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ISOLADO
ESTOR GNOATTO;
YURI FERRUZZI;
REINALDO P. RICIERI;
MIGUEL M. JUNIOR;
ADRIANA T.E. DE OLIVEIRA
1 INTRODUÇÃO:
Mediante o avanço de fontes alternativas de energia elétrica, a aplicação da energia solar através
de módulos fotovoltaicos tem se tornado uma opção para os consumidores. Para melhor
dimensionar tais dispositivos, é de grande importância a determinação das suas características
sob condições reais de funcionamento. As características elétricas dos módulos são geralmente
estimadas de acordo com sua potência máxima de saída, sob condições de teste padrão (STC -
Standard Test Conditions), irradiação solar 1000W/m2, temperatura da célula de 25 oC e
distribuição espectral AM=1,5. Como essa temperatura raramente é atingida em condições reais
de operação, em dias de sol claro é tipicamente de 20 a 40 oC maior que a ambiente.
(CEPEL/CRESESB, 1999, OVERSTRAETEN; MERTENS, 1996). Um módulo fotovoltaico não é
fonte linear de potência, depende da temperatura e do nível de radiação. A radiação solar e
temperatura ambiente determinam o ponto de operação para o módulo, sendo assim, há
necessidade de conhecer o comportamento de operação do painel. A performance dos painéis
fotovoltaicos, segundo (TREBLE, 1991, p. 25-30), está relacionada a fatores construtivos das
células, bem como a fatores externos.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1Localização do Experimento
CONJUNTO
FOTOVOLTAICO
CONTROLADOR
DE
CARGA
BATERIAS CARGA
RESISTIVA
2.2Montagem do Experimento
Os painéis fotovoltaicos foram instalados com face voltada para o norte geográfico, a uma altura
de 1 metro do solo (parte mais baixa do conjunto) com ângulo de inclinação igual à latitude local.
Foram instalados 10 módulos fotovoltaicos, entretanto no objeto em estudo foram analisados dois
painéis fotovoltaicos, conforme indicado na Figura 2 e denominados de painel 1 e painel 2.
FIGURA 2 - VISTA PARCIAL DA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL AGROMETEOROLÓGICA.
- TEMPORIZADOR
FV/2x56 W
- PAINEL FOTOVOLTAICO
RS +
- BANCO DE BATERIAS
-
- BORNE 1
2 com 10 A
- DISJUNTOR MONOPOLAR
PROSTAR 30 - CONTATOR
40 A REDE - TERRA
40 A
- RESISTOR SHUNT
CARGA
RESISTIVA
+
-
O conjunto fotovoltaico avaliado é formado por dois painéis da marca SOLAREX, modelo MSX–56,
cada um é composto de 36 células de silício policristalino ligadas em série, podendo fornecer até
112,2 W em condições STC.
A eficiência do módulo fotovoltaico é definida pela relação entre a potência gerada pelo módulo e
a irradiação incidente sobre o módulo. Segundo (OVERSTRAETEN e MERTENS, 1996);
(TREBLE, 1980), pode ser obtida pela seguinte equação:
(Im p × Vmp)
η= × 100 (1)
( Ic × A)
Onde: Ic = Irradiância solar (W.m-2)
A = área útil do módulo (m2)
Imp= Corrente máxima de pico
Vmp= Tensão máxima de pico
(SANDNES e RESKSTAD, 2002) utilizaram esta equação para calcular a eficiência do painel
fotovoltaico em um sistema experimental híbrido, Fotovoltaico/coletor solar gerando eletricidade e
água a baixa temperatura. Onde o experimento foi efetuado em condições diferentes das de teste
(STC). (HADY e AL-JANABY, 1998) estudou durante dois anos o efeito do clima do Kuwait na
eficiência de dois tipos de células fotovoltaicas, onde também utilizou a mesma técnica.
De acordo com (CARDONA e LÓPEZ, 1999), a eficiência de um conjunto fotovoltaico em um
sistema de geração de energia elétrica pode ser obtida numa relação entre toda energia diária
produzida e a energia diária incidente na superfície do módulo. O rendimento diário do conjunto
fotovoltaico é representado pela seguinte equação:
Epv, d
ηpvd = (2)
Er, d
∑ηpvd
η= D =1
(3)
D
A temperatura e a irradiação solar são os dois principais fatores que influenciam na produção de
energia por módulos fotovoltaicos. A corrente gerada pelo módulo varia linearmente com a
irradiância, enquanto que a tensão varia logaritmicamente. O rendimento diário foi calculado pela
Equação (2). Na Figura 1, encontra-se a eficiência diária dos módulos fotovoltaicos.
E f ic iê n c ia p a in e l
10
6
EFICIÊNCIA (%)
0
50 100 150 200 250 300 350
D IA J U L IA N O
A Figura 4 mostra o comportamento diário da eficiência no ano de 2002, em que foram analisados
349 dias registrados. Tendo o ponto de eficiência máxima de 9,46%, em 14 de fevereiro de 2002 e
o ponto de eficiência mínima 6,03%, em 12 de agosto de 2002. Com base na análise diária,
observou-se o comportamento da freqüência de ocorrências em relação à eficiência média diária.
Foi possível observar que 81,9 % das ocorrências registraram valores entre 8,6% e 9,2% de
eficiência, 4,6% entre 9,2 e 9,46% e os demais ficaram entre 6,0% e 8,6% de eficiência. Os
valores de baixa eficiência estão relacionados com dias nublados. Os índices podem ser melhor
observados no gráfico da Figura 2.
35
Percentual
30
25
Ocorrências (%)
20
15
10
0
6,0 6,2 6,4 6,6 6,8 7,0 7,2 7,4 7,6 7,8 8,0 8,2 8,4 8,6 8,8 9,0 9,2 9,4 9,6
Eficiência (%)
Podemos visualizar, na Figura 5, que a eficiência sofre uma pequena variação, como a quantidade
de dias que apresentam essa variação não é significativa, para melhor visualizar os índices de
eficiência média mensal traçamos o gráfico da Figura 6, que reflete a média mensal da eficiência.
Numa partição sazonal, os valores de eficiência média obtidos foram: 8,82% na primavera, 8,91%
no verão, 8,90% no outono e 8,67% no inverno, com um desvio padrão de ± 0,11, não
representando uma variação significativa entre as estações, para a região de cascavel. A
eficiência média mensal foi calculada de acordo com a Equação (3).
10
6
Eficiência %
0
jan/02
fev/02
mar/02
abr/02
mai/02
jun/02
jul/02
ago/02
set/02
out/02
nov/02
dez/02
M ê s
Observa-se, no Gráfico 6, que o valor de eficiência mínima foi de 8,65%, em julho e a máxima de
9,17%, em fevereiro, com uma média de 8,84%. Salientando dessa forma que há uma variação
percentual entre os valores máximo e mínimo de 5,67% , demonstrando que a eficiência do
sistema fotovoltaico não apresenta uma variação significativa, durante o período de janeiro a
dezembro de 2002, possibilitando desta forma a aplicação desses índices para um
dimensionamento otimizado de sistemas fotovoltaicos. A análise mostra um percentual inferior ao
encontrado por (CARDONA e LÓPEZ, 1999) e por (CAMARGO, 2000), demonstrando que
Cascavel apresenta uma condição mais estável para esse tipo de sistema fotovoltaico.
4 CONCLUSÕES:
A eficiência média mensal dos módulos é de 8,84%, em condições reais de campo, o que significa
71,12% da eficiência, segundo o padrão de teste STC, dessa forma pode-se melhor dimensionar
os sistemas fotovoltaicos para a localidade de Cascavel – Paraná, otimizando essa forma de
geração alternativa de energia elétrica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMARGO, J. C. Medidas do potencial fotovoltaico na região das bacias dos rios Piracicaba
e Capivari. Campinas, 2000. 107 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) -
Universidade Estadual de Campinas.
CARDONA, M, S; LÓPEZ, M, L. Performance analysis of a grid-connected photovoltaic
system. Energy, Local, v. 24, p. 93-102, 1999.
CEPEL/CRESESB. Manual de engenharia para sistemas fotovoltaicos. Rio de Janeiro:
CEPEL/CRESESB, 1999.
HADY, A, A; AL-JANABY. M. The effects of Kuwaiti climate on the efficiency of photovoltaic
cells, Renovable Energy, v. 14, 1998, P 173-178.
OVERSTRAETEN, R. W.; MERTENS, R. P. Physics, technology and use of fhotovoltaics.
Londres:. Modern Energy Studies, 1996, 277p.
SANDNES, B; RESKSTAD, J. A photovoltaic/thermal (PV/T) collector with a polymer absorber
plate. Experimental study and analytical model. Solar Energy, Local, n. 72. p.63-73, 2002.
TREBLE, F. C. Generating electricity from the sun. New York: Pergamon Press, 1991.
GNOATTO, E. Desenpenho de painel fotovoltaico para geração de energia elétrica na região
de Cascavel. Dissertação de Mestrado em Engenharia Agricola, UNIOESTE, 2003.