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Historia do Tributo

Idade Antiga

O tributo tem origem remota e certamente acompanhou a evolução do homem, a criação das
primeiras sociedades, o surgimento de líderes tribais ou chefes guerreiros e políticos.
Após essa época, começou a cobrança pelos chefes de Estado de parte da contribuição dos
súditos, sob a forma de tributos.
Estudos indicam ter sido voluntária a primeira manifestação tributária, em forma de presentes ou
ofertas destinadas aos líderes ou chefes, por seus serviços ou sua atuação em favor da
comunidade.
Depois as contribuições passaram a ser compulsórias, quando os vencidos de guerra eram
forçados a entregar parte ou a totalidade de seus bens aos vencedores.
Compulsório: que compele; obrigatório.
O texto mais antigo encontrado e que retrata a cobrança de tributos na Antiguidade é uma placa
de 2.350 a.C., em escrita cuneiforme, que descreve as reformas empreendidas pelo rei Urukagina
na cidade-estado de Lagash, localizada na antiga Suméria, entre os rios Tigre e Eufrates.
O documento relata a cobrança de impostos extorsivos e leis opressivas, exploração de
funcionários corruptos e confisco de bens para o rei.
Também entre os egípcios encontramos um texto, do segundo milênio a.C., que retrata as
dificuldades encontradas por um camponês para pagar ao escriba do faraó os impostos sobre a
colheita.
Na Grécia (século VII a.C.), instituiu-se o tributo administrado pelo Estado, como o conhecemos
hoje. À custa do trabalho escravo e dos tributos pagos pelos cidadãos, os gregos construíram
uma das maiores civilizações do mundo antigo.
Os romanos conseguiram conquistar os gregos, mas não foram capazes de submetê-los à sua
cultura. Assim, descobriram que poderiam dominar outros povos sem impor a eles suas crenças e
costumes. Dessa forma, os romanos conseguiram sustentar e alargar seu império respeitando a
liberdade e cultura dos conquistados, mas utilizando a cobrança de tributos como meio de
fortalecer seus exércitos e conquistar mais terras.
Em Roma, cobrava-se imposto pela importação de mercadorias (portorium) e pelo consumo geral
de qualquer bem (macelum). Os tributos pagos pelas províncias anexadas ao império e o
pagamento de impostos pelos cidadãos foram essenciais à formação e manutenção do império.

Idade Média

A queda do Império Romano marcou o início da Idade Média, período da História que vai do ano
476 a 1453. O grande império foi dividido em vários pedaços de terra chamados feudos.
Perdeu-se completamente a noção de Estado na Europa medieval. Cada feudo possuía um
senhor. Eram os chamados senhores feudais, que eram os nobres.
Nessa época, a maioria das pessoas vivia nos campos. Os camponeses, então chamados servos,
eram obrigados a pagar tributos aos senhores feudais. Como não havia Estado, a circulação de
moedas era escassa. Desse modo, os servos pagavam os tributos devidos ao senhor entregando-
lhes a melhor parte de suas colheitas.
O que restava era suficiente apenas para a sobrevivência do camponês e de sua família. A vida
nos campos era difícil e trabalhosa, o servo estava preso à terra do senhor, sua liberdade era
muito restrita. Os servos estabeleciam com seus senhores uma relação hereditária de
dependência conhecida como vassalagem. Em troca de proteção, ofereciam seu trabalho e
pagavam pesados impostos.
Nesse período os senhores de terra possuíam ainda direito de vida e de morte sobre os seus
vassalos. Quem não pagasse o tributo devido podia ser preso ou morto. A vida das pessoas
estava voltada para atender às vontades e às necessidades dos senhores feudal. O povo vivia
miseravelmente. A religião católica era muito forte e os senhores feudais, convencidos pela Igreja,
começaram a participar das cruzadas, as chamadas guerras santas, que tinham por objetivo
reconquistar a Palestina, lugar sagrado para os cristãos. Para recuperar os territórios da Terra
Santa, gastavam cada vez mais e cobravam cada vez mais tributos. Nada era feito em favor do
povo.
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Servo: indivíduo cujo bem e pessoa dependiam do senhor feudal.
Vassalagem: termo ligado ao feudalismo, em que o indivíduo em condição de servo é ligado ao
Senhor por juramento de fé em sua submissão.
Vassalo: aquele que dependia do senhor feudal, na Idade Média.
Na Inglaterra, nessa época, Ricardo Coração de Leão deixou seu povo sendo governado por um
parente, João Sem Terra, para comandar seus exércitos nas cruzadas.
Enquanto Ricardo viajava em guerra, João Sem-Terra aproveitou para formar seu próprio exército
e com isso cobrava duas vezes mais tributos. Uma parte do dinheiro ia para sustentar as cruzadas
e outra, para sustentar o novo exército de João Sem-Terra, que pretendia não devolver o trono a
Ricardo. Os nobres revoltaram-se contra essa cobrança abusiva e em 15 de junho de 1215, João
foi obrigado a assinar a MAGNA CARTA, um tratado de direitos, mas principalmente de deveres,
do rei para com os seus súditos.
Portanto, esse foi um documento de grande importância histórica, por ser a primeira limitação
legal ao poder dos reis de instituir tributos.
O fim das cruzadas marcou também o enfraquecimento crescente do poder dos senhores feudais.
Exércitos inteiros foram destruídos e muitos dos senhores de terra morreram nas guerras santas.
Os camponeses, então, foram se libertando aos poucos do poder feudal. Cansados da vida de
exploração e penúria, grande número de camponeses migrou para as cidades.
No final da Idade Média , as cidades estavam reflorescendo em toda a Europa. O contato com a
cultura oriental trouxe para os europeus novos hábitos de consumo.
Os produtos orientais – as especiarias – eram muito valiosos. Surgiu uma nova classe social, a
dos comerciantes, industriais e banqueiros – chamada burguesia – palavra derivada de burgo,
que significa cidade.
O comércio cresceu e diversificou-se. Esse movimento atraiu cada vez mais pessoas para as
cidades.
Mas não era fácil adquirir especiarias, porque a rota do Oriente era dominada pelos árabes,
inimigos mortais dos europeus desde a época das cruzadas.
Especiaria: substância aromática para temperar comida, como: cravo-da-índia, canela, pimenta do
reino, noz-moscada.
As cidades que mais se beneficiaram do comércio das especiarias na Europa foram,
principalmente, Gênova e Veneza, por causa de sua localização geográfica privilegiada. Os
hábeis comerciantes italianos conseguiram manter acordos comerciais com os árabes, que lhes
permitiram praticamente monopolizar o comércio com o Oriente. Isso gerou grande progresso
material para toda a região, criando condições para o surgimento de uma nova era da história da
humanidade: o Renascimento, que marca o fim da Idade Média.

Idade Moderna

Na Idade Moderna, que vai do ano 1453 (tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos) a
1789 (Revolução Francesa), os feudos foram transformados em reinos. Os pequenos reinos foram
crescendo e se unindo, dando origem aos Estados Nacionais.
O monopólio árabe-italiano sobre o comércio com o Oriente fazia com que o preço das
especiarias permanecesse muito elevado. Para o restante da Europa, era necessário conseguir
uma nova rota comercial com o Oriente, que possibilitasse baratear o custo daqueles produtos tão
cobiçados. Para isso, não havia outro caminho senão navegar pelo tenebroso e desconhecido
oceano Atlântico.
Navegação tão perigosa exigia a construção de verdadeiras esquadras de caravelas, o que era
muito caro. Só o rei, já então fortalecido pela criação dos Estados Nacionais, o que lhe
possibilitava cobrar tributos de seus súditos, podia reunir tamanha fortuna em moedas de ouro e
prata que permitisse financiar as grandes viagens. Assim, nessa época se generalizou a cobrança
de tributos em moeda e não mais em mercadorias, como ocorrera ao longo de toda a Idade
Média.
Devido à sua posição geográfica privilegiada e ao notável desenvolvimento da navegação,
Portugal e Espanha foram os primeiros reinos a lançar grandes expedições marítimas.
Descobriram as rotas para a África e Ásia e chegaram às Américas, então densamente habitadas
por povos de culturas completamente diferentes da européia.

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A descoberta de metais preciosos nas Américas mudou totalmente a face da Europa, financiou a
Revolução Industrial e proporcionou a ascensão da burguesia como classe social rica e influente.
Enquanto isso, as colônias, como o Brasil, eram exploradas e tinham suas riquezas extraídas e
mandadas para a Europa, sem gerar nenhum benefício para seus habitantes. Os reis foram se
tornando cada vez mais fortes e acumulando enorme poder. Surgia o Estado absolutista. No
absolutismo a sociedade estruturava-se em castas.
As classes dominantes eram a nobreza e o clero, que nada pagavam. O Estado era sustentado
exclusivamente pelos pesados tributos pagos pelos comerciantes (burgueses) e trabalhadores
(camponeses e artesãos). Nobreza e clero eram classes sociais absolutamente parasitárias.
O exemplo histórico mais notório da realidade econômica e social dessa era foi o Estado Nacional
na França, de Luís XIV. O sistema tributário imposto por ele é famoso por seu despotismo.
Absolutismo: sistema político em que a autoridade soberana não tem limites constitucionais.
Castas: grupo social fechado cujos membros sociais levam vida social diversa separada do resto
da sociedade; gozam de importância política e social contando com inúmeros privilégios.
Despotismo: poder arbitrário e absoluto. Sinônimo de tirania,ditadura, autocracia.
“Quero que o clero reze, que o nobre morra pela pátria e que o povo pague”.
Luiz XIV
“O estado sou eu”.

Idade Contemporânea

Onerado pelas constantes majorações tributárias que visavam à manutenção do fausto da corte,
o povo acabaria por reagir violentamente, deflagrando a Revolução Francesa (1789).
A Revolução Francesa constitui o marco inicial da Idade Contemporânea. A Revolução teve como
objetivo instaurar a república.
Seu lema foi Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Surge em 1789 a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, que é um marco na história do ser humano, porque foi o primeiro
documento que definiu claramente os direitos fundamentais e inalienáveis da pessoa humana.
Em 1791 foi aprovada a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã.
Ainda nessa época, os Estados Unidos tornaram-se independentes da Inglaterra. Uma das
principais causas da guerra da independência americana foram os pesados impostos que a Coroa
Britânica cobrava de suas colônias na América.
Esses movimentos de libertação inspiraram várias revoltas importantes ocorridas no Brasil nos
fins do século XVIII e início do século XIX. Tais movimentos tinham por objetivo declarar nossa
independência de Portugal e criar a República.
Entre essas revoltas, a principal foi a Conjuração Mineira, mais conhecida como Inconfidência
Mineira.
Uma das principais causas da Conjuração Mineira foi exatamente a cobrança do chamado quinto
do ouro, ou seja, a quinta parte de todo o ouro extraído nos garimpos, que deveria ser pago à
Coroa Portuguesa como tributo.
No final do século XVIII, as minas de ouro começaram a se exaurir e a produção caiu muito. Mas
o governo português, endividado, não admitia receber menos.
Desconfiava que a produção do ouro que chegava às casas de fundição estava caindo porque
havia muita sonegação. Por isso, a rainha de Portugal, conhecida como D. Maria, a Louca,
determinou que, se a produção anual de ouro que cabia à coroa não fosse atingida, a diferença
seria cobrada de uma vez por meio da derrama.
Conjuração: conspiração; trama. Inconfidência Mineira
A proximidade do dia da derrama aterrorizava o povo de Vila Rica, cidade das Minas Gerais.
Tiradentes e os demais inconfidentes perceberam que esse seria o dia certo para anunciarem o
movimento, pois contavam com o apoio e a participação da população de Vila Rica, revoltada
com a derrama. No entanto, antes que isso acontecesse, foram delatados por Joaquim Silvério
dos Reis. A derrama foi suspensa. Apesar de derrotado, o movimento mineiro inspirou, anos mais
tarde, a independência do Brasil.
Hoje em dia, nossa Constituição, como a de todos os países democráticos, garante os direitos
dos contribuintes impondo limites ao poder do Estado de tributar.
O tributo tem hoje grande significado social, por ser o maior responsável pelo financiamento

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dos programas e ações do governo nas áreas da saúde, previdência, educação, moradia,
saneamento, meio ambiente, energia e transporte, entre outras.
No entanto, é preciso zelar sempre para que os princípios constitucionais sejam observados e
que os recursos arrecadados possam ser aplicados em obras e serviços que atendam às
necessidades da população, como um todo, principalmente da parcela mais pobre.

A HISTÓRIA DO TRIBUTO NO BRASIL

Época das descobertas e das primeiras expedições (1500-1532)


O primeiro ônus fiscal suportado pelo Brasil foi na indústria extrativa (extração do pau-brasil),e a
Coroa Portuguesa, desde o início, considerou o pau-brasil como monopólio real, autorizando sua
extração mediante o compromisso de que o extrator erguesse fortificações ao longo da costa,
iniciasse a colonização e pagasse o quinto do pau-brasil (quinta parte do produto da venda da
madeira).

Época das Capitanias Hereditárias (1532-1548)


Posteriormente, com o propósito de resguardar as terras recém-descobertas, o então soberano
português D. João III resolve povoar o Brasil servindo-se dos nobres e fidalgos portugueses.
Em 10 de março de 1534, a parte litorânea do Brasil foi dividida em quinze partes, atribuídas a
donatários (capitão, chefe superior), com direito de sucessão e por isso denominadas capitanias
hereditárias.
Nessa época os tributos eram divididos da seguinte forma:
a) Rendas do Real Erário (Portugal):
monopólio do comércio do pau-brasil; especiarias e drogas; direitos régios cobrados nas
alfândegas reais sobre importação e exportação de mercadorias (em geral 10% do valor); quinto
(20%) dos metais e pedras preciosas (ouro, cobre, prata, coral, pérola, chumbo, estanho, etc.);
dízimo (10%) do pescado e das colheitas de todos os produtos da terra, colhidos ou fabricados e
um imposto cobrado sobre cada índio tornado escravo;
Erário: dinheiro público; bens oficiais.
b) Rendas do donatário (capitão-mor e governador):
monopólio das explorações de moendas d’água e de quaisquer outros engenhos; direitos de
passagem dos rios (barcagem); quinto (20%) do produto do pau-brasil, especiarias e drogas;
dízimo do quinto (2%) dos metais e pedras preciosas que se encontrassem na capitania;
redízima (ou seja, 10% da dízima, ou ainda 1%) de todas as rendas da Coroa.

Época do Governo-Geral (1548-1763)


Nessa época não existia nenhuma organização fiscal e os tributos eram pagos in natura, em
espécie, sendo enviados para Portugal.
Os tributos continuavam sendo cobrados pelos “rendeiros” (cobradores de rendas), que possuíam
poderes em demasia, inclusive para prender qualquer contribuinte remisso e com atraso em suas
obrigações fiscais. Esses tributos eram pagos em produtos in natura, servindo de moeda
subsidiária vários produtos, como açúcar, tabaco, cravo, pano de algodão, farinha, carne salgada,
couro, pau-brasil, para citar somente alguns.
A moeda que corria no Brasil era a portuguesa (o “real” ou o “cruzado”), que não era utilizada para
pagamento de tributos. Nessa época não existia o que se poderia chamar de um sistema tributário
ou mesmo uma organização fiscal.

Época da Corte Portuguesa e do Reino Unido (1808-1822)


Quando as tropas de Napoleão invadiram Portugal, a família real portuguesa fugiu para o Brasil,
iniciando um novo período histórico na colônia: o Brasil passa a ser, de fato e de direito, a sede da
monarquia portuguesa
(1808-1815). Nessa época, numerosas leis são criadas. O Príncipe D. João VI, ao chegar à Bahia,
em 24 de janeiro de 1808, abre os portos do Brasil às nações amigas, liberando a atividade
comercial do país com

Brasil independente (1822...)

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Foi somente após a decretação do Ato Adicional de 12 de agosto de 1834 que foram traçados os
limites e os fundamentos do Direito Tributário Nacional. A partir de então, sucederam-se as
disposições que criaram, alteraram e suprimiram tributos, modificando as competências
tributárias. outros países (o que até então não era permitido). A partir desse momento, permitiu-
se o ingresso no Brasil de todos os produtos estrangeiros cuja importação, até então, era proibida.
A mudança da família real para o Brasil trouxe grandes despesas para os cofres públicos. Assim,
a instituição de novos serviços no país exigia o aumento dos tributos já existentes ou a criação de
novos.
A tributação foi aumentando, e cada serviço que se instituísse no país impunha a criação de um
novo tributo, na modalidade que hoje denominamos taxa. Com a evolução das concepções de
Estado e a criação de novas cartas constitucionais, os tributos passaram a ser definidos tendo em
vista o bem-estar social.
Cada vez mais, foram sendo criadas leis para definir a aplicação social dos recursos arrecadados
com os tributos.

SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

Função da Constituição
A Constituição não cria tributo. No entanto, cumpre papel essencial na construção do sistema ao
definir as competências tributárias dos entes políticos da Federação (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios), consagrar os princípios e normas gerais de direito tributário, instituir
limitações ao poder de tributar, estabelecer a repartição das receitas tributárias e vinculações
compulsórias. A Constituição Federal, fonte primária de toda ordem jurídica, institui o Sistema
Tributário Nacional em seus artigos 145 a 162.
É importante lembrar que toda atividade estatal é regulamentada por normas jurídicas. Ao cidadão
comum é permitido fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, ao passo que, ao administrador público,
só é permitido fazer o que a lei expressamente autoriza.
Entretanto, a instituição, a arrecadação e a fiscalização dos tributos pela União, pelos Estados,
pelo Distrito Federal e pelos Municípios é limitada. A Constituição Federal assegura ao cidadão
garantias contra a ação do Estado.

Limitações constitucionais ao poder de tributar


Para evitar conflitos entre o Estado e o cidadão, as sociedades organizadas criaram regras para
limitar o poder de tributar dos governantes. A evolução histórica do direito constitucional alçou
essas limitações à condição de princípios gerais de direito tributário. A Constituição de 1988
consagra uma série desses princípios, a saber:

Art.150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributos sem lei que os estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrarem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
IV - utilizar tributo, com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder
público;
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;

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c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III – renda e proventos de qualquer natureza;
IV – produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI – propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos automotores.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I – propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza
ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar.

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 4º É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica, para a área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo

Princípios do Direito Tributário brasileiro

Princípio da Legalidade: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
Princípio da Igualdade ou da Isonomia: Não deve haver tratamento desigual a contribuintes que
se encontrem em situação equivalente, assim como qualquer distinção em razão da ocupação
profissional ou função por eles exercida, independente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos.
Princípio da Irretroatividade: É vedada a cobrança de tributos em relação a fatos geradores
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
Princípio da Anterioridade (do exercício e nonagesimal): É vedada a cobrança de tributos no
mesmo exercício financeiro (ano) e antes de decorridos noventa dias em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou. Exceções: imposto de importação (II), imposto de exportação
(IE), imposto sobre produto industrializado (IPI), imposto sobre operações financeiras (IOF), ICMS
monofásico sobre combustíveis e lubrificantes, CIDE petróleo, empréstimo compulsório para
casos de calamidade publica ou guerra externa, imposto extraordinário de guerra e contribuições
para o financiamento da seguridade social, que juntamente com o IPI obedecem somente a
noventena.

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Princípio da Capacidade Contributiva: Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal
e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas
do contribuinte.
Princípio da Vedação do Confisco: É vedada a utilização do tributo com efeito de confisco,
impedindo que o Estado, com o pretexto de cobrar tributo, se aposse dos bens do contribuinte.
Princípio da Liberdade de Tráfego: É vedada estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou
bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio
pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
Princípio da Transparência dos Impostos: A lei determinará medidas para que os
consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
Princípio da Uniformidade Geográfica: É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme
em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao
Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos
fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as
diferentes regiões do País.
Princípio da Seletividade: A tributação deve ser maior ou menor dependendo da essencialidade
do bem. Possui aplicação obrigatória quanto ao IPI e facultativa para o ICMS e IPVA.
Princípio da Não-Diferenciação Tributária: É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão
de sua procedência ou destino.
Princípio da Não-Cumulatividade: Quanto ao ICMS, IPI e Impostos Residuais da União deve-se
compensar o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação
de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito
Federal.
Princípio das Imunidades Tributárias: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios instituir impostos sobre: patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; templos de
qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem
fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão.
Princípio da Competência: A entidade tributante há de restringir sua atividade tributacional
àquela matéria que lhe foi constitucionalmente destinada.

Tributo
Do latim - tribuo, tributum, tribuere, repartir com os cidadãos a despesa pública.
O Código Tributário Nacional define tributo como:
“Art. 3º - Tributo é toda prestação Pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.”

Já a Lei 4.320/64:
“Art. 9 - Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo
os impostos, as taxas e contribuições, nos termos da Constituição e das leis vigentes em matéria
financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas
por essas entidades.”

A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação,
sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela
lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação (art. 4º do CTN). Alguns autores entendem
que este critério está superado.

Classificação
Reais: cobrados com observância aos aspectos objetivos do bem tributado (ex: IPTU);
Pessoais: cobrados com observância aos aspectos pessoais do contribuinte (ex: IR).
Diretos: o ônus recai sobre a pessoa do contribuinte (ex: IR);
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Indiretos: o contribuinte de direito tem a faculdade de repassar o ônus da tributação a um
terceiro, o contribuinte de fato (ex: ICMS)
Fiscais: tem finalidade arrecadatória, instituídos para produzir receita (ex: IR e ICMS);
Extrafiscais: usados principalmente como instrumentos de intervenção estatal na economia,
embora também produzam receita (ex: Impostos de Exportação e Importação);
Parafiscais: quando a lei atribui a disponibilidade dos recursos arrecadados a pessoa jurídica
diversa daquela que institui o tributo (ex: contribuições sociais e corporativas).
Vinculados: a cobrança depende de atividade específica ao contribuinte (ex: Taxa);
Não-vinclulados: a cobrança independe de atividade específica ao contribuinte (ex: Todos os
Impostos).
De arrecadação vinculada: os recursos somente podem ser utilizados em atividades
determinadas (ex: Empréstimo Compulsório);
De arrecadação não-vinculada: os recursos podem ser utilizados em qualquer despesa (ex:
Todos os Impostos).

Impostos
O CTN (código tributário nacional) conceitua imposto como:
“Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”

Fatos geradores típicos de impostos são as manifestações de riquezas, tais como: propriedade,
aquisição de renda, produção e circulação de bens, etc. Justamente por isso, o imposto se
sustenta sobre a idéia da solidariedade social (Ricardo Alexandre).

Os impostos devem prestar-se ao financiamento das atividades gerais do estado (Luciano Amaro)
e não podem ter sua receita vinculada a órgão, fundo ou despesa, salvo as exceções previstas no
artigo 167, IV, da CF/88, devendo ser aplicada (a receita) para remunerar os serviços universais
(uti universi), ou seja, aqueles serviços que não possuem especificidade e divisibilidade.

Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos
da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte (art. 145, §1º da
CF/88).
A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos
que incidam sobre mercadorias e serviços (art. 150, §5º da CF/88).

Competência

Compete à União instituir impostos sobre


I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

A União poderá instituir


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição (Competência Residual);
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não
em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas
de sua criação (Competência Extraordinária).

Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:


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I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior.
III - propriedade de veículos automotores.

Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar.

Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido
em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos
municipais (art. 147 da CF/88).

Taxas
As taxas (arts. 77 a 80 do CTN) cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e
divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Não podem ter base de cálculo ou
fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem serem calculada em função do
capital das empresas. Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes,
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade
e aos direitos individuais ou coletivos.

Para que seja possível a exigência da taxa, os serviços públicos consideram-se:


I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b)
potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de
unidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários.
O essencial, na taxa, é a referibilidade da atividade estatal ao obrigado. A atuação estatal que
constitui o fato gerador da taxa há de ser relativa ao sujeito passivo desta, e não a coletividade em
geral (Hugo de Brito Machado). É, portanto, tributo retributivo ou contraprestacional.

Taxa e Preço Público


Súmula nº 545 do Supremo Tribunal Federal: “Preços de serviços públicos e taxas não se
confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança
condicionada à previa autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.”
Taxa: regime jurídico de direito público; vínculo compulsório e obrigacional de natureza tributária,
não admitindo rescisão; sujeito ativo é somente pessoa jurídica de direito público; cobrada pela
utilização efetiva ou potencial; receita derivada; sujeita-se aos princípios tributários.
Preço Público: regime jurídico de direito privado; vínculo facultativo e obrigacional de natureza
contratual, admitindo rescisão; sujeito ativo é pessoa jurídica de direito público ou privado;
cobrado somente pela utilização efetiva; receita originária; não sujeita-se aos princípios tributários.

Contribuição de Melhoria
A contribuição de melhoria (arts. 81 e 82 do CTN) cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer
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face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado.

A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:


I - publicação prévia dos seguintes elementos: a) memorial descritivo do projeto; b) orçamento do
custo da obra; c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; d)
delimitação da zona beneficiada; e) determinação do fator de absorção do benefício da
valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que
se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.

A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a
ser financiada, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores
individuais de valorização.
Tem por fundamento a justiça fiscal, que não seria alcançada se o proprietário tivesse, sem
contrapartida, benefício patrimonial decorrente da valorização de seu imóvel em razão de obra
pública custeada por toda a sociedade (Mauro Luís Rocha Lopes).
Trata-se de tributo vinculado, pois seu fato gerador está ligado a atividade específica relativa ao
contribuinte.
.
Contribuições Especiais
As contribuições especiais caracterizam-se pela finalidade específica para que são instituídos e
cobrados. Em geral possui a chamada referibilidade indireta, uma atuação estatal relacionada a
um grupo determinado.
Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. Os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores,
para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota
não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União (art. 149 da
CF/88).
Soma-se ainda ao rol das Contribuições Especiais a Contribuição para o Custeio do Serviço de
Iluminação Pública (COSIP) (Art. 149-A da CF/88).

Empréstimo Compulsório
Trata-se de tributo com objetivo de possibilitar o ingresso temporário de recursos aos cofres
públicos, com o dever do Estado de restituir futuramente a importância emprestada. Esta
restituição é irrelevante para fixação do empréstimo compulsório como tributo ou não, o traço
marcante de sua natureza tributária é a compulsoriedade e sua adequação aos termos do art. 3º
do CTN, estando superada a Súmula 418 do STF.

Somente a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios (art. 148
da CF/88):
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que
fundamentou sua instituição.

A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate.


Importante lembrar que após a CF/88 não foram mais criados empréstimos compulsórios.

Obrigação Tributária
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Relação jurídica em função da qual o particular tem o dever de prestar dinheiro ao Estrado, ou de
fazer, não fazer ou tolerar algo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. A
obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos, esta pelo
simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade
pecuniária (art. 113 do CTN).

Elementos
1. Fato Gerador: da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente
à sua ocorrência. Da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação
aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal (arts. 115 e
114 do CTN). Trata-se da concretização da hipótese de incidência tributária prevista em abstrato
na lei, que gera (faz nascer) a obrigação tributária.

Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus
efeitos (Art. 116 do CTN):
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída,
nos termos de direito aplicável.

Os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados (Art. 117 do CTN):
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do
negócio.

A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a


finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei
ordinária.

A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se (Art. 118 do CTN):


I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

Base de Cálculo: grandeza econômica sobre a qual se aplica a alíquota para calcular a quantia a
pagar. Dimensão legal da materialidade do tributo.

Alíquota: em percentual (1. ad valorem: percentual fixo ou 2. progressiva: percentuais crescentes


sobre cada faixa de valor) que aplicados sobre a base de cálculo, determinam o montante do
tributo a ser pago OU alíquota específica (valor fixo expresso em moeda).

2. Sujeito Ativo: a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu
cumprimento (art. 119 do CTN). Exigir é diferente de instituir, pois na primeira hipótese isto cabe a
qualquer pessoa jurídica de direito público (ex: autarquias), desde que devidamente lhe seja
delegada capacidade ativa, já a instituição de tributos compete somente as pessoas de direito
público dotadas de Poder Legislativo (União, Estados, DF e Municípios).

3. Sujeito Passivo: pessoa jurídica ou natural (física) obrigada ao cumprimento da obrigação


tributária (pagamento de tributo ou penalidade pecuniária).

O sujeito passivo da obrigação principal diz-se (art. 121 do CTN):


I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
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II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de
disposição expressa de lei. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às
prestações que constituam o seu objeto (art. 122 do CTN).

Contribuinte de Fato: pessoas que sofrem a incidência econômica do tributo (geralmente


consumidor), mesmo que formalmente não integrem a relação jurídico-tributária instaurada.
Contribuinte de Direito: pessoas que ocupam o pólo passivo da relação jurídico-tributária
(geralmente o comerciante/industrial/produtor), a quem a legislação obriga a recolher o tributo ou
a penalidade pecuniária.

Solidariedade (Art. 124 e 125 do CTN): são solidariamente obrigadas (não comportando
benefício de ordem):
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.

Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:


I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos
demais.

Capacidade Tributária (Art. 126 do CTN): a capacidade tributária passiva independe:


I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do
exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens
ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade
econômica ou profissional.

Domicílio Tributário (Art. 127 do CTN): na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de
domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal:
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida,
o centro habitual de sua atividade;
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou,
em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da
entidade tributante.

Quando não couber a aplicação das regras fixadas em quaisquer hipóteses acima, considerar-se-
á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da
ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a
arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior.

Legislação Tributária
A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre
tributos e relações jurídicas a eles pertinentes (Art. 96 do CTN). Este rol não é exaustivo, devendo
ser compreendido como “legislação tributária” todo ato normativo que verse sobre matéria
tributária, desde a Constituição Federal até uma ordem de serviço local.

Leis (em sentido estrito)


Somente a lei pode estabelecer (lei ordinária ou complementar, dependo da exigência
constitucional):
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
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II - a majoração de tributos, ou sua redução;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou
para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou
redução de penalidades.

Em teoria, Lei Delegada poderia ser usada para os mesmos fins cima mencionados, entretanto, tal
instituto está em desuso.

Medida Provisória
É possível a adoção de medida provisória para tratar de matéria tributária se observados os
requisitos constitucionais e não tratar-se de matéria reservada à Lei complementar.
Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto para II, IE, IPI, IOF e
Impostos Extraordinário de Guerra, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver
sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada (Art 62, §2º da CF/88).

Resoluções do Senado
O IPVA terá alíquotas mínimas e o ITCMD terá alíquotas máximas fixadas por resolução do
Senado (Art. 155, § 6º, I e §1º, IV da CF/88).
Resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos
Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas
aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação (art. 155, § 2º, IV da CF/88).
Parte da doutrina entende que com o advento da EC 42/03 não é mais possível qualquer
incidência de ICMS sobre mercadorias que se destinem ao exterior.

Também é facultado ao Senado Federal (Art. 155, §2º, V da CF/88):


a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um
terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva
interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois
terços de seus membros;

Tratados e Convenções Internacionais


Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna,
e serão observados pela que lhes sobrevenha (art. 98 do CTN).
O conflito entre a lei interna e o tratado resolve-se, pois, a favor da norma especial (do tratado),
que excepciona a norma geral (da lei interna), tornando-se indiferente que a norma interna seja
anterior ou posterior ao tratado. Este prepondera em ambos os casos porque produz preceito
especial, harmonizável com a norma geral (Luciano Amaro).
Apesar da redação final do art. 98 do CTN a jurisprudência do STF é pacífica no sentido de que
após a incorporação do tratado ao direito interno, este adquire posição hierárquica idêntica à de
uma lei ordinária, o que possibilita que uma lei ordinária aprovado pela congresso nacional venha
a modificá-lo ou revogá-lo (tratado) internamente.

Decretos
O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam
expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei
(Art. 99 do CTN).

Normas Complementares
São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos (Art. 100 do CTN):
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;
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III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança
de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

Vigência da Legislação Tributária


A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos
respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de
que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União
(Art. 102 do CTN).

Salvo disposição em contrário, entram em vigor (Art. 103 do CTN):


I - os atos administrativos expedidos pelas autoridades administrativas, na data da sua publicação;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua
publicação;
III os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na
data neles prevista.

Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os
dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda (Art. 104 do CTN):
I - que instituem ou majoram tais impostos;
II - que definem novas hipóteses de incidência;
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao
contribuinte.

Aplicação da Legislação Tributária


A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes,
assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos
do artigo 116 do CTN. (Art. 105 do CTN).

A lei aplica-se a ato ou fato pretérito (Art. 106 do CTN):


I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de
penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b)
quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe
comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Interpretação e Integração da Legislação Tributária


Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária
utilizará sucessivamente, na ordem indicada (Art. 108 do CTN):
I - a analogia, que em seu emprego não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em
lei;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a eqüidade, que em seu emprego não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo
devido.

O rol de técnicas interpretativas acima é taxativo (somente estes) e hierarquizado (deve-se


começar pela analogia) e é direcionado tanto a autoridade fiscal quanto para a autoridade judicial
sem margem para discricionariedade ao intérprete.
Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do
alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos
tributários (Art. 109 do CTN).

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A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e
formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para
definir ou limitar competências tributárias (Art. 110 do CTN).

Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre (Art. 111 do CTN):
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais
favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto (Art. 112 do CTN):
I - à capitulação legal do fato;
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

Planejamento Tributário

O planejamento tributário tem como objetivo a economia de forma legal da quantidade de dinheiro
a ser entregue ao governo. Os tributos (impostos, taxas e contribuições) representam importante
parcela dos custos das empresas, senão a maior. Com a globalização da economia, tornou-se
questão de sobrevivência empresarial a correta administração do ônus tributário.
Em média, 33% do faturamento empresarial é dirigido ao pagamento de tributos. Do lucro, até
34% vai para o governo. Da somatória dos custos e despesas, mais da metade do valor é
representada pelos tributos. Assim, é imprescindível a adoção de um sistema de economia legal.

Três são as finalidades do planejamento tributário:

1) Evitar a incidência do fato gerador do tributo.

Exemplo: Substituir a maior parte do valor do pró-labore dos sócios de uma empresa, por
distribuição de lucros, pois a partir de janeiro/96 eles não sofrem incidência do IR nem na fonte
nem na declaração. Dessa forma, evita-se a incidência do INSS (20%) e do IR na Fonte (27,5%)
sobre o valor retirado como lucros em substituição do pró-labore.

2) Reduzir o montante do tributo, sua alíquota ou reduzir a base de cálculo do tributo


.
Exemplo: ao preencher sua Declaração de Renda, você pode optar por deduzir até 20% da renda
tributável como desconto padrão (limitado a R$ 8.000,00) ou efetuar as deduções de
dependentes, despesas médicas, plano de previdência privada, etc. Você certamente escolherá o
maior valor, que lhe permitirá uma maior dedução da base de cálculo, para gerar um menor
Imposto de Renda a pagar (ou um maior valor a restituir).

3) Retardar o pagamento do tributo, postergando (adiando) o seu pagamento, sem a ocorrência


da multa.
Exemplo: transferir o faturamento da empresa do dia 30 (ou 31) para o 1 º dia do mês
subsequente. Com isto, ganha-se 30 dias adicionais para pagamento do PIS, COFINS, SIMPLES
FEDERAL, ICMS, ISS, IRPJ e CSL (Lucro Real por estimativa), se for final de trimestre até 90 dias
do IRPJ e CSL (Lucro Presumido ou Lucro Real trimestral) e 10 a 30 dias se a empresa pagar IPI.

No Brasil, existem mais de 80 diferentes taxas, impostos e contribuições, todos nós, direta ou
indiretamente, somos contribuintes destes encargos. Por exemplo, quando você compra uma
mercadoria qualquer no supermercado, está embutido no preço até 27,25%, dependendo do

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estado em que a compra está sendo feita, em tributos pagos pelo comerciante, somente a título
de ICMS, PIS e COFINS.

Como contribuintes, temos duas formas de diminuir encargos tributários. A maneira legal chama-
se elisão fiscal (mais conhecida como planejamento tributário) e a forma ilegal denomina-se
sonegação fiscal.

O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento de


tributos. O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira que melhor lhe
pareça, procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos impostos. Se
a forma celebrada é jurídica e lícita, a fazenda pública deve respeitá-la.

DIFERENÇAS ENTRE SONEGAÇÃO FISCAL E ELISÃO FISCAL (PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO)

A sonegação (evasão) fiscal é o uso de meios ilícitos para evitar o pagamento de taxas,
impostos e outros tributos. Entre os métodos usados para evadir tributos estão a omissão de
informações, as falsas declarações e a produção de documentos que contenham informações
falsas ou distorcidas, como a contrafação de notas fiscais, faturas, duplicatas etc.

Já a elisão fiscal (planejamento tributário) configura-se num planejamento que utiliza métodos
legais para diminuir o peso da carga tributária num determinado orçamento. Respeitando o
ordenamento jurídico, o administrador faz escolhas prévias (antes dos eventos que sofrerão
agravo fiscal) que permitem minorar o impacto tributário nos gastos do ente administrado.
Diferentemente da evasão fiscal (onde ocorre o fato gerador do tributo e o contribuinte não paga
uma obrigação legal) na elisão fiscal, através do planejamento, evita-se a ocorrência do fato
gerador. E por não ocorrer o fato gerador, o tributo não é devido. Dessa forma, o planejamento
não caracteriza ilegalidade, apenas usa-se das regras vigentes para evitar o surgimento de uma
obrigação fiscal.

A elisão fiscal é muito utilizada por empresas quando das transferências internacionais de
recursos, na busca de conceitos tributários diferentes em países diferentes - de forma a direcionar
o tráfego dos valores; assim, pode-se reduzir a carga tributária e fazer chegar às matrizes as
maiores quantidades possíveis de recursos vindas das filiais. Como as grandes matrizes
internacionais encontram-se em países já de mais recursos, as discussões sobre elisão fiscal,
revestidas de legalidade, têm também adquirido contornos de discussões morais.
Planejamento tributário é saúde para o bolso, pois representa maior capitalização do negócio,
possibilidade de menores preços e ainda facilita a geração de novos empregos, pois os recursos
economizados poderão possibilitar novos investimentos.

A fraude ou sonegação fiscal (evasão) consiste em utilizar procedimentos que violem diretamente
a lei fiscal ou o regulamento fiscal. É uma fraude dificilmente perdoável porque ela é flagrante e
também porque o contribuinte se opõe conscientemente à lei. Os juristas a consideram como
repreensível.

Já no planejamento tributário, sem ter relação com a fraude propriamente dita, se admite que os
contribuintes têm o direito de recorrer aos seus procedimentos preferidos, autorizados ou não
proibidos pela lei, mesmo quando este comportamento prejudica o Tesouro, hoje já se levanta a
possibilidade de alguns questionamentos da elisão, no que diz respeito à ética empresarial.

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO OBRIGAÇÃO DOS ADMINISTRADORES:

A Lei 6.404/76 (Lei das S/A) prevê a obrigatoriedade do planejamento tributário, por parte dos
administradores de qualquer companhia, pela interpretação do artigo 153 ("O administrador da
companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo
homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios").

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Portanto, antes de ser um direito, uma faculdade, o PLANEJAMENTO FISCAL é obrigatório para
todo bom administrador. Desta forma, no Brasil, tem ocorrido uma "explosão" do Planejamento
Tributário como prática das organizações. No futuro, a omissão desta prática irá provocar, o
descrédito daqueles administradores omissos, a inatividade nesta área poderá provocar ação de
perdas e danos por parte dos acionistas prejudicados pela omissão do administrador em perseguir
o menor ônus tributário.

Escola Técnica de Ceilândia - GTC - Tributos – Adaptado do sitio DIREITOTRIBUTARIO.NET e do CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
– Prof. Moacir Alves Pagina 17 de 17

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