Вы находитесь на странице: 1из 10

UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DOM BOSCO

São Luís, 15 de março de 2011


Heraldo Moraes Gouveia
Disciplina: Direito Coletivo do Trabalho
Professora: Márcia Cruz Feitosa

CASE
RELATÓRIO PARCIAL

SUMÁRIO E RESUMO DO CASO

PERSONAGENS:

Sindicato dos Trabalhos das Industrias Metalurgicas, Mecânicas e de Material Elétrico


do Estado do Maranhão – Sindicato representante da categoria profissional e econômica dos
metalúrgicos do Estado do Maranhão;

Metalúrgica São Januário Ltda – Empresa empregadora

O Ministério Público do Trabalho da 16ª Região, no dia 02 de fevereiro de 2011,


ajuízou ação anulatória perante o TRT 16ª Região. Tal pedido, deu-se, por conta da ausencia
de chancela da categoria por meio de Assembleia Coletiva, que deveria ser convocada pelo
Sindicato da mesma. A lide refere-se ao Acordo Coletivo firmado diretamente entre o
Sindicato dos Trabalhos das Industrias Metalurgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do
Estado do Maranhão com a empresa Metalúrgica São Januário Ltda. Estabeleceu-se sem as
devidas publicações e/ou notificações para a convocação de Assembléia coletiva para
aprovação. A categoria não fora informada de que ocorria a negociação para tal ou mesmo
fora convocada para autorizá-la, onde nessa, foram estabelecidas diversas cláusulas que ferem
a norma trabalhista quanto à proteção mínima dos trabalhadores daquela categoria, com os
seguintes direitos e obrigações: piso salarial de R$560,00 (quinhentos e sessenta reais) para
2010/2011; adicional de hora extra de 40% nas 2 primeiras horas extras trabalhadas e de 75%
a partir da 3ª hora extra e nos trabalhos em dias de feriado; intervalo intrajornada de 30
minutos para repouso e alimentação para os trabalhadores com jornada de 8 horas diárias de
trabalho; contribuição assistencial a ser paga por todos os trabalhadores da categoria, ainda
que não filiados ao sindicato, a ser descontado em folha pelo empregador e repassado ao
sindicato através de cheque administrativo até o dia 15 de cada mês; garantia provisória de
emprego somente aos membro titulares da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes); aos trabalhadores sujeitos a turnos ininterrupto de revezemento não é necessário a
observância no prazo de 11 horas de intervalo interjornada. O prazo de validade do acordo foi
estabelecido até dezembro de 2011.

No Brasil temos o exercício da cidadania ainda jovem, recente num país de marcada
tradição de governos autoritários refletindo nas relações políticas com ausência de seriedade
no trato dos interesses das questões coletivas. Vimos isso na desarticulação do Movimento
Sindical, a despeito da conquista, por parte de uma personalidade política (Luis Inácio Lula da
Silva), onde tal movimento serviu mais como um projeto de articulação de poder na esfera
executiva, se aliando a interesses do capital num projeto de poder paralelo e algumas vezes
antagonicos aos interesses políticos dos trabalhadores. Portanto, um fato marcante que ficou
significativo no movimento sindical foi o chamado peleguismo (pelegos ou amarelos) -
aqueles sindicatos de empregados onde os seus diretores fazem acordos contrários aos
interesses da categoria profissional representada, aliando-se aos empregadores, facilitando nas
negociações.
No caso desse Acordo Coletivo celebrado - apesar do ajuizamento de ação anulatória
por parte do MP junto ao TRT, que poderia ser considerado um rompimento do caráter de
autonomia normativa implementada pelos instrumentos negociais coletivos - vê-se o
necessário fenômeno do chamado ativismo judicial, por conta da provocação por parte do MP
para a intervenção do poder judiciário na busca de justiça, que se dá em decorrência da
fragilidade e da lisura das relações políticas. Este, uma vez provocado, acaba saindo da
condição de poder invisível e nulo, para implementar os objetivos do Estado e da Constituição
no que concerne à proteção aos direitos dos trabalhadores. Facilmente verificado, neste caso
em particular, num Acordo Coletivo celebrado, sem a devida convocação da Assembléia
Geral dos trabalhadores da categoria, sem os devidos avisos da Negociação Coletiva, com
diversas cláusulas contrárias aos preceitos mínimos de proteção aos direitos dos
trabalhadores.
DIREITOS TRABALHISTAS DEVIDOS E FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

Piso salarial de R$560,00 (quinhentos e sessenta reais) para 2010/2011: A proposta de


piso salarial está abaixo do piso mínimo do ano anterior, ferindo a norma quanto ao princípio
de irredutibilidade do salário, pois se funda, não só no príncipio tutelar como na questão se
subsistência que depende do pagamento do salário;

Adicional de hora extra de 40% nas 2 primeiras horas extras trabalhadas e de 75% a
partir da 3ª hora extra e nos trabalhos em dias de feriado: Poderá a jornada diária de
trabalho dos empregados ser acrescida de horas suplementares, em número não superior a
duas, no máximo. Na necessidade imperiosa, poderá ser prorrogada além do limite legalmente
permitido. A remuneração do serviço extraordinário, desde a promulgação da Constituição
Federal/1988, que deverá constar, obrigatoriamente, do acordo, convenção ou sentença
normativa, será, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) superior à da hora normal (Enunciado
nº 264, do TST). Com relação a remuneração do serviço extraordinário em dias de feriado a
compensação é de 100% sobre o valor da hora comum, porém se contratado em escala de
revezamento, seu turno poderá cair em dia útil, domingo ou feriado, neste caso a remuneração
é a de 50%. É o que tem preconizado a justiça.

Intervalo intrajornada de 30 minutos para repouso e alimentação para os trabalhadores


com jornada de 8 horas diárias de trabalho: Temos nesta cláusula o exercício do trabalho
contínuo por mais de seis horas, que assegura a concessão de um intervalo para repouso ou
refeição com duração mínima de uma hora, não podendo ser superior a duas horas, salvo
acordo escrito ou contrato coletivo de trabalho; e, nem inferior à uma hora, a não ser por ato
do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Observemos o disposto no artigo 71 da CLT:
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será,
no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em
contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um


intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.

§ 3º - O limite mínimo de 1 (uma) hora para repouso ou refeição poderá ser


reduzido por ato do Ministro do Trabalho quando, ouvida a Secretaria de
Segurança e Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende
integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios e quando
os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a
horas suplementares.

§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não


for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período
correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre
o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

Contribuição assistencial a ser paga por todos os trabalhadores da categoria, ainda que
não filiados ao sindicato, a ser descontado em folha pelo empregador e repassado ao
sindicato através de cheque administrativo até o dia 15 de cada mês:
Esta contribuição pecuniária voluntária feita pelo membro da categoria profissional
ou econômica ao sindicato, tem como objetivo o de custear a participação da entidade nas
negociações coletivas ou propiciar a prestação de assistência jurídica, médica, dentária, entre
outras. A mesma é estabelecida com fundamento no art. 513, alínea "e", da CLT. E também
tem como sua fonte, porém, uma norma coletiva, seja acordo ou convenção coletiva. Não é
compulsória, segundo a jurisprudência majoritária, trata-se de contribuição que obriga
somente aos filiados do sindicato. Que no caso deste acordo é ferido por cláusula que
determina o desconto inclusive dos não filiados ao sindicato. Depende, ainda, de prévia
autorização do empregado associado. De acordo também com o artigo 545 da CLT, os
empregadores devem efetuar o desconto referente à contribuição estatutária quando
notificados pelos respectivos sindicatos e os trabalhadores autorizarem o desconto. Que neste
caso não houve.

Garantia provisória de emprego somente aos membro titulares da CIPA (Comissão


Interna de Prevenção de Acidentes): Quanto a previsão de estabilidade provisória, ou seja,
aquela que tem duração determinada no tempo. Temos as seguintes previsões:
1. Os empregados eleitos para órgãos de administração das entidades sindicais
(sindicatos, federações e correspondentes suplentes, desde o registro da candidatura
até um ano após o final do mandato (art. 8º, VIII, da CF e o parágrafo 3º do art. 543 da
CLT), inclusive os que atuam na atividade rural (parágrafo único do art. 1º da Lei
5.889/73);
2. Os empregados eleitos por entidade sindical para representantes, e respectivo suplente
da categoria, grupo ou ramo profissional em tribunal do trabalho, conselho de
previdência social ou colegiado de outros órgãos públicos;

3. Os empregados eleitos diretores de cooperativas por ele criadas nas empresas em que
trabalham (Lei 5.764/71);

4. Os titulares e suplentes da representação dos trabalhadores no Conselho Nacional (da


Previdência Social, até um ano após o término do mandato (art. 3º, parágrafo 7º da Lei
8.213/91);

5. Os titulares e suplentes da representação dos trabalhadores no Conselho Curado do


FGTS, até um ano após o término do mandato (art. 3º, parágrafo 9º da Lei 8.036/90);

6. Os titulares e suplentes de representação da CIPA, até um ano após o término do


mandato (art. 10, II, a, do ADCT e 165 da CLT);

7. À empregada gestante, desde a confirmação da sua gravidez até cinco meses após o
parto (art. 10, II, "b" do ADCT);

8. Ao empregado que sofreu acidente do trabalho pelo prazo de doze meses, após a
cessação do auxílio-doença acidentária da Previdência Social, independentemente da
percepção de auxílio-acidente (art. 118 da Lei 8.213/91).

Nesta cláusula, diversas entidades foram excluídas da previsão de estabilidade


provisória.

Aos trabalhadores sujeitos a turnos ininterrupto de revezemento não é necessário a


observância no prazo de 11 horas de intervalo interjornada: Esta cláusula fere a regra
geral que diz que no mínimo de 11 horas de descanso – Artigo 66 da CLT.

IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO PROBLEMA PRINCIPAL

O objetivo prático da negociação coletiva é ter o principal instrumento de construção


dos direitos trabalhistas, definindo-se como amplo processo democrático de discussão entre as
categorias econômica e profissional. Com a previsão criteriosa da legislação, têm-se vários
critérios para se buscar a validação da mesma, sem os quais, poderá ser declarada nula pelo
poder judiciário. Tal estabelecimento, da norma coletiva, por meio da negociação, ocorre
seguindo a disciplina legal.
Apesar de se ter como principal interessado nos dissídios coletivos, o trabalhador,
podendo uma das partes suscitá-las perante os Tribunais do Trabalho, verifica-se nesse o
maior interessado na garantia dos direitos, mesmo considerando-se a crítica decorrente por
conta da interferencia na autonomia das negociações, o instituto da intervenção do Poder
Judiciário tem se mostrado mais eficaz na defesa do mesmo. No caso em questão, a
decorrente intervenção do Poder Judiciário, provocado pelo Ministério Público, tem no
trabalhador representado como o maior interessado nesta intervenção, considerando a
ausência de participação da categoria na negociação e o estabelecimento de cláusulas
contrárias aos preceitos mínimos de proteção aos direitos dos trabalhadores representados.
A negociação deveria iniciar-se com a publicação do Edital e a devida convocação dos
trabalhadores para a realização de assembléia com a ocorrência da previsão legal do artigo
612 da CLT (apesar da divergência doutrinária quanto à recepção dos artigos 612,613,614 e
615 da CLT, por interpretação de que interferem na autonomia sindical, somos adeptos da
recepção total por compatibilidade) reduzindo-se a termo para caso de, frustrada a
negociação, se deflagrar o dissídio coletivo. Nessa deveria se garantir a partir das deliberações
dos trabalhadores sobre as pretensões da categoria que são levadas para a mesa de negociação
para as devidas transações das partes. Assim, para a validação da negociação coletiva e da
norma coletiva, deve haver preenchidos os requisitos de ordem material e formal sem os quais
será possível anulá-las.

ALTERNATIVA DE SOLUÇÃO

Temos como ideal nas negociações, que ocorra diretamente entre os interessados,
respeitando-se o mínimo das normas de proteção do direito dos trabalhadores, sem a
interferência. Neste caso em particular o MP poderia servir de mediador.
Porém em detrimento da crítica de intervenção por parte de ente público, temos de
considerar a autonomia relativa das negociações quando as mesmas violam as liberdades
individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponiveis dos trabalhadores que são
limites constitucionais à negociação coletiva. Neste caso em particular a atuação do MP com
o devido ajuizamento visa reestabelecer a ordem jurídica, sem avançar sobre os espaços
democráticos do exercício do diálogo social. Um cenário que esperamos haver no futuro em
detrimento de um modelo artificial, rígido e corporativista que emperra o amplo processo de
desenvolvimento das negociações coletivas, já que vivenciamos um modelo de liberdade
sindical apenas relativa.
Como se busca nas negociações melhores condições de trabalho para a classe
trabalhadora verificamos que a questão da manutenção dos empregos ganha relevo a cada dia
Apesar destes entraves jurídicos, a verdade é que a participação cada vez maior dos corpos
sociais intermediários, apesar da crise econômica, vem empurrando os atores sociais, de
forma crescente, para o caminho da negociação, em busca de soluções criativas que amenizem
os graves problemas da recessão e do desemprego. Os atores sociais, atualmente, incluem
com freqüência cada vez maior nas pautas de negociação fórmulas de manutenção dos
empregos, em detrimento de reivindicações salariais.

Portanto, a decretação de nulidade do Acordo Coletivo celebrado entre o Sindicato dos


Trabalhos das Industrias Metalurgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do
Maranhão com a empresa Metalúrgica São Januário Ltda, seria a decisão correta, por conta do
seu estabelecimento sem as devidas publicações e/ou notificações para a convocação de
Assembléia coletiva para aprovação e também devido a ausência da participação da categoria
nas negociações. Observando, ainda, o estabelecimento de novas rodadas de negociações com
a empresa, onde, dessa vez, se cumprisse os requisitos exigíveis para a negociação e a
celebração de acordo coletivo, observando ainda, nas cláusulas acordadas, a devida proteção
mínima dos trabalhadores dessa categoria.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARDOSO, Luciana de Miguel. Da exigência de comum acordo para a instauração dos


dissídios coletivos frente ao princípio da inafastabilidade da jurisdição. Jus Navigandi,
Teresina, ano 12, n. 1348, 11 mar. 2007. Disponível em:
<http://jus.uol.com.br/revista/texto/9582>. Acesso em: 16 mar. 2011.

COIMBRA, Rodrigo. Estabilidade e garantia de emprego. Jus Navigandi, Teresina, ano 5,


n. 39, 1 fev. 2000. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/1197>. Acesso em: 15
mar. 2011.

MARTINS, Daniele Comins. As Negociações Coletivas de Trabalho e o “Comum Acordo”


para a Instauração. e-revista.unioeste.br, Cascavel - PR, vol 9, n. 16, 1° semestre. 2009.
Disponívelem:<e-revista.unioeste.br/index.php/csaemrevista/article/download/4596/3488>.
Acesso em: 15 mar. 2011.

LOPES, Otavio Brito. Limites Constitucionais à Negociação Coletiva. Planalto, Brasília,


vol 1, n. 09, 1 fev. 2000. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_09/neg_coletiva_Otavio.htm>. Acesso
em: 15 mar. 2011.

RUSSOMANO, Mozart Victor. Curso de Direito do Trabalho. 9ª ed. Curitiba: Juruá, 2006.

VÓLIA, Bomfim Cassar. Direito do Trabalho. 4ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2010.
UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DOM BOSCO

HERALDO MORAES GOUVEIA


RELATÓRIO PARCIAL

São Luis - MA
2011
HERALDO MORAES GOUVEIA

RELATÓRIO PARCIAL

Relatório parcial apresentado à disciplina


de Direito Coletivo do Trabalho,
ministrada pela professora. Márcia Cruz
Feitosa, aplicada ao Curso de Direito da
Unidade de Ensino Superior Dom Bosco.

São Luis
2011

Вам также может понравиться