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CASE
RELATÓRIO PARCIAL
PERSONAGENS:
No Brasil temos o exercício da cidadania ainda jovem, recente num país de marcada
tradição de governos autoritários refletindo nas relações políticas com ausência de seriedade
no trato dos interesses das questões coletivas. Vimos isso na desarticulação do Movimento
Sindical, a despeito da conquista, por parte de uma personalidade política (Luis Inácio Lula da
Silva), onde tal movimento serviu mais como um projeto de articulação de poder na esfera
executiva, se aliando a interesses do capital num projeto de poder paralelo e algumas vezes
antagonicos aos interesses políticos dos trabalhadores. Portanto, um fato marcante que ficou
significativo no movimento sindical foi o chamado peleguismo (pelegos ou amarelos) -
aqueles sindicatos de empregados onde os seus diretores fazem acordos contrários aos
interesses da categoria profissional representada, aliando-se aos empregadores, facilitando nas
negociações.
No caso desse Acordo Coletivo celebrado - apesar do ajuizamento de ação anulatória
por parte do MP junto ao TRT, que poderia ser considerado um rompimento do caráter de
autonomia normativa implementada pelos instrumentos negociais coletivos - vê-se o
necessário fenômeno do chamado ativismo judicial, por conta da provocação por parte do MP
para a intervenção do poder judiciário na busca de justiça, que se dá em decorrência da
fragilidade e da lisura das relações políticas. Este, uma vez provocado, acaba saindo da
condição de poder invisível e nulo, para implementar os objetivos do Estado e da Constituição
no que concerne à proteção aos direitos dos trabalhadores. Facilmente verificado, neste caso
em particular, num Acordo Coletivo celebrado, sem a devida convocação da Assembléia
Geral dos trabalhadores da categoria, sem os devidos avisos da Negociação Coletiva, com
diversas cláusulas contrárias aos preceitos mínimos de proteção aos direitos dos
trabalhadores.
DIREITOS TRABALHISTAS DEVIDOS E FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Adicional de hora extra de 40% nas 2 primeiras horas extras trabalhadas e de 75% a
partir da 3ª hora extra e nos trabalhos em dias de feriado: Poderá a jornada diária de
trabalho dos empregados ser acrescida de horas suplementares, em número não superior a
duas, no máximo. Na necessidade imperiosa, poderá ser prorrogada além do limite legalmente
permitido. A remuneração do serviço extraordinário, desde a promulgação da Constituição
Federal/1988, que deverá constar, obrigatoriamente, do acordo, convenção ou sentença
normativa, será, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) superior à da hora normal (Enunciado
nº 264, do TST). Com relação a remuneração do serviço extraordinário em dias de feriado a
compensação é de 100% sobre o valor da hora comum, porém se contratado em escala de
revezamento, seu turno poderá cair em dia útil, domingo ou feriado, neste caso a remuneração
é a de 50%. É o que tem preconizado a justiça.
Contribuição assistencial a ser paga por todos os trabalhadores da categoria, ainda que
não filiados ao sindicato, a ser descontado em folha pelo empregador e repassado ao
sindicato através de cheque administrativo até o dia 15 de cada mês:
Esta contribuição pecuniária voluntária feita pelo membro da categoria profissional
ou econômica ao sindicato, tem como objetivo o de custear a participação da entidade nas
negociações coletivas ou propiciar a prestação de assistência jurídica, médica, dentária, entre
outras. A mesma é estabelecida com fundamento no art. 513, alínea "e", da CLT. E também
tem como sua fonte, porém, uma norma coletiva, seja acordo ou convenção coletiva. Não é
compulsória, segundo a jurisprudência majoritária, trata-se de contribuição que obriga
somente aos filiados do sindicato. Que no caso deste acordo é ferido por cláusula que
determina o desconto inclusive dos não filiados ao sindicato. Depende, ainda, de prévia
autorização do empregado associado. De acordo também com o artigo 545 da CLT, os
empregadores devem efetuar o desconto referente à contribuição estatutária quando
notificados pelos respectivos sindicatos e os trabalhadores autorizarem o desconto. Que neste
caso não houve.
3. Os empregados eleitos diretores de cooperativas por ele criadas nas empresas em que
trabalham (Lei 5.764/71);
7. À empregada gestante, desde a confirmação da sua gravidez até cinco meses após o
parto (art. 10, II, "b" do ADCT);
8. Ao empregado que sofreu acidente do trabalho pelo prazo de doze meses, após a
cessação do auxílio-doença acidentária da Previdência Social, independentemente da
percepção de auxílio-acidente (art. 118 da Lei 8.213/91).
ALTERNATIVA DE SOLUÇÃO
Temos como ideal nas negociações, que ocorra diretamente entre os interessados,
respeitando-se o mínimo das normas de proteção do direito dos trabalhadores, sem a
interferência. Neste caso em particular o MP poderia servir de mediador.
Porém em detrimento da crítica de intervenção por parte de ente público, temos de
considerar a autonomia relativa das negociações quando as mesmas violam as liberdades
individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponiveis dos trabalhadores que são
limites constitucionais à negociação coletiva. Neste caso em particular a atuação do MP com
o devido ajuizamento visa reestabelecer a ordem jurídica, sem avançar sobre os espaços
democráticos do exercício do diálogo social. Um cenário que esperamos haver no futuro em
detrimento de um modelo artificial, rígido e corporativista que emperra o amplo processo de
desenvolvimento das negociações coletivas, já que vivenciamos um modelo de liberdade
sindical apenas relativa.
Como se busca nas negociações melhores condições de trabalho para a classe
trabalhadora verificamos que a questão da manutenção dos empregos ganha relevo a cada dia
Apesar destes entraves jurídicos, a verdade é que a participação cada vez maior dos corpos
sociais intermediários, apesar da crise econômica, vem empurrando os atores sociais, de
forma crescente, para o caminho da negociação, em busca de soluções criativas que amenizem
os graves problemas da recessão e do desemprego. Os atores sociais, atualmente, incluem
com freqüência cada vez maior nas pautas de negociação fórmulas de manutenção dos
empregos, em detrimento de reivindicações salariais.
RUSSOMANO, Mozart Victor. Curso de Direito do Trabalho. 9ª ed. Curitiba: Juruá, 2006.
VÓLIA, Bomfim Cassar. Direito do Trabalho. 4ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2010.
UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DOM BOSCO
São Luis - MA
2011
HERALDO MORAES GOUVEIA
RELATÓRIO PARCIAL
São Luis
2011