Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
EDITORIAL
Fuzileiros Navais! O Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais traz para vocês o 18º número do “Âncoras e Fuzis”.
Este primeiro exemplar do ano de 2003 vem consolidar o espaço conquistado por este periódico como veículo de informação
e instrumento de atualização de todos os profissionais da guerra anfíbia.
Dentro deste espírito, esta edição traz novos artigos das séries sobre Guerra de Manobra e organização das Forças de
Fuzileiros Navais de outros países. Inclui, ainda, artigos que abordam temas julgados de interesse, tais como: o funcionamento
do Centro Controlador de Guerra Eletrônica (CECOGE); o relato de um acidente fatal ocorrido nos EUA envolvendo um CLAnf;
e a apresentação do caminhão MVTR 7-Ton, um veículo tático que substituirá, no USMC, os existentes M809/M939 (5 ton).
Ainda neste número é divulgada a classificação final do concurso “Âncoras e Fuzis”. Durante as comemorações do
aniversário do CFN, ocorrerá a premiação pela participação e contribuição com este periódico durante o ano de 2002.
Relembra-se que sua colaboração poderá ser feita das seguintes formas: respondendo às situações descritas na coluna
DECIDA; enviando sua interpretação sobre o tema sugerido na coluna PENSE; ou enviando pequenos artigos sobre temas
técnicos ou táticos que sejam de interesse do combatente anfíbio. Envie sua contribuição diretamente ao Departamento de
Estudos e Pesquisa do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais pelo MBMail (30@comcfn), internet (30@cgcfn.mar.mil.br)
ou pelo Serviço Postal da Marinha. ADSUMUS!
Concerto Sinfônico
No próximo dia 27 de março, às 20:00h, integrando as
comemorações do 195o Aniversário do Corpo de Fuzileiros
Navais, será realizado no Theatro Municipal do Rio de Ja-
neiro um concerto pela Banda Sinfônica do CFN.
Este ano a apresentação será dedicada ao público interno,
em especial às praças do CFN e seus familiares, numa opor-
tunidade ímpar de conhecer essa centenária instituição cultural
que é um marco no cenário artístico do Rio de Janeiro.
1
Atropelado por um CLAnf
Durante a UANFEX/02, ao inspecionar as instalações do GASC quanto à disciplina de luzes e ruídos, o Comandante e
o Chefe do Estado-Maior do GASC comentaram sobre o risco que representava dormir nos iglus com os CLAnf transitando
ali por perto, a uns cinqüenta metros de distância. Coincidentemente, ao regressarem para o aquartelamento, tiveram
conhecimento de um relato, publicado na revista Ground Warrior1, do USMC, sobre uma impressionante ocorrência
envolvendo combatentes anfíbios, CLAnf e morte.
Segundo o artigo, durante um exercício em Twentynine Palms, no estado da Califórnia – EUA, um sargento e um cabo
do USMC operaram durante um dia inteiro, deslocando-se em um CLAnf Comando. Às 21:00h já tinham revisado as
tarefas a cumprir no dia seguinte e foram autorizados a bivacar para o pernoite. Eles desembarcaram da Vtr e escolheram
um local próximo dela para estender os respectivos sacos de dormir. No meio da madrugada, uma Vtr cisterna de combustível
apresentou-se para reabastecer o CLAnf, posicionando-se na estrada, a cem metros dali. Antes de deslocar-se para a faina,
o mais antigo do CLAnf Comando e seu ajudante desembarcaram e verificaram cuidadosamente o terreno ao redor da Vtr.
Logo depois, a Vtr deslocou-se para o local do reabastecimento, através de uma trilha cheia de arbustos e pedras. Uma hora
depois, terminada a faina, regressou para a posição inicial. Passados quinze minutos, um outro Marine, que se dirigia ao
CLAnf, tropeçou em algo que estava na trilha das lagartas da VtrAnf. Era um saco de dormir, dentro do qual estava o corpo
do militar atropelado pelo CLAnf.
A posterior apuração da ocorrência permitiu verificar uma série de procedimentos incorretos na operação com a Vtr
anfíbia. A revista relacionou uma série de recomendações para a tropa que for operar com viaturas sobre lagartas, perfeitamente
adaptáveis às nossas necessidades, quais sejam:
-designar e balizar as áreas no local do exercício onde a tropa pernoitará e posicionar pessoal de serviço nestas áreas;
-o mais antigo da tropa deverá ser cientificado de qualquer movimentação das Vtr sobre lagartas no interior de sua
posição;
-quando se deslocando através de posições ocupadas por tropa a pé, a guarnição de Vtr em deslocamento deve posicionar,
no mínimo, um elemento de guia à frente e outro à retaguarda da Vtr. Quando a visibilidade for reduzida, deve-se implementar
medidas de segurança adicionais, como o uso de luzes e outros dispositivos de sinalização;
-a tropa a pé deve saber o quanto é restrita a observação de bordo de um CLAnf. Devido à estrutura da Vtr, há diversos
pontos cegos. A operação sob condições de baixa visibilidade agrava tais dificuldades. Além disso, o elevado nível de ruído
das Vtr dificulta que um militar da tropa seja ouvido pela guarnição da Vtr.
1
- consultar o site www.safetycenter.navy.mil, edição inverno-2000/01
“As batalhas são vencidas com violência e com manobras. Quanto melhor o General,
Pense mais ele utiliza a manobra, menos ele precisa da violência.” Winston Churchill.
Resposta do “Pense” Anterior – “Âncoras e Fuzis nº 17”
Abaixo publica-se a interpretação do Pense do último número, enviada pelo 2ºSG-FN-IF- 86.2419.82 Sergio Ricardo Santos
Rodrigues Nascimento, da Companhia de Polícia do Batalhão Naval:
“Aquele que não ama seu país não pode amar mais nada.” (Byron, 1788- 1824)”
A Pátria é a terra onde nascemos e vivemos em comum, falando a mesma língua, obedecendo às mesmas leis, sujeitos aos
mesmos costumes, debaixo de um mesmo governo e inspirados pelo mesmo ideal e pelas mesmas tradições. A nossa, um vasto e
rico país, situado na América do Sul e conhecido pelo nome de Brasil, com tudo que ele reúne: leis, instituições, riquezas, cidades,
monumentos, artes, indústria, comércio, etc. É patrimônio espiritual, material e moral legado pelos esforços e pelos sacrifícios de
nossos gloriosos antepassados, na paz, com o trabalho e, na guerra, com lutas heróicas nos campos de batalha.
Só o patriotismo pode fazer esses milagres: basta avivar nossas lembranças e reminiscências e as reproduzir para exemplo das
novas gerações... No seu seio, se se puderem reunir, o País encontrará alguns dos seus nomes mais ilustres... O espírito que os há
de animar quando reunidos será o espírito que dominava a Tamandaré, a Barroso, ao 2ºSG Francisco Borges de Souza e outros mais,
que cumpriram o seu dever mesmo pondo em risco a sua vida. Agir assim, somente, com amor ao seu país será possível alcançar o
êxito nas batalhas que hão de vir.
Nos hinos e canções, nós sempre reafirmamos o nosso dever de cumprir a Defesa da Pátria, mesmo com o sacrifício da própria
vida, logo, nós Brasileiros amamos o nosso país. Na Marinha do Brasil e no seu componente Anfíbio o “CFN”, se não amássemos
o nosso Brasil, jamais estaríamos dispostos a tal sacrifício.
Se não tiveres amor ao seu país, por tudo que adquiriu, aprendeu e viveu nele, não poderá amar mais nada... senão, pura
hipocrisia de nossa parte, ou não?
2
Guerra de Manobra
Dando prosseguimento à série de artigos sobre este tema, passa-se a enfocar a aplicação de alguns conceitos da Guerra de
Manobra no planejamento e condução de operações militares.
Neste sentido, é importante frisar a necessária mudança de atitude do Comandante com relação à forma de conceber um
futuro combate. Este líder deve passar a buscar permanentemente a obtenção de vitórias decisivas e não mais ter a postura,
tradicional na guerra de atrito, de meramente acumular conquistas de terreno ou conferir a contagem de danos provocados ao
inimigo.
Para isto, antes de empregar sua tropa, seja ela uma Esquadra de Tiro ou um Batalhão, deve o Comandante buscar se inteirar
completamente da situação. Tendo, também, o perfeito entendimento dos propósitos pretendidos por seus escalões superiores,
deverá, então, conceber sua visão de como obter uma vitória que altere a seu favor o equilíbrio do combate e retire do inimigo
sua vontade de lutar. Para auxiliá-lo neste processo mental, o comandante deve se valer das seguintes ferramentas:
- FOCO DO ESFORÇO: o primeiro passo a ser dado deve ser o de estabelecer o foco da operação. Nesta análise, torna-
se muito importante o estudo dos conceitos de centro de gravidade e de vulnerabilidade crítica, já apresentados na edição de
nº 16. O Comandante definirá, então, onde e quando irá aplicar o seu Poder de Combate, tendo em vista os propósitos a serem
atingidos e a meta permanente de quebrar a vontade inimiga de combater.
- ESFORÇO PRINCIPAL: após ter definido o foco do seu esforço, o Comandante deverá decidir sobre que parcela de sua
força irá executar esta ação. Este elemento será seu esforço principal. Todas as outras unidades, assim como todas as demais
ações planejadas, deverão concorrer para o sucesso deste elemento.
- INTENÇÃO DO COMANDANTE: tendo definido como irá combater e vencer a batalha, ele deverá se preocupar em
transmitir suas idéias aos subordinados. Embutida em sua Ordem de Operação ou transmitida oralmente pela fonia, a intenção
do comandante deve conter de maneira clara e precisa o foco do seu esforço, os objetivos tanto de seu esforço principal como
das unidades que estiverem executando esforços secundários e o estado final almejado para o campo de batalha. O mais
importante é deixar claro aos subordinados o porquê de se estar conduzindo a operação de determinada maneira, lembrando
que a forma de condução da operação será detalhada no conceito da operação. Em suma: a intenção do comandante diz o
porquê e o conceito da operação diz o como.
A clareza e precisão aqui citados não devem se confundir com ordens minuciosas e extremamente detalhadas que tendem
a retirar dos subordinados sua iniciativa. Nos próximos números serão apresentadas formas de conduzir o combate sem
restringir a liberdade de ação dos subordinados.