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O número de casos novos de câncer de mama esperados para o Brasil em 2010 será de
49.240, com um risco estimado de 49 casos a cada 100 mil mulheres (Tabela 5).
Na Região Sudeste, o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres, com um
risco estimado de 65 casos novos por 100 mil. Sem considerar os tumores de pele não
melanoma, este tipo de câncer também é o mais frequente nas mulheres das regiões Sul
(64/100.000), Centro-Oeste (38/100.000) e Nordeste (30/100.000). Na Região Norte é o
segundo tumor mais incidente (17/100.000) (Tabelas 7, 23, 43, 53 e 63).
Comentários :
Alguns estudos apontam que a agressividade dos tumores se deve ao fato de estarem
relacionados ao estrogênio receptor (ER) positivo ou negativo. As variações morfológicas
também estão relacionadas ao ER, como por exemplo, os carcinomas medulares em ER-
negativos e os carcinomas tubulares e lobulares em ER-positivos. Com relação aos
carcinomas medulares, pode-se dizer ainda que eles estão associados às mutações no
gene BRCA1 e são mais frequentes em populações de baixo risco, como as japonesas.
Por outro lado, os carcinomas tubulares e lobulares têm associação com as mutações do
gene BRCA2 e são mais comuns em populações de alto risco, como os Estados Unidos.
A prevenção primária dessa neoplasia ainda não é totalmente possível devido à variação
dos fatores de risco e às características genéticas que estão envolvidas na sua etiologia.
Novas estratégias de rastreamento factíveis para países com dificuldades orçamentárias
têm sido estudadas e, até o momento, a mamografia, para mulheres com idade entre 50
e 69 anos, é recomendada como método efetivo para detecção precoce.
No Brasil, o rastreamento mamográfico para mulheres de 50 a 69 anos é a estratégia
recomendada para controle do câncer de mama. As recomendações do Ministério da
Saúde para detecção precoce e diagnóstico desse câncer são baseadas no Documento de
Consenso para Controle do Câncer de Mama, de 2004, que considera como principais
estratégias de rastreamento um exame mamográfico, pelo menos a cada dois anos, para
mulheres de 50 a 69 anos, e o exame clínico anual das mamas, para mulheres de 40 a
49 anos. O exame clínico da mama deve ser realizado em todas as mulheres que
procuram o serviço de saúde, independente da faixa etária, como parte do atendimento à
saúde da mulher. Para as mulheres de grupos populacionais considerados de risco
elevado para câncer de mama (com história familiar de câncer de mama em parentes de
primeiro grau), recomendam-se o exame clínico da mama e a mamografia, anualmente,
a partir de 35 anos.
O número de casos novos de câncer do colo do útero esperado para o Brasil no ano de
2010 será de 18.430, com um risco estimado de 18 casos a cada 100 mil mulheres
(Tabela 5).
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o mais
incidente na Região Norte (23/100.000). Nas regiões Centro-Oeste (20/100.000) e
Nordeste (18/100.000), ocupa a segunda posição mais frequente e nas regiões Sul
(21/100.000) e Sudeste (16/100.000), a terceira posição (Tabelas 7, 23, 43, 53, 63).
Comentários:
O câncer do colo do útero é o segundo tipo de câncer mais frequente entre as mulheres,
com aproximadamente 500 mil casos novos por ano no mundo, sendo responsável pelo
óbito de, aproximadamente, 230 mil mulheres por ano. Sua incidência é cerca de duas
vezes maior em países menos desenvolvidos quando comparada aos países mais
desenvolvidos. A incidência de câncer do colo do útero evidencia-se na faixa etária de 20
a 29 anos e o risco aumenta rapidamente até atingir seu pico, geralmente na faixa etária
de 45 a 49 anos. Ao mesmo tempo, com exceção do câncer de pele, é o câncer que
apresenta maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente.
É estimado que uma redução de cerca de 80% da mortalidade por esse câncer pode ser
alcançada através do rastreamento de mulheres na faixa etária de 25 a 65 anos com o
teste de Papanicolaou e tratamento das lesões precursoras com alto potencial de
malignidade ou carcinoma in situ. Para tanto, é necessário garantir a organização, a
integralidade e a qualidade do programa de rastreamento, bem como o seguimento das
pacientes. Recentemente, agências de regulamentação de medicamentos de vários
países aprovaram para comercialização vacinas contra a infecção pelo HPV. No Brasil,
estão registradas, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa/MS): a vacina
quadrivalente contra HPV 6, 11, 16 e 18, desenvolvida para a prevenção de infecção
pelos tipos virais mais comuns nas verrugas genitais (HPV 6 e 11) e no câncer do colo do
útero (HPV 16 e 18), é indicada para mulheres com idade de 9 a 26 anos; e a vacina
bivalente contra HPV tipos 16 e 18, associados ao câncer do colo do útero, é indicada
para a mulheres de 10 a 19 anos. A incorporação da vacina contra HPV no Programa
Nacional de Imunizações está em discussão pelo Ministério da Saúde e pode se
constituir, no futuro, em importante ferramenta no controle do câncer do colo do útero.
INCA: http://www.inca.gov.br/estimativa/2010/index.asp?
link=conteudo_view.asp&ID=5
03 dez 2010