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SENTENÇA
Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0103552-66.2009.8.26.0001 e o código 0100000021XGU.
Juiz(ª) de Direito Dr.(ª): Jorge Alberto Quadros de Carvalho Silva
Vistos.
Este documento foi assinado digitalmente por JORGE ALBERTO QUADROS DE CARVALHO SILVA.
COOPERATIVA HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS DE
SÃO PAULO - BANCOOP, qualificada nos autos, moveu ação de cobrança
contra JOÃO MOREIRA DOS SANTOS, alegando, em síntese, que
celebrou com o réu um Termo de Autorização para Uso Antecipado de
Unidade Habitacional, em razão do qual ele se associou a ela, a fim de
contribuir, financeiramente, para a construção de um empreendimento
residencial, por certo preço estimado e contra a promessa de pagar um saldo
residual ao final, tudo para receber, em compensação, uma unidade
habitacional. Disse que, apesar de ter entregado para ele um apartamento no
empreendimento, o réu tornou-se inadimplente, por ter deixado de pagar
parcelas correspondentes ao custo adicional, a partir de 05.08.2007, no total
de R$ 143.027,40 (60 parcelas de R$ 2.383,78). Assim, pediu a condenação
do réu ao pagamento do valor atualizado de R$ 201.092,50.
Exibiu os documentos de fls. 19/91.
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DOS SANTOS, que apresentou a contestação de fls. 138/159, com os
documentos de fls. 160/163, e alegou litisconsórcio passivo necessário.
É o relatório do necessário.
Este documento foi assinado digitalmente por JORGE ALBERTO QUADROS DE CARVALHO SILVA.
DECIDO.
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Mantenho TELMA LACHOWICZ DOS SANTOS no pólo
passivo, porque, embora não haja litisconsórcio passivo necessário (trata-se
de ação de cobrança), ao assinar o contrato como co-obrigada, ela passou a
ter interesse jurídico suficiente para atuar como assistente, nos termos do
artigo 50 e seguintes do Código de Processo Civil.
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A pretensão da autora não pode ser acolhida.
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negócio jurídico.
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“CIVIL E PROCESSUAL. COOPERATIVA
HABITACIONAL. TERMO DE ADESÃO PARA COMPRA DE IMÓVEL.
DESISTÊNCIA. AÇÃO PRETENDENDO O RESSARCIMENTO DAS
IMPORTÂNCIAS PAGAS. RETENÇÃO SOBRE PARTE DAS
PARCELAS DETERMINADA EM PERCENTUAL INFERIOR AO
PREVISTO CONTRATUALMENTE. CLÁUSULA ABUSIVA.
SITUAÇÃO PECULIAR. OBRA SEQUER INICIADA. DESPESAS
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ADMINISTRATIVAS IRRELEVANTES. CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR, ARTS. 51, II, 53 E 54. CÓDIGO CIVIL, ART. 924. (...)”
(REsp. 403.189/DF) (Destaquei).
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critérios objetivos e sem referências concretas (art. 51, X, do Código de
Defesa do Consumidor).
Por sua vez, o art. 487 prevê: “É lícito às partes fixar o preço em
função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva
determinação”.
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Pois bem, no presente caso, não existe nenhum parâmetro na
cláusula que prevê o aporte financeiro extra, nenhuma possibilidade de
determinação, nenhum critério objetivo, tal como revela a respectiva
redação:
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COOPERATIVA, cada um deles deverá, exceto no que se refere a multas ou
encargos previstos no Estatuto, neste instrumento, ou por decisão de
diretoria, ou de assembléia, ter pago custos conforme a unidade
escolhida/atribuída, considerados ainda os reajustes, previstos no presente
Termo” (cláusula 16ª, Apuração Final, fls. 135).
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consecução das obras, então, por óbvio, deveria a autora ter exigido dele,
durante a construção e contra a apresentação de planilhas de custo, eventuais
diferenças necessárias, acaso verificasse a insuficiência de recursos dos
participantes.
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Percebe-se, também, que não existe nenhuma ata de assembleia,
específica ao empreendimento habitacional do réu, referendando a cobrança
do saldo residual, mediante a apresentação de planilhas de custo. Nenhuma
ata de assembléia seccional a respeito do Residencial Village Palmas.
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convocação da Assembleia Geral, as deliberações sobre assuntos de interesse
exclusivo dos associados integrantes de determinado empreendimento
habitacional, serão tomadas em Assembleias Seccionais, das quais só
poderão participar com direito a voto os associados daquela Seção” (fls. 30).
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Outrossim, não poderiam pessoas de outros empreendimentos da
cooperativa dispor, exclusivamente, sobre o destino do Residencial Village
Palmas, criando obrigações financeiras para as pessoas que haviam adquirido
unidades neste condomínio.
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Diante do exposto, julgo IMPROCEDENTE o pedido, para
condenar a autora a pagar para o réu as custas processuais e os honorários
advocatícios, ora arbitrados em R$ 1.500,00, nos termos do artigo 20, §4º, do
Código de Processo Civil — em 15 dias, sob pena de penhora e multa de
10%.
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P. R. I.
JUIZ DE DIREITO
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