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SETOR DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
DISCIPLINA: PRODUÇÃO DO SABER: ORGANIZAÇÃO ESCOLAR:
QUESTÕES METODOLÓGICAS E CONCEITUAIS
PROFESSORA: MARIA MADSELVA FERREIRA FEIGES
PEDAGOGIA LIBERAL
¾ Justificação do sistema capitalista;
¾ Ênfase na defesa da liberdade e dos direitos e interesses individualistas na sociedade;
¾ Forma de organização social baseada na propriedade privada dos meios de produção.
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Síntese elaborada pelas alunas Diana Cristina de Abreu, Edna Cristina Bueno Bighi Gazim, Eloína Alves dos Santos Suss, Luciana
Szenczuk, Marcia Maria da Silva e Rúbia Helena Naspolini Coelho na disciplina Produção Social do Saber e Organização Escolar:
Questões conceituais e metodológicas, ministrada pela professora Maria Madselva F. Feiges, Curso de Especialização em
Organização do Trabalho Pedagógico, Setor de Educação da UFPR, Curitiba, 2003.
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TRADICIONAL OU ESCOLA NOVA TENICISTA
TENDÊNCIA
CONSERVADORA DIRETIVA NÃO- DIRETIVA
¾ Johann Friedrich ¾ Dewey (1859-1952) – ¾ Rosseau (1712- ¾ Skinner;
Herbart (1776-1841) -
“aprender fazendo”; 1778) – enfatiza aspectos ¾ Gagné;
“A prática da reflexão
¾ Montessory (1870-1952) – da orientação não- ¾ Bloom;
metódica”, baseado Métodos ativos e diretiva; ¾ Cosete Ramos.
na clareza, na individualização do ensino; ¾ Roger (1902-1987) –
associação, no ¾ Claparedè (1873-1940) – Método não-diretivo:
sistema e no método.
Educação funcional e 1. concepção
REPRESENTANTES diferenciada; terapêutica;
OU TEÓRICOS ¾ Piaget (1896-1980) – 2. aconselhamento
estudos sobre os processos com a finalidade de
de construção do pensamento eliminação da
na criança; inconsciência entre auto
¾ Brasil: Anísio Teixeira, conceito e experiência
Lourenço Filho, Fernando pessoal – raiz das
Azevedo. dificuldades
psicológicas.
¾ Inatista - com ¾ Interacionismo ¾ Psicologia ¾ Behaviorista;
vertentes na teologia Contrutuivista – Piaget: terapêutica; ¾ Comportamentalista;
e com interpretações - Psicologia do ¾ Psicologia ¾ Instrumentalismo;
errôneas da Teoria da desenvolvimento: enfoque nos humanista – ênfase nas ¾ Ambientalista.
Evolução, da genética processos cognitivos da relações interpessoais e
e da embriologia; criança; no crescimento que
¾ O homem traz as - O homem constrói o delas resulta, centrado
PSICOLOGIA qualidades básicas conhecimento durante sua no desenvolvimento da
(percepção, valores, vida, na interação homem- personalidade do
hábitos, crenças), meio; indivíduo em seus
basicamente prontas - Biopsicologização da processos de
ao nascer. sociedade, da educação e da construção e
escola; organização pessoal.
- Testes de inteligência e de
personalidade.
¾ Concepção ¾ Concepção humanista ¾ Concepção ¾ Concepção Analítica
humanista moderna: humanista moderna: - Não pressupõe uma
tradicional: - Centra-se na existência, na - Ênfase na importância visão de homem, nem de
- Centra-se na vida, na atividade – a natureza do desenvolvimento das um “sistema filosófico”;
essência do intelecto, humana é ativa, subjetiva; habilidades mentais, - Busca efetuar a análise
no conhecimento; - “O homem é a fonte de todos como observação, lógica da linguagem
FILOSOFIA
- Homem – os atos”, é um ser autônomo, análise, reflexão e educacional;
constituído por uma criado para a liberdade, sem criatividade. - Neopositivista: o
essência imutável. ser determinado pelo meio conhecimento científico é
social; analítico, requer exatidão e
- Predispõe-se a fazer a clareza.
equalização social.
¾ Converter o ¾ Escola democrática, ¾ Preparar o individuo ¾ Articula-se com o
súdito em cidadão proclamada para todos; para desempenhar sistema produtivo para o
que domine a arte e a ¾ Valorizar o conhecimento papéis sociais; aperfeiçoamento do
retórica; que o aluno traz; estimular os ¾ Promover o auto- sistema capitalista: provê a
¾ Transmitir alunos que são diferentes e desenvolvimento e formação de indivíduos
conhecimentos necessitam de estímulos realização pessoal; para o mercado de
acumulados pela diferentes; ¾ Enfoque na trabalho, de acordo com as
humanidade; ¾ Adequação das formação individual; exigências da sociedade
¾ Realizar a necessidades individuais ao ¾ Prioriza os industrial e tecnológica;
preparação meio social; problemas psicológicos ¾ Preocupa-se com
intelectual e moral do ¾ Ajustamento social por em detrimento dos aspectos mensuráveis e
PAPEL DA ESCOLA
indivíduo para meio de experiências, em que pedagógicos; observáveis;
assumir seu lugar na a escola deve retratar a vida. ¾ Privilegia situações ¾ O aluno é um ser bio-
sociedade; problemáticas psico-social;
¾ Ofertar o mesmo correspondentes aos Funciona como
caminho para todos, interesses do aluno; modeladora do
privilegiando, assim, ¾ Enfoque no comportamento humano.
as camadas mais afrouxamento das
favorecidas. normas disciplinares
(autoridade disfarçada,
as funções de professor
e aluno se confundem).
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¾ Conteúdos ¾ Os conteúdos são ¾ Os conteúdos são ¾ Os conteúdos são
humanísticos selecionados a partir dos selecionados a partir baseados nos princípios
selecionados da interesses e experiências dos interesses e científicos, manuais e
cultura universal, vividas pelos alunos; experiências vividas módulos de auto-instrução
separados da ¾ A aquisição do saber é pelos alunos; que visam objetivos e
experiência dos mais importante que o próprio ¾ Os conhecimentos habilidades que levam à
alunos e da realidade saber; em si são dispensáveis, competência técnica;
social; ¾ Ênfase nos processos de são apenas meios para o ¾ Informações,
¾ Conteúdos desenvolvimento das relações auto-desenvolvimento; princípios e leis,
CONTEÚDOS DE
enciclopédicos e sociais, da convivência em ¾ Consistem em organizados em uma
ENSINO
intelectualistas, que grupo e do saber fazer. experiências que o aluno seqüência lógica e
são repassados como reconstrói. psicológica, estabelecida e
verdades absolutas; ordenada por especialistas;
¾ Latim: arte ¾ Material Instrucional
retórica; sistematizado nos
¾ Científico manuais, livros didáticos,
dogmático, apostilas, etc.
cumulativo e
quantitativo.
3
¾ Herbatiano ou ¾ Método de Pesquisa ¾ Método Não-Diretivo: ¾ Procedimentos e
Científico ou Método da Descoberta: - Concepção terapêutica; técnicas para a
- Método expositivo - Corresponde ao Método - Aconselhamento com a transmissão e recepção
organizado em cinco Científico Indutivo finalidade de eliminação da de informações;
passos que, segundo formulado por Bacon, que inconsciência entre auto- ¾ Abordagem
Herbart, constituem a apresenta três momentos conceito e experiência sistêmica;
ordem psicológica mais fundamentais: observação, pessoal – raiz das ¾ Debates, reflexões,
MÉTODO DE adequada para a generalização, e dificuldades psicológicas. discussões e
ENSINO E assimilação de novas confirmação; questionamentos são
ASPECTOS idéias e experiências; - Dilui a diferença entre considerados
TEÓRICOS - Este método didático ensino e pesquisa, onde a desnecessários; relações
exige raciocínio indutivo pesquisa deve encetar afetivas e pessoais não
(observação dos fatos); investimentos que são consideradas;
- Antimetafísico (contra o realmente contribuam para ¾ Proposta
abstrato). o enriquecimento cultural metodológica de
da humanidade. eficientização e eficácia
da aprendizagem.
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TRADICIONAL OU ESCOLA NOVA TENICISTA
TENDÊNCIA
CONSERVADORA DIRETIVA NÃO- DIRETIVA
¾ Método Expositivo: ¾ Método de Pesquisa ¾ Método Clínico de ¾ Método Científico:
1. Preparação ou Método da Descoberta: Rogers: - Preocupação científica que
- Evocação, no aprendiz - O método de ensino tem 1. Contato com a está baseada em princípios
de velhas idéias a seguinte estrutura: realidade da tecnologia educacional;
relacionadas com as 1. Atividade - o contato com a - “Harmonização” entre as
novas; - O ensino começa sempre realidade torna a necessidades dos alunos e
- Recordação da lição com uma atividade, a qual aprendizagem os valores sociais;
anterior, portanto, do já pode suscitar um significativa, pelo 1. Objetivos instrucionais
aprendido; problema; vínculo das operacionalizados em
2. Apresentação 2. Problema experiências e comportamento observável
- Contemplação e - Alunos e professor motivações do e mensurável;
apreensão do objeto da precisam resolver o individuo; 2. Procedimentos
aprendizagem; problema; 2. Autenticidade ou instrucionais;
- O novo conhecimento é 3. Levantamento de congruência 3. Ênfase nos meios, na
colocado diante do aluno dados - o professor deve ser instrução programada, nas
e a este cabe assimilar; - Os alunos levantam os sentido como pessoa técnicas de microensino,
3. Assimilação mais diferentes dados unificada, integrada, nos recursos audiovisuais.
- As novas idéias são documentais, congruente;
relacionadas com as bibliográficos, dados de 3. Aceitação positiva
velhas idéias; campo; incondicional
- Trata-se de identificar, 4. Formulação de - o professor aceita os
por comparação, o Hipóteses Explicativas sentimentos do aluno,
diferente entre os - Os dados organizados em toda espécie de
elementos já conhecidos; pelos alunos servem de atitude;
4. Generalização base para formulação de 4. Empatia
- O que é geral separa-se uma ou mais hipóteses -capacidade de captar o
de aspectos particulares explicativas para o mundo do aluno como
PASSOS DO
concretos: os aspectos problema; se fosse o seu, em
MÉTODO
gerais são unidos às 5. Experimentação todas as reações ao
idéias anteriormente - Os alunos testam as enfrentar uma nova
adquiridas e ocorre a hipóteses explicativas, o matéria.
sistematização da que lhes permite rejeitar
aprendizagem; ou confirmar as hipóteses
- Se o aluno já assimilou o formuladas;
novo conhecimento, é ¾ Este método didático
capaz de identificar todos assume caráter
os fenômenos “pseudocientífico”,
correspondentes ao porque confunde ciência e
conhecimento adquirido; ensino.
5. Aplicação
- As idéias já
sistematizadas são
retomadas, desenvolvem-
se novas relações e as
idéias são aplicadas;
- O aluno vai demonstrar
se aprendeu, se assimilou
ou não o conhecimento.
Isto é
verificado através de
exemplos novos, ainda
não manipulados pelo
aluno;
- Coincide com as “lições
de casa”.
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TEORIAS CRÍTICO-REPRODUTIVISTAS
¾ São críticas porque postulam não ser possível compreender a educação senão a partir dos seus condicionantes sociais.
¾ Não constituem pedagogias;
¾ Não apresentam uma proposta pedagógica: o caráter reprodutivista da escola impede que ela seja diferente, donde a
inviabilidade ou inutilidade de uma proposta pedagógica vinculada aos interesses da classe trabalhadora.
OBRA DE “A Reprodução: Elementos para “Ideologia e Aparelhos Ideológicos “A escola capitalista na França”
REFERÊNCIA uma teoria do sistema de ensino” do Estado” (s/d) (1971)
(1975)
INFLUÊNCIA NO ¾ Especialmente durante a década de 70;
BRASIL ¾ Saviani utiliza estes estudos como referência teórica para fazer a análise crítica da história das tendências
da educação brasileira.
CONCEPÇÃO DE ¾ A sociedade é dividida em classes antagônicas que sob a forma de luta de classe opõe burguesia ao
SOCIEDADE proletariado.
Essa luta trava-se nas relações de produção, que são relações de exploração.
¾ Violência Simbólica: os ¾ O Estado é composto por: ¾ A escola é dividida em duas
grupos e classes dominantes • Aparelhos Repressivos de grandes redes:
controlam os significados Estado (ARE) – polícia, tribunais, • Rede PP (primário-profissional)
culturalmente legítimos e prisões etc. – que funcionam → destinada aos trabalhadores e
socialmente mais valorizados. massivamente pela violência e • Rede SS (secundário-superior)
Estes significados medeiam as secundariamente pela ideologia → destinada à burguesia;
relações de poder entre grupos e e A escola é um aparelho ideológico da
classes. O capital cultural é • Aparelhos Ideológicos de Estado burguesia e está a serviço de seus
distribuído desigualmente entre (AIE) – igreja, escola, mídia etc. – interesses.
grupos e classes. Como que funcionam massivamente
resultado: pela ideologia e
• Aqueles que têm mais capital secundariamente pela violência.
cultural são mais bem- ¾ A escola é o AIE dominante na
CONCEITOS- sucedidos na escola; sociedade capitalista.
CHAVES
• A escolarização é a base para
uma mobilidade social
limitada, que dá aparência de
realidade à meritocracia;
• Portanto, a educação é o
processo de reprodução das
diferenças culturais e sociais.
¾ Qualquer ação pedagógica é
uma violência simbólica.
¾ A contradição principal existe brutalmente fora da escola sob a forma de uma luta que opõe a burguesia ao
proletariado; ela se trava nas relações de produção, que são relações de exploração.
FUNÇÃO DA ¾ É um instrumento de discriminação social, na medida em que reforça a dominação e legitima a
EDUCAÇÃO NA marginalização cultural e escolar;
SOCIEDADE ¾ Cumpre papel fundamental no processo de reprodução do capitalismo.
CAPITALISTA
¾ Sistema de Ensino ¾ O sistema das diferentes escolas ¾ A escola, em que pese a
↓ ↓ públicas e particulares constitui o aparência unitária e unificadora, é
Reprodução do Reprodução instrumento mais acabado de uma escola dividida em duas
das reprodução das relações de grandes redes (PP e SS), as quais
próprio corpo relações produção do tipo capitalista: correspondem à divisão da
sociais Escola sociedade capitalista em duas
acadêmico de produção ↓ ↓ classes fundamentais:
↓ Reprodução Inculcação Escola
Reprodução do da força de Ideológica ↓ ↓
poder acadêmico trabalho Formação Inculcação da
↓ de força de Ideologia
FUNÇÃO DA Reprodução do Próprio sistema trabalho burguesa
ESCOLA NA de ensino ↓ ↓
SOCIEDADE ¾ A escola realiza a (re) Qualificação Inculcação
CAPITALISTA produção do habitus, que é uma do trabalho explícita da
formação durável, produto da intelectual ideologia
interiorização dos princípios do X burguesa
arbitrário cultural capaz de Desqualificação e
perpetuar-se após a cessação da do trabalho recalcamento,
ação pedagógica e por isso se manual sujeição e
perpetuar nas práticas os disfarce da
princípios do arbitrário ideologia
interiorizado; proletária
Escola = vetor de assimilação das
mensagens produzidas pela
indústria cultural.
¾ Explicita os mecanismos de funcionamento da escola capitalista e como esta se constitui;
¾ Põe em evidência o comprometimento da educação com os interesses da classe dominante;
¾ Considera a luta de classes, porém esta fica diluída, tal o peso da dominação burguesa;
¾ Defende que quanto mais os professores ignoram que estão reproduzindo a sociedade capitalista, tanto
CONTRIBUIÇÕES
mais eficazmente a reproduzem; 6
¾ Afirma que todos os esforços realizados na/pela escola na luta pela transformação da sociedade revertem
sempre no reforçamento dos interesses da classe dominante. Desta forma, a possibilidade de a escola ser um
instrumento de luta proletária é descartada.
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PROGRESSISTA
PEDAGOGIA
¾ A escola é condicionada pelos aspectos sociais, políticos e culturais, mas contraditoriamente existe nela um
espaço que aponta a possibilidade de transformação social;
¾ A educação possibilita a compreensão da realidade histórico-social e explicita o papel do sujeito
construtor/transformador dessa mesma realidade.
CRÍTICA
TEORIA ¾ Sustenta a finalidade sócio-política da educação;
¾ Instrumento de luta de professores ao lado de outras práticas sociais.
TENDÊNCIA LIBERTÁRIA LIBERTADORA HISTÓRICO-CRÍTICA
¾ Antiautoritarismo e ¾ Primeira experiência: ¾ Marco teórico 1979;
auto-gestão são os Movimento de Cultura Popular no ¾ A prática pedagógica propõe uma
MANIFESTAÇÕE princípios fundamentais da Recife (1964); interação entre conteúdo e realidade
S DE PRÁTICA proposta pedagógica ¾ Projeto de Educação de concreta, visando a transformação da
PEDAGÓGICA anarquista (que abrange Adultos: sociedade (ação-compreensão-ação);
ESCOLAR NO várias correntes: libertários, - Círculo de Cultura; ¾ Enfoque no conteúdo como produção
BRASIL psicanalistas e sociólogos). - Centro de Cultura. histórico-social de todos os homens;
¾ Superação das visões não-críticas e
crítico-reprodutivistas da educação.
¾ Questionamento da ¾ Teoria do conhecimento ¾ Defende a escola como socializadora dos
ordem social existente; aplicada à educação, que é conhecimentos e saberes universais;
¾ Preocupação com a sustentada por uma concepção ¾ A ação educativa pressupõe uma
educação política dos dialética em que educador e articulação entre o ato político e o ato
indivíduos e com o educando aprendem juntos numa pedagógico;
desenvolvimento de pessoas relação dinâmica na qual a ¾ Interação professor-aluno- conhecimento
mais livres; prática, orientada pela teoria, e contexto histórico-social;
¾ Profunda ligação entre reorienta essa teoria, num ¾ A inter-subjetividade é mediada pela
educação e os planos de processo de constante competência do professor em situações
mudança social; aperfeiçoamento; objetivas;
¾ O ensino deve ¾ A educação é sempre um ato ¾ A interação social é o elemento de
desenvolver todas as político; compreensão e intervenção na prática social
possibilidades da criança ¾ Educação problematizadora, mediada pelo conteúdo;
(integralidade), sem conscientizadora; ¾ Concepção dialética da história
abandonar nenhum aspecto ¾ O fundamental na educação (movimento e transformação);
mental ou físico, intelectual é que os educandos se ¾ Pressupõe a práxis educativa que se
ou afetivo; reconheçam enquanto sujeitos revela numa prática fundamentada
¾ Defesa da auto-gestão; histórico-sociais, capazes de teoricamente;
¾ Rejeitam toda forma de transformar a realidade; ¾ A natureza e especificidade da educação
PRESSUPOSTOS
governo. ¾ A categoria pedagógica da refere-se ao trabalho não-material, que na
TEÓRICOS
conscientização preocupa-se com escola pública não se subordina ao capital;
a formação da autonomia ¾ A tarefa desta pedagogia em relação à
intelectual do sujeito para intervir educação escolar implica:
na realidade; a) Identificação das formas mais
¾ Crítica à “educação desenvolvidas em que se expressa o saber
bancária”. objetivo produzido historicamente,
reconhecendo as condições de sua produção
e compreendendo as suas principais
manifestações, bem como as tendências
atuais de transformação;
b) Conversão do saber objetivo em saber
escolar de modo a torná-lo assimilável pelos
alunos das camadas populares no espaço e
tempo escolares;
c) Provimento dos meios necessários para
que os alunos não apenas assimilem o saber
objetivo enquanto resultado, mas apreendam
o processo de sua produção, bem como as
tendências de sua transformação.
¾ Freinet (1896-1966) – ¾ Paulo Freire; ¾ Demerval Saviani, Jamil Cury, Gaudêncio
Educação pelo trabalho e ¾ Moacir Gadotti; Frigotto, Luiz Carlos de Freitas, Acácia
pedagogia do bom senso; ¾ Rubem Alves. Zeneida Kuenzer, José Carlos Libâneo
REPRESEN- ¾ Lobrat (discípulo de (Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos);
TANTES OU Freinet) – Pedagogia ¾ Influências de autores internacionais
TEÓRICOS institucional e auto-gestão como: Marx, Gramsci, G. Snyders, M.
pedagógica; Manacorda, Makarenko, Suchodolski.
¾ Maurício Trautemberg –
auto-gestão institucional.
¾ Corrente sócio-histórica: Vigotski, Lúria,
PSICOLOGIA Leontiev e Wallon.
¾ Anarquismo – uma ¾ Paulo Freire faz uma síntese ¾ Materialismo Histórico-dialético.
corrente que defende que “o de tendências como:
caminho da liberdade é a neotomismo, humanismo,
FILOSOFIA
própria liberdade”. fenomenologia, o existencialismo
e o neomarxismo.
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TENDÊNCIA LIBERTÁRIA LIBERTADORA HISTÓRICO-CRÍTICA
¾ Desenvolver mecanismos ¾ Formação da consciência ¾ Valorização da escola como espaço
de mudanças institucionais e política do aluno para atuar e social responsável pela apropriação do
no aluno, com base na transformar a realidade; saber universal;
participação grupal, onde ¾ Problematização da ¾ Socialização do saber elaborado às
ocorre a prática de toda realidade, das relações sociais camadas populares, entendendo a
aprendizagem; do homem com a natureza e com apropriação crítica e histórica do
¾ Exercer uma os outros homens, visando a conhecimento enquanto instrumento de
PAPEL DA
transformação na transformação social. compreensão da realidade social e atuação
ESCOLA
personalidade do aluno no crítica e democrática para a transformação
sentido libertário e desta realidade.
autogestionário;
¾ Resistência contra a
burocracia como instrumento
de ação dominadora e
controladora do estado.
¾ Os conteúdos de ensino ¾ Os conteúdos (denominados ¾ Conteúdos culturais universais
são colocados à disposição temas geradores) são extraídos incorporados pela humanidade (clássicos),
dos alunos, porém não são da problematização da prática de permanentemente reavaliados face às
exigidos; vida dos educandos, assim a realidades sociais;
¾ O conhecimento codificação de uma situação- ¾ Conteúdos indispensáveis à
considerado mais importante é problema revela a força compreensão da prática social: revelam a
o que resulta das experiências motivadora da aprendizagem. realidade concreta de forma crítica e
vividas no grupo; Toma-se distância da situação- explicitam as possibilidades de atuação dos
CONTEÚDOS DE ¾ A apropriação dos problema para analisá-la sujeitos no processo de transformação desta
ENSINO conteúdos somente tem criticamente. Essa análise realidade.
sentido quando convertidos em envolve o exercício da abstração,
prática; através da qual se procura
¾ O conhecimento é a alcançar, por meio de
descoberta de respostas às representações da realidade
necessidades e exigências da concreta, a razão de ser dos
vida social, não sendo fatos – decodificação.
necessariamente os conteúdos
de ensino.
¾ Esta pedagogia não prevê ¾ Prática emancipadora; ¾ Prática emancipadora;
nenhum tipo de avaliação em ¾ Desenvolvimento e ¾ Função diagnóstica (permanente e
relação aos conteúdos; progresso do grupo a partir de contínua) → meio de obter informações
¾ A avaliação ocorre nas um programa definido necessárias sobre o desenvolvimento da
situações vividas, coletivamente com o grupo; prática pedagógica para a
experimentadas, portanto ¾ Prática vivenciada entre intervenção/reformulação desta prática e dos
FUNÇÃO DA
incorporadas para serem educador e educandos no processos de aprendizagem;
AVALIAÇÃO
utilizadas em novas situações. processo de grupo pela ¾ Pressupõe tomada de decisão;
compreensão e reflexão critica; ¾ O aluno toma conhecimento dos
¾ Trabalhos escritos e auto- resultados de sua aprendizagem e organiza-
avaliação em termos do se para as mudanças necessárias.
compromisso assumido com o
grupo e com a prática social.
¾ Professor e alunos são ¾ Educador e educandos são ¾ Relação interativa entre professor e
livres, um em relação ao outro sujeitos do ato do conhecimento; aluno, em que ambos são sujeitos ativos;
e desenvolvem uma relação ¾ O professor é o coordenador ¾ Professor e aluno são seres concretos
baseada na auto-gestão e no de debates, que estabelece uma (sócio-históricos), situados numa classe
anti-autoritarismo; relação horizontal, adaptando-se social → síntese de múltiplas
¾ O professor é um às características e necessidades determinações;
orientador, catalisador que do grupo; ¾ Professor → autoridade competente,
realiza reflexões em comum ¾ O aluno é sujeito direciona o processo pedagógico; interfere e
com os alunos. Cabe a ele: participante do/no grupo; cria condições necessárias à apropriação do
- ajudar o grupo a desenvolver- ¾ Matriz: amor, esperança, conhecimento, enquanto especificidade da
se como tal, auxiliando no humildade, fé, confiança, relação pedagógica.
RELAÇÃO
desenvolvimento de um clima criticidade;
PROFESSOR-
grupal em que seja possível ¾ Relação pedagógica com
ALUNO
aprender e superar os base na cultura do grupo.
obstáculos para aprender que
estão enraizados no indivíduo e
no grupo;
- ajudar o coletivo a descobrir e
utilizar os diferentes métodos
de pesquisa, ação, observação
e “feedback”;
- liberar as forças instituintes
do grupo, que funcionam como
analisadores das instituições.
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¾ Vivência grupal; ¾ Métodos e técnicas se ¾ Discussão;
¾ Assembléia; fazem e se refazem na práxis; ¾ Debates;
¾ Reuniões. Grupos de discussões, debates, ¾ Leituras;
TÉCNICAS DE entrevistas, tomada de ¾ Aula expositivo-dialogada;
ENSINO consciência para a ¾ Aulas expositivo-dialogadas;
transformação: da ingenuidade à ¾ Trabalhos individuais e trabalhos em
criticidade. grupo, com elaboração de sínteses
integradoras.
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TENDÊNCIA LIBERTÁRIA LIBERTADORA HISTÓRICO-CRÍTICA
¾ Método Indutivo: ¾ Método Dialógico: ¾ Método da Prática Social:
1. Oportunidade de contato, - O método deve instrumentalizar 1. Prática social (ponto de partida):
abertura, relações informais os passos da aprendizagem: - Perceber e denotar: identificar o objeto e da
entre os alunos; 1. Codificação: situação aprendizagem e lhe dar significação;
2. O grupo começa a organizar- problema (programação - O aluno tem uma visão sincrética
se pela participação em compacta) (mecânica, desorganizada, nebulosa, de
discussões, cooperativas, - Situação existencial senso comum) a respeito do conteúdo;
assembléias; (codificadas) capazes de desafiar - É comum a professores e alunos, já que
3. O grupo se organiza de o grupo; sentem e sabem a prática social em nível
forma mais efetiva na direção - Intensifica o diálogo em torno sincrético, mas ambos encontram-se em
de conquista de sua liberdade. das situações codificadas com momentos diferentes (o professor domina o
“n” elementos e compõe nas conteúdo, enquanto o aluno não o domina),
informações totais das situações por isto o professor realiza uma síntese
onde se instala um circuito de precária;
decodificação; 2. Problematização:
2. Decodificação: com a ajuda do - Instruir e conotar;
professor, o grupo seleciona as - Momento para detectar as questões que
palavras geradoras a serem precisam ser resolvidas no âmbito da prática
decodificadas (desveladas); social e, em conseqüência, que
3. Problematização da situação: conhecimentos são necessários a serem
as contradições da realidade são dominados;
problematizadas, especialmente - Prever os futuros problemas e limites
aquelas que oprimem as (juízos de valor ou de qualidade), bem como
camadas populares. identificar os tipos de conhecimentos e
- A dinâmica codificação- técnicas necessários à solução desses
decodificação-problematização problemas.
permite aos educandos um 3. Instrumentalização:
esforço de compreensão do - Apropriação pelas camadas populares das
PASSOS DO
“vivido” até chegar ao nível mais ferramentas culturais necessárias à luta
MÉTODO
crítico de conhecimento da sua social para superar a condição de
realidade, sempre através da exploração em que vivem;
troca de experiências em torno 4. Catarse (categoria gramsciana):
da prática social; - Raciocinar e criticar;
Assim, o método de alfabetização - Incorporação dos instrumentos culturais,
implica: transformados em elementos ativos de
1. Levantamento do universo transformação social;
vocabular dos alunos do grupo - Elaboração superior da estrutura em
com quem se trabalha; superestrutura na consciência dos homens;
2. Escolha das palavras - Passagem da ação para a conscientização;
geradoras; 5. Prática social (ponto de chegada):
3. Criação de situações - Retorno à prática social, com o saber
existenciais típicas do grupo que concreto pensado para atuar e transformar
será alfabetizado; as relações de produção que impedem a
4. Criação de fichas-roteiro; construção de uma sociedade igualitária;
5. Elaboração de fichas com a - A compreensão sincrética dos alunos no
decomposição das famílias ponto de partida é agora elevada ao nível
fonéticas que são utilizadas para sintético;
a descoberta de novas palavras. - Visão sintética (elaborada, sistematizada,
explícita, orgânica, compreendida);
- Reduz-se a precaridade da síntese do
professor (fragmentação) no ponto de
partida, para uma compreensão mais
orgânica no ponto de chegada → visão de
totalidade;
- O consenso é o ponto de chegada;
- A educação põe-se a serviço da referida
transformação das relações de produção.
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MODELO DE S'O S'O S'O
CONHECIMENTO (reconhece a influência das (ênfase nas relações sociais que (ênfase nas relações histórico-sociais que
relações sociais, mas enfatiza o constituem o sujeito) constituem o objeto e o sujeito | relação
sujeito) dialética)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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CORDIOLLI, Marcos, RECH, Pedro Eloi e NOGUEIRA, Adriano. A Pedagogia Histórico-Crítica: Contextualização histórica e teórica. In:
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FEIGES, Maria Madselva F. Tendências da educação e suas manifestações na prática pedagógica escolar. Síntese reelaborada com
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FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
LIBÂNEO, José Carlos. Tendências Pedagógicas na Prática Escolar. In: Revista da ANDE, n.6, p.11-19, 1983.
MENDES, Durmeval Trigueiro (coord.). Filosofia da educação brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1994.
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a
WACHOWICZ, Lilian Anna. O Método Dialético na Didática. 2 ed. Campinas: Papirus, 1991.
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