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Constituição da
República Portuguesa
CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA PORTUGUESA
VI REVISÃO CONSTITUCIONAL [2004]
PREÂMBULO
Princípios fundamentais
Artigo 1.º
(República Portuguesa)
Artigo 2.º
(Estado de direito democrático)
A Repú blica P or t u gu esa é u m E st a do de dir eit o dem ocr á t ico, ba sea do n a
sober a n ia popu la r , n o plu r a lism o de expr essã o e or ga n iza çã o polít ica
dem ocr á t ica s, n o r espeit o e n a ga r a n t ia de efect iva çã o dos dir eit os e liber da des
fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização
da dem ocr a cia econ óm ica , socia l e cu lt u r a l e o a pr ofu n da m en t o da dem ocr a cia
participativa.
Artigo 3.º
(Soberania e legalidade)
1. A sober a n ia , u n a e in divisível, r eside n o povo, qu e a exer ce segu n do a s for m a s
previstas na Constituição.
Artigo 4.º
(Cidadania portuguesa)
Sã o cida dã os por t u gu eses t odos a qu eles qu e com o t a l seja m con sider a dos pela lei
ou por convenção internacional.
Artigo 5.º
(Território)
1. P or t u ga l a br a n ge o t er r it ór io h ist or ica m en t e defin ido n o con t in en t e eu r opeu e
os arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Artigo 6.º
(Estado unitário)
1. O E st a do é u n it á r io e r espeit a n a su a or ga n iza çã o e fu n cion a m en t o o r egim e
a u t on óm ico in su la r e os pr in cípios da su bsidia r ieda de, da a u t on om ia da s
autarquias locais e da descentralização democrática da administração pública.
CRP 4
Artigo 7.º
(Relações internacionais)
1. P or t u ga l r ege-se n a s r ela ções in t er n a cion a is pelos pr in cípios da in depen dên cia
n a cion a l, do r espeit o dos dir eit os do h om em , dos dir eit os dos povos, da igu a lda de
en t r e os E st a dos, da solu çã o pa cífica dos con flit os in t er n a cion a is, da n ã o
ingerência nos assuntos internos dos outros Estados e da cooperação com todos os
outros povos para a emancipação e o progresso da humanidade.
3. P or t u ga l r econ h ece o dir eit o dos povos à a u t odet er m in a çã o e in depen dên cia e
a o desen volvim en t o, bem com o o dir eit o à in su r r eiçã o con t r a t oda s a s for m a s de
opressão.
6. P or t u ga l pode, em con dições de r ecipr ocida de, com r espeit o pelos pr in cípios
fu n da m en t a is do E st a do de dir eit o dem ocr á t ico e pelo pr in cípio da
su bsidia r ieda de e t en do em vist a a r ea liza çã o da coesã o econ óm ica , socia l e
t er r it or ia l, de u m espa ço de liber da de, segu r a n ça e ju st iça e a defin içã o e
execução de uma política externa, de segurança e de defesa comuns, convencionar
o exercício, em comum, em cooperação ou pelas instituições da União, dos poderes
necessários à construção e aprofundamento da união europeia.
Artigo 8.º
(Direito internacional)
CRP 5
Artigo 9.º
(Tarefas fundamentais do Estado)
São tarefas fundamentais do Estado:
a ) Ga r a n t ir a in depen dên cia n a cion a l e cr ia r a s con dições polít ica s, econ óm ica s,
sociais e culturais que a promovam;
b) Ga r a n t ir os dir eit os e liber da des fu n da m en t a is e o r espeit o pelos pr in cípios do
Estado de direito democrático;
c) Defen der a dem ocr a cia polít ica , a ssegu r a r e in cen t iva r a pa r t icipa çã o
democrática dos cidadãos na resolução dos problemas nacionais;
d) Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os
por t u gu eses, bem com o a efect iva çã o dos dir eit os econ óm icos, socia is, cu lt u r a is e
ambientais, mediante a transformação e modernização das estruturas económicas
e sociais;
e) P r ot eger e va lor iza r o pa t r im ón io cu lt u r a l do povo por t u gu ês, defen der a
n a t u r eza e o a m bien t e, pr eser va r os r ecu r sos n a t u r a is e a ssegu r a r u m cor r ect o
ordenamento do território;
f) Assegu r a r o en sin o e a va lor iza çã o per m a n en t e, defen der o u so e pr om over a
difusão internacional da língua portuguesa;
g) P r om over o desen volvim en t o h a r m on ioso de t odo o t er r it ór io n a cion a l, t en do
em con t a , design a da m en t e, o ca r á ct er u lt r a per ifér ico dos a r qu ipéla gos dos Açor es
e da Madeira;
h) Promover a igualdade entre homens e mulheres.
Artigo 10.º
(Sufrágio universal e partidos políticos)
1. O povo exer ce o poder polít ico a t r a vés do su fr á gio u n iver sa l, igu a l, dir ect o,
secreto e periódico, do referendo e das demais formas previstas na Constituição.
CRP 6
Artigo 11.º
(Símbolos nacionais e língua oficial)
1. A Ba n deir a Na cion a l, sím bolo da sober a n ia da Repú blica , da in depen dên cia ,
u n ida de e in t egr ida de de P or t u ga l, é a a dopt a da pela Repú blica in st a u r a da pela
Revolução de 5 de Outubro de 1910.
PARTE I
Direitos e deveres fundamentais
TÍTULO I
Princípios gerais
Artigo 12.º
(Princípio da universalidade)
1. Todos os cida dã os goza m dos dir eit os e est ã o su jeit os a os dever es con sign a dos
na Constituição.
2. As pessoa s colect iva s goza m dos dir eit os e est ã o su jeit a s a os dever es
compatíveis com a sua natureza.
Artigo 13.º
(Princípio da igualdade)
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Nin gu ém pode ser pr ivilegia do, ben eficia do, pr eju dica do, pr iva do de qu a lqu er
dir eit o ou isen t o de qu a lqu er dever em r a zã o de a scen dên cia , sexo, r a ça , lín gu a ,
t er r it ór io de or igem , r eligiã o, con vicções polít ica s ou ideológica s, in st r u çã o,
situação económica, condição social ou orientação sexual.
Artigo 14.º
(Portugueses no estrangeiro)
Os cida dã os por t u gu eses qu e se en con t r em ou r esida m n o est r a n geir o goza m da
pr ot ecçã o do E st a do pa r a o exer cício dos dir eit os e est ã o su jeit os a os dever es qu e
não sejam incompatíveis com a ausência do país.
CRP 7
Artigo 15.º
(Estrangeiros, apátridas, cidadãos europeus)
1. Os est r a n geir os e os a pá t r ida s qu e se en con t r em ou r esida m em P or t u ga l
gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres do cidadão português.
2. E xcept u a m -se do dispost o n o n ú m er o a n t er ior os dir eit os polít icos, o exer cício
da s fu n ções pú blica s qu e n ã o t en h a m ca r á ct er pr edom in a n t em en t e t écn ico e os
dir eit os e dever es r eser va dos pela Con st it u içã o e pela lei exclu siva m en t e a os
cidadãos portugueses.
3. Aos cida dã os dos E st a dos de lín gu a por t u gu esa com r esidên cia per m a n en t e em
P or t u ga l sã o r econ h ecidos, n os t er m os da lei e em con dições de r ecipr ocida de,
dir eit os n ã o con fer idos a est r a n geir os, sa lvo o a cesso a os ca r gos de P r esiden t e da
Repú blica , P r esiden t e da Assem bleia da Repú blica , P r im eir o-Ministro,
P r esiden t es dos t r ibu n a is su pr em os e o ser viço n a s F or ça s Ar m a da s e n a ca r r eir a
diplomática.
5. A lei pode a in da a t r ibu ir , em con dições de r ecipr ocida de, a os cida dã os dos
Estados-m em br os da Un iã o E u r opeia r esiden t es em P or t u ga l o dir eit o de
elegerem e serem eleitos Deputados ao Parlamento Europeu.
Artigo 16.º
(Âmbito e sentido dos direitos fundamentais)
1. Os dir eit os fu n da m en t a is con sa gr a dos n a Con st it u içã o n ã o exclu em qu a isqu er
outros constantes das leis e das regras aplicáveis de direito internacional.
Artigo 17.º
(Regime dos direitos, liberdades e garantias)
O r egim e dos dir eit os, liber da des e ga r a n t ia s a plica -se a os en u n cia dos n o t ít u lo II
e aos direitos fundamentais de natureza análoga.
Artigo 18.º
CRP 8
(Força jurídica)
1. Os pr eceit os con st it u cion a is r espeit a n t es a os dir eit os, liber da des e ga r a n t ia s
são directamente aplicáveis e vinculam as entidades públicas e privadas.
2. A lei só pode r est r in gir os dir eit os, liber da des e ga r a n t ia s n os ca sos
expr essa m en t e pr evist os n a Con st it u içã o, deven do a s r est r ições lim it a r -se a o
n ecessá r io pa r a sa lva gu a r da r ou t r os dir eit os ou in t er esses con st it u cion a lm en t e
protegidos.
3. As leis r est r it iva s de dir eit os, liber da des e ga r a n t ia s t êm de r evest ir carácter
ger a l e a bst r a ct o e n ã o podem t er efeit o r et r oa ct ivo n em dim in u ir a ext en sã o e o
alcance do conteúdo essencial dos preceitos constitucionais.
Artigo 19.º
(Suspensão do exercício de direitos)
1. Os ór gã os de sober a n ia n ã o podem , con ju n t a ou sepa r a da m en t e, su spen der o
exer cício dos dir eit os, liber da des e ga r a n t ia s, sa lvo em ca so de est a do de sít io ou
de estado de emergência, declarados na forma prevista na Constituição.
2. O est a do de sít io ou o est a do de em er gên cia só podem ser decla r a dos, n o t odo
ou em pa r t e do t er r it ór io n a cion a l, n os ca sos de a gr essã o efect iva ou im in en t e por
for ça s est r a n geir a s, de gr a ve a m ea ça ou per t u r ba çã o da or dem con st it u cion a l
democrática ou de calamidade pública.
4. A opçã o pelo est a do de sít io ou pelo est a do de em er gên cia , bem com o a s
r espect iva s decla r a çã o e execu çã o, devem r espeit a r o pr in cípio da
proporcionalidade e limitar-se, nomeadamente quanto às suas extensão e duração
e a os m eios u t iliza dos, a o est r it a m en t e n ecessá r io a o pr on t o r est a belecim en t o da
normalidade constitucional.
Artigo 20.º
(Acesso ao direito e tutela jurisdicional efectiva)
1. A t odos é a ssegu r a do o a cesso a o dir eit o e a os t r ibu n a is pa r a defesa dos seu s
dir eit os e in t er esses lega lm en t e pr ot egidos, n ã o poden do a ju st iça ser den egada
por insuficiência de meios económicos.
4. Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão
em prazo razoável e mediante processo equitativo.
5. P a r a defesa dos dir eit os, liber da des e ga r a n t ia s pessoa is, a lei a ssegu r a a os
cida dã os pr ocedim en t os ju dicia is ca r a ct er iza dos pela celer ida de e pr ior ida de, de
m odo a obt er t u t ela efect iva e em t em po ú t il con t r a a m ea ça s ou viola ções desses
direitos.
Artigo 21.º
(Direito de resistência)
Todos t êm o dir eit o de r esist ir a qu a lqu er or dem qu e ofen da os seu s dir eit os,
liber da des e ga r a n t ia s e de r epelir pela for ça qu a lqu er a gr essã o, qu a n do n ã o seja
possível recorrer à autoridade pública.
Artigo 22.º
(Responsabilidade das entidades públicas)
O E st a do e a s dem a is en t ida des pú blica s sã o civilm en t e r espon sá veis, em for m a
solidá r ia com os t it u la r es dos seu s ór gã os, fu n cion á r ios ou a gen t es, por a cções ou
om issões pr a t ica da s n o exer cício da s su a s fu n ções e por ca u sa desse exer cício, de
que resulte violação dos direitos, liberdades e garantias ou prejuízo para outrem.
CRP 10
Artigo 23.º
(Provedor de Justiça)
1. Os cida dã os podem a pr esen t a r qu eixa s por a cções ou om issões dos poder es
pú blicos a o P r ovedor de J u st iça , qu e a s a pr ecia r á sem poder decisór io, dir igin do
a os ór gã os com pet en t es a s r ecom en da ções n ecessá r ia s pa r a pr even ir e r epa r a r
injustiças.
TÍTULO II
Direitos, liberdades e garantias
CAPÍTULO I
Direitos, liberdades e garantias pessoais
Artigo 24.º
(Direito à vida)
1. A vida humana é inviolável.
Artigo 25.º
(Direito à integridade pessoal)
1. A integridade moral e física das pessoas é inviolável.
Artigo 26.º
(Outros direitos pessoais)
1. A t odos sã o r econ h ecidos os dir eit os à iden t ida de pessoa l, a o desen volvim en t o
da per son a lida de, à ca pa cida de civil, à cida da n ia , a o bom n om e e r epu t a çã o, à
im a gem , à pa la vr a , à r eser va da in t im ida de da vida pr iva da e fa m ilia r e à
protecção legal contra quaisquer formas de discriminação.
CRP 11
Artigo 27.º
(Direito à liberdade e à segurança)
1. Todos têm direito à liberdade e à segurança.
c) P r isã o, det en çã o ou ou t r a m edida coa ct iva su jeit a a con t r olo ju dicia l, de pessoa
qu e t en h a pen et r a do ou per m a n eça ir r egu la r m en t e n o t er r it ór io n a cion a l ou
contra a qual esteja em curso processo de extradição ou de expulsão;
Artigo 28.º
(Prisão preventiva)
1. A det en çã o ser á su bm et ida , n o pr a zo m á xim o de qu a r en t a e oit o h or a s, a
a pr ecia çã o ju dicia l, pa r a r est it u içã o à liber da de ou im posiçã o de m edida de
coa cçã o a dequ a da , deven do o ju iz con h ecer da s ca u sa s qu e a det er m in a r a m e
comunicá-las ao detido, interrogá-lo e dar-lhe oportunidade de defesa.
Artigo 29.º
(Aplicação da lei criminal)
1. Nin gu ém pode ser sen t en cia do cr im in a lm en t e sen ã o em vir t u de de lei a n t er ior
qu e decla r e pu n ível a a cçã o ou a om issã o, n em sofr er m edida de segu r a n ça cu jos
pressupostos não estejam fixados em lei anterior.
5. Ninguém pode ser julgado mais do que uma vez pela prática do mesmo crime.
Artigo 30.º
(Limites das penas e das medidas de segurança)
1. Nã o pode h a ver pen a s n em m edida s de segu r a n ça pr iva t iva s ou r est r it iva s da
liberdade com carácter perpétuo ou de duração ilimitada ou indefinida.
4. Nen h u m a pen a en volve com o efeit o n ecessá r io a per da de qu a isqu er dir eit os
civis, profissionais ou políticos.
Artigo 31.º
(Habeas corpus)
1. H a ver á h a bea s cor pu s con t r a o a bu so de poder , por vir t u de de pr isã o ou
detenção ilegal, a requerer perante o tribunal competente.
2. A pr ovidên cia de h a bea s cor pu s pode ser r equ er ida pelo pr ópr io ou por
qualquer cidadão no gozo dos seus direitos políticos.
Artigo 32.º
(Garantias de processo criminal)
1. O processo criminal assegura todas as garantias de defesa, incluindo o recurso.
3. O a r gu ido t em dir eit o a escolh er defen sor e a ser por ele a ssist ido em t odos os
a ct os do pr ocesso, especifica n do a lei os ca sos e a s fa ses em qu e a a ssist ên cia por
advogado é obrigatória.
6. A lei defin e os ca sos em qu e, a ssegu r a dos os dir eit os de defesa , pode ser
dispen sa da a pr esen ça do a r gu ido ou a cu sa do em a ct os pr ocessu a is, in clu in do a
audiência de julgamento.
9. Nen h u m a ca u sa pode ser su bt r a ída a o t r ibu n a l cu ja com pet ên cia est eja fixa da
em lei anterior.
10. Nos pr ocessos de con t r a -or den a çã o, bem com o em qu a isqu er pr ocessos
sancionatórios, são assegurados ao arguido os direitos de audiência e defesa.
Artigo 33.º
(Expulsão, extradição e direito de asilo)
1. Não é admitida a expulsão de cidadãos portugueses do território nacional.
8. É ga r a n t ido o dir eit o de a silo a os est r a n geir os e a os a pá t r ida s per segu idos ou
gr a vem en t e a m ea ça dos de per segu içã o, em con sequ ên cia da su a a ct ivida de em
fa vor da dem ocr a cia , da liber t a çã o socia l e n a cion a l, da pa z en t r e os povos, da
liberdade e dos direitos da pessoa humana.
Artigo 34.º
(Inviolabilidade do domicílio e da correspondência)
1. O dom icílio e o sigilo da cor r espon dên cia e dos ou t r os m eios de com u n ica çã o
privada são invioláveis.
4. É pr oibida t oda a in ger ên cia da s a u t or ida des pú blica s n a cor r espon dên cia , n a s
t elecom u n ica ções e n os dem a is m eios de com u n ica çã o, sa lvos os ca sos pr evist os
na lei em matéria de processo criminal.
Artigo 35.º
(Utilização da informática)
1. Todos os cida dã os t êm o dir eit o de a cesso a os da dos in for m a t iza dos qu e lhes
diga m r espeit o, poden do exigir a su a r ect ifica çã o e a ct u a liza çã o, e o dir eit o de
conhecer a finalidade a que se destinam, nos termos da lei.
CRP 16
2. A lei defin e o con ceit o de da dos pessoa is, bem com o a s con dições a plicá veis a o
seu t r a t a m en t o a u t om a t iza do, con exã o, t r a n sm issã o e u t iliza çã o, e ga r a n t e a su a
protecção, designadamente através de entidade administrativa independente.
Artigo 36.º
(Família, casamento e filiação)
1. Todos t êm o dir eit o de con st it u ir fa m ília e de con t r a ir ca sa m en t o em con dições
de plena igualdade.
3. Os côn ju ges t êm igu a is dir eit os e dever es qu a n t o à ca pa cida de civil e polít ica e
à manutenção e educação dos filhos.
4. Os filhos nascidos fora do casamento não podem, por esse motivo, ser objecto de
qu a lqu er discr im in a çã o e a lei ou a s r epa r t ições oficia is n ã o podem u sa r
designações discriminatórias relativas à filiação.
Artigo 37.º
(Liberdade de expressão e informação)
1. Todos t êm o dir eit o de expr im ir e divu lga r livr em en t e o seu pen sa m en t o pela
pa la vr a , pela im a gem ou por qu a lqu er ou t r o m eio, bem com o o dir eit o de
in for m a r , de se in for m a r e de ser in for m a dos, sem im pedim en t os n em
discriminações.
2. O exer cício dest es dir eit os n ã o pode ser im pedido ou lim it a do por qu a lqu er t ipo
ou forma de censura.
3. As in fr a cções com et ida s n o exer cício dest es dir eit os fica m su bm et ida s a os
prin cípios ger a is de dir eit o cr im in a l ou do ilícit o de m er a or den a çã o socia l, sen do
a su a a pr ecia çã o r espect iva m en t e da com pet ên cia dos t r ibu n a is ju dicia is ou de
entidade administrativa independente, nos termos da lei.
Artigo 38.º
(Liberdade de imprensa e meios de comunicação social)
1. É garantida a liberdade de imprensa.
a ) A liber da de de expr essã o e cr ia çã o dos jor n a list a s e cola bor a dor es, bem com o a
in t er ven çã o dos pr im eir os n a or ien t a çã o edit or ia l dos r espect ivos ór gã os de
comunicação social, salvo quando tiverem natureza doutrinária ou confessional;
3. A lei a ssegu r a , com ca r á ct er gen ér ico, a divu lga çã o da t it u la r ida de e dos m eios
de financiamento dos órgãos de comunicação social.
Artigo 39.º
(Regulação da comunicação social)
1. Ca be a u m a en t ida de a dm in ist r a t iva in depen den t e a ssegu r a r n os m eios de
comunicação social:
Artigo 40.º
(Direitos de antena, de resposta e de réplica política)
1. Os pa r t idos polít icos e a s or ga n iza ções sin dica is, pr ofission a is e
r epr esen t a t iva s da s a ct ivida des econ óm ica s, bem com o ou t r a s or ga n iza ções
socia is de â m bit o n a cion a l, t êm dir eit o, de a cor do com a su a r elevâ n cia e
CRP 19
r epr esen t a t ivida de e segu n do cr it ér ios object ivos a defin ir por lei, a t em pos de
antena no serviço público de rádio e de televisão.
2. Os pa r t idos polít icos r epr esen t a dos n a Assem bleia da Repú blica , e qu e n ã o
fa ça m pa r t e do Gover n o, t êm dir eit o, n os t er m os da lei, a t em pos de a n t en a n o
ser viço pú blico de r á dio e t elevisã o, a r a t ea r de a cor do com a su a
r epr esen t a t ivida de, bem com o o dir eit o de r espost a ou de r éplica polít ica à s
decla r a ções polít ica s do Gover n o, de du r a çã o e r elevo igu a is a os dos t em pos de
a n t en a e da s decla r a ções do Gover n o, de igu a is dir eit os goza n do, n o â m bit o da
r espect iva r egiã o, os pa r t idos r epr esen t a dos n a s Assem bleia s Legisla t iva s da s
regiões autónomas.
Artigo 41.º
(Liberdade de consciência, de religião e de culto)
1. A liberdade de consciência, de religião e de culto é inviolável.
2. Nin gu ém pode ser per segu ido, pr iva do de dir eit os ou isen t o de obr iga ções ou
deveres cívicos por causa das suas convicções ou prática religiosa.
Artigo 42.º
(Liberdade de criação cultural)
1. É livre a criação intelectual, artística e científica.
2. E st a liber da de com pr een de o dir eit o à in ven çã o, pr odu çã o e divu lga çã o da obra
científica, literária ou artística, incluindo a protecção legal dos direitos de autor.
CRP 20
Artigo 43.º
(Liberdade de aprender e ensinar)
1. É garantida a liberdade de aprender e ensinar.
Artigo 44.º
(Direito de deslocação e de emigração)
1. A todos os cidadãos é garantido o direito de se deslocarem e fixarem livremente
em qualquer parte do território nacional.
Artigo 45.º
(Direito de reunião e de manifestação)
1. Os cida dã os t êm o dir eit o de se r eu n ir , pa cifica m en t e e sem a r m a s, m esm o em
lugares abertos ao público, sem necessidade de qualquer autorização.
Artigo 46.º
(Liberdade de associação)
1. Os cida dã os t êm o dir eit o de, livr em en t e e sem depen dên cia de qu a lqu er
autorização, constituir associações, desde que estas não se destinem a promover a
violência e os respectivos fins não sejam contrários à lei penal.
3. Nin gu ém pode ser obr iga do a fa zer pa r t e de u m a a ssocia çã o n em coa gido por
qualquer meio a permanecer nela.
Artigo 47.º
(Liberdade de escolha de profissão e acesso à função pública)
1. Todos t êm o dir eit o de escolh er livr em en t e a pr ofissã o ou o gén er o de t r a ba lh o,
sa lva s a s r est r ições lega is im post a s pelo in t er esse colect ivo ou in er en t es à su a
própria capacidade.
CAPÍTULO II
Direitos, liberdades e garantias de participação política
Artigo 48.º
(Participação na vida pública)
1. Todos os cida dã os t êm o dir eit o de t om a r pa r t e n a vida polít ica e n a dir ecçã o
dos a ssu n t os pú blicos do pa ís, dir ect a m en t e ou por in t er m édio de r epr esen t a n t es
livremente eleitos.
2. Todos os cida dã os t êm o dir eit o de ser escla r ecidos object iva m en t e sobr e a ct os
do E st a do e dem a is en t ida des pú blica s e de ser in for m a dos pelo Gover n o e ou t r a s
autoridades acerca da gestão dos assuntos públicos.
Artigo 49.º
(Direito de sufrágio)
1. Têm dir eit o de su fr á gio t odos os cida dã os m a ior es de dezoit o a n os, r essa lva da s
as incapacidades previstas na lei geral.
Artigo 50.º
(Direito de acesso a cargos públicos)
1. Todos os cida dã os t êm o dir eit o de a cesso, em con dições de igu a lda de e
liberdade, aos cargos públicos.
3. No a cesso a ca r gos elect ivos a lei só pode est a belecer a s in elegibilida des
n ecessá r ia s pa r a ga r a n t ir a liber da de de escolh a dos eleit or es e a isen çã o e
independência do exercício dos respectivos cargos.
CRP 22
Artigo 51.º
(Associações e partidos políticos)
1. A liber da de de a ssocia çã o com pr een de o dir eit o de con st it u ir ou pa r t icipa r em
a ssocia ções e pa r t idos polít icos e de a t r a vés deles con cor r er dem ocr a t ica m en t e
para a formação da vontade popular e a organização do poder político.
5. Os pa r t idos polít icos devem r eger -se pelos pr in cípios da t r a n spa r ên cia , da
or ga n iza çã o e da gest ã o dem ocr á t ica s e da pa r t icipa çã o de t odos os seu s
membros.
6. A lei est a belece a s r egr a s de fin a n cia m en t o dos pa r t idos polít icos,
n om ea da m en t e qu a n t o a os r equ isit os e lim it es do fin a n cia m en t o pú blico, bem
como às exigências de publicidade do seu património e das suas contas.
Artigo 52.º
(Direito de petição e direito de acção popular)
1. Todos os cida dã os t êm o dir eit o de a pr esen t a r , in dividu a l ou colect iva m en t e,
a os ór gã os de sober a n ia , a os ór gã os de gover n o pr ópr io da s r egiões a u t ón om a s ou
a qu a isqu er a u t or ida des pet ições, r epr esen t a ções, r ecla m a ções ou qu eixa s pa r a
defesa dos seu s dir eit os, da Con st it u içã o, da s leis ou do in t er esse ger a l e, bem
a ssim , o dir eit o de ser em in for m a dos, em pr a zo r a zoá vel, sobr e o r esu lt a do da
respectiva apreciação.
3. É con fer ido a t odos, pessoa lm en t e ou a t r a vés de a ssocia ções de defesa dos
in t er esses em ca u sa , o dir eit o de a cçã o popu la r n os ca sos e t er m os pr evist os n a
lei, in clu in do o dir eit o de r equ er er pa r a o lesa do ou lesa dos a cor r espon den t e
indemnização, nomeadamente para:
CRP 23
CAPÍTULO III
Direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores
Artigo 53.º
(Segurança no emprego)
É ga r a n t ida a os t r a ba lh a dor es a segu r a n ça n o em pr ego, sen do pr oibidos os
despedimentos sem justa causa ou por motivos políticos ou ideológicos.
Artigo 54.º
(Comissões de trabalhadores)
1. É dir eit o dos t r a ba lh a dor es cr ia r em com issões de t r a ba lh a dor es pa r a defesa
dos seus interesses e intervenção democrática na vida da empresa.
Artigo 55.º
(Liberdade sindical)
1. É r econ h ecida a os t r a ba lh a dor es a liber da de sin dica l, con diçã o e ga r a n t ia da
construção da sua unidade para defesa dos seus direitos e interesses.
2. No exer cício da liber da de sin dica l é ga r a n t ido a os t r a ba lh a dor es, sem qu a lqu er
discriminação, designadamente:
3. As a ssocia ções sin dica is devem r eger -se pelos pr in cípios da or ga n iza çã o e da
gest ã o dem ocr á t ica s, ba sea dos n a eleiçã o per iódica e por escr u t ín io secr et o dos
ór gã os dir igen t es, sem su jeiçã o a qu a lqu er a u t or iza çã o ou h om ologa çã o, e
a ssen t es n a pa r t icipa çã o a ct iva dos t r a ba lh a dor es em t odos os a spect os da
actividade sindical.
4. As a ssocia ções sin dica is sã o in depen den t es do pa t r on a t o, do E st a do, da s
con fissões r eligiosa s, dos pa r t idos e ou t r a s a ssocia ções polít ica s, deven do a lei
estabelecer as garantias adequadas dessa independência, fundamento da unidade
das classes trabalhadoras.
5. As a ssocia ções sin dica is t êm o dir eit o de est a belecer r ela ções ou filia r -se em
organizações sindicais internacionais.
Artigo 56.º
(Direitos das associações sindicais e contratação colectiva)
1. Com pet e à s a ssocia ções sin dica is defen der e pr om over a defesa dos dir eit os e
interesses dos trabalhadores que representem.
CRP 25
3. Com pet e à s a ssocia ções sin dica is exer cer o dir eit o de con t r a t a çã o colect iva , o
qual é garantido nos termos da lei.
4. A lei est a belece a s r egr a s r espeit a n t es à legit im ida de pa r a a celebr a çã o da s
convenções colectivas de trabalho, bem como à eficácia das respectivas normas.
Artigo 57.º
(Direito à greve e proibição do lock-out)
1. É garantido o direito à greve.
3. A lei defin e a s con dições de pr est a çã o, du r a n t e a gr eve, de ser viços n ecessá r ios
à segu r a n ça e m a n u t en çã o de equ ipa m en t os e in st a la ções, bem com o de ser viços
m ín im os in dispen sá veis pa r a ocor r er à sa t isfa çã o de n ecessida des socia is
impreteríveis.
4. É proibido o lock-out.
TÍTULO III
Direitos e deveres económicos, sociais e culturais
CAPÍTULO I
Direitos e deveres económicos
Artigo 58.º
(Direito ao trabalho)
1. Todos têm direito ao trabalho.
Artigo 59.º
(Direitos dos trabalhadores)
1. Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território
de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, têm direito:
Artigo 60.º
(Direitos dos consumidores)
1. Os con su m idor es t êm dir eit o à qu a lida de dos ben s e ser viços con su m idos, à
for m a çã o e à in for m a çã o, à pr ot ecçã o da sa ú de, da segu r a n ça e dos seu s
interesses económicos, bem como à reparação de danos.
Artigo 61.º
(Iniciativa privada, cooperativa e autogestionária)
1. A iniciativa económica privada exerce-se livremente nos quadros definidos pela
Constituição e pela lei e tendo em conta o interesse geral.
2. A t odos é r econ h ecido o dir eit o à livr e con st it u içã o de cooper a t iva s, desde qu e
observados os princípios cooperativos.
4. A lei est a belece a s especificida des or ga n iza t iva s da s cooper a t iva s com
participação pública.
Artigo 62.º
(Direito de propriedade privada)
1. A t odos é ga r a n t ido o dir eit o à pr opr ieda de pr iva da e à su a t r a n sm issã o em
vida ou por morte, nos termos da Constituição.
CRP 28
2. A r equ isiçã o e a expr opr ia çã o por u t ilida de pú blica só podem ser efect u a da s
com base na lei e mediante o pagamento de justa indemnização.
CAPÍTULO II
Direitos e deveres sociais
Artigo 63.º
(Segurança social e solidariedade)
1. Todos têm direito à segurança social.
Artigo 64.º
(Saúde)
1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
Artigo 65.º
(Habitação e urbanismo)
1. Todos t êm dir eit o, pa r a si e pa r a a su a fa m ília , a u m a h a bit a çã o de dim en sã o
adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal
e a privacidade familiar.
d) In cen t iva r e a poia r a s in icia t iva s da s com u n ida des loca is e da s popu la ções,
t en den t es a r esolver os r espect ivos pr oblem a s h a bit a cion a is e a fom en t a r a
criação de cooperativas de habitação e a autoconstrução.
Artigo 66.º
(Ambiente e qualidade de vida)
1. Todos t êm dir eit o a u m a m bien t e de vida h u m a n o, sa dio e ecologica m en t e
equilibrado e o dever de o defender.
a ) P r even ir e con t r ola r a polu içã o e os seu s efeit os e a s for m a s pr eju dicia is de
erosão;
b) Or den a r e pr om over o or den a m en t o do t er r it ór io, t en do em vist a u m a cor r ect a
loca liza çã o da s a ct ivida des, u m equ ilibr a do desen volvim en t o sócio-econ óm ico e a
valorização da paisagem;
Artigo 67.º
(Família)
1. A família, como elemento fundamental da sociedade, tem direito à protecção da
socieda de e do E st a do e à efect iva çã o de t oda s a s con dições qu e per m it a m a
realização pessoal dos seus membros.
h ) P r om over , a t r a vés da con cer t a çã o da s vá r ia s polít ica s sect or ia is, a con cilia çã o
da actividade profissional com a vida familiar.
Artigo 68.º
(Paternidade e maternidade)
1. Os pa is e a s m ã es t êm dir eit o à pr ot ecçã o da socieda de e do E st a do n a
r ea liza çã o da su a in su bst it u ível a cçã o em r ela çã o a os filh os, n om ea da m en t e
qu a n t o à su a edu ca çã o, com ga r a n t ia de r ea liza çã o pr ofission a l e de pa r t icipa çã o
na vida cívica do país.
Artigo 69.º
(Infância)
1. As cr ia n ça s t êm dir eit o à pr ot ecçã o da socieda de e do E st a do, com vist a a o seu
desen volvim en t o in t egr a l, especia lm en t e con t r a t oda s a s for m a s de a ba n don o, de
discr im in a çã o e de opr essã o e con t r a o exer cício a bu sivo da a u t or ida de n a fa m ília
e nas demais instituições.
Artigo 70.º
(Juventude)
1. Os joven s goza m de pr ot ecçã o especia l pa r a efect iva çã o dos seu s dir eit os
económicos, sociais e culturais, nomeadamente:
c) No acesso à habitação;
Artigo 71.º
(Cidadãos portadores de deficiência)
1. Os cida dã os por t a dor es de deficiên cia física ou m en t a l goza m plen a m en t e dos
direitos e estão sujeitos aos deveres consignados na Constituição, com ressalva do
exercício ou do cumprimento daqueles para os quais se encontrem incapacitados.
Artigo 72.º
(Terceira idade)
1. As pessoa s idosa s t êm dir eit o à segu r a n ça econ óm ica e a con dições de
h a bit a çã o e con vívio fa m ilia r e com u n it á r io qu e r espeit em a su a a u t on om ia
pessoal e evitem e superem o isolamento ou a marginalização social.
CAPÍTULO III
Direitos e deveres culturais
Artigo 73.º
(Educação, cultura e ciência)
1. Todos têm direito à educação e à cultura.
Artigo 74.º
(Ensino)
1. Todos t êm dir eit o a o en sin o com ga r a n t ia do dir eit o à igu a lda de de
oportunidades de acesso e êxito escolar.
f) In ser ir a s escola s n a s com u n ida des qu e ser vem e est a belecer a in t er liga çã o do
ensino e das actividades económicas, sociais e culturais;
g) P r om over e a poia r o a cesso dos cida dã os por t a dor es de deficiên cia a o en sin o e
apoiar o ensino especial, quando necessário;
j) Assegu r a r a os filh os dos im igr a n t es a poio a dequ a do pa r a efect iva çã o do dir eit o
ao ensino.
Artigo 75.º
CRP 35
Artigo 76.º
(Universidade e acesso ao ensino superior)
1. O r egim e de a cesso à Un iver sida de e à s dem a is in st it u ições do en sin o su per ior
ga r a n t e a igu a lda de de opor t u n ida des e a dem ocr a t iza çã o do sist em a de en sin o,
deven do t er em con t a a s n ecessida des em qu a dr os qu a lifica dos e a eleva çã o do
nível educativo, cultural e científico do país.
Artigo 77.º
(Participação democrática no ensino)
1. Os pr ofessor es e a lu n os t êm o dir eit o de pa r t icipa r n a gest ã o dem ocr á t ica da s
escolas, nos termos da lei.
Artigo 78.º
(Fruição e criação cultural)
1. Todos t êm dir eit o à fr u içã o e cr ia çã o cu lt u r a l, bem com o o dever de pr eser va r ,
defender e valorizar o património cultural.
Artigo 79.º
(Cultura física e desporto)
1. Todos têm direito à cultura física e ao desporto.
PARTE II
Organização económica
TÍTULO I
Princípios gerais
Artigo 80.º
(Princípios fundamentais)
A organização económico-social assenta nos seguintes princípios:
Artigo 81.º
(Incumbências prioritárias do Estado)
Incumbe prioritariamente ao Estado no âmbito económico e social:
e) P r om over a cor r ecçã o da s desigu a lda des der iva da s da in su la r ida de da s r egiões
autónomas e incentivar a sua progressiva integração em espaços económicos mais
vastos, no âmbito nacional ou internacional;
g) Desen volver a s r ela ções econ óm ica s com t odos os povos, sa lva gu a r da n do
sempre a in depen dên cia n a cion a l e os in t er esses dos por t u gu eses e da econ om ia
do país;
m ) Adopt a r u m a polít ica n a cion a l de en er gia , com pr eser va çã o dos r ecu r sos
n a t u r a is e do equ ilíbr io ecológico, pr om oven do, n est e dom ín io, a cooper a çã o
internacional;
Artigo 82.º
(Sectores de propriedade dos meios de produção)
1. É ga r a n t ida a coexist ên cia de t r ês sect or es de pr opr ieda de dos m eios de
produção.
a ) Os m eios de pr odu çã o possu ídos e ger idos por cooper a t iva s, em obediên cia a os
princípios cooperativos, sem prejuízo das especificidades estabelecidas na lei para
as cooperativas com participação pública, justificadas pela sua especial natureza;
b) Os m eios de pr odu çã o com u n it á r ios, possu ídos e ger idos por com u n ida des
locais;
d) Os m eios de pr odu çã o possu ídos e ger idos por pessoa s colect iva s, sem ca r á ct er
lu cr a t ivo, qu e t en h a m com o pr in cipa l object ivo a solida r ieda de socia l,
designadamente entidades de natureza mutualista.
Artigo 83.º
(Requisitos de apropriação pública)
A lei det er m in a os m eios e a s for m a s de in t er ven çã o e de a pr opr ia çã o pú blica dos
m eios de pr odu çã o, bem com o os cr it ér ios de fixa çã o da cor r espondente
indemnização.
Artigo 84.º
(Domínio público)
1. Pertencem ao domínio público:
d) As estradas;
Artigo 85.º
(Cooperativas e experiências de autogestão)
1. O Estado estimula e apoia a criação e a actividade de cooperativas.
2. A lei defin ir á os ben efícios fisca is e fin a n ceir os da s cooper a t iva s, bem com o
condições mais favoráveis à obtenção de crédito e auxílio técnico.
Artigo 86.º
(Empresas privadas)
1. O E st a do in cen t iva a a ct ivida de em pr esa r ia l, em pa r t icu la r da s pequ en a s e
médias empresas, e fiscaliza o cumprimento das respectivas obrigações legais, em
especia l por pa r t e da s em pr esa s qu e pr ossiga m a ct ivida des de in t er esse
económico geral.
Artigo 87.º
(Actividade económica e investimentos estrangeiros)
A lei disciplin a r á a a ct ivida de econ óm ica e os in vest im en t os por pa r t e de pessoa s
sin gu la r es ou colect iva s est r a n geir a s, a fim de ga r a n t ir a su a con t r ibu içã o pa r a o
desen volvim en t o do pa ís e defen der a in depen dên cia n a cion a l e os in t er esses dos
trabalhadores.
CRP 40
Artigo 88.º
(Meios de produção em abandono)
1. Os m eios de pr odu çã o em a ba n don o podem ser expr opr ia dos em con dições a
fixa r pela lei, qu e t er á em devida con t a a sit u a çã o específica da pr opr ieda de dos
trabalhadores emigrantes.
Artigo 89.º
(Participação dos trabalhadores na gestão)
Na s u n ida des de pr odu çã o do sect or pú blico é a ssegu r a da u m a pa r t icipa çã o
efectiva dos trabalhadores na respectiva gestão.
TÍTULO II
Planos
Artigo 90.º
(Objectivos dos planos)
Os pla n os de desen volvim en t o econ óm ico e socia l t êm por object ivo pr om over o
cr escim en t o econ óm ico, o desen volvim en t o h a r m on ioso e in t egr a do de sect or es e
r egiões, a ju st a r epa r t içã o in dividu a l e r egion a l do pr odu t o n a cion a l, a
coor den a çã o da polít ica econ óm ica com a s polít ica s socia l, edu ca t iva e cu lt u r a l, a
defesa do m u n do r u r a l, a pr eser va çã o do equ ilíbr io ecológico, a defesa do
ambiente e a qualidade de vida do povo português.
Artigo 91.º
(Elaboração e execução dos planos)
1. Os pla n os n a cion a is sã o ela bor a dos de h a r m on ia com a s r espect iva s leis da s
grandes opções, podendo integrar programas específicos de âmbito territorial e de
natureza sectorial.
Artigo 92.º
(Conselho Económico e Social)
CRP 41
TÍTULO III
Políticas agrícola, comercial e industrial
Artigo 93.º
(Objectivos da política agrícola)
1. São objectivos da política agrícola:
Artigo 94.º
(Eliminação dos latifúndios)
CRP 42
Artigo 95.º
(Redimensionamento do minifúndio)
Sem pr eju ízo do dir eit o de pr opr ieda de, o E st a do pr om over á , n os t er m os da lei, o
r edim en sion a m en t o da s u n ida des de explor a çã o a gr ícola com dim en sã o in fer ior à
a dequ a da do pon t o de vist a dos object ivos da polít ica a gr ícola , n om ea da m en t e
a t r a vés de in cen t ivos ju r ídicos, fisca is e cr edit ícios à su a in t egr a çã o est r u t u r a l ou
m er a m en t e econ óm ica , design a da m en t e cooper a t iva , ou por r ecu r so a m edida s de
emparcelamento.
Artigo 96.º
(Formas de exploração de terra alheia)
1. Os r egim es de a r r en da m en t o e de ou t r a s for m a s de explor a çã o de t er r a a lh eia
serão regulados por lei de modo a garantir a estabilidade e os legítimos interesses
do cultivador.
Artigo 97.º
(Auxílio do Estado)
1. Na pr ossecu çã o dos object ivos da polít ica a gr ícola o E st a do a poia r á
pr efer en cia lm en t e os pequ en os e m édios a gr icu lt or es, n om ea da m en t e qu a n do
in t egr a dos em u n ida des de explor a çã o fa m ilia r , in dividu a lm en t e ou a ssocia dos
em cooper a t iva s, bem com o a s cooper a t iva s de t r a ba lh a dor es a gr ícola s e ou t r a s
formas de exploração por trabalhadores.
Artigo 98.º
(Participação na definição da política agrícola)
Na defin içã o da polít ica a gr ícola é a ssegu r a da a pa r t icipa çã o dos t r a ba lh a dor es
rurais e dos agricultores através das suas organizações representativas.
Artigo 99.º
(Objectivos da política comercial)
São objectivos da política comercial:
Artigo 100.º
(Objectivos da política industrial)
São objectivos da política industrial:
TÍTULO IV
Sistema financeiro e fiscal
Artigo 101.º
(Sistema financeiro)
O sist em a fin a n ceir o é est r u t u r a do por lei, de m odo a ga r a n t ir a for m a çã o, a
ca pt a çã o e a segu r a n ça da s pou pa n ça s, bem com o a a plica çã o dos m eios
financeiros necessários ao desenvolvimento económico e social.
Artigo 102.º
(Banco de Portugal)
O Ba n co de P or t u ga l é o ba n co cen t r a l n a cion a l e exer ce a s su a s fu n ções n os
termos da lei e das normas internacionais a que o Estado Português se vincule.
Artigo 103.º
(Sistema fiscal)
1. O sist em a fisca l visa a sa t isfa çã o da s n ecessida des fin a n ceir a s do E st a do e
outras entidades públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza.
Artigo 104.º
(Impostos)
1. O im post o sobr e o r en dim en t o pessoa l visa a dim in u içã o da s desigu a lda des e
ser á ú n ico e pr ogr essivo, t en do em con t a a s n ecessida des e os r en dim en t os do
agregado familiar.
Artigo 105.º
(Orçamento)
1. O Orçamento do Estado contém:
Artigo 106.º
(Elaboração do Orçamento)
1. A lei do Or ça m en t o é ela bor a da , or ga n iza da , vot a da e execu t a da , a n u a lm en t e,
de a cor do com a r espect iva lei de en qu a dr a m en t o, qu e in clu ir á o r egim e a t in en t e
à elaboração e execução dos orçamentos dos fundos e serviços autónomos.
Artigo 107.º
(Fiscalização)
A execu çã o do Or ça m en t o ser á fisca liza da pelo Tr ibu n a l de Con t a s e pela
Assem bleia da Repú blica , qu e, pr eceden do pa r ecer da qu ele t r ibu n a l, a pr ecia r á e
aprovará a Conta Geral do Estado, incluindo a da segurança social.
PARTE III
Organização do poder político
TÍTULO I
Princípios gerais
Artigo 108.º
(Titularidade e exercício do poder)
O poder político pertence ao povo e é exercido nos termos da Constituição.
Artigo 109.º
(Participação política dos cidadãos)
A pa r t icipa çã o dir ect a e a ct iva de h om en s e m u lh er es n a vida polít ica con st it u i
con diçã o e in st r u m en t o fu n da m en t a l de con solida çã o do sist em a dem ocr á t ico,
deven do a lei pr om over a igu a lda de n o exer cício dos dir eit os cívicos e polít icos e a
não discriminação em função do sexo no acesso a cargos políticos.
Artigo 110.º
(Órgãos de soberania)
1. São órgãos de soberania o Presidente da República, a Assembleia da República,
o Governo e os Tribunais.
Artigo 111.º
(Separação e interdependência)
1. Os ór gã os de sober a n ia devem obser va r a sepa r a çã o e a in t er depen dên cia
estabelecidas na Constituição.
Artigo 112.º
(Actos normativos)
1. Sã o a ct os legisla t ivos a s leis, os decr et os-leis e os decr et os legisla t ivos
regionais.
2. As leis e os decr et os-leis t êm igu a l va lor , sem pr eju ízo da su bor din a çã o à s
correspondentes leis dos decretos-leis publicados no uso de autorização legislativa
e dos que desenvolvam as bases gerais dos regimes jurídicos.
3. Têm va lor r efor ça do, a lém da s leis or gâ n ica s, a s leis qu e ca r ecem de a pr ova çã o
por m a ior ia de dois t er ços, bem com o a qu ela s qu e, por for ça da Con st it u içã o,
seja m pr essu post o n or m a t ivo n ecessá r io de ou t r a s leis ou qu e por ou t r a s deva m
ser respeitadas.
Artigo 113.º
(Princípios gerais de direito eleitoral)
CRP 48
1. O su fr á gio dir ect o, secr et o e per iódico con st it u i a r egr a ger a l de design a çã o dos
t it u la r es dos ór gã os elect ivos da sober a n ia , da s r egiões a u t ón om a s e do poder
local.
a) Liberdade de propaganda;
b) Igualdade de oportunidades e de tratamento das diversas candidaturas;
Artigo 114.º
(Partidos políticos e direito de oposição)
1. Os pa r t idos polít icos pa r t icipa m n os ór gã os ba sea dos n o su fr á gio u n iver sa l e
directo, de acordo com a sua representatividade eleitoral.
3. Os pa r t idos polít icos r epr esen t a dos n a Assem bleia da Repú blica e qu e n ã o
fa ça m pa r t e do Gover n o goza m , design a da m en t e, do dir eit o de ser em in for m a dos
r egu la r e dir ect a m en t e pelo Gover n o sobr e o a n da m en t o dos pr in cipa is a ssu n t os
de in t er esse pú blico, de igu a l dir eit o goza n do os pa r t idos polít icos r epr esen t a dos
n a s Assem bleia s Legisla t iva s da s r egiões a u t ón om a s e em qu a isqu er ou t r a s
a ssem bleia s design a da s por eleiçã o dir ect a r ela t iva m en t e a os cor r espon den t es
executivos de que não façam parte.
CRP 49
Artigo 115.º
(Referendo)
1. Os cida dã os eleit or es r ecen sea dos n o t er r it ór io n a cion a l podem ser ch a m a dos a
pronunciar-se dir ect a m en t e, a t ít u lo vin cu la t ivo, a t r a vés de r efer en do, por
decisã o do P r esiden t e da Repú blica , m edia n t e pr opost a da Assem bleia da
Repú blica ou do Gover n o, em m a t ér ia s da s r espect iva s com pet ên cia s, n os ca sos e
nos termos previstos na Constituição e na lei.
a) As alterações à Constituição;
b) As questões e os actos de conteúdo orçamental, tributário ou financeiro;
12. Nos r efer en dos sã o ch a m a dos a pa r t icipa r cida dã os r esiden t es n o est r a n geir o,
r egu la r m en t e r ecen sea dos a o a br igo do dispost o n o n .º 2 do a r t igo 121.º, qu a n do
recaiam sobre matéria que lhes diga também especificamente respeito.
Artigo 116.º
(Órgãos colegiais)
1. As r eu n iões da s a ssem bleia s qu e fu n cion em com o ór gã os de sober a n ia , da s
r egiões a u t ón om a s ou do poder loca l sã o pú blica s, except o n os ca sos pr evist os n a
lei.
3. Sa lvo n os ca sos pr evist os n a Con st it u içã o, n a lei e n os r espect ivos r egim en t os,
a s deliber a ções dos ór gã os colegia is sã o t om a da s à plu r a lida de de vot os, n ã o
contando as abstenções para o apuramento da maioria.
Artigo 117.º
(Estatuto dos titulares de cargos políticos)
1. Os t it u la r es de ca r gos polít icos r espon dem polít ica , civil e cr im in a lm en t e pela s
acções e omissões que pratiquem no exercício das suas funções.
2. A lei dispõe sobr e os dever es, r espon sa bilida des e in com pa t ibilida des dos
t it u la r es de ca r gos polít icos, a s con sequ ên cia s do r espect ivo in cu m pr im en t o, bem
como sobre os respectivos direitos, regalias e imunidades.
Artigo 118.º
(Princípio da renovação)
CRP 51
1. Nin gu ém pode exer cer a t ít u lo vit a lício qu a lqu er ca r go polít ico de â m bit o
nacional, regional ou local.
Artigo 119.º
(Publicidade dos actos)
1. São publicados no jornal oficial, Diário da República:
a) As leis constitucionais;
b) As con ven ções in t er n a cion a is e os r espect ivos a visos de r a t ifica çã o, bem com o
os restantes avisos a elas respeitantes;
e) As r esolu ções da Assem bleia da Repú blica e da s Assem bleia s Legisla t iva s da s
regiões autónomas;
TÍTULO II
Presidente da República
CAPÍTULO I
CRP 52
Estatuto e eleição
Artigo 120.º
(Definição)
O P r esiden t e da Repú blica r epr esen t a a Repú blica P or t u gu esa , ga r a n t e a
in depen dên cia n a cion a l, a u n ida de do E st a do e o r egu la r fu n cion a m en t o da s
in st it u ições dem ocr á t ica s e é, por in er ên cia , Com a n da n t e Su pr em o da s F or ça s
Armadas.
Artigo 121.º
(Eleição)
1. O P r esiden t e da Repú blica é eleit o por su fr á gio u n iver sa l, dir ect o e secr et o dos
cida dã os por t u gu eses eleit or es r ecen sea dos n o t er r it ór io n a cion a l, bem com o dos
cidadãos portugueses residentes no estrangeiro nos termos do número seguinte.
2. A lei r egu la o exer cício do dir eit o de vot o dos cida dã os por t u gu eses r esiden t es
n o est r a n geir o, deven do t er em con t a a exist ên cia de la ços de efect iva liga çã o à
comunidade nacional.
Artigo 122.º
(Elegibilidade)
São elegíveis os cidadãos eleitores, portugueses de origem, maiores de 35 anos.
Artigo 123.º
(Reelegibilidade)
1. Nã o é a dm it ida a r eeleiçã o pa r a u m t er ceir o m a n da t o con secu t ivo, n em
du r a n t e o qu in qu én io im edia t a m en t e su bsequ en t e a o t er m o do segu n do m a n da t o
consecutivo.
Artigo 124.º
(Candidaturas)
1. As ca n dida t u r a s pa r a P r esiden t e da Repú blica sã o pr opost a s por u m m ín im o
de 7 500 e um máximo de 15 000 cidadãos eleitores.
Artigo 125.º
(Data da eleição)
1. O P r esiden t e da Repú blica ser á eleit o n os sessen t a dia s a n t er ior es a o t er m o do
mandato do seu antecessor ou nos sessenta dias posteriores à vagatura do cargo.
Artigo 126.º
(Sistema eleitoral)
1. Ser á eleit o P r esiden t e da Repú blica o ca n dida t o qu e obt iver m a is de m et a de
dos vot os va lida m en t e expr essos, n ã o se con sider a n do com o t a l os vot os em
branco.
Artigo 127.º
(Posse e juramento)
1. O Presidente eleito toma posse perante a Assembleia da República.
Artigo 128.º
CRP 54
(Mandato)
1. O m a n da t o do P r esiden t e da Repú blica t em a du r a çã o de cin co a n os e t er m in a
com a posse do novo Presidente eleito.
Artigo 129.º
(Ausência do território nacional)
1. O P r esiden t e da Repú blica n ã o pode a u sen t a r -se do t er r it ór io n a cion a l sem o
a ssen t im en t o da Assem bleia da Repú blica ou da su a Com issã o P er m a n en t e, se
aquela não estiver em funcionamento.
Artigo 130.º
(Responsabilidade criminal)
1. P or cr im es pr a t ica dos n o exer cício da s su a s fu n ções, o P r esiden t e da Repú blica
responde perante o Supremo Tribunal de Justiça.
Artigo 131.º
(Renúncia ao mandato)
1. O P r esiden t e da Repú blica pode r en u n cia r a o m a n da t o em m en sa gem dir igida
à Assembleia da República.
Artigo 132.º
(Substituição interina)
CRP 55
CAPÍTULO II
Competência
Artigo 133.º
(Competência quanto a outros órgãos)
Compete ao Presidente da República, relativamente a outros órgãos:
d) Dir igir m en sa gen s à Assem bleia da Repú blica e à s Assem bleia s Legisla t iva s
das regiões autónomas;
Artigo 134.º
(Competência para prática de actos próprios)
Compete ao Presidente da República, na prática de actos próprios:
Artigo 135.º
(Competência nas relações internacionais)
Compete ao Presidente da República, nas relações internacionais:
a ) Nom ea r os em ba ixa dor es e os en via dos ext r a or din á r ios, sob pr opost a do
Governo, e acreditar os representantes diplomáticos estrangeiros;
Artigo 136.º
(Promulgação e veto)
1. No prazo de vinte dias contados da recepção de qualquer decreto da Assembleia
da Repú blica pa r a ser pr om u lga do com o lei, ou da pu blica çã o da decisã o do
Tr ibu n a l Con st it u cion a l qu e n ã o se pr on u n cie pela in con st it u cion a lida de de
n or m a dele con st a n t e, deve o P r esiden t e da Repú blica pr om u lgá -lo ou exer cer o
dir eit o de vet o, solicit a n do n ova a pr ecia çã o do diplom a em m en sa gem
fundamentada.
2. Se a Assem bleia da Repú blica con fir m a r o vot o por m a ior ia a bsolu t a dos
Depu t a dos em efect ivida de de fu n ções, o P r esiden t e da Repú blica dever á
promulgar o diploma no prazo de oito dias a contar da sua recepção.
3. Ser á , por ém , exigida a m a ior ia de dois t er ços dos Depu t a dos pr esen t es, desde
qu e su per ior à m a ior ia a bsolu t a dos Depu t a dos em efect ivida de de fu n ções, pa r a
a con fir m a çã o dos decr et os qu e r evist a m a for m a de lei or gâ n ica , bem com o dos
que respeitem às seguintes matérias:
a) Relações externas;
b) Limites entre o sector público, o sector privado e o sector cooperativo e social de
propriedade dos meios de produção;
con st a n t e, deve o P r esiden t e da Repú blica pr om u lgá -lo ou exer cer o dir eit o de
veto, comunicando por escrito ao Governo o sentido do veto.
5. O Presidente da República exerce ainda o direito de veto nos termos dos artigos
278.º e 279.º.
Artigo 137.º
(Falta de promulgação ou de assinatura)
A fa lt a de pr om u lga çã o ou de a ssin a t u r a pelo P r esiden t e da Repú blica de
qu a lqu er dos a ct os pr evist os n a a lín ea b) do a r t igo 134.º im plica a su a
inexistência jurídica.
Artigo 138.º
(Declaração do estado de sítio ou do estado de emergência)
1. A decla r a çã o do est a do de sít io ou do est a do de em er gên cia depen de de a u diçã o
do Gover n o e de a u t or iza çã o da Assem bleia da Repú blica ou , qu a n do est a n ã o
est iver r eu n ida n em for possível a su a r eu n iã o im edia t a , da r espect iva Com issã o
Permanente.
Artigo 139.º
(Actos do Presidente da República interino)
1. O P r esiden t e da Repú blica in t er in o n ã o pode pr a t ica r qu a lqu er dos a ct os
previstos nas alíneas e) e n) do artigo 133.º e na alínea c) do artigo 134.º.
Artigo 140.º
(Referenda ministerial)
1. Ca r ecem de r efer en da do Gover n o os a ct os do P r esiden t e da Repú blica
pr a t ica dos a o a br igo da s a lín ea s h ), j), l), m ) e p) do a r t igo 133.º, da s a lín ea s b), d)
e f) do artigo 134.º e das alíneas a), b) e c) do artigo 135.º.
CAPÍTULO III
CRP 59
Conselho de Estado
Artigo 141.º
(Definição)
O Conselho de Estado é o órgão político de consulta do Presidente da República.
Artigo 142.º
(Composição)
O Con selh o de E st a do é pr esidido pelo P r esiden t e da Repú blica e com post o pelos
seguintes membros:
b) O Primeiro-Ministro;
d) O Provedor de Justiça;
g) Cin co cida dã os design a dos pelo P r esiden t e da Repú blica pelo per íodo
correspondente à duração do seu mandato;
Artigo 143.º
(Posse e mandato)
1. Os m em br os do Con selh o de E st a do sã o em possa dos pelo P r esiden t e da
República.
Artigo 144.º
CRP 60
(Organização e funcionamento)
1. Compete ao Conselho de Estado elaborar o seu regimento.
Artigo 145.º
(Competência)
Compete ao Conselho de Estado:
Artigo 146.º
(Emissão dos pareceres)
Os pa r ecer es do Con selh o de E st a do pr evist os n a s a lín ea s a ) a e) do a r t igo 145.º
sã o em it idos n a r eu n iã o qu e pa r a o efeit o for con voca da pelo P r esiden t e da
República e tornados públicos quando da prática do acto a que se referem.
TÍTULO III
Assembleia da República
CAPÍTULO I
Estatuto e eleição
Artigo 147.º
(Definição)
A Assem bleia da Repú blica é a a ssem bleia r epr esen t a t iva de t odos os cida dã os
portugueses.
Artigo 148.º
(Composição)
CRP 61
Artigo 149.º
(Círculos eleitorais)
1. Os Depu t a dos sã o eleit os por cír cu los eleit or a is geogr a fica m en t e defin idos n a
lei, a qu a l pode det er m in a r a exist ên cia de cír cu los plu r in om in a is e u n in om in a is,
bem com o a r espect iva n a t u r eza e com plem en t a r ida de, por for m a a a ssegu r a r o
sist em a de r epr esen t a çã o pr opor cion a l e o m ét odo da m édia m a is a lt a de H on dt
na conversão dos votos em número de mandatos.
Artigo 150.º
(Condições de elegibilidade)
Sã o elegíveis os cida dã os por t u gu eses eleit or es, sa lva s a s r est r ições qu e a lei
eleit or a l est a belecer por vir t u de de in com pa t ibilida des loca is ou de exer cício de
certos cargos.
Artigo 151.º
(Candidaturas)
1. As ca n dida t u r a s sã o a pr esen t a da s, n os t er m os da lei, pelos pa r t idos polít icos,
isola da m en t e ou em coliga çã o, poden do a s list a s in t egr a r cida dã os n ã o in scritos
nos respectivos partidos.
Artigo 152.º
(Representação política)
1. A lei n ã o pode est a belecer lim it es à con ver sã o dos vot os em m a n da t os por
exigência de uma percentagem de votos nacional mínima.
2. Os Deputados representam todo o país e não os círculos por que são eleitos.
Artigo 153.º
CRP 62
Artigo 154.º
(Incompatibilidades e impedimentos)
1. Os Depu t a dos qu e for em n om ea dos m em br os do Gover n o n ã o podem exer cer o
m a n da t o a t é à cessa çã o dest a s fu n ções, sen do su bst it u ídos n os t er m os do a r t igo
anterior.
Artigo 155.º
(Exercício da função de Deputado)
1. Os Depu t a dos exer cem livr em en t e o seu m a n da t o, sen do-lh es ga r a n t ida s
con dições a dequ a da s a o efica z exer cício da s su a s fu n ções, design a da m en t e a o
indispensável contacto com os cidadãos eleitores e à sua informação regular.
Artigo 156.º
(Poderes dos Deputados)
Constituem poderes dos Deputados:
g) Os consignados no Regimento.
Artigo 157.º
(Imunidades)
1. Os Depu t a dos n ã o r espon dem civil, cr im in a l ou disciplin a r m en t e pelos vot os e
opiniões que emitirem no exercício das suas funções.
3. Nen h u m Depu t a do pode ser det ido ou pr eso sem a u t or iza çã o da Assem bleia ,
sa lvo por cr im e doloso a qu e cor r espon da a pen a de pr isã o r efer ida n o n ú m er o
anterior e em flagrante delito.
Artigo 158.º
(Direitos e regalias)
Os Deputados gozam dos seguintes direitos e regalias:
Artigo 159.º
(Deveres)
Artigo 160.º
(Perda e renúncia do mandato)
1. Perdem o mandato os Deputados que:
a ) Ven h a m a ser fer idos por a lgu m a da s in ca pa cida des ou in com pa t ibilida des
previstas na lei;
d) Seja m ju dicia lm en t e con den a dos por cr im e de r espon sa bilida de n o exer cício da
su a fu n çã o em t a l pen a ou por pa r t icipa çã o em or ga n iza ções r a cist a s ou qu e
perfilhem a ideologia fascista.
CAPÍTULO II
Competência
Artigo 161.º
(Competência política e legislativa)
Compete à Assembleia da República:
b) Apr ova r os est a t u t os polít ico-a dm in ist r a t ivos e a s leis r ela t iva s à eleiçã o dos
deputados às Assembleias Legislativas das regiões autónomas;
o) Desem pen h a r a s dem a is fu n ções qu e lh e seja m a t r ibu ída s pela Con st it u içã o e
pela lei.
Artigo 162.º
(Competência de fiscalização)
Compete à Assembleia da República, no exercício de funções de fiscalização:
Artigo 163.º
(Competência quanto a outros órgãos)
Compete à Assembleia da República, relativamente a outros órgãos:
h) Eleger, por maioria de dois terços dos Deputados presentes, desde que superior
à m a ior ia a bsolu t a dos Depu t a dos em efect ivida de de fu n ções, dez ju ízes do
Tr ibu n a l Con st it u cion a l, o P r ovedor de J u st iça , o P r esiden t e do Con selh o
E con óm ico e Socia l, set e voga is do Con selh o Su per ior da Ma gist r a t u r a , os
m em br os da en t ida de de r egu la çã o da com u n ica çã o socia l, e de ou t r os ór gã os
con st it u cion a is cu ja design a çã o, n os t er m os da lei, seja com et ida à Assem bleia da
República;
Artigo 164.º
(Reserva absoluta de competência legislativa)
É da exclu siva com pet ên cia da Assem bleia da Repú blica legisla r sobr e a s
seguintes matérias:
d) Or ga n iza çã o da defesa n a cion a l, defin içã o dos dever es dela decor r en t es e ba ses
ger a is da or ga n iza çã o, do fu n cion a m en t o, do r eequ ipa m en t o e da disciplin a da s
Forças Armadas;
g) Defin içã o dos lim it es da s á gu a s t er r it or ia is, da zon a econ óm ica exclu siva e dos
direitos de Portugal aos fundos marinhos contíguos;
o) Rest r ições a o exer cício de dir eit os por m ilit a r es e a gen t es m ilit a r iza dos dos
qu a dr os per m a n en t es em ser viço efect ivo, bem com o por a gen t es dos ser viços e
forças de segurança;
v) Regim e da a u t on om ia or ga n iza t iva , a dm in ist r a t iva e fin a n ceir a dos ser viços de
apoio do Presidente da República.
Artigo 165.º
(Reserva relativa de competência legislativa)
1. É da exclu siva com pet ên cia da Assem bleia da Repú blica legisla r sobr e a s
seguintes matérias, salvo autorização ao Governo:
c) Defin içã o dos cr im es, pen a s, m edida s de segu r a n ça e r espect ivos pr essu post os,
bem como processo criminal;
j) Defin içã o dos sect or es de pr opr ieda de dos m eios de pr odu çã o, in clu in do a dos
sect or es bá sicos n os qu a is seja veda da a a ct ivida de à s em pr esa s pr iva da s e a
outras entidades da mesma natureza;
l) Meios e for m a s de in t er ven çã o, expr opr ia çã o, n a cion a liza çã o e pr iva t iza çã o dos
m eios de pr odu çã o e solos por m ot ivo de in t er esse pú blico, bem com o cr it ér ios de
fixação, naqueles casos, de indemnizações;
m ) Regim e dos pla n os de desen volvim en t o econ óm ico e socia l e com posiçã o do
Conselho Económico e Social;
CRP 69
x) Regim e dos m eios de pr odu çã o in t egr a dos n o sect or cooper a t ivo e socia l de
propriedade;
2. As leis de a u t or iza çã o legisla t iva devem defin ir o object o, o sen t ido, a ext en sã o
e a duração da autorização, a qual pode ser prorrogada.
Artigo 166.º
(Forma dos actos)
1. Revest em a for m a de lei con st it u cion a l os a ct os pr evist os n a a lín ea a ) do a r t igo
161.º.
CRP 70
Artigo 167.º
(Iniciativa da lei e do referendo)
1. A in icia t iva da lei e do r efer en do com pet e a os Depu t a dos, a os gr u pos
pa r la m en t a r es e a o Gover n o, e a in da , n os t er m os e con dições est a belecidos n a lei,
a gr u pos de cida dã os eleit or es, com pet in do a in icia t iva da lei, n o r espeit a n t e à s
regiões autónomas, às respectivas Assembleias Legislativas.
Artigo 168.º
(Discussão e votação)
1. A discu ssã o dos pr oject os e pr opost a s de lei com pr een de u m deba t e n a
generalidade e outro na especialidade.
3. Se a Assem bleia a ssim o deliber a r , os t ext os a pr ova dos n a gen er a lida de ser ã o
vot a dos n a especia lida de pela s com issões, sem pr eju ízo do poder de a voca çã o pela
Assembleia e do voto final desta para aprovação global.
6. Ca r ecem de a pr ova çã o por m a ior ia de dois t er ços dos Depu t a dos pr esen t es,
desde que superior à maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções:
Artigo 169.º
(Apreciação parlamentar de actos legislativos)
1. Os decr et os-leis, sa lvo os a pr ova dos n o exer cício da com pet ên cia legisla t iva
exclu siva do Gover n o, podem ser su bm et idos a a pr ecia çã o da Assem bleia da
Repú blica , pa r a efeit os de cessa çã o de vigên cia ou de a lt er a çã o, a r equ erimento
de dez Depu t a dos, n os t r in t a dia s su bsequ en t es à pu blica çã o, descon t a dos os
períodos de suspensão do funcionamento da Assembleia da República.
5. Se, requerida a apreciação, a Assembleia não se tiver sobre ela pronunciado ou,
h a ven do deliber a do in t r odu zir em en da s, n ã o t iver vot a do a r espect iva lei a t é a o
t er m o da sessã o legisla t iva em cu r so, desde qu e decor r ida s qu in ze r eu n iões
plenárias, considerar-se-á caduco o processo.
Artigo 170.º
(Processo de urgência)
1. A Assembleia da República pode, por iniciativa de qualquer Deputado ou grupo
pa r la m en t a r , ou do Gover n o, decla r a r a u r gên cia do pr ocessa m en t o de qu a lqu er
projecto ou proposta de lei ou de resolução.
2. A Assem bleia pode a in da , por in icia t iva da s Assem bleia s Legisla t iva s da s
r egiões a u t ón om a s, decla r a r a u r gên cia do pr ocessa m en t o de qu a lqu er pr opost a
de lei por estas apresentada.
CAPÍTULO III
Organização e funcionamento
Artigo 171.º
(Legislatura)
1. A legislatura tem a duração de quatro sessões legislativas.
CRP 73
Artigo 172.º
(Dissolução)
1. A Assembleia da República não pode ser dissolvida nos seis meses posteriores à
su a eleiçã o, n o ú lt im o sem est r e do m a n da t o do P r esiden t e da Repú blica ou
durante a vigência do estado de sítio ou do estado de emergência.
Artigo 173.º
(Reunião após eleições)
1. A Assem bleia da Repú blica r eú n e por dir eit o pr ópr io n o t er ceir o dia post er ior
a o a pu r a m en t o dos r esu lt a dos ger a is da s eleições ou , t r a t a n do-se de eleições por
t er m o de legisla t u r a , se a qu ele dia r eca ir a n t es do t er m o dest a , n o pr im eir o dia
da legislatura subsequente.
Artigo 174.º
(Sessão legislativa, período de funcionamento e convocação)
1. A sessão legislativa tem a duração de um ano e inicia-se a 15 de Setembro.
4. A Assem bleia pode a in da ser con voca da ext r a or din a r ia m en t e pelo P r esiden t e
da República para se ocupar de assuntos específicos.
CRP 74
Artigo 175.º
(Competência interna da Assembleia)
Compete à Assembleia da República:
Artigo 176.º
(Ordem do dia das reuniões plenárias)
1. A or dem do dia é fixa da pelo P r esiden t e da Assem bleia da Repú blica , segu n do
a pr ior ida de da s m a t ér ia s defin ida s n o Regim en t o, e sem pr eju ízo do dir eit o de
recurso pa r a o P len á r io da Assem bleia e da com pet ên cia do P r esiden t e da
República prevista no n.º 4 do artigo 174.º.
Artigo 177.º
(Participação dos membros do Governo)
1. Os Min ist r os t êm o dir eit o de com pa r ecer à s r eu n iões plen á r ia s da Assem bleia
da Repú blica , poden do ser coa dju va dos ou su bst it u ídos pelos Secr et á r ios de
Estado, e uns e outros usar da palavra, nos termos do Regimento.
Artigo 178.º
(Comissões)
1. A Assem bleia da Repú blica t em a s com issões pr evist a s n o Regim en t o e pode
con st it u ir com issões even t u a is de in qu ér it o ou pa r a qu a lqu er ou t r o fim
determinado.
2. A com posiçã o da s com issões cor r espon de à r epr esen t a t ivida de dos pa r t idos n a
Assembleia da República.
3. As pet ições dir igida s à Assem bleia sã o a pr ecia da s pela s com issões ou por
com issã o especia lm en t e con st it u ída pa r a o efeit o, qu e poder á ou vir a s dem a is
com issões com pet en t es em r a zã o da m a t ér ia , em t odos os ca sos poden do ser
solicitado o depoimento de quaisquer cidadãos.
Artigo 179.º
(Comissão Permanente)
1. F or a do per íodo de fu n cion a m en t o efect ivo da Assem bleia da Repú blica ,
du r a n t e o per íodo em qu e ela se en con t r a r dissolvida , e n os r est a n t es ca sos
pr evist os n a Con st it u içã o, fu n cion a a Com issã o P er m a n en t e da Assem bleia da
República.
Artigo 180.º
(Grupos parlamentares)
1. Os Depu t a dos eleit os por ca da pa r t ido ou coliga çã o de pa r t idos podem
constituir-se em grupo parlamentar.
j) Ser in for m a do, r egu la r e dir ect a m en t e, pelo Gover n o, sobr e o a n da m en t o dos
principais assuntos de interesse público.
CRP 77
Artigo 181.º
(Funcionários e especialistas ao serviço da Assembleia)
Os t r a ba lh os da Assem bleia e os da s com issões ser ã o coa dju va dos por u m cor po
per m a n en t e de fu n cion á r ios t écn icos e a dm in ist r a t ivos e por especia list a s
r equ isit a dos ou t em por a r ia m en t e con t r a t a dos, n o n ú m er o qu e o P r esiden t e
considerar necessário.
TÍTULO IV
Governo
CAPÍTULO I
Função e estrutura
Artigo 182.º
(Definição)
O Gover n o é o ór gã o de con du çã o da polít ica ger a l do pa ís e o ór gã o su per ior da
administração pública.
Artigo 183.º
(Composição)
1. O Gover n o é con st it u ído pelo P r im eir o-Min ist r o, pelos Min ist r os e pelos
Secretários e Subsecretários de Estado.
Artigo 184.º
(Conselho de Ministros)
1. O Con selh o de Min ist r os é con st it u ído pelo P r im eir o-Min ist r o, pelos Vice-
Primeiros-Ministros, se os houver, e pelos Ministros.
CRP 78
3. P odem ser con voca dos pa r a pa r t icipa r n a s r eu n iões do Con selh o de Min ist r os
os Secretários e Subsecretários de Estado.
Artigo 185.º
(Substituição de membros do Governo)
1. Nã o h a ven do Vice-Primeiro-Min ist r o, o P r im eir o-Min ist r o é su bst it u ído n a su a
a u sên cia ou n o seu im pedim en t o pelo Min ist r o qu e in dica r a o P r esiden t e da
Repú blica ou , n a fa lt a de t a l in dica çã o, pelo Min ist r o qu e for design a do pelo
Presidente da República.
Artigo 186.º
(Início e cessação de funções)
1. As fu n ções do P r im eir o-Min ist r o in icia m -se com a su a posse e cessa m com a
sua exoneração pelo Presidente da República.
CAPÍTULO II
Formação e responsabilidade
Artigo 187.º
(Formação)
1. O P r im eir o-Minist r o é n om ea do pelo P r esiden t e da Repú blica , ou vidos os
pa r t idos r epr esen t a dos n a Assem bleia da Repú blica e t en do em con t a os
resultados eleitorais.
CRP 79
Artigo 188.º
(Programa do Governo)
Do pr ogr a m a do Gover n o con st a r ã o a s pr in cipa is or ien t a ções polít ica s e m edida s
a adoptar ou a propor nos diversos domínios da actividade governamental.
Artigo 189.º
(Solidariedade governamental)
Os m em br os do Gover n o est ã o vin cu la dos a o pr ogr a m a do Gover n o e à s
deliberações tomadas em Conselho de Ministros.
Artigo 190.º
(Responsabilidade do Governo)
O Gover n o é r espon sá vel per a n t e o P r esiden t e da Repú blica e a Assem bleia da
República.
Artigo 191.º
(Responsabilidade dos membros do Governo)
1. O P r im eir o-Min ist r o é r espon sá vel per a n t e o P r esiden t e da Repú blica e, n o
â m bit o da r espon sa bilida de polít ica do Gover n o, per a n t e a Assem bleia da
República.
Artigo 192.º
(Apreciação do programa do Governo)
1. O pr ogr a m a do Gover n o é su bm et ido à a pr ecia çã o da Assem bleia da Repú blica ,
a t r a vés de u m a decla r a çã o do P r im eir o-Min ist r o, n o pr a zo m á xim o de dez dia s
após a sua nomeação.
Artigo 193.º
(Solicitação de voto de confiança)
O Gover n o pode solicit a r à Assem bleia da Repú blica a a pr ova çã o de u m vot o de
con fia n ça sobr e u m a decla r a çã o de polít ica ger a l ou sobr e qu a lqu er a ssu n t o
relevante de interesse nacional.
Artigo 194.º
(Moções de censura)
1. A Assem bleia da Repú blica pode vot a r m oções de cen su r a a o Gover n o sobr e a
execu çã o do seu pr ogr a m a ou a ssu n t o r eleva n t e de in t er esse n a cion a l, por
iniciativa de um quarto dos Deputados em efectividade de funções ou de qualquer
grupo parlamentar.
Artigo 195.º
(Demissão do Governo)
1. Implicam a demissão do Governo:
Artigo 196.º
(Efectivação da responsabilidade criminal dos membros do Governo)
1. Nen h u m m em br o do Gover n o pode ser det ido ou pr eso sem a u t or iza çã o da
Assem bleia da Repú blica , sa lvo por cr im e doloso a qu e cor r espon da pen a de
prisão cujo limite máximo seja superior a três anos e em flagrante delito.
CAPÍTULO III
Competência
Artigo 197.º
(Competência política)
1. Compete ao Governo, no exercício de funções políticas:
c) Apr ova r os a cor dos in t er n a cion a is cu ja a pr ova çã o n ã o seja da com pet ên cia da
Assembleia da República ou que a esta não tenham sido submetidos;
j) Praticar os demais actos que lhe sejam cometidos pela Constituição ou pela lei.
Artigo 198.º
(Competência legislativa)
1. Compete ao Governo, no exercício de funções legislativas:
c) F a zer decr et os-leis de desen volvim en t o dos pr in cípios ou da s ba ses ger a is dos
regimes jurídicos contidos em leis que a eles se circunscrevam.
Artigo 199.º
(Competência administrativa)
Compete ao Governo, no exercício de funções administrativas:
a) Elaborar os planos, com base nas leis das respectivas grandes opções, e fazê-los
executar;
d) Dir igir os ser viços e a a ct ivida de da a dm in ist r a çã o dir ect a do E st a do, civil e
m ilit a r , su per in t en der n a a dm in ist r a çã o in dir ect a e exer cer a t u t ela sobr e est a e
sobre a administração autónoma;
e) P r a t ica r t odos os a ct os exigidos pela lei r espeit a n t es a os fu n cion á r ios e a gen tes
do Estado e de outras pessoas colectivas públicas;
CRP 83
Artigo 200.º
(Competência do Conselho de Ministros)
1. Compete ao Conselho de Ministros:
d) Apr ova r os decr et os-leis, bem com o os a cor dos in t er n a cion a is n ã o su bm et idos à
Assembleia da República;
e) Aprovar os planos;
2. Os Con selh os de Min ist r os especia liza dos exer cem a com pet ên cia qu e lh es for
atribuída por lei ou delegada pelo Conselho de Ministros.
Artigo 201.º
(Competência dos membros do Governo)
1. Compete ao Primeiro-Ministro:
a ) Dir igir a polít ica ger a l do Gover n o, coor den a n do e or ien t a n do a a cçã o de t odos
os Ministros;
d) E xer cer a s dem a is fu n ções qu e lh e seja m a t r ibu ída s pela Con st it u içã o e pela
lei.
TÍTULO V
Tribunais
CAPÍTULO I
Princípios gerais
Artigo 202.º
(Função jurisdicional)
1. Os t r ibu n a is sã o os ór gã os de sober a n ia com com pet ên cia pa r a a dm in ist r a r a
justiça em nome do povo.
3. No exercício das suas funções os tribunais têm direito à coadjuvação das outras
autoridades.
Artigo 203.º
(Independência)
Os tribunais são independentes e apenas estão sujeitos à lei.
Artigo 204.º
(Apreciação da inconstitucionalidade)
Nos feit os su bm et idos a ju lga m en t o n ã o podem os t r ibu n a is a plica r n or m a s qu e
infrinjam o disposto na Constituição ou os princípios nela consignados.
CRP 85
Artigo 205.º
(Decisões dos tribunais)
1. As decisões dos t r ibu n a is qu e n ã o seja m de m er o expedien t e sã o
fundamentadas na forma prevista na lei.
Artigo 206.º
(Audiências dos tribunais)
As a u diên cia s dos t r ibu n a is sã o pú blica s, sa lvo qu a n do o pr ópr io t r ibu n a l decidir
o con t r á r io, em despa ch o fu n da m en t a do, pa r a sa lva gu a r da da dign ida de da s
pessoas e da moral pública ou para garantir o seu normal funcionamento.
Artigo 207.º
(Júri, participação popular e assessoria técnica)
1. O jú r i, n os ca sos e com a com posiçã o qu e a lei fixa r , in t er vém n o ju lga m en t o
dos cr im es gr a ves, sa lvo os de t er r or ism o e os de cr im in a lida de a lt a m en te
organizada, designadamente quando a acusação ou a defesa o requeiram.
Artigo 208.º
(Patrocínio forense)
A lei a ssegu r a a os a dvoga dos a s im u n ida des n ecessá r ia s a o exer cício do m a n da t o
e regula o patrocínio forense como elemento essencial à administração da justiça.
CAPÍTULO II
Organização dos tribunais
CRP 86
Artigo 209.º
(Categorias de tribunais)
1. Além do Tribunal Constitucional, existem as seguintes categorias de tribunais:
c) O Tribunal de Contas.
Artigo 210.º
(Supremo Tribunal de Justiça e instâncias)
1. O Su pr em o Tr ibu n a l de J u st iça é o ór gã o su per ior da h ier a r qu ia dos t r ibu n a is
judiciais, sem prejuízo da competência própria do Tribunal Constitucional.
Artigo 211.º
(Competência e especialização dos tribunais judiciais)
1. Os t r ibu n a is ju dicia is sã o os t r ibu n a is com u n s em m a t ér ia cível e cr im in a l e
exercem jurisdição em todas as áreas não atribuídas a outras ordens judiciais.
2. Na pr im eir a in st â n cia pode h a ver t r ibu n a is com com pet ên cia específica e
tribunais especializados para o julgamento de matérias determinadas.
CRP 87
Artigo 212.º
(Tribunais administrativos e fiscais)
1. O Su pr em o Tr ibu n a l Adm in ist r a t ivo é o ór gã o su per ior da h ier a r qu ia dos
t r ibu n a is a dm in ist r a t ivos e fisca is, sem pr eju ízo da com pet ên cia pr ópr ia do
Tribunal Constitucional.
Artigo 213.º
(Tribunais militares)
Du r a n t e a vigên cia do est a do de gu er r a ser ã o con st it u ídos t r ibu n a is m ilit a r es
com competência para o julgamento de crimes de natureza estritamente militar.
Artigo 214.º
(Tribunal de Contas)
1. O Tr ibu n a l de Con t a s é o ór gã o su pr em o de fisca liza çã o da lega lida de da s
despesa s pú blica s e de ju lga m en t o da s con t a s qu e a lei m a n da r su bm et er -lhe,
competindo-lhe, nomeadamente:
b) Dar parecer sobre as contas das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira;
CAPÍTULO III
Estatuto dos juízes
Artigo 215.º
(Magistratura dos tribunais judiciais)
1. Os ju ízes dos t r ibu n a is ju dicia is for m a m u m cor po ú n ico e r egem -se por u m só
estatuto.
Artigo 216.º
(Garantias e incompatibilidades)
1. Os ju ízes sã o in a m ovíveis, n ã o poden do ser t r a n sfer idos, su spen sos,
aposentados ou demitidos senão nos casos previstos na lei.
4. Os ju ízes em exer cício n ã o podem ser n om ea dos pa r a com issões de ser viço
est r a n h a s à a ct ivida de dos t r ibu n a is sem a u t or iza çã o do con selh o su per ior
competente.
5. A lei pode est a belecer ou t r a s in com pa t ibilida des com o exer cício da fu n çã o de
juiz.
CRP 89
Artigo 217.º
(Nomeação, colocação, transferência e promoção de juízes)
1. A n om ea çã o, a coloca çã o, a t r a n sfer ên cia e a pr om oçã o dos ju ízes dos t r ibu n a is
ju dicia is e o exer cício da a cçã o disciplin a r com pet em a o Con selh o Su per ior da
Magistratura, nos termos da lei.
Artigo 218.º
(Conselho Superior da Magistratura)
1. O Con selh o Su per ior da Ma gist r a t u r a é pr esidido pelo P r esiden t e do Su pr em o
Tribunal de Justiça e composto pelos seguintes vogais:
CAPÍTULO IV
Ministério Público
Artigo 219.º
(Funções e estatuto)
1. Ao Min ist ér io P ú blico com pet e r epr esen t a r o E st a do e defen der os in t er esses
qu e a lei det er m in a r , bem com o, com obser vâ n cia do dispost o n o n ú m er o segu in t e
e n os t er m os da lei, pa r t icipa r n a execu çã o da polít ica cr im in a l defin ida pelos
ór gã os de sober a n ia , exer cer a a cçã o pen a l or ien t a da pelo pr in cípio da lega lida de
e defender a legalidade democrática.
CRP 90
Artigo 220.º
(Procuradoria-Geral da República)
1. A P r ocu r a dor ia -Ger a l da Repú blica é o ór gã o su per ior do Min ist ér io P ú blico,
com a composição e a competência definidas na lei.
2. A P r ocu r a dor ia -Ger a l da Repú blica é pr esidida pelo P r ocu r a dor -Ger a l da
Repú blica e com pr een de o Con selh o Su per ior do Min ist ér io P ú blico, qu e in clu i
m em br os eleit os pela Assem bleia da Repú blica e m em br os de en t r e si eleit os
pelos magistrados do Ministério Público.
TÍTULO VI
Tribunal Constitucional
Artigo 221.º
(Definição)
O Tr ibu n a l Con st it u cion a l é o t r ibu n a l a o qu a l com pet e especifica m en t e
administrar a justiça em matérias de natureza jurídico-constitucional.
Artigo 222.º
(Composição e estatuto dos juízes)
1. O Tr ibu n a l Con st it u cion a l é com post o por t r eze ju ízes, sen do dez design a dos
pela Assembleia da República e três cooptados por estes.
2. Seis de en t r e os ju ízes design a dos pela Assem bleia da Repú blica ou coopt a dos
sã o obr iga t or ia m en t e escolh idos de en t r e ju ízes dos r est a n t es t r ibu n a is e os
demais de entre juristas.
CRP 91
6. A lei est a belece a s im u n ida des e a s dem a is r egr a s r ela t iva s a o est a t u t o dos
juízes do Tribunal Constitucional.
Artigo 223.º
(Competência)
1. Com pet e a o Tr ibu n a l Con st it u cion a l a pr ecia r a in con st it u cion a lida de e a
ilegalidade, nos termos dos artigos 277.º e seguintes.
e) Ver ifica r a lega lida de da con st it u içã o de pa r t idos polít icos e su a s coliga ções,
bem com o a pr ecia r a lega lida de da s su a s den om in a ções, sigla s e sím bolos, e
ordenar a respectiva extinção, nos termos da Constituição e da lei;
f) Ver ifica r pr evia m en t e a con st it u cion a lida de e a lega lida de dos r efer en dos
n a cion a is, r egion a is e loca is, in clu in do a a pr ecia çã o dos r equ isit os r ela t ivos a o
respectivo universo eleitoral;
Artigo 224.º
(Organização e funcionamento)
1. A lei estabelece as regras relativas à sede, à organização e ao funcionamento do
Tribunal Constitucional.
TÍTULO VII
Regiões Autónomas
Artigo 225.º
(Regime político-administrativo dos Açores e da Madeira)
1. O r egim e polít ico-a dm in ist r a t ivo pr ópr io dos a r qu ipéla gos dos Açor es e da
Ma deir a fu n da m en t a -se n a s su a s ca r a ct er íst ica s geogr á fica s, econ óm ica s, socia is
e culturais e nas históricas aspirações autonomistas das populações insulares.
Artigo 226.º
(Estatutos e leis eleitorais)
1. Os pr oject os de est a t u t os polít ico-a dm in ist r a t ivos e de leis r ela t iva s à eleiçã o
dos depu t a dos à s Assem bleia s Legisla t iva s da s r egiões a u t ón om a s sã o ela bor a dos
por estas e enviados para discussão e aprovação à Assembleia da República.
Artigo 227.º
(Poderes das regiões autónomas)
1. As r egiões a u t ón om a s sã o pessoa s colect iva s t er r it or ia is e t êm os seguintes
poderes, a definir nos respectivos estatutos:
e) E xer cer a in icia t iva est a t u t á r ia , bem com o a in icia t iva legisla t iva em m a t ér ia
r ela t iva à eleiçã o dos depu t a dos à s r espect iva s Assem bleia s Legisla t iva s, n os
termos do artigo 226.º;
Artigo 228.º
(Autonomia legislativa)
1. A a u t on om ia legisla t iva da s r egiões a u t ón om a s in cide sobr e a s m a t ér ia s
en u n cia da s n o r espect ivo est a t u t o polít ico-a dm in ist r a t ivo qu e n ã o est ejam
reservadas aos órgãos de soberania.
Artigo 229.º
(Cooperação dos órgãos de soberania e dos órgãos regionais)
1. Os ór gã os de sober a n ia a ssegu r a m , em cooper a çã o com os ór gã os de gover n o
pr ópr io, o desen volvim en t o econ óm ico e socia l da s r egiões a u t ón om a s, visa n do,
em especial, a correcção das desigualdades derivadas da insularidade.
Artigo 230.º
(Representante da República)
1. P a r a ca da u m a da s r egiões a u t ón om a s h á u m Repr esen t a n t e da Repú blica ,
nomeado e exonerado pelo Presidente da República ouvido o Governo.
Artigo 231.º
(Órgãos de governo próprio das regiões autónomas)
1. Sã o ór gã os de gover n o pr ópr io de ca da r egiã o a u t ón om a a Assem bleia
Legislativa e o Governo Regional.
2. A Assem bleia Legisla t iva é eleit a por su fr á gio u n iver sa l, dir ect o e secr et o, de
harmonia com o princípio da representação proporcional.
7. O estatuto dos titulares dos órgãos de governo próprio das regiões autónomas é
definido nos respectivos estatutos político-administrativos.
Artigo 232.º
(Competência da Assembleia Legislativa da região autónoma)
1. É da exclu siva com pet ên cia da Assem bleia Legisla t iva da r egiã o a u t ón om a o
exer cício da s a t r ibu ições r efer ida s n a s a lín ea s a ), b) e c), n a segu n da pa r t e da
alínea d), na alínea f), na primeira parte da alínea i) e nas alíneas l), n) e q) do n.º
1 do a r t igo 227.º, bem com o a a pr ova çã o do or ça m en t o r egion a l, do pla n o de
desenvolvimento económico e social e das contas da região e ainda a adaptação do
sistema fiscal nacional às especificidades da região.
3. Com pet e à Assem bleia Legisla t iva da r egiã o a u t ón om a ela bor a r e a pr ova r o
seu r egim en t o, n os t er m os da Con st it u içã o e do r espect ivo est a t u t o polít ico-
administrativo.
4. Aplica -se à Assem bleia Legisla t iva da r egiã o a u t ón om a e r espect ivos gr u pos
parlamentares, com a s n ecessá r ia s a da pt a ções, o dispost o n a a lín ea c) do a r t igo
175.º, nos n.os 1 a 6 do artigo 178.º e no artigo 179.º, com excepção do disposto nas
alíneas e) e f) do n.º 3 e no n.º 4, bem como no artigo 180.º.
Artigo 233.º
(Assinatura e veto do Representante da República)
1. Compete ao Representante da República assinar e mandar publicar os decretos
legislativos regionais e os decretos regulamentares regionais.
3. Se a Assem bleia Legisla t iva da r egiã o a u t ón om a con fir m a r o vot o por m a ior ia
a bsolu t a dos seu s m em br os em efect ivida de de fu n ções, o Repr esen t a n t e da
Repú blica dever á a ssin a r o diplom a n o pr a zo de oit o dia s a con t a r da su a
recepção.
Artigo 234.º
(Dissolução e demissão dos órgãos de governo próprio)
1. As Assem bleia s Legisla t iva s da s r egiões a u t ón om a s podem ser dissolvida s pelo
P r esiden t e da Repú blica , ou vidos o Con selh o de E st a do e os pa r t idos n ela s
representados.
TÍTULO VIII
Poder Local
CAPÍTULO I
Princípios gerais
Artigo 235.º
(Autarquias locais)
1. A or ga n iza çã o dem ocr á t ica do E st a do com pr een de a exist ên cia de a u t a r qu ia s
locais.
Artigo 236.º
(Categorias de autarquias locais e divisão administrativa)
1. No continente as autarquias locais são as freguesias, os municípios e as regiões
administrativas.
Artigo 237.º
(Descentralização administrativa)
1. As a t r ibu ições e a or ga n iza çã o da s a u t a r qu ia s loca is, bem com o a com pet ên cia
dos seu s ór gã os, ser ã o r egu la da s por lei, de h a r m on ia com o pr in cípio da
descentralização administrativa.
CRP 99
2. Com pet e à a ssem bleia da a u t a r qu ia loca l o exer cício dos poder es a t r ibu ídos
pela lei, incluindo aprovar as opções do plano e o orçamento.
Artigo 238.º
(Património e finanças locais)
1. As autarquias locais têm património e finanças próprios.
2. O r egim e da s fin a n ça s loca is ser á est a belecido por lei e visa r á a ju sta
r epa r t içã o dos r ecu r sos pú blicos pelo E st a do e pela s a u t a r qu ia s e a n ecessá r ia
correcção de desigualdades entre autarquias do mesmo grau.
Artigo 239.º
(Órgãos deliberativos e executivos)
1. A or ga n iza çã o da s a u t a r qu ia s loca is com pr een de u m a a ssem bleia eleit a dot a da
de poderes deliberativos e um órgão executivo colegial perante ela responsável.
2. A a ssem bleia é eleit a por su fr á gio u n iver sa l, dir ect o e secr et o dos cida dã os
recenseados na área da respectiva autarquia, segundo o sistema da representação
proporcional.
Artigo 240.º
(Referendo local)
CRP 100
Artigo 241.º
(Poder regulamentar)
As a u t a r qu ia s loca is dispõem de poder r egu la m en t a r pr ópr io n os lim it es da
Constituição, da s leis e dos r egu la m en t os em a n a dos da s a u t a r qu ia s de gr a u
superior ou das autoridades com poder tutelar.
Artigo 242.º
(Tutela administrativa)
1. A t u t ela a dm in ist r a t iva sobr e a s a u t a r qu ia s loca is con sist e n a ver ifica çã o do
cu m pr im en t o da lei por pa r t e dos ór gã os a u t á r qu icos e é exer cida n os ca sos e
segundo as formas previstas na lei.
Artigo 243.º
(Pessoal das autarquias locais)
1. As autarquias locais possuem quadros de pessoal próprio, nos termos da lei.
CAPÍTULO II
Freguesia
Artigo 244.º
(Órgãos da freguesia)
Os ór gã os r epr esen t a t ivos da fr egu esia sã o a a ssem bleia de fr egu esia e a ju n t a de
freguesia.
CRP 101
Artigo 245.º
(Assembleia de freguesia)
Artigo 246.º
(Junta de freguesia)
A junta de freguesia é o órgão executivo colegial da freguesia.
Artigo 247.º
(Associação)
As freguesias podem constituir, nos termos da lei, associações para administração
de interesses comuns.
Artigo 248.º
(Delegação de tarefas)
A a ssem bleia de fr egu esia pode delega r n a s or ga n iza ções de m or a dor es t a r efa s
administrativas que não envolvam o exercício de poderes de autoridade.
CAPÍTULO III
Município
Artigo 249.º
(Modificação dos municípios)
A criação ou a extinção de municípios, bem como a alteração da respectiva área, é
efectuada por lei, precedendo consulta dos órgãos das autarquias abrangidas.
Artigo 250.º
(Órgãos do município)
Os ór gã os r epr esen t a t ivos do m u n icípio sã o a a ssem bleia m u n icipa l e a câ m a r a
municipal.
CRP 102
Artigo 251.º
(Assembleia municipal)
A a ssem bleia m u n icipa l é o ór gã o deliber a t ivo do m u n icípio e é con st it u ída por
m embros eleitos directamente em número superior ao dos presidentes de junta de
freguesia, que a integram.
Artigo 252.º
(Câmara municipal)
A câmara municipal é o órgão executivo colegial do município.
Artigo 253.º
(Associação e federação)
Os m u n icípios podem con st it u ir a ssocia ções e feder a ções pa r a a a dm in ist r a çã o de
in t er esses com u n s, à s qu a is a lei pode con fer ir a t r ibu ições e com pet ên cia s
próprias.
Artigo 254.º
(Participação nas receitas dos impostos directos)
1. Os m u n icípios pa r t icipa m , por dir eit o pr ópr io e n os t er m os defin idos pela lei,
nas receitas provenientes dos impostos directos.
CAPÍTULO IV
Região administrativa
Artigo 255.º
(Criação legal)
As r egiões a dm in ist r a t iva s sã o cr ia da s sim u lt a n ea m en t e, por lei, a qu a l defin e os
r espect ivos poder es, a com posiçã o, a com pet ên cia e o fu n cion a m en t o dos seu s
ór gã os, poden do est a belecer difer en cia ções qu a n t o a o r egim e a plicá vel a ca da
uma.
Artigo 256.º
(Instituição em concreto)
1. A in st it u içã o em con cr et o da s r egiões a dm in ist r a t iva s, com a pr ova çã o da lei de
instituição de cada uma delas, depende da lei prevista no artigo anterior e do voto
CRP 103
Artigo 257.º
(Atribuições)
Às regiões administrativas são conferidas, designadamente, a direcção de serviços
pú blicos e t a r efa s de coor den a çã o e a poio à a cçã o dos m u n icípios n o r espeit o da
autonomia destes e sem limitação dos respectivos poderes.
Artigo 258.º
(Planeamento)
As r egiões a dm in ist r a t iva s ela bor a m pla n os r egion a is e pa r t icipa m n a ela bor a çã o
dos planos nacionais.
Artigo 259.º
(Órgãos da região)
Os ór gã os r epr esen t a t ivos da r egiã o a dm in ist r a t iva sã o a a ssem bleia r egion a l e a
junta regional.
Artigo 260.º
(Assembleia regional)
A a ssem bleia r egion a l é o ór gã o deliber a t ivo da r egiã o e é con st it u ída por
m em br os eleit os dir ect a m en t e e por m em br os, em n ú m er o in fer ior a o da qu eles,
eleit os pelo sist em a da r epr esen t a çã o pr opor cion a l e o m ét odo da m édia m a is a lt a
de H on dt , pelo colégio eleit or a l for m a do pelos m em br os da s a ssem bleias
municipais da mesma área designados por eleição directa.
Artigo 261.º
CRP 104
(Junta regional)
A junta regional é o órgão executivo colegial da região.
Artigo 262.º
(Representante do Governo)
J u n t o de ca da r egiã o pode h a ver u m r epr esen t a n t e do Gover n o, n om ea do em
Con selh o de Min ist r os, cu ja com pet ên cia se exer ce igu a lm en t e ju n t o da s
autarquias existentes na área respectiva.
CAPÍTULO V
Organizações de moradores
Artigo 263.º
(Constituição e área)
1. A fim de in t en sifica r a pa r t icipa çã o da s popu la ções n a vida a dm in ist r a t iva
loca l podem ser con st it u ída s or ga n iza ções de m or a dor es r esiden t es em á r ea
inferior à da respectiva freguesia.
2. A a ssem bleia de fr egu esia , por su a in icia t iva ou a r equ er im en t o de com issões
de m or a dor es ou de u m n ú m er o sign ifica t ivo de m or a dor es, dem a r ca r á a s á r ea s
t er r it or ia is da s or ga n iza ções r efer ida s n o n ú m er o a n t er ior , solu cion a n do os
eventuais conflitos daí resultantes.
Artigo 264.º
(Estrutura)
1. A est r u t u r a da s or ga n iza ções de m or a dor es é fixa da por lei e com pr een de a
a ssembleia de moradores e a comissão de moradores.
3. A com issã o de m or a dor es é eleit a , por escr u t ín io secr et o, pela a ssem bleia de
moradores e por ela livremente destituída.
Artigo 265.º
(Direitos e competência)
1. As organizações de moradores têm direito:
TÍTULO IX
Administração Pública
Artigo 266.º
(Princípios fundamentais)
1. A Adm in ist r a çã o P ú blica visa a pr ossecu çã o do in t er esse pú blico, n o r espeit o
pelos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos.
Artigo 267.º
(Estrutura da Administração)
1. A Administração Pública será estruturada de modo a evitar a burocratização, a
a pr oxim a r os ser viços da s popu la ções e a a ssegu r a r a pa r t icipa çã o dos
in t er essa dos n a su a gest ã o efect iva , design a da m en t e por in t er m édio de
a ssocia ções pú blica s, or ga n iza ções de m or a dor es e ou t r a s for m a s de
representação democrática.
Artigo 268.º
CRP 106
4. É ga r a n t ido a os a dm in ist r a dos t u t ela ju r isdicion a l efect iva dos seu s dir eit os ou
in t er esses lega lm en t e pr ot egidos, in clu in do, n om ea da m en t e, o r econ h ecim en t o
desses dir eit os ou in t er esses, a im pu gn a çã o de qu a isqu er a ct os a dm in ist r a t ivos
qu e os lesem , in depen den t em en t e da su a for m a , a det er m in a çã o da pr á t ica de
a ct os a dm in ist r a t ivos lega lm en t e devidos e a a dopçã o de m edida s ca u t ela r es
adequadas.
Artigo 269.º
(Regime da função pública)
1. No exer cício da s su a s fu n ções, os t r a ba lh a dor es da Adm in ist r a çã o P ú blica e
dem a is a gen t es do E st a do e ou t r a s en t ida des pú blica s est ã o exclu siva m en t e a o
ser viço do in t er esse pú blico, t a l com o é defin ido, n os t er m os da lei, pelos ór gã os
competentes da Administração.
Artigo 270.º
(Restrições ao exercício de direitos)
A lei pode est a belecer , n a est r it a m edida da s exigên cia s pr ópr ia s da s r espect iva s
fu n ções, r est r ições a o exer cício dos dir eit os de expr essã o, r eu n iã o, m a n ifest a çã o,
a ssocia çã o e pet içã o colect iva e à ca pa cida de eleit or a l pa ssiva por m ilit a r es e
a gen t es m ilit a r iza dos dos qu a dr os per m a n en t es em ser viço efect ivo, bem com o
por a gen t es dos ser viços e da s for ça s de segu r a n ça e, n o ca so dest a s, a n ã o
a dm issã o do dir eit o à gr eve, m esm o qu a n do r econ h ecido o dir eit o de a ssocia çã o
sindical.
Artigo 271.º
(Responsabilidade dos funcionários e agentes)
1. Os fu n cion á r ios e a gen t es do E st a do e da s dem a is en t ida des pú blica s sã o
r espon sá veis civil, cr im in a l e disciplin a r m en t e pela s a cções ou om issões
pr a t ica da s n o exer cício da s su a s fu n ções e por ca u sa desse exer cício de qu e
r esu lt e viola çã o dos dir eit os ou in t er esses lega lm en t e pr ot egidos dos cida dã os,
n ã o depen den do a a cçã o ou pr ocedim en t o, em qu a lqu er fa se, de a u t or iza çã o
hierárquica.
Artigo 272.º
(Polícia)
1. A polícia t em por fu n ções defen der a lega lida de dem ocr á t ica e ga r a n t ir a
segurança interna e os direitos dos cidadãos.
TÍTULO X
Defesa Nacional
Artigo 273.º
(Defesa nacional)
1. É obrigação do Estado assegurar a defesa nacional.
Artigo 274.º
(Conselho Superior de Defesa Nacional)
1. O Con selh o Su per ior de Defesa Na cion a l é pr esidido pelo P r esiden t e da
Repú blica e t em a com posiçã o qu e a lei det er m in a r , a qu a l in clu ir á m em br os
eleitos pela Assembleia da República.
Artigo 275.º
(Forças Armadas)
1. Às Forças Armadas incumbe a defesa militar da República.
Artigo 276.º
(Defesa da Pátria, serviço militar e serviço cívico)
1. A defesa da Pátria é direito e dever fundamental de todos os portugueses.
2. O ser viço m ilit a r é r egu la do por lei, qu e fixa a s for m a s, a n a t u r eza volu n t á r ia
ou obrigatória, a duração e o conteúdo da respectiva prestação.
4. Os object or es de con sciên cia a o ser viço m ilit a r a qu e lega lm en t e est eja m
su jeit os pr est a r ã o ser viço cívico de du r a çã o e pen osida de equ iva len t es à do
serviço militar armado.
5. O ser viço cívico pode ser est a belecido em su bst it u içã o ou com plem en t o do
ser viço m ilit a r e t or n a do obr iga t ór io por lei pa r a os cida dã os n ã o su jeit os a
deveres militares.
7. Nen h u m cida dã o pode ser pr eju dica do n a su a coloca çã o, n os seu s ben efícios
socia is ou n o seu em pr ego per m a n en t e por vir t u de do cu m pr im en t o do ser viço
militar ou do serviço cívico obrigatório.
PARTE IV
Garantia e revisão da constituição
TÍTULO I
Fiscalização da constitucionalidade
Artigo 277.º
CRP 110
Artigo 278.º
(Fiscalização preventiva da constitucionalidade)
1. O P r esiden t e da Repú blica pode r equ er er a o Tr ibu n a l Con st it u cion a l a
a pr ecia çã o pr even t iva da con st it u cion a lida de de qu a lqu er n or m a con st a n t e de
t r a t a do in t er n a cion a l qu e lh e t en h a sido su bm et ido pa r a r a t ifica çã o, de decr et o
qu e lh e t en h a sido en via do pa r a pr om u lga çã o com o lei ou com o decr et o-lei ou de
a cor do in t er n a cion a l cu jo decr et o de a pr ova çã o lh e t en h a sido r em et ido pa r a
assinatura.
3. A a pr ecia çã o pr even t iva da con st it u cion a lida de deve ser r equ er ida n o pr a zo de
oito dias a contar da data da recepção do diploma.
Artigo 279.º
(Efeitos da decisão)
1. Se o Tr ibu n a l Con st it u cion a l se pr on u n cia r pela in con st it u cion a lida de de
n or m a con st a n t e de qu a lqu er decr et o ou a cor do in t er n a cion a l, dever á o diplom a
ser vet a do pelo P r esiden t e da Repú blica ou pelo Repr esen t a n t e da Repú blica ,
conforme os casos, e devolvido ao órgão que o tiver aprovado.
2. No caso previsto no n.º 1, o decreto não poderá ser promulgado ou assinado sem
qu e o ór gã o qu e o t iver a pr ova do expu r gu e a n or m a ju lga da in con st it u cion a l ou ,
qu a n do for ca so disso, o con fir m e por m a ior ia de dois t er ços dos Depu t a dos
pr esen t es, desde qu e su per ior à m a ior ia a bsolu t a dos Depu t a dos em efect ivida de
de funções.
Artigo 280.º
(Fiscalização concreta da constitucionalidade e da legalidade)
1. Cabe recurso para o Tribunal Constitucional das decisões dos tribunais:
Artigo 281.º
(Fiscalização abstracta da constitucionalidade e da legalidade)
1. O Tribunal Constitucional aprecia e declara, com força obrigatória geral:
a) O Presidente da República;
c) O Primeiro-Ministro;
CRP 113
d) O Provedor de Justiça;
e) O Procurador-Geral da República;
3. O Tr ibu n a l Con st it u cion a l a pr ecia e decla r a a in da , com for ça obr iga t ór ia ger a l,
a in con st it u cion a lida de ou a ilega lida de de qu a lqu er n or m a , desde qu e t en h a sido
por ele julgada inconstitucional ou ilegal em três casos concretos.
Artigo 282.º
(Efeitos da declaração de inconstitucionalidade ou de ilegalidade)
1. A decla r a çã o de in con st it u cion a lida de ou de ilega lida de com for ça obr iga t ór ia
ger a l pr odu z efeit os desde a en t r a da em vigor da n or m a decla r a da
in con st it u cion a l ou ilega l e det er m in a a r epr ist in a çã o da s n or m a s qu e ela ,
eventualmente, haja revogado.
3. F ica m r essa lva dos os ca sos ju lga dos, sa lvo decisã o em con t r á r io do Tr ibu n a l
Constitucional quando a norma respeitar a matéria penal, disciplinar ou de ilícito
de mera ordenação social e for de conteúdo menos favorável ao arguido.
Artigo 283.º
(Inconstitucionalidade por omissão)
1. A r equ er im en t o do P r esiden t e da Repú blica , do P r ovedor de J u st iça ou , com
fu n da m en t o em viola çã o de dir eit os da s r egiões a u t ón om a s, dos pr esiden t es da s
Assem bleia s Legisla t iva s da s r egiões a u t ón om a s, o Tr ibu n a l Con st it u cion a l
a pr ecia e ver ifica o n ã o cu m pr im en t o da Con st it u içã o por om issã o da s m edida s
legislativas necessárias para tornar exequíveis as normas constitucionais.
CRP 114
TÍTULO II
Revisão constitucional
Artigo 284.º
(Competência e tempo de revisão)
1. A Assem bleia da Repú blica pode r ever a Con st it u içã o decor r idos cin co a n os
sobre a data da publicação da última lei de revisão ordinária.
2. A Assem bleia da Repú blica pode, con t u do, a ssu m ir em qu a lqu er m omento
poder es de r evisã o ext r a or din á r ia por m a ior ia de qu a t r o qu in t os dos Depu t a dos
em efectividade de funções.
Artigo 285.º
(Iniciativa da revisão)
1. A iniciativa da revisão compete aos Deputados.
Artigo 286.º
(Aprovação e promulgação)
1. As a lt er a ções da Con st it u içã o sã o a pr ova da s por m a ior ia de dois t er ços dos
Deputados em efectividade de funções.
Artigo 287.º
(Novo texto da Constituição)
1. As a lt er a ções da Con st it u içã o ser ã o in ser ida s n o lu ga r pr ópr io, m edia n t e a s
substituições, as supressões e os aditamentos necessários.
2. A Con st it u içã o, n o seu n ovo t ext o, ser á pu blica da con ju n t a m en t e com a lei de
revisão.
CRP 115
Artigo 288.º
(Limites materiais da revisão)
As leis de revisão constitucional terão de respeitar:
i) O plu r a lism o de expr essã o e or ga n iza çã o polít ica , in clu in do pa r t idos polít icos, e
o direito de oposição democrática;
Artigo 289.º
(Limites circunstanciais da revisão)
Nã o pode ser pr a t ica do n en h u m a ct o de r evisã o con st it u cion a l n a vigên cia de
estado de sítio ou de estado de emergência.
Artigo 290.º
(Direito anterior)
1. As leis con st it u cion a is post er ior es a 25 de Abr il de 1974 n ã o r essa lva da s n est e
ca pít u lo sã o con sider a da s leis or din á r ia s, sem pr eju ízo do dispost o n o n ú m er o
seguinte.
Artigo 291.º
(Distritos)
1. E n qu a n t o a s r egiões a dm in ist r a t iva s n ã o est iver em con cr et a m en t e in st it u ída s,
subsistirá a divisão distrital no espaço por elas não abrangido.
3. Com pet e a o gover n a dor civil, a ssist ido por u m con selh o, r epr esen t a r o Gover n o
e exercer os poderes de tutela na área do distrito.
Artigo 292.º
(Incriminação e julgamento dos agentes e responsáveis da PIDE/DGS)
1. Ma n t ém -se em vigor a Lei n .º 8/75, de 25 de J u lh o, com a s a lt er a ções
in t r odu zida s pela Lei n .º 16/75, de 23 de Dezem br o, e pela Lei n .º 18/75, de 26 de
Dezembro.
Artigo 293.º
(Reprivatização de bens nacionalizados depois de 25 de Abril de l974)
CRP 117
1. Lei-qu a dr o, a pr ova da por m a ior ia a bsolu t a dos Depu t a dos em efect ivida de de
fu n ções, r egu la a r epr iva t iza çã o da t it u la r ida de ou do dir eit o de explor a çã o de
m eios de pr odu çã o e ou t r os ben s n a cion a liza dos depois de 25 de Abr il de l974,
observando os seguintes princípios fundamentais:
b) As r eceit a s obt ida s com a s r epr iva t iza ções ser ã o u t iliza da s a pen a s pa r a
a m or t iza çã o da dívida pú blica e do sect or em pr esa r ia l do E st a do, pa r a o ser viço
da dívida r esu lt a n t e de n a cion a liza ções ou pa r a n ova s a plica ções de ca pit a l n o
sector produtivo;
Artigo 294.º
(Regime aplicável aos órgãos das autarquias locais)
At é à en t r a da em vigor da lei pr evist a n o n .º 3 do a r t igo 239.º, os ór gã os da s
a u t a r qu ia s loca is sã o con st it u ídos e fu n cion a m n os t er m os de legisla çã o
cor r espon den t e a o t ext o da Con st it u içã o n a r eda cçã o qu e lh e foi da da pela Lei
Constitucional n.º 1/92, de 25 de Novembro.
Artigo 295.º
(Referendo sobre tratado europeu)
O dispost o n o n .º 3 do a r t igo 115.º n ã o pr eju dica a possibilida de de con voca çã o e
de efect iva çã o de r efer en do sobr e a a pr ova çã o de t r a t a do qu e vise a con st r u çã o e
aprofundamento da união europeia.
*Adicionado na Sétima Revisão Constitucional
Artigo 296.º
(Data e entrada em vigor da Constituição)
1. A Con st it u içã o da Repú blica P or t u gu esa t em a da t a da su a a pr ova çã o pela
Assembleia Constituinte, 2 de Abril de 1976.
2. A Con st it u içã o da Repú blica P or t u gu esa en t r a em vigor n o dia 25 de Abr il de
1976.