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ESCOLA MUNICIPAL CÉSAR RODRIGUES

CARTOGRAFIA: A LINGUAGEM DA GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Chegar a um lugar desconhecido utilizando um mapa, ou consultar o guia de ruas para traçar um bom
caminho, é uma tortura para muita gente. Embora essas ações pareçam banais, realizá-las com desenvoltura
requer uma série de conhecimentos que só são adquiridos num processo de alfabetização diferente. Ele não
envolve letras, palavras e pontuação, mas linhas, cores e formas. É a aprendizagem da linguagem
cartográfica.

A importância da cartografia

Essencial para o ensino da Geografia, a cartografia tornou-se importante na educação contemporânea,


tanto para o aluno atender às necessidades do seu cotidiano quanto para estudar o ambiente em que vive.
Aprendendo as características físicas, econômicas, sociais e humanas do ambiente, ele pode entender as
transformações causadas pela ação do homem e dos fenômenos naturais ao longo do tempo. Saber ler
mapas faz com que a pessoa consiga pensar sobre territórios e regiões que não conhece.

Mapeador e leitor de mapas

Objetivos
• Ler, interpretar e representar espaços físicos conhecidos, como a casa, a escola e
o bairro.
• Criar e ler símbolos e legendas.
• Adquirir noções de direção, sentido, projeção, proporção, paisagem, escala gráfica
e escala numérica.

Como chegar lá
• Use brincadeiras e jogos infantis.
• Proponha a construção de maquetes e desenhos de mapas de trajetos familiares às crianças. Não deixe de
ensinar, a cada etapa, os conceitos cartográficos envolvidos.

Lembre-se: O aprendizado da cartografia pode começar no Ensino Fundamental I, mas vai


estender-se até o final do ensino médio, com atividades adequadas ao nível de desenvolvimento
da turma.

Metodologia

Os alunos do Ensino Fundamental I nem sempre compreendem os conceitos de espaço da mesma


forma que o adulto. No ensino fundamental, esses conhecimentos devem ser desenvolvidos e aprofundados
desde o 1º ano, pois são essenciais ao entendimento dos conceitos que possibilitam ao aluno realizar a
análise geográfica.
A utilização de mapas é um processo de ir e vir, do concreto ao abstrato, da imagem para o
significado. É um trabalho que se desenvolve da etapa de representação dos espaços em que vivemos,
conhecemos e experimentamos até a interpretação de realidades não conhecidas e que exigem maior
abstração.
Um trabalho com mapas, na sala de aula, deve ser precedido de um período em que a representação
se forma — dissociação dos significados e significantes — e em que se constroem, lenta e gradativamente,
as relações espaciais e a própria consciência do mundo físico e social.
O aluno é considerado o mapeador, aquele que representa a realidade física e social, inicialmente por
meio de símbolos convencionados por ele próprio. Quando adquire a consciência da representação, ele pode
tornar-se um usuário, aquele que lê e interpreta mapas elaborados por outros.
Como mapeadores, os alunos são codificadores que emitem uma mensagem recorrendo a mapas e
interpretam a mensagem elaborada por outra pessoa. Iniciando o aluno em sua tarefa de mapear, estamos,
portanto, mostrando os caminhos para que se torne um leitor consciente da linguagem cartográfica.

Equívocos metodológicos

Há no mercado editorial uma proliferação de cadernos de mapas mudos para o aluno colocar nome de
países e rios, ou pintar países, estados ou municípios. Essas tarefas são mecanicistas e não levam à
formação de conceitos quanto à linguagem cartográfica.
A ação para o aluno entender a linguagem não está em pintar ou copiar contornos, mas em “fazer o
mapa”. Ao acompanhar metodologicamente cada passo do processo — reduzir proporcionalmente,
estabelecer um sistema de projeções para que haja coordenação de pontos de vista (descentralização
espacial) —, ele se familiariza com a linguagem cartográfica.
Mesmo depois disso o aluno sentirá dificuldades em organizar um sistema de signos de forma
ordenada, mas é vivenciando essas dificuldades que ele irá construir noções profundas de organização de
um sistema semiótico. Ao ter de generalizar, estabelecer uma classificação e selecionar as informações que
devem ser mapeadas, o aluno será forçado a tomar consciência dessas informações — as pertinentes e as
não pertinentes —o que melhorará seu raciocínio lógico.
Por intermédio dessa ação de mapear, e não de cópias ou pinturas de mapas, dá-se um verdadeiro
passo metodológico para o aprendizado de cartografia.

Um processo em três partes

1 - Tarefas operatórias para a construção de pré-aprendizado, que facilitarão a


leitura de mapas. São elas as atividades de orientação, observação de pontos de
referência, localização com a utilização de retas coordenadas como pontos de
referência, coordenação de pontos de vista, proporcionalidade, conservação de
forma, tamanho e comprimento.

2 - Atividades de codificação do cotidiano para o exercício da função simbólica no mapeamento, facilitando,


dessa forma, a compreensão da relação significante versus significado, pela criação de significantes a fim de
que a criança represente e organize uma legenda.

3 - Leitura propriamente dita, ou seja, decodificar, ligando o significante ao significado para melhor
compreensão da legenda e de toda a simbologia dos mapas.

Dessa forma são construídos os pré-requisitos para a leitura de mapas, com a compreensão de:
• proporcionalidade e projeção;
• relação codificação versus decodificação ou a relação significante versus significado dos signos
cartográficos e de toda a linguagem cartográfica;
• retas coordenadas como pontos de referências;
• orientação e localização;
• pontos de referência para a localização;
• limites e fronteiras.

Elementos principais de um mapa

Todo bom mapa deve conter quatro elementos principais: título, escala, coordenadas geográficas e
legenda. Esses elementos asseguram a leitura e a interpretação precisas das informações nele
contidas.

TÍTULO - Descreve a informação principal que o mapa contém. Um mapa com o título “Brasil físico” deve
trazer o nome e a localização dos principais acidentes do relevo, assim como os principais rios que cortam o
país. Já um mapa com o título “Brasil político” necessariamente terá a localização e o nome das unidades
federativas, assim como as suas respectivas capitais e, eventualmente, outras cidades principais. Outras
informações que esses mapas porventura contiverem, como as principais cidades num mapa físico ou os rios
mais importantes num mapa político, são consideradas secundárias e, portanto, não devem ser sugeridas no
título.

ESCALA - Indica a proporção entre o objeto real (o mundo ou uma parte dele) e sua representação
cartográfica, ou seja, quantas vezes o tamanho real teve de ser reduzido para poder ser representado.
Consideremos o seguinte exemplo: um mapa na escala 1:10.000.000 indica que o espaço representado foi
reduzido de forma que 1 centímetro no mapa corresponde a 10 milhões de centímetros ou 100 quilômetros do
tamanho real.
Deve-se estabelecer a escala de um mapa antes de sua elaboração, levando-se em conta os objetivos
de sua utilização. Quanto maior for o espaço representado, mais genéricas serão as informações. Em
contrapartida, quanto mais reduzido o espaço representado, mais particularizadas serão as informações.
Mapas em diferentes escalas servem para diferentes tipos de necessidades:
• mapas em pequena escala (como 1:25.000.000) proporcionam uma visão geral de um grande espaço,
como um país ou um continente;
• mapas em grande escala (como 1:10.000) fornecem detalhes de um espaço geográfico de dimensões
regionais ou locais.
Por exemplo, em um mapa do Brasil na escala 1:25.000.000, qualquer capital de estado será
representada apenas por um ponto, ao passo que num mapa 1:10.000 aparecerão detalhes do sítio urbano
de qualquer cidade.

COORDENADAS GEOGRÁFICAS - São linhas imaginárias traçadas sobre os mapas, essenciais para a
localização de um ponto na superfície terrestre. Essa localização é o resultado do encontro de um paralelo e
sua respectiva latitude (o afastamento, medido em graus, do paralelo em relação ao Equador) e de um
meridiano e sua respectiva longitude (o afastamento, medido em graus, do meridiano em relação ao
meridiano principal ou de Greenwich).

LEGENDAS - Permitem interpretar as informações contidas no mapa, desde a constatação da existência de


um determinado fenômeno até os diferentes graus de intensidade em que ele se apresenta. As legendas
podem vir representadas por cores, hachuras, símbolos ou ícones de diversos tipos, ou utilizar combinações
dessas várias representações.
No uso de legenda com cores, é necessário seguir algumas regras determinadas pelas convenções
cartográficas. O azul, por exemplo, presta-se para a representação de fenômenos ligados à água, como
oceanos, mares, lagos, rios.
Na representação de um fenômeno com várias intensidades, a graduação da cor utilizada deve manter
relação direta com a intensidade do fenômeno. Assim, num mapa de densidades demográficas, as maiores
densidades são representadas por uma cor ou tonalidade mais forte do que as menores densidades.
Ao produzir representações cartográficas de fenômenos da natureza, as cores também podem sugerir
as características do fenômeno. Em geral, os mapas climáticos utilizam as cores “quentes” (alaranjado,
vermelho) para representar climas “quentes” (tropical, equatorial, desértico), ficando as cores “frias”
reservadas aos climas mais frios.
Similarmente, os mapas de vegetação representam as florestas tropicais por meio de várias
tonalidades de verde. Já nos mapas de relevo, a cor verde deve ser reservada para as planícies, bacias ou
depressões, enquanto o amarelo é utilizado para os planaltos e o marrom, para as áreas mais elevadas,
como as cadeias montanhosas.

A leitura de mapas

Ler mapas é um processo de decodificação, que envolve algumas etapas metodológicas básicas.
Inicia-se a leitura pela observação do título. Temos de saber, inicialmente, qual é o espaço
representado, seus limites e as informações constantes no mapa.
Depois, é preciso interpretar a legenda ou a decodificação propriamente dita, relacionar os significantes
e significados espalhados no mapa. Só então será possível refletir sobre aquela distribuição e/ou
organização.
Deve-se observar também a escala (gráfica ou numérica) indicada no mapa para posterior cálculo das
distâncias ou das dimensões do fenômeno representado, a fim de se estabelecer comparações ou
interpretações.
Ler mapas significa, portanto, dominar esse sistema semiótico que é a linguagem cartográfica.
Preparar o aluno para essa leitura deve passar por preocupações metodológicas tão sérias quanto as de se
ensinar a ler e escrever, a contar e fazer cálculos matemáticos.

Bibliografia:

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação


Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.

SIMIELLI, Maria Elena R. Primeiros mapas: como entender e construir. São


Paulo: Ática, 1993. 4 v.

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