Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
O artigo 1.723 do Código Civil estabelce que para a configuração da união estável é
necessário convivência pública, contínua, duradoura e o objetivo de constituição de
família, senão vejamos:
Percebe-se que o elemento diferenciador, nos termos da lei civil, entre o namoro e a
união estável é o animus dos parceiros, isto é, para que seja reconhecida a entidade
familiar não basta que a convivência entre um homem e uma mulher seja pública,
contínua e duradoura, mister que ambos tenham a vontade dirigida para a
constituição de família.
Os casos concretos que são submetidos aos Tribunais pátrios, em sua grande
maioria, pleiteiam o reconhecimento da entidade familiar para dissolvê-la com
consequente partilha dos bens, porém, diante de uma questão posta em juízo em que
o homem e a mulher se relacionam de forma duradoura, pública e notória, mas não
têm filhos comum e não convivem sob o mesmo teto, é extremamente dificil para o
magistrado descobrir o animus dos parceiros, todavia, é indispensável tal indagação
para a solução do processo, vez que, nestas ações não existe nenhum elemento
objetivo caracterizadora da união estável.
1
Direito de família e o novo código civil/ Maria Berenice Dias, Rodrigo da Cunha Pereira,
Coordenadores, Belo Horizonte: Del Rey, 1ª ed., 2 tir., 2002, pg-215/216.
2
quanto os estágios de namoro e noivado precedem o casamento. 2. Os bens adquiridos
na constância da união estável submetem-se ao regime da comunhão parcial,
presumindo-se fruto do esforço comum do casal; no entanto, tal presunção não se
estende aos bens que tenham sido adquiridos antes da constituição da entidade
familiar. Recursos providos, por maioria. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 70007712052,
SÉTIMA CÂMARA CÍVEL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RS, RELATOR: SÉRGIO
FERNANDO DE VASCONCELLOS CHAVES, JULGADO EM 18/02/2004).
APELAÇÃO CÍVEL. UNIÃO ESTÁVEL. 1. Não se pode entender como união estável
relacionamento que não possuía objetivo de constituição de família e tampouco
coabitação. Relacionamento íntimo sem comprometimento e interação de vidas não
preenche os pressupostos de uma união estável. O fato de o requerido freqüentar
regularmente a casa da namorada, lá fazer refeições e pernoitar, não é incomum à
rotina dos namorados dos dias atuais, o que não faz com que tal período de
relacionamento possa ser caracterizado como uma união estável, cujos requisitos são
bastante precisos e não estavam presentes na convivência das partes desde o início.
Excepcionalmente é admissível dispensar a coabitação para o reconhecimento de
uniões estáveis. Isso, no entanto, somente quando motivos externos ponderáveis
(mormente determinados por circunstâncias profissionais) impõem ao casal essa forma
de vida. Tal exceção, entretanto, não se caracteriza no caso. 2. Inexistindo união
estável não há falar em partilha de bens. Assim, o direito aos bens adquiridos em
período anterior à constituição da união estável depende da prova de contribuição
3
efetiva, nos moldes de uma sociedade de fato (Súmula 380/STF). DESPROVERAM O
APELO, UNÂNIME. (SEGREDO DE JUSTICA) (14 FLS D.) (APELAÇÃO CÍVEL Nº
70006282024, SÉTIMA CÂMARA CÍVEL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RS,
RELATOR: LUIZ FELIPE BRASIL SANTOS, JULGADO EM 04/06/2003)