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o trabalhador

da CM
L

Dia Nacional
de Indignação
e Protesto! Pág. 3

Dia 1 de Abril
ANO XXXII ● Nº 144 ● Março/Abril 2011

Manifestação Nacional da Juventude Trabalhadora


Pág. 7

Reorganização dos serviços


A luta continua! Págs. 8 e 9
Editorial

A unidade
dos trabalhadores
é imperativo para
o aprofundar da luta
muitas vezes afirmamos que a "luta tem que sair à rua"!
E de facto, assim é.
Comprovamos a nossa tese de que, "lutar vale a pena"
e é o único caminho possível através da experiência obti-
da em torno do processo de reestruturação dos serviços
municipais.
Apesar da vereadora Graça Fonseca nas suas "30
Perguntas sobre a Reorganização" (informação en-
viada a 14 de Fevereiro último para os endereços elec-
trónicos dos funcionários da CML) ignorar deliberada-
mente e assim desvalorizando, o intenso processo de
contestação que teve lugar de Outubro de 2010 a Janeiro
pós os três primeiros meses do ano, verificamos de 2011 pelo STML e pelos trabalhadores.

A que a linha defendida pelo governo no que diz


respeito aos direitos e salários dos trabalhadores
da administração pública, aprofunda-se, dia após dia.
Temos a clara noção de que a luta contra a desrespon-
sabilização da CML em áreas vitais para a cidade e po-
pulação de Lisboa através da externalização = privati-
zação de importantes serviços públicos municipais não
Temos pois, um horizonte que se perspectiva mais di-
terminou, só porque a proposta do presidente António
fícil e conturbado para aqueles cuja única fonte de ren-
Costa foi aprovada na AML.
dimento é a sua força de trabalho, físico e/ou intelectual,
o mesmo é dizer, os trabalhadores. Por isso, reafirmamos que a luta vai continuar, nesta
nova fase que é a sua implementação. Em questões de
O cenário agravou-se com a decisão da redução da princípio, o STML não negoceia e esta foi uma das ques-
massa salarial dos trabalhadores da administração pú- tões nevrálgicas que a Sra. vereadora olvidou na sua
blica em 5%, consubstanciada na Lei do OE 2011. Na missiva, aparentemente bem-intencionada, aos trabalha-
opinião dos sindicatos da CGTP-IN, de que o STML faz dores da autarquia de Lisboa.
parte, esta medida, da única e exclusiva responsabili- No continuar da luta, destaca-se desde já o próximo dia
dade do governo PS(D), é ilegal e por este motivo, foi já 19 de Março, com a jornada de luta nacional convocada
alvo da entrega de providências cautelares e será exigido pela nossa central sindical, a CGTP-IN e que, por todas
junto do Tribunal Constitucional a sua inconstituciona- as razões que já expusemos e mais algumas e elas exis-
lidade. Paralelamente, o STML colocou à disposição dos tem, devem merecer de todos os trabalhadores da Câ-
trabalhadores da CML, uma minuta que sustenta a recla- mara Municipal de Lisboa uma particular atenção. Com-
mação ao corte = roubo dos salários. O processo ganha- bater o amorfismo, a passividade e a ideia da inevitabili-
rá contornos de contestação colectiva e poderá ser en- dade que nos transmitem diariamente, é o grande desa-
caminhado pelo STML para tribunal. fio que colocamos a todos os trabalhadores. O apelo tra-
Contudo, a luta não se pode apenas travar no campo duz-se em simples palavras: LUTA PELOS TEUS DI-
legal! Sabemos que a justiça em Portugal é constituída REITOS!
por leis, regras e normas que ajudam principalmente os A unidade dos trabalhadores da administração pública
prevaricadores, neste caso o governo e os que susten- e em particular dos trabalhadores da autarquia de Lis-
tam estas políticas de direita, injustas, anti-sociais e anti- boa, é fundamental para o sucesso das nossas aspira-
civilizacionais, os tais que insistem na imposição unilate- ções, o mesmo é dizer, a defesa dos nossos direitos e sa-
ral de mais e mais sacrifícios. É neste sentido que a luta, lários, a manutenção do nosso posto de trabalho e a de-
a contestação deve passar para a rua! É nesta óptica que fesa implícita dos serviços públicos. ■

Director: Delfino Serras ■ Corpo Redactorial: Luís Dias, Vítor Reis, Mário Rosa, Mário Souto, Francisco Raposo, Frederico
Bernardino ■ Propriedade: Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa ■ Administração e Redacção: Rua de São
o trabalhador
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2 O TRABALHADOR DA CML
Grande Manifestação
Nacional
19 de Março
Contra o desemprego,
as injustiças e as desigualdades,
pela mudança de políticas
ace ao agravamento da situação económica e social

F do nosso país, com negativas repercussões no bem-


estar dos trabalhadores portugueses, a CGTP-IN, a
nossa central sindical convocou para o dia 19 de Março
Pré-aviso de greve: das 00.00 às 24.00 horas
de 19 de Março.
Concentração: Rua Rodrigues Sampaio
(em frente ao Ritz) às 14.30 horas.
uma grande manifestação nacional, onde convergirão os
trabalhadores do sector público e privado.
Neste momento analisa-se no seio da CE, novas me- Constatamos o encerramento de mais de 4 mil escolas
didas, regras e mecanismos a impor aos países conside- nos últimos quatro anos, com base em critérios mera-
rados prevaricadores, ou seja, aos que não cumprem com mente economicistas, demagógicos e irreais. Conse-
as metas incompreensíveis no plano do défice e das con- quência desta política de destruição da rede escolar, é o
tas públicas. Metas que têm justificado sucessivos planos aumento em catadupa do abandono escolar.
de austeridade um pouco por toda a Europa e sempre, O governo PS defende e implementa políticas de direita
contra os trabalhadores. que são a negação evidente do direito à educação e ao en-
Nos últimos 5 anos, o desequilibro das contas públicas sino, universal, de qualidade e gratuito, o direito à saúde,
em Portugal tem sido mais evidente, resultado principal- o direito à segurança social, à justiça e à habitação. DI-
mente, das injecções massivas de dinheiros públicos no REITOS consagrados na Constituição da República
sector financeiro, onde o exemplo do BPN revela contor- Portuguesa.
nos obscenos e escandalosos, com mais de 5 mil milhões No mundo do trabalho o governo, com o acordo das
de euros do erário público perdidos neste pântano de entidades patronais, revê o código do trabalho facilitando
corrupção e má gestão. ainda mais os despedimentos e diminuindo o valor das
A constatação de que a crise não é para todos, compro- indemnizações a serem pagas aos trabalhadores despe-
va-se com facilidade pelos lucros obtidos pelos maiores didos. Trabalhadores que, agora, contribuem obrigatoria-
bancos portugueses, BCP, BES, BPI e Santander Totta, no mente para um fundo de onde será retirado o dinheiro das
ano de 2010, nomeadamente, de 1,43 mil milhões de eu- indemnizações.
ros! Aos lucros apresentados, os bancos referidos pagaram Financiar o seu próprio despedimento e por valores mais
de impostos apenas 143 milhões de euros, menos 54,9% baixos, assim se descreve o cinismo e as hipócritas me-
do que em 2009! O governo permitiu que 168,6 milhões de didas do governo.
euros não entrassem nos cofres do Estado. Não é de estranhar, portanto, que a política de direita
Referir por último e como nota de rodapé, a chocante in- levada a cabo pelo governo PS de braço dado com o PSD
justiça que é os 12% de IRC que pagam os bancos, o mes- e CDS-PP, tenha conduzido à grave situação que actual-
mo que um simples comerciante... Agora, sabemos que os mente se vive em Portugal.
bancos nem os 12% de IRC pagam na sua totalidade. A taxa de desemprego continua a subir, atingindo mais
Simultaneamente, o governo impõe aos trabalhadores de 760 mil portugueses. A precariedade generalizou-se no
portugueses o pagamento de mais e mais imposto, IRS e mercado de trabalho, o que antes era uma excepção à re-
IVA! Há claramente uma dualidade de critérios, uma polí- gra, ganha agora contornos de normalidade, desvirtuando
tica de dois pesos e duas medidas que caracteriza o go- e frustrando as expectativas de milhares de trabalhadores
verno PS(D). por um vínculo estável que lhe permita construir com digni-
Na Lei Orçamento de Estado 2011, o governo PS com dade um futuro profissional, pessoal e familiar.
a cumplicidade do PSD, reduz salários, de forma ilegal e Mais de dois milhões de portugueses vivem no limiar da
inconstitucional, corta nos orçamentos para a saúde e pobreza! Muitos deles, trabalhando efectivamente mas
educação, retira o abono de família a milhares de crianças com rendimentos miseráveis que os obrigam a depender
e jovens, congela progressões e admissões na admi- dos sistemas de protecção social, os mesmos que o go-
nistração pública, congela pensões e reformas, aumenta verno reduz e extingue, empurrando para a pobreza e
as quotizações para a Caixa Geral de Aposentações, entre exclusão social milhares de famílias.
muitas outras nefastas medidas. Uma política que defenda o emprego e os salários!
O ataque às funções sociais do Estado continua com um Uma política que combata o desemprego e a pre-
governo dito socialista e defensor de um "Estado Social"! cariedade!
Na prática, verificamos completamente o oposto. Neste Uma política que defenda os serviços públicos e os
momento, mais de 700 mil portugueses não tem médico trabalhadores!
de família. Verificamos o fim das comparticipações num Uma política que defenda as funções sociais de Es-
conjunto significativo de medicamentos e tratamentos. tado e não a sua destruição! ■
O TRABALHADOR DA CML 3
É tempo de dizer: BASTA!

pesar de José Sócrates vir fazer pontualmente o

A papel do "polícia bom", num filme onde Teixeira dos


Santos interpreta sempre o "polícia mau", e concor-
dar com a inconstitucionalidade da retroactividade sobre
CML é mais papista
horas extraordinárias e outro tipo de rendimentos e suple-
mentos do trabalho realizado em 2010, mas pago em
que o papa
2011 (prometendo, à altura de fecho desta edição, devol-
ver os valores indevidamente subtraídos), o roubo dos sa-
lários não deixou de o ser. O ataque aos rendimentos pro- F oitrabalhadores
com enorme surpresa que largas centenas de
do sector operacional da CML, com
venientes do trabalho continua sobre a mira do Estado direito a receber retroactivos respeitantes ao Subsídio
(aquele que mais desinveste nos seus trabalhadores) de Risco, Insalubridade e Penosidade, se depararam,
mas também do patronato que, a reboque do "bom exem- no passado mês de Janeiro, com cortes no vencimento
plo" do combate ao défice das contas públicas, começa devido ao pagamento de uma dívida que o município
também a atacar os salários dos seus trabalhadores em tinha para com eles. Assim, e sem pejo de legalidade,
nome da aquisição de uma pretensa "competitividade" os Recursos Humanos apressaram-se a aplicar os cor-
que em tempo de crise se faz, pelos vistos, à custa de
tes sem verificar o tipo de rendimento em causa.
quem trabalha.
Mas, voltando ao sector público, a Frente Comum de Considerando que verbas devidas anteriores a 31 de
Sindicatos da Administração Pública continua a reclamar Dezembro de 2010 jamais poderiam ser abrangidas
junto dos tribunais (através das inúmeras providências pela lei do Orçamento do Estado para 2011, mas tam-
cautelares que continuam a aguardar resposta), mas tam- bém no sentido de afirmar a inconstitucionalidade sobre
bém nas ruas e nos locais de trabalho, a inconstitucionali- o roubo dos salários perpetrado pelo governo, o STML
dade de uma medida que fere de morte princípios e direi- reuniu, no passado dia 4 de Fevereiro, centenas de tra-
tos consagrados aos trabalhadores, e devidamente consi- balhadores que, a partir de uma minuta, fizeram a recla-
gnadas no ordenamento constitucional português. Assim, mação devida à aplicação desta gravíssima medida.
ao roubar os salários dos trabalhadores, este governo de
Aguardando mais desenvolvimentos sobre o que se
direita do PS, com a anuência do PSD e do CDS, ousa fa-
zer tábua rasa sobre o princípio da retroactividade, apli- vai passar no que diz respeito à questão da retroacti-
cando-o à revelia da Constituição da República. Incrível vidade sobre verbas respeitantes a horas extraordiná-
para todos os trabalhadores é a impunidade com que rias e subsídios do ano passado, não deixa de ser la-
uma medida mais lesiva para os interessados se institui mentável que os Recursos Humanos da CML – que fo-
sem que seja discutida a sua legalidade. Precisamente ram extremamente cuidadosos a explicar como se apli-
por aquele motivo é que continuamos a lutar pela incons- cam os "índices de penalização" dos salários e as "30
titucionalidade do roubo perpetrado por este governo aos boas razões para estarmos tranquilos com a reestrutu-
salários dos trabalhadores do sector público. ração" –, não tenham tido mais cuidado quando evita-
Assim, e mais uma vez, apelamos a que cada um de
ram pagar, na integra, retroactivos sobre uma verba
nós diga Basta ao roubo dos salários! O caminho só
pode ser de luta! Dia 19 de Março, às 14h30 participamos que, sublinhe-se, é respeitante a trabalho efectuado
na Manifestação Nacional da CGTP-IN. ■ antes de 2010. ■

4 O TRABALHADOR DA CML
Com Determinação e Confiança
A LUTA SAIU À RUA!
m largo número de trabalhadores da CML, dirigen- sembleia Geral do STML, Libério Domingues, reiterou a

U tes e delegados sindicais do STML participaram,


de forma muito viva e determinada, na manifesta-
ção promovida pela União de Sindicatos de Lisboa (USL/
urgência da mudança de rumo e enalteceu as lutas que,
por todo o distrito e por todo o país, se travam em defesa
dos nossos direitos. Marcou igualmente presença, o se-
CGTP-IN), no dia 28 de Janeiro. cretário-geral da CGTP-IN, Manuel Carvalho da Silva.
Na luta pelo emprego, contra o aumento do custo de A Resolução aprovada e entregue na residência oficial
vida e o roubo dos salários, milhares de trabalhadores, do do 1.º ministro, afirmava: "Prosseguir a luta pelo exercício
sector público e privado, fizeram-se ouvir, contestando de dos direitos de cidadania, designa damente o direito
forma inequívoca as políticas de direita, responsáveis pe- constitucional à resistência contra as medidas injustas e
los inúmeros problemas que enfrentamos. ilegais, assumindo a participação cívica nos locais de tra-
Milhares de trabalhadores concentraram-se no Largo balho e nas ruas como elemento determinante para a as-
de Camões e desfilaram, posteriormente, para a residên- sumpção plena da democracia, da valorização do traba-
cia oficial do 1.º Ministro. lho e da dignificação dos trabalhadores".
Na ocasião, o coordenador da USL e presidente da As- Só nos resta concluir, que a LUTA CONTINUA! ■

Na EGEAC,EMM a luta contra o roubo


dos salários não pode parar!
ace à medida do governo de impõr cortes salariais preocupações dos trabalhadores, reuniu com o conse-

F aos trabalhadores da Administração Pública, Cen-


tral, Regional, Local e no Sector Empresarial do
Estado, o STML avançou no plano jurídico com a entrega
lho de administração da EGEAC,EEM, onde foi informa-
do que não existem verbas para o início das obras (em
resultado de infiltrações) que são necessárias efectuar,
de providências cautelares e irá exigir posteriormente a de carácter urgente e imperativo.
inconstitucionalidade desta medida junto do Tribunal Na sequência desta informação, o STML enviou uma
Constitucional. participação a Autoridade para as Condições de Traba-
No âmbito da contestação a esta injusta, arbitrária e lho (ACT) e não se exclui igualmente, o desenvolvimen-
ilegal decisão, os trabalhadores da EGEAC,EEM, apre- to de qualquer forma de luta com os trabalhadores.
sentaram ao conselho de administração da empresa
uma reclamação formal contra a redução salarial.
A luta no campo legal é importante mas não basta!
Actos eleitorais
Está em curso o processo para dois actos eleitorais na
Neste sentido, continuar a contestação e a luta contra os
ilegais cortes salariais na próxima acção da CGTP-IN, EGEAC,EEM:
dia 19 de Março, é uma questão essencial. Dia 19 de Dia 14 de Abril 2011: A eleição para a comissão de
Março, às 14h30, na descida do Amoreiras para o trabalhadores. Eleição para a alteração de estatutos
Marquês de Pombal. Luta pelos teus direitos! da comissão de trabalhadores, ao abrigo do novo código
do trabalho.
Padrão dos Descobrimentos Dia 5 de Maio de 2011: Eleição dos representantes
Face à ausência de condições de segurança, higiene em matéria de segurança e saúde no trabalho.
e saúde no trabalho, que se verifica neste equipamento, É importante a participação de todos os trabalha-
o STML, após visita realizada ao local e auscultação das dores nestes dois actos eleitorais. ■
O TRABALHADOR DA CML 5
Encontro Nacional dos Representantes
dos Trabalhadores da Administração Pública
A Luta não ficará por aqui

intensa chuva que se fez sentir, na manhã do dia pública e administração autárquica; rouba o tempo de

A 19 de Fevereiro, foi motivo para alterar o local de


concentração dos representantes dos trabalhado-
res da Administração Pública, que reuniram para reivin-
serviço e impõe medidas que visam apenas a redução de
milhares de postos de trabalho e uma menor qualidade
na prestação do serviço público.
dicarem, entre outros aspectos, a defesa do emprego pú- Inicialmente prevista a concentração dos activistas
blico, como suporte fundamental para a qualidade dos para a Praça da Figueira, esta foi alterada para a Voz do
serviços públicos, mas também pela actualização anual Operário. A trégua oferecida pela chuva permitiu a todos
dos salários e pensões, pela estabilidade laboral, a repo- os que ali fizeram questão de estar num dia de descanso
sição de direitos na aposentação, a contagem do tempo ou em greve (os que trabalhavam neste sábado e foram
de serviço, um sistema de avaliação justo e exequível muitos os trabalhadores da Câmara Municipal de Lisboa
sem quotas. que a fizeram) que descessem até ao local inicialmente
Como, infelizmente, sabemos, o actual e anteriores go- previsto, mostrando que "a luta não ficará por aqui".
vernos têm procedido à diminuição efectiva dos salários Combater um "governo fora da lei" foi a premissa que
de quem trabalha; congela pensões e valorizações remu- adiantou a mobilização que se irá fazer para a participa-
neratórias; aumentou os descontos dos trabalhadores e ção em massa dos trabalhadores da administração pú-
aposentados para o IRS e CGA sem reflexos positivos blica na manifestação nacional convocada pela CGTP-
para quem trabalha; congelou admissões e fechou con- IN do dia 19 de Março.
cursos para postos de trabalho necessários na função A luta continua e aprofunda-se! ■

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


assado o centenário sobre a proposta de proclama- terna e solidária! Uma sociedade, onde a igualdade en-
P ção do dia 8 de Março como Dia Internacional da
Mulher, 1910 - 2010, como forma de homenagear as
tre mulheres e homens, seja uma constatação de facto
e não apenas palavras de circunstância.
operárias têxteis mortas em Nova York, que enfrentaram Por dificuldades de calendário, o STML comemorou
com determinação a repressão patronal, lutando assim, este importante marco na luta das mulheres trabalha-
como hoje o continuamos a fazer, por melhores condi- doras no dia 11 de Março, com um plenário no Cinema
ções de trabalho e de vida, unidos, mulheres e homens, São Jorge. À semelhança do ano transacto, tivemos um
persistimos na resistência e no combate a todas as po- momento musical dedicado às mulheres trabalhadoras
líticas de direita que lesam as trabalhadoras e os traba- da CML, por intermédio dos "Piloto Automático".
lhadores, políticas essas promovidas pelos governos do A passagem do filme produzido em 2010, alusivo aos
PS, PSD, com ou sem o CDS, nos últimos 36 anos. 100 anos de luta da mulher pela sua emancipação, na
Os governantes que nos desgovernam há mais de conquista de direitos, pela igualdade, seja no plano fa-
três décadas, autênticas marionetas do capital e defen- miliar, laboral ou social, foi igualmente um dos pontos
sores dos seus interesses, não olham a meios para altos desta reunião das mulheres trabalhadoras da CML.
atingir os seus fins. Com um discurso demagógico e O apelo à participação no dia 19 de Março, dia de in-
hipócrita, o governo PS(D), em perfeita sintonia com o dignação e protesto, na manifestação nacional convo-
sector financeiro, defende e implementa políticas que cada pela nossa central sindical, a CGTP-IN, mereceu
visam a crescente exploração das trabalhadoras e de todas as presentes um forte aplauso e uma forte de-
trabalhadores, justificando assim, o combate à crise que terminação em avançar na luta pelos nossos direitos,
eles próprios criaram e ajudaram a aprofundar. salários e na defesa dos postos de trabalho!
O combate às políticas de direita, não terá outro fim, As mulheres afirmam, hoje como ontem: A luta conti-
que não a construção de uma sociedade mais justa, fra- nua! ■
6 O TRABALHADOR DA CML
Manifestação Nacional
da Juventude

STML e a direcção distrital de Lisboa da Interjo- Aos jovens trabalhadores do município, para além

O vem promoveram, no dia 23 de Fevereiro, uma


banca pública junto ao edifício do Campo Gran-
de. Esta iniciativa decorreu no âmbito do plano de traba-
destas razões, sobram outras que atormentam o seu
quotidiano e colocam em risco o seu futuro, por exemplo:
➨ A falta de solução para as dezenas de trabalhadores
lho de esclarecimento e mobilização dos jovens trabalha- com contratos de trabalho a termo certo;
dores (e não só) para a grande manifestação no dia 1 de ➨ Os cortes salariais já sentidos em Janeiro;
Abril em que a Interjovem/CGTP-IN assinala o Dia Na-
➨ O aumento do desconto para a CGA;
cional da Juventude.
Este plano contempla ainda mais iniciativas junto dos ➨ O aumento do custo de vida, agravado pelo aumen-
locais de trabalho com maior concentração de jovens, to dos impostos (IRS, IVA, etc.);
mas destacamos também a tribuna pública que teve lu- ➨ O congelamento da progressão nas carreiras;
gar no dia 3 de Março, na Rua do Carmo, em que o ➨ A aplicação do SIADAP que a CML teima em impor
STML também não faltou, representado por dirigentes e com um rol infindável de ilegalidades;
delegados sindicais e que sob o lema "basta de preca- ➨ A política de recursos humanos seguida na CML que
riedade" participaram na denúncia e discussão de vários não respeita a valorização pessoal e profissional dos
problemas que afectam principalmente esta faixa etária jovens trabalhadores;
de trabalhadores, desempregados e dos que ainda an- ➨ A tentativa de implementar a adaptabilidade, ou seja
seiam pela entrada no mundo do trabalho. a flexibilidade de horários, através de um regulamento de
Importante, também, é relembrar que este dia evoca horários que a ser aprovado trará claros prejuízos para
uma iniciativa de jovens que em 1947 se reuniram num os trabalhadores.
acampamento em São Pedro de Moel com o objectivo de
No dia 1 de Abril os jovens trabalhadores da CML e das
confraternizar e trocar ideias e que foi reprimida pela
empresas municipais devem juntar-se aos milhares de
polícia política (PIDE). Vários desses jovens foram pre-
sos e espancados, tendo sido libertados posteriormente outros jovens vindos de todo o país, de diversos ramos
após intensos protestos populares. de actividade, para exigir uma outra política. Uma política
Desde há alguns anos que esta data é assinalada pelo que defenda os jovens trabalhadores.
movimento sindical, aproveitando a oportunidade para Para o efeito, o STML pedirá dispensa, ao abrigo da
reivindicar nas ruas a solução para vários e profundos Lei Sindical, para a tarde do dia 1 de Abril a partir das 13
problemas que afectam os jovens deste país. horas, de modo a permitir que todos os trabalhadores da
No dia 1 de Abril, os jovens lutam por uma vida melhor, CML e empresas municipais até aos 35 anos de idade
uma vida com direito a emprego e a emprego com participem nesta festa que ao mesmo tempo é um mo-
direitos, por salários digno e justos, pelo direito à saúde, mento de avanço na luta dos jovens por uma vida melhor.
à educação e à habitação, pelo direito à igualdade e à Não deixes que decidam por ti! Luta pelos teus direitos,
justa distribuição da riqueza. luta pelo teu futuro! ■
O TRABALHADOR DA CML 7
Reorganização dos serviços:
Processo concluído?
Claro que não!
oi aprovada, no dia 1 de Fevereiro, na Assembleia O STML conseguiu ainda, que o presidente ga-

F Municipal de Lisboa, a proposta de reorganização


de serviços da responsabilidade do actual executivo.
O PSD absteve-se, viabilizando assim a proposta do PS.
rantisse:
● No âmbito da criação dos serviços municipalizados,
a imperativa constituição de legislação específica, a ser
Recuamos no tempo, até Setembro de 2010, momento aprovada na Assembleia da República, que garanta o
em que o STML teve conhecimento do estudo da equipa vínculo jurídico/laboral dos trabalhadores;
de missão, que esteve na génese do projecto de rees- ● A manutenção do DRMM enquanto departamento,
truturação e reorganização de serviços. António Costa evitando o seu esvaziamento e posterior extinção.
apresentou a proposta formal ao STML em Outubro do Contudo, temos a perfeita
mesmo ano após várias insistências do sindicato. noção que o presidente Antó-
É preciso recordar que a referida equipa de missão foi nio Costa só recuou momen-
constituída em Janeiro de 2010, mas ao contrário do que taneamente, porque a isso foi
afirmam os responsáveis da autarquia, o STML ("os sin- obrigado.
dicatos", como referem) só nos últimos três meses do Permanece na sua agenda
ano teve possibilidade de auferir a gravidade dos planos política a intenção de des -
que o presidente da CML tinha para o futuro de conside- mantelar a maior autarquia do
ráveis serviços municipais e dos respectivos trabalha- país com o sofisma de, assim,
dores. aumentar a qualidade e apro-
ximar os serviços à população
Face à gravidade da situação, o STML desencadeou
da cidade de Lisboa.
um intenso processo de contestação às intenções do
O mesmo sofisma é apli -
executivo camarário de esvaziar, extinguir e externalizar
cado quando refere que os
serviços municipais nevrálgicos para a cidade e popula-
postos de trabalho estarão
ção de Lisboa, colocando igualmente em risco o futuro de
sempre (?) salvaguardados,
milhares de postos de trabalho.
quando a matriz que norteia
O prolongado movimento de contestação, persistente os seus objectivos baseia-se
e determinado do STML e dos trabalhadores, obrigou ao exclusivamente na redução
recuo do presidente da CML num conjunto significa- da despesa com os recursos
tivo de matérias, nomeadamente: humanos da autarquia, à se-
● Na externalização = privatização da Divisão de Ilu- melhança do que defende e
minação Pública, através da sua venda à EDP; implementa o governo no
● Na externalização = privatização do saneamento, plano mais geral da adminis-
através da venda do Departamento de Saneamento à tração pública, quer na óptica
EPAL.
8 O TRABALHADO
dos trabalhadores, quer na óptica dos serviços públicos, indirectamente, a constituição de bolsas de supranume-
em que a Lei de Orçamento de Estado de 2011 é o mais rários e/ou excedentários com ligação directa à mobili-
recente e gravoso exemplo. dade especial, a tal que, para a Sra. vereadora, "não está
É exasperante verificar que o executivo da CML, neste regulada" mas que existe efectivamente e, claro está,
caso por intermédio da vereadora Graça Fonseca, insiste será aplicada oportunamente.
em utilizar mecanismos e tácticas que têm um único pro- Parece, afinal, que os "mapas de pessoal" existem e si-
pósito, o mesmo é dizer, deturpar e, por esta via, bran- multaneamente não existem! Esconde-se, deliberada-
quear os aspectos mais nefastos do processo de reorga- mente, que a saída de um trabalhador para organismos
nização. externos à CML extingue esse posto de trabalho dos
O exemplo mais pragmático foi o caso das "30 Pergun- mapas de pessoal.
tas Sobre a Reorganização", um instrumento aparen- Esconde-se que os mapas de pessoal, em substituição
temente informativo, mas que devidamente analisado, dos quadros de pessoal, foram criados ao abrigo da "re-
visa omitir, iludir e desvalorizar, junto dos trabalhadores forma da administração pública" com o objectivo evidente
da autarquia, todo o processo que envolveu a reorgani- de reduzir o número de vagas e efectivos com maior de-
zação dos serviços municipais até ao momento da sua sembaraço.
aprovação em sede da Assembleia Municipal. Com tal rol de falsificações e mistificações, só nos falta
Parece afinal, que tudo decorreu de forma simples, sem perguntar à Sra. vereadora se a Câmara Municipal de
qualquer tipo de contestação ou repúdio, sem qualquer Lisboa e os seus trabalhadores, estão sujeitos às leis que
tipo de cedências ou recuos. emanam da Assembleia da República ou se têm um
Parece, afinal, que não havia qualquer tipo de funda- estatuto especial, diferente das restantes autarquias e
mento para as legítimas razões do STML e dos traba- trabalhadores do país que, para todos os efeitos, o STML
lhadores, para criticar, denunciar e reprovar um processo desconhece.
de reorganização que visa um único propósito, desres- Independentemente da demagogia cada vez mais
ponsabilizar a Câmara Municipal de Lisboa na sua obri- acentuada deste executivo camarário, o STML reafirma
gação, primeiro enquanto entidade patronal e, em se- uma ideia essencial: a luta contra a destruição dos
gundo, como organismo público, responsável máximo na serviços públicos municipais não está concluída!
cidade pela prestação de um conjunto muito diversificado Entramos agora na fase de implementação do proces-
de serviços junto da população de Lisboa, seja na área so de reorganização de serviços e, neste novo contexto,
da higiene e limpeza urbana, no saneamento, na cultura, o STML apresenta como linha mestra da sua acção as
no desporto, na acção social, na habitação, entre outros. mesmas reivindicações, isto é, a exigência da manuten-
Até parece que na autarquia de Lisboa não se aplica a ção dos postos de trabalho e a salvaguarda dos direitos
famigerada legislação aprovada pelas bancadas do PS, dos trabalhadores afectos aos serviços, principalmente
PSD e CDS-PP na Assembleia da República. visados pela gula externalizadora = privatizadora do pre-
"Reforma da administração pública" que dá ao governo sidente António Costa. A defesa dos serviços públicos
Sócrates, mão livre para eliminar direitos, condicionar municipais, é transversal aos objectivos referidos.
perspectivas de carreira, degradar condições de trabalho, Em questões de princípio, como já afirmámos inúmeras
favorecer a redução de funcionários e a extinção de ser- vezes, o STML mostra-se intransigente! A luta, pelo ex-
viços, precarizar vínculos laborais e alimentar, directa ou posto, continua inevitavelmente! ■

HADOR DA CML 9
Orçamento camarário para 2011
As preocupações
do STML!
a linha da política económica do governo PS de Só-

N crates, o executivo de António Costa no Município de


Lisboa prepara-se para aplicar a mesma receita eco-
nomicista, traduzindo-se no agravamento das condições dos
trabalhadores e consequente degradação dos serviços
prestados à população.
A redução de verbas para serviços nevrálgicos da autar-
quia, como são o caso dos cemitérios, jardins, calceteiros,
iluminação pública, oficinas de manutenção mecânica, vem
pôr em causa a prestação de serviços essenciais que, le-
galmente são da competência camarária.
A redução drástica de dotação financeira, para trabalho
extraordinário nestes sectores deixa-nos sérias preocupa-
ções, quanto ao normal funcionamento dos mesmos. conduz à entrega de várias empreitadas, autorizadas pelo
respectivo vereador e sem necessidade de passar na as-
Desde há muito que o STML denuncia a falta de efectivos sembleia municipal.
nestas áreas de trabalho e, simultaneamente, exigindo o pre- Está ainda por demonstrar pelo actual executivo que, de
enchimento dos lugares vagos nos respectivos mapas de facto, o serviço entregue e realizado por privados, é mais
pessoal, reivindicação ignorada sistematicamente pelo barato e de igual qualidade ao mesmo serviço que antes era
actual executivo. executado no âmbito da autarquia pelos serviços e traba-
Na última sessão de câmara, a 23 de Fevereiro, o STML lhadores municipais.
levantou esta questão, à qual a Sra. vereadora dos Recursos A tese de que "os privados fazem melhor e mais barato" é
Humanos respondeu invocando a necessidade de conten- uma falácia repetida inúmeras vezes aos longos dos últimos
ção financeira, não explicando contudo, como será possível anos mas, como todos sabemos e a nossa experiência as-
a autarquia, com o mesmo número de trabalhadores e sim o comprova, não tem correspondência na prática.
reduzindo a prestação de trabalho extraordinário, con- Mais, também a qualidade do emprego, a precariedade e
seguirá satisfazer as necessidades dos munícipes. o desrespeito pelos direitos dos trabalhadores são práticas
Por outro lado, a Sra. vereadora não descarta a possibi- comuns às empresas privadas, o que é antagónico com os
lidade, como já tem sido prática deste executivo, em entregar valores e princípios que o STML defende e os objectivos que
a privados empreitadas que suprimam a incapacidade da persegue, há já 34 anos! O mesmo é dizer, a salvaguarda e
CML em cumprir as suas funções. a defesa dos direitos, interesses e aspirações dos traba-
Tem sido este o caminho que tem conduzido ao abandono lhadores do município de Lisboa.
da prestação de serviços públicos municipais, como são Estes são motivos de forte preocupação para o STML,
exemplo os jardins ou as oficinas de manutenção mecânica. nomeadamente, o ataque às condições de trabalho e aos
Primeiro, esvaziam-se os serviços de meios humanos e rendimentos dos trabalhadores do município, a qualidade do
técnicos e, posteriormente, invoca-se a falta dos mesmos e serviço público prestado aos munícipes e à população, o
os elevados custos para reinvestir no sector, o que por norma trabalho com direitos. ■

O meu Zé trabalha na Câmara e anda sempre a comer por fora


roferido no consumista "Dia dos Namorados" o título mente, ambientam as tardes de trabalho no edifício.
P deste artigo poderia também ter a palavra "Maria"
em substituição do Zé. O título soaria de forma estranha
Não nos digam que isto não existe, porque nós vimos
e há muito que vemos. Aliás, neste momento, só o PS
se não soubéssemos a priori que tanto o Zé como a que gere os destinos da autarquia, não vê!
Maria trabalham no Edifício Central do Município de Prova deste facto, foi a recente apresentação de uma
Lisboa, no Campo Grande. moção sobre esta "inexistência de refeitório" promovida
A inexistência de um "Refeitório" neste edifício onde pelo Partido Ecologista "Os Verdes" na Assembleia Mu-
se concentram muitas centenas de trabalhadores da nicipal. Também aqui foi notória a falta de respeito que
Câmara Municipal de Lisboa justifica muitos Zés e mui- o PS, que lidera a Câmara Municipal de Lisboa, tem
tas Marias que, de facto, têm de comer por fora para se pelos trabalhadores da autarquia que, neste caso, tra-
alimentar. balham no Edifício do Campo Grande. O resultado da
Já aqui falámos de vários meios utilizados em cozi- votação da moção do PEV foi a "aprovação" por parte
nhas que proliferam neste edifício e que minimizam a de todos os Partidos que compõem a AM, com a abs-
não existência de um refeitório, principalmente num ano tenção do PS.
em que os trabalhadores têm visto reduzido o seu sa- Obviamente, os trabalhadores do Campo Grande es-
lário. Estão visíveis nos átrios, os frigoríficos e os micro- tão gratos a quem promoveu a moção. O mesmo não
ondas. Em armários, nos interiores das Divisões e De- acontece em relação a quem se abstendo, provoca inú-
partamentos, podemos encontrar temperos e demais meros problemas a quem trabalha na cidade e no país e
utensílios para a confecção de alimentos que, normal- que, pelo que mostra, precisa de ir comer a outro lado. ■

10 O TRABALHADOR DA CML
Departamento dos Bombeiros

Norma
de execução
permanente
STML pediu a alteração, com aplicação no corren-

O te ano, da Norma de Execução Permanente so-


bre o gozo de férias. Esta norma existente no RSB,
sobre o gozo das férias, contraria o que está estabelecido
na actual legislação, com claros prejuízos para todos os
trabalhadores.
O gozo de três dias de férias, como período mínimo, só
se tem aplicado aos postos mais baixos. Verifica-se, to-
davia, que os elementos dos postos do topo da carreira
usufruem de apenas um dia de férias, até porque a lei o
permite. Contudo, é incompreensível que o mesmo não
seja autorizado a todos os outros profissionais, inde-
pendentemente do cargo hierárquico que ocupem.
A título de exemplo, relembrar que o comando só auto-
riza que 20% do efectivo vá de férias na mesma altura, por
outro lado, deparamo-nos em certas épocas do ano com
o gozo de férias de um grande número de chefias, em que
a fórmula aplicada é ao contrário, o mesmo é dizer, só fi- nhias de combate.
cam no serviço 20% desses elementos. B - Envergam Equipamentos de Protecção Individual
Por existir "uma política de dois pesos e duas medidas", de boa qualidade, mas fornecidos pela ANA. Contudo, o
o Departamento de Bombeiros do STML tem trabalhado e restante fardamento equipara-os a mercenários dos tem-
continuará a fazê-lo para que se altere esta realidade, no pos modernos.
sentido de todos os bombeiros serem tratados de forma C - O fato de treino, peça indispensável para usar du-
justa e igual. rante as horas de preparação física ou por baixo do Equi-
Mais... O STML solicitou à CML a alteração do Seguro pamento de Protecção Individual, é suportado pela car-
de Acidentes de Trabalho. O objectivo desta reivindi- teira de cada um.
cação é incluir na nova apólice o reembolso de todo o valor A formação exterior ou a ESBL é praticamente uma mi-
que seja descontado pela entidade patronal quando algum ragem pela impossibilidade de os desligar do serviço ope-
bombeiro se acidenta no desempenho da sua actividade racional.
profissional. Devido à falta de efectivo, a formação é muitas vezes
Por último, ficou acordado entre o STML e os Recursos realizada no período de folga de cada um ou mantendo
Humanos da CML a alteração do pagamento do trabalho elementos de outros turnos no seu lugar. Caricato!
realizado em dia feriado. Solicitámos que seja pago pelo A estes elementos é lhes estipulado tempos de resposta
número de horas efectuadas por cada profissional acres- elevados, agravados por condições climatéricas adversas
cida de 100%. Esta alteração deve-se aplicar aos feriados como o nevoeiro, ventos fortes ou cruzados, obrigando-os
de 2010, além de serem pagos os retroactivos de 2009, a permanecer dias e noites consecutivas junto às viaturas,
pelo mesmo processo. envergando os Equipamentos de Protecção Individual, de
forma a garantir, 24 sobre 24 horas, uma equipe junto das
Destacamento do RSB no Aeroporto de Lisboa aeronaves. Efectuando formação nocturna todas as quin-
O destacamento no aeroporto, ao longo dos anos, este- tas-feiras, estes homens e mulheres há meses que estão
ve conotado como um local calmo e de pouca actividade, privados do suplemento alimentar nocturno.
onde alguns afortunados conseguiam passar os últimos 5 Homens e mulheres, aos quais não lhes tem sido pago
anos de sua actividade profissional sem grandes sobres- as ajudas de custo, quando vão receber formação para
saltos. Em suma, uma espécie de pré-reforma. outras cidades do país ou mesmo para o estrangeiro. Es-
Longe vão os dias de pré reforma. Actualmente, com um tando os próprios obrigados a comparecer neste tipo de
limite de ingresso limitado aos 35 anos, bem justificado formação, para poder exercer a sua actividade no res-
pela exigência do serviço com provas física e provas prá- pectivo destacamento.
ticas 3 e 4 vezes ao ano, bem mais exigentes do que as Como se não bastassem todas as dificuldades e riscos
inicialmente solicitadas. a que estes profissionais estão sujeitos, ainda têm que se
Podia-se pensar que os elementos aí colocados, digni- sujeitar a mais estas injustiças! Muitas outras situações os
ficando o nome da CML e do RSB, eram encarados com afectam, alem das dificuldades gerais vividas no RSB.
reconhecimento pelo seu comando e forças políticas! Pois, Está atento, avalia e protege-te, não te deixes enganar.
infelizmente tal não acontece. Os elementos destacados Por todos os problemas que enfrentamos, no dia 19
são abandonados à sua sorte! Concretamente: de Março participamos na acção de luta da CGTP-IN,
A - Falta de condições elementares, à semelhança do Dia de Indignação e Protesto. Lutamos pelos nossos
que acontece com os elementos colocados nas compa- direitos. ■
O TRABALHADOR DA CML 11
Espaço dos Aposentados
Como vão os aposentados gozar a reforma?
pós trabalhar largos anos na vados financiados pelo Estado e parlamentares. O PCP questionou o

A Câmara, depois de ter descon-


tado durante toda a sua vida
de trabalho, ao reformar-se o traba-
pelas autarquias locais..." É o fim
da "nossa CAIXA" há muito adivi-
nhado!
assunto na Assembleia da Repúbli-
ca, considerando a medida "absolu-
tamente inaceitável e exigindo ao
lhador pensa: Agora sim, vou gozar a O aviso enviado este mês dizia: Ministério das Finanças que altere
reforma! Acabaram-se os horários, "Os pensionistas da Caixa Geral os pro ce dimen tos, para aceder
as lutas... Vou descansar e passear! de Aposentações receberão em àquilo que são os seus direitos pa-
Tempo não me falta e o dinheiro, se 2011, pela última vez, a declaração ra obter documentação e informa-
não fizer muitas extravagâncias, tam- das pensões e deduções proces- ção vital (…) a grande maioria não
bém chegará. sadas pela Caixa Geral de Aposen- tem sequer acesso ao computador
Engano seu (e meu)! Mesmo sem tações no ano civil anterior em su- ou à internet". Jorge Machado disse
extravagâncias como pode o dinheiro porte de papel. A partir do próximo ainda: "aguardar o bom senso do
chegar? O valor da pensão em vez ano, aquela declaração será forne- Governo para que altere esta si-
de aumentar, congela, ou antes, dimi- cida apenas em formato electró- tuação, alertando que muitos apo-
nui. É o IRS que não para de aumen- nico, a partir dos serviços online sentados acabam por recorrer a
tar; são os descontos para os SS- da Caixa, pelo que todos aqueles prestações de serviços, pagando a
CML e a ADSE (que era suposto de- que pretendam ter acesso a ela de- alguém para fazer essa inscrição
saparecerem), que regressam. Até verão registar-se, com a devida que dessa forma acederá aos seus
puseram os aposentados a descon- antecedência, na CGA Directa". dados pessoais".
tar para a ADSE 14 meses, ao con- Parece anedota. Por tudo isto, como vou, como vão,
trário dos trabalhadores no activo. O governo tem alguma noção de os aposentados da Câmara gozar a
É o aumento constante dos bens quantos reformados da administra- merecida reforma? Como vão des-
essenciais. A água, a luz, o gás, o te- ção pública está familiarizado com o cansar?
lefone, os transportes... a percen- uso do computador, faz a mínima Acabaram-se os horários e real-
tagem de aumento é sempre muito ideia de quantos aposentados têm mente tempo não falta, mas as lu-
maior do que a aplicada quando a acesso à internet? tas... a essas não nos deixam, não
pensão aumenta. Já para não falar Como os mais desfavorecidos – podemos virar costas!
do aumento do IVA sobrepondo-se a trabalhadores e reformados – ainda
tudo isso e levando a que tudo fique vão tendo porta-voz nalguns grupos Salomé Almeida ■
ainda mais caro.
E o comer? O sonho de: "agora, de
vez em quando havemos de ir um
bom restaurante" parece ter ficado
eternamente adiado; nem mesmo
que a escolha do prato se faça tendo
mais em atenção a coluna da direita
do que a da esquerda. E os espectá-
culos, aquela peça de teatro, aquela
viagem há muito sonhada?
Como, se nem doente se pode es-
tar!? Na idade em que as maleitas
mais nos atacam, as dificuldades no
acesso às consultas, aos meios com-
plementares de diagnóstico, os trata-
mentos que nos dizem ter de fazer,
os medicamentos que nos dizem: "is-
to é para tomar sempre, não pode
parar!", tornam-se proibitivos. Actividades lúdicas da comissão de reformados
A escassos dias da publicação do
decreto-lei que tudo ia resolver, os A visita efectuada no dia 16 de Fe- armada portuguesa que ali passasse,
SSCML suspendem comparticipa- vereiro ao Museu das Comunicações dando assim origem à "Árvore do
ções e subsídios por causa de um revelou-se uma agradável viagem no Correio", em Mossel Bay, África do
problema que se arrastava desde tempo, desde a criação do ofício de Sul, já classificada como monumento
2009. Publicada a lei, verifica-se que Correio-Mor, por D. Manuel I em 1520, nacional, ou o dos impressos de tele-
o Governo nada resolveu, apenas até às actuais telecomunicações. gramas e postais censurados no tem-
adia "Até 31 de Dezembro de 2012,
Visita recheada de apontamentos po da ditadura de Salazar, sem que
a concessão de benefícios por ser-
viços próprios de protecção social deveras curiosos, como o que levou se vislumbre qualquer razão para tal.
e de cuidados de saúde deve ser Pedro Ataíde a deixar dentro de uma Apenas um senão, só participaram
revista (…) harmonizar os siste- bota, numa árvore junto à praia, uma 11 aposentados, talvez devido ao
mas e eliminar a cumulação de carta em que relatava todos acon- mau tempo que se fez sentir nesse
prestações de idêntica natureza tecimentos da malograda viagem de dia. Esperamos que na próxima visita
pelos mesmos beneficiários, no Pedro Álvares Cabral e Bartolomeu possamos contar com mais associ-
âmbito de sistemas públicos e pri- Dias para que fosse lida pela primeira ados. Contamos contigo! ■
12 O TRABALHADOR DA CML
Lutar por Abril
poucas semanas de se assi-

A nalar o 37.º aniversário do 25


de Abril de 1974 importa lem-
brar a luta dos que tornaram possível
libertar Portugal e o povo português
do jugo do fascismo salazarista. Fo-
ram muitos aqueles que durante os
48 anos de ditadura combateram um
inimigo poderoso e impiedoso, com
uma enorme dedicação, um tremen-
do espírito de sacrifício e uma infin-
dável coragem em nome dos valores
da liberdade e de uma vida melhor.
Na madrugada de 25 de Abril de
1974, num acto valoroso e generoso
dos capitães de Abril, o fascismo es-
boroava-se, abrindo-se as portas à li-
berdade e à democracia. No apoio e
na defesa de uma revolução demo-
crática, o povo português tornou-se grou na lei a igualdade entre homens 1974, assiste-se à mais grave e vio-
obreiro de profundas transformações e mulheres. Entre tantas conquistas lenta ofensiva de sempre contra as
económicas, sociais, políticas e cultu- para Portugal e para o povo portu- grandes conquistas da Revolução.
rais, o que se traduziu em grandes guês, o desenvolvimento económico Em nome de uma crise gerada pelo
conquistas para os trabalhadores. e social resultante de tamanhas con- capital financeiro e especulativo, ata-
Através da Revolução de Abril, foi quistas permitiu o combate ao analfa- ca-se a democracia, os direitos dos
possível o direito à livre organização betismo, democratizou o livre acesso trabalhadores, o Estado Social e as
sindical, o direito de manifestação e o à educação e à cultura e permitiu condições de vida da grande gene-
direito à greve; deu-se um aumento uma assinalável melhoria nos níveis ralidade dos portugueses.
generalizado dos salários e proce- de rendimento da maior parte das fa- Sem um sector produtivo forte, re-
deu-se à institucionalização do salá- mílias portuguesas. fém da especulação financeira e dos
rio mínimo nacional; foi possível criar Mas, ao longo de 37 anos, as ofen- ditames de Bruxelas que responde
milhares de postos de trabalho e pro- sivas às conquistas de Abril foram-se somente aos interesses das nações
ceder à criação do subsídio de de- acentuando. A obra da Revolução foi mais poderosas da Europa, Portugal
semprego. O aumento e alargamento sendo delapidada pelos sucessivos definha e, mais uma vez, é importan-
das pensões de reforma, a proibição governos de direita, não obstante a te referir que tal só se deve à traição
dos despedimentos sem justa causa, oposição firme e determinada de tan- dos valores de Abril. Por isso mesmo,
a consolidação do tempo de férias e o tos trabalhadores, activistas, demo- e cada vez mais, é necessário conti-
seu subsídio foram outras das con- cratas e anti-fascistas que nunca se nuarmos com firmeza e convicção a
quistas incontornáveis de Abril. renderam a um caminho que há mui- lutar por Abril.
Mas, a Revolução abriu também to se anunciava suicidário para Por- Participa nas comemorações do
caminho a um Serviço Nacional de tugal e para o povo português. 37.º Aniversário do 25 de Abril. Às
Saúde geral e gratuito, alargou e me- Quase quatro décadas depois da 15h00 no Marquês de Pombal!
lhorou a Segurança Social e consa- histórica madrugada de Abril de 25 de Abril, sempre! ■

Em Abril celebra-se a Liberdade


e o 34.ºAniversário do STML
"As portas que Abril abriu" fo- ML, a 6 de Abril de 1977. dos os sócios do sindicato que quei-
ram muitas. Uma delas foi a liberda- A essência e os objectivos do ST- ram partilhar com os dirigentes e
de sindical para os trabalhadores ML, implica uma luta contínua, de- delegados sindicais os valores e
da Administração Pública. terminada e confiante. Um dos exem- prin cípios que norteiam o STML,
Também na Câmara Municipal de plos paradigmáticos foi a conquista desde o 1.º dia da sua criação, e
Lisboa, os trabalhadores conquista- do direito à sindicalização dos Bom- que se consubstancia na defesa in-
ram o direito a organizarem-se, a beiros Sapadores em 1985. transigente dos direitos, interesses
sin dicalizarem-se, a defenderem No dia 20 Abril celebramos a vida e aspirações dos trabalhadores do
co lectivamente os seus direitos. e acção do STML, num jantar de município de Lisboa.
Com este propósito, foi fundando o confraternização, em local a anun- Em Abril comemoramos a revolu-
Sindicato dos Trabalhadores da Câ- ciar oportunamente. ção de 1974 e os 34 anos do STML.
mara Municipal de Lisboa, o STC- O jantar/convívio será aberto a to- STML, um sindicato de Abril! ■

O TRABALHADOR DA CML 13
Com a cumplicidade activa do actual executivo!

Delegado sindical da EMEL


despedido injustamente pelo CA
irigentes e delegados sindi- que estava suspenso. além da cumplicidade passiva face

D cais do STML marcaram pre-


sença na concentração que
teve lugar no passado dia 23 de Fe-
● A suspensão terminou ao fim de
três meses com a comunicação de
despedimento por "incumprimento
aos sucessivos atentados à liberda-
de sindical e de expressão que ac-
tualmente se constata na EMEL.
vereiro, em frente à sede da EMEL, do dever de obediência". Às questões colocadas, o presi-
empresa municipal de Lisboa. Os trabalhadores da EMEL lutam dente da CML respondeu que se tra-
Na origem desta concentração, há mais de 6 anos pelo direito a um tavam de assuntos da única e exclu-
em que estiveram dezenas de traba- Acordo de Empresa, onde fique siva responsabilidade do conselho de
lhadores da EMEL, delegados e di- salvaguardado os seus direitos. administração da EMEL. Inclusive,
rigentes sindicais do CESP, sindica- O conselho de administração da eram pagos (os membro do CA) para
to da CGTP-IN que actua nesta em- EMEL tem recusado sistematica - resolver todo tipo de problemas...
presa, esteve o despedimento ilegal, mente a concretização desse acor- De facto, só podemos retirar uma
injusto e arbitrário do delegado sin- do de empresa e, sistematicamente, conclusão: O sr. presidente da CML,
dical, Nuno Sampaio. tem desenvolvido uma política per- eleito pelos Lisboetas, pactua, não
O conselho de administração da secutória aos delegados e dirigentes passivamente, mas activa e consci-
EMEL numa postura arrogante, pre- sindicais do CESP que trabalham e entemente, com a política de repres-
potente e anti-democrática decidiu actuam na empresa. são e intimidação que se vive na
despedir o delegado sindical do Face a esta postura do conselho EMEL. Aceita igualmente, o cons-
CESP pelo motivo de "incumprimen- de administração da EMEL, contra trangimento à liberdade de expres-
to do dever de obediência". os direitos, liberdades e garantias são e liberdade sindical que é im-
Perante este argumento ignóbil, consagradas na Constituição da Re- posto na EMEL pelos seus respon-
falso e hipócrita, é necessário escla- pública Portuguesa, o CESP e o mo- sáveis.
recer o seguinte: vi mento sindical da CGTP-IN, in - O STML continuará a exigir ao
● O delegado sindical interveio nu- cluindo obviamente o STML, irão actual executivo e ao CA da EMEL a
ma reunião de trabalho da empresa desenvolver todos os mecanismos reintegração imediata do Nuno
em que o conselho de administra- possíveis para a reintegração ime- Sampaio no seu local de trabalho,
ção da mesma recorreu a um con- diata do Nuno Sampaio na empresa. decisão já fundamentada pelo tri-
junto de inverdades. O STML interveio na Sessão Pú- bunal, que decretou a suspensão do
● Face a essa intervenção, incó- blica de Câmara, onde denunciou, seu despedimento e a sua imediata
moda para o presidente da empre- entre outros problemas, a co-res- reintegração.
sa, o delegado sindical foi expulso ponsabilidade do executivo cama- Como constatamos, a razão es-
da reunião. rário chefiado por Antonio Costa no tá do nosso lado.
● No dia seguinte, informaram-no despedimento do delegado sindical Lutar vale a pena! ■

14 O TRABALHADOR DA CML
Esta é também uma batalha
dos trabalhadores!

emos netos(as), filhos(as) ou irmãos(ãs) na es- Cuidado com as "oposições"


T cola. Alguns de nós também estudamos. Todos
conhecemos histórias sobre a Escola dos dias de
hoje. Logo nos primeiros anos dos nossos filhos, paga-
Crescem, entretanto, as vozes que exigem a "liberdade
de escolha das famílias". Mas essa apregoada "liberda-
de" não é mais que um argumento para garantir o finan-
mos creches privadas (para quem pode) porque a rede ciamento estatal das escolas privadas em igualdade com
pública dos Jardins-de-Infância é ainda insuficiente. a Escola Pública.
Quando entram para a Escola Básica descobrimos que O mesmo é dizer, garantir que os nossos impostos
o Ensino Público Gratuito custa cada vez mais! Em livros, financiem a Educação não só nas Escolas Públicas,
materiais, transporte e alimentação. Situação que se abertas a todos e sem fins lucrativos, mas também o
agrava de ano para ano, com a vida cada vez mais cara. crescente negócio do Ensino Privado, que, tal como na
Sabemos de escolas que fecham e apoios que não Saúde, tem na sombra os interesses de grandes grupos
existem, de uma enorme instabilidade e insatisfação que económicos. Isto é, essa "liberdade" é a transferência de
afectam os professores e os restantes trabalhadores do dinheiros públicos para garantir os lucros de privados.
sector educativo. A solução não é esta ilusória "liberdade", mas sim a
No Ensino Superior sabemos das propinas universitá- exigência colectiva de uma Escola Pública universal, de
rias que disparam, dos apoios sociais aos estudantes qualidade e gratuita! Uma Escola Pública democrática e
que, como os restantes apoio sociais, são reduzidos ou que faça jus ao estipulado na lei máxima deste país, a
simplesmente cortados. Por falta de vagas no Ensino Pú- Constituição da República Portuguesa.
blico, muitos fazemos gigantescos esforços para pagar O STML defende um efectivo investimento na Educa-
os custos exorbitantes de Faculdades Privadas (para ção, que respeite as crianças, os jovens e os trabalha-
quem pode, claro está). E vemos os nossos filhos, licen- dores. Fruto das erradas opções políticas dos últimos
ciados, no desemprego. anos, o Direito à educação e ao ensino começa a ser-
nos negado. Um problema que afecta, um número cada
Da paixão à destruição vez mais elevado de trabalhadores do Município de
Este Governo e o seu primeiro-ministro declararam a Lisboa, na condição de pais, encarregados de educação
paixão à Educação. Estão a vista os resultados: uma ou estudantes. ■
ministra que atacou miseravelmente os professores, uma
nova ministra que encerra escolas, promove o trabalho
escravo dos professores das Actividades Extra Curri-
culares e prepara-se para despedir milhares de profes-
sores, no próximo ano lectivo. A Educação teve um corte
de 803 milhões de euros no Orçamento de Estado para
este ano.
Destrói-se a gestão democrática das escolas, não se
ouvem professores, trabalhadores escolares, alunos ou os
pais: corta-se, corta-se e corta-se mais. E com tudo isto,
são os nossos filhos que também sofrem, com um ensino
em permanente crise e sem meios para a combater.
E, assim, dando continuidade às políticas de direita de
outros governos, prepara-se o caminho para a destruição
da Escola Pública. Nos últimos dias, ouvimos a ministra
da educação anunciar o encerramento de mais 700 es-
colas! Nos últimos 5 anos, encerraram-se mais de 4 mil
escolas! As nossas crianças, os nossos jovens, "não são
gente", são números para este governo.
O TRABALHADOR DA CML 15
Breves
Um GPS para os dirigentes da Câmara de Lisboa, já!
São 8:25 horas do dia 23 de Fevereiro de 2011. Este mam ser ocupados (quando são), depois das 11:30 ho-
artigo está a ser redigido em 38º 44’ 57’’ N, 9º 9’ 1’’ W. ras, resolvemos informar todos os que possuem esta
Neste local existe um edifício cuja garagem está com- "mordomia" das coordenadas para encontrarem o seu
pleta. É esta a informação veiculada por uma placa que lugar... ■
informa todos os que por ali passam e ali trabalham.
Mais uma vez, entrei pela porta por onde entram as
pessoas que não entram neste edifício pela garagem,
até porque, tenho um cartão que abre umas portas que
se assemelham a portas de nave espacial. Entrei e não
subi. Entrei num dos elevadores que, por acaso, neste
dia funciona e dirigi-me ao piso -2. Ali estavam poucos
automóveis e muitos lugares vazios.
Desci ao piso -3 e -4 e o cenário era idêntico. Curiosa-
mente, cada lugar vazio possui uma placa com um no-
me de Departamento ou de um Vereador.
Pensei então que a placa com a palavra "Completo"
que se lê no exterior, deve-se ao facto de os lugares
des tinados aos trabalhadores estarem a esta hora
ocupados.
Em virtude de verificar que estes lugares só costu-

Recolha de sangue
No dia 29 de Abril realizaremos, em parceria com o Instituto Português do
Sangue, entre as 09H30 e as 12H30, na sede do STML, a habitual recolha de
sangue.
Apelamos a todos os nossos associados que, voluntária e benevolentemente,
efectuem a sua dádiva de forma a contribuir para o bem-estar de todos.
Recordamos que, por Despacho n.º 236/P/98, no Boletim Municipal de 20 de
Agosto, os trabalhadores do Município de Lisboa têm direito a faltar ao serviço no
dia da doação, a qual só poderá ser recusada com fun da men to em razões
concretas, urgentes e inadiáveis, relacionadas com o funcionamento do serviço.
O Instituto Português de Sangue passará as declarações para justificação da
ausência ao serviço, a quem delas vier a necessitar. ■

Protocolos do STML
● ISEC – Instituto Superior de Educação e Ciências - Instituto Superior Politécnico do Oeste
Para os nossos associados, cônjuges e descendentes - Instituto Superior D. Dinis
em 1.º grau: - Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes
- 10% de desconto nas propinas; - Escola Superior de Educação Almeida Garrett
- 12% de desconto na propina da licenciatura em Ges- ● Lancaster College
tão autárquica. ● Universidade Lusíada
● ISLA – Instituto Superior de Línguas e Administração ● Universidade Autónoma
● ISG – Instituto Superior de Gestão ● Mundial Travel
● IPES – Instituto Português de Estudos Superiores ● Teatro da Cornucópia
● IESC – Instituto de Estudos Superiores de ● Viaggiatore – Companhia de Lazer e Turismo
Contabilidade ● Campiférias – Centro de Férias e Turismo
● Escola Superior de Educação João de Deus ● Millenium BCP
● ISTEC – Instituto Superior de Tecnologias Avançadas ● ENAL – Escola Nacional de Automobilismo
● COFAC – Universidade Lusófona Lisboa/Porto ● Mind – Project – Psicologia, Psicoterapia e Medicina
- Instituto Superior de Humanidade e Tecnologias de ● Sagres – Companhia de Seguros
Lisboa ● Aldeamento Turístico de Palmela ■

16 ■ O TRABALHADOR DA CML

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