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RESUMO
Trata de um esforço para compreender melhor as relações entre a direção da
escola pública e a comunidade. Aponta o pleno processo de recomposição das relações
entre Estado e mercado, o fornecimento e financiamento dos serviços públicos,
incluindo a educação. Sugere que qualquer mudança no campo educacional não pode
ser construída independentemente de um projeto político nacional que, nesse caso, tem
que passar pela promoção e defesa dos princípios fundadores da escola pública como
garantia da aquisição e distribuição eqüitativa de um bem comum de levado valor
social.
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Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas.
Especialista em Supervisão Educacional pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do
Amazonas. Mestranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Amazonas
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As políticas neoliberais estão interessadas, no fundamental, em manter a “confiança do mercado” isto é,
de acionistas e investidores. Por isso atacam direitos e garantias sociais, incrementam o desemprego,
instalam a vulnerabilidade e consideram a desigualdade como valor positivo. Acentuam a
individualização instalando um mundo darwiniano de luta de todos contra todos, no qual os mais
“competentes” serão vitoriosos. Por isso Bourdieu (1998, p.07) classifica o neoliberalismo como “um
programa de destruição metódica da coletividade”.
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Hobsbawn (1995, p.15) afirma: “Não sabemos o que virá a seguir, nem como será o terceiro milênio,
embora possamos ter certeza de que ele terá sido moldado pelo [...] século XX”. Calvino (1994, p.41)
diz, “iremos ao encontro do próximo milênio sem esperar encontrar nele nada além daquilo que seremos
capazes de levar-lhe”.
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No que pese a evidente diferença entre países, por conta dos seus respectivos
processos de formação histórica, convém frisar, no entanto, que uma ordem globalizada
cria problemas mundiais, no âmbito dos quais se situa a questão social fundamental
deste fim de século. Para Castel (1997, p.20) a questão social é caracterizada,
Como uma aporia fundamental, na qual uma sociedade experimenta o enigma
da sua coesão e trata de conjurar o risco de sua fratura. É um desafio que
interroga, põe de novo em questão a capacidade de uma sociedade (o que em
termos políticos se denomina uma nação) para existir como um conjunto
vinculado por relações de interdependência.
A ESCOLA PÚBLICA
Com isso, a defesa de uma escola pública passa, por um lado, em desfazer o
caráter pretensamente “neutro” da introdução de uma lógica de mercado na educação,
denunciando sua “ética” perversa e a sua intencionalidade política e, por outro lado,
fazer da definição e regulação das políticas educativas um processo de construção
coletiva do bem comum que a educação cabe oferecer, em condições de igualdade e
justiça social, a todos os indivíduos.
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Karl Marx. O capital. v.1, livro primeiro, tomo 2, São Paulo: Nova Cultural: 1988, p. 251-2, 265-6.
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Entretanto, a escola é muito mais do que um simples lugar onde o aluno vai
estudar. É um espaço onde “deságuam” as raivas, as frustrações e ressentimentos dos
alunos gerados, na maioria das vezes, na família desestruturada, na promiscuidade das
ruas de uma sociedade que não respeita os direitos humanos, convive com o preconceito
e valoriza o lucro, ao invés dos valores humanos.
marca social da escola não está nos seus métodos de ensino e sim no fato de existir um
tipo de escola para cada grupo social5
O calendário de atividades da escola, elaborado pelas secretarias de educação,
deve ter, em primeiro plano, atender às necessidades sociais dos alunos matriculados em
cada escola do sistema. Cada realidade escolar tem a sua especificidade que precisa ser
levada em conta na hora do planejamento.
O projeto político pedagógico precisa não somente existir, mas também que seja
colocado em prática para efetivar plenamente a idéia de gestão participativa. Assim, os
professores poderão melhorar sua maneira de trabalhar as atividades na sala de aula e as
formas de avaliação escolar que é um aspecto que hoje gera muita discussão e polêmica,
pois ainda existem muitos professores que usam avaliação como forma de reprimir o
aluno.
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Segundo Gramsci, não é “a aquisição de capacidades diretivas, não é a tendência a formar homens
superiores que dá a marca social da escola. A marca social é dada pelo fato de que cada grupo social tem
um tipo de escola próprio, destinado a perpetuar nesses grupos uma determinada função tradicional,
diretiva ou instrumental”. (2000, v.2, p.49).
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A educação tem que visar a uma formação integral do homem, a qual reclama
uma visão compreensiva e harmônica de toda a sua realidade [...] [A
aquisição do] conhecimento, o mais abrangente da escola. [...] O engenheiro,
o advogado, o médico ou qualquer outro profissional, com o tempo, esquece
a maior parte dos conhecimentos adquiridos na escola. O que permanece é o
nível cultural, a postura perante a vida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por tudo isso, conclui-se que a partir dos vários segmentos, a começar pela
família, escola e comunidade, pode-se fomentar o processo participativo do grupo cujo
aprendizado constitui-se em caminhos para galgar outros níveis de participação. Aos
sistemas educativos formais, cabe proporcionar o exercício constante a participação.
Percebe-se então, que a comunidade é uma realidade dinâmica e qualquer
levantamento que não levar em consideração as tendências dos fatos sociais ficará
fragmentado, já que a realidade aparentemente nos grupos mais inertes, está sempre em
movimento, acompanhando o ritmo de vida das gerações que a constituem.
Portanto, a prática da participação deve ser vista como uma aprendizagem a ser
conduzida no decorrer de todo o processo educativo, haja vista que as políticas
educacionais não devem ficar à margem da vontade e da disposição daqueles de quem o
ensino depende inquestionavelmente para ser realizado, sejam os atores da prática
escolar, tanto professores e alunos, quanto a comunidade que ali reside, para então
conseguir um processo significativo envolvendo a adesão dos objetivos e anseios da
comunidade.
Jamais se poderá negar que é na família que primeiro se ensina, prepara-se a
criança para a vida em sociedade e, até mesmo, para a sua manutenção e reprodução não
unicamente biológica, mas também humanizadora, como confirmação de sua cultura
subjetiva e necessária no processo de interação nas suas relações sociais. Segundo
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTOS, João Batista (Org.). Gestão democrática. Rio de Janeiro: 3 ed. DP&A:
SEPE, 2002.
HOBSBAWN, Eric. Era dos extremos. São Paulo, Companhia das Letras, 1995.
MARX , Karl, O capital v.1, livro primeiro, tomo 2, capítulo XXIV, p. 251-2, 265-6
São Paulo: Nova Cultural, 1988.
MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. Tradução de Isa Tavares. São
Paulo, Boitempo, 2005.