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A dura prova comportamental de muitos profissionais

Dra. Elizabeth Zamerul*

Pesquisas atuais mostram que, especialmente nos cargos executivos, cada vez mais pessoas são
demitidas por questões comportamentais. Um estudo de Daniel Goleman examinou os fatores que mais
prejudicam o desempenho dos executivos e detectou deficiências nas seguintes áreas:

1. Flexibilidade: dificuldade de se adaptar frente às mudanças na cultura organizacional ou frente aos


feedbacks.

2. Vínculos: eram muito críticos, insensíveis ou exigentes e distantes das pessoas com quem
trabalhavam, estabelecendo laços frouxos, não genuínos.

3. Autocontrole: tinham pouca capacidade de trabalhar sob pressão, com tendência ao isolamento ou a
explosões de raiva, por perderem a autoconfiança em situações de tensão ou crise.

4. Responsabilidade: não assumiam seus erros e reagiam defensivamente, culpando os outros, ou


escondendo seus erros.

5. Generosidade: eram gananciosos, dispostos a levar vantagem à custa dos outros, não se mostravam
íntegros ou atentos às necessidades dos subordinados e colegas.

6. Habilidades sociais: não demonstravam empatia, nem sensibilidade; eram mais propensos a intimidar,
a enganar e a manipular os subordinados, além de cáusticos e arrogantes.

7. Respeito e cooperação: dificuldade de construir uma rede de relacionamentos de colaboração e


eliminavam a diversidade, buscando homogeneizar o grupo.

O autor conclui que estes "desvios" profissionais e empresariais têm causas emocionais, esclarecendo
que, no início da carreira estas incompetências emocionais não aparecem tanto, ficando muito óbvias
quando o profissional se transforma em gestor de pessoas, cargo para o qual não está preparado. É
importante ter cuidado para não generalizar estes dados, porém, minha experiência acompanhando
intensamente executivos como coach , mostra que este estudo reflete a realidade. Por motivos como os
apontados acima, é cada vez maior o número de empresas que treina os comportamentos de seus líderes
e cresce o número de consultorias especializadas em coaching executivo e treinamentos no amplo leque
da liderança. Porém, apesar de bem indicadas, estas soluções são corretivas e, quando não há
acompanhamento, podem ser superficiais. Para atuar preventivamente, é necessário preparar os
profissionais antes de entrarem na vida ativa. Independentemente de quem sejam os responsáveis pela
formação comportamental das pessoas, é importante que alguma iniciativa seja tomada para auxiliar os
profissionais em ação a obterem melhores resultados.

E quem tem mais poder nas mãos para isto do que a universidade? É ela que se responsabiliza pelo
preparo de milhares de novos profissionais a cada ano e, em geral, a lacuna entre a necessidade real das
competências comportamentais do mercado e a bagagem adquirida nos bancos escolares é clara. Desta
forma, tecnicamente bem formado, o jovem passa por entrevistas de seleção, que geralmente avaliam
algumas competências necessárias para o perfil do cargo, como iniciativa, liderança, criatividade,
protagonismo, administração do tempo, relacionamento interpessoal, foco em resultados, organização e
planejamento, comunicação, assertividade, inovação, trabalho de equipe, negociação, administração de
conflitos, pensamento sistêmico e estratégico, flexibilidade e outras.
Imagino, cheia de compaixão, o nível da angústia por que passam tantos profissionais nestes momentos,
conscientes de que não foram preparados de fato para este grau de exigência. E, mesmo que sejam
vitoriosos na entrevista, enfrentam, em seguida, uma segunda seleção, muito mais dura e decisiva, a dos
desafios cotidianos na empresa.

Não é à toa que Goleman notou, em seu estudo, tantos jogos de poder entre as pessoas. Se não há
preparo real, é preciso esperteza (no mau sentido) para vencer. Por outro lado, cada profissional também
pode perceber suas deficiências e tratar de repará-las, se tiver desenvolvido autopercepção suficiente.
Porém, até este ponto, pode-se passar muito tempo e os prejuízos serem altíssimos, para ele e para as
empresas.

Não há mistério em treinar pessoas em comportamentos. Há profissionais habilitados para ensinar estas
competências no mercado e, como vimos, há carências enormes da parte das pessoas. Para esta
complementação na formação profissional atual, seria fundamental que a universidade tomasse para si,
pouco a pouco, esta incumbência. O nicho de mercado está aí e as faculdades que se adiantarem para
atendê-lo, poderão se beneficiar da iniciativa. Isto representaria uma atuação visionária, corajosa e de
grande avanço na resolução deste problema.

Fonte: Portal HSM On-line

28/03/2007

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