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Matéria publicada em Julho/2010 pela Assessoria de Comunicação do Ministério do

Meio Ambiente, disponível em


http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=ascom.noticiaMMA&codigo=5969

Em 6 anos, Brasil responde por 74% das áreas destinadas à conservação


no mundo

por Ana Flora Caminha

No domingo (18), o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza


(SNUC) completou 10 anos - o SNUC é o conjunto das unidades de conservação nas
três esferas de governo (federal, estadual e municipal), considerado uma conquista da
legislação ambiental brasileira.

Desde 2000, após a instituição do SNUC pela Lei nº 9.985, ocorreu um grande
salto quantitativo de áreas protegidas no Brasil, com o acréscimo de 378 unidades, o
que significa um incremento de aproximadamente 62% no número de UCs e uma
expansão de área de 105%, com a destinação de mais 78,5 milhões de hectares para a
conservação da natureza. Em uma comparação mundial, o Brasil foi o responsável pela
criação de 74% de todas as áreas destinadas à conservação no mundo entre 2003 e
2008.

Momento crucial - Com 310 unidades federais, 620 estaduais e 59 municipais, e


ocupando 17,4% do território nacional, segundo dados do Cadastro Nacional de
Unidades de Conservação, o SNUC vive hoje um momento crucial, em que busca
dirimir o falso dilema entre conservação e desenvolvimento, propondo um olhar mais
abrangente sobre os possíveis usos do solo, conforme estudo do Ministério do Meio
Ambiente realizado em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
e publicado no final de 2009 (3º Boletim Regional Urbano Ambiental).

Segundo o diretor de Áreas Protegidas do MMA, Fábio Araújo, "está


ultrapassado o entendimento de que as áreas protegidas são necessariamente espaços
que devem permanecer intocados. As 12 categorias do SNUC permitem uma grande
variedade de possibilidades de uso do solo e de recursos naturais e potencializam
atividades que contribuem para a geração de renda, emprego, aumento da qualidade
de vida e o desenvolvimento do país, sem prejuízo à conservação ambiental".
Mesmo as unidades mais restritivas, como as reservas biológicas, permitem
atividades de pesquisa que contribuem para o maior conhecimento da biodiversidade
brasileira e seus usos. "As áreas protegidas devem ser entendidas como uma maneira
especial de ordenamento territorial, e não como um entrave ao desenvolvimento
econômico e socioambiental", completa Araújo.

Novo olhar - De acordo com o estudo publicado pelo Ipea, para facilitar o
entendimento sobre qual a contribuição das UCs para o desenvolvimento do País, é
preciso agrupá-las de acordo com a atividade econômica permitida em cada área. De
acordo com esse enfoque, 11,67% da área protegida por UCs no País apresentam
grandes restrições do ponto de vista de uso econômico imediato. E nos outros 88,33%,
que correspondem a 15,07% do território nacional, são possíveis usos econômicos que
podem gerar efeitos positivos imediatos à economia regional, como atividades de
turismo, produção florestal, extrativismo e até mesmo agricultura, agropecuária e
atividades industriais de baixo impacto ambiental.

Segundo o MMA, estudos têm constatado a importância das UCs para o


desenvolvimento regional, principalmente na Amazônia. A experiência de manejo de
pirarucus na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no período de 1999
a 2005, evidencia que as técnicas de manejo para substituir a pesca predatória
multiplicaram por oito a renda bruta dos pescadores na época de pesca desse peixe,
que vai de setembro a novembro, além de garantir incremento no estoque de peixe
disponível.

Outro exemplo é a organização da produção das famílias da Reserva Extrativista


Chico Mendes, com a obtenção de uma certificação ambiental que possibilitou a
entrada dos produtos extrativistas, em particular a castanha do Brasil, no mercado
europeu. Estudos acadêmicos apontam que a renda per capita dos extrativistas que
moram na Resex aumentou 30% após a certificação da castanha.

"Esse novo olhar fortalece o SNUC e permite observar de forma mais clara o
papel das UCs no desenvolvimento sustentável e na redução da pobreza", diz o diretor
de Áreas Protegidas. Mas, apesar dos bons exemplos, iniciativas como essas ainda são
pontuais. Para que as experiências se ampliem, é necessário implementar e consolidar
efetivamente o SNUC, que atualmente acontece de maneira heterogênea, variando de
unidades bem estruturadas, como o Parque Nacional de Iguaçu, a unidades que não
dispõem da infraestrutura necessária para seu funcionamento. "As UCs, afinal, são o
patrimônio natural do País. E, como qualquer patrimônio, exige investimentos para que
possam gerar dividendos", diz Fábio Araújo.
Investimentos - De acordo com estimativas do MMA publicadas em 2009, para
que o SNUC funcione plenamente seriam necessários, anualmente, R$550 milhões
para custeio do sistema federal e de R$360 milhões para os sistemas estaduais, além
de aproximadamente R$600 milhões em investimentos em infraestrutura no sistema
federal e de R$1,20 bilhão nos sistemas estaduais. Entretanto, em 2008, o sistema de
gestão das UCs federais recebeu somente R$316 milhões do orçamento federal. Entre
2001 a 2008, o orçamento destinado às UCs federais aumentou 16,35%, enquanto a
área somada das UCs federais teve uma expansão de 78,46%.

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