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Do “Marketing da Fé”
à “Gestão Comunicativa Comunitária”:
uma reflexão sobre os recentes caminhos da Igreja
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Rogério VALLE e Ingrid SARTI, “Os riscos de comparações apressadas”, in ANTONIAZZI, Alberto. Nem
Anjos nem Demônios, interpretações sociológicas do pentecostalismo, Petrópolis, Vozes, 1994, p. 8.
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- Idem, Ibidem.
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- A título de exemplo, devem ser lembrados tanto a coleção de trabalhos produzidos pela UCBC – União
Cristã Brasileira de Comunicação Social, quanto a produção da Equipe de Reflexão do Setor de Comunicação
da CNBB. Sobre o tema, ver DELLA CAVA, Ralph e MONTEIRO, Paula. ...E o Verbo se fez Imagem,
Petrópolis, Vozes, 1991.
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- Dois centros de pós-graduação vêm se destacando pela produção no campo da comunicação religiosa: o
programa de pós-graduação da ECA/USP e o programa de pós-graduação em Comunicação Social da
Universidade Metodista de São Paulo. Os trabalhos mais recentes vêm da ECA/USP, com a tese de
doutoramento de Attilio Hartmann, sobre a imagem dos sacerdotes nas novelas da Globo, intitulada
“Religiosidade e Mídia Eletrônica – a mediação sócio-cultural religiosa e a produção de sentido na recepção
televisiva” (2000) e Dissertação de Mestrado de Élson Faxina, sobre a comunicação participativa e
democrática na Pastoral da Criança, com o título “Participação e Subjetividade em Movimentos Sociais – um
estudo de caso sobre as práticas culturais contemporâneas como espaço de construção e legitimação do ser
individual e ator social” (2001)
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- MARTINI, Carlo. O Evangelho na Comunicação, São Paulo, Paulus, 1994, p. 139-140.
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- BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Memórias do Sagrado, estudos de religião e ritual. São Paulo, Paulinas,
1985.
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- FERNANDES, Rubem César. Os Cavaleiros do Bom Jesus, uma introdução às religiões populares, São
Paulo, Brasiliense, 1982.
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- Ver, entre outros estudos, FADUL, Anamaria. “Meios de Comunicação de massa; um desafio para a
Igreja”, tese de livre-docência, ECA/USP,. 1986; SOARES, Ismar de Oliveira. “O Conteúdo e a Morfologia
dos Boletins Diocesanos Católicos”, dissertação de mestrado, ECA/USP, 1988; PUNTEL, Joana. “Família
Cristã e as classes subalternas”, dissertação de mestrado junto ao IMS, 1988; DIDONÉ, Iraci. “Cadernos das
CEBS: Espaço de participação?”, dissertação de mestrado, ECA/USP, 1989; GOMES, Pedro Gilberto O
Jornalismo Alternativo no Projeto Popular, São Paulo, Paulinas, 1990. VIEIRA, Maria da Cruz. “O
jornalismo e a questão indígena no Porantim”, tese de mestrado junto ao IMS, 1993. Em 1994, apresentamos,
no espaço da XVII Congresso Brasileiro de Pesquisadores da Comunicação, promovido pela INTERCOM, os
resultados de uma pesquisa realizada com o apoio do CNPq intitulada “A comunicação de resistência no
movimento popular ligado à Igreja Católica”, que contou com a participação dos pesquisadores Denise Cogo
e Francisco Sogari.
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- Em geral sacerdotes que não necessariamente freqüentam o topo da hierarquia, mas que sempre têm a seu
lado algum bispo a dar legitimidade a seus atos.
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encontram tão vazios como ameaçaram ficar nos meados dos anos 80. As
missas e celebrações contam sempre com um número razoável de fiéis, muitos
dos quais adolescentes e jovens oriundos dos movimentos católicos mais
intimistas. O fato, para muitos, garante legitimidade para a política do
“marketing da fé”. Vive-se um período de euforia que tem impedido uma
reflexão mais profunda sobre as razões do retorno dos fiéis aos templos, assim
como sobre a pertinência dos procedimentos adotados.
Como é de se esperar, alguma resistência a esta filosofia pode ser
notada, ainda que tímida. As vozes apresentam-se, contudo, isoladas e ainda
não foram suficientemente ouvidas de forma a colocar em cheque a nova
ordem comunicacional emergente24.
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- No campo da reflexão teórica, destacam-se o SEPAC – Serviço à Pastoral da Comunicação, das Edições
Paulinas, que a nosso juízo tem sabido manter-se fiel aos preceitos que justificaram sua fundação em 1982.
Através de seus cursos de especialização e dos trabalhos de pesquisa que promove, vem mantendo uma visão
crítica sobre as políticas de comunicação da Igreja na América Latina. Na mesma linha encontra-se a UCBC –
União Cristã Brasileira de Comunicação Social; No campo da produção, merecem referência as rádios
comunitárias católicas, hoje talvez mais de mil em funcionamento, bem como o conjunto das produtoras de
vídeo, lideradas pelo projeto Palavra Viva.
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- Destaque especial merece o Encontro sobre Igreja e NOMIC, promovido pela UCLAP – União Católica
Latino-americana de Imprensa, e outras instituições sob os auspícios da UNESCO, em 1982, em Embu, SP.
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- Segundo revela a Revista Época, os programas da Pastoral da Criança abrangem 3.351 municípios,
atendendo a 31.844 comunidades, sendo operadas por 130 mil líderes comunitários, sob a coordenação de 19
mil voluntários. Mensalmente são acompanhadas um total superior a um milhão de famílias com mais de um
milhão e meio de crianças menores de seis anos. Fazem parte do programa, além da assistência às crianças, o
acompanhamento de 74 mil gestantes, os projetos de geração de renda e de alfabetização de jovens e adultos
(Ana Cristina ROSA, “Missionária da Vida”, Época, ano III, N154, 30 de abril de 2001, p. 52-58).
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Por outro, na tradição de seu esforço por fazer-se presente nas bases da
sociedade, opera um projeto que privilegia a ação comunicativa de seus atores
leigos (sustentada no que denominados como “teoria cristã da comunicação”).
É o que se entende por uma gestão comunicativa das práticas comunitárias.
Para quem observa desde o exterior, cada um destes projetos
comunicativos reflete concepções de Igreja efetivamente diferentes,
amparadas em suportes teológicos distintos. Tais contradições não chegam,
contudo, a serem notadas pelos agentes envolvidos nos processos de
comunicação da instituição.
Na verdade, somente um exame detalhado dos projetos em vigor e de
seus procedimentos comunicativos poderia esclarecer a natureza de muitas
das ações da Igreja. Quem sabe a interpretação de Carlos Mesters para a
comunicação de Jesus possa trazer alguma luz ao debate.
Reconhecemos, finalmente, ser profundamente injusto julgar as
intenções das pessoas e simplificar a análise das atitudes que assumem. Aqui
analisamos a instituição e suas opções e não as pessoas e suas práticas. Nesse
sentido, permanecemos abertos a um diálogo com os que venham a se
interessar por tema tão controvertido.
Bibliografia
ANTONIAZZI, Alberto. Nem Anjos nem Demônios, interpretações sociológicas do
pentecostalismo, Petrópolis, Vozes, 1994
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Memórias do Sagrado, estudos de religião e ritual. São
Paulo, Paulinas, 1985.
DELLA CAVA, Ralph e MONTEIRO, Paula. ...E o Verbo se fez Imagem, Petrópolis,
Vozes, 1991.
FADUL, Anamaria. “Meios de Comunicação de massa; um desafio para a Igreja”, tese de
livre-docência, ECA/USP,. 1986;
FAXINA, Élson , “Participação e Subjetividade em Movimentos Sociais – um estudo de
caso sobre as práticas culturais contemporâneas como espaço de construção e
legitimação do ser individual e ator social”, São Paulo, Dissertação de Mestrado,
ECA/USP, 2001.
FERNANDES, Rubem César. Os Cavaleiros do Bom Jesus, uma introdução às religiões
populares, São Paulo, Brasiliense, 1982.
HARTMANN, Attílio, “Religiosidade e Mídia Eletrônica – a mediação sócio-cultural
religiosa e a produção de sentido na recepção televisiva”, São Paulo, Tese de
Doutoramento, ECA/USP, 2000.
LIBÂNIO, João Batista. A volta à grande disciplina. São Paulo, Loyola, 1983.
MARTINI, Carlo. O Evangelho na Comunicação, São Paulo, Paulus, 1994,
ORO, Ari Pedro, “Mobilidade religiosa dos católicos no Sul do Brasil”, in REB, 51, n. 202,
junho de 1991, p. 315).
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