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GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS: COMPARATIVO

ENTRE OS MUNICÍPIOS DE MARINGÁ/PR E SANTO ANDRÉ/SP

Eliene Moraes 1

Ricardo Massulo Albertin 2

Fernanda Antonio Simões 3

Generoso De Angelis Neto 4

Bruno Luiz Domingos De Angelis 5

RESUMO

Neste trabalho são apresentados os resultados obtidos da análise comparativa da situação da gestão
dos resíduos sólidos urbanos nas cidades de Maringá/PR e Santo André/SP. O volume de resíduos
sólidos gerados per capita em ambos os municípios é em média 0,800 kg/dia. As análises
concentram-se nos serviços de coleta, tratamento dos resíduos sólidos públicos, domésticos e
comerciais, da construção e demolição e os resíduos sólidos dos serviços da saúde, além de verificar
a destinação final. Os dados foram obtidos no Sistema Nacional de Informação do Saneamento, e
por meio de informações obtidas das Prefeituras. Com estas foi possível constatar que o município
de Maringá apresenta uma gestão deficiente, pois destina seus resíduos para um aterro controlado,
causando danos ambientais. Por outro lado, o município de Santo André é uma referência nacional e
dispõe seus resíduos de forma sanitária e ambientalmente adequada, ou seja, em um aterro sanitário.

Palavras-Chave: Resíduos sólidos; Gestão de resíduos sólidos; Coleta seletiva; Destinação final.

1
Mestranda, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana -
PEU, eliene.moraes.ga@gmail.com
2
Mestrando, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana -
PEU, georickk@yahoo.com.br
3
Profa. Dra., Universidade Estadual de Maringá-UEM, Departamento de Engenharia Civil,
fasimoes@uem.br
4
Prof. Dr., Universidade Estadual de Maringá-UEM, Departamento de Engenharia Civil, ganeto@uem.br
5
Prof. Dr., Universidade Estadual de Maringá-UEM, Departamento de Engenharia Civil,
brucagen@uol.com.br
1. INTRODUÇÃO

A questão dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) nos centros urbanos tornou-se um grande
problema, trazendo várias conseqüências como: contaminação dos recursos hídricos, solo e ar,
devido à disposição inadequada. E tem causado preocupações e grandes discussões e, é um grande
desafio para as administrações públicas.
A geração de RSU esta relacionada a grande concentração populacional em núcleos urbanos
e ao excessivo consumo de bens e serviços. Quanto maior o poder aquisitivo da população, maior é
o volume de resíduos gerados.
Para agravar a situação, por falta de conhecimento técnico, infraestrutura apropriada, mão-
de-obra especializada e uma gestão adequada, o poder público causa mais problemas, pois coleta os
resíduos sólidos da cidade, afastando para outro local e depositando em lixões, ocasionando com
essas “soluções” grandes impactos, não só sanitários e ambientais como também sociais,
econômicos e culturais. Porque além de causar poluição generalizada no ambiente, possibilita a
prática de catação, situação essa que além de desumana é insalubre.
Considerando o exposto acima, este trabalho tem como objetivo analisar a gestão dos RSU
de dois municípios, sendo eles: o município de Maringá-PR, que apresenta problemas relacionados
à gestão, e o município de Santo André-SP, que é uma referência nacional.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Revisão de Literatura

A palavra lixo origina-se do latim lix, que significa cinzas ou lixívia. E atualmente, é
identificado, por exemplo, como basura nos países de língua espanhola, e refuse, garbage, solid
waste nos países de língua inglesa (BIDONE; POVINELLI, 1999, p.1). Segundo FERREIRA
(2001, p.430) lixo é o que se varre de casa, da rua e se joga fora; entulho, e resíduo é o que resta de
qualquer substância; restos.
A NBR 10.004 (2004), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) especifica
que:
Os resíduos sólidos são definidos como resíduos nos estados sólido e semi-sólido,
que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta
definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados
em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente
inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
Esta norma classifica os resíduos sólidos em três classes: Classe I – Perigosos; Classe IIA –
Não inertes e Classe II B - Inertes.
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais – ABRELPE (2003), resíduos sólidos urbanos (RSU) compreendem todos os resíduos
sólidos gerados num aglomerado urbano, excetuados os resíduos de serviços de saúde, os resíduos
industriais perigosos e os resíduos de portos e aeroportos.

Segundo MONTEIRO et al(2001, p. 8),


Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos é, em síntese, o
envolvimento de diferentes órgãos da administração pública e da sociedade civil
2
com o propósito de realizar a limpeza urbana, a coleta, o tratamento e a disposição
final do lixo, elevando assim a qualidade de vida da população e promovendo o
asseio da cidade, levando em consideração as características das fontes de
produção, o volume e os tipos de resíduos – para a eles ser dado tratamento
diferenciado e disposição final técnica e ambientalmente corretas –, as
características sociais, culturais e econômicas dos cidadãos e as peculiaridades
demográficas, climáticas e urbanísticas locais.
Para mensurar a geração de resíduos sólidos urbanos, deve-se calcular o número de
habitantes atendidos pelo sistema de coleta, e os volumes gerados, denominando a produção “per
capita” (BIDONE; POVINELLI, 1999, p.13).
MONTEIRO et al (2001, p. 8), define que,
No gerenciamento integrado são preconizados programas de limpeza urbana,
enfocando meios para que sejam obtidos a máxima redução da produção de lixo, o
máximo reaproveitamento e reciclagem de materiais e, ainda a disposição dos
resíduos de forma mais sanitária e ambientalmente adequada, abrangendo toda a
população e a universalidade dos serviços. Essas atitudes contribuem
significativamente para a redução dos custos do sistema, além de proteger e
melhorar o ambiente.
Ainda de acordo com o MONTEIRO et al (2001, p.9): “A prefeitura, através de seus
agentes, instituições e empresas contratadas, que por meio de acordos, convênios e parcerias
exercem, é claro, papel protagonista no gerenciamento integrado de todo o sistema”.
Para a gestão dos resíduos sólidos, devem-se considerar legislações que tratam do assunto,
como: a Constituição Federal 1988, Art. 225; a Política Nacional de Meio Ambiente Lei nº
6938/1981; a Política Nacional de Saneamento Básico Lei nº 11.445/2007; Resoluções do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA); legislações estaduais e legislações municipais.

2.2 Materiais e Métodos

2.2.1 Estudo de caso

A cidade de Maringá localiza-se na região Norte do estado do Paraná, faz parte da Região
Metropolitana de Maringá (RMM). Sua altitude média é de 555 m, com área territorial de 487.930
km². De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE (2007), o município
está com aproximadamente 325.968 habitantes. E segundo a Prefeitura Municipal de Maringá -
PMM, na área urbana residem 283.792 habitantes e na área rural por volta de 42.176. O clima é
subtropical, apresentando inverno seco e verão chuvoso.
A gestão de resíduos sólidos é de responsabilidade do poder público local, exceto os
resíduos de serviços de saúde. Resíduos estes que é de responsabilidade de seus geradores que
contratam empresas privadas para execução da coleta, tratamento e disposição final. O
abastecimento de água atende 100% da população e esgotamento sanitário 80,48%, e deste 100% é
tratado, os serviços são executados pela Companhia de Saneamento do Paraná- SANEPAR.
A cidade de Santo André está localizada na Região Metropolitana de São Paulo, na porção
sudeste, região denominada “Grande ABC”. Situada a 760 m de altitude e distante 18 km do centro
da cidade de São Paulo. Sua área territorial total é 174,38 km2, sendo que 107,93 km2 (61,9%) são
áreas de Proteção Ambiental e de Proteção aos Mananciais. Segundo o IBGE (2007), o município
tem aproximadamente 667.891 habitantes. De acordo com a Prefeitura Municipal de Santo André -
PMSA (2007) a cidade tem 178.460 domicílios na área urbana, 6.987 na área de mananciais, e
28.863 em 150 assentamentos informais.
Desde 1969 o município possui uma autarquia que é o Serviço Municipal de Saneamento
Ambiental de Santo André - SEMASA, responsável pelos serviços de abastecimento de água, que

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atende 98% da população; esgotamento sanitário que atende 96%, sendo que destes 40% é
encaminhado para a Estação de Tratamento Esgoto do ABC (Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo – SABESP); drenagem urbana; gestão ambiental; gestão de resíduos sólidos e
defesa civil (PMSA, 2007).
No que se refere à gestão dos resíduos sólidos urbanos, desde 1980, o município de Santo
André já contava com um sistema de coleta domiciliar, realizada três vezes por semana nos bairros
residenciais e diariamente na área central, Aterro Sanitário, e uma Usina de Compostagem.
A partir de 1997 foi implementada a coleta domiciliar diferenciada de resíduos úmidos (lixo
de banheiro e restos de cozinha) e resíduos secos (recicláveis), e coleta especial em grandes
geradores (shoppings, indústrias, escolas, condomínios, etc); coleta e tratamento de resíduos de
serviço de saúde; serviços de varrição e limpeza pública; e tratamento e disposição final dos
resíduos sólidos de forma qualificada em Aterro Sanitário.
Os serviços eram gerenciados pela Prefeitura Municipal de Santo André, pela Secretaria de
Serviços Municipais. A partir de julho de 1999, os serviços foram transferidos para o SEMASA –
Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André, por meio da Lei Municipal
7840/1999, que também criou o Departamento de Gestão de Resíduos Sólidos.
O gerenciamento de resíduos sólidos de Santo André “tem como princípio proporcionar a
sustentabilidade ambiental ao município no que se refere à coleta, tratamento e destinação final dos
resíduos sólidos, garantindo a participação social em todo o processo da gestão”. (SEMASA, 2009).

2.2.2 Método

Para o desenvolvimento do estudo foi realizada uma revisão da literatura de alguns autores
que abordam a gestão dos RSU. Assim como, levantamento de dados para caracterização dos
municípios, e informações por meio do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento:
Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - 2006, elaborado pelo Programa Nacional de
Modernização do Saneamento - PMSS. Complementados pelos dados obtidos junto às Prefeituras
de ambos os municípios.
A seguir foram elaboradas tabelas com dados da gestão dos RSU dos municípios de
Maringá-PR e Santo André-SP, como segue:
 População atendida, estrutura operacional, frequência e terceirização do serviço de coleta
domiciliar;
 Programa de coleta seletiva, com informações quanto à forma de execução, quantidade
coletada;
 Resíduos da construção e demolição (RCD): se o serviço é executado pela prefeitura,
quantidade coletada e existência de empresa especializada;
 Resíduos sólidos de serviços da saúde (RSSS): como é a execução de coleta, veículos
utilizados, cobrança diferenciada, quantidade de resíduos coletados, forma de tratamento;
 Características da disposição final dos RSU: nome da unidade, quem é o operador, se recebe
resíduos de outros municípios, assim como quantidade de RSU recebidos. Se há licença
ambiental, monitoramento ambiental, tratamento do chorume, drenagem de gases,
impermeabilização da base, instalação administrativa, vigilância, etc;
 Informações gerais quanto à gestão: natureza jurídica do órgão municipal responsável,
existência de algum serviço concedido, cobrança dos serviços, receitas e despesas com
serviço de limpeza pública, orçamento da prefeitura, se recebe recursos federais para o
manejo de RSU e quantidade dos trabalhadores remunerados de todo o manejo de RSU. E
com isso foi possível fazer uma análise comparativa dos dois municípios em estudo.

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2.3 Resultados e Discussão

A coleta de resíduos sólidos domiciliares nos dois municípios contempla 100% da


população. No município de Santo André/SP, a coleta é realizada com frequência diária para 1% da
população e para 99% a coleta é realizada com frequência de três vezes por semana. Os serviços são
executados por empresa terceirizada, incluindo os equipamentos e recursos humanos. Entretanto, o
gerenciamento e a fiscalização são de responsabilidade do SEMASA. Enquanto no município de
Maringá/PR a coleta é realizada com frequência de duas ou três vezes por semana, para 100% da
população, e os serviços são executados pela Prefeitura, com os equipamentos e os recursos
humanos próprios. As informações são apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 - População atendida, estrutura operacional, frequência e terceirização do serviço de


coleta domiciliar
Santo
Coleta Domiciliar e Pública Maringá
André
População atendida declarada 324.397 673.234
Público Sim Não
Pessoal
Privado Não Sim
Estrutura operacional
Público Sim Não
Equipamento
Privado Não Sim
Prefeitura 112 0
Quantidade de coletores e motoristas
Empresas 0 222
Diária 0,0% 1,0%
População atendida, segundo a frequência
2 ou 3 vezes p/ semana 100,0% 99,0%
Coleta noturna Sim Sim
Coleta com elevação de contêiner Sim Sim
Serviço terceirizado Não Sim
Distância média até a unidade de processamento <15 km <15 km
Fonte: SNIS, 2006
Nota: Adaptado por MORAES e ALBERTIN, 2009.

No município de Santo André, a coleta seletiva é realizada em 100% da cidade, incluindo


áreas de difícil acesso. O sistema de coleta é de porta em porta e por meio de Pontos de Entrega
Voluntária – PEVs (SEMASA, 2009). O serviço é executado por empresa terceirizada e pelo
próprio SEMASA, sendo que os resíduos recicláveis coletados são destinados a duas cooperativas e
dois projetos sociais.
A coleta seletiva no município de Maringá é realizada por meio do Programa ReciclAção,
implementado pela Secretaria do Meio Ambiente e Agricultura no ano de 2006. O sistema de coleta
é de porta em porta, sendo realizado uma vez por semana, em alguns bairros. Atualmente o serviço
é executado por uma associação de catadores com apoio da PMM. A cidade possui seis
cooperativas de materiais recicláveis, envolvendo mais de 150 pessoas. De acordo com a PMM a
coleta seletiva está implementada em 95% da cidade, porém o volume de material coletado ainda é
pouco em relação à quantidade total de resíduos coletados. E não há campanha de sensibilização e
mobilização com o intuito de incentivar os moradores a participar da coleta seletiva. Os dados de
ambas as cidades podem ser visualizados na Tabela 2.

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Tabela 2 - Informações sobre a coleta seletiva
Coleta seletiva Maringá Santo André
Existência de coleta seletiva Sim Sim
Existência de pesagem do material da coleta seletiva Sim Sim
Qtd. Recolhida Prefeitura ou SLU 0t 77,90 t
(exceto matéria Empresas contratadas 0t 4.129,30 t
orgânica) Catadores com apoio da prefeitura 1.560 t 0t
Porta a porta em Pref. Ou contratada Sim Sim
dias específicos Catadores com
apoio Sim Não
Forma de execução
Postos de entrega Pref. Ou contratada Não Sim
voluntária Catadores com
apoio Não Não
Fonte: SNIS, 2006.
Nota: Adaptado por MORAES e ALBERTIN, 2009

No diz respeito aos RCD, o município de Santo André desde 1997, realiza a coleta por meio
de Estações de Coleta Seletiva, onde o munícipe pode dispor seus RCD em caçambas estacionárias,
que são removidas periodicamente por caminhões poliguindaste, sendo limitado a 1m3 por
munícipe. Há também a coleta realizada por empresas privadas, porém não há dados sobre o
volume coletado. No município de Maringá o serviço é executado pela PMM e por empresas
privadas. Até o ano de 2008 os RCD eram depositados no aterro controlado. Porém a partir de 2009,
o município começou a seguir as recomendações estabelecidas pela resolução nº 307/2002 do
CONAMA e assim, os geradores de RCD, devem encaminhar seus resíduos para empresas
recicladoras presentes na cidade. Para os pequenos geradores, o município conta com pontos de
entrega de até 1m³ por habitante.

Tabela 3 - Informações sobre a coleta de resíduos da construção e demolição


Resíduos da Construção e Demolição - RCD Maringá Santo André
Serviço executado pela Existência Sim Sim
prefeitura Cobrança Não Não
Existência de empresa especializada Sim Sim
Público 13.440,00 t 55.537,50 t
Quantidade de RCD coletada
Privado 82.560,00 t -
Com caminhões tipo
basculante ou carroceria Sim Sim
Coleta de RCD feita por
autônomos Com carroças ou
veículos de pequena
capacidade Sim Sim
Fonte: SNIS, 2006
Nota: Adaptado por MORAES e ALBERTIN, 2009

Em Santo André, a coleta e tratamento de resíduos de serviços de saúde são executados para
100% dos geradores, como: hospitais; clínicas médicas, odontológicas e veterinárias; laboratórios
de análises clínicas; farmácias, incluindo a coleta de animais mortos de pequeno porte. Os resíduos
de serviços de saúde coletados são dos Grupos A e E (CONAMA nº 358/2005), que passam por
tratamento em sistemas de Microondas, no Complexo do Aterro Sanitário. Os serviços são cobrados
de acordo com o volume gerado.
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Em Maringá, a coleta dos RSSS é executada por uma empresa privada, sendo que para o
tratamento os resíduos são enviados para Chapecó/SC. São recolhidos na cidade, aproximadamente
300 animais mortos por mês, incluindo aqueles descartados por clínicas veterinárias. Seu destino
final é o aterro controlado, onde são enterrados. Apesar de proíbido, a PMM continua com essa
prática. No início de 2009, a PMM passou exigir o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço
de Saúde - PGRSS. Os grandes geradores (acima de 30 litros/semana de resíduos) como: hospitais,
centro de zoonoses, radioterapia, quimioterapia, banco de sangue, farmácia de manipulação, etc.,
devem elaborar o plano detalhado. Já os pequenos geradores (até 30 litros/semana de resíduos),
como: farmácia, consultório médico, consultório odontológico, clinica de estética e fisioterapia,
clinica veterinária, etc., devem elaborar o PGRSS simplificado.

Tabela 4 - Informações sobre a coleta de resíduos sólidos do serviço de saúde


Santo
Resíduos Sólidos de Serviços Saúde Maringá
André
Execução de coleta Prefeitura ou contratada Sim Sim
diferenciada Gerador ou contratada Sim Sim
Exclusivo Sim Sim
Veículos utilizados
Da coleta domiciliar Não Não
Cobrança de coleta diferenciada pela Prefeitura Não Sim
Prefeitura controla executores Sim Não
Qtde de RSS Prefeitura 45 t 1.266,83 t
coletados Geradores 220 t -

Remessa de RSS para outros municípios Sim Não


Fonte: SNIS, 2006
Nota: Adaptado por MORAES e ALBERTIN, 2009

Quanto à destinação final dos RSU, o município Santo André possui aterro sanitário público
desde 1986, recebe aproximadamente 770 t/dia. O aterro sanitário é considerado como um dos
melhores do estado de São Paulo, com Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos- IQR 9,3 de
acordo com Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares – 2007 (CETESB), pois conta
com: impermeabilização de base; drenagem de águas pluviais, gases e chorume; monitoramento
ambiental; cercamento; vigilância e licença de operação (Figura 1, 2, 3, 4).

Figura 1 - Aterro Sanitário de Santo André – SP Figura 2 - Aterro Sanitário de Santo André – SP
Fonte: SEMASA, 2006 Fonte: SEMASA, 2006

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Figura 3 - Aterro Sanitário de Santo André – SP Figura 4 - Aterro Sanitário de Santo André – SP
Fonte: SEMASA, 2006 Fonte: SEMASA, 2006

Por outro lado, Maringá dispõe seus RSU em um aterro, que apesar da nomenclatura de
aterro controlado, apresenta condições de lixão, pois não há impermeabilização de base, drenagem
dos gases e chorume, e tem presença de catadores, conforme imagens registradas no ano de 2006
(Figura 5 e 6). No último ano a PMM cercou a área e retirou os catadores.

Figura 5 : Aterro de Maringá – PR Figura 6 : Aterro de Maringá – PR


Fonte: PMM, 2006 Fonte: PMM, 2006

Tabela 5: Informações sobre as características das unidades de processamento


Características Maringá Santo André
Aterro Sanitário
Nome da Unidade Aterro Controlado Municipal
(Empreiteira Pajoan)
Operador Prefeitura Prefeitura
Recebe de outros municípios Não Não
Inicio de operação 1973 1986
Quantidade de resíduos recebidos 178873,9 t 251552,4 t
Tipo de licença ambiental obtida Não existe Operação
Cerca Sim Sim
Instalação administrativa Sim Sim
Impermeabilização da base Não Sim
Frequência da cobertura dos resíduos Diária Diária

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Drenagem dos gases Não Sim
Aproveitamento dos gases Não Não
Drenagem das águas pluviais Não Sim
Recirculação de chorume Não Não
Drenagem de chorume Não Sim
Tratamento interno de chorume Não Sim
Tratamento externo de chorume Não Não
Vigilância Não Sim
Monitoramento ambiental Não Sim
Queima a céu aberto Não Não
Animais exceto aves Não Não
Moradias Não Não
Fonte: SNIS, 2006
Nota: Adaptado por MORAES e ALBERTIN, 2009

A sustentabilidade da gestão dos RSU nos municípios de Santo André e Maringá é baseada
em orçamentos diferentes. Conforme a Tabela 6, Santo André executa a cobrança por meio da conta
de saneamento, onde além do valor de abastecimento de água e esgotamento sanitário, há o valor
referente à coleta, que são calculados por m² de área construída. Em Maringá, a cobrança de
limpeza pública é por meio do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU, de acordo com o
terreno (área terreno, área construída e testada). Recentemente, a PMM conseguiu a aprovação da
Lei Complementar nº 1.132, em 8 de dezembro de 2008, pela qual fica instituída a Taxa de
Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos - TTRSU, com objetivo de custear os serviços de
tratamento e destinação final de resíduos sólidos domiciliares. A base de cálculo da TTRSU é a
quantidade em massa de resíduos por cada contribuinte, ou seja, o valor do quilograma (kg) de
massa de RSU tratado será de R$ 0,15 (quinze centavos de real). Porém, esta lei apesar de estar em
vigor, ainda não está sendo aplicada. Na tabela 6, segue as informações gerais da gestão dos RSU
nos dois municípios.

Tabela 6: Informações gerais referente à gestão dos RSU


Informações gerais Maringá Santo André
Natureza jurídica do órgão municipal responsável Adm. direta Autarquia
Existência de algum serviço concedido Não Não
Existência Sim Sim
Regulares
Forma Taxa no IPTU -
Cobrança dos serviços
Especiais Existência Não Sim
Orçada (R$/ano) 8.126.358,00 26.667.200,00
Receitas
Receitas e despesas com Arrecadada (R$/ano) 8.126.358,00 27.617.560,72
serviços de limpeza urbana Público - 3.956.924,44
Despesas
Privado 56.700,00 29.411.205,36
Despesa corrente da prefeitura (R$/ano) 219.734.070,00 878.192.787,81
Recursos federais recebidos para manejo de resíduos sólidos Não Não
Quantidade total de Público 282 107
trabalhadores remunerados
Privado 0 504
de todo o manejo de RSU
Fonte: SNIS, 2006
Nota: Adaptado por MORAES e ALBERTIN, 2009

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando as informações obtidas, tanto do SNIS quanto das Prefeituras, e apresentadas


em tabelas, textos e imagens, pode-se observar que a gestão dos RSU em ambos os municípios tem
características bem diferentes.
Santo André vem trabalhando a gestão de RSU ano a ano, procurando melhorar os serviços
oferecidos para população, e faz de forma participativa, onde o cidadão é um dos atores neste
processo. A coleta diferenciada foi implementada aos poucos e com a adesão da população de
forma voluntária, incentivada por constantes campanhas e divulgações, acompanhadas por trabalhos
de educação ambiental, mobilização e sensibilização. Isto também ocorreu com a coleta e
tratamento de RSSS e com a coleta de RCD. E recentemente com a coleta de pilhas e baterias, que
está sendo realizada por Pontos de Entrega Voluntária distribuídos em vários locais da cidade.
Quanto à destinação final, o Aterro Sanitário de Santo André é considerado um dos melhores
aterros do Estado de São Paulo. Podemos constatar que os objetivos estabelecidos pelo SEMASA e
PMSA estão sendo atingidos e é um trabalho continuo.
O município de Maringá apresenta uma gestão de RSU deficiente, pois ainda dispõe seus
resíduos em uma área que não possui licença ambiental, em lixão a céu aberto, pois não há
cobertura diária dos resíduos, sistemas de drenagem dos gases e chorume e tem presença de
catadores. O programa de coleta seletiva não atende toda a cidade, resultando em pouca quantidade
de recicláveis coletados, e são poucos os moradores que separam seus resíduos. Não há campanhas
de sensibilização e mobilização, nem educação ambiental para incentivar e ampliar a coleta seletiva.
Na questão de RSSS, a cidade conseguiu avançar, pois foi elaborado um roteiro para a formulação
do PGRSS, destinado a pequenos e grandes geradores. Quanto ao RCD, foi proibido ser disposto no
lixão, e atualmente está sendo implementado ponto de entrega, de onde serão recolhidos e
encaminhados para empresas recicladoras. Há o serviço prestado por empresas privadas que
recolhem estes resíduos. Porém estas têm causando problemas, pois fazem a coleta e dispõem de
maneira incorreta em diversos pontos da cidade, visto que não querem pagar para dar o destino
correto, pois as empresas que fazem reciclagem cobram para receber estes resíduos.
Os resultados obtidos com estas análises demonstraram que para que a gestão de resíduos
sólidos apresente resultados positivos deve haver iniciativa do poder público municipal com o apoio
e participação efetiva da população, melhorando a qualidade de vida e ambiental da cidade.

4. REFERÊNCIAS

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André. In: II FÓRUM AMBIENTAL DA ALTA PAULISTA. Outubro, 2006 Estância Turística de
Tupã. . Anais... Estância Turística de Tupã: AMIGOS DA NATUREZA, 2006. CD-ROM.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMA TÉCNICAS. NBR 10.004. Resíduos sólidos:


classificação. Rio de Janeiro, 2004.

Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – ABRELPE.


Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil – 2007. Disponível em:
http://www.abrelpe.org.br/panorama_2007.php

BIDONE, Francisco. R. Andrade ; POVINELLI, Jurandyr. Conceitos básicos de resíduos sólidos.


São Carlos : EESC/USP, 1999.

10
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB. Inventário estadual de resíduos
sólidos domiciliares: relatório de 2007. São Paulo: CETESB, 2008. Disponível em:
http://www.cetesb.sp.gov.br/Solo/publicacoes.asp. Acessado em: 09 maio 2009.

CRUSEIRO, F.A ; MILANI, P.H. Gestão de Resíduos Infectantes em Santo André. Gestão de
Resíduos Sólidos : dilemas atuais. Santo André : Centro Universitário Fundação Santo André, 2006.
p.55.

FERREIRA, Aurelio B. De Holanda. Miniaurélio Século XXI : o minidicionário da lingua


portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

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http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acessado em : 16 maio 2009.

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Modernização do Setor Saneamento. Sistema Nacional de Informações sobre saneamento:
diagnóstico do manejo de resíduos sólidos urbanos – 2006. – Brasília: MCIDADES.SNSA,
2008. Disponível em: http://www.snis.gov.br. Acessado em: 9 maio 2009.

MONTEIRO, J. H. P. et al. Manual do Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. Rio de


Janeiro: IBAM, 2001.

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Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Apresentação em Power Point. Santo André: SEMASA,
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