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Método dos Elementos Finitos aplicado em


projetos de sistemas de aterramento
Ciciane Chiovatto, Décio Bispo, José Roberto Camacho, Antônio Carlos Delaiba e
Sérgio Ferreira de Paula Silva

h – Comprimento de cada camada do solo;


Resumo – Este trabalho utiliza o método dos elementos finitos k – Coeficiente de resistência mútua que depende do número
por meio de um software livre e de código aberto, o FEMM – de hastes;
Finite Element Methods on Magnetics, para análise e projeto de D – Distância do centro da haste a um ponto da superfície.
um sistema de aterramento. É apresentado um estudo visando à
segurança de pessoas e animais, no que se refere aos perigos do
aparecimento de altas tensões de passo em um sistema de II. INTRODUÇÃO
aterramento. Neste estudo não é levado em consideração o
fenômeno de ionização das camadas do solo sob o efeito da
passagem das altas correntes de descarga e de um impulso
A análise de sistemas de aterramento de redes elétricas de
transmissão e distribuição é importante por razões de
segurança e proteção de equipamentos. Em sistemas típicos, a
rápido. Estudos de caso são propostos e os limites estabelecidos
por norma para a tensão de passo são calculados. Posteriormente diferença de potencial entre diferentes pontos pode fazer com
são comparados os limites calculados com os resultados obtidos que circule corrente em seres humanos ou equipamentos
para a tensão de passo, via simulação computacional do sistema susceptíveis a altas tensões. Então, é essencial determinar essa
de aterramento. diferença de potencial sob condições normais ou na ocorrência
de um defeito, como um surto de manobra ou descarga
Palavras-Chave – Aterramentos, Elementos Finitos, FEMM, atmosférica.
Tensão de Passo.
Os principais objetivos de um projeto de aterramento são:
• Determinar uma resistência de aterramento que seja a
I. NOMENCLATURA
mais baixa possível, para correntes de falta à terra;
Vp – Tensão de passo; • Manter os potenciais produzidos pela corrente
Cs – Fator de redução devido às densidades da superfície e o injetada no solo dentro de limites de segurança, de
tipo de material da superfície; modo a não causar fibrilação do coração humano;
IB – Corrente de choque de corpo;
• Fazer com que os equipamentos de proteção sejam
I – Corrente injetada na haste; mais sensibilizados e isolem rapidamente as falhas à
Rb – Resistência do corpo;
terra;
Rh – Resistência de aterramento;
• Proporcionar um caminho de escoamento para terra
ρx – Resistividade do meio;
de descargas atmosféricas;
εr – Permissividade relativa do meio; • Usar a terra como retorno de corrente de circuitos
Lx – Comprimento da haste em contato uma camada do solo; monofilares com retorno por terra (MRT);
L – Comprimento da haste de aterramento; • Escoar a energia estática que surge nas carcaças dos
x – Índice referente à camada; equipamentos.
N – Número de hastes do sistema de aterramento; A perspectiva na qual o sistema enxerga o aterramento
p – Profundidade da superfície do solo ao topo da haste; pode ser expressa através de sua impedância [1]. Tal
d – Lado do triângulo ou quadrado [m]; impedância de aterramento pode ser conceituada como
oposição oferecida pelo solo à injeção de uma corrente elétrica
Ciciane Chiovatto é aluna de mestrado da Universidade Federal de
Uberlândia (UFU)*, Faculdade de Engenharia Elétrica (e-mail: no mesmo, através dos eletrodos, e se expressa
ciciane_chiovatto@hotmail.com). quantitativamente por meio da relação entre a tensão aplicada
Décio Bispo é professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)*, ao aterramento e a corrente resultante.
Faculdade de Engenharia Elétrica (e-mail:deciobispo@yahoo.com.br).
José Roberto Camacho é professor da Universidade Federal de Uberlândia Além da determinação da impedância de aterramento, outro
(UFU)*, Faculdade de Engenharia Elétrica (e-mail: jrcamacho@ufu.br). aspecto importante na análise de sistemas de aterramento é o
Antônio Carlos Delaiba é professor da Universidade Federal de conhecimento da distribuição do potencial elétrico no solo. Os
Uberlândia (UFU)*, Faculdade de Engenharia Elétrica (e-
mail:delaiba@ufu.br) gradientes de tensão ao longo da superfície de terra, dentro e
Sérgio Ferreira de Paula Silva é professor da Universidade Federal de fora da malha de aterramento, podem ser elevados, pondo em
Uberlândia (UFU)*, Faculdade de Engenharia Elétrica (e-mail: risco seres vivos. Potenciais perigosos podem aparecer quando
sergio@feelt.ufu.br).
elevadas correntes fluírem para o solo, como ocorre, por
*Av. João Naves de Ávila, 2121, Santa Mônica, Uberlândia-MG, Brasil, exemplo, na incidência de uma descarga atmosférica típica, a
CEP 38400-902 (Fone: 34-3239-4812). qual pode atingir um valor de pico de corrente de 20 kA em
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um tempo de 1,2 µs. IV. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS


Caso haja um defeito à terra no sistema de potência, a As equações de Maxwell descrevem completamente os
corrente fluirá dos condutores que formam o aterramento para fenômenos eletromagnéticos. Porém, sua resolução analítica é
o solo, provocando uma distribuição de potencial não impraticável em dispositivos com geometria complexa. Uma
uniforme no mesmo. alternativa para contornar esse problema é a utilização de
Não só a magnitude dos gradientes locais é o fator de risco, métodos do cálculo numérico para obter-se uma solução com
outras circunstâncias também favorecem para aumentar o boa aproximação.
perigo: duração do choque, resistência do corpo, condições A metodologia de elementos finitos tem como objetivo a
físicas do indivíduo e probabilidade de contato. solução de equações diferenciais para uma diversidade de
Com isso, ao dimensionar o sistema de aterramento, o entradas. A idéia principal é que o objeto de estudo deve ter
projetista deve fazê-lo de forma que a posição dos condutores sua geometria subdividida em várias partes, os chamados
seja tal que, o potencial produzido no solo venha a ser o mais elementos finitos. Essas subdivisões recebem o nome de
uniforme possível, e não ultrapasse os potenciais toleráveis malhas, sendo constituídas, normalmente, por triângulos
pelo homem. Também se deve cuidar para que a seção dos (bidimensional) ou tetraedros (tridimensional) onde recebe o
condutores do referido sistema seja adequada, para poder nome de método dos volumes finitos. Os vértices dessas
dissipar no solo a corrente de descarga sem danos físicos aos malhas são denominados nós e são utilizados para montar um
mesmos. sistema de equações cuja solução permite determinar as
grandezas de interesse no fenômeno analisado.
III. SEGURANÇA EM UM SISTEMA DE ATERRAMENTO Através do processo de discretização é montado um sistema
A geometria do sistema de aterramento é, freqüentemente, linear ou não linear com milhares de variáveis, o que seria
mais complexa do que parece, e o conhecimento das muito trabalhoso de resolver sem o auxílio de processadores,
características do subsolo é muitas vezes incompleto. os quais através de algoritmos são capazes de solucionar o
Uma estação com resistência de terra baixa pode ser problema em pouco tempo.
perigosa em algumas circunstâncias. Por outro lado, algumas A ferramenta computacional de simulação utilizada neste
estações com resistência de terra alta são seguras ou podem trabalho é o FEMM 4.2 que é um conjunto de programas para
tornar-se seguras através de certos ajustes em um projeto. resolver problemas eletrostáticos e eletromagnéticos de baixa
Estudos da ELETROBRÁS (1986) apontam o risco quando freqüência em planos bidimensionais com simetria axial. Este
quedas de tensão no sistema de aterramento são superiores a software discretiza o domínio de entrada em pequenos
40 V. Na Austrália esse risco é reduzido através da aplicação triângulos. Em cada elemento a solução é aproximada através
de um coeficiente de segurança de 2 sobre 40 V, limitando a de uma interpolação dos valores de cada vértice do triângulo.
tensão máxima em 20 V em condições normais de operação.
Com tal limitação o risco de morte é desprezível. V. ESTUDO DE CASO
SCHIESSER apud MACIEL (1982) indica o valor de 150
A. Caracterização do solo
V em corrente alternada como sendo perigoso para um ser
humano tocar dois pontos. Esse também é o limite fixado Na análise efetuada, considerou-se o solo estratificado em
pelas normas americanas. [2] três camadas conforme ilustra a Fig. 1.
A distribuição do potencial elétrico é tão importante que a
norma IEEE-80 define três conceitos de potencial:
• Potencial de passo: é a diferença de potencial a que
uma pessoa fica submetida no instante em que ocorre
um defeito a terra no sistema de potência;
• Potencial de toque ou de contato: é o potencial ao
qual uma pessoa fica sujeita quando toca uma
estrutura aterrada no instante em que ocorre um
defeito a terra no sistema de potência;
• Potencial transferido: é um caso particular do
potencial de toque. Este potencial surge quando uma
pessoa toca uma estrutura aterrada em um ponto
remoto, ou quando uma pessoa que está em um ponto
remoto toca um condutor ou estrutura conectada ao
sistema de aterramento. Fig. 1. Exemplo de haste cravada em solo de três camadas.
É escopo deste trabalho, analisar a questão do potencial de
passo, no que se refere ao cumprimento dos limites A Tabela I apresenta as informações necessárias para
estabelecidos pela norma IEEE-80-2000 [10]. A análise é efetuação dos cálculos e simulação computacional do sistema
realizada com o auxílio de ferramenta computacional [9] que proposto neste estudo de caso.
utiliza o método dos elementos finitos.
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TABELA I De (1) tem-se, portanto, para o dado caso:


DADOS DAS CAMADAS DO SOLO ESTRATIFICADO
Camada h [m] ρ [Ω.m] εr 1,5 + 1,1
ρ eq = = 73, 26 [Ω.m]
Solo 1 1,5 61,25 4,025  1,5 1,1 
Solo 2 2,0 100 11
 + 
 61,25 100 
Solo 3 ∞ 138,75 17,975
Com ρeq e utilizando-se a equação para uma haste vertical, a
Brita 0.2 3003 50 resistência de aterramento é obtida conforme segue cálculo
demonstrado em seqüência.
Os valores de resistividade e permissividade relativa dos
solos foram retirados de [3], já os da brita de [4]. 73,26   2 ⋅ 2, 4  
R1h = ⋅  ln  − 1 = 26,53 [Ω]
2π ⋅ 2, 4   0,0075  
B. Cálculo da resistência de aterramento
Já para duas hastes verticais em linha separadas de d= 3 m, a
Para se calcular a resistência de aterramento de uma única
resistência é de:
haste cravada num solo heterogêneo, deve-se considerar
apenas as resistividades das camadas atingidas pela haste. 26,53 73, 26  1 
R2 h = +   = 15,21 [Ω]
A dispersão das correntes se dará proporcionalmente ao 2 2 ⋅π ⋅3  2
valor da resistividade de cada camada e ao comprimento de
haste nela situado. A resistividade calculada por (1) deverá ser C. Tensão de passo máxima permitida por norma
utilizada no cálculo da resistência de aterramento [5]. A norma IEEE 80 fornece a orientação para o cálculo dos
L1 + L2 limites de tensão de passo e de toque, a fim de assegurar que
ρ eq = [Ω.m] (1) os sistemas elétricos sejam projetados para prevenir incidentes
 L1 L2  de choques elétricos fatais. A Tabela III apresenta as fórmulas
 + 
ρ ρ  que devem ser utilizadas para o cálculo da máxima tensão de
 1 2 passo admissível, considerando o peso do corpo humano de 50
Considerando a queda de tensão na haste desprezível, kg, geralmente adotado para áreas com acesso público, e de 70
impõe-se a condição de equipotencialidade na superfície da kg para áreas restritas como subestações.
haste, podendo assim, se determinar a distribuição da corrente. Para realização de um estudo quantitativo será imposta um
Outro método é admitir uma distribuição uniforme de corrente corrente no solo de 0,5 kA durante 3 segundos.
na haste, obtendo-se a função potencial na superfície e
trabalhando com o valor médio de potencial. TABELA III
Outra forma de diminuir a resistência de aterramento é LIMITES PARA TENSÃO DE PASSO. FONTE: IEEE-80 [10]
Peso do corpo [kg] Tensão de passo limite [V]
utilizar hastes verticais associadas em uma topologia de linha.
A Tabela II apresenta as equações para cálculo da resistência 116 + 0, 696 ⋅ C s ⋅ ρ s
50 Vp =
de aterramento para cada configuração diferente. Percebe-se t
que se pode diminuir o valor da resistência de aterramento
70 157 + 0, 942 ⋅ C s ⋅ ρ s
aumentando-se o comprimento e/ou o raio da haste. Vp =
t
TABELA II
RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO PARA CONFIGURAÇÕES DIVERSAS DE HASTES. As constantes 116 e 157 presentes na Tabela III são
Disposição
das hastes
Fórmula dependentes do peso e do grupo de risco. Dalziel [8] define
que no intervalo de 30 ms a 3 segundos, pessoas com massa
Uma haste ρ eq   2⋅l  
Vertical R1h = ⋅  ln   − 1 corporal de 50 kg, referente a constante empírica 0,116, e para
2π ⋅ l   r   massa corporal de 70 kg, referente a constante empírica 0,157,
não ocorre a fibrilação ventricular em 99,5% dos casos.
N hastes R ρ  N 1 Em função da pequena resistividade superficial do solo
verticais em 1h  ∑ 
eq
N ⋅π ⋅d  
R Nh = +
linha (61,25 Ω.m), os valores de tensão de passo admissíveis serão
N
N = 2 N 
baixos, conforme cálculos a seguir:
Triângulo R ρ
1h eq 116 + 0, 696 ⋅ 1 ⋅ 61, 25
equilátero R ∆h = + 50 kg ⇒ V p = = 91,585 [V]
3 3⋅π ⋅ d 3
Quadrado R k⋅ρ 157 + 0,942 ⋅ 1 ⋅ 61, 25
vazio ou
R Nh =
1h
+
eq 70 kg ⇒ V p = = 123 ,96 [V]
cheio N N ⋅π ⋅d 3
Devido à necessidade de se aumentar a resistência na
Pode-se observar nas equações de mais de uma haste, que o superfície de contato, será depositada uma camada de brita de
segundo termo é uma correção relacionada com a resistência 20 cm de espessura na área contida no perímetro da malha.
mútua entre as hastes [6]. Dessa forma, nos cálculos das tensões de passo
Para este estudo de caso utiliza-se uma haste vertical com admissíveis, será considerada a resistividade da camada de
raio r = 7,5 mm, L = 2,4 m e p = 0,2 m. brita que é de 3.003 Ω.m.
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Conforme item 7.4 da norma IEEE Std 80-2000, deve-se aterramento com características semelhantes. Para mais de
considerar um fator de redução (Cs) em função da limitação da duas camadas de solo, é de difícil obtenção uma formulação
espessura da camada de brita. Para determinar Cs, inicialmente analítica para cálculos da resistência de aterramento e tensão
deve-se calcular o “fator de reflexão” (K) entre os materiais de de superfície.
diferentes resistividades dado por (2). A expressão utilizada para cálculo dos potenciais de
ρ − ρs superfície no solo é a (4).
K = c (2) ρx ⋅ I
ρc + ρ s Vsup = (4)
2 ⋅π ⋅ D
61,25 − 3003
K = ⇒ K = −0,96 A Fig. 3 apresenta duas curvas, sendo uma gerada pela
61, 25 + 3003 forma analítica e a outra pela simulação computacional. A
Na Fig. 2, marca-se a espessura da camada de brita de hs = maior diferença encontrada foi na distância entre 2 e 3 metros
0,2 m no eixo das abscissas e traça-se uma reta até encontrar a da haste, onde um erro de cerca de 25% foi encontrado. Tal
curva correspondente à K= -0,95. Dessa maneira, chega-se ao erro ocorre, em parte, devido a considerações e aproximações
fator de redução Cs= 0,83. A resistividade a ser considerada feitas pelo método analítico durante a dedução das fórmulas.
para o cálculo das Tensões de Passo e Toque admissíveis será,
portanto (3):
ρa = Cs ⋅ ρ s [Ω.m] (3)
ρ a = 0,83 ⋅ 3003 = 2492,3 [Ω.m]

Fig. 3. Curvas geradas analiticamente e computacionalmente.

Observa-se que com a simulação é possível construir


configurações diversificadas que incluem mais de duas
camadas de solo e uma profundidade de instalação da haste,
sem que haja grandes dificuldades para modelar o problema e
Fig. 2. Obtenção do valor do Coeficiente de redução Cs. [7] chegar aos resultados almejados.

Sendo assim, a resistividade aparente resultante será de B. Modelagem do sistema de aterramento


2.492,3 Ω.m, e na área coberta pela brita os limites das tensões O caso em estudo foi modelado no FEMM 4.2 utilizando-se
de passo serão: a parte eletrostática do programa. Foram feitas simulações
116 + 0, 696 ⋅ 2492 ,3 para dois casos:
50 kg ⇒ V p = = 1.068 , 47 [V]
3 1. Com uma haste vertical, sem e com uma camada de brita.
157 + 0,942 ⋅ 2492 ,3 2. Com duas hastes verticais, sem e com uma camada de brita.
70 kg ⇒ V p = = 1.446 ,12 [V]
3 Para cada caso analisado, foi verificado o atendimento ou
não dos limites estabelecidos para a tensão de passo de acordo
VI. SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL com a norma.
Considera-se que uma corrente I= 0,5 kA flui pela haste de
A. Comparação entre simulação e cálculo analítico aterramento. Na modelagem eletrostática, deseja-se obter uma
Como forma de comparação entre a simulação função potencial na superfície da haste, admitindo-se que a
computacional utilizando FEMM e o cálculo analítico da distribuição da corrente é uniforme. Sendo assim, calcula-se a
tensão de superfície, é proposta uma configuração com uma tensão desejada V com (5).
camada de solo e uma haste vertical de comprimento 2,4 m e V =R ⋅I [V] (5)
raio 75 mm, onde uma das extremidades permanece na Nh
superfície do solo e a outra a certa profundidade no solo. Este Para o caso 1 e 2, tem-se, respectivamente:
modelo mais simples foi adotado para fins comparativos, pois Vcaso1 = 26,53 x 500 = 13.265 [V]
a forma analítica foi desenvolvida para um modelo de Vcaso2 = 15,21 x 500 = 7.605 [V]
As Fig. 4 e 5, apresentam as malhas 2D formadas para o
5

“Caso 1” sem a camada superficial de brita e para o “Caso 2”


com uma camada de brita, respectivamente.

Fig. 6. Distribuição do potencial elétrico em função da distância – Caso 1


(Sem brita acima
cima e com brita abaixo).
a
Fig. 4. Malha do sistema de aterramento – Caso 1, sem brita.

Fig. 5. Malha do sistema de aterramento – Caso 2, com brita.

As Fig. 6 e 7 mostram a distribuição do potencial elétrico


no domínio de estudo para os casos 1 e 2, nesta ord
ordem.

Fig. 7. Distribuição do potencial elétrico em função da distância – Caso 2


(Sem brita acima
cima e com brita abaixo).
6

Fig. 10. Variação do potencial elétrico em função da distância a partir do


ponto eqüidistante das duas hastes – Caso 2.

Foram analisados oss piores potenciais de passo obtidos nas


simulações, que serão comparados com os limites
estabelecidos. Observa-se se que os declives mais acentuados
acontecem próximos à haste. haste Pegando-se o potencial
equivalente para a distância de 0m e subtraindo-o do potencial
para a distância de 1m,
m, obtém-se
obtém o máximo potencial de passo
do “Caso 1” (sem brita) que é de Vp1=9.771-6.116= 3.655 V.
Já para o “Caso 2” (com brita),
brita) a tensão de passo máxima
encontrada é de Vp2= 3.535--2.727= 808 V, a uma distância
entre 1,5 e 2,5 metros da haste
haste.
Dalziel [8] postula que para choques de duração de 3s, deve
existir uma correlação entre o peso do corpo e a corrente de
choque de fibrilação do corpo para animais das mesmas
espécies.
O limiar de fibrilação ventricular para homens com 5% de
probabilidade de fibrilação, e limite de segurança contra
em cima)
Fig. 8. Escala de cores utilizadas nas Fig. 6 (em cima e Fig. 7 (em baixo).
fibrilação ventricular, é dado pela Fig. 11 [9].
Casos sem brita (lado esquerdo) e com brita (lado direito).

C. Análise dos resultados obtidos


As Fig. 9 e 10 apresentam um gráfico do potencial elétrico
em função da distância da haste de aterramento.

Fig. 11. Limiar de fibrilação ventricular [9].


Fig. 9.. Variação do potencial elétrico em função da distância a partir da
haste – Caso 1. Notas para Fig. 11:
- Curva a:: o limiar de fibrilação para homens inclusive
crianças para 50% probabilidade de fibrilação.
7

- Curva b: limiar de não fibrilação para homens inclusive sanar o problema antes da execução do projeto, trazendo
crianças. Abaixo desta linha normalmente não há nenhum maior segurança e confiabilidade.
perigo de fibrilação. As malhas de aterramento devem ser analisadas caso a
A referência [10] provê limites de tensão de passo caso, pois dependem do número de hastes, das dimensões
conforme IEEE 80 [7] baseada geralmente no trabalho de físicas da malha e da resistividade do solo. Uma análise
Dalziel [8], e resumiu como se segue a equação básica para criteriosa destes fatores contribui em muito para a execução de
cálculo de uma corrente de choque de corpo Ib em (6). um bom projeto de aterramento.
Vp É importante comentar que, tais metodologias baseiam-se
Ib = (6) em solos modelados matematicamente em camadas
Rb + 6 ⋅ ρ s ⋅ C s horizontais e, dessa forma, os sistemas de aterramento
Para os cálculos realizados, foi adotada uma resistência de projetados sob as bases dessas metodologias devem sofrer
corpo Rb = 1.000 Ω. medições de resistência de aterramento e potenciais
A Tabela IV resume os resultados para o estudo de caso. imediatamente após a sua construção, tendo como objetivo a
confirmação dos valores de projeto.
TABELA IV Deve ser considerado também que muitos outros fatores
RESULTADOS OBTIDOS PARA O ESTUDO DE CASO.
Vp limite por
influenciam no desempenho do aterramento, entre eles está o
Ib
Caso em Vp máxima norma [V] Ib fenômeno de ionização do solo sob o efeito de descargas
máxima
estudo obtida [V] [mA]
50 kg 70 kg [mA] rápidas de corrente [12], e que não foi levado em conta neste
Sem
3.655 91,6 123,9 2672,8 trabalho. Mas que pode ser incluído na seqüência desta
Brita
1 pesquisa.
Com
1.552 1.068,5 1.446,1 97,3 50
Brita
a
Sem
1.697 91,6 123,9 1240,9 70
VIII. REFERÊNCIAS
Brita
2 [1] Visacro Filho, S. Aterramento Elétrico: Conceitos Básicos, Técnicas de
Com Medição e Instrumentação, Filosofia de Aterramento. 1. ed. São Paulo:
808 1.068,5 1.446,1 50,6
Brita
Editora Artliber, 2002.
[2] RIBEIRO, Fernando Selles, PAZZINI, Luiz Henrique Alves,
Conclui-se que as configurações sem a camada de brita não
KURAHASSI, Luiz Fernando. O método dos elementos finitos na
respeitaram os limites da norma para Vp, além de terem análise do aterramento do sistema monofilar com retorno por terra. In:
ultrapassado o valor da corrente máxima de corpo para que ENCONTRO DE ENERGIA NO MEIO RURAL, 3, 2000, Campinas.
não haja fibrilação ventricular, se mostrando impraticáveis. [3] PEREIRA, J. B. J. (2008). Modelagem de Incertezas em Sistemas de
Aterramento Elétricos. Tese de Doutorado em Engenharia Elétrica,
Já as configurações com a inserção da camada de brita, Publicação PPGENE.TD-023/2008, Departamento de Engenharia
obtiveram resultados bem melhores, no entanto, só o caso com Elétrica, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 118 p.
duas hastes ficou dentro dos valores aceitáveis pela norma, [4] Oliveira, R. M. S., Salame, Y. C. e Sobrinho. C. L. da S. S., Simulações
Através do Método FDTD do espalhamento Eletromagnético em uma
tanto para áreas com acesso restrito quanto público. Além Subestação de Potência Devido a Descargas Atmosféricas, UFP, 2008.
disso, a corrente de corpo ficou dentro do limite de não [5] Gomes, D. S. F.. Aterramentos e Proteção contra Sobretensões em
fibrilação, que representa uma zona segura. Sistemas Aéreos de Distribuição. Volume 7. EDUFF. Niterói. 1990.
[6] Martins Neto, L. Técnicas para o Cálculo de Projetos de Aterramentos
Sendo assim, o modelo de uma haste vertical com a camada Elétricos. UFU. Uberlândia. 1991.
de brita mostrou-se insuficiente para atender as necessidades [7] IEEE Standard 80-2000 “IEEE guide for safety in AC substation
do estudo de caso proposto. Somente o modelo com duas grounding”, IEEE Power Engineering Society, Piscataway, NJ, USA.
[8] Dalziel, C. F., Threshold 60 cycle fibrillating currents. AIEE
hastes e camada de brita atendeu as especificações. transactions on power apparatus and systems v 79, n 50, Part 3(60-
Para casos que necessitem de um refinamento no 40):667-673 Oct 1960.
coeficiente de segurança ou mesmo correções de projeto, as [9] Biegelmeier, G., and Lee, W. R., New considerations on the threshold of
ventricular fibrillation. IEEE Proceedings Vol 127, No 2, March 1980.
melhorias podem ser realizadas de diversas formas como foi
[10] ESAA EG-1:2000 ‘Substation Earthing Guide’.
exposto no decorrer deste trabalho. Pode-se, por exemplo: [11] Meeker, D. ‘FEMM 4.2 – User’s Manual’, 155 pp., 2007.
alterar o número de hastes utilizadas, modificar suas [12] Nor, N. M., Haddad, A. and Griffiths, H., Characterization of Ionization
dimensões ou configurações, ou ainda, aumentar a espessura Phenomena in Soils Under Fast Impulses, IEEE Transactions on Power
Delivery, Vol. 21, No. 1, January 2006.
da camada de brita. A decisão de qual medida adotar vai
depender das necessidades específicas de cada projeto e das
preferências do projetista.

VII. CONCLUSÕES
A questão do aterramento, ponto polêmico na sua
utilização, pode ser bem estudada através do uso de softwares,
como é o caso do FEMM. Como visto, essa ferramenta é
bastante versátil, podendo ser manuseada por projetistas no
seu cotidiano.
Percebe-se que o programa permite ao projetista a
possibilidade de alterar a configuração da malha de terra para

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