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ter, 01/02/11
As imagens cerebrais foram capturadas por scanner MRI e mostraram aumento da massa
cinzenta no hipocampo (região relacionada com memória e aprendizado) e redução na
amígdala (relacionada com ansiedade e estresse) depois do treinamento. Essas são
alterações fisiológicas reais, determinadas por métodos conhecidos em neurociência.
Interessante notar que não houve alteração na ínsula, uma região do cérebro responsável
pelo reconhecimento e atenção de si próprio. Os autores especulam que um treinamento
maior poderia alterar essa região também.
A meditação escolhida pelos cientistas não tinha nenhuma relação religiosa, é conhecida
como “mindfulness meditation”. Esse tipo de meditação tem como meta eliminar qualquer
preconceito de sensações e sentimentos durante momentos de introspecção. A ideia da
prática é focar em objetos visuais ou mesmo sensações ou respiração, evitando a
dispersão da mente e prestando atenção na resposta do corpo.
Obviamente o cérebro humano é bem complexo e fazer a ligação entre essas alterações
e uma melhor qualidade de vida não é simples. Um outro estudo demonstrou que
praticantes da meditação ativam de forma diferenciada regiões do cérebro relacionadas
com empatia ao ouvir sons de pessoas sofrendo (Lutz e colegas, “PLoS One”, 2008). Mas
o que isso realmente significa? Teriam eles mais compaixão? É realmente difícil
determinar causa e consequência nesse tipo de experimento em humanos.
De qualquer forma, é possível extrair duas grandes lições desse trabalho. Primeiro, o
cérebro é muito mais plástico do que os cientistas imaginavam a 5 ou 10 anos atrás.
Leva-se mais tempo para alterar músculos do que o cérebro. Segundo, a forma como nos
sentimos (calmos, estressados ou ansiosos) é seguida, ou pelo menos correlacionada,
com indicadores estruturais reais em nossos cérebros. A distância entre a mente e o
cérebro ficou menor.