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Economia na Ponta do Lápis

Celebração com prudência?

Rodolfo Manfredini (rodolfo.manfredini@gsmd.com.br), economista-chefe da


GS&MD – Gouvêa de Souza

Após o anúncio do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2010,


com a divulgação do mais alto índice desde 1986, percepções muito distintas vieram à
tona. Assim, uma análise mais fria dos dados e de suas implicações pode indicar
diferentes perspectivas. O que realmente os números do PIB de 2010 nos mostram e o
que podemos esperar para 2011?

Primeiramente, é importante relembrar os dados disponibilizados pelo Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 2010, em relação a
2009, o PIB variou 7,5%. Na ótica da produção, houve crescimento de 6,5% na
agropecuária, 10,1% na indústria e 5,4% nos serviços.

Dentre os componentes da ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu


7%, o consumo do governo cresceu 3,3% e a formação bruta de capital fixo aumentou
21,8%. Finalmente, as exportações e as importações de Bens e Serviços apresentaram
crescimento de 11,5% e 36,2%, respectivamente, em relação ao mesmo período de
2009.

Nesta nova etapa de crescimento da economia brasileira, os pilares estão


sustentados no aumento continuo do consumo das famílias (a 29ª variação positiva
seguida, representando 60,6% do PIB em 2010) e o incrível apetite da China pelas
nossas commodities (alta de 11,5% nas exportações). Na esteira deste cenário, a
indústria extrativa mineral, a construção civil e o comércio se destacaram (altas de
15,7%, 11,6% e 10,7%, respectivamente).

Neste último ano, o Brasil pode se orgulhar de apresentar números próximos a


China e Índia, que expandiram 10,3% e 8,6% em 2010, respectivamente, muito acima
da alta de 5% do crescimento da economia mundial.

Sem dúvida, a dinâmica dos mercados internos impulsiona a economia desses


três gigantes, em especial com o crescimento do consumo das familias e, por
consequência, do mercado varejista. Em 2010, o varejo chinês apresentou alta de
18,4%, enquanto a Índia cresceu cerca de 12,3% (dados estimados pela BMI India
Retail Report).

Em vista deste cenário, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central


(IBC-Br), que indica uma estimativa antecipada do PIB, apresentou elevação de 0,7%
em janeiro em relação ao mês anterior. Desta forma, nesse ritmo o PIB em 2011
atingiria cerca de 8%, bem acima dos 4,5% previstos pelo o governo e 4,1% previstos
pelo mercado (de acordo com o último Relatório Focus).

Assim, o aperto monetário previsto pelos agentes econômicos nas próximas


reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) é evidente e coerente. Fica evidente
tal perspectiva diante da última ata da Reunião do Copom, que aponta para a
continuidade das medidas macroprudenciais e sinaliza que os cortes do aperto
monetário e da dosagem de juros tendem a ser menores.

Entretanto, é consenso no mercado que os números para o PIB em 2011 serão


satisfatórios, porém crescer além da capacidade produtiva do país e do mercado de
trabalho poderia causar uma pressão inflacionária. Mais uma vez, vale lembrar que as
reformas de questões que são atribuição do Estado, como a estrutura tributária,
infraestrutura e educação, são pontos nevrálgicos para aumentar o PIB potencial do país.

Mesmo assim, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (de


outubro de 2010), o Brasil caminha a passos largos para se tornar a quinta economia
mundial, já que em 2015 estaríamos prestes a ultrapassar França e Reino Unido. Da
mesma forma, os países do BRIC avançam e mostram que a expansão da base da classe
média vai ser a tônica na economia mundial na próxima década. Quem sabe em 2016
celebramos a quinta posição com os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro?

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