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PARLAMENTO EUROPEU

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Documento de sessão

FINAL
A5-0031/2002

6 de Fevereiro de 2002

RELATÓRIO
sobre as consequências económicas dos atentados de 11 de Setembro de 2001
(2001/2240(INI))

Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários

Relator: Othmar Karas

RR\461126PT.doc PE 307.464

PT PT
PE 307.464 2/17 RR\461126PT.doc

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ÍNDICE

Página

PÁGINA REGULAMENTAR ...................................................................................................4

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO ................................................................................................5

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS .................................................................................................... 9

PARECER DA COMISSÃO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO EXTERNO,

DA INVESTIGAÇÃO E DA ENERGIA ................................................................................. 14

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PÁGINA REGULAMENTAR

Na sessão de 17 de Janeiro de 2002, a Presidente do Parlamento comunicou que a Comissão


dos Assuntos Económicos e Monetários fora autorizada a elaborar um relatório de iniciativa,
nos termos do artigo 163º do Regimento, sobre os atentados de 11 de Setembro de 2001:
consequências económicas para a Europa.

Na sua reunião de 5 de Novembro de 2001, a Comissão dos Assuntos Económicos e


Monetários designara Othmar Karas relator.

Nas suas reuniões de 19 de Dezembro de 2001, 22 de Janeiro de 2002 e 5 de Fevereiro de


2002, a comissão procedeu à apreciação do projecto de relatório.

Na mesma reunião, a comissão aprovou a proposta de resolução por unanimidade.

Encontravam-se presentes no momento da votação Christa Randzio-Plath, presidente;


Philippe A.R. Herzog e John Purvis, vice-presidentes; Othmar Karas, relator; Generoso
Andria, Roberto Felice Bigliardo, Hans Blokland, Renato Brunetta, Ieke van den Burg (em
substituição de Pervenche Berès), Benedetto Della Vedova, Harald Ettl (em substituição de
Hans Udo Bullmann), Robert Goebbels, Lisbeth Grönfeldt Bergman, Mary Honeyball, Brice
Hortefeux, Christopher Huhne, Piia-Noora Kauppi, Astrid Lulling, Helmuth Markov (em
substituição de Armonia Bordes), Hans-Peter Mayer, Winfried Menrad (em substituição de
Ingo Friedrich), Fernando Pérez Royo, Elly Plooij-van Gorsel (em substituição de Olle
Schmidt), Mikko Pesälä (em substituição de Karin Riis-Jørgensen), Alexander Radwan,
Bernhard Rapkay, Manuel António dos Santos (em substituição de Luis Berenguer Fuster),
Peter William Skinner, Charles Tannock (em substituição de Jonathan Evans), Helena Torres
Marques e Bruno Trentin.

O parecer da Comissão da Indústria, do Comércio Externo, da Investigação e da Energia


encontra-se apenso ao presente relatório.

O relatório foi entregue em 6 de Fevereiro de 2002.

O prazo para a entrega de alterações ao presente relatório constará do projecto de ordem do


dia do período de sessões em que for apreciado.

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PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Resolução do Parlamento Europeu sobre as consequências económicas dos atentados de


11 de Setembro de 2001 (2001/2240(INI))

O Parlamento Europeu,

– Tendo em conta o artigo 163º do seu Regimento,

– Tendo em conta o relatório da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários e o


parecer da Comissão da Indústria, do Comércio Externo, da Investigação e da Energia
(A5-0031/2002),

A. Considerando que a economia mundial se encontrava já antes de 11 de Setembro em fase


de abrandamento e que os problemas económicos das duas principais economias da UE se
revestiram de repercussões em toda a Europa,

B. Considerando que os problemas económicos existentes têm, na sua maioria, outras causas,
subitamente tornadas patentes e intensificadas pelos acontecimentos de 11 de Setembro,

C. Considerando que a insegurança geral concitada pelo medo de novos atentados terroristas
contribuiu para um agravamento contínuo do clima de consumo e de investimento,

D. Considerando que a introdução do euro fomentou a consciência dos Europeus sobre a


importância da integração e relançará a economia,

E. Considerando que as repercussões da evolução económica nos EUA e do 11 de Setembro


vieram novamente patentear a excessiva dependência que a economia europeia continua a
apresentar relativamente à evolução da conjuntura nos Estados Unidos e, por conseguinte,
as fraquezas do mercado interno,

F. Considerando que, na actual situação política e económica, as previsões económicas se


caracterizam por um factor de insegurança relativamente elevado,

G. Considerando que a Comunidade deveria encarar o 11 de Setembro como um repto que a


obriga a acelerar a realização das reformas económicas e estruturais, bem como das
reformas das políticas do emprego e dos assuntos sociais, e a ampliar a sua margem de
manobra política e económica,

H. Considerando que o melhor programa conjuntural consiste no reforço do mercado interno


e na rápida concretização dos objectivos do processo de Lisboa,

1. Aconselha os Estados-Membros e as empresas a não consideraram os acontecimentos de


11 de Setembro como causa única do abrandamento conjuntural da actividade económica
e a não os utilizarem como um pretexto tendente a justificar os seus próprios erros
políticos e económicos;

2. Salienta que, graças à União Monetária, a Europa se encontrou, pela primeira vez,
habilitada a adoptar uma posição comum para fazer face a abalos externos;

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3. Exorta todas as Instituições europeias a responderem ao repto de 11 de Setembro mediante
a aceleração da integração e aplicação das reformas económicas e estruturais, bem como
das reformas das políticas do emprego e dos assuntos sociais, no intuito de melhorar a
capacidade de acção da União Europeia;

4. Adverte contra uma perda de estabilidade em matéria de crescimento e de emprego, perda


essa que comprometeria os êxitos da consolidação logrados nos últimos anos, e advoga a
manutenção consequente dos níveis estabelecidos no Pacto de Estabilidade e de
Crescimento;

5. Insta a que a Cimeira em Barcelona lance uma nova ofensiva em termos de crescimento e
inovação, a fim de estimular o crescimento, o investimento e o emprego mercê de um
optimismo conjuntural justificado;

6. Insta a Comissão à apresentação de um programa de trabalho circunstanciado que


estabeleça um calendário susceptível de permitir a rápida aplicação do processo de
Lisboa;

7. Solicita à Comissão a apresentação de um relatório circunstanciado sobre os


Estados-Membros e os sectores em que se observam obstáculos ao mercado interno;
exorta, por conseguinte, a Comissão e os Estados-Membros a acelerarem a aplicação das
directivas já adoptadas em matéria de eliminação de todos os obstáculos actuais ao
mercado interno, designadamente no domínio dos mercados de produtos e serviços, mas
também no domínio fiscal;

8. Apoia as actividades desenvolvidas pela Comissão imediatamente após os atentados,


criticando, porém, o facto de aquela não ter utilizado suficientemente a possibilidade que
lhe propicia o direito de iniciativa nos domínios da sua competência (nomeadamente, no
quadro de projectos europeus relacionados com alterações estruturais, das redes
transeuropeias, das infra-estruturas de transportes e da aplicação do processo de Lisboa);

9. Exorta a Comissão e o Conselho a impulsionarem de modo consequente e célere as


reformas estruturais, reforçando, assim, a confiança das empresas e dos consumidores;

10. Propugna, neste contexto, a melhoria das condições-quadro aplicáveis às pequenas e


médias empresas, bem como às empresas recém-criadas, uma vez que estas prestam um
contributo extraordinariamente elevado para o crescimento e o emprego;

11. Exorta as empresas a terem consciência da sua responsabilidade macroeconómica e a não


utilizarem os acontecimentos de 11 de Setembro como pretexto para uma redução de
postos de trabalho que exceda as suas necessidades reais;

12. Solicita aos Estados-Membros que não respondam aos atentados terroristas com regimes
de ajudas ultrapassados nem com o regresso a programas conjunturais emanados do
Estado, apostando, sim, no reforço do princípio ordenador da economia ecológica e social
de mercado;

13. Solicita à Comissão e ao Conselho que diligenciem, a nível internacional, no sentido de


que também os países terceiros se abstenham da concessão a determinados sectores, como

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sejam as companhias aéreas, de auxílios estatais geradores de distorção da concorrência,
uma vez que tal poderia conduzir ao agravamento dos sintomas de crise nas empresas
estabelecidas na UE;

14. Acolhe com satisfação as medidas acordadas entre o Banco Central Europeu e a Reserva
Federal dos Estados Unidos em matéria de taxas de juro e de liquidez como reacção
directa aos atentados, medidas essas que permitiram obviar a uma iminente crise
financeira;

15. Espera que o BCE - cuja independência respeita - tire partido de todas as margens de
manobra de que disponha para novas reduções das taxas de juros, como incentivo ao
investimento;

16. Apela à Comissão e aos Estados-Membros para que logrem uma solução duradoura para o
problema do seguro contra riscos associados a conflitos bélicos e ao terrorismo;

17. Insta a Comissão a assumir, neste contexto, uma função de coordenação, por forma a que
o problema do seguro seja regulado por princípios europeus uniformes;

18. Preconiza, neste contexto, que seja igualmente examinada a questão da cobertura da
actividade industrial por seguro contra danos causados pelo terrorismo;

19. Considera, neste contexto, que não se trata de transferir para o Estado e, por conseguinte,
para o contribuinte, riscos privados, mas sim de complementar os regimes de seguros e
resseguros privados quando a dimensão e a possibilidade de cálculo dos riscos superem a
capacidade dos regimes privados;

20. Entende que, em termos normativos, a existência de um mecanismo de resseguro estatal se


justifica, porquanto os atentados terroristas se não dirigem exclusivamente contra os
segurados, mas sim contra os cidadãos, no seu todo;

21. Advoga que os referidos regimes apenas devem ser accionados em casos excepcionais
claramente delimitados, o que pressupõe uma definição inequívoca dos actos terroristas
que deverão ser abrangidos;

22. Sustenta que, para completar e coordenar as iniciativas nacionais e, sobretudo, assegurar
um adequado nível de protecção dos riscos transfronteiriços, se revela necessária uma
solução a nível europeu; solicita, por conseguinte, à Comissão que apresente uma
estratégia concertada a nível internacional, visando obstar a distorções da concorrência a
longo prazo;

23. Solicita à Comissão que continue a autorizar auxílios estatais a favor de linhas aéreas e de
aeroportos, desde que os mesmos sejam exclusivamente utilizados para fins de superação
de dificuldades originadas pela denúncia, efectuada por seguradoras comerciais, de
apólices de seguro contra riscos de terrorismo;

24. Assinala que o sucesso de uma aliança mundial contra o terrorismo depende, sobretudo,
da capacidade da União Europeia e dos seus Estados-Membros de associarem os Estados
vizinhos às estratégias de política económica e estrutural e, por conseguinte, de

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promoverem, designadamente, as reformas económicas e sociais necessárias na Europa
Central e Oriental mercê da cooperação e da ajuda acordadas;

25. Insta os Estados-Membros a assinalarem, mediante campanhas publicitárias concertadas,


sobretudo nos Estados Unidos e no Japão, a segurança e a atractividade dos destinos
turísticos europeus;

26. Recorda o seu apoio à instituição de normas sociais justas aplicáveis à actividade
económica e o compromisso por si assumido de participar nos esforços destinados a
combater a exploração dos trabalhadores em todo o mundo; salienta o papel fundamental
que, neste domínio, cabe desempenhar à OMC, à Assembleia parlamentar da OMC - cuja
criação cumpre promover - e à OIT, bem como a necessidade de estas organizações
implementarem efectivamente um programa de trabalho conjunto;

27. Insta a Comissão a intensificar, em consonância com os parceiros sociais, os seus esforços
tendentes à adopção de um Livro Branco conciso sobre a responsabilidade social das
empresas durante a actual Presidência espanhola da União Europeia;

28. Exorta todas as empresas a assumirem seriamente a sua responsabilidade social e a


reexaminarem as suas práticas profissionais, votando particular atenção às necessidades
das PME e tendo em particular consideração os objectivos que se prendem com o respeito
dos direitos humanos; exorta, simultaneamente, os consumidores a darem provas de
consciência social aquando da aquisição de produtos;

29. Encarrega a sua Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho e à Comissão.

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EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Os atentados de 11 de Setembro abalaram o mundo ocidental, uma vez que, até então, actos
terroristas desta amplitude só eram concebíveis, quando muito, no domínio da ficção
científica. Simultaneamente, a economia mundial vivia uma fase crítica, caracterizada por
uma nítida quebra de crescimento na maior parte dos países industrializados. Embora pouco
mais se possa reconhecer do que apenas indícios dos efeitos a nível político e económico que
se farão sentir gradualmente e a longo prazo, os responsáveis políticos têm a obrigação de
reflectir sobre o que aconteceu, fazer um primeiro balanço, analisar as possíveis
consequências políticas e traduzi-las numa linguagem clara.

Seria um erro imperdoável considerar os atentados de 11 de Setembro como a causa de todos


os problemas existentes. É indiscutível que o crescimento global registava um nítido
abrandamento já desde os finais do ano 2000. Esta situação foi, nomeadamente, provocada
pelo problema mundial, que continua sem solução, da repartição, pelos problemas
conjunturais e orçamentais registados na República Federal da Alemanha e em França, pela
quebra acentuada que o sector das tecnologias da informação e da comunicação sofreu e pela
consequente descida abrupta dos valores da nova economia nos mercados accionistas.
No entanto, a análise dos problemas, que entretanto se agudizaram, deverá ter em conta, uma
distinção clara entre os problemas existentes no período que antecede o 11 de Setembro, que
registaram um agravamento na sequência dos atentados, e aqueles que surgiram
posteriormente. Entre os sectores mais afectados estão os seguros, o turismo e a aviação.
Companhias aéreas e empresas sólidas são afectadas pela quebra maciça do número de
passageiros e pelo aumento dos prémios das apólices. Cumpre igualmente referir, neste
contexto, que todas as empresas e trabalhadores que, fundamentalmente, cooperam com os
sectores enunciados figuram igualmente entre os visados pela situação em causa.

Os acontecimentos de 11 de Setembro geraram, a par das implicações políticas conhecidas e


acima referidas, um sentimento de insegurança em todo o mundo, que se reflecte numa
deterioração do clima empresarial em resultado da atitude expectante das empresas e dos
consumidores privados. Estes factos, aliados ao aumento dos custos de transporte e dos
prémios das apólices obrigaram a corrigir, em baixa, para 1,6% a taxa média de crescimento
prevista para o corrente ano na União Europeia, embora se registem diferenças consideráveis
entre os vários Estados-Membros. Em resultado da fragilização da conjuntura, a taxa de
desemprego deverá voltar a subir, pela primeira vez desde 1997, prevendo-se a sua descida
apenas em 2003.

No plano empresarial, os acontecimentos de 11 de Setembro denunciaram erros de gestão


ocorridos no passado e pontos fracos a nível organizacional. Suspeita-se, assim, que vários
políticos e empresas utilizaram os atentados terroristas como pretexto para decretar "medidas
de racionalização" que há muito se impunham.

O agravamento registado a nível económico irá repercutir-se de forma negativa na situação


das finanças públicas. As despesas dos Estados-Membros na área da defesa e da segurança

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interna irão aumentar e terão de ser financiadas através de um maior endividamento das
finanças públicas ou através de cortes noutras áreas. A consolidação das finanças públicas na
zona euro irá temporariamente sofrer atrasos, muito embora estes se façam sentir com maior
ou menor intensidade nos diferentes Estados-Membros. Apesar da débil situação conjuntural,
tal afigura-se defensável, cumprindo, por conseguinte, adoptar medidas correspondentes,
desde que se reportem a receitas fiscais mínimas ou a despesas inadiáveis relativas à
segurança interna e à defesa. Todavia, estas despesas não poderão servir para justificar
desvios ao pacto de estabilidade e crescimento.
Os Estados-Membros deverão opor-se com determinação às exigências formuladas pelos
agentes económicos e por alguns políticos que reclamam a concessão de ajudas estatais
maciças e a aplicação de programas conjunturais destinados a atenuar as consequências dos
atentados de 11 de Setembro. No passado, os programas conjunturais ad hoc de curto prazo
revelaram-se pouco eficazes, acabando por contribuir apenas para um aumento do
endividamento público. Todas as medidas desta natureza constituirão um retrocesso no
sentido do intervencionismo estatal e devem ser encaradas com cepticismo. Os
Estados-Membros da UE dispõem de uma reduzida margem de manobra a nível financeiro e
seria fatal se se verificasse o desmoronamento da estabilidade política em resultado do 11 de
Setembro, porque tal comprometeria seriamente os árduos esforços de consolidação
desenvolvidos nos últimos anos. Esta constatação de princípio não constitui uma recusa de
assumpção da co-responsabilidade política pela criação de condições gerais político-
económicas, nem tão pouco uma recusa de adopção das necessárias iniciativas políticas com
base e para efeitos de aplicação dos pactos e programas europeus. Assim sendo, a resposta da
política europeia ao 11 de Setembro deverá centrar-se, pois, na melhoria do quadro de
investimento e da competitividade internacional, através da aceleração das reformas
estruturais e da aplicação empenhada do processo de Lisboa. A realização do mercado interno
a nível das mercadorias e dos serviços, a integração dos mercados financeiros europeus,
mediante a rápida aplicação do plano de acção financeiro e a eliminação dos impasses
estruturais do mercado de trabalho são algumas das medidas que devem ser implementadas. A
reorientação dos orçamentos públicos para uma diminuição das despesas correntes e para um
reforço dos investimentos em infra-estruturas, nos quais se incluem as despesas nos sectores
do ensino e da formação, bem como nos da investigação e do desenvolvimento, poderia gerar
impulsos sustentados de promoção do crescimento e do emprego, bem como impulsionar a
conjuntura do mercado interno e reforçar o papel da UE no quadro da concorrência mundial.

O Banco Central Europeu reagiu muito bem aos acontecimentos. Graças à rápida descida dos
juros, em consonância com a Reserva Federal americana, e ao aumento da liquidez
disponível, conseguiu evitar uma crise financeira internacional. Devido, em parte, às novas
descidas dos juros da Reserva Federal e do Banco Central Europeu, os mercados accionistas
internacionais conseguiram recuperar os níveis que registavam no início de Setembro.
Recorda-se, no entanto, que as descidas dos juros contribuem para gerir a crise a nível
psicológico, mas nunca apresentam resultados políticos reais antes de um ano. Existe, pois,
um grande risco de estas descidas de juros do Banco Central se diluírem nos mercados
accionistas. Verifica-se ainda o perigo de ser criada uma nova bolha especulativa, bem como
potenciais riscos, a longo prazo, nos preços para o consumidor, em consequência de um
aumento excessivo da massa monetária. O Banco Central Europeu deveria, no entanto, com
base na sua independência, tirar partido da margem de manobra conseguida e cuja aplicação
se espera para breve no respeitante a novas descidas das taxas de juro como impulso nos
domínios do investimento e conjuntural.

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De momento, tudo aponta no sentido de que para que os efeitos negativos dos atentados
terroristas de 11 de Setembro sobre a economia europeia estejam controlados. Não obstante,
tal não significa que possamos descurar a situação.
Agora é importante haver coragem para exigir uma Europa mais actuante nas áreas em que ela
revelou maior fragilidade. A lição a tirar dos atentados - sem esquecer a tragédia humana que
representaram - deverá ser utilizada para reforçar o papel político da Europa, o mercado
interno no quadro da concorrência económica mundial e o euro. Necessitamos de uma
economia forte, com menor intervenção do Estado e maior participação do mercado, na linha
do modelo da economia social de mercado que contempla igualmente requisitos ambientais. O
crescimento e o emprego, no quadro do pacto de crescimento e de estabilidade, bem como a
aplicação do processo de Lisboa, deverão continuar a ser critérios absolutamente prioritários.
Urge ainda centrar a actuação nos sectores que se vêem confrontados com desafios especiais
desde o 11 de Setembro e para os quais importa encontrar rapidamente soluções europeias.
Alguns desses sectores são constituídos pelas seguradoras, pelo turismo e pelas companhias
aéreas europeias.

Consequências para as seguradoras


No sector dos seguros importa distinguir três níveis de problemas.

• A cobertura dos prejuízos directos. Neste sector, as seguradoras europeias (seguradoras e


resseguradoras) foram tão afectadas como as suas congéneres americanas.
• Os efeitos da descida das cotações nos mercados accionistas sobre os balanços das
seguradoras, que poderão levar ao incumprimento da cobertura legal obrigatória. Ao
contrário do que se chegou a temer, perante a dramática descida das cotações verificada
nos dias que se seguiram ao 11 de Setembro, os seus efeitos imediatos puderam ser
controlados, porque as cotações recuperaram o nível que se verificava no início de
Setembro. Em todo o caso, persistem as consequências a nível da notação de risco.
• O problema mais grave prende-se com a forma de segurar as consequências de futuros
ataques terroristas numa altura em que, depois de 11 de Setembro, os riscos do terrorismo
se tornaram dificilmente previsíveis ou mesmo impossíveis de prever.

Consequências para os grandes sectores empresariais no plano


segurador
A situação actualmente observada na Europa no que respeita à possibilidade de acesso à
cobertura do risco de terrorismo no caso dos grandes sectores empresariais afigura-se muito
diferenciada. São muitas as empresas actualmente existentes cuja cobertura se encontra
comprometida ou que apenas dispõem de uma cobertura limitada.

Uma tal situação pode gerar distorções da concorrência e comprometer a actividade de


algumas empresas, uma vez que o acesso a financiamento externo viabilizado, no caso de
algumas garantias bancárias, pela prova da existência de uma adequada protecção no plano
segurador, poderia ser limitado. Estas empresas teriam, então, que se autofinanciar, ficando a

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totalidade do risco concentrada a nível da empresa. Tal conduziria, para além disso, a um
enfraquecimento das empresas do ponto de vista técnico-financeiro.

Em alguns países, foram encontradas, in extremis, soluções como a criação de "pools" ou de


fundos especializados com garantias estatais, não dispondo, porém, a grande maioria dos
países de tais soluções. Tal significa que, em caso de um novo atentado terrorista, as empresas
teriam de cobrir os riscos com os seus próprios meios. Tal poderia implicar a ocorrência de
dificuldades para as empresas e, mesmo, casos de insolvência.
Essa a razão pela qual se revela imprescindível que a Comissão adopte todas as medidas
tendentes a viabilizar uma cobertura, à escala europeia, do risco de terrorismo e, sob
salvaguarda da maior flexibilidade possível, a lograr a respectiva harmonização. Só desta
forma será possível manter a continuidade da actividade económica nos sectores
particularmente ameaçados, na acepção do mercado comum, sem que se observem distorções
de concorrência.

Consequências para o sector da aviação comercial


O sector da aviação comercial foi particularmente atingido. Já afectadas antes dos atentados
por subcapitalizações crónicas e desmembramentos excessivos, a abrupta quebra da procura e
o aumento dos prémios das apólices conduziram algumas companhias aéreas europeias à
falência. Despedimentos em massa, aviões em terra e a supressão de destinos não lucrativos
são a consequência imediata. Na condição de serem exclusivamente aplicadas na superação de
dificuldades resultantes de denúncia de apólices de cobertura de riscos de terrorismo por
seguradoras comerciais, a Comissão autorizou, em casos pontuais, a concessão de auxílios
estatais até Março de 2002. Tal visa obstar à ocorrência de distorções injustificadas da
concorrência relativamente às companhias aéreas norte-americanas. A recuperação das
companhias aéreas processa-se, no entanto, apenas com lentidão: a escolha, sobretudo dos
destinos transatlânticos, continua a ser significativamente inferior à verificada no mesmo
período do ano transacto. A recuperação definitiva da totalidade das empresas de transportes
aéreos, bem como o futuro destino de algumas linhas aéreas ainda não é previsível.
Também os aeroportos se ressentiram fortemente das consequências dos atentados. O
aumento dos custos relacionados com a segurança aérea, bem como o aumento dos prémios
de seguros são causa de grandes problemas financeiros para grandes e pequenos aeroportos.
Afigura-se, assim, pertinentes, a concessão de ajudas de curto prazo.

Consequências para o turismo


A desistência de muitos turistas americanos e japoneses afectou gravemente alguns países da
Europa, a região turística mais visitada do mundo.
O turismo urbano e as viagens de incentivo, bem como o sector dos cruzeiros, são as áreas
onde se registam maiores descidas. Por outro lado, verifica-se com alguma satisfação que o
aumento do turismo a nível do mercado interno, sobretudo no Sul da Europa e nas regiões
onde se praticam desportos de Inverno, pode contribuir para contrabalançar alguns dos
aspectos negativos referidos.

Não obstante, apesar das módicas tarifas aplicáveis às viagens para a Europa, os turistas de
outros continentes não tiram das mesmas pleno partido.

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Uma publicidade concertada que assinale, quer a segurança dos destinos europeus, quer o
factor de diversão e de repouso, a par da promoção de sólidas parcerias (linhas aéreas,
agências de viagens, promotores) revelam-se, por conseguinte, necessárias para reconduzir a
Europa ao seu papel de destino de férias favorito.

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PT
24 de Janeiro de 2002

COMISSÃO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO EXTERNO, DA INVESTIGAÇÃO E


DA ENERGIA

Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários

sobre as consequências económicas dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001


(2001/2240 (INI))

Relator de parecer: Hans-Peter Martin

PROCESSO

Na sua reunião de 23 de Janeiro de 2002, a Comissão da Indústria, do Comércio Externo, da


Investigação e da Energia designou relator de parecer Hans-Peter Martin.

Nas suas reuniões de 23 e 24 de Janeiro de 2002, a comissão procedeu à apreciação do


projecto de parecer.

Na última reunião, a comissão aprovou as conclusões que seguidamente se expõem por 36


votos a favor, 5 contra e 5 abstenções.

Encontravam-se presentes no momento da votação Carlos Westendorp y Cabeza, presidente;


Peter Michael Mombaur, Yves Piétrasanta e Jaime Valdivielso de Cué, vice-presidentes;
Hans-Peter Martin, relator; Konstantinos Alyssandrakis, Sir Robert Atkins, Freddy Blak (em
substituição de Roseline Vachetta), David Robert Bowe (em substituição de Massimo
Carraro), Gérard Caudron, Giles Bryan Chichester, Nicholas Clegg, Concepció Ferrer, Colette
Flesch, Christos Folias (em substituição de Guido Bodrato), Norbert Glante, Alfred Gomolka
(em substituição de Umberto Scapagnini), Michel Hansenne, Hans Karlsson, Bashir
Khanbhai, Werner Langen, Rolf Linkohr, Caroline Lucas, Minerva Melpomeni Malliori (em
substituição de Harlem Désir), Eryl Margaret McNally, Erika Mann, Angelika Niebler,
Giuseppe Nisticò (em substituição de Marjo Matikainen-Kallström), Reino Paasilinna, Elly
Plooij-van Gorsel, Samuli Pohjamo (em substituição de Willy C.E.H. De Clercq), John
Purvis, Godelieve Quisthoudt-Rowohl, Alexander Radwan (em substituição de W.G. van
Velzen), Bernhard Rapkay (em substituição de Elena Valenciano Martínez-Orozco), Mechtild
Rothe, Christian Foldberg Rovsing, Paul Rübig, Jacques Santer (em substituição de Paolo
Pastorelli), Konrad K. Schwaiger, Esko Olavi Seppänen, Gary Titley, Claude Turmes, Alejo
Vidal-Quadras Roca, Dominique Vlasto e Myrsini Zorba.

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PT
BREVE JUSTIFICAÇÃO

Introdução

Os acontecimentos de 11 de Setembro de 2001 alteraram o mundo. Se, por um lado, importa


não sobrestimar o impacto económico imediato dos ataques terroristas, por outro lado, os
acontecimentos mostraram claramente que há que dar agora prioridade máxima a toda uma
série de questões. É tempo de agir.

Deveria ser elaborado e implementado um Plano Marshall Global para ajudar a eliminar as
disparidades sociais entre ricos e pobres. O Parlamento Europeu poderá desempenhar um
papel importante neste contexto, fornecendo os estudos e o apoio político necessários.

O desenvolvimento de um novo sistema de comércio internacional regido por regras reveste


igualmente a maior importância, incluindo a criação ou transformação das instituições
adequadas e uma rápida reforma das instituições internacionais, tais como o FMI e o Banco
Mundial, a fim de responder às legítimas preocupações da sociedade civil, prestar ajuda e
utilizar a política comercial para lutar contra a pobreza, a fome e as doenças.

A questão dos direitos humanos, em particular, passou a ocupar, uma vez mais, o topo da
agenda política. Tal aplica-se à maior parte dos domínios do debate político, incluindo as
relações comerciais.

A fim de alcançar uma paz durável e uma prosperidade sustentável, é essencial uma política
coerente e sem critérios duplos no domínio dos direitos humanos. A União Europeia deverá
assumir um papel de primeiro plano na consecução deste objectivo. Na era da globalização, a
promoção e aplicação da universalidade dos direitos humanos deve constituir uma tarefa
prioritária tanto para o sector económico como para as empresas transnacionais. Os decisores
políticos podem facilitar esta tarefa, assumindo a responsabilidade pela tomada de decisões.

A UE deverá, por conseguinte, adoptar uma abordagem claramente visível e pró-activa,


utilizando o diálogo político, a ajuda comercial e externa para alcançar estes objectivos e fazer
da globalização um verdadeiro processo de inclusão.

A Comissão reconhece já que os actores globais, como sejam as empresas transnacionais,


devem ser igualmente encorajados pela UE a desempenhar um papel crucial na promoção do
respeito dos direitos humanos à escala mundial. Subsiste, no entanto, a questão de saber de
que forma estas empresas transnacionais poderão ser persuadidas a fazer uso da influência,
frequentemente considerável, que exercem num país em desenvolvimento para apoiar os
esforços da UE em prol dos direitos humanos e que actividades estas empresas deverão
desenvolver. No que se refere às suas contribuições, é necessário debater e implementar
medidas mais concretas como, por exemplo, um reforço nítido da transparência das
actividades das empresas multinacionais.

Neste contexto, é importante estabelecer uma interligação entre direitos humanos e sociais e
as actividades comerciais e de investimento nos países em desenvolvimento, uma tendência
que tem sido preconizada por ONG, sindicatos e pelo Parlamento Europeu.

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O poder para induzir todas as mudanças necessárias encontra-se nas mãos dos Estados Unidos
e da União Europeia. Em 2000, a União Europeia e os Estados Unidos responderam por nada
menos do que 33% das exportações mundiais totais e por 41,5% das importações mundiais de
mercadorias. Do mesmo modo, responderam, em conjunto, por mais de 50% das exportações
mundiais e por 45% das importações mundiais de serviços comerciais.
A União Europeia foi o maior investidor estrangeiro, com 50% dos fluxos do investimento
estrangeiro directo em 2000, a nível mundial. Cerca de metade do investimento estrangeiro
directo dos 15 Estados-Membros da UE em países terceiros em 1999 foi canalizado para os
Estados Unidos. No entanto, o investimento conjunto da União Europeia com os Estados
Unidos, no final de 1999, era de 2.312,6 mil milhões de euros, o que corresponde
aproximadamente a 80% do total mundial.
Se considerarmos os mercados de capitais dos Estados Unidos e da União Europeia,
concluiremos que o mundo inteiro está assente em dois pólos: os Estados Unidos e a União
Europeia, responsáveis por cerca de 85% dos fluxos mundiais de capitais. Mais
concretamente, 80% das transacções do mercado monetário dizem respeito a investimentos
comerciais, estando 84% desse volume localizado nos Estados Unidos e na União Europeia. O
volume correspondente aos países da União Europeia atingiu mais de 27.000 mil milhões de
dólares US no final de 1995, montante esse que era aproximadamente da mesma ordem de
grandeza do PIB mundial (94% do PIB mundial). O mercado financeiro interno da União
Europeia não só é o maior do mundo, como também opera de forma muito activa em todas as
partes do mundo.

As exportações mundiais de mercadorias em 2000 atingiram os 5.354,6 mil milhões de euros.


No entanto, este montante de exportações é equivalente – segundo uma avaliação sobre
mercados internacionais de câmbios efectuada pelo Bank for International Settlements – a
menos de três dias de transacções (isto é, em 1999 foi registado diariamente um montante de
cerca de 2.000 mil milhões de dólares americanos, em divisas estrangeiras). Além disso, em
1999, os mercados de divisas estrangeiras na União Europeia foram responsáveis por cerca de
51% do total, cabendo 18 % aos Estados Unidos, o que conduziu a que, em ambos os
mercados, se negociasse aproximadamente 70% do total de divisas estrangeiras.

É aqui que reside a “estabilidade monetária e financeira”. Uma abordagem regulamentar


comum aos mercados de capitais por parte dos Estados Unidos e da UE permitirá obter uma
solução global para a especulação, para a volatilidade das taxas de câmbio e para as crises
económicas e financeiras. Fornecerá também uma base sólida para combater a fuga aos
impostos e a fraude e para a regulação dos centros offshore, obrigando os paraísos fiscais a
cumprirem as normas internacionais.

Especialmente após os acontecimentos de 11 de Setembro, pesa sobre nós uma enorme


responsabilidade.

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CONCLUSÕES

A Comissão da Indústria, do Comércio Externo, da Investigação e da Energia insta a


Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários, competente quanto à matéria de fundo, a
incorporar os seguintes elementos na proposta de resolução que aprovar:

1. Considera que o desenvolvimento de um novo sistema de comércio internacional regido


por regras reveste a maior importância, incluindo a criação (ou transformação) das
instituições adequadas e uma rápida reforma das instituições internacionais, como o FMI e
o Banco Mundial, a fim de responder às preocupações legítimas da sociedade civil, prestar
ajuda e utilizar a política comercial para lutar contra a pobreza, a fome e as doenças;
2. Salienta a necessidade de uma estratégia conjunta dos Estados Unidos e da União
Europeia a fim de resolver os desafios globais que extravasam as fronteiras nacionais,
nomeadamente, o branqueamento de capitais, o tráfico de seres humanos, a segurança dos
alimentos, a segurança do abastecimento energético e as mudanças climáticas;
3. Reitera o seu apoio ao estabelecimento de normas sociais justas no âmbito da actividade
económica e o seu empenhamento em participar nos esforços de luta contra a exploração
da mão-de-obra em todo o mundo; salienta o papel crucial que a OMC, a almejada
Assembleia Parlamentar da OMC e a OIT devem desempenhar neste domínio e a
necessidade de estas organizações implementarem efectivamente um programa de
trabalho conjunto;
4. Exorta a Comissão a, em concertação com os parceiros sociais, intensificar os seus
esforços com vista à adopção de um Livro Branco conciso sobre a responsabilidade social
das empresas no decurso da actual Presidência espanhola da União Europeia;
5. Exorta todas as empresas a assumirem inteiramente a sua responsabilidade social e a
reverem as suas práticas empresariais a nível global, dando uma atenção particular às
preocupações das PME e aos objectivos dos direitos humanos; simultaneamente, insta os
consumidores a agirem de forma socialmente consciente aquando da compra de produtos;
6. Solicita aos seus órgãos competentes que encomendem um estudo que descreva a forma
como poderá ser elaborado e implementado um Plano Marshall Global para ajudar a
eliminar as disparidades sociais entre ricos e pobres, identificando, em particular, as forças
que operam na economia digital;
7. Solicita à Comissão Europeia que avalie o impacto dos acontecimentos de 11 de Setembro
de 2001 sobre os diversos sectores, designadamente o turismo, os serviços financeiros, os
seguros e a indústria dos transportes aéreos, assim como o impacto destes acontecimentos
sobre as trocas comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos no âmbito do
mercado transatlântico comum;
8. Solicita à Comissão Europeia que estude de que forma os acontecimentos de 11 de
Setembro de 2001 induziram ou induzirão mudanças em áreas críticas como as
comunicações e as infra-estruturas das redes em geral.

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