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EMPRESÁRIO FORÇADO
Para não ser pego de surpresa, pediu a conta e abriu um negócio
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG60344-6012-281,00-
COM+DIPLOMA+SEM+EMPREGO.html
* Renata Dias
Um estudo recentemente divulgado pela Secretaria do Desenvolvimento,
Trabalho e Solidariedade confirmou o que muitos especialistas vinham dizendo.
Diploma não garante emprego. De acordo com a pesquisa, um em cada quatro
brasileiros que se formaram no ensino superior de 1992 a 2002 não está empregado.
Para chegar a essa conclusão, o secretário municipal do Trabalho de São Paulo, Marcio
Pochmann, estudou, a partir da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do
IBGE, a situação dos 3,3 milhões de brasileiros que se formaram no ensino superior de
1992 a 2002. Desse total, 2,5 milhões estão empregados (74%), mas 123 mil (4%)
estavam procurando emprego em 2002, e 738 mil (22%) estavam fora do mercado de
trabalho (não tinham procurado emprego no período da pesquisa, mas não estavam
ocupados).
Outra tabulação feita no estudo mostra que uma parcela significativa dos
brasileiros com diploma trabalha em atividades abaixo de sua qualificação (8% dos
ocupados com nível superior). São pessoas que, apesar do diploma, acabaram
empregadas como açougueiros e empregadores na indústria alimentícia (19,1%);
droguistas, floristas, galinheiros, lenheiros, peixeiros e sorveteiros (17,8%); ou
atendentes (12,6%).
Por que o Brasil está enfrentando esta situação? O problema é ter um
diploma? Não, esta resposta não faz sentido. O mais sensato seria dizer que o
crescimento da economia nesse período não foi suficiente para gerar emprego para os
milhares de recém-formados que chegaram ao mercado. Paula Coutinho, consultora do
Grupo Catho, afirma que as empresas preferem manter o quadro funcional reduzido,
abrindo vagas para contratações somente quando necessário. “Esse comportamento
eleva o estoque de desocupados na faixa etária mais nova. Muitas vezes, o recém-
formado não possui a experiência desejada pelo mercado de trabalho, e sem experiência
vence somente quem tem excelentes argumentos de negociação”.
O que fazer então? Aguardar uma reforma governamental espetacular que
culmine na absorção de toda a mão-de-obra graduada? Levaria muito tempo e talvez
não trouxesse um resultado completamente satisfatório. Patrícia de Mônica, também
consultora do Grupo Catho, responde à questão: “o mercado de trabalho está cada vez
mais exigente em todos os aspectos e, por isso, quem realmente deseja ter um emprego,
deverá se preparar desde o início da faculdade. Além disso, deve conhecer outros
idiomas como o inglês e o espanhol e ter conhecimentos em informática. É
imprescindível participar de atividades como: Projetos de Pesquisas, Iniciação
Científica, Atividades de Monitorias, Estágios, Grupos de Estudos, Trabalhos
Voluntários, Participação em Empresa Júnior, Participação em Grêmio Estudantil ou
Centro Acadêmico. As experiências obtidas no exterior também contam pontos a favor
do candidato”. Ela também dá dicas aos que já têm o diploma: “para quem já concluiu a
graduação, é fundamental continuar desenvolvendo algum tipo de atividade para
manter-se atualizado e desta forma ter melhores condições de concorrer por uma
oportunidade no mercado de trabalho. Toda e qualquer atividade deverá ser encarada
como uma oportunidade de crescimento e amadurecimento profissional, principalmente
para quem está no início da carreira”, alerta.
É como encara o recém-formado Luiz Gustavo. Trabalhando há quase quatro
anos na área de formação – Publicidade & Propaganda – ele afirma que a melhor forma
de ser bem-sucedido profissionalmente é se reciclar constantemente e adquirir o
máximo de experiência possível durante a graduação. “A concorrência é contínua.
Desde a universidade, já existe a disputa por uma vaga de estágio. Acredito que esse
alto número de profissionais com ensino superior desempregados pode ser explicado,
em parte, pela falta de consciência dos estudantes em aproveitar o tempo da graduação
para adquirir experiência na área, fazendo um estágio por exemplo”.
Luciana Vinhas, graduada na mesma área de Luiz Gustavo, não fez estágio.
“Geralmente, não eram remunerados e como eu ajudava meu pai a pagar as
mensalidades da faculdade, não poderia encarar um estágio nessas condições”, explica.
Atualmente, ela trabalha como assistente administrativo na área de Patrimônio e
Engenharia, ou seja, fora da sua área de especialização. “Está muito difícil. Ninguém dá
oportunidade para formados sem experiência comprovada. O que acontece, na maioria
das vezes, é a tal da indicação”. Apesar de não utilizar os conhecimentos ensinados na
universidade, ela acredita que o diploma é um fator eliminatório na hora da entrevista de
emprego. “Ele não é garantia nenhuma de emprego, muito menos na área de formação.
Mas, sem ele, é praticamente impossível conseguir, hoje em dia, qualquer vaga”.
A consultora Paula Coutinho acredita que o mais adequado é unir as duas
qualificações: o diploma e a experiência. “Se você possui somente experiência
profissional poderá ser considerado como um profissional sem bagagem teórica e
contará com uma menor empregabilidade. É importante lembrar que o mercado de
trabalho não disponibiliza lugar para quem não se recicla. Procure entender com clareza
qual o conhecimento que você está precisando adquirir ou atualizar”. Por outro lado, a
experiência também é levada muito em consideração na hora da contratação. “Muitos
estudantes disponibilizam às empresas somente diplomas e acabam sendo conhecidos
como o Estudante Profissional, ou seja, um sujeito com anos de faculdade e vasta
formação acadêmica, mas que em matéria de experiência profissional deixa a desejar”.
Luzia Arcúrio, que trabalha em uma empresa de importação e exportação,
não concluiu o nível superior e sua carreira tem tido um bom desenvolvimento
profissional. “Em breve, irei assumir a gerência da organização. Mesmo já tendo
conquistado um espaço no mercado, vou voltar a estudar. No próximo ano, começarei o
curso de Administração de Empresas, pois é a área que trabalho atualmente”. Para ela, o
desemprego entre os graduados está grande por falta de conhecimentos gerais e por falta
de iniciativa. “Ter só o certificado de conclusão de curso, não é suficiente.
Embora o mercado exija tal formação, o crescimento de uma pessoa em uma
empresa não depende do diploma, e sim do conhecimento do todo da empresa em que
trabalha, de ter iniciativa e bom relacionamento. Esta é a minha experiência”, conta.
Patrícia de Mônica encoraja os que ainda não ingressaram na universidade: “por mais
que as estatísticas divulgadas pela pesquisa realizada não sejam tão favoráveis para
quem já concluiu um curso de graduação, sugiro aos estudantes que ainda não possuem
o nível superior que se esforcem ao máximo para cursá-lo, e se realmente não for
possível, é interessante pelo menos iniciar um curso técnico de preferência relacionado
à área que se pretende seguir na graduação. Afinal, estamos na era do conhecimento, e
quem o detém de alguma forma terá mais condições de ter sucesso profissional”.
http://www.catho.com.br/dicas/lista2.php?
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