Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Contagem
2007
3
Contagem
2007
4
(Cristiana Passinato©)
NOTA: Ao contrário do que circula na Internet
o texto acima não pertence a Charles Chaplin
e sim, Cristiana Passinato.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a oportunidade concedida por Deus de vencer mais esta etapa transpondo
todas as dificuldades encontradas em meu caminho enquanto acadêmica.
Não poderia deixar de agradecer aos meus amigos, aos colegas de curso e aos
mestres, em especial a Professora Marinella Impelizieri e Ana Paula Viegas pela
dedicação e carinho, pois sempre acreditaram em minha vitória, assim como sempre
o fez a querida Maria Goreti Caliman Reis.
Há momentos em que se pensa que nada mais pode acontecer de novo em nossas
vidas e então nos deparamos com pessoas especiais como o Professor Ricardo
José Fonseca Ferreira e sua esposa Marisa de Medeiros Chaves, que em mim
depositaram confiança, amizade e respeito, bem como ao senhor Dr. José Luiz
Verçosa e todos os gestores e colaboradores da Maternidade e Hospital Octaviano
Neves que proporcionaram a oportunidade de realizar minha pesquisa.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 8
2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 1
6
3 METODOLOGIA................................................................................................... 3
7
5 CONCLUSÃO....................................................................................................... 5
2
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 5
9
ANEXOS................................................................................................................... 5
8
10
1 INTRODUÇÃO
Esta necessidade pode ser explicada se for considerada a evolução histórica dos
hospitais, que tinham como missão somente a assistência aos pobres e
necessitados, posteriormente para a busca da cura dos doentes e seguindo a
evolução, passaram a demonstrar preocupação com prevenção e manutenção de
saúde. Até pouco tempo, essa era a visão geral até mesmo dos órgãos públicos
responsáveis pela saúde da população.
O objetivo é conciliar a saúde e o ato de hospedar bem, para que o ambiente torne-
se mais acolhedor para o cliente e seus familiares. Com isto o ambiente minimiza o
desconforto dessa situação que não foi uma escolha própria, tornando a estadia
mais agradável. Todas as mudanças devem estar voltadas para o objetivo mais
importante que é humanizar o ambiente hospitalar.
11
A esta prática, denomina-se Hotelaria Hospitalar que surge neste mercado para
agregar mais qualidade às Instituições.
Atende aos principais convênios da capital e possui mais de 600 médicos de renome
cadastrados em várias especialidades clínicas.
a) Angiologia,
b) Cirurgia Geral,
c) Cirurgia Pediátrica,
d) Cirurgia Plástica,
e) Clinica Médica,
f) Ginecologia,
g) Hemoterapia,
h) Infertilidade
i) Mastologia,
j) Neonatologia,
k) Neurologia Pediátrica,
l) Obstetrícia,
m) Proctologia,
n) Urologia,
o) Uroginecologia,
O setor de Marketing atua de forma efetiva, desde agosto de 2006 com publicações
bimestrais do Jornal da Maternidade Octaviano Neves sempre abordando temas
atuais sobre medicina e saúde.
Outro serviço que a maternidade dispõe é o Plano Plástica, que surgiu diante de
uma parceria da alta administração e cirurgiões de renome sob ação do marketing,
que facilita a realização do sonho de mudança de uma grande maioria.
Seus valores podem ser definidos com as expressões: ética – foco no cliente –
inovação – melhoria contínua dos resultados. (Maternidade e Hospital Octaviano
Neves, p. 1, 2007)1.
1
http://www.maternidadeoctavianoneves.com.br, 2007
16
Além disso, um dos problemas que a Maternidade e Hospital Octaviano Neves tem
enfrentado está relacionado com a gestão de leitos que demanda uma redução dos
ciclos de liberação dos mesmos para atendimento às partes interessadas, como
clientes e organização. Com a implantação da Gestão Hoteleira Hospitalar esse fator
que tem sido gerador de deficiência nas atividades dos setores envolvidos, poderá
ser uma solução para tal deficiência.
1.3 Objetivos
1.3.1 Geral
1.3.2 Específicos
1.4 Justificativa
Este estudo, através das experiências já obtidas por alguns hospitais que
utilizam-se desse tipo de serviço, aqui designado Gestão Hoteleira Hospitalar,
oferecerá ferramentas para um planejamento estratégico definindo a
implantação deste serviço na MHONSA, favorecendo a humanização dos
clientes internos e externos,
a conquista do mercado almejado e o encantamento do já existente.
18
2 2 REFERENCIAL TEÓRICO
Nos primórdios da história humana não havia locais específicos para tratamento ou
acolhimento. Foi no início da era cristã que a palavra hospitalis do latim, que
significa ser hospitaleiro e também derivado de hospes (hóspedes), deu origem ao
termo atual hospital, que é um estabelecimento responsável por abrigar pessoas
para tratamento temporário (MORAES; CÂNDIDO; VIERA; 2004).
destes clientes o tornaram pessoas que não só cobram pelos serviços comprados,
mas exigem que estes sejam de qualidade, (BOEGER, 2005).
Considerando todos estes fatores, vale como definição mais objetiva de Hotelaria
Hospitalar a citada por Boeger (2005, p.24) de que este setor “é a reunião de todos
os serviços de apoio, que, associados aos serviços específicos, oferecem aos
clientes internos e externos conforto, segurança e bem-estar durante seu período de
internação.”
Gerência de Hotelaria
Segurança
Governança SND Atendimento
Patrimonial
De acordo com Taraboulsi (2004), a Hotelaria Hospitalar faz uma interface com
praticamente todos os serviços prestados pelo hospital, desde outros serviços de
apoio, até os serviços-fim do hospital, ou seja, atendimento médico e de
enfermagem. A partir do conceito de melhoria de condições da infra-estrutura do
hospital para atender bem o cliente externo, a Hotelaria Hospitalar contribui para dar
melhores condições ao profissional que presta serviços ao hospital. Nesse sentido o
autor fornece algumas informações:
A hotelaria vem sendo inserida cada vez mais no corpo organizacional dos
hospitais e no agir dos recursos humanos que neles atuam. Muitos
administradores, médicos e empregados de todos os níveis, tocados pela
magia da hotelaria, estão procurando interagir com essa proposta que,
apesar de recente, está ganhando força no meio hospitalar. Investir em
hotelaria hospitalar é investir em qualidade: produz serviços melhores,
posição financeira melhor, maior bem-estar para os clientes de saúde,
menor giro do cliente interno e uma imagem melhor (TARABOULSI, 2004,
p. 184).
Muitos hospitais ainda sequer dão importância a essa revolucionária tendência, pois
não sabem que o passado, mesmo de sucesso, não garante a sobrevivência de
ninguém. A nova realidade que se apresenta exige dos atuais e futuros profissionais
das áreas de Turismo, Administração Hoteleira e Administração Hospitalar muita
criatividade e flexibilidade, pois o mercado está oferecendo novas alternativas e, a
qualquer momento, eles poderão ser chamados para gerenciar o setor de hotelaria
de um hospital (TARABOULSI, 2004).
b) diagnóstico e terapia;
c) apoio técnico;
d) processamento e abastecimento;
e) apoio administrativo.
Cita-se aqui a Certificação pela ISO série 9000, que conforme Thompson (2005), a
palavra ISO significa International Organization for Standardization (Organização
Internacional de normalização) e seu objetivo é promover o desenvolvimento de
normas, testes e certificação, com o intuito de facilitar o intercâmbio internacional de
bens e serviços. Estas normas podem ser utilizadas por qualquer tipo de empresa,
seja ela grande ou pequena, de caráter industrial, prestadora de serviços ou mesmo
uma entidade governamental. No entanto, deve ser enfatizado que as normas ISO
série 9000 são normas que dizem respeito apenas ao sistema de gestão da
qualidade de uma empresa, e não às especificações dos produtos fabricados por
esta empresa.
qualidade deste hospedeiro, e hotelaria não é sinônimo de luxo e glamour, mas sim
de conforto e qualidade. O conceito está baseado na idéia de bem receber ou
acolher e este é o plus na atual posição da Instituição de Saúde.
Já Taraboulsi (2004), faz uma referência bastante relevante, onde deixa clero sua
não pretensão em apresentar novas teorias administrativas, mas demonstrar com
clareza a necessidade da realização de uma análise autocrítica por parte dos atuais
gestores e junto a visualização firme da necessidade de mudança e retificação, pois
somente desta forma a humanização do ambiente hospitalar será alavancada.
Sendo que para isto ocorrer, deve ser vislumbrada a melhoria na qualidade dos
serviços de apoio e a garantia da sobrevivência das instituições de saúde com a
proposta de implantação de uma nova gestão.
O autor ainda afirma que não é sua intenção ditar teorias de como estas instituições
deveriam ser, mas demonstrar resultados empíricos diante da vivência nos
ambientes a que se refere.
Para tal afirmativa, Taraboulsi (2004) faz uma referência a Amir Klink, que pode ser
considerada uma ilustração da veracidade da perda das oportunidades.
Morgan (1996), diz em outras palavras que a natureza verdadeiramente humana das
organizações, é a necessidade de construí-la em função das pessoas e não das
técnicas.
Charlie Chaplin, apud MEZOMO (2001) afirmava que mais que de máquinas,
necessitamos de humanidade. Mais que de inteligência, necessitamos de afeição.
Não é a estrutura física do hospital que sozinha vai produzir impacto positivo no
cliente e sim a forma com que os profissionais prestam o atendimento. Quando os
clientes percebem o atendimento humanizado dispensado pelos colaboradores de
um determinado setor é que se percebe que os treinamentos específicos é que
agregam valores, resultando em um grau de satisfação do cliente externo. O
ambiente acolhedor e limpo, seguido de um atendimento humanizado, por clientes
internos que possuem estímulo para demonstrar sua competência, seu
conhecimento científico e a execução de suas habilidades técnicas, são sinônimo de
uma gestão hoteleira hospitalar eficaz e eficiente (Viçosa, 2002).
33
Diante de tantas mudanças no perfil do cliente de saúde, surgiu uma nova entidade
composta de profissionais de diferentes instituições que se reuniam para troca de
informações referentes à realização de trabalhos científicos e intercâmbios na área
de hotelaria hospitalar. Foi então que em 12 de dezembro de 2001, na cidade de
São Paulo, foi fundada a Sociedade Brasileira de Hotelaria Hospitalar - SBHH2, com
o objetivo de promover o desenvolvimento científico, didático e operacional no setor.
Esta entidade não possui fins lucrativos e possui caráter exclusivamente científico
cultural, visando a melhoria da qualidade do profissional que atua na Hotelaria
Hospitalar, relacionando-se com as seguintes áreas:
a) higiene hospitalar,
b) lavanderia hospitalar,
c) nutrição e dietética,
d) manutenção,
e) segurança patrimonial
g) prevenção de acidentes
i) gerenciamento de resíduos,
j) serviço de atendimento,
2
http://www.hotelariahospitalar.com.br/quemsomos.htm, 2007
34
A SBHH tem projetos para criação de sedes regionais, produção científica e apoio a
estudantes destas áreas. Na atualidade, apóia eventos que ocorrem neste segmento
e realiza reuniões técnicas periodicamente (SBHH, 2007, p.1)3.
A transição demográfica foi uma proposta feita pelo americano Warren Thompson
em 1929 com o termo original “Demographic Transition Model” como forma de
estudar as modificações que acontecem nas populações humanas desde o período
das altas taxas de nascimento (natalidade) e altas taxas de mortalidade para as
baixas taxas de nascimento e de mortalidade.
As taxas de natalidade foram elevadas até os anos 60, e em 1970 inicia o descenso
que sofre uma acentuada aceleração nos anos 90. Os dados coletados anualmente,
3
http://www.hotelariahospitalar.com.br/quemsomos.htm, 2007
35
Estes dados mostram que o Brasil encontra-se na fase III da transição demográfica
postulada por Thompsom e em algumas áreas do país como no caso de São Paulo,
na fase IV. O Brasil completou a sua transição demográfica atingindo rapidamente
baixas nas taxas de fecundidade, muito abaixo das taxas de reposição inclusive nos
segmentos mais pobres da população. Embora popular, a teoria Malthusiana não
guarda qualquer base com a realidade constatada.
TABELA 1
Minas Gerais – Taxas Específicas de Fecundidade e Taxas de Fecundidade Total, de Período 1930/1990
Grupos Anos
Etários 1930-35 1940-45 1950-55 1960-65 1970-75 1980-85 1985-90
(1933) (1943) (1953) (1963) (1973) (1983) (1988)
37
TABELA 2
MINAS GERAIS – Taxas de Fecundidade Corrente
1933/1988
Taxas Específicas de Fecundidade
Grupos 1933 1938 1943 1948 1953 1958 1963 1968 1973 1978 1983 1988
Etários
15 a 19 0,0712 00727 00741 00720 00699 00612 00526 00555 00584 00616 00648 00595
20 a 24 0,2920 02875 02831 02916 03000 02815 02630 02391 02153 01937 01722 01806
25 a 29 0,3401 03291 03181 03167 031154 03259 03364 03011 02657 02300 01943 01710
30 a 34 0,2863 02711 02558 02456 02354 02696 03038 02661 02284 01848 01412 00949
35 a 39 0,2231 02081 01932 01910 01889 02160 02432 02012 01592 01211 00831 00564
40 a 44 0,1166 01079 00992 00998 01004 01137 01271 01015 00758 00551 00343 00233
45 a 49 0,0332 00305 00279 00280 00281 00320 00359 00280 00202 00142 00082 00050
TFT 6,8119 6,5345 6,2571 6,2237 6,1903 6,5001 6,8100 5,9625 5,1150 4,3028 3,4906 2,9537
Fonte: Dados básicos: IBGE, Censos Demográficos de 1940, 1950, 1960, 1970, 1980 e 1991; e Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílio (PNAD) 1995.
TABELA 3
MHONSA- 1996 a 2007
Ano
Procedimentos 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Partos 3.314 5.361 5.160 4.912 4.639 4.014 3.819 3.808 3.080 3.207 3.206 1.847
Cirurgias 2.622 3.522 3.536 3.616 3.699 4.123 3.912 4.025 3.056 3.679 3.401 1.647
Curetagens 672 1.065 1.125 1.020 984 1.089 958 877 799 841 925 463
Outros
Procedimentos 302 308 256 211 281 295 218 ---- ----- ---- ---- ----
Internações
Gerais 6.860 10.749 10.449 10.317 10.376 10.258 9.719 10.020 8.771 9.165 8.837 4.759
Internações nas
Unidades 6.126 9.530 9.352 9.099 9.383 9.285 8.577 9.244 8.037 8.297 8.196 4.407
Altas 6.103 9531 9.242 9.093 9.736 9.293 8.740 9.227 8.037 8.300 8.092 4.365
Número de
Leitos 66 89 89 89 89 89 69 71 71 76 79 81
Paciente/dia 12.436 18.904 17.849 16.924 16.733 15.669 14.068 17.327 14.617 16.910 16.868 9.120
Fonte: SAME da Maternidade e Hospital Octaviano Neves / Levantamento de Procedimentos
MHONSA – 1996 a 2007
39
3 METODOLOGIA
Cruz e Ribeiro (2004), referem-se a pesquisa como uma forma de busca pela
compreensão de como se processam os fenômenos que são ditos observáveis, para
que possam ser descritos quanto a sua estrutura e funcionamento. É através da
pesquisa que existe a possibilidade de demonstrar o que é percebido, já que é
através da mesma que os propósitos de descoberta das questões propostas podem
ser vistos de forma científica. As autoras afirmam que a finalidade da pesquisa não
deve ser tida como acumulação de dados e sim a compreensão dos fatos propostos
pela formulação das hipóteses.
O presente trabalho apresenta como método, dois tipos de pesquisa distintas para
que possa ser avaliada a situação problemática proposta e a eventual demonstração
dos resultados. Foram utilizadas como meios para se obter os fins, as pesquisas
bibliográficas e as de campo. Sendo que os objetivos da pesquisa podem ser
classificados como pesquisa intervencionista já que esta foi fundamentada na
possibilidade de intervenção por parte do pesquisador.
Dentro da definição de pesquisa pode ser afirmado que em todo tipo de pesquisa
independentemente de sua classificação, existe uma suposição e exigência da
pesquisa por meio bibliográfico.
Segundo Cruz e Ribeiro (2004), este tipo de pesquisa tem como objetivo a
verificação através de levantamento dos trabalhos realizados anteriormente com o
mesmo tema de abordagem atual, servindo para identificação e seleção dos
métodos e técnicas que poderão ser utilizados, sendo que estes ainda apresentam-
se como suporte para redação e revisão do projeto proposto.
referencial teórico. Foi por meio desta pesquisa, que pode ser verificado as
experiências vividas por outros pesquisadores auxiliando na confirmação do valor
científico do tema abordado.
De acordo com Cruz e Ribeiro (2004), este tipo de pesquisa sempre envolve
técnicas de coleta e apresentação de dados que resultam em uma discussão
qualitativa dos resultados obtidos.
Quanto ao instrumento para coleta dos dados a serem avaliados, foi estabelecido a
entrevista como a forma mais adequada já que esta prática é vista como uma
técnica que permite um estreitamento de relação entre as partes envolvidas além de
ser tida como uma forma de comunicação onde a informação é transmitida de uma
pessoa a outra respeitando a lateralidade entre ambas, ou seja, ela é por definição
uma forma de comunicação bilateral, LAVILLE e DIONNE (1999).
Laville e Dionne (1999) afirmam que esta flexibilidade entre as partes permitem ao
entrevistado oferecer informações muito mais ricas e fecundas ao resultado da
pesquisa.
Ainda sobre a entrevista não estruturada, Richardson (1999) faz referência quanto
às técnicas que em termos gerais será vista como livre no início do processo
passando a ser mais direcionada quando os aspectos sugestivos da pesquisa forem
abordados.
a) hospital A1;
b) hospital B1;
c) hospital C1;
d) hospital D1.
A1: Aqui no hospital, podemos dizer que o sistema funciona há três anos, mas iniciou com uma
coordenação interna, depois veio a Unidade de Nutrição e Dietética (UND) e só então veio a gerente
de hotelaria que está aqui há mais ou menos um ano. Só que sempre foi uma preocupação em toda
história do hospital atender bem o seu paciente, o que sugere que mesmo sem saber sempre
trabalhamos a hotelaria.
B1: Efetivamente, estamos atuando há cerca de dois anos, mas tudo começou aos poucos mas já
com metas definidas.
C1: Quando aconteceu a inauguração já existia a gestão hoteleira, mas as pessoas tem uma visão
errada do que vem a ser o nosso trabalho.
B1: Estamos cada vez mais buscando o melhor, pois sabemos que é só o início, mas a busca por
melhoria e adequação tem que ser constante porque o tempo vai passando e as pessoas também
vão mudando. O que é bom hoje, amanhã pode não ser mais. A única coisa que ninguém esquece é
educação, o sorriso que recebe. Por isso o cliente interno tem que trabalhar de acordo com o que o
público atual demanda.
A1: Nossa maior dificuldade foi com os médicos. Estes tem uma resistência muito grande ao sistema
de Gestão Hoteleira, não sei se por causa dos horários corridos... mas aos poucos foram percebendo
que não tinha como não trabalharmos em equipe. Não foi fácil, mas depois de várias reuniões e
intervenções da direção geral e clínica encontramos soluções e hoje, não podemos dizer que não
temos problemas mas quando eles aparecem, tem um tempo mínimo para alcançar a solução.
B1: Com certeza foram as equipes de médicos e enfermagem. Estes grupos sempre apresentam
maior resistência às mudanças. Mas as mudanças foram feitas e tivemos que trabalhar juntos a
aceitação.
B1: Temos uma linha direta de atendimento ao cliente e todas as reclamações e problemas chegam
diretamente ao setor e são prioridade. Buscamos atender o cliente em tempo real e quando não é
47
possível a solução imediata, o retorno é rápido para que este cliente tenha a certeza da consideração
dada aos seus questionamentos, afinal ele é o nosso termômetro.
D1: Todas as equipes trabalham com a mesma visão de qualidade, e isto ocorre graças ao constante
esforço dos gestores para que os colaboradores de um setor, recebam o mesmo treinamento em
qualidade de atendimento que os demais.
A1.3: Uma das nossas principais dificuldades que tem sido vencidas com os sistemas adotados é a
deficiência de comunicação entre os setores. Hoje isto já melhorou muito e estamos conseguindo
monitorar isso através de mensuração de ocorrências.
D1: O equilíbrio alcançado com esta proposta de alcance da qualidade de nossos serviços não foi
fácil, muito pelo contrário. Foi necessário identificar as resistências e só então trabalhar este
problema de forma individual, entre aspas... para alcançar e manter o equilíbrio necessário.
A1: Mesmo com todos os investimentos realizados e pensando que seria mais fácil, percebemos que
estávamos esbarrando em questões que não era vista como resistência a implantação [...]. Tínhamos
mais leitos disponíveis e mesmo assim o tempo de espera estava sendo mantido o mesmo. Ao
avaliar onde estava o gargalo, percebemos que não era apenas um, mas dois. Os médicos queriam
chegar cedo e operar todo mundo, mas só iam dar alta depois das 11:00 horas ou até depois do
almoço, e nisso os pacientes da internação ficavam sem perspectiva de internação e com isto vinha a
fila de problemas, porque depois da alta tinha que limpar o quarto e assim ia... e a culpa não era de
ninguém.
B1: A dificuldade foi mostrar para todos os colaboradores como ia melhorar os serviços em todos os
setores. Principalmente porque nossa mão de obra direta são pessoas de baixo nível de
escolaridade. Muito difícil...
D1: Os insucessos são percebidos rápido quando o esforço de todos está voltado para a mesma
direção.
Por mais simples que possam parecer os processos, a prática é difícil e complexa,
pois existe uma grande diversidade de profissionais envolvidos em um hospital
podendo desviar facilmente o foco de trabalho. Isto pode acontecer tanto ao
surgimento de problemas ou pela sobrecarga que advêm do tempo de existência
que impede a visão clara dos objetivos propostos pela Instituição.
A1: Durante todo este tempo atuando no mercado de saúde fomos percebendo as dificuldades e
onde estavam as necessidades e oportunidades de melhoria. Foi desta maneira que percebemos que
Gestão de Qualidade, Gestão Hoteleira Hospitalar e Marketing não são somente fundamentais, mas
são parceiras em processos de decisão.
D1: Toda equipe tem que perceber o mesmo tipo de informação e no tempo certo, ou seja, o
treinamento de um é o treinamento de todos porque quem compra os nossos serviços são os
mesmos clientes, só muda o produto (setor), logo, o treinamento é o mesmo mas diferente mesmo é
a função de cada um dentro do hospital.
Em Mezomo (2001), pode ser verificado que ainda em 1975, foi proposto à comissão
científica de um Congresso de Administração Hospitalar a inclusão de uma palestra
sobre o tema Humanização, que foi recebida com uma gargalhada. Hoje não se trata
de propostas ou concessão para palestrar sobre o tema, trata-se do respeito à
dignidade e garantia de direito fundamental à vida e à saúde.
A1: Hoje nós temos um programa específico para tratar das ações de humanização tanto para os
clientes externos e principalmente os internos, porque se o colaborador não perceber o seu valor todo
trabalho realizado pela gerência de hotelaria será em vão... temos também um calendário fixo anual,
de atividades voltadas para as questões humanizadoras e educação continuada, que é uma forma de
viver a humanização...
C1: Temos preocupação com tudo que é relacionado ao ser humano, desde o funcionário até os
clientes. Não podemos ignorar esta prática (humanização hospitalar) senão vamos ficar para trás em
nossos objetivos e ao que o mercado propõe...
A1: Nossa preocupação com o lado humano não é apenas com clientes pacientes, por isso toda ação
é voltada para o público externo também. Temos o Programa de Prevenção de Saúde, Visita Guiada
para profissionais, estudantes e clientes e um trabalho que iniciou devido a um trabalho acadêmico e
já foi notícia e agora é uma prática constante que é a Oficina de Reciclagem e Arte.
D1: Oferecemos cursos gratuitos para a comunidade abordando temas voltados para Qualidade de
Vida. Buscamos atender com nossas propostas atender de forma mais humanizadas os clientes, os
médicos, planos de saúde e os nossos colaboradores em geral.
A2: Com os indicadores bem trabalhados, hoje tenho controle da minha produtividade (refere-se à
produtividade do setor), da relação de turn over, que sofreu uma redução satisfatória e isto não é
visto só no meu setor não...
B1: Apesar de todas as dificuldades e resistências, posso afirmar sem temor que o meu funcionário é
muito mais satisfeito, logo, meus resultados também acompanham essa melhoria.
D1: Nosso funcionário tem não só treinamentos ele tem valor para que nosso objetivo seja alcançado.
O que faríamos se a rotatividade/permanência destes funcionários fosse uma constante?
A1: Tivemos que observar de onde e o porquê da resistência encontrada e a maioria era falta de
clareza em relação à necessidade de mudança.
B1: Um problema percebido quanto a resistência, foi identificado nas ações de mudança de
procedimentos e até de hábitos que podem ser considerados uma exigência na nova proposta.
C1: O esclarecimento sobre a inovação foi de extrema necessidade para que eles (os colaboradores)
percebessem que a participação, o comprometimento de todos é que fortalecia nossos resultados.
D1: Neste processo de implantação da qualidade e da resistência que por ventura viria, foi priorizado
o envolvimento de todos, deste os diretores até a higienização, no sentido de melhorar e reduzir o
tempo para implantação e obter os resultados.
A1: Um ganho substâncial para o paciente com a implantação da hotelaria hospitalar, pôde ser
percebido com a maior disponibilidade da equipe de enfermagem para a assistência. Sem a hotelaria,
a enfermagem tinha que se desdobrar à assistência, internação, higienização...
B1: A assistência hoje é total por parte da enfermagem, que tem como avaliar e acompanhar as
necessidades físicas e emocionais do cliente que é a razão da classe (enfermagem)...
52
C1: Nossa equipe de enfermagem com a chegada da hotelaria hospitalar, apesar da resistência
inicial, hoje percebe seu valor e pode trabalhar e distribuir seu tempo no atendimento de qualidade e
mais humanizado. Sem contar o ganho com o tempo que se dispõe para a educação continuada
específica da enfermagem, afinal as doenças evoluem com o tempo e o aprendizado deve ser
permanente.
D1: Os resultados com a implantação da hotelaria hospitalar podem ser resumidos como uma
mudança de impacto, que causou boa impressão aos clientes internos e externos, gerando confiança
e tranqüilidade e ainda reduziu o processo de cura do cliente de saúde, pela qualidade dos serviços
que passamos a oferecer.
Cabe ressaltar que esta identificação é setorial, sendo uma classificação única para
todos os observados na mesma função.
53
Setor de Recepção E1
Setor de Enfermagem F1
Setor de Limpeza e Lavanderia G1
E1: ...tá errada essa reunião da gente, porque na verdade a gestão de leitos foi dividida em
duas, mas tá errado (referindo-se à ausência dos outros responsáveis e a falta de cobrança pela
participação dos mesmos).
E1: A gente interna o paciente contando que vai ter alta e a alta demora, aí é a maior confusão... Se
um leito é interditado a gente não sabe o por quê... manutenção e a tesouraria tinham que participar
da reunião...
F1: e se acontece de não vagar um leito o que a gente faz? Minha maior queixa é a liberação de
leitos, o dia que resolverem este problema não vou ter “não conformidade”...
E1: Os porteiros da noite estão sendo um problema... funcionário da noite é tudo conchavado, mas
tem que saber quem libera a chave...
E1: Mas temos que viver a nossa realidade e não a realidade de outros hospitais;
- Ah é o mesmo porte... não quero nem saber, a realidade é diferente. O erro é a política do hospital
que é o nosso maior problema, a culpa não é nossa...
E1: E o layaut do meu setor? É uma vergonha, o paciente fica vendo todas as confusões, as meninas
coitadas, de um lado para o outro. E os problemas não acontecem por negligência, mas pela
dificuldade...
E1: A recepção é que recebe o paciente e encaminha para o leito e se o leito designado não tá limpo
elas (a enfermagem) trocam o leito por conta própria. Isso não pode, internou em um leito e a
enfermagem fala que pode sim...absurdo!
F1: O leito não tem sido encontrado aberto... como vai ficar isso?
F1: Não quero nem saber o que o CLIENTE diz, o problema não é meu, não sou dona de hospital
nenhum, o meu (salário) tá garantido no final do mês mesmo, eles que se virem...
G1: A gente chega de manhã com o paciente e abre a porta que tava trancada e não tem toalha, esta
é a explicação da recepção ou da enfermagem. Mas como pode se a porta tava trancada? Quem tira
é o funcionário da enfermagem que trabalha em dois hospitais e já vai pro outro tomado banho...
55
5 CONCLUSÃO
Hotelaria Hospitalar não pode ser vista como uma moda administrativa, pois é
reconhecidamente uma filosofia de melhora que atende às necessidades básicas
tanto de quem presta serviço quanto do cliente que os utiliza. A própria realização é
o que cliente e organização têm em comum.
Durante todo processo de pesquisa, pôde ser percebido que a Gestão Hoteleira
Hospitalar prima pela qualidade de seus serviços que é produzido pela qualidade
pessoal dos que trabalham por ela. A qualidade oferecida pela Gestão Hoteleira
Hospitalar não é resultado da estrutura da instituição mas pela qualidade pessoal de
seus colaboradores e diretores.
REFERÊNCIAS
BOEGER, Marcelo Assad. Gestao em hotelaria hospitalar. 2. ed. Sao Paulo: Atlas,
2005. 97 p. ISBN 8522440565
CRUZ, C.; RIBEIRO, U. Metodologia científica: teoria e prática. 2.ed. Rio de Janeiro:
Axcel Books, 2004.
MORAES, Ornelio Dias de; CÂNDIDO, Indio; VIERA, Elenara Viera de. Hotelaria
hospitalar: um novo conceito no atendimento ao cliente da saude. Caxias do Sul:
EDUCS, 2004. 241 p. (Hotelaria) ISBN 8570612834
RUIZ, J.A. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo:
Atlas, 1988.
ANEXOS
Nível 1
As exigências deste nível contemplam o atendimento aos requisitos
básicos da qualidade na assistência prestada ao cliente, nas especialidades e nos
serviços da organização de saúde a ser avaliada, com recursos humanos
compatíveis com a complexidade, qualificação adequada (habilitação) dos
profissionais e responsável técnico com habilitação correspondente para as áreas de
atuação institucional.
Princípio: SEGURANÇA
Habilitação do corpo funcional;
atendimento aos requisitos fundamentais de segurança para o cliente nas ações
assistenciais e procedimentos médico-sanitários;
estrutura básica (recursos) capaz de garantir assistência para a execução coerente
de suas tarefas.
NíveL 2
As exigências deste nível contemplam evidências de adoção do
planejamento na organização da assistência, referentes à documentação, corpo
funcional (força de trabalho), treinamento, controle, estatísticas básicas para a
tomada de decisão clínica e gerencial, e práticas de auditoria interna.
Princípio: SEGURANÇA e ORGANIZAÇÃO
Existência de normas, rotinas e procedimentos documentados, atualizados e
disponíveis e, aplicados;
evidências da introdução e utilização de uma lógica de melhoria de processos nas
ações assistenciais e nos procedimentos médicos-sanitários;
evidências de atuação focalizada no cliente/paciente.
62
Nível 3
As exigências deste nível contêm evidências de políticas institucionais de
melhoria contínua em termos de: estrutura, novas tecnologias, atualização técnico-
profissional, ações assistenciais e procedimentos médico-sanitários. Evidências
objetivas de utilização da tecnologia da informação, disseminação global e sistêmica
de rotinas padronizadas e avaliadas com foco na busca da excelência.
Princípio: SEGURANÇA, ORGANIZAÇÃO E PRÁTICAS DE GESTÃO E
QUALIDADE.
evidências de vários ciclos de melhoria em todas as áreas, atingindo a organização
de modo global e sistêmico;
utilização de sistema de informação institucional consistente, baseado em taxas e
indicadores, que permitam análises comparativas com referenciais adequados e a
obtenção de informação estatística e sustentação de resultados;
utilização de sistemas de aferição da satisfação dos clientes (internos e externos) e
existência de um programa institucional da qualidade e produtividade implantado,
com evidências de impacto sistêmico.