
igualdade processual, e no processo penal a isonomia é ainda mais
efetiva visto que se for violada a ação penal torna-se nula.

A Carta Magna veda as descriminações, os tratamentos desiguais,


salvo casos previstos em lei, nesse sentido afirma Alexandre de
Morais:

"A desigualdade na lei se produz quando a norma distingue de


forma não razoável ou arbitrária um tratamento específico a pessoas
diversas. Para que as diferenciações normativas possam ser
consideradas não discriminatórias, torna-se indispensável que exista
uma justificativa objetiva e razoável, de acordo com critério s e juízos
valorativos genericamente aceitos, cuja exigência deve aplicar -se em
relação à finalidade e efeitos da medida considerada, devendo estar
presente por isso uma razoável relação de proporcionalidade entre
os meios empregados e a finalidade perseguida, sempre em
conformidade com os direitos e garantias constitucionalmente
protegidos. Assim, os tratamentos normativos diferenciados são
compatíveis com a Constituição Federal quando verificada a
existência de uma finalidade razoavelmente proporcional ao fim
visado".

È preciso ressaltar que o foro especial por prerrogativa de função


estabelece vantagens, como se o individuo detentor do foro estivesse
em melhor condições por ser julgado num tribunal e não por um juiz
de direito diretamente, ferindo assim o principio da igualdade
judicial, no entanto o que a Constituição quis foi proteger não o
individuo e sim a função pública ou a dignidade do cargo que ocupa,
obviamente ele acaba por se beneficiar, mesmo que reflexamente.
Está é uma questão complexa e polêmica que vem dividindo
opiniões na doutrina, para alguns deveria ser extinto o privilegio
concedido pelo foro especial por ferir frontalmente o principio aqui
tratado; para outros não existe descumprimento do principio
devendo prevalecer o que a Constituição Federal previu sobre o
tema.

u  
  

A Declaração Universal dos Direitos Humanos considera o principio


da humanidade e da dignidade como os mais relevantes princípios,
relata no seu preâmbulo: 
 
  
  
   
      
 
         
 
  R      
  
 ! 
 

 
 
 
       
     
Ainda prevê no arts. V e VI que no plano internacional que
"  
  " 

 
     

   
  " e que "å 
 

 

 
  ".

Na Constituição Federal no art. 1° inciso III, está previsto a


dignidade da pessoa humana, no art. 5° incisos III e XLIX, está
previsto o principio da humanidade. Do inciso III, do art. 5° que diz
" 
  " 

 
   
 
  ", ficam estabelecidas certas garantias processuais
que de o processo penal não pode expor o homem a situações
degradantes e torturante, não pode ele mesmo assumir forma
desumana, não pode aplicar penas de tortura ou pena de morte,
cabendo assim a todos direitos que devem ser providenciados pelo
Estado como: um processo acusatório rápido, limitação a prisão
preventiva, separação de presos condenados dos processados e dos
provisórios, bem como a integridade física e moral do preso (art. 5°
inciso XLIX), pois o processo penal priva o homem da sua liberdade
mais não da sua dignidade.

u    

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789


asseverava que ³  
   
  
  
   
 
 
 


 #  $$    
$




 
  (...)". A Declaração
das Nações Unidas, de 1948, repete a regra no seu art. IX: "  




  
  $  ". Por arbítrio,
entende-se a inexistência de lei ou o abuso de direito.

A Constituição Federal no art. 5°, inciso LIV, que "ninguém será


privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal".
Dessa forma é assegurado a todos um processo segundo a lei, não
podendo ninguém ser privado de sua liberdade e dos seus bens,
senão forem cumpridas a tramitações legais.

O doutrinador Scarance Fernandes afirmou, durante algum tempo,


que visualizava o devido processo legal de uma forma individualista,
onde eram resguardados os direitos públicos subjetivos da partes.
Contudo modificou sua forma de pensar, pois diante de um
posicionamento publicista teve que considerar os princípios e
garantias das partes e do próprio processo, como um instrumento
justo da prestação jurisdicional, afirmando que cabe ao juiz resolver
os casos a ele apresentados da forma mais justa, evitando a
arbitrariedade do Estado.

Dessa forma, não deve assim ser aceito provas ilícitas no processo
penal, pois se fosse concebida tal hipótese estaria se ferindo o
principio do devido processo legal, inclusive o Supremo Tribunal
Federal já decidiu a esse respeito, pois se descumprida tal garantia, a
sanção seria a nulidade de acordo com a teoria 
   

 (³fruto da arvore envenenada´).

u    

A Constituição Federal consagrou em seu artigo 5°, inciso LV, que


ü    
R    
 
   
 

 %
   


  
 
    
    . Esse princípio é uma garantia fundamental da
justiça, isso porque deve ser permitida a ambas partes a paridade de
armas, sendo assim todo ato produzido dentro do processo caberá
igual direito à outra parte de discordar, aceitar ou simplesmente
modificar os fatos e o direito alegado pelo autor, de acordo com o
que lhe seja mais conveniente.

De acordo com Júlio Fabrini Mirabeti e Fernando da Costa Tourinho


Filho acreditam que do contraditório decorrem duas regras
importantes a da igualdade processual e da liberdade processual.
Scarance Fernandes diferencia o contraditório da igualdade
processual:

"O contraditório põe uma parte em confronto com a outra, exigindo


que tenha ela ciência dos atos da parte contrária, com possibilidade
de contrariá-los. O princípio da igualdade, por outro lado, colocam
as duas partes em posição de similitude perante o Estado e, no
processo, perante o juiz. Não se confunde com o contraditório, nem
o abrange. Apenas se relacionam, pois ao se garantir a ambos os
contendores o contraditório também se assegura tratamento
igualitário´.

O contraditório não admite violações nem exceções, pela sua


natureza constitucional, devendo assim ser consideradas
inconstitucionais as normas que firam materialmente e formalmente
esse principio, é o que acreditam Grinover e Dinamarco.

u 



A Constituição Federal no art. 5°, inciso LIII, diz que: ³  




     
 
  ´.Daí a garantia de ser ter um juiz imparcial, técnico,
competente para resolver os conflitos demandados no Poder
Judiciário, evitando assim o que ocorra    R 

O descumprimento desse principio, anulará a sentença


(condenatória e absolutória), pois ninguém pode ser condenado por
juízo excepcional ou tribunal de exceção. O Código de Processo
Penal prevê algumas exceções a esse principio como os processos de
competência do júri, substituição de juizes por motivos diversos
como férias e falecimento, por exemplo, e mudanças de competência
como criação de novas varas ou redistribuição de processos, por
exemplo.

Esse é um dos princípios constitucionais mais relevantes no


processo penal, pois é através dele que ficam vedados os juízos e
tribunais de exceção, art. 5° inciso XXXVII, limitando o poder
punitivo do Estado, já que se faz necessário previa organização das
cortes e tribunais, da delimitação da jurisdição e da competência

u   

A Declaração Francesa afirmava que: "å   



  

  (...)". A Declaração Universal dos
Direitos do Homem relata também: "å       
  
 

      
     
   
 
R   &     
    

  
 "  " (art. XI). A Constituição
Federal também prevê no art. 5°, inciso LVII³  


   
' R     
 %
 Diante dessas afirmativas, fica evidente que o Estado
é quem deve provar os fatos criminais do individuo, havendo dúvida
o juiz absolver o réu, não podendo assim condená -lo, sob pena de
exercício arbitrário de poder.

Esse princípio admite exceções previstas no ordenamento jurídico


como as prisões preventivas, anteriores ao trânsito em julgado da
sentença condenatória. Nesse caso não haverá violação ao princípio
do estado de inocência, segundo sinaliza o STJ na súmula n° 9, " (
$ ) 

%
 
 
 
  
    
 ) ". No entanto muitas
críticas foram feitas à cerca dessa posição do Superior Tribunal de
Justiça, sendo que ainda há alguns doutrinadores firmes em posição
divergente a essa.
Vale ressaltar que o juiz deve observar no caso concreto se há mesmo
a necessidade da restrição antecipada da liberdade do acusado, bem
como o efeito de desobrigar ao réu a prova da sua inocência posto
que cabe ao Ministério Público provar a culpa do acusado.

    


  

Como foi demonstrado ao longo do trabalho, os princípios


constitucionais limitam o poder punitivo do Estado, principalmente
no que tange a liberdade do réu. Dessa forma não se repetirá aqui o
já exposto, no entanto vale analisar o pensamento de Edson Luis
Baldan:

"O processo penal condenatório não é um instrumento de arbítrio do


Estado. Ele representa, antes, um poderoso meio de contenção da
persecução penal. Ao delinear um círculo de proteção em torno da
pessoa do réu, que jamais presume culpado, até que sobrevenha
irrecorrível sentença condenatória, o processo penal revela-se
instrumento que inibe a opressão judicial e que, condicionado por
parâmetros ético-jurídicos, impõe ao órgão acusador o ônus integral
da prova, ao mesmo tempo em que faculta ao acusado, que jamais
necessita demonstrar sua inocência, o direito de defender-se e de
questionar, criticamente, sob a égide do contraditório, todos os
elementos probatórios apresentados pelo Ministério Público".

A própria existência de um processo judicial limita o poder


coercitivo do Estado, para tanto devem ser respeitadas as normas, os
princípios constitucionais e as garantias dadas ao individuo, para
que não haja abusos e violações aos seus direitos, a sua dignidade
em quanto ser humano.


!

Este trabalho busca analisar os principais princípios constitucionais


no processo penal, tema este relevante para todos os acadêmicos da
área jurídica já que desperta para um posicionamento crítico diante
da realidade do processo penal e de como ela deve ser entendida à
luz da Constituição Federal.

A proteção dada ao cidadão contra o arbítrio judicial e a coerção


estatal, assegurando sua liberdade individual, restringida apenas se
o órgão acusador comprovar mediante elementos de certeza a
culpabilidade do réu, é uma questão que interessa diretamente a
todos, independente de estarem ou não envolvidos na esfera
jurídica, já que limita o poder punitivo do Estado. 

Вам также может понравиться